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Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não PRODUÇÃO DE MATERIAIS
vale a pena ser vivida.”
Diagramação:
Cada um de nós tem uma grande res- Alan Michel Bariani
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Thiago Bruno Peraro
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Luana Cimatti Zago Silvério
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente Marta Yumi Ando
e busca por tecnologia, informação e conheci- Renata da Rocha
mento advindos de profissionais que possuam
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Produção Audiovisual:
cia no mercado de trabalho. Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
De fato, a tecnologia e a comunicação Osmar da Conceição Calisto
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e Gestão de Produção:
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Aliana de Araujo Camolez
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
GEORREFERENCIAMENTO
CONCEITOS BÁSICOS
PROF.A MAYRA STEVANATO
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................4
1. CONCEITO DE ESCALA ..........................................................................................................................................5
2. CONCEITOS CARTOGRÁFICOS ............................................................................................................................5
3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 7
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO AO MÉTODO UTILIZADO ...........................9
3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO ÀS PROPRIEDADES ..................................9
3.3 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO ÀS SUPERFÍCIES DE PROJEÇÃO E
REFERÊNCIA ............................................................................................................................................................. 10
3.4 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS QUANTO À SUPERFÍCIE DE PROJEÇÃO ................. 10
4. SISTEMA DE COORDENADAS ............................................................................................................................ 12
5. SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS ................................................................................................... 14
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 17
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. CONCEITO DE ESCALA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
Figura 1 – Representação das escalas gráficas e numéricas. Fonte: A autora.
2. CONCEITOS CARTOGRÁFICOS
A terra possui uma forma complexa, denominada geoide. Trata-se de uma forma esférica
com suaves ondulações, é achatada nos polos e não possui uma definição matemática. Entretanto,
algumas simplificações no formato das superfícies são necessárias para facilitar a representação
cartográfica sem causar um prejuízo significativo (Figura 2). Sendo assim, os cartógrafos utilizam,
como forma geométrica mais semelhante, o elipsoide, pois permite a realização dos cálculos
necessários para a representação cartográfica da Terra e é a forma que permite maior precisão na
representação da terra. Ele pode ser definido como um sólido geométrico gerado por uma elipse
que gira em torno do seu eixo menor, o eixo polar.
As cartas topográficas e o sistema de posicionamento global (Global Positioning System -
GPS) estão referenciados a um elipsoide. No entanto, as diferentes regiões do globo devem utilizar
como referência o elipsoide mais adequado à região. A superfície de referência posicionada em
relação à terra real denomina-se Datum planimétrico ou horizontal. O Datum planimétrico pode
ser global, como no caso do sistema geodésico global (World Geodetic System 1984 - WGS84),
no qual o centro do elipsoide coincide com o centro de massa da Terra ou local onde o centro do
elipsoide está deslocado do centro da terra (IBGE, 1999). Para o Brasil, utilizava-se o Datum da
América do Sul (South American Datum 1969 - SAD69); no entanto, atualmente, foi oficialmente
adotado como o novo sistema de referência geodésico para o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB)
e para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN), o Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas (SIRGAS2000).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
longo da vertical de um ponto até um plano de referência qualquer. A Rede Altimétrica Brasileira
foi estabelecida e é mantida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa rede
pode ser definida como um conjunto de pontos materializados no terreno (referências de nível
- RN) e identificados por uma coordenada, a altitude, determinada a partir de um ponto origem
do Datum vertical. As altitudes dos pontos que fazem parte dessa rede, denominada referências
de nível, são determinadas utilizando o nivelamento geométrico de precisão ou alta precisão. Este
é um procedimento lento e delicado, em virtude da precisão com que devem ser determinados
os desníveis.
Em função de sua rapidez e precisão na obtenção de coordenadas, os Sistemas Globais de
Navegação por Satélite (Global Navigation Satellite System - GNSS) revolucionaram as atividades
que necessitam de posicionamento. Entretanto, a altitude determinada utilizando um receptor
GNSS não está relacionada ao nível médio do mar (ou, de forma mais rigorosa, ao geoide), mas
a um elipsoide de referência com dimensões específicas. Portanto, torna-se necessário conhecer
a diferença entre as superfícies do geoide e do elipsoide, isto é, a altura (ou ondulação) geoidal,
para que se possa obter a altitude acima do nível médio do mar (denominada ortométrica). O
GPS calcula a altitude do mesmo modo que calcula as coordenadas. A única coisa que sempre
tem que ser lembrada é que, para GPS de navegação, a altitude é calculada sobre uma superfície
matemática de referência (elipsoide) e não sobre a superfície terrestre.
As altitudes registradas pelos órgãos de levantamento são realizadas sobre o Geoide, que
é uma superfície equipotencial (de gravidade constante) e de melhor ajuste ao Nível Médio dos
Mares, a altitude de referência zero. A Figura 2 exemplifica essas diferenças, podemos observar
a altitude elipsoidal (h), que é obtida por meio de receptores GNSS, para o cálculo da altitude
ortométrica (H). É necessário utilizar o valor da altura geoidal (N) fornecida por um modelo de
ondulação geoidal, dentro da convenção que considera o geoide acima do elipsoide, se a altura
geoidal tiver valor positivo, e abaixo em caso contrário.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
Figura 2 - Modelo simplificado do Datum horizontal e vertical. Fonte: Adaptado de IBGE (1999).
3. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
livre de deformações).
Pode-se questionar a validade desse modelo de representação, já que seria possível
construir representações tridimensionais do elipsoide ou da esfera, como é o caso do globo
escolar, ou ainda expressá-lo matematicamente, como fazem os geodesistas. Em termos teóricos,
essa argumentação é perfeitamente válida e o desejo de se obter uma representação sobre uma
superfície plana é de mera conveniência. Existem algumas razões que justificam essa postura,
e a mais direta é: o mapa plano é mais fácil de ser produzido e manuseado. De modo geral,
todas as representações de superfícies curvas em um plano envolvem as denominadas extensões
e contrações, as quais resultam em distorções. Diferentes técnicas de representação são aplicadas
no sentido de se alcançar resultados que possuam certas propriedades favoráveis para um
propósito específico.
