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GEORREFERENCIAMENTO

PROF.A MAYRA STEVANATO


Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não PRODUÇÃO DE MATERIAIS
vale a pena ser vivida.”
Diagramação:
Cada um de nós tem uma grande res- Alan Michel Bariani
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Thiago Bruno Peraro
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Luana Cimatti Zago Silvério
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente Marta Yumi Ando
e busca por tecnologia, informação e conheci- Renata da Rocha
mento advindos de profissionais que possuam
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Produção Audiovisual:
cia no mercado de trabalho. Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
De fato, a tecnologia e a comunicação Osmar da Conceição Calisto
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e Gestão de Produção:
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Aliana de Araujo Camolez
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.

Que esta nova caminhada lhes traga


muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

01
DISCIPLINA:
GEORREFERENCIAMENTO

CONCEITOS BÁSICOS
PROF.A MAYRA STEVANATO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................4
1. CONCEITO DE ESCALA ..........................................................................................................................................5
2. CONCEITOS CARTOGRÁFICOS ............................................................................................................................5
3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 7
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO AO MÉTODO UTILIZADO ...........................9
3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO ÀS PROPRIEDADES ..................................9
3.3 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO ÀS SUPERFÍCIES DE PROJEÇÃO E
REFERÊNCIA ............................................................................................................................................................. 10
3.4 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO À SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO ................. 10
4. SISTEMA DE COORDENADAS ............................................................................................................................ 12
5. SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS ................................................................................................... 14
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 17

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

A cartografia e o geoprocessamento têm como área de ligação o espaço geográfico. A


cartografia apresenta um modelo de representação de dados para os processos que ocorrem
no espaço geográfico; já o geoprocessamento utiliza técnicas matemáticas e computacionais,
como o sistema de informação geográfica (SIG) para tratar os processos que ocorrem no espaço
geográfico.
Antes mesmo de falar das novas tendências, técnicas e aplicabilidades do
georreferenciamento, devemos tratar de conceitos básicos que são fundamentais para o
entendimento de todos esses aspectos. Tais conceitos serão abordados de modo didático ao
decorrer desta unidade.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. CONCEITO DE ESCALA

A escala trata-se da relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no


papel em relação à sua medida real e pode ser expressa por meio de uma fração representativa
denominada numérica, ou por meio de escala de barras, que consiste na escala gráfica (Figura
1). Trata-se da associação de grandezas numéricas a cada objeto a ser representado. Lembre-se
de que, indiferentemente da escala a ser utilizada, deve-se ter atenção às unidades de medidas
(FITZ, 2008).

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Figura 1 – Representação das escalas gráficas e numéricas. Fonte: A autora.

2. CONCEITOS CARTOGRÁFICOS

A terra possui uma forma complexa, denominada geoide. Trata-se de uma forma esférica
com suaves ondulações, é achatada nos polos e não possui uma definição matemática. Entretanto,
algumas simplificações no formato das superfícies são necessárias para facilitar a representação
cartográfica sem causar um prejuízo significativo (Figura 2). Sendo assim, os cartógrafos utilizam,
como forma geométrica mais semelhante, o elipsoide, pois permite a realização dos cálculos
necessários para a representação cartográfica da Terra e é a forma que permite maior precisão na
representação da terra. Ele pode ser definido como um sólido geométrico gerado por uma elipse
que gira em torno do seu eixo menor, o eixo polar.
As cartas topográficas e o sistema de posicionamento global (Global Positioning System -
GPS) estão referenciados a um elipsoide. No entanto, as diferentes regiões do globo devem utilizar
como referência o elipsoide mais adequado à região. A superfície de referência posicionada em
relação à terra real denomina-se Datum planimétrico ou horizontal. O Datum planimétrico pode
ser global, como no caso do sistema geodésico global (World Geodetic System 1984 - WGS84),
no qual o centro do elipsoide coincide com o centro de massa da Terra ou local onde o centro do
elipsoide está deslocado do centro da terra (IBGE, 1999). Para o Brasil, utilizava-se o Datum da
América do Sul (South American Datum 1969 - SAD69); no entanto, atualmente, foi oficialmente
adotado como o novo sistema de referência geodésico para o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB)
e para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN), o Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas (SIRGAS2000).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O Datum tem como referência um ponto no centro de massa da Terra, atendendo a


uma necessidade de compatibilização com o sistema de posicionamento GPS, que também é
geocêntrico. WGS84 e SIRGAS2000 são praticamente idênticos, pois utilizam o mesmo elipsoide
de referência (Geodetic Reference System 1980 - GRS80), com alguns centímetros de diferença no
valor do achatamento. As Coordenadas Geodésicas dependem de um Datum planimétrico, pois
ele define a referência para os meridianos e paralelos. As coordenadas geodésicas podem variar
menos de 100 metros entre SAD69 e WGS84, aproximadamente 65 metros entre SIRGAS2000 e
SAD69 no território brasileiro. No entanto, não há variação entre SIRGAS2000 e WGS84. Essa
variação é denominada erro de posicionamento e esse erro pode afetar a exatidão da base de
dados a ser utilizada.
O Datum altimétrico ou vertical representa a superfície de referência para a contagem das
altitudes (geoide). Esse Datum é determinado por uma rede de marégrafos que fazem medições
contínuas para a determinação do nível médio dos mares, essas observações maregráficas são
obtidas durante um período de, pelo menos, 20 anos. Neste caso, cada país adota um Datum
vertical como referência. No Brasil, usa-se o marégrafo de Imbituba, em Santa Catarina, e Torres,
no Rio Grande do Sul, no entanto existem vários outros.
Tais informações são importantes para a descrição das características do relevo, ou seja,
determinar se dois pontos estão no mesmo nível (altitude), determinar os níveis de base e nível
médio dos mares. Desse modo, podemos descrever a altitude como sendo a medida dos desníveis
que existe em qualquer ponto da superfície e o nível do mar. Já as cotas são a distância medida ao

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longo da vertical de um ponto até um plano de referência qualquer. A Rede Altimétrica Brasileira
foi estabelecida e é mantida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa rede
pode ser definida como um conjunto de pontos materializados no terreno (referências de nível
- RN) e identificados por uma coordenada, a altitude, determinada a partir de um ponto origem
do Datum vertical. As altitudes dos pontos que fazem parte dessa rede, denominada referências
de nível, são determinadas utilizando o nivelamento geométrico de precisão ou alta precisão. Este
é um procedimento lento e delicado, em virtude da precisão com que devem ser determinados
os desníveis.
Em função de sua rapidez e precisão na obtenção de coordenadas, os Sistemas Globais de
Navegação por Satélite (Global Navigation Satellite System - GNSS) revolucionaram as atividades
que necessitam de posicionamento. Entretanto, a altitude determinada utilizando um receptor
GNSS não está relacionada ao nível médio do mar (ou, de forma mais rigorosa, ao geoide), mas
a um elipsoide de referência com dimensões específicas. Portanto, torna-se necessário conhecer
a diferença entre as superfícies do geoide e do elipsoide, isto é, a altura (ou ondulação) geoidal,
para que se possa obter a altitude acima do nível médio do mar (denominada ortométrica). O
GPS calcula a altitude do mesmo modo que calcula as coordenadas. A única coisa que sempre
tem que ser lembrada é que, para GPS de navegação, a altitude é calculada sobre uma superfície
matemática de referência (elipsoide) e não sobre a superfície terrestre.
As altitudes registradas pelos órgãos de levantamento são realizadas sobre o Geoide, que
é uma superfície equipotencial (de gravidade constante) e de melhor ajuste ao Nível Médio dos
Mares, a altitude de referência zero. A Figura 2 exemplifica essas diferenças, podemos observar
a altitude elipsoidal (h), que é obtida por meio de receptores GNSS, para o cálculo da altitude
ortométrica (H). É necessário utilizar o valor da altura geoidal (N) fornecida por um modelo de
ondulação geoidal, dentro da convenção que considera o geoide acima do elipsoide, se a altura
geoidal tiver valor positivo, e abaixo em caso contrário.

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Figura 2 - Modelo simplificado do Datum horizontal e vertical. Fonte: Adaptado de IBGE (1999).

Para a conversão das altitudes geométricas (referidas ao elipsoide) em ortométricas


(referidas ao nível médio do mar), foi desenvolvido, pela Coordenação de Geodésia do IBGE
em conjunto com a Escola Politécnica da USP, um programa denominado MAPGEO2010, um
modelo com resolução de 5’ de arco por meio do qual os usuários podem obter a ondulação
geoidal em um ponto ou conjunto de pontos, com coordenadas tanto em SIRGAS2000 como em
SAD69.

3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

As projeções cartográficas permitem transformar a superfície tridimensional da superfície


terrestre em uma representação plana, ou seja, bidimensional. No entanto, a correspondência
entre a superfície e o mapa não será exata, pois a superfície curva da Terra não pode ajustar-se a
um plano sem a introdução de alguma espécie de deformação ou distorção, equivalente a esticar
ou rasgar a superfície curva. Uma projeção cartográfica determina a correspondência matemática
entre os pontos do elipsoide e sua transformação num plano (FITZ, 2008).

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Conforme IBGE (1999), a superfície de projeção é uma superfície desenvolvível no plano,


capaz de representar um sistema plano de meridianos e paralelos sobre o qual pode ser desenhada
uma representação cartográfica (carta, mapa e/ou planta). Não há distorção nula, é claramente
impossível criar um mapa perfeito, onde a escala principal seja preservada em todos os pontos. É
fácil, porém, manter a escala principal ao longo de certas linhas ou pontos no mapa, onde a escala
é constante e igual à escala principal, ocasionando uma distorção nula. Linhas de distorção nula
são linhas em uma projeção, ao longo das quais a escala principal é preservada e correspondem a
determinados círculos máximos ou pequenos círculos na esfera ou elipsoide. Pontos de distorção
nula são os pontos onde a escala principal é preservada. Os planos tangentes à superfície da Terra
gerarão sempre um ponto de distorção nula.
A grande dificuldade das projeções cartográficas é a representação de uma superfície curva
em um plano. Como vimos, a forma de nosso planeta é representada, para fins de mapeamento,
por um elipsoide, sendo considerada a superfície de referência à qual estão relacionados todos
os elementos que desejamos representar (elementos obtidos por meio de determinados tipos de
levantamentos).
Podemos ainda dizer que não existe nenhuma solução perfeita para o problema, e isso
pode ser rapidamente compreendido se tentarmos fazer coincidir a casca de uma laranja com a
superfície plana de uma mesa. Para alcançar um contato total entre as duas superfícies, a casca
de laranja teria que ser distorcida. Está é uma simplificação grosseira do problema das projeções
cartográficas, porém expressa claramente a impossibilidade de uma solução perfeita (projeção

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livre de deformações).
Pode-se questionar a validade desse modelo de representação, já que seria possível
construir representações tridimensionais do elipsoide ou da esfera, como é o caso do globo
escolar, ou ainda expressá-lo matematicamente, como fazem os geodesistas. Em termos teóricos,
essa argumentação é perfeitamente válida e o desejo de se obter uma representação sobre uma
superfície plana é de mera conveniência. Existem algumas razões que justificam essa postura,
e a mais direta é: o mapa plano é mais fácil de ser produzido e manuseado. De modo geral,
todas as representações de superfícies curvas em um plano envolvem as denominadas extensões
e contrações, as quais resultam em distorções. Diferentes técnicas de representação são aplicadas
no sentido de se alcançar resultados que possuam certas propriedades favoráveis para um
propósito específico.
A construção de um sistema de projeção deve ser feita de maneira que a carta venha
a possuir propriedades que satisfaçam as finalidades impostas pela sua utilização. O ideal
seria construir uma carta que reunisse todas as propriedades, representando uma superfície
rigorosamente semelhante à superfície da Terra. O mais adequado ou ideal seria a reunião das
três propriedades em conjunto:

I) Manutenção da verdadeira forma das áreas a serem representadas (conformidade).

