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Equações diferenciais ordinárias:
Aulas Teóricas
Aulas Práticas com o software Maxima
o
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Ca
Lavras-MG
2018
2
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do
Ca
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Sumário
ita
I Aulas Teóricas 7
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0.1 Definição e classificação das equações diferenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
0.2 Verificando se uma função é uma solução de uma EDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
0.3 Campo de direções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
0.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
o
0.5 Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
0.5.1
rm
Equações diferenciais ordinárias de variáveis separáveis . . . . . . . . . . . . . 15
0.6 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Ca
0.6.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
0.6.2 Equações diferenciais ordinárias lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
0.7 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
do
0.11 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
0.11.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
0.12 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
0.12.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
0.13 EDO linear não homogênea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
0.13.1 Método dos coeficientes a determinar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3
4 SUMÁRIO
0.14 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
0.14.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
0.14.2 Método da variação dos parâmetros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
0.15 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
0.15.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
0.16 Transformada de Laplace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
ita
0.17 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
0.18 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
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0.19 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
0.19.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
0.20 Tipos de soluções para uma EDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
0.21 Teoremas de existência e unicidade de solução para problemas de valor inicial de 1a ordem 83
o
0.22 Teorema de existência e unicidade para PVI’s lineares de 2a ordem . . . . . . . . . . . . 86
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0.23 A transformada de Laplace da função degrau unitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Ca
II Aulas Práticas com o software Maxima 91
0.24 Operações básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
0.25 Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
do
ita
0.39 Aplicação: lei de Newton do resfriamento/aquecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
0.40 Concentração de substâncias quı́micas em água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
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0.41 Teste antidoping . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
0.42 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
0.42.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
0.43 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
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0.43.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
rm
0.44 EDO linear de segunda ordem homogênea e com coeficientes constantes . . . . . . . . . 143
0.45 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Ca
0.45.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
0.46 Aplicação: circuitos elétricos em série . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
0.47 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
0.47.1 Resposta dos exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
do
0.48 EDO linear de segunda ordem não homogênea com coeficientes constantes . . . . . . . 155
0.48.1 Método dos coeficientes a determinar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
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o
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Ca
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Parte I
o
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Aulas Teóricas
Ca
do
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7
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Ca
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Aula Teórica 1
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Objetivo desta aula: Definir o que é uma equação diferencial, quais são os tipos e o que é campo de
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direções.
o
Uma equação diferencial é uma equação matemática que envolve uma ou mais derivadas de uma função
rm
desconhecida e, possivelmente, suas variáveis independentes e outras funções matemáticas conhecidas.
dy
Exemplo 0.1.1 a) + 2y 2 = cos(x), y = y(x)
Ca
dx
d2 y
b) dt2
+ 3t2 dy
dt
− 5y = cos(t), y = y(t)
∂z ∂z
c) + = xy 2 , z = z(x, y)
do
∂x ∂y
∂2z
d) ∂x2
+ z ∂z
∂t
= 0, z = z(t, x).
ia
Quando a função incógnita depende de uma única variável, dizemos que a equação diferencial é or-
dinária e quando a função incógnita depende de mais de uma variável, dizemos que a equação diferencial
ar
é parcial. Dos exemplos anteriores, as equações diferenciais nos itens (a) e (b) são equações diferenciais
ordinárias também abreviadas por EDO e as dos itens (c) e (d) são equações diferenciais parciais (EDP).