A construção de um sistema de projeção deve ser feita de maneira que a carta venha
a possuir propriedades que satisfaçam as finalidades impostas pela sua utilização. O ideal
seria construir uma carta que reunisse todas as propriedades, representando uma superfície
rigorosamente semelhante à superfície da Terra. O mais adequado ou ideal seria a reunião das
três propriedades em conjunto:
III) Constância das relações entre as distâncias dos pontos representados e as distâncias
dos seus correspondentes (equidistância).
Caso a superfície da Terra fosse plana, essas propriedades seriam facilmente conseguidas.
No entanto, isso não condiz com a realidade, tornando-se impossível a construção da carta ideal.
Para minimizar essas dificuldades e fixar o sistema de projeção escolhido, devese considerar a
finalidade da carta que se quer construir.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As representações cartográficas são efetuadas, na sua maioria, sobre uma superfície plana,
denominada plano de representação, no qual se desenha o mapa. Porém, há problemas em
relacionar os pontos da superfície terrestre ao plano de representação. A seguir, são descritas as
etapas para a minimização desses problemas:
III) Relacionar por processo projetivo ou analítico pontos do modelo matemático com o
plano de representação, escolhendo uma escala e um sistema de coordenadas.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
geométrico:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
Podemos classificar as projeções cartográficas quanto às superfícies de projeção, elas
podem ser: planas, cônicas, cilíndricas e polissuperficiais (FITZ, 2008). A seguir, são descritas as
características de cada uma delas (Figuras 3 e 4):
a) Superfícies planas (Figura 3): podem assumir três posições básicas em relação à
superfície de referência: polar, equatorial e oblíqua (ou horizontal).
b) Superfícies cônicas (Figura 3): mesmo que não seja uma superfície plana, já que a
superfície de projeção é o cone, ela pode ser desenvolvida em um plano sem que haja
distorções, e funciona como superfície auxiliar na obtenção de uma representação. A sua
posição em relação à superfície de referência pode ser: normal, transversal e oblíqua (ou
horizontal).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4. SISTEMA DE COORDENADAS
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
O Sistema Universal Transversa de Mercator (Universal Transverse Mercator - UTM)
consiste em um sistema de linhas desenhadas (projetadas) em uma superfície plana e que
representam paralelos de latitude e meridianos de longitude. Para cada fuso, adota-se como
superfície de projeção um cilindro transverso com eixo perpendicular ao seu meridiano central,
que assume ainda o papel de longitude de origem. Apesar da característica universal dessa projeção,
enfatiza-se que o elipsoide de referência varia em função da região da superfície terrestre.
Vale ressaltar que há uma diferença entre o sistema de coordenadas UTM e Projeção
UTM, visto que a primeira se trata do sistema de linhas retas espaçadas uniformemente, que
se intersectam em ângulos retos, formando um quadriculado que consiste nas coordenadas
planoretangulares. O quadriculado UTM está estreitamente relacionado à projeção UTM, a qual
divide a Terra em 60 fusos de 6º de longitude cada. O quadriculado, se considerado como parte
integrante de cada fuso, tem sua linha vertical central coincidente com o meridiano central (MC)
de cada fuso. A origem das medidas do quadriculado é o cruzamento do MC com o Equador, ao
qual foram atribuídos arbitrariamente, para o Meridiano Central 500.000 m, determinando as
distâncias em sentido Leste/Oeste, e para o Equador, 10.000.000 m para o Hemisfério Sul, e 0 m
para o Hemisfério Norte.
O espaço entre as linhas do quadriculado UTM é conhecido como equidistância do
quadriculado. O sistema de medida é o linear em metros, cujos valores são sempre números
inteiros, sendo registrados nas margens do cruzamento do Equador com um meridiano padrão
específico, que é a origem desse sistema de coordenadas. Os valores das coordenadas obedecem
a uma sistemática de numeração, a qual estabelece um valor de 10.000.000 m sobre o Equador e
de 500.000 m sobre o MC.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
Figura 4 - Simplificação do Sistema de Projeção e coordenadas Universal Transversa de Mercator (Universal Trans-
verse Mercator - UTM). Fonte: IBGE (1999).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A latitude de um ponto a Sul do Equador é tratada como a distância em metros, entre esse
ponto e o Equador, a qual deve ser deduzida de 10.000.000 m para obter-se o valor quadricular
real do ponto; esse valor refere-se como Norte, porque aumenta de Sul para Norte. Já para a
latitude de um ponto a Norte do Equador, trata-se da distância em metros, entre esse ponto e
o Equador, somada a 0 m para obter-se o valor quadricular real do ponto. Esse valor também
se refere como N quadricular, porque aumenta para Norte. Sendo assim, as coordenadas lidas a
partir do eixo N (Norte-Sul) de referência, localizado sobre o Equador terrestre, vão se reduzindo
no sentido sul do Equador.
As coordenadas do eixo E (considerado Leste-Oeste) são contadas a partir do MC
de referência, possuem valores crescentes no sentido leste e decrescentes no sentido oeste. A
longitude de um ponto à direita do MC de uma zona ou fuso é vista como a distância em metros,
entre esse ponto e o MC, somada aos 500.000 m para se obter o valor quadricular. A longitude
de um ponto à esquerda do MC, no entanto, é a distância em metros entre esse ponto e o MC,
deduzida de 500.000 m para obter-se o valor quadricular real do ponto, como podemos observar
na Figura 4 (IBGE, 1999).
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
superfície, bem como orientar a confecção de cartas e mapas, no século XVII, René Descartes
contribuiu para unir a álgebra e a geometria, criando o sistema de coordenadas. Sua interpretação
é universal e permite a mudança de base para adequar determinado sistema de coordenadas
para outros sistemas. Utilizamos para elipsoide ou esfera um sistema de coordenadas curvilíneo
composto de paralelos e meridianos (SANTIAGO; SALVIANO, 2016).