II) Inalterabilidade das áreas (equivalência).

III) Constância das relações entre as distâncias dos pontos representados e as distâncias
dos seus correspondentes (equidistância).

Caso a superfície da Terra fosse plana, essas propriedades seriam facilmente conseguidas.
No entanto, isso não condiz com a realidade, tornando-se impossível a construção da carta ideal.
Para minimizar essas dificuldades e fixar o sistema de projeção escolhido, devese considerar a
finalidade da carta que se quer construir.

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As representações cartográficas são efetuadas, na sua maioria, sobre uma superfície plana,
denominada plano de representação, no qual se desenha o mapa. Porém, há problemas em
relacionar os pontos da superfície terrestre ao plano de representação. A seguir, são descritas as
etapas para a minimização desses problemas:

I) Seleção de um modelo matemático da terra (geoide) simplificado, ou seja, uma esfera


ou elipsoide de revolução.

II) Projetar todos os elementos da superfície terrestre sobre o modelo escolhido.

III) Relacionar por processo projetivo ou analítico pontos do modelo matemático com o
plano de representação, escolhendo uma escala e um sistema de coordenadas.

3.1 Classificação das Projeções Cartográficas quanto ao Método Utilizado


A classificação das projeções cartográficas baseia-se em dois métodos principais: os
geométricos e os analíticos. O método geométrico fundamenta-se nos princípios geométricos
projetivos, os quais podem ser obtidos pela interseção, sobre a superfície de projeção, do feixe
de retas que passa por pontos da superfície de referência partindo de um centro perspectivo
(ponto de vista). Desse modo, temos quatro tipos principais de projeções, baseados no método

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geométrico:

a) Projeção conforme, na qual os ângulos são preservados, porém as áreas apresentam


deformações.

b) Projeção equivalente, na qual as áreas são preservadas, porém os ângulos apresentam


modificações.

c) Projeção afilática, na qual há a minimização das deformações de ângulos, áreas e


distâncias, porém não se conservam as propriedades.

d) Projeção equidistante, na qual há a preservação da distância, porém as áreas e os


ângulos são deformados.

O método analítico sustenta-se em uma formulação matemática obtida com o objetivo


de atender condições (características) previamente estabelecidas.

3.2 Classificação das Projeções Cartográficas quanto às Propriedades


As projeções que visam minimizar ou mesmo eliminar as deformações podem ser
destacadas de acordo com as aplicações desejadas (IBGE, 1999). Elas podem ser:

a) Equidistantes: são as que não apresentam deformações lineares, ou seja, os


comprimentos são representados em escala uniforme.

b) Conformes: são as que não apresentam deformações, todos os ângulos em torno de


qualquer ponto não deformam pequenas regiões.

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c) Equivalentes: são aquelas que conservam as áreas, com as suas correspondentes na


superfície da Terra.

d) Afiláticas: não conservam as áreas, os ângulos e os comprimentos, não possuem


nenhuma propriedade das anteriores.

3.3 Classificação das Projeções Cartográficas quanto às Superfícies de


Projeção e Referência
Esta classificação faz referência aos tipos de contato entre as superfícies de projeção,
podendo ser tangentes ou secantes (IBGE, 1999):

a) Tangentes: a superfície de projeção está direcionada à tangente da superfície de


referência, podendo ser plana em um ponto.

b) Secantes: é quando a superfície de projeção secciona a superfície de referência.

3.4 Classificação das Projeções Cartográficas quanto à Superfície de Pro-


jeção

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Podemos classificar as projeções cartográficas quanto às superfícies de projeção, elas
podem ser: planas, cônicas, cilíndricas e polissuperficiais (FITZ, 2008). A seguir, são descritas as
características de cada uma delas (Figuras 3 e 4):

a) Superfícies planas (Figura 3): podem assumir três posições básicas em relação à
superfície de referência: polar, equatorial e oblíqua (ou horizontal).

b) Superfícies cônicas (Figura 3): mesmo que não seja uma superfície plana, já que a
superfície de projeção é o cone, ela pode ser desenvolvida em um plano sem que haja
distorções, e funciona como superfície auxiliar na obtenção de uma representação. A sua
posição em relação à superfície de referência pode ser: normal, transversal e oblíqua (ou
horizontal).

c) Superfícies cilíndricas (Figura 3): assim como a superfície cônica, a superfície de


projeção que utiliza o cilindro pode ser desenvolvida em um plano e suas possíveis
posições em relação à superfície de referência podem ser: equatorial, transversal e oblíqua
(ou horizontal).

d) Superfícies polissuperficiais: são aquelas que utilizam mais de uma superfície


de projeção (do mesmo tipo) para aumentar o contato com a superfície de referência
e, portanto, diminuir as deformações (plano-poliédrica, conepolicônica e cilindro-
policilíndrica).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Figura 3 – Projeções cartográficas quanto à superfície de projeção. Fonte: IBGE (1999).

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Para melhor compreensão das projeções cartográficas, sugere-se a leitura do livro


Introdução à cartografia, disponibilizado pelo IBGE no link:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv64669_cap2.pdf.

4. SISTEMA DE COORDENADAS

A divisão sistemática representada pelas latitudes e longitudes permite a localização


precisa de pontos sobre a superfície da terra. Os sistemas de coordenadas mais utilizados são:

a) Sistema UTM – Universal Transversa de Mercator, baseado em coordenadas plano-


retangulares.

b) Sistema de coordenadas geográficas, baseado em coordenadas geodésicas.

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O Sistema Universal Transversa de Mercator (Universal Transverse Mercator - UTM)
consiste em um sistema de linhas desenhadas (projetadas) em uma superfície plana e que
representam paralelos de latitude e meridianos de longitude. Para cada fuso, adota-se como
superfície de projeção um cilindro transverso com eixo perpendicular ao seu meridiano central,
que assume ainda o papel de longitude de origem. Apesar da característica universal dessa projeção,
enfatiza-se que o elipsoide de referência varia em função da região da superfície terrestre.
Vale ressaltar que há uma diferença entre o sistema de coordenadas UTM e Projeção
UTM, visto que a primeira se trata do sistema de linhas retas espaçadas uniformemente, que
se intersectam em ângulos retos, formando um quadriculado que consiste nas coordenadas
planoretangulares. O quadriculado UTM está estreitamente relacionado à projeção UTM, a qual
divide a Terra em 60 fusos de 6º de longitude cada. O quadriculado, se considerado como parte
integrante de cada fuso, tem sua linha vertical central coincidente com o meridiano central (MC)
de cada fuso. A origem das medidas do quadriculado é o cruzamento do MC com o Equador, ao
qual foram atribuídos arbitrariamente, para o Meridiano Central 500.000 m, determinando as
distâncias em sentido Leste/Oeste, e para o Equador, 10.000.000 m para o Hemisfério Sul, e 0 m
para o Hemisfério Norte.
O espaço entre as linhas do quadriculado UTM é conhecido como equidistância do
quadriculado. O sistema de medida é o linear em metros, cujos valores são sempre números
inteiros, sendo registrados nas margens do cruzamento do Equador com um meridiano padrão
específico, que é a origem desse sistema de coordenadas. Os valores das coordenadas obedecem
a uma sistemática de numeração, a qual estabelece um valor de 10.000.000 m sobre o Equador e
de 500.000 m sobre o MC.

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Figura 4 - Simplificação do Sistema de Projeção e coordenadas Universal Transversa de Mercator (Universal Trans-
verse Mercator - UTM). Fonte: IBGE (1999).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A latitude de um ponto a Sul do Equador é tratada como a distância em metros, entre esse
ponto e o Equador, a qual deve ser deduzida de 10.000.000 m para obter-se o valor quadricular
real do ponto; esse valor refere-se como Norte, porque aumenta de Sul para Norte. Já para a
latitude de um ponto a Norte do Equador, trata-se da distância em metros, entre esse ponto e
o Equador, somada a 0 m para obter-se o valor quadricular real do ponto. Esse valor também
se refere como N quadricular, porque aumenta para Norte. Sendo assim, as coordenadas lidas a
partir do eixo N (Norte-Sul) de referência, localizado sobre o Equador terrestre, vão se reduzindo
no sentido sul do Equador.
As coordenadas do eixo E (considerado Leste-Oeste) são contadas a partir do MC
de referência, possuem valores crescentes no sentido leste e decrescentes no sentido oeste. A
longitude de um ponto à direita do MC de uma zona ou fuso é vista como a distância em metros,
entre esse ponto e o MC, somada aos 500.000 m para se obter o valor quadricular. A longitude
de um ponto à esquerda do MC, no entanto, é a distância em metros entre esse ponto e o MC,
deduzida de 500.000 m para obter-se o valor quadricular real do ponto, como podemos observar
na Figura 4 (IBGE, 1999).

5. SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS

Dada a necessidade de encontrar a localização precisa de qualquer ponto sobre sua

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superfície, bem como orientar a confecção de cartas e mapas, no século XVII, René Descartes
contribuiu para unir a álgebra e a geometria, criando o sistema de coordenadas. Sua interpretação
é universal e permite a mudança de base para adequar determinado sistema de coordenadas
para outros sistemas. Utilizamos para elipsoide ou esfera um sistema de coordenadas curvilíneo
composto de paralelos e meridianos (SANTIAGO; SALVIANO, 2016).
O conceito de latitude e longitude é importante no entendimento do sistema de
coordenadas, a latitude geodésica trata-se do ângulo entre a superfície de referência, ou seja,
elipsoide ou esfera, no ponto em questão e o plano Equador. Ela tem variação de 0 a 90 graus
(Norte-Sul). O sistema de paralelos é constituído por um círculo máximo imaginário
denominado Equador, que representa a linha de latitude 0º e divide a Terra em dois hemisférios
(Norte e Sul) (SANTIAGO; SALVIANO, 2016).

Figura 5 – Representações da superfície da Terra: o elipsoide de revolução e o geoide, com suas respectivas perpen-
diculares em um dado ponto. Fonte: Santiago e Salviano (2016).

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Já a longitude geodésica é composta pelo ângulo entre o meridiano que passa pelo ponto
e o meridiano de origem (Greenwich, por convenção) e tem variação de 0 a 180º (Leste e Oeste)
(SANTIAGO; SALVIANO, 2016). O sistema de meridianos é constituído por semicírculos
de círculos máximos imaginários que passam pelos polos Norte e Sul, perpendicularmente
aos paralelos e pelo ponto considerado. São conhecidos como meridianos de longitude e
antimeridianos (semicírculos de círculos imaginários, diametralmente opostos aos meridianos)
(SANTIAGO; SALVIANO, 2016).

Figura 6 – Modelo simplificado do sistema de coordenadas geográficas. Fonte: IBGE (1999).

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Uma revisão muito interessante sobre coordenadas geo-
gráficas pode ser vista no vídeo Cartografia: sistemas de
coordenadas geográficas - Brasil Escola, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=24rONGwLhj4.

O entendimento dos sistemas de coordenadas e projeções cartográficas ainda


não é completamente disseminado, mas as aplicações desses estudos podem
ser visualizadas durante o cotidiano da maioria das pessoas. Um exemplo é quan-
do compartilhamos nossa localização, procuramos um endereço e até mesmo
solicitamos um carro por aplicativo. Todos esses programas estão conectados
a GPS e, assim, aplicam-se todas as bases teóricas discutidas ao decorrer desta
unidade; sendo assim, reflita quando utilizar tais ferramentas e tente relacionar
com os assuntos aqui tratados.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O emblema das Nações Unidas é um mapa do mundo representando uma proje-


ção equidistante azimutal centrada no Polo Norte, inscrita em uma coroa de flores
consistindo de ramos convencionais da oliveira cruzados, em azul, com todas as
áreas de água em branco. A projeção do mapa se estende a 60 graus de latitude
sul e inclui cinco círculos concêntricos (UNITED NATIONS, 2019). A vantagem de
uma projeção azimutal é que todos os pontos estão representados no mapa a
uma distância proporcionalmente correta do ponto central.