M
em função das demais derivadas de menor ordem e também da variável independente. Em outras palavras,
se uma EDO é de ordem n, estudaremos aquelas que podem ser reescritas no seguinte formato
dn y dn−1 y
dy
= f x, y, , · · · , n−1 . (1)
dxn dx dx
Outro fato importante sobre as EDO’s é determinar se ela é linear ou não linear. Uma EDO de ordem n
que puder ser reescrita no formato
dn y dn−1 y dy
ita
an (x) n
+ a n−1 (x) n−1
+ · · · + a1 (x) + a0 (x)y = g(x),
dx dx dx
para funções an , an−1 , · · · , a0 e g é dita linear. Em caso de não ser possı́vel esse formato, ela será
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denominada uma EDO não linear. Por exemplo, se uma EDO tiver potências da função incógnita ou de
dy
suas derivadas ela não será linear. O mesmo acontece se na equação aparecer termos do tipo: y dx , ey ,
cos(y), y1 , ln(y), etc. Dentre as equações diferenciais dadas no inı́cio desta seção, a do item (a) é não
linear e a do item (b) é linear. Observe que potências da variável independente e funções trigonométricas
o
envolvendo apenas a variável independente não ”atrapalha”a linearidade da EDO. O importante a ser
rm
observado para termos a linearidade é a variável dependente e suas derivadas.
Notação: Outros sı́mbolos utilizados em equações diferencias ordinárias para indicar derivadas: y 0 ,
y 00 , ... , y (n) , ẏ, ÿ, etc. A notação com ponto, ẏ, geralmente é usada quando a variável independente é o
Ca
tempo t, isto é, y = y(t).
Exemplo 0.1.2 Classifique cada EDO abaixo como ”linear”ou ”não linear”.
do
x2
a) y 0 = y
(não linear)
c) 2y 00 − ex yy 0 + 2y = 0 (não linear)
y−1
d) + xy 0 = 0 (linear)
ar
x−2
para todo x ∈ I. Em particular, a função φ precisa ter todas as derivadas até a ordem n e em todos os
pontos do intervalo I.
√ 3x2
Exemplo 0.2.1 Verifique que a função φ(x) = 2x3 + 6 é uma solução da EDO y 0 = y
, para x ∈
√
I =] − 3 3, +∞[.
ita
1 1 6x2 3x2
φ0 (x) = (2x3 + 6)− 2 (6x2 ) = √ = ,
2 2 2x3 + 6 φ(x)
√ √
eR
3
para todo x ∈ I =] − 3, +∞[. Observe que o domı́nio da função φ é dado por Dom(φ) = [− 3 3, +∞[,
√
mas como a função φ não tem derivada em x = − 3 3, tivemos que retirar tal ponto.
o
rm
Considere a equação diferencial ordinária de primeira ordem
dy
= f (x, y), (2)
dx
Ca
sendo f uma função real contı́nua de duas variáveis definida em um subconjunto aberto Ω ⊂ R2 . Sabe-
mos que, se y = φ(x) for uma solução da EDO (2) definida em um intervalo aberto I, então, fixado x, o
número φ0 (x) = f (x, φ(x)) representa a inclinação da reta tangente ao gráfico de φ no ponto (x, φ(x)).
do
Dessa forma, fixado um ponto (x, y) no domı́nio de f , a imagem desse ponto, isto é, o número real
f (x, y), representa a inclinação da reta tangente ao gráfico de uma solução da EDO que passa pelo ponto
(x, y). Por cada ponto (x, y) do domı́nio de f , podemos desenhar um pequeno segmento de reta com
ia
inclinação dada pelo valor calculado f (x, y). O conjunto de todos esses segmentos de reta é denominado
ar
o campo de direções da EDO y 0 = f (x, y). Através do desenho do campo de direções, podemos obter
várias informações qualitativas das soluções da EDO, mesmo sem resolvê-la. É bastante trabalhoso fazer
M
Como a função f (x, y) = xy tem domı́nio igual a todo plano xy, podemos calcular f em qualquer
ponto do plano. Antes de partimos para os desenhos dos segmentos, vamos analisar o sinal da função
f . Se x e y tiverem mesmo sinal, f (x, y) será positiva, assim, o segmento que devemos traçar em (x, y)
tem inclinação positiva. Se x e y tiverem sinais opostos, f (x, y) será negativa e, consequentemente, o
12
segmento a ser desenhado terá inclinação negativa. Finalmente, se um dos valores de x ou y for igual a
zero, f (x, y) será zero e o segmento terá inclinação nula, isto é, será paralelo ao eixo-x. Veja a tabela e o
diagrama abaixo.