O conceito de latitude e longitude é importante no entendimento do sistema de
coordenadas, a latitude geodésica trata-se do ângulo entre a superfície de referência, ou seja,
elipsoide ou esfera, no ponto em questão e o plano Equador. Ela tem variação de 0 a 90 graus
(Norte-Sul). O sistema de paralelos é constituído por um círculo máximo imaginário
denominado Equador, que representa a linha de latitude 0º e divide a Terra em dois hemisférios
(Norte e Sul) (SANTIAGO; SALVIANO, 2016).
Figura 5 – Representações da superfície da Terra: o elipsoide de revolução e o geoide, com suas respectivas perpen-
diculares em um dado ponto. Fonte: Santiago e Salviano (2016).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Já a longitude geodésica é composta pelo ângulo entre o meridiano que passa pelo ponto
e o meridiano de origem (Greenwich, por convenção) e tem variação de 0 a 180º (Leste e Oeste)
(SANTIAGO; SALVIANO, 2016). O sistema de meridianos é constituído por semicírculos
de círculos máximos imaginários que passam pelos polos Norte e Sul, perpendicularmente
aos paralelos e pelo ponto considerado. São conhecidos como meridianos de longitude e
antimeridianos (semicírculos de círculos imaginários, diametralmente opostos aos meridianos)
(SANTIAGO; SALVIANO, 2016).
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
Uma revisão muito interessante sobre coordenadas geo-
gráficas pode ser vista no vídeo Cartografia: sistemas de
coordenadas geográficas - Brasil Escola, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=24rONGwLhj4.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
Figura 7 – Emblema das Nações Unidas. Fonte - United Nations (2019).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, podemos compreender os princípios base que irão nortear o trabalho
do georreferenciamento. Para a aplicação de toda e qualquer técnica de mensuração da Terra,
exige-se que haja conhecimento sobre suas formas. O georreferenciamento irá utilizar as técnicas
cartográficas e de geoprocessamento em seus modelos de representação dos dados, utilizando
técnicas matemáticas e computacionais, como, por exemplo, a utilização de SIGs. O estudo desses
conceitos básicos foi fundamental para o entendimento do trabalho de georreferenciamento.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 1
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
GEORREFERENCIAMENTO
O GEORREFERENCIAMENTO
PROF.A MAYRA STEVANATO
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................20
1. GEORREFERENCIAMENTO .................................................................................................................................. 21
1.1 CONCEITO ........................................................................................................................................................... 21
2. GNSS ...................................................................................................................................................................... 21
2.1 O SISTEMA GPS (GLOBAL POSITIONING SYSTEM) .......................................................................................22
2.2 O SISTEMA GLONASS ........................................................................................................................................23
2.3 O SISTEMA GALILEO .........................................................................................................................................23
2.4 O SISTEMA BEIDU .............................................................................................................................................24
3. MÉTODOS DE GEORREFERENCIAMENTO ........................................................................................................25
3.1 TEODOLITO ..........................................................................................................................................................26
3.2 ESTAÇÃO TOTAL ................................................................................................................................................. 27
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3.3 RECEPTOR GNSS ...............................................................................................................................................28
3.3.1 NAVEGAÇÃO: RECEPTOR CÓDIGO C/A ........................................................................................................28
3.3.2 TOPOGRÁFICOS: RECEPTORES L1 ................................................................................................................28
3.3.3 GEODÉSICOS: RECEPTORES L1/L2 ...............................................................................................................29
4. OS MÉTODOS DE POSICIONAMENTO DOS RECEPTORES GNSS ...................................................................30
4.1 POSICIONAMENTO ABSOLUTO .......................................................................................................................30
4.2 POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO – PPP .........................................................................................30
4.3 POSICIONAMENTO RELATIVO ......................................................................................................................... 31
4.4 POSICIONAMENTO RELATIVO CINEMÁTICO EM TEMPO REAL – RTK ....................................................... 31
5. ACURÁCIA E PRECISÃO ......................................................................................................................................32
5.1 ACURÁCIA ..........................................................................................................................................................32
5.2 PRECISÃO ...........................................................................................................................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................35
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. GEORREFERENCIAMENTO
1.1 Conceito
Georreferenciar algo significa tornar conhecidas suas coordenadas em um determinado
sistema de referência. Tem por finalidade delimitar a forma, a dimensão e/ou a localização de um
ponto da superfície terrestre.
Georreferenciamento é uma palavra nova no vocabulário da língua portuguesa, surgiu
com a necessidade de se descrever o conceito da Geodésia e da Cartografia. Seu significado está
em determinar um ponto ou área utilizando coordenadas referidas a um sistema único mundial
(MENZORI, 2017).
Embora georreferenciar seja algo muito antigo, pois sempre foi necessário ao homem
se localizar na superfície terrestre, hoje se localizar tornou-se muito mais necessário e preciso.
Se há alguns séculos atrás o homem se orientava pelos astros celestes, hoje conta com diversas
tecnologias para tal ato.
No Brasil, o termo apenas se popularizou a partir de 2001, com a obrigatoriedade do
georreferenciamento de imóveis rurais. Veremos mais sobre esse tema na Unidade III.
Um marco para o georreferenciamento foi o avanço tecnológico e a criação dos sistemas
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
de posicionamento por satélite. A seguir, iremos ver um pouco mais sobre essa tecnologia e seu
uso no georreferenciamento.
2. GNSS
A sigla GNSS significa Global Navigation Satellite System, em português Sistema Global
de Navegação por Satélite. Como o próprio nome sugere, trata-se de um conjunto de sistemas de
posicionamento global que utilizam satélites orbitais, que em conjunto a outros recursos é capaz
de determinar a localização de um receptor em qualquer lugar do planeta (MENZORI, 2017).