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Figura 7 – Emblema das Nações Unidas. Fonte - United Nations (2019).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, podemos compreender os princípios base que irão nortear o trabalho
do georreferenciamento. Para a aplicação de toda e qualquer técnica de mensuração da Terra,
exige-se que haja conhecimento sobre suas formas. O georreferenciamento irá utilizar as técnicas
cartográficas e de geoprocessamento em seus modelos de representação dos dados, utilizando
técnicas matemáticas e computacionais, como, por exemplo, a utilização de SIGs. O estudo desses
conceitos básicos foi fundamental para o entendimento do trabalho de georreferenciamento.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

02
DISCIPLINA:
GEORREFERENCIAMENTO

O GEORREFERENCIAMENTO
PROF.A MAYRA STEVANATO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................20
1. GEORREFERENCIAMENTO .................................................................................................................................. 21
1.1 CONCEITO ........................................................................................................................................................... 21
2. GNSS ...................................................................................................................................................................... 21
2.1 O SISTEMA GPS (GLOBAL POSITIONING SYSTEM) .......................................................................................22
2.2 O SISTEMA GLONASS ........................................................................................................................................23
2.3 O SISTEMA GALILEO .........................................................................................................................................23
2.4 O SISTEMA BEIDU .............................................................................................................................................24
3. MÉTODOS DE GEORREFERENCIAMENTO ........................................................................................................25
3.1 TEODOLITO ..........................................................................................................................................................26
3.2 ESTAÇÃO TOTAL ................................................................................................................................................. 27

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3.3 RECEPTOR GNSS ...............................................................................................................................................28
3.3.1 NAVEGAÇÃO: RECEPTOR CÓDIGO C/A ........................................................................................................28
3.3.2 TOPOGRÁFICOS: RECEPTORES L1 ................................................................................................................28
3.3.3 GEODÉSICOS: RECEPTORES L1/L2 ...............................................................................................................29
4. OS MÉTODOS DE POSICIONAMENTO DOS RECEPTORES GNSS ...................................................................30
4.1 POSICIONAMENTO ABSOLUTO .......................................................................................................................30
4.2 POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO – PPP .........................................................................................30
4.3 POSICIONAMENTO RELATIVO ......................................................................................................................... 31
4.4 POSICIONAMENTO RELATIVO CINEMÁTICO EM TEMPO REAL – RTK ....................................................... 31
5. ACURÁCIA E PRECISÃO ......................................................................................................................................32
5.1 ACURÁCIA ..........................................................................................................................................................32
5.2 PRECISÃO ...........................................................................................................................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................35

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

O georreferenciamento é uma atividade que exige conhecimento das dimensões e formas


da Terra. Como estudado na unidade anterior, o modelo matemático da forma da Terra é o
elipsoide. Qualquer ponto da superfície terrestre pode ser mensurado e representado, além de
definir-se a posição desse local utilizando-se a Longitude, a Latitude e altura geométrica; dessa
forma, georreferenciamos.
Existem vários procedimentos e instrumentos que permitem a mensuração da
superfície terrestre. Nesta unidade, iremos discutir as técnicas e os instrumentos utilizados no
georreferenciamento e os principais sistemas que utilizam posicionamento por satélite, formando
o sistema GNSS. Iremos apresentar as principais características do sistema GPS, GALILEO,
GLONASS e BEIDOU.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2

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1. GEORREFERENCIAMENTO

1.1 Conceito
Georreferenciar algo significa tornar conhecidas suas coordenadas em um determinado
sistema de referência. Tem por finalidade delimitar a forma, a dimensão e/ou a localização de um
ponto da superfície terrestre.
Georreferenciamento é uma palavra nova no vocabulário da língua portuguesa, surgiu
com a necessidade de se descrever o conceito da Geodésia e da Cartografia. Seu significado está
em determinar um ponto ou área utilizando coordenadas referidas a um sistema único mundial
(MENZORI, 2017).
Embora georreferenciar seja algo muito antigo, pois sempre foi necessário ao homem
se localizar na superfície terrestre, hoje se localizar tornou-se muito mais necessário e preciso.
Se há alguns séculos atrás o homem se orientava pelos astros celestes, hoje conta com diversas
tecnologias para tal ato.
No Brasil, o termo apenas se popularizou a partir de 2001, com a obrigatoriedade do
georreferenciamento de imóveis rurais. Veremos mais sobre esse tema na Unidade III.
Um marco para o georreferenciamento foi o avanço tecnológico e a criação dos sistemas

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
de posicionamento por satélite. A seguir, iremos ver um pouco mais sobre essa tecnologia e seu
uso no georreferenciamento.

2. GNSS

A sigla GNSS significa Global Navigation Satellite System, em português Sistema Global
de Navegação por Satélite. Como o próprio nome sugere, trata-se de um conjunto de sistemas de
posicionamento global que utilizam satélites orbitais, que em conjunto a outros recursos é capaz
de determinar a localização de um receptor em qualquer lugar do planeta (MENZORI, 2017).
Fazendo referência a uma constelação de satélites, o GNSS diz respeito ao conjunto de
sistemas orbitais existente hoje no mundo todo. A existência de vários sistemas contribui para a
disponibilidade de sinal e confiabilidade do uso do sistema.
Entre os sistemas existentes, os mais conhecidos são: o sistema GPS de origem américa,
o sistema GLONASS de origem russa, o sistema GALILEO de origem europeia e o sistema
BEIDOU de origem chinesa.

Figura 1 – Representação de constelação de satélites. Fonte: U.S. Govt Source via Nobel Systems (2019).

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Vejamos um pouco sobre cada um desses sistemas:

2.1 O Sistema GPS (Global Positioning System)


Trata-se do sistema de posicionamento mais popular e utilizado em todo o mundo. De
origem americana, o GPS é formado por 24 satélites em sua constelação, divididos em 6 planos,
cada qual com 4 satélites cada.
O sistema apresenta dois tipos de serviço:

• Standard Positioning Service (SPS).

• Precise Positioning Service (PPS).

O SPS apresenta confiabilidade de 95% e é oferecido gratuitamente para usuários de todo


o mundo. De forma geral, quando se fala de sistema GPS, estamos nos referindo a esse serviço.
Ele se segmenta em três divisões:

• Segmento espacial: o sinal é transmitido por satélites e apresenta o posicionamento


desejado.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
• Segmento de controle: é a parte responsável pela manutenção do sistema.

• Segmento de usuários: é responsável por todas as aplicações do sistema de navegação


por satélite e seus receptores.

Por sua vez, o PPS é bem mais preciso, porém seu uso é restrito, podendo ser utilizado
apenas pelo exército americano e alguns usuários autorizados (EL-RABANI, 2002).

Figura 2 – Sistema GPS. Fonte: Wikipedia (2019).

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2.2 O Sistema GLONASS


O Global’naya Navigatsionnay Sputnikovaya – GLONASS, em português Sistema de
Navegação Global por Satélite, foi inicialmente desenvolvido pela ex-URSS, em meados da década
de 1970. O sistema é formado por 24 satélites, em 3 planos orbitais. Cada um desses planos conta
com 8 satélites. Assim como no sistema GPS, o GLONASS também é dividido nos seguimentos
espacial, controle e monitoramento e usuário.
Esse sistema possui dois tipos de sinais de navegação:

• Sinal de precisão padrão (SP – Standard Precision).

• Sinal de alta precisão (HP – High Precision).

Assemelhando-se novamente com o GPS, este também conta com sinais de uso livre,
sinais restritos. O Sinal de precisão padrão – SP pode ser utilizado por usuários civis, enquanto o
Sinal de alta precisão – HP possui uso restrito.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 3 – Sistema GLONASS. Fonte: Wikipedia (2019).

2.3 O Sistema GALILEO


Criado pela Agência Espacial Europeia em 1994, o European Satellite Navigation System,
ou simplesmente sistema GALILEO, é um sistema global de navegação por satélite que apresenta
compatibilidade com os sistemas anteriormente apresentados (GPS e GLONASS), podendo
oferecer ambas as frequências como padrão, garantindo maior amplitude do sistema. Foi criado
com o intuito de propiciar à União Europeia e aos países associados a ela, independência em
relação ao posicionamento e à navegação por satélite.
Com uma constelação maior que o GLONASS e o GPS, o GALILEO possui 30 satélites,
dos quais 27 são ativos e 3 reservas, divididos em 3 planos orbitais com 10 satélites cada. Essa
quantidade de satélites garante aos usuários maior precisão e agilidade do serviço, além da
garantia de que, se houver algum problema, com algum satélite, isso não será sentido em seu uso.
A utilização plena do sistema está prevista para 2020.

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Figura 4 – Sistema GALILEO. Fonte: Milani (2018).

2.4 O Sistema BEIDU


Criado pelos chineses, o Navigation Satellite Experimental System (COMPASS), também
chamado de BEIDOU, é um sistema também em construção. Os primeiros satélites foram
lançados em 1993, e a previsão de conclusão é em 2020.

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Com o propósito de oferecer diversos serviços, entre eles, telecomunicação,
posicionamento, navegação e meteorologia, o projeto conta com a previsão de envio de 33 satélites
em órbita até sua conclusão. Como nos demais sistemas, serão transmitidos dois tipos de sinais,
um sinal de livre acesso e outro restrito a uso com autorização do governo chinês.

Figura 5 - Sistema BEIDOU. Fonte: Kompendium (2015).

Além de sua utilização no georreferenciamento, o posicionamento via GNSS é uti-


lizado em diversos outros trabalhos, entre eles:
• Locação de obras.
• Mapeamento/levantamento topográfico.
• Agricultura de precisão.
• Cadastros.

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3. MÉTODOS DE GEORREFERENCIAMENTO

Obter as coordenadas geográficas de um determinado local se faz devido à necessidade


de se delimitar uma área, descobrir seus perímetros, sua posição em relação ao globo terrestre,
seu tamanho, dentre outros produtos que podem ser produzidos pelo profissional habilitado a
isso.
Há três erros básicos que podem ocorrer em um levantamento, esses erros estão
relacionados aos equipamentos utilizados, ao operador dos equipamentos, ou às condições
climáticas do local. Independentemente do equipamento utilizado e por maior cuidado que
se tome, dificilmente um levantamento estará totalmente isento de erros (VEIGA; ZANETTI;
FAGGION, 2007).
Existe um mito de que o georreferenciamento só pode ser realizado utilizando receptores
GNSS ou receptores de sinal GPS. Essa é uma informação falsa. Existem várias formas de se
georreferenciar um ponto, as ferramentas e estratégias a serem utilizadas irão depender da
precisão exigida.
Podemos utilizar, para o georreferenciamento de uma área, instrumentos mais grosseiros
ou mais precisos. Como apontado por Menzori (2017), é possível realizar o georreferenciamento
utilizando inclusive trena e balizas, dependendo da precisão das coordenadas que se pretende
atingir, como no exemplo a seguir:

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Um determinado poço de uma rede de esgoto que precisa ser georreferenciado
e as suas coordenadas não precisam ter precisão melhor que +_ 1 metro,
porque esse é praticamente o diâmetro do tampão do poço. Imagine agora
que nas proximidades desse poço existam dois pontos, como dois postes,
georreferenciados com precisão melhor que =- 1 metro. Basta se fazer uma
trilateração com trena, medindo duas distâncias horizontais do poço até cada um
dos postes. É a trilateração clássica usada em topografia convencional. Constrói-
se assim um triângulo e as coordenadas do poço resultam dessa trilateração
(MENZORI, 2017, p. 57).