ita
(0,1) 0 (0,-1) 0 (0,0) 0
(1,1) 1 (1,-1) -1 (1,0) 0
eR
(2,1) 2 (2,-1) -2 (2,0) 0
(3,1) 3 (3,-1) -3 (3,0) 0
o
rm
Ca
do
x
y0 = .
y2 −1
M
x
Vamos estudar o domı́nio e o sinal da função f (x, y) = y 2 −1
. Observe que f está definida no conjunto
D(f ) = {(x, y) ∈ R2 : y 6= ±1} e é contı́nua em todos os pontos de seu domı́nio. Façamos um diagrama
com as regiões onde f é positiva, onde é negativa e onde é nula. Os pontos onde f é nula representam
pontos de tangência horizontal. Os pontos onde f é positiva representam pontos onde a reta tangente é
crescente, assim a solução também será crescente nesses pontos. De forma análoga, são os pontos onde
f é negativa. Vejamos o diagrama:
0.3. CAMPO DE DIREÇÕES 13
ita
eR
o
rm
Figura 2: Campo de direções feito no Maxima e a solução que passa no ponto (1, 1)
Ca
do
ia
É possı́vel saber onde as soluções são crescentes e onde elas são decrescentes, pois conhecemos o sinal
de sua derivada, que é o mesmo da função f . Observe que o gráfico das soluções não podem cruzar as
retas horizontais y = ±1, pois esses pontos não fazem parte do domı́nio da função f .
0.4 Exercı́cios
ita
1. Determine a ordem de cada EDO e escreva se ela é ou não linear.
a) x2 y 00 − 2y = 0
eR
b) y 000 + 8y 0 = 2x − 7 + e−x
di
c) dt
= (k1 − k2 )i, sendo k1 e k2 constantes reais.
d) m dv
dt
= mg − kv 2 , sendo m, g e k constantes reais.
o
dP
e) dt
= rP (1 − kP ), sendo r e k constantes reais.
dy
f) (1 − y) dx = y − x sin(x)
rm
d4 y d y3
x
g) dx4
+ y dx3 − y = e
Ca
dy xy
h) dx
= y−x
dy
i) dx
= a(x)y 2 + b(x)y + c(x)
y
j) y 0 =
do
dy 2(x − 1)
ia
= .
dx x(x − 2)
ar
ita
Objetivo desta aula: Estudar as EDO’s de 1a ordem que são do tipo ”variáveis separáveis”
eR
0.5 Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem
Nesta aula iremos estudar as EDO’s de primeira ordem que são escritas no formato
o
y 0 = f (x, y).
rm (3)
y 0 = g(x)h(y). (4)
do
Sempre que y 0 for dado por um produto de duas funções, uma na variável x e outra na variável y, existe
um método simples para resolvê-la, a menos de dificuldades com integração. Escrevendo a derivada
dy
y 0 com a notação de Leibniz dx
e tratando-a como a divisão de dois diferenciais, dy dividido por dx,
ia
h(y)
supondo h(y) 6= 0. Se as funções envolvidas forem integráveis, então teremos H(y) = G(x) + C, sendo
M
xex
y0 = .
y
16
De fato, y 0 é o produto das funções g(x) = xex e h(y) = 1/y, assim podemos separar as variáveis e
integrar,
y2
Z Z
x
ydy = xe dx ⇒ ydy = xex dx ⇒ = (x − 1)ex + C.