Fazendo referência a uma constelação de satélites, o GNSS diz respeito ao conjunto de
sistemas orbitais existente hoje no mundo todo. A existência de vários sistemas contribui para a
disponibilidade de sinal e confiabilidade do uso do sistema.
Entre os sistemas existentes, os mais conhecidos são: o sistema GPS de origem américa,
o sistema GLONASS de origem russa, o sistema GALILEO de origem europeia e o sistema
BEIDOU de origem chinesa.
Figura 1 – Representação de constelação de satélites. Fonte: U.S. Govt Source via Nobel Systems (2019).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
• Segmento de controle: é a parte responsável pela manutenção do sistema.
Por sua vez, o PPS é bem mais preciso, porém seu uso é restrito, podendo ser utilizado
apenas pelo exército americano e alguns usuários autorizados (EL-RABANI, 2002).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Assemelhando-se novamente com o GPS, este também conta com sinais de uso livre,
sinais restritos. O Sinal de precisão padrão – SP pode ser utilizado por usuários civis, enquanto o
Sinal de alta precisão – HP possui uso restrito.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 3 – Sistema GLONASS. Fonte: Wikipedia (2019).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Com o propósito de oferecer diversos serviços, entre eles, telecomunicação,
posicionamento, navegação e meteorologia, o projeto conta com a previsão de envio de 33 satélites
em órbita até sua conclusão. Como nos demais sistemas, serão transmitidos dois tipos de sinais,
um sinal de livre acesso e outro restrito a uso com autorização do governo chinês.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3. MÉTODOS DE GEORREFERENCIAMENTO
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Um determinado poço de uma rede de esgoto que precisa ser georreferenciado
e as suas coordenadas não precisam ter precisão melhor que +_ 1 metro,
porque esse é praticamente o diâmetro do tampão do poço. Imagine agora
que nas proximidades desse poço existam dois pontos, como dois postes,
georreferenciados com precisão melhor que =- 1 metro. Basta se fazer uma
trilateração com trena, medindo duas distâncias horizontais do poço até cada um
dos postes. É a trilateração clássica usada em topografia convencional. Constrói-
se assim um triângulo e as coordenadas do poço resultam dessa trilateração
(MENZORI, 2017, p. 57).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3.1 Teodolito
Tratando-se de um instrumento óptico de medição, o teodolito é utilizado na medição
de ângulos verticais e horizontais. De forma geral, ele funciona como um telescópio com
movimentos graduados vertical e horizontalmente. Esse aparelho já foi muito utilizado em
projetos topográficos, porém sua utilização hoje não é comum. Embora existam teodolitos
eletrônicos e digitais, a utilização desse equipamento em georreferenciamento é muito comum,
mas está muito próximo de ser considerado ultrapassado.
Para seu uso, são feitas observações dos ângulos verticais, enquanto se utiliza a trena
métrica, a mira e os distanciômetros para se medir as distâncias horizontais. Esses dados são
coletados em campo, e depois são tratados matematicamente, para se obter as coordenadas
cartesianas (Figura 6).
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 6 – Teodolito em uso. Fonte: Shay (2006).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 7 – Estação total. Fonte: Jensen (2008).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
de acurácia. Geralmente são utilizados em automóveis, processos ambientais de licenciamento,
em atividades diárias de lavoura, na construção de roteiros, entre outras atividades.
Esse tipo de receptor possui ondas com 19 cm de comprimento. Isso faz com que a
acurácia do equipamento esteja abaixo de 3 metros, podendo esse valor chegar a centímetros, se
realizada correção diferencial.
Utilizando-os, é possível se realizar trabalhos que exigem alta acurácia, porém são
receptores lentos se comparados aos receptores L1/L2 com acréscimo de RTK e da constelação
GLONASS.
Para sua utilização com maior eficácia, aconselha-se seu uso em locais abertos.
São geralmente utilizados em Cadastro Ambiental Rural (CAR), mapeamento (SIG),
trabalhos de saneamento, cadastro urbano, entre outros.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
É possível, com esse tipo de receptor, fixar dados com facilidade, em qualquer tipo de
ambiente. Por isso, esse tipo de receptor é utilizado em grandes construções, georreferenciamento
de imóveis rurais, levantamento topográfico e posicionamento de alta precisão.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 11 – Esquema de posicionamento absoluto. Fonte: Menzori (2017).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 12 – Esquema de posicionamento relativo. Fonte: Menzori (2017).
• A estação base coleta os dados que serão transmitidos para a estação móvel.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
5. ACURÁCIA E PRECISÃO
5.1 Acurácia
Segundo Mikhail e Ackermann (1976), acurácia é o grau de proximidade de uma
estimativa de seu valor verdadeiro, refletindo a proximidade de uma grandeza estatística ao valor
do parâmetro estimado.
Esse termo surgiu da palavra inglesa accuracy. Antes da adesão a esse termo, utilizavase
a palavra exatidão para se referir à noção de proximidade de uma medida com seu valor real, em
uma variável.
Como já citado, por algum tempo, os termos acurácia, precisão e exatidão foram tratados
como sinônimos. Hoje, após estudos e discussões sobre o tema, concorda-se que acurácia pode
ser definida como exatidão mais precisão. Considerando que a exatidão seja o ponto exato de um
valor verdadeiro, a acurácia é a aproximação mensurada dessa exatidão.
5.2 Precisão
Segundo Mikhail e Ackermann (1976), a precisão é definida como o grau de conformidade
entre as observações de uma mesma variável.
O conceito de precisão está relacionado ao grau de variação em um conjunto de medições,
ou seja, quanto mais precisa uma medida, menor é sua variação entre os valores obtidos.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Na Figura 14, podemos observar quatro situações distintas onde:
d) Há acurácia e precisão.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Vamos considerar que temos dois atiradores, praticando tiro em dois alvos distin-
tos (cada qual com seu alvo). Na primeira sessão de tiros, o primeiro e o segundo
atirador acertaram o centro dos alvos em uma mesma medida, porém o segundo
atirador conseguiu manter uma dispersão menor dos tiros.