A situação apontada, embora raramente aplicada, é possível e apresenta técnicas corretas.


Neste exemplo, ocorrem distâncias muito próximas onde se pode haver o tratamento plano ao
problema.
Os equipamentos utilizados para o georreferenciamento evoluíram muito, apresentando
cada vez mais precisão nas mensurações, otimização do tempo de trabalho, tanto em campo
quanto na manipulação de dados e diferenças financeiras, ficaram mais caros, porém diminuem
o gasto com a mão de obra em campo e minimizam as chances de erro.
Para se definir quais aparelhos utilizar, o profissional precisa considerar suas necessidades
de trabalho do dia a dia, sua capacidade financeira e a otimização de seu tempo.
Trataremos a seguir dos métodos de georreferenciamento utilizados em áreas mais
extensas que a apresentada anteriormente, abordaremos o uso do teodolito, da estação total e dos
receptores GNSS.

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3.1 Teodolito
Tratando-se de um instrumento óptico de medição, o teodolito é utilizado na medição
de ângulos verticais e horizontais. De forma geral, ele funciona como um telescópio com
movimentos graduados vertical e horizontalmente. Esse aparelho já foi muito utilizado em
projetos topográficos, porém sua utilização hoje não é comum. Embora existam teodolitos
eletrônicos e digitais, a utilização desse equipamento em georreferenciamento é muito comum,
mas está muito próximo de ser considerado ultrapassado.
Para seu uso, são feitas observações dos ângulos verticais, enquanto se utiliza a trena
métrica, a mira e os distanciômetros para se medir as distâncias horizontais. Esses dados são
coletados em campo, e depois são tratados matematicamente, para se obter as coordenadas
cartesianas (Figura 6).

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 6 – Teodolito em uso. Fonte: Shay (2006).

Para compreender melhor a utilização desse equipamen-


to, sugere-se que você assista ao vídeo, disponibilizado
pelo Canal PS Engenharia, que explica as partes impor-
tantes de um teodolito, a leitura da mira ou régua gradu-
ada, a instalação do aparelho no tripé, centragem, cala-
gem, visadas: descendente, ascendente e perpendicular
(ângulo vertical). O conteúdo é apresentado de forma cla-
ra, detalhada e ilustrada. Além disso, apresenta formas
de como realizar medidas indiretas de distância e deter-
minar a diferença de nível entre dois pontos do terreno,
utilizando o equipamento teodolito. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=lToxs4YOG5U.

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3.2 Estação Total


A estação total é um aparelho que também realiza medições de ângulos verticais,
horizontais e de distância lineares. Pode-se dizer que uma estação total é a junção de um
teodolito com um distanciômetro, tudo em um só aparelho. Além disso, ela é capaz de medir as
coordenadas dos pontos coletados instantaneamente.
A estação total, diferentemente do teodolito, é capaz de armazenar os pontos coletados
em sua memória interna, sendo desnecessário o uso de planilhas manuais, uma vez que é possível
realizar até mesmo cálculos em campo com ela. Depois esses dados podem ser facilmente baixados
em um computador, para se realizar desenhos, construções e mapeamentos necessários.
Assim como o teodolito, a estação total tem a necessidade de que os pontos a serem
coletados estejam intervisíveis entre si. Desse modo, sua utilização se faz posicionando-a em
um local livre de obstáculos, onde se possa, por meio do aparelho, fazer a leitura de um ponto,
o prisma. Esse prisma fica localizado sobre uma haste metálica, devendo ser posicionado sobre
o local que se deseja medir. Por intermédio da emissão de um laser, do aparelho para o prisma,
é possível medir as distâncias e os ângulos, considerando o tempo de resposta e o ângulo de
rotação do aparelho até o prisma e do prisma até o aparelho.

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Figura 7 – Estação total. Fonte: Jensen (2008).

Neste vídeo sugerido, você poderá observar a utilização


de uma estação total em campo para georreferencia-
mento de uma área. São demonstrados todos os pro-
cessos para o uso do aparelho, desde a montagem até
a coleta dos pontos. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=mZjk3aud5aA.

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3.3 Receptor GNSS


No posicionamento GNSS, não há a necessidade de visualização entre os pontos, pois estes
são orientados por sinais de satélites e ondas de rádio.
De acordo com Caldas (2014), as medidas realizadas utilizando GNSS estão vulneráveis
a erros que podem prejudicar a precisão da posição obtida.
A posição dos dados obtidos deverá seguir normas estabelecidas pela legislação, sendo
necessário o uso de receptores e métodos que correspondam a essas normas. Uma vez que existam
diferentes comprimentos de onda, o serviço a ser realizado será determinante para a escolha de
quais receptores e métodos irão proporcionar uma melhor acurácia.
Os receptores GNSS são classificados de acordo com seu comprimento de onda,
considerando suas aplicações e funcionalidade possível. Eles estão divididos em: Navegação,
Topográficos e Geodésicos.

3.3.1 Navegação: receptor Código C/A

Esses receptores possuem ondas de 300 metros de comprimento, aproximadamente, e sua


acurácia em torno de 2,5 metros. Desse modo, esse tipo de receptor não é indicado para trabalhos
topográficos, pois não possuem grande acurácia.
Esse tipo de receptor é utilizado em levantamento no qual não seja exigido nenhum tipo

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de acurácia. Geralmente são utilizados em automóveis, processos ambientais de licenciamento,
em atividades diárias de lavoura, na construção de roteiros, entre outras atividades.

Figura 8 – GPS para navegação em automóvel. Fonte: Max Pixel (2016).

3.3.2 Topográficos: receptores L1

Esse tipo de receptor possui ondas com 19 cm de comprimento. Isso faz com que a
acurácia do equipamento esteja abaixo de 3 metros, podendo esse valor chegar a centímetros, se
realizada correção diferencial.
Utilizando-os, é possível se realizar trabalhos que exigem alta acurácia, porém são
receptores lentos se comparados aos receptores L1/L2 com acréscimo de RTK e da constelação
GLONASS.
Para sua utilização com maior eficácia, aconselha-se seu uso em locais abertos.
São geralmente utilizados em Cadastro Ambiental Rural (CAR), mapeamento (SIG),
trabalhos de saneamento, cadastro urbano, entre outros.

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Figura 9 – GPS para navegação em automóvel. Fonte: A autora.

3.3.3 Geodésicos: receptores L1/L2

Esse tipo de aparelho possui ondas de 19 centímetros de comprimento em L1 e 24


centímetros de comprimento em L2. Segundo Monico (2008), a acurácia dos dados obtidos por
GNSS pode chegar a alguns decímetros.

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É possível, com esse tipo de receptor, fixar dados com facilidade, em qualquer tipo de
ambiente. Por isso, esse tipo de receptor é utilizado em grandes construções, georreferenciamento
de imóveis rurais, levantamento topográfico e posicionamento de alta precisão.

Figura 10 – Receptor GNSS. Fonte: Manop (2007).

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4. OS MÉTODOS DE POSICIONAMENTO DOS RECEPTORES GNSS

Destacaremos aqui quatro métodos de posicionamento utilizando receptores GNSS.


Assim como a escolha de qual receptor utilizar depende do trabalho a ser utilizado, a escolha do
método também irá depender disso.

4.1 Posicionamento Absoluto


• Também conhecido como posicionamento por Ponto ou Autônomo.
• Necessita de um único receptor (código C/A), que irá realizar a marcação em tempo real
com acurácia de aproximadamente 10 metros.
• É o tipo de método aplicado em navegações sem muita precisão.

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Figura 11 – Esquema de posicionamento absoluto. Fonte: Menzori (2017).

4.2 Posicionamento por Ponto Preciso – PPP


• Requer o uso de apenas um receptor (L1/L2).

• Exige-se tempo de ocupação em um ponto.

• Apresenta a posição com grande precisão, mas não em tempo real.

• São necessárias correções dos dados coletados no pós-processamento


(http://www.ppp.ibge.gov.br/ppp.htm).

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4.3 Posicionamento Relativo


• Utiliza, no mínimo, dois receptores simultaneamente (L1 ou L1/L2).

• Um dos receptores deve ser instalado em um ponto conhecido.

• Exige-se tempo de ocupação em um ponto.

• Apresenta a posição com grande precisão, mas não em tempo real.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 12 – Esquema de posicionamento relativo. Fonte: Menzori (2017).

4.4 Posicionamento Relativo Cinemático em Tempo Real – RTK


• Utiliza, no mínimo, dois receptores simultaneamente (L1/L2).

• Um dos receptores deve ser instalado em um ponto conhecido.

• A estação base coleta os dados que serão transmitidos para a estação móvel.

• Entre os receptores, é necessário algum tipo de comunicação.

• Apresenta a posição com grande precisão em tempo real.

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Figura 13 – Esquema de posicionamento RTK. Fonte: Menzori (2017).

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5. ACURÁCIA E PRECISÃO

Precisão e acurácia são termos muito utilizados no georreferenciamento, são parecidos


e geram equívocos devido à sua similaridade. Discutiremos a seguir cada um desses termos,
destacando as particularidades de cada um.

5.1 Acurácia
Segundo Mikhail e Ackermann (1976), acurácia é o grau de proximidade de uma
estimativa de seu valor verdadeiro, refletindo a proximidade de uma grandeza estatística ao valor
do parâmetro estimado.
Esse termo surgiu da palavra inglesa accuracy. Antes da adesão a esse termo, utilizavase
a palavra exatidão para se referir à noção de proximidade de uma medida com seu valor real, em
uma variável.
Como já citado, por algum tempo, os termos acurácia, precisão e exatidão foram tratados
como sinônimos. Hoje, após estudos e discussões sobre o tema, concorda-se que acurácia pode
ser definida como exatidão mais precisão. Considerando que a exatidão seja o ponto exato de um
valor verdadeiro, a acurácia é a aproximação mensurada dessa exatidão.

5.2 Precisão
Segundo Mikhail e Ackermann (1976), a precisão é definida como o grau de conformidade
entre as observações de uma mesma variável.
O conceito de precisão está relacionado ao grau de variação em um conjunto de medições,
ou seja, quanto mais precisa uma medida, menor é sua variação entre os valores obtidos.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Figura 14 – Exemplo ilustrativo de precisão e acurácia. Fonte: A autora.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Na Figura 14, podemos observar quatro situações distintas onde:

a) Não há precisão nem acurácia.

b) Há acurácia, mas não há precisão.

c) Não há acurácia, mas é preciso.

d) Há acurácia e precisão.

Sugere-se a leitura do artigo Georreferenciamento de Roque et al. (2006), disponí-


vel em: http://www.unemat.br/revistas/rcaa/docs/vol4/10_artigo_v4_.pdf.