2
Neste exemplo, é possı́vel separar a variável y, mas na maioria dos problemas isso não ocorre. Temos
√ p
y(x) = ± 2 (x − 1)ex + C. O intervalo de definição de cada solução irá depender da constante C, e
para cada C fixado teremos duas soluções, uma positiva e outra negativa. Por exemplo, se quisermos a
ita
solução que passe pelo ponto (1, 2), o valor de C = 2 e y deve ser positiva, pois y(1) = 2 > 0. Assim,
√ p
y(x) = 2 (x − 1)ex + 2. Nesse caso, como a função que está dentro da raiz quadrada tem derivada
eR
positiva para x > 0 e derivada negativa para x < 0, o ponto x = 0 é um ponto de mı́nimo global, ou seja,
o valor mı́nimo da função (x − 1)ex + 2 é assumido em x = 0, que é 1. Sendo assim, (x − 1)ex + 2 ≥ 1,
para todo x ∈ R. Logo, existe a raiz quadrada que define a solução y para todo x real. Portanto, a
solução que passa pelo ponto (1, 2) está definida para todo x real. Por outro lado, se quisermos a solução
o
que passe pelo ponto (1, 1), a constante C = 1/2. Nesse caso, para que a função que está dentro da raiz
rm
quadrada seja positiva, x deve ser maior do que o zero da função (x−1)ex +1/2, que é aproximadamente
0, 76. Logo a solução que passa por (1, 1) está definida para x > 0, 76 . . ..
Ca
Exemplo 0.5.2 Considere a EDO y 0 = y 2 − y. Encontre as três soluções da EDO que satisfaçam as
condições iniciais y(0) = −1, y(0) = 1/2 e y(0) = 2, com seus respectivos intervalos de definição.
Como y 0 só depende da variável y, podemos separar as variáveis e integrar em ambos os lados.
do
Z Z Z
dy dy 1 1
= dx ⇒ = dx ⇒ − dy = x + C ⇒ ln |y − 1| − ln |y| = x + C
y2 − y y2 − y y−1 y
ia
y − 1 y − 1
⇒ ln =x+C ⇒ = ex+C ⇒ y − 1 = ±ex+C ⇒ 1 − 1 = ±ex+C
y y y y
ar
1 1 1
= 1 ± ex+C ⇒ y = x+C
⇒y= ,
y 1±e 1 + kex
sendo k = ±eC uma constante real não nula. Encontrando a constante k de forma que a solução y
M
1
a) Para que y(0) = −1, então k = −2. A solução y1 (x) = 1−2ex
está definida no intervalo que contém
x = 0 e para os valores de x tais que 1 − 2ex 6= 0, ou seja, x > − ln(2).
1
b) Para que y(0) = 1/2, então k = 1. A solução y2 (x) = 1+ex
está definida em toda reta numérica, já
que o denominador nunca se anula.
0.5. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS DE PRIMEIRA ORDEM 17
1
c) Para que y(0) = 2, então k = −1/2. A solução y3 (x) = 1− 12 ex
está definida no intervalo que contém
x = 0 e para os valores de x tais que 1 − 12 ex 6= 0, ou seja, x < ln(2).
Observe que quando dividimos a EDO pelo termo y 2 − y, estamos supondo que este termo não é zero,
ou seja, estamos supondo que y 6= 0 e que y 6= 1. No entanto, as funções constantes y = 0 e y = 1
são soluções da EDO. Sempre quando vamos isolar as variáveis precisamos analisar, separadamente,
as soluções que estamos deixando de fora. Além disso, como a constante k encontrada na expressão
ita
1
y = 1+kex
não é nula, não existe valor para k de forma que y seja a solução nula ou a solução y = 1.
1
O conjunto de todas as soluções da EDO é formado pelas soluções da forma y = 1+kex
mais as duas
eR
soluções constantes y = 0 e y = 1. Abaixo estão representadas as duas soluções constantes e as três
soluções encontradas no exemplo.
o
rm
Ca
do
= rP 1 − P ,
dt K
sendo r > 0 a taxa de crescimento populacional e K > 0 o nı́vel de saturação ou a capacidade de
sustentação ambiental para essa espécie. Em outras palavras, a constante K representa o tamanho
populacional máximo que o ambiente pode sustentar.