Desse modo, podemos dizer que o segundo atirador teve mais precisão e acurácia
do que o segundo atirador, embora ambos tenham acertado o alvo.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
Figura 15 - Tiro ao alvo para ilustrar acurácia e precisão. Fonte: Monico et al. (2009).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, pudemos discutir sobre o termo georreferenciamento e como este, apesar
de sua popularização recente, está presente em nosso dia a dia.
Aprendemos sobre as técnicas e os métodos utilizados para georreferenciar, assim como
os equipamentos. Salientamos que não são necessários equipamentos caros e sofisticados para
isso, mas que cada tipo de georreferenciamento exige um material e técnicas diferenciadas, sendo
de responsabilidade do agrimensor decidir por qual equipamento optar.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 2
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
GEORREFERENCIAMENTO
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................38
1. O GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS ........................................................................................39
2. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E NORMATIVOS ......................................................................................................39
3. PRAZOS DO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS .......................................................................42
4. CONCEITO DE IMÓVEL RURAL PARA O GEORREFERENCIAMENTO .............................................................43
5. ETAPAS DO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS .......................................................................44
5.1 PLANEJAMENTO .................................................................................................................................................44
5.2 DEMARCAÇÃO ....................................................................................................................................................45
5.3 MEDIÇÃO ............................................................................................................................................................ 47
5.4 RELATÓRIO ......................................................................................................................................................... 47
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5.4.1 PLANTA ............................................................................................................................................................48
5.4.2 MEMORIAL ......................................................................................................................................................48
5.5 CERTIFICAÇÃO ...................................................................................................................................................49
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................52
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
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GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi criado em 9 de julho
de 1970, o Decreto nº 1.110 criou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
resultado da fusão do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (Ibra) com o Instituto Nacional de
Desenvolvimento Agrário (Inda). Tratando-se de um órgão público federal, o Incra é responsável
pelo Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), banco de dados de armazenamento de diversas
informações dos imóveis rurais brasileiros. Esse órgão tem como objetivo implementar a política
de reforma agrária brasileira e colaborar para o desenvolvimento sustentável do meio rural, por
meio da realização do ordenamento fundiário nacional.
Desse modo, o Incra trata-se do órgão regulamentador do georreferenciamento de
imóveis rurais em todo o país.
Sabe-se que o sucesso na conclusão de um projeto de georreferenciamento não depende
simplesmente de um bom conjunto de equipamentos e softwares. Além do conhecimento
sobre as técnicas a serem aplicadas, é necessário que o profissional responsável domine amplo
conhecimento quanto às leis e normativas brasileiras, que regem o trabalho de georreferenciamento
em nosso país.
O desafio de conhecer e entender os textos que legislam e normatizam o trabalho de
georreferenciar um imóvel deve ser dominado por você, futuro profissional da área. É de extrema
importância que as leis e as normativas em vigor sejam seguidas para que não haja nenhum erro,
criando problemas junto ao Incra e ao Registro de Imóveis.
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GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
Dentre as leis supracitadas, considera-se de maior importância a lei nº 10.267, promulgada
em 28 de agosto de 2001, sendo considerada a “Lei do Georreferenciamento”. Ela altera a Lei
de Registro Público (Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973), alterando a determinação e
identificação dos imóveis rurais, introduzindo a exigência do georreferenciamento. Com isso,
exige-se que a delimitação de um imóvel não se sobreponha a outro já certificado pelo Incra,
tal como descrito no Art. 176 da citada Lei nº 6.015/73. A Figura 1 demonstra um exemplo de
imóvel sobreposto.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
• Norma de execução nº 105 de 2012 – Regulamenta procedimentos de certificação.
• Portaria nº 486 de 2013 – Homologa NTGIR 3ª edição.
• NTGIR 3ª ed. de 2013 – Norma para Georreferenciamento de Imóveis Rurais (SIGEF).
• Manual técnico de limites e confrontações (SIGEF) de 2013.
• Manual técnico de posicionamento (SIGEF) de 2013.
• Manual de Gestão da Certificação (SIGEF) de 2013.
• Manual do SIGEF de 2013.
• Instrução normativa nº 77 de 2013 – Regulamenta procedimentos de certificação.
• Norma de execução nº 107 de 2013 – Procedimentos na gestão da certificação.
• Norma de execução nº 02 de 2018 – Aerofotogrametria para o georreferenciamento rural.
Caro aluno, esteja atento, além das leis e normas supracitadas, é preciso se atentar às
normativas da corregedoria de cada estado brasileiro. Elas também devem ser consideradas para
que não haja problemas no momento do registro do imóvel junto ao Cartório de Registro de
Imóveis.
Também é muito importante que se faça uso de softwares que já estão de acordo com as
leis e normas brasileiras, evitando erros e devoluções.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Forjando direitos de propriedade, essa prática vem gerando graves conflitos fun-
diários. É comum que essas falsificações sejam acompanhadas de atos violentos
contra camponeses/as, ribeirinhos e comunidades tradicionais que ocupam se-
cularmente terras públicas que não possuem registro em cartório, especialmente
aquelas que ainda mantêm suas terras sem cercas e para o uso comum. A grila-
gem ainda é um dos mais poderosos instrumentos de domínio e concentração
fundiária no meio rural brasileiro.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
Figura 2 - Esquema representativo da técnica de grilagem. Fonte: Patta (2017).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Lei nº 10.406/2002: Art. 79 – “São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe
incorporar natural ou artificialmente”.
Essa definição curta do termo causa dúvidas, uma vez que não abrange a explicação total
do termo. Afinal, o imóvel rural seria a unidade descrita na matrícula? Seria a unidade econômica
agropastoril que consta no cadastro do Incra? Ou a área englobada na declaração do Imposto
Territorial Rural (ITR)?