Este artigo faz um levantamento bibliográfico sobre o georreferenciamento e ge-


orreferenciamento em imóveis rurais, ressaltando a utilização dos GPS L1 em con-
junto com receptores de GPS L1/L2.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Vamos considerar que temos dois atiradores, praticando tiro em dois alvos distin-
tos (cada qual com seu alvo). Na primeira sessão de tiros, o primeiro e o segundo
atirador acertaram o centro dos alvos em uma mesma medida, porém o segundo
atirador conseguiu manter uma dispersão menor dos tiros.
Desse modo, podemos dizer que o segundo atirador teve mais precisão e acurácia
do que o segundo atirador, embora ambos tenham acertado o alvo.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 15 - Tiro ao alvo para ilustrar acurácia e precisão. Fonte: Monico et al. (2009).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, pudemos discutir sobre o termo georreferenciamento e como este, apesar
de sua popularização recente, está presente em nosso dia a dia.
Aprendemos sobre as técnicas e os métodos utilizados para georreferenciar, assim como
os equipamentos. Salientamos que não são necessários equipamentos caros e sofisticados para
isso, mas que cada tipo de georreferenciamento exige um material e técnicas diferenciadas, sendo
de responsabilidade do agrimensor decidir por qual equipamento optar.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

03
DISCIPLINA:
GEORREFERENCIAMENTO

GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS


PROF.A MAYRA STEVANATO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................38
1. O GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS ........................................................................................39
2. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E NORMATIVOS ......................................................................................................39
3. PRAZOS DO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS .......................................................................42
4. CONCEITO DE IMÓVEL RURAL PARA O GEORREFERENCIAMENTO .............................................................43
5. ETAPAS DO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS .......................................................................44
5.1 PLANEJAMENTO .................................................................................................................................................44
5.2 DEMARCAÇÃO ....................................................................................................................................................45
5.3 MEDIÇÃO ............................................................................................................................................................ 47
5.4 RELATÓRIO ......................................................................................................................................................... 47

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5.4.1 PLANTA ............................................................................................................................................................48
5.4.2 MEMORIAL ......................................................................................................................................................48
5.5 CERTIFICAÇÃO ...................................................................................................................................................49
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................52

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

O georreferenciamento de imóveis rurais funciona como um instrumento de controle


e registro da propriedade rural, agregando uma referência e estabelecendo um endereço
para o imóvel no planeta Terra. Extremamente útil para os donos de propriedades rurais, o
georreferenciamento de imóveis surgiu como uma necessidade de proteger as terras rurais, além
de levantar os dados da propriedade e mantê-la certificada.
Os produtos elaborados pelo georreferenciamento consistem em uma planta topográfica
e um memorial descritivo, contendo as coordenadas geográficas de cada vértice do terreno.
Uma dúvida muito comum é sobre como realizá-lo. Nesta unidade, veremos mais
informações sobre como realizar o georreferenciamento de imóveis rurais. Mas, antes disso,
vamos entender o que é preciso saber sobre esse processo de certificação.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. O GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS

O georreferenciamento de imóveis rurais tem por objetivo controlar e registrar as


propriedades rurais brasileiras, adicionando uma referência geográfica, estabelecendo um
endereço a eles.
Devido a essa necessidade de se identificar o imóvel rural, de fiscalizar a sobreposição
e grilagem de terras, o governo federal instituiu a obrigatoriedade do georreferenciamento de
terras. Em busca de aprimorar a Lei de Registro de Imóveis, homologou-se, em 2001, a Lei nº
10.267, considerada a lei do Georreferenciamento. Nessa ocasião, foi criado o Cadastro Nacional
de Imóveis Rurais (CNIR), exigindo o georreferenciamento para todo imóvel. A recepção,
validação, regularização, organização e disponibilização das informações georreferenciadas
de limites de imóveis rurais devem ser feitas junto ao Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF),
a ferramenta para a certificação da propriedade junto ao Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra).
A seguir, discutiremos a legislação regente do georreferenciamento de imóveis rurais em
nosso país.

2. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E NORMATIVOS

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi criado em 9 de julho
de 1970, o Decreto nº 1.110 criou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
resultado da fusão do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (Ibra) com o Instituto Nacional de
Desenvolvimento Agrário (Inda). Tratando-se de um órgão público federal, o Incra é responsável
pelo Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), banco de dados de armazenamento de diversas
informações dos imóveis rurais brasileiros. Esse órgão tem como objetivo implementar a política
de reforma agrária brasileira e colaborar para o desenvolvimento sustentável do meio rural, por
meio da realização do ordenamento fundiário nacional.
Desse modo, o Incra trata-se do órgão regulamentador do georreferenciamento de
imóveis rurais em todo o país.
Sabe-se que o sucesso na conclusão de um projeto de georreferenciamento não depende
simplesmente de um bom conjunto de equipamentos e softwares. Além do conhecimento
sobre as técnicas a serem aplicadas, é necessário que o profissional responsável domine amplo
conhecimento quanto às leis e normativas brasileiras, que regem o trabalho de georreferenciamento
em nosso país.
O desafio de conhecer e entender os textos que legislam e normatizam o trabalho de
georreferenciar um imóvel deve ser dominado por você, futuro profissional da área. É de extrema
importância que as leis e as normativas em vigor sejam seguidas para que não haja nenhum erro,
criando problemas junto ao Incra e ao Registro de Imóveis.

WWW.UNINGA.BR 39
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Seguem, em ordem cronológica, as principais leis brasileiras que envolvem o


georreferenciamento:

• Lei 4.504 de 1964 – Lei do Estatuto da Terra.


• Lei 6.015 de 1973 – Lei dos Registros Públicos.
• Lei 10.267 de 2001 – Lei do georreferenciamento rural.
• Decreto nº 4449 de 2002 – Fala sobre os dispositivos da certificação.
• Decreto nº 5570 de 2005 – Modifica o decreto nº 4449.
• Lei 11.952 de 2009 – Regularização fundiária.
• Decreto nº 7620 de 2011 – Alteração de prazos para elaboração do georreferenciamento
rural.
• Norma de execução nº 105 de 2012 – Regulamenta procedimentos de certificação.
• Decreto nº 9311 de 2018 – Alteração de prazos para elaboração do georreferenciamento
rural.
• Decreto nº 9310 de 2018 – Regularização fundiária urbana.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
Dentre as leis supracitadas, considera-se de maior importância a lei nº 10.267, promulgada
em 28 de agosto de 2001, sendo considerada a “Lei do Georreferenciamento”. Ela altera a Lei
de Registro Público (Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973), alterando a determinação e
identificação dos imóveis rurais, introduzindo a exigência do georreferenciamento. Com isso,
exige-se que a delimitação de um imóvel não se sobreponha a outro já certificado pelo Incra,
tal como descrito no Art. 176 da citada Lei nº 6.015/73. A Figura 1 demonstra um exemplo de
imóvel sobreposto.

Figura 1 - Esquema de sobreposição de limites de imóveis. Fonte: A autora.

WWW.UNINGA.BR 40
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Em relação às normas a serem seguidas para a execução do georreferenciamento, o Incra


lançou, em 2013, a terceira versão da Norma Técnica do Georreferenciamento de Imóveis Rurais
– NTGIR. Ela trata das condições exigíveis para execução dos serviços de georreferenciamento
de imóveis rurais, em atendimento ao que estabelecem os parágrafos 3º e 4º, do artigo 176, e
o parágrafo 3º do artigo 225 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, incluídos pela Lei nº
10.267, de 28 de agosto de 2001 (Incra, 2013).
Além da NTGIR, a legislação brasileira dispõe de mais algumas normas que regem o
trabalho de georreferenciamento de imóveis e, entre elas, estão:

• NBR 13133 de 1994 – Normas para execução de levantamento topográfico.


• NBR 14166 de 1998 – Rede de referência cadastral.
• NTGIR 1ª ed. de 2003 – Norma para Georreferenciamento de Imóveis Rurais.
• Norma de execução nº 80 de 2009 – Diretrizes e procedimentos referentes à certificação.
• NTGIR 2ª ed. de 2010 (09/2010 Revisada) – Norma para Georreferenciamento de Imóveis
Rurais.
• Norma de execução nº 92 de 2010 – Diretrizes e procedimentos referentes à certificação.
• Norma de execução nº 96 de 2010 – Diretrizes e procedimentos referentes à certificação.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
• Norma de execução nº 105 de 2012 – Regulamenta procedimentos de certificação.
• Portaria nº 486 de 2013 – Homologa NTGIR 3ª edição.
• NTGIR 3ª ed. de 2013 – Norma para Georreferenciamento de Imóveis Rurais (SIGEF).
• Manual técnico de limites e confrontações (SIGEF) de 2013.
• Manual técnico de posicionamento (SIGEF) de 2013.
• Manual de Gestão da Certificação (SIGEF) de 2013.
• Manual do SIGEF de 2013.
• Instrução normativa nº 77 de 2013 – Regulamenta procedimentos de certificação.
• Norma de execução nº 107 de 2013 – Procedimentos na gestão da certificação.
• Norma de execução nº 02 de 2018 – Aerofotogrametria para o georreferenciamento rural.

Caro aluno, esteja atento, além das leis e normas supracitadas, é preciso se atentar às
normativas da corregedoria de cada estado brasileiro. Elas também devem ser consideradas para
que não haja problemas no momento do registro do imóvel junto ao Cartório de Registro de
Imóveis.
Também é muito importante que se faça uso de softwares que já estão de acordo com as
leis e normas brasileiras, evitando erros e devoluções.

WWW.UNINGA.BR 41
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Você sabe o que é grilagem? A grilagem consiste na ocupação irregular de terras,


utilizando fraude e falsificação de títulos de propriedade. Esse termo originou-se
da prática de falsificação de documentos, em que se colocam documentos novos
em uma caixa com grilos, os insetos roem e defecam nos documentos, fazendo
com que os papéis fiquem amarelados e desgastados, conferindo-lhes, assim, as-
pecto antigo, semelhante a um documento original (Figura 2).

Forjando direitos de propriedade, essa prática vem gerando graves conflitos fun-
diários. É comum que essas falsificações sejam acompanhadas de atos violentos
contra camponeses/as, ribeirinhos e comunidades tradicionais que ocupam se-
cularmente terras públicas que não possuem registro em cartório, especialmente
aquelas que ainda mantêm suas terras sem cercas e para o uso comum. A grila-
gem ainda é um dos mais poderosos instrumentos de domínio e concentração
fundiária no meio rural brasileiro.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
Figura 2 - Esquema representativo da técnica de grilagem. Fonte: Patta (2017).

3. PRAZOS DO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS

Foi a partir do artigo 10 do Decreto nº 4.449/02 que ficaram estabelecidos os prazos de


carência para o cumprimento da exigência do georreferenciamento e da certificação do Incra
quanto aos imóveis rurais.
Confira a seguir os prazos:

WWW.UNINGA.BR 42
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

• 20/11/2016 para imóveis acima de 250 hectares.


• 20/11/2018 para os imóveis com área de 100 a menos de 250 hectares.
• 20/11/2023 para os imóveis com área de 25 a menos de 100 hectares.
• 20/11/2025 para os imóveis com área inferior a 25 hectares.

4. CONCEITO DE IMÓVEL RURAL PARA O GEORREFERENCIAMENTO

A definição de imóvel rural, pela Lei nº 10.406/2002, é “o solo e suas acessões”.


Simploriamente:

Lei nº 10.406/2002: Art. 79 – “São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe
incorporar natural ou artificialmente”.

Essa definição curta do termo causa dúvidas, uma vez que não abrange a explicação total
do termo. Afinal, o imóvel rural seria a unidade descrita na matrícula? Seria a unidade econômica
agropastoril que consta no cadastro do Incra? Ou a área englobada na declaração do Imposto
Territorial Rural (ITR)?

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
A 3ª NTGIR define o imóvel rural a ser considerado nos serviços de georreferenciamento,
é aquele objeto do título de domínio, bem como aquele passível de titulação.
De acordo com a legislação agrária, o termo imóvel rural pode ser definido como:

Estatuto da Terra – Lei nº 4.504/64: Art. 4º - Para os efeitos dessa Lei, definem-
se:
I - Imóvel Rural, o prédio rústico, de área contínua, qualquer que seja a sua
localização, que se destine à exploração extrativa agrícola, pecuária ou
agroindustrial, quer por meio de planos públicos de valorização, quer por meio
de iniciativa privada.

De forma geral, o conceito legal define que o imóvel rural:

a) deve possuir potencial para exploração agropecuária, agroindustrial ou extrativista;

b) não tem sua característica definida por sua localização, podendo se encontrar tanto no
meio urbano quanto rural;

c) deve ter área contínua.

De tal modo, entende-se que um imóvel rural é a área formada por uma ou mais matrículas
de terras contínuas, do mesmo titular, podendo estar localizada tanto na área urbana quanto na
área rural de um determinado município. O que irá caracterizá-la será a sua destinação de uso,
seja este agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial.
Quando falamos sobre terras contínuas, estamos nos referindo a áreas, que, mesmo
sendo confrontantes, pertencem à mesma pessoa, seja ela pessoa física ou pessoa jurídica. A
propriedade, ou a posse das terras, não necessariamente terá os mesmos documentos, pode ser
que existam várias matrículas, escrituras, registros e demais documentos.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Em um imóvel rural, pode haver limites físicos entre as propriedades, tais como: rios,
pontes, estradas. Pode inclusive acontecer de as propriedades não estarem no mesmo município
ou estado, como ocorre em casos de propriedades em divisas territoriais municipais e estaduais;
ainda assim, esse imóvel será considerado um único imóvel rural.

5. ETAPAS DO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS

Basicamente, o georreferenciamento de um imóvel rural consiste em cinco processos


fundamentais para sua realização: Planejamento, Demarcação, Medição, Relatório e Certificação.

5.1 Planejamento
Consiste na primeira etapa do processo, é de responsabilidade do profissional analisar
toda a documentação e legislação vigente, consultar os órgãos envolvidos e definir como o
georreferenciamento ocorrerá. Além disso, nessa etapa, se faz o levantamento junto ao proprietário
de todos os documentos necessários para o processo, sendo estes:

a) Certidão Imobiliária de inteiro teor atualizada.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
b) Título de Domínio, podendo ser:

Escritura pública de compra e venda; Escritura Particular de Compra e Venda onde conste
o número de transcrição ou do registro, pelo qual o transmitente adquiriu o domínio do
imóvel; formal de partilha; Certidão de pagamento de Quinhão Hereditário; Carta de
Adjudicação expedida em ação de execução ou em inventário ou arrolamento; Ata de
incorporação; Sentença declaratória de Usucapião; Carta de Aforamento ou Enfiteuse;
Título Definitivo expedido pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal; Escritura
Pública de Doação, com ou sem cláusula de Usufruto, em que conste o número da
transcrição ou do registro, pelo qual o transmitente adquiriu o domínio do imóvel;
Carta de Arrematação; Escritura Pública ou Particular de Cessão de Usufruto; Escritura
ou sentença transitada em julgado de Extinção de Condomínio; Outros Documentos
levados a registro e que garantam a seu detentor o direito real da área envolvida.

c) Certidão de domínio atualizada, contendo a descrição do imóvel constante na matrícula.

d) Plantas topográficas existentes.

e) Croquis de levantamentos anteriores.

f) Planilhas de cálculos de levantamentos topográficos anteriores.

g) Cadernetas de campo de levantamentos anteriores.

h) Documentos pessoais de todos os proprietários.

i) Comprovante de endereço dos proprietários.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

j) CCIR (baixar no site do Incra).

k) Certidão de todos os confrontantes.

l) Cópia dos documentos pessoais de todos os confrontantes.

5.2 Demarcação
A segunda etapa do processo consiste no conhecimento da área e na sua demarcação.
Deve ser realizada por meio do reconhecimento dos limites, levando em consideração os padrões
da Norma Técnica de Georreferenciamento para realizar a monumentação e codificação dos
vértices. Vale ressaltar que é responsabilidade do proprietário da área declarar os seus limites,
porém o profissional deve investigar a veracidade das informações declaradas, a fim de evitar
problemas futuros. Sugere-se a análise dos seguintes documentos:

a) Matrícula ou transcrição do imóvel (indispensável).

b) Matrículas e/ou transcrições dos imóveis vizinhos.

c) Títulos de domínio. Exemplos: escritura pública, formal de partilha, carta de

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
arrematação, sentença de usucapião, título de legitimação de terras devolutas, dentre
outros.

d) Peças técnicas (plantas, memoriais descritivos, cadernetas de campo, dentre outros)


relacionadas ao imóvel e/ou aos confrontantes.

e) Nos casos de imóveis passíveis de titulação, deverão ser observados os limites de


respeito, além das indicações anteriores, quando for o caso.

Além dessa análise, sugere-se que o profissional recorra aos confrontantes e aos antigos
moradores da região, de forma a contrapor as informações para saneamento das dúvidas quanto
à localização exata dos limites (Figura 3).

Figura 3 - Demarcação de imóvel rural. Fonte: A autora.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Quanto aos vértices definidores dos limites, estes devem ser classificados por tipos, para
evidenciar a forma de posicionamento (direto ou indireto) e a sua caracterização em campo:

a) Vértice de tipo “M” (Marco): vértice cujo posicionamento é realizado de forma direta
e é caracterizado (materializado) em campo por algum marco.

b) Vértice de tipo “P” (Ponto): vértice cujo posicionamento é realizado de forma direta e
não é materializado por marco.

c) Vértice de tipo “V” (Virtual): vértice cujo posicionamento é realizado de forma indireta.

A codificação dos vértices deve ocorrer de forma organizada, para que não haja mais de
um vértice com o mesmo código (Figuras 4 e 5). Para isso, seguem-se as regras:

a) Os quatro primeiros caracteres referem-se ao código do credenciado responsável pelo


posicionamento do vértice.

b) O quinto caractere refere-se ao tipo do vértice.

c) Os caracteres seguintes referem-se a uma sequência de números inteiros, sendo

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
incrementada à medida que o profissional efetua a definição de um novo vértice.

Figura 4 - Codificação de Vértices. Fonte: Incra (2013).

Figura 5 - Esquema de disposição de vértices. Fonte: A autora.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Se todos os confrontantes de um imóvel já estiverem referenciados, ainda assim,


é preciso fazer o levantamento a campo para georreferenciar tal propriedade?
Apesar de parecer fácil, pois o técnico pode simplesmente pegar as coordenadas
de todos os vértices confrontantes, fechando assim um poligonal da propriedade
que está georreferenciando, isso é algo que não deve jamais ser feito. Os dados
de um georreferenciamento são de total responsabilidade do técnico que o está
realizando; desse modo, é de suma importância a verificação in loco dos dados.
A utilização dos dados de terceiros pode acarretar problemas, pois estes podem
estar incorretos, não respeitando as acurácias exigidas pela legislação. Isso pode-
ria colocar em risco o direito à propriedade, o que caracteriza inclusive um crime.

5.3 Medição
O processo de medição do imóvel rural se dá na ocorrência do transporte das
coordenadas, utilizando aparelhos e ferramentas adequados, utilizando também métodos e

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
precisões estabelecidos pela Norma Técnica para Georreferenciamento.
Segundo a NTGIR 3ª edição, o Manual Técnico de Limites e Confrontações é o documento
que irá orientar o que deve ser medido, enquanto o Manual Técnico de Posicionamento irá
orientar como medir.
Quanto à precisão posicional das medições, fica estabelecido que:

a) Limites artificias (cerca, muro, estrada, vala, canal, linha ideal e limite artificial não
tipificado): precisão de 0,5 metros.

b) Limites naturais (corpo d’água ou curso d’água, linha de cumeada, grota, crista de
encosta, pé de encosta e limite natural não tipificado.): precisão de 3,00 metros.

c) Limites inacessíveis (aqueles aos quais ninguém pode ter acesso): precisão de 7,50
metros.

Esses valores são estabelecidos, devido à permissão do uso de imagens obtidas por
sensoriamento remoto em escala de 1:10.000.

5.4 Relatório
Quarta etapa, a etapa relatório é o resultado dos trabalhos realizados nas etapas anteriores.
Utilizando a planilha eletrônica (planilha ODS), todos os dados do imóvel serão registrados de
forma digital. A partir disso se elabora a descrição, utilizando os resultados alcançados e gerando
os produtos finais: a planta e o memorial descritivo. Essa documentação irá permitir a leitura, a
forma, a dimensão e a localização exata do imóvel rural.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

5.4.1 Planta

Na planta, são apresentados os azimutes e as distâncias entre todos os vértices do imóvel.


Deverá vir acompanhada com os códigos identificadores, podendo estes estarem indicados na
representação de cada vértice ou em um quadro que contenha suas coordenadas UTM. Ela tem
por objetivo demonstrar uma visão de detalhes do imóvel rural, apresentando seus limites, suas
confrontações e sua área total (Figura 6).

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
Figura 6 - Modelo de planta de um imóvel rural georreferenciado. Fonte: Talaska e Etges (2013).

5.4.2 Memorial

Enquanto a planta é a representação visual do imóvel, o memorial descritivo é a sua


descrição detalhada. Ele descreve todos os dados do imóvel: o perímetro, os confrontantes, os
vértices e a área do imóvel (Figura 7).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
Figura 7 - Memorial descritivo certificado pelo Incra. Fonte: Pires (2016).

5.5 Certificação
A última etapa do georreferenciamento é o processo de certificação. Para que este seja
realizado, os produtos processados (a planta e o memorial descritivo) devem ser encaminhados
ao Incra, onde os dados serão conferidos, investigando possíveis erros ou sobreposições de
matrículas. Realizada esta certificação, os documentos são encaminhados para o Registro de
Imóveis, para enfim obter-se a certidão com a matrícula georreferenciada do imóvel rural.
As figuras a seguir exemplificam a forma como o processo de georreferenciamento ocorre
junto ao SIGEF (Figuras 8 e 9).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Figura 8 - Fluxo de dados até o SIGEF. Fonte: MundoGEO (2013).

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3

Figura 9 - Fluxo de dados a partir do SIGEF. Fonte: MundoGEO (2013).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Para mais informações de como o georreferenciamento deve ser conduzido, é de


suma importância que você faça a leitura dos Manuais Técnicos disponibilizados
pelo Incra e da 3ª Normativa Técnica de Georreferenciamento de Imóveis Rurais.