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
A 3ª NTGIR define o imóvel rural a ser considerado nos serviços de georreferenciamento,
é aquele objeto do título de domínio, bem como aquele passível de titulação.
De acordo com a legislação agrária, o termo imóvel rural pode ser definido como:
Estatuto da Terra – Lei nº 4.504/64: Art. 4º - Para os efeitos dessa Lei, definem-
se:
I - Imóvel Rural, o prédio rústico, de área contínua, qualquer que seja a sua
localização, que se destine à exploração extrativa agrícola, pecuária ou
agroindustrial, quer por meio de planos públicos de valorização, quer por meio
de iniciativa privada.
b) não tem sua característica definida por sua localização, podendo se encontrar tanto no
meio urbano quanto rural;
De tal modo, entende-se que um imóvel rural é a área formada por uma ou mais matrículas
de terras contínuas, do mesmo titular, podendo estar localizada tanto na área urbana quanto na
área rural de um determinado município. O que irá caracterizá-la será a sua destinação de uso,
seja este agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial.
Quando falamos sobre terras contínuas, estamos nos referindo a áreas, que, mesmo
sendo confrontantes, pertencem à mesma pessoa, seja ela pessoa física ou pessoa jurídica. A
propriedade, ou a posse das terras, não necessariamente terá os mesmos documentos, pode ser
que existam várias matrículas, escrituras, registros e demais documentos.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Em um imóvel rural, pode haver limites físicos entre as propriedades, tais como: rios,
pontes, estradas. Pode inclusive acontecer de as propriedades não estarem no mesmo município
ou estado, como ocorre em casos de propriedades em divisas territoriais municipais e estaduais;
ainda assim, esse imóvel será considerado um único imóvel rural.
5.1 Planejamento
Consiste na primeira etapa do processo, é de responsabilidade do profissional analisar
toda a documentação e legislação vigente, consultar os órgãos envolvidos e definir como o
georreferenciamento ocorrerá. Além disso, nessa etapa, se faz o levantamento junto ao proprietário
de todos os documentos necessários para o processo, sendo estes:
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
b) Título de Domínio, podendo ser:
Escritura pública de compra e venda; Escritura Particular de Compra e Venda onde conste
o número de transcrição ou do registro, pelo qual o transmitente adquiriu o domínio do
imóvel; formal de partilha; Certidão de pagamento de Quinhão Hereditário; Carta de
Adjudicação expedida em ação de execução ou em inventário ou arrolamento; Ata de
incorporação; Sentença declaratória de Usucapião; Carta de Aforamento ou Enfiteuse;
Título Definitivo expedido pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal; Escritura
Pública de Doação, com ou sem cláusula de Usufruto, em que conste o número da
transcrição ou do registro, pelo qual o transmitente adquiriu o domínio do imóvel;
Carta de Arrematação; Escritura Pública ou Particular de Cessão de Usufruto; Escritura
ou sentença transitada em julgado de Extinção de Condomínio; Outros Documentos
levados a registro e que garantam a seu detentor o direito real da área envolvida.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
5.2 Demarcação
A segunda etapa do processo consiste no conhecimento da área e na sua demarcação.
Deve ser realizada por meio do reconhecimento dos limites, levando em consideração os padrões
da Norma Técnica de Georreferenciamento para realizar a monumentação e codificação dos
vértices. Vale ressaltar que é responsabilidade do proprietário da área declarar os seus limites,
porém o profissional deve investigar a veracidade das informações declaradas, a fim de evitar
problemas futuros. Sugere-se a análise dos seguintes documentos:
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
arrematação, sentença de usucapião, título de legitimação de terras devolutas, dentre
outros.
Além dessa análise, sugere-se que o profissional recorra aos confrontantes e aos antigos
moradores da região, de forma a contrapor as informações para saneamento das dúvidas quanto
à localização exata dos limites (Figura 3).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Quanto aos vértices definidores dos limites, estes devem ser classificados por tipos, para
evidenciar a forma de posicionamento (direto ou indireto) e a sua caracterização em campo:
a) Vértice de tipo “M” (Marco): vértice cujo posicionamento é realizado de forma direta
e é caracterizado (materializado) em campo por algum marco.
b) Vértice de tipo “P” (Ponto): vértice cujo posicionamento é realizado de forma direta e
não é materializado por marco.
c) Vértice de tipo “V” (Virtual): vértice cujo posicionamento é realizado de forma indireta.
A codificação dos vértices deve ocorrer de forma organizada, para que não haja mais de
um vértice com o mesmo código (Figuras 4 e 5). Para isso, seguem-se as regras:
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
incrementada à medida que o profissional efetua a definição de um novo vértice.
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5.3 Medição
O processo de medição do imóvel rural se dá na ocorrência do transporte das
coordenadas, utilizando aparelhos e ferramentas adequados, utilizando também métodos e
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
precisões estabelecidos pela Norma Técnica para Georreferenciamento.
Segundo a NTGIR 3ª edição, o Manual Técnico de Limites e Confrontações é o documento
que irá orientar o que deve ser medido, enquanto o Manual Técnico de Posicionamento irá
orientar como medir.
Quanto à precisão posicional das medições, fica estabelecido que:
a) Limites artificias (cerca, muro, estrada, vala, canal, linha ideal e limite artificial não
tipificado): precisão de 0,5 metros.
b) Limites naturais (corpo d’água ou curso d’água, linha de cumeada, grota, crista de
encosta, pé de encosta e limite natural não tipificado.): precisão de 3,00 metros.
c) Limites inacessíveis (aqueles aos quais ninguém pode ter acesso): precisão de 7,50
metros.
Esses valores são estabelecidos, devido à permissão do uso de imagens obtidas por
sensoriamento remoto em escala de 1:10.000.
5.4 Relatório
Quarta etapa, a etapa relatório é o resultado dos trabalhos realizados nas etapas anteriores.