Manual técnico de posicionamento: disponível em: http://tiny.cc/0546gz

Manual técnico de limites e confrontações: disponível em: http://tiny.cc/5746gz

Norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais (3ª edição):


disponível em: http://tiny.cc/5746gz

O vídeo indicado nesta unidade pertence ao canal Vida de


Topógrafo, em que o apresentador relata, de forma deta-

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
lhada, um pouco mais sobre o serviço de georreferencia-
mento de imóveis rurais. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=HEwZTgrqUs4

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de georreferenciamento de imóveis rurais é de suma importância para a


proteção das propriedades, para evitar fraudes, melhorar a fiscalização dos imóveis e diminuir os
conflitos de terras.
A obrigatoriedade do georreferenciamento garante maior segurança e apoio tanto ao
profissional que irá realizar o trabalho quanto ao proprietário rural. Além disso, a inclusão dos
dados em uma plataforma de informação digital e integração com outras fontes de informação,
como imagens obtidas por satélite, aumentam a confiabilidade do registro do imóvel.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3

WWW.UNINGA.BR 52
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

04
DISCIPLINA:
GEORREFERENCIAMENTO

GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS URBANOS


PROF.A MAYRA STEVANATO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................54
1. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O GEORREFERENCIAMENTO RURAL E URBANO ...................................55
2. GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS URBANOS ........................................................................................56
3. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA ............................................................................................................ 57
4. ESPECIFICAÇÕES E NORMAS PARA LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS ASSOCIADOS AO SISTEMA
GEODÉSICO BRASILEIRO ........................................................................................................................................59
5. CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS .......................................59
6. GEORREFERENCIAMENTO COMO FERRAMENTA PARA A REGULAMENTAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA,
FISCALIZAÇÃO E ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS .................................................................................................60
7. PRINCIPAIS PROBLEMAS DO CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO URBANO ............................. 61
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................65

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

Nas Unidades I e II, nós pudemos verificar os conceitos e as técnicas geodésicas que
norteiam o georreferenciamento. Com o aperfeiçoamento de tais técnicas e as novas tecnologias
disponíveis no mercado, aliados à necessidade de localizar e delimitar os bens públicos e privados
das cidades de uma forma mais precisa, o georreferenciamento urbano tornou-se cada vez mais
aplicado e utilizado.
Podemos dizer que, de modo geral, o georreferenciamento urbano trata-se da aplicação
dos conhecimentos topográficos e técnicas de levantamento planimétricos; dessa forma,
representam-se os objetos de forma espacial, criando-se polígonos georreferenciados, dos quais
pode-se conhecer, delimitar e localizar com precisão os bens imóveis públicos e privados, visando
fomentar a incorporação dessas informações aos setores cadastrais das cidades (BRASIL, 2009a;
SILVA, 2016).
O georreferenciamento de imóveis urbanos e rurais é executado por empresas
especializadas que dispõem de equipamentos específicos, tecnológicos e eficientes. Para tal,
considera-se a forma, localização e dimensão, além de indicar, com um sistema de referência
adotado em todo o Brasil, a delimitação real da área, sem risco de sobreposição. Desse modo, o

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
georreferenciamento de imóveis urbanos e rurais fomenta o controle de cadastro e também de
direitos de cada um desses imóveis. Ao decorrer desta unidade, poderemos verificar as principais
técnicas, legislações aplicadas e utilização do georreferenciamento urbano.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O GEORREFERENCIAMENTO


RURAL E URBANO

Georreferenciar um imóvel é definir a sua forma, dimensão e localização, por meio


de métodos de levantamento topográfico. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), em atendimento ao que determina a Lei nº 10.267/01 (BRASIL, 2001), exige
que o georreferenciamento de imóveis rurais tenha a obrigatoriedade de descrever seus limites,
características e confrontações por meio de memorial descritivo executado por profissional
habilitado – com a emissão da devida anotação de responsabilidade técnica (ART), por parte do
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), contendo as coordenadas dos vértices
definidores dos limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro
(SGB), com a precisão posicional de 50 cm; já os imóveis urbanos devem ter uma precisão de 8
cm (BRASIL, 2001).
No que tange ao georreferenciamento urbano, existem legislações que compreendem
esse assunto, no entanto elas não estão tão orquestradas quanto a legislação referente ao
georreferenciamento de imóveis rurais. Nesse sentido, faremos um retrospecto da evolução
dessa pauta e especificidades. Vale destacar que as primeiras legislações que abrangem o
georreferenciamento foram primeiramente aplicadas aos imóveis rurais e, posteriormente, o

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
aspecto urbano foi fundamentado na forma de leis, decretos e normativas:

I) NBR nº 14.166/98: trata-se da norma técnica referente ao procedimento da rede de


referência cadastral municipal (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
1998).

II) NBR nº 13.133/94: determina as Normas Técnicas para Execução de Levantamentos


Topográficos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994).

III) Lei nº 10.267/01: determina o georreferenciamento rural (BRASIL, 2001).

IV) Lei nº 11.977/09: determina as regras para a regularização fundiária (BRASIL, 2009b).

V) Portaria nº 511/09: estabelece as diretrizes para a criação, instituição e atualização do


Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) nos municípios brasileiros (BRASIL, 2009a).

VI) Decreto nº 8.764/16: institui o Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais


(Sinter) (BRASIL, 2016).

VII) Lei nº 13.465/17: trata da regularização fundiária rural e urbana (BRASIL, 2017).

VIII) O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2017, cria um manual sobre as


Normas Técnicas para Levantamentos Geodésicos, Técnica GNSS (IBGE, 2017).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

2. GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS URBANOS

Loch e Erba (2007) sumarizam as duas maneiras de realizar o posicionamento de imóveis


nas áreas urbanas, denominadas relativa ou absoluta:

I) O posicionamento relativo toma como base as referências locais, ou seja, a esquina de


um quarteirão, ponto que surge da intersecção das linhas que delimitam o domínio público
e privado. Porém, esse sistema tem problemas quanto à precisão devido à subjetividade
em que se define o ponto de amarração (Figura 1). Desse modo, a parcela é amarrada à
malha urbana, contudo esse tipo de referência tem sido fonte de inúmeros problemas nos
sistemas de publicidade territorial de muitos países, gerando superposições de títulos e
conflitos de limites (LOCH; ERBA, 2007).

II) No entanto, o sistema de posicionamento absoluto elimina os problemas decorrentes


de localização relativa. Cada sistema compõe um levantamento, recebe uma coordenada
correspondente a um sistema de referência único, podendo ser municipal ou nacional.
Desse modo, é construído um documento cartográfico cadastral com todos esses pontos
que caracterizará a parcela. Esse documento somente terá precisão e confiabilidade
durante a integração dos dados quando se utiliza um sistema de referência único (LOCH;

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
ERBA, 2007).

Em se tratando disso, o IBGE (2017) publicou a norma técnica que determina as


especificações e normas para levantamentos geodésicos associados ao sistema geodésico
brasileiro, na qual são estabelecidos os requisitos mínimos de precisão, mediante orientações
e procedimentos a serem adotados em levantamentos geodésicos visando ao estabelecimento,
à manutenção e densificação das redes geodésicas de referência que materializam o SGB nas
vertentes planialtimétrica, altimétrica e gravimétrica.

Figura 1 – Discrepâncias nas informações referentes aos limites pelo sistema de posicionamento relativo das parce-
las. Fonte: Loch e Erba (2007).

WWW.UNINGA.BR 56
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Antes da popularização da cartografia e das novas tecnologias disponíveis, as parcelas


eram descritas de acordo com as medidas lineares e angulares, referenciando-se os lados ao norte
magnético ou eventualmente ao norte geográfico (LOCH; ERBA, 2007). Atualmente, descrevem-
se as parcelas de acordo com os vértices referidos ao sistema de referência. Assim como o novo
Sistema Nacional de Cadastro Rural do Brasil (SNCR), os sistemas de cadastro urbano municipais
devem seguir a mesma padronização. O georreferenciamento com controle geodésico nas
delimitações e mensurações pode repor marcos ou mesmo determinar modificações possessórias
com maior rapidez e segurança.
A atribuição das coordenadas aos vértices oferece a possibilidade de controle independente
das relações de vizinhança. O georreferenciamento sob um sistema único permite a correlação
dos levantamentos realizados de modo isolado e incorporar a uma base única cadastral (LOCH;
ERBA, 2007).

3. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA

O Decreto nº 9.310/18 (BRASIL, 2018) institui as normas gerais e os procedimentos


aplicáveis à Regularização Fundiária Urbana e estabelece os procedimentos para a avaliação e a
alienação dos imóveis da União. Esse mesmo decreto determina que o levantamento topográfico

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
georreferenciado é composto por:

I) Levantamento planialtimétrico e cadastral, com georreferenciamento.

II) Planta do perímetro.

III) Memorial descritivo.

IV) Descrições técnicas das unidades imobiliárias.

V) Outros documentos em que se registrem os vértices definidores de limites, com o


uso de métodos e tecnologias que estiverem à disposição e que se adequarem melhor às
necessidades, segundo a economicidade e a eficiência em sua utilização.

Fica definido, por meio desse decreto, que os levantamentos topográficos georreferenciados
serão realizados conforme as normas técnicas para serviços topográficos da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), e serão acompanhados de anotação de responsabilidade técnica
(ART) ou de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT).
Vários aspectos quanto às especificações do georreferenciamento também são tratados
nesse decreto:

I) Os limites das unidades imobiliárias serão definidos por vértices georreferenciados ao


SGB.

II) O vértice definidor do limite terá natureza tridimensional e será definido por suas
coordenadas de latitude, longitude e altitude geodésicas.

III) O erro posicional esférico do vértice definidor de limite deverá ser igual ou menor a
oito centímetros de raio.

WWW.UNINGA.BR 57
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

IV) O responsável técnico realizará a avaliação dos impactos da propagação dos erros,
previamente à execução do levantamento topográfico georreferenciado.

V) O levantamento topográfico georreferenciado será remetido eletronicamente pelo


profissional legalmente habilitado ou pelo órgão público responsável pela sua execução
ao Sinter na forma estabelecida no manual operacional (SINTER, 2017).

VI) O Sinter disponibilizará o serviço geoespacial de visualização do levantamento


topográfico georreferenciado e das parcelas confrontantes para auxiliar os Poderes
Públicos, gestores de cadastro imobiliário e os oficiais de cartório de registro de imóveis
na conferência do posicionamento, das distâncias, dos vértices, dos ângulos e da áreas,
para fins de obtenção do código identificador unívoco do imóvel em âmbito nacional.

O Sinter foi instituído como ferramenta de gestão pública que integrará um banco de
dados espaciais (BRASIL, 2016). Esse banco de dados contará com um fluxo dinâmico de dados
jurídicos, fiscais, cadastrais e geoespaciais de imóveis urbanos e rurais produzidos pela União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.
O sistema recepcionará, em um ambiente nacional único, as informações relacionadas à
titularidade dos imóveis enviadas pelo Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SREI) do país,
tais como as operações de alienações, doações e garantias que são objeto de registro público.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
A interação do Sinter é feita por um sistema organizacional de camadas gerido pela
Receita Federal em conjunto com outros órgãos públicos que visam controlar e organizar a
gestão das informações cadastrais, permitindo que os usuários possam interagir sobre o mesmo
mapa, criando oportunidades que não teriam se cada um tivesse cadastro isolado, o que pode ser
visualizado na Figura 2 (ORGANIZA, 2019).

Figura 2 – Representação de como é feita a comunicação entre o Sinter e as demais áreas da sociedade. Fonte: Or-
ganiza (2019).

WWW.UNINGA.BR 58
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Como descrito, o Sinter trata-se de uma nova ferramenta do controle territorial


brasileiro. Nesse aspecto, haverá uma demanda por profissionais capacitados, os
quais deverão realizar os procedimentos de georreferenciamento, tendo em vista
que, na área urbana, esses levantamentos devem ser realizados com ainda mais
precisão que os até então realizados para imóveis rurais.

Os profissionais e empresas que serão responsáveis por tais levantamentos são


credenciados por seus respectivos conselhos de classe, no entanto há um nicho
ainda a ser explorado, sendo que esses profissionais são escassos no mercado.
Portanto, com a obrigatoriedade de se georreferenciar os imóveis urbanos para
os diversos aspectos legais, a demanda por tais profissionais tende a crescer de
modo significativo nos próximos anos. Desse modo, trata-se de uma área promis-
sora no quesito de oportunidades.

4. ESPECIFICAÇÕES E NORMAS PARA LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
ASSOCIADOS AO SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO

Com o intuito de realizar um georreferenciamento urbano padronizado, fixaram-se as


condições exigíveis para a implantação e manutenção da rede de referência cadastral municipal
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1998), que tem como principais
funções:

I) Apoiar a elaboração e a atualização de plantas cadastrais municipais.

II) Amarrar, de um modo geral, todos os serviços de topografia, visando às incorporações


às plantas cadastrais do município.

III) Referenciar todos os serviços topográficos de demarcação, de anteprojetos, de projetos,


de implantação e acompanhamento de obras de engenharia em geral, de urbanização,
de levantamentos de obras como construídas e de cadastros imobiliários para registros
públicos e multifinalitários.

5. CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO NOS MUNICÍPIOS


BRASILEIROS

O CTM tem como principal finalidade a realização de um inventário territorial oficial e


sistemático do município e que deve ser embasado no levantamento dos limites de cada parcela,
que recebe uma identificação numérica inequívoca (BRASIL, 2009a). Determina-se que a parcela
cadastral é a menor unidade do cadastro, definida como uma parte contígua da superfície terrestre
com regime jurídico único. Além disso, fica definido que:

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

I) Os lotes, glebas, vias públicas, praças, lagos, rios e outros são modelados por uma ou
mais parcelas, identificadas por seus respectivos códigos.

II) Toda e qualquer porção da superfície territorial no município deve ser cadastrada em
parcelas.

III) Os dados do CTM, quando correlacionados às informações constantes no


Registro de Imóveis (RI), constituem o Sistema de Cadastro e Registro
Territorial (Sicart).

IV) Os dados dos cadastros temáticos, quando acrescidos do Sicart, constituem o Sistema
de Informações Territoriais (SIT).

V) O cadastro temático compreende um conjunto de informações sobre determinado


tema relacionado às parcelas identificadas no CTM.

VI) Consideram-se, como cadastros temáticos, os cadastros fiscais, de logradouros, de


edificações, de infraestrutura, ambiental, socioeconômico, entre outros.

VII) O CTM, bem como os sistemas de informação dos quais faz parte (Sicart e

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
SIT), é multifinalitário e atende às necessidades sociais, ambientais, econômicas, da
Administração Pública e de segurança jurídica da sociedade.

O CTM deve ser utilizado como referência básica para qualquer atividade de sistemas ou
representações geoespaciais do município (BRASIL, 2009a).

6. GEORREFERENCIAMENTO COMO FERRAMENTA PARA A


REGULAMENTAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA, FISCALIZAÇÃO E
ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS

Para ser considerado um cadastro abrangente, este deve conter informações referentes a
todas as parcelas que compõem um determinado imóvel. Embora o cadastro técnico territorial
urbano seja elaborado com finalidade de subsidiar a gestão tributária, a arrecadação de impostos
não deve ser o principal objetivo, mas sim servir como ferramenta para o planejamento do
território e para a promoção da justiça social (OLIANI, 2016).
Oliani (2016) descreve que o cadastro pode ser classificado em: fiscal, jurídico, geométrico
e multifinalitário. Isso depende da sua função:

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

I) Fiscal: quando o aspecto fundamental é a identificação do proprietário e da


propriedade. O objetivo geral é o valor da propriedade e sua taxação. O valor é uma
função das características geométricas, localização, benfeitorias, valor histórico e valor de
mercado. O cadastro fiscal cumpre um papel fiscalizador para que o valor da propriedade
esteja sempre atualizado. No entanto, podem ser consideradas as principais fontes de
arrecadação o lançamento do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana
(IPTU), Lançamento de Taxas de Serviços Públicos Urbanos (TSU), Lançamento do
Imposto sobre Transmissão Intervivos de Bens Imóveis (ITBI) e o imposto sobre serviço
de qualquer natureza (ISS).

II) Jurídico: quando o aspecto fundamental é o direito à propriedade, não garantido pela
simples tributação do imóvel. Em geral, este é mantido por um sistema de registro de
títulos organizado pelo Estado por meio dos Registros de Imóveis. Por meio do registro
do imóvel ou da propriedade, existe a identificação jurídica.

III) Geométrico: é baseado nas mensurações realizadas mediante levantamentos


geodésicos e/ou aerofotogramétricos para a confecção da planta cadastral, cujos limites
físicos da propriedade devem ser bem definidos. Os dados cartográficos passam a ter
função cadastral quando associados a informações sobre a propriedade.

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IV) Multifinalitário: refere-se às múltiplas aplicações do cadastro, principalmente ao
planejamento urbano e regional. Serve de base à tomada de decisões. Esse tipo de cadastro
é também denominado Sistema de Informação Territorial, a ser discutido mais adiante.

7. PRINCIPAIS PROBLEMAS DO CADASTRO TERRITORIAL


MULTIFINALITÁRIO URBANO
Um dos grandes problemas da estrutura cadastral brasileira está na necessidade de
integração entre o registro e o cadastro físico (Figura 3). Oliani (2016) identifica que a grande
maioria dos municípios brasileiros apresenta problemas em relação à sua base cadastral, tais
como:

I) Base cartográfica (plantas cadastrais) desatualizada e/ou, em alguns casos, inexistente.

II) Base cartográfica sem georreferência.

III) Discrepância entre o limite real da propriedade no terreno e a sua descrição no


registro de imóveis (registro legal).

IV) Falta de recursos humanos nas prefeituras para gerenciar as informações.

V) Imprecisão da posição física dos imóveis ou incerteza das linhas que os configuram.

VI) Falta de integração entre o registro e o cadastro físico.

VII) Falta de investimento para levantamento e atualização cadastral.

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Figura 3 – Sobreposição das camadas de informação com o mesmo Datum. Fonte: Oliani (2016).

Para realizar o cadastro técnico multifinalitário, são necessárias algumas etapas. Oliani
(2016) determina que tais etapas podem ser denominadas metodologia CTM, e a compilação da
metodologia pode ser assim descrita:

I) Identificação das divisas juntamente com os proprietários (Figura 4).

II) Amarração (vinculação) do imóvel à rede geodésica brasileira, para garantir a exata
localização das divisas da propriedade, cujos limites são representados por coordenadas
UTM ou sistema topográfico local.

III) Vinculação dos dados técnicos ao registro imobiliário para proporcionar total
embasamento técnico à garantia do direito de propriedade (Figura 4).

IV) Atualização permanente dos dados cadastrais. O cadastro se divide em duas


componentes intrínsecas: a base cartográfica e a ficha cadastral (atributos).

V) A planta de referência cadastral abrange a área urbana do município e a sua subdivisão


em setores e distritos. Em geral, essas plantas estão na escala de 1:5.000 a 1:10.000. É
uma referência à codificação das plantas de setores e das quadras fiscais. Já as plantas de
quadras e lotes devem ser mais detalhadas e, em geral, estão na escala de 1:1.000 a 1:2.000.
Possuindo-se o material cartográfico nas escalas citadas, dividem-se as plantas das áreas
em setores e quadras.

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VI) As quadras devem ser numeradas em ordem sequencial. Atribui-se um código


a cada nome de logradouro e um código alfanumérico a cada face de quadra (Figura
5). Essas informações podem ser associadas ao banco de dados referente ao cadastro
fiscal por meio de um geocódigo (indicação fiscal). Esse tipo de codificação – baseada na
distribuição espacial de setores, quadras e lotes – é importante na preparação do boletim
de cadastro técnico imobiliário (BCI). Para cada lote espacializado na planta cadastral,
deve-se levantar a realidade de campo a fim de compor a base cadastral.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
Figura 4 – Sistema cadastral aliado às informações acerca do proprietário, da parcela e da administração do direito
à propriedade. Fonte: Oliani (2016).

Figura 5 – Codificação da distribuição espacial de setores, quadras e lotes. Fonte: Oliani (2016).

A dica de leitura para esta unidade trata-se de um caderno técnico produzido por
um profissional ligado ao CREA-PR, no qual se explicam os aspectos relacionados
às noções de cadastro territorial multifinalitário e suas ligações com o georrefe-
renciamento de imóveis urbanos. Segue link para download: http://tiny.cc/8866gz

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Considerando que o cadastro técnico multifinalitário não se fixa apenas como nor-
teador para os órgãos públicos visando à arrecadação tributária, espera-se que a
população se beneficie e contribua com melhorias na gestão territorial do país,
fornecendo maior garantia ao direito da propriedade, fiscalização dos territórios
privados e públicos e operações imobiliárias que por diversas vezes encontram-se
dentro das caixas-pretas dos cartórios de registros de imóveis.

Como exemplo da aplicação do georreferenciamento urbano, podemos ver o Sis-


tema de Informações Municipais Georreferenciadas (SIMGeo), que se trata do
sistema de informações geográficas (SIG) do município de Joinville (SC). Esse
sistema permite algumas consultas espaciais, tais como pesquisas a partir de
inscrição imobiliária, logradouros, bairros, endereços e coordenadas geográficas.
O sistema permite a impressão de layouts simples e identificação de camadas de
informação geográfica da base cartográfica digital de Joinville, organizadas por
temas: Divisão territorial, Planejamento, Patrimônio histórico e cultural, Meio am-
biente, Turismo, Educação, Saúde, Assistência Social e Defesa Civil.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
Para mais informações, acesse o sistema e veja a aplicabilidade do que estuda-
mos nesta unidade: https://www.joinville.sc.gov.br/servicos/acessar-sistema-de-
-informacoes-municipais-georreferenciadas-simgeo/.

O vídeo indicado nesta unidade pertence ao canal Mun-


doGEO, o conteúdo trata-se de um webinar denomina-
do Por dentro do georreferenciamento urbano, no qual
há uma apresentação sobre as principais legislações e
especificações do Georreferenciamento urbano. Tanto
o palestrante como o mediador respondem a diversos
questionamentos e perguntas dos participantes.
Segue link para assistir:
https://www.youtube.com/watch?v=im5CQG0Z9-I

As legislações que orientam o georreferenciamento urbano são recentes e ainda são


poucos os municípios brasileiros que aderiram a esse novo aspecto cadastral. No entanto, tratase
de uma área em expansão, com vasta oportunidade para profissionais e empresas qualificadas.
Nesta unidade, abordamos os diversos aspectos da aplicação e legislação referente ao
georreferenciamento urbano. Nota-se que a utilização do georreferenciamento é uma ferramenta
importante no cadastro territorial e em todos os aspectos que norteiam a fiscalização e o controle
do meio urbano.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo desta apostila, pudemos conhecer como um todo o trabalho do


georreferenciamento, desde seus princípios básicos até os métodos e formas de aplicação.
Na primeira unidade, foram discutidos os conceitos que são a base do conhecimento
cartográfico, fundamentais para o processo de georreferenciamento. Na segunda unidade,
adentramos no georreferenciamento de fato, a forma como é aplicado, as técnicas utilizadas,
equipamentos e aplicações. A terceira unidade foi dedicada ao georreferenciamento de
imóveis rurais, o tipo de georreferenciamento mais popular e aplicado no Brasil; devido à
sua obrigatoriedade, é a área que mais apresenta oportunidades de trabalho de imediato. Na
quarta e última unidade, pudemos visualizar as novas oportunidades de trabalho para o
georreferenciamento urbano. Esse tipo de trabalho, embora não seja obrigatório, apresenta
diversas vantagens para o município, sendo cada vez mais incentivada sua aplicação.
O mundo como um todo está em constante modificação tecnológica, e não diferente é
o trabalho de georreferenciamento. A cada dia surgem novos equipamentos e ferramentas que
facilitam e melhoram a execução de nosso trabalho.
Também em constante modificação estão as técnicas e as legislações, que podem ser
consideradas relativamente recentes e em estruturação. Desse modo, destaca-se que, além dos
conhecimentos aqui discutidos, você deve continuar pesquisando e inovando seus conhecimentos.

GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
É imprescindível e necessário que o profissional agrimensor esteja sempre se atualizando.

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ENSINO A DISTÂNCIA

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outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [1973]. Disponível em: http://www.
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BRASIL. Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001. Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de
abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5
de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providências. Brasília, DF:
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10267.htm. Acesso em: 2
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Diretrizes para a criação, instituição e atualização do Cadastro Territorial
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BRASIL. Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha
Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas;
altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis nos 4.380, de 21 de agosto de 1964,
6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 10.257, de 10 de julho de 2001,
e a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília,
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ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal; altera
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REFERÊNCIAS
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alienação dos imóveis da União. Brasília, DF:
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