Utilizando a planilha eletrônica (planilha ODS), todos os dados do imóvel serão registrados de
forma digital. A partir disso se elabora a descrição, utilizando os resultados alcançados e gerando
os produtos finais: a planta e o memorial descritivo. Essa documentação irá permitir a leitura, a
forma, a dimensão e a localização exata do imóvel rural.
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5.4.1 Planta
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Figura 6 - Modelo de planta de um imóvel rural georreferenciado. Fonte: Talaska e Etges (2013).
5.4.2 Memorial
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GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
Figura 7 - Memorial descritivo certificado pelo Incra. Fonte: Pires (2016).
5.5 Certificação
A última etapa do georreferenciamento é o processo de certificação. Para que este seja
realizado, os produtos processados (a planta e o memorial descritivo) devem ser encaminhados
ao Incra, onde os dados serão conferidos, investigando possíveis erros ou sobreposições de
matrículas. Realizada esta certificação, os documentos são encaminhados para o Registro de
Imóveis, para enfim obter-se a certidão com a matrícula georreferenciada do imóvel rural.
As figuras a seguir exemplificam a forma como o processo de georreferenciamento ocorre
junto ao SIGEF (Figuras 8 e 9).
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GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
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GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
lhada, um pouco mais sobre o serviço de georreferencia-
mento de imóveis rurais. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=HEwZTgrqUs4
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 3
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
GEORREFERENCIAMENTO
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................54
1. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O GEORREFERENCIAMENTO RURAL E URBANO ...................................55
2. GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS URBANOS ........................................................................................56
3. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA ............................................................................................................ 57
4. ESPECIFICAÇÕES E NORMAS PARA LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS ASSOCIADOS AO SISTEMA
GEODÉSICO BRASILEIRO ........................................................................................................................................59
5. CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS .......................................59
6. GEORREFERENCIAMENTO COMO FERRAMENTA PARA A REGULAMENTAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA,
FISCALIZAÇÃO E ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS .................................................................................................60
7. PRINCIPAIS PROBLEMAS DO CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO URBANO ............................. 61
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................65
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nas Unidades I e II, nós pudemos verificar os conceitos e as técnicas geodésicas que
norteiam o georreferenciamento. Com o aperfeiçoamento de tais técnicas e as novas tecnologias
disponíveis no mercado, aliados à necessidade de localizar e delimitar os bens públicos e privados
das cidades de uma forma mais precisa, o georreferenciamento urbano tornou-se cada vez mais
aplicado e utilizado.
Podemos dizer que, de modo geral, o georreferenciamento urbano trata-se da aplicação
dos conhecimentos topográficos e técnicas de levantamento planimétricos; dessa forma,
representam-se os objetos de forma espacial, criando-se polígonos georreferenciados, dos quais
pode-se conhecer, delimitar e localizar com precisão os bens imóveis públicos e privados, visando
fomentar a incorporação dessas informações aos setores cadastrais das cidades (BRASIL, 2009a;
SILVA, 2016).
O georreferenciamento de imóveis urbanos e rurais é executado por empresas
especializadas que dispõem de equipamentos específicos, tecnológicos e eficientes. Para tal,
considera-se a forma, localização e dimensão, além de indicar, com um sistema de referência
adotado em todo o Brasil, a delimitação real da área, sem risco de sobreposição. Desse modo, o
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
georreferenciamento de imóveis urbanos e rurais fomenta o controle de cadastro e também de
direitos de cada um desses imóveis. Ao decorrer desta unidade, poderemos verificar as principais
técnicas, legislações aplicadas e utilização do georreferenciamento urbano.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
aspecto urbano foi fundamentado na forma de leis, decretos e normativas:
IV) Lei nº 11.977/09: determina as regras para a regularização fundiária (BRASIL, 2009b).
VII) Lei nº 13.465/17: trata da regularização fundiária rural e urbana (BRASIL, 2017).
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GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
ERBA, 2007).
Figura 1 – Discrepâncias nas informações referentes aos limites pelo sistema de posicionamento relativo das parce-
las. Fonte: Loch e Erba (2007).
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GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
georreferenciado é composto por:
Fica definido, por meio desse decreto, que os levantamentos topográficos georreferenciados
serão realizados conforme as normas técnicas para serviços topográficos da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), e serão acompanhados de anotação de responsabilidade técnica
(ART) ou de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT).
Vários aspectos quanto às especificações do georreferenciamento também são tratados
nesse decreto:
II) O vértice definidor do limite terá natureza tridimensional e será definido por suas
coordenadas de latitude, longitude e altitude geodésicas.
III) O erro posicional esférico do vértice definidor de limite deverá ser igual ou menor a
oito centímetros de raio.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
IV) O responsável técnico realizará a avaliação dos impactos da propagação dos erros,
previamente à execução do levantamento topográfico georreferenciado.
O Sinter foi instituído como ferramenta de gestão pública que integrará um banco de
dados espaciais (BRASIL, 2016). Esse banco de dados contará com um fluxo dinâmico de dados
jurídicos, fiscais, cadastrais e geoespaciais de imóveis urbanos e rurais produzidos pela União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.
O sistema recepcionará, em um ambiente nacional único, as informações relacionadas à
titularidade dos imóveis enviadas pelo Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SREI) do país,
tais como as operações de alienações, doações e garantias que são objeto de registro público.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
A interação do Sinter é feita por um sistema organizacional de camadas gerido pela
Receita Federal em conjunto com outros órgãos públicos que visam controlar e organizar a
gestão das informações cadastrais, permitindo que os usuários possam interagir sobre o mesmo
mapa, criando oportunidades que não teriam se cada um tivesse cadastro isolado, o que pode ser
visualizado na Figura 2 (ORGANIZA, 2019).
Figura 2 – Representação de como é feita a comunicação entre o Sinter e as demais áreas da sociedade. Fonte: Or-
ganiza (2019).
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ASSOCIADOS AO SISTEMA GEODÉSICO BRASILEIRO
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I) Os lotes, glebas, vias públicas, praças, lagos, rios e outros são modelados por uma ou
mais parcelas, identificadas por seus respectivos códigos.
II) Toda e qualquer porção da superfície territorial no município deve ser cadastrada em
parcelas.
IV) Os dados dos cadastros temáticos, quando acrescidos do Sicart, constituem o Sistema
de Informações Territoriais (SIT).
VII) O CTM, bem como os sistemas de informação dos quais faz parte (Sicart e
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
SIT), é multifinalitário e atende às necessidades sociais, ambientais, econômicas, da
Administração Pública e de segurança jurídica da sociedade.
O CTM deve ser utilizado como referência básica para qualquer atividade de sistemas ou
representações geoespaciais do município (BRASIL, 2009a).
Para ser considerado um cadastro abrangente, este deve conter informações referentes a
todas as parcelas que compõem um determinado imóvel. Embora o cadastro técnico territorial
urbano seja elaborado com finalidade de subsidiar a gestão tributária, a arrecadação de impostos
não deve ser o principal objetivo, mas sim servir como ferramenta para o planejamento do
território e para a promoção da justiça social (OLIANI, 2016).
Oliani (2016) descreve que o cadastro pode ser classificado em: fiscal, jurídico, geométrico
e multifinalitário. Isso depende da sua função:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
II) Jurídico: quando o aspecto fundamental é o direito à propriedade, não garantido pela
simples tributação do imóvel. Em geral, este é mantido por um sistema de registro de
títulos organizado pelo Estado por meio dos Registros de Imóveis. Por meio do registro
do imóvel ou da propriedade, existe a identificação jurídica.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
IV) Multifinalitário: refere-se às múltiplas aplicações do cadastro, principalmente ao
planejamento urbano e regional. Serve de base à tomada de decisões. Esse tipo de cadastro
é também denominado Sistema de Informação Territorial, a ser discutido mais adiante.
V) Imprecisão da posição física dos imóveis ou incerteza das linhas que os configuram.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
Figura 3 – Sobreposição das camadas de informação com o mesmo Datum. Fonte: Oliani (2016).
Para realizar o cadastro técnico multifinalitário, são necessárias algumas etapas. Oliani
(2016) determina que tais etapas podem ser denominadas metodologia CTM, e a compilação da
metodologia pode ser assim descrita:
II) Amarração (vinculação) do imóvel à rede geodésica brasileira, para garantir a exata
localização das divisas da propriedade, cujos limites são representados por coordenadas
UTM ou sistema topográfico local.
III) Vinculação dos dados técnicos ao registro imobiliário para proporcionar total
embasamento técnico à garantia do direito de propriedade (Figura 4).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
Figura 4 – Sistema cadastral aliado às informações acerca do proprietário, da parcela e da administração do direito
à propriedade. Fonte: Oliani (2016).
Figura 5 – Codificação da distribuição espacial de setores, quadras e lotes. Fonte: Oliani (2016).
A dica de leitura para esta unidade trata-se de um caderno técnico produzido por
um profissional ligado ao CREA-PR, no qual se explicam os aspectos relacionados
às noções de cadastro territorial multifinalitário e suas ligações com o georrefe-
renciamento de imóveis urbanos. Segue link para download: http://tiny.cc/8866gz
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Considerando que o cadastro técnico multifinalitário não se fixa apenas como nor-
teador para os órgãos públicos visando à arrecadação tributária, espera-se que a
população se beneficie e contribua com melhorias na gestão territorial do país,
fornecendo maior garantia ao direito da propriedade, fiscalização dos territórios
privados e públicos e operações imobiliárias que por diversas vezes encontram-se
dentro das caixas-pretas dos cartórios de registros de imóveis.
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
Para mais informações, acesse o sistema e veja a aplicabilidade do que estuda-
mos nesta unidade: https://www.joinville.sc.gov.br/servicos/acessar-sistema-de-
-informacoes-municipais-georreferenciadas-simgeo/.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
GEORREFERENCIAMENTO | UNIDADE 4
É imprescindível e necessário que o profissional agrimensor esteja sempre se atualizando.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13133: Execução e levantamento
topográfico. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
BRASIL. Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001. Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de
abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5
de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, [2001].
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10267.htm. Acesso em: 2
dez. 2019.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Presidência
da República, [2002]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 2 dez. 2019.
BRASIL. Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha
Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas;
altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis nos 4.380, de 21 de agosto de 1964,
6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 10.257, de 10 de julho de 2001,
e a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília,
DF: Presidência da República, [2009b]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato20072010/2009/Lei/L11977.htm. Acesso em: 2 dez. 2019.
BRASIL. Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009. Dispõe sobre a regularização fundiária das
ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal; altera
as Leis nos 8.666, de 21 de junho de 1993, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2009c]. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20072010/2009/Lei/L11952.htm. Acesso em: 2 dez. 2019.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 8.764, de 10 de maio de 2016. Institui o Sistema Nacional de Gestão de
Informações Territoriais e regulamenta o disposto no art. 41 da Lei nº 11.977, de 7 de julho de
2009. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8764.htm. Acesso em: 2 dez. 2019.
BRASIL. Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017. Dispõe sobre a regularização fundiária rural e
urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a
regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal; institui mecanismos para aprimorar a
eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da União [...]. Brasília, DF: Presidência da
República, [2017]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/
Lei/L13465.htm. Acesso em: 2 dez. 2019.
EL-RABBANY, A. Introduction to GPS: the Global Positioning System. London: Artech House,
2002.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
JENSENS. Leica TCRP 1203 total station (TPS). 2008. 1 fotografia. Disponível em: https://
pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Leica_TCRP_1203.jpg#filelinks. Acesso em: 14 jun. 2019.
LOCH, C.; ERBA, D. A. Cadastro técnico multifinalitário: rural e urbano. Lincoln Institute of
Land Policy: Cambridge, 2007.
MIKHAIL, E.; ACKERMAN, F. Observations and least squares. [S. l.]: University Press of
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
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