Este modelo foi proposto pelo matemático belga Pierre François Verhulst em 1845 para estudar o cres-
cimento de algumas espécies levando-se em conta a limitação de alimentos, espaço, etc. Observe que se
18
1
> 0 e, consequentemente, P 0 > 0, implicando que a população
a população P < K , então 1 − K
P
crescerá. No entanto, à medida que P cresce, a taxa de crescimento P 0 vai diminuindo. Por outro lado, se
apopulação P > K, o termo 1 − K1 P < 0 e, consequentemente, P 0 < 0, implicando que a população
decrescerá.
Note que as funções constantes P (t) = 0 e P (t) = K são soluções constantes para a EDO. Assim,
descartando esses casos, podemos separar as variáveis e integrar de ambos os lados da equação.
ita
Z Z
dP dP dP
1
= rdt ⇒ − = rt + C ⇒
P 1 − KP P P −K
eR
P
ln |P | − ln |P − K| = rt + C ⇒ ln = rt + C ⇒ P = ±ert+C
P −K P −K
P C rt P αK
= ±e e ⇒ = αert ⇒ P = .
P −K |{z} P −K α − e−rt
P0
Denotando a população inicial por P0 = P (0), podemos encontrar o valor da constante α = P0 −K
. Logo
o
a população é dada pela expressão
P (t) =
rmKP0
P0 + (K − P0 )e−rt
.
O gráfico abaixo mostra duas soluções especı́ficas: uma para 0 < P0 < K e outra para P0 > K, (r = 0, 1,
Ca
K = 10, P0 = 5 e P0 = 12). Como já comentamos, quando a população inicial é maior do que o nı́vel
de saturação do ambiente, a população começa a diminuir e tende para esse nı́vel. Já quando a população
inicial é menor do que o nı́vel de saturação, ela cresce e também tende para o nı́vel K, à medida que o
do
tempo cresce.
0.6 Exercı́cios
ia
ar
As EDO’s abaixo são de variáveis separavéis, então aplique o método tentando, sempre que possı́vel,
encontrar soluções explı́citas e determinar o intervalo onde a solução esteja definida. Quando forem
M
1. y 0 = cos(7x)
2. y 0 + 5xy 2 = 0
3. y 0 = 8y
4. y 0 − x8 y = 0
0.6. EXERCÍCIOS 19
ita
eR
o
rm
Figura 5: Soluções para P0 = 5 e P0 = 12, supondo as constantes r = 0, 1 e K = 10
Ca
dQ
5. dt
= kQ, sendo k uma constante real.
do
6. x cos(y)dy = (x + 3) sin(y)dx
p √
7. x y 2 + 4 = y x2 + 4y 0
ia
(1+ey ) cos(x)
8. (1 + sin(x))y 0 = ey
ar
dy
9. dx
= e3x+2y , y(0) = 0
M
1. y = sin(7x)/7 + C
2. y = 1/(5x2 /2 + C)
3. y = Ce8x
ita
4. y = Cx8
5. Q = Cekt
eR
6. sin(y) = Cx3 ex
√
7. y = ± x2 + C
8. y = ln[C(1 + sin(x) − 1]
o
9. y = − 12 ln((5 − 2e5x )/3)
rm
10. y = − 18 (2 cos(x) − x2 + π 2 + 2)
Ca
11. y = 2(x + 3)
2 /2
12. y = 3ex−x
do
π x
13. 4 cos(y) = 2x + sin(2x) + 4 − π ou y = arccos(1 − 4
+ 2
+ 14 sin(2x))
ia
ar
M
Aula Teórica 3
ita
Objetivo desta aula: Estudar as EDO’s de 1a ordem que são do tipo linear
eR
0.6.2 Equações diferenciais ordinárias lineares
Nesta seção, estudaremos as EDO’s de primeira ordem que são lineares, ou seja, que podem ser escritas
o
no formato
rm
a1 (x)y 0 + a0 (x)y = g(x), (5)
pela função µ, o lado esquerdo da equação seja a derivada do produto das funções y e µ.
d
y 0 µ + p(x)yµ = f (x)µ ⇒ (yµ) = f (x)µ.
ia
dx
Dessa forma, podemos integrar a última igualdade em relação a x e obter a solução da EDO y.
ar
Z Z
C 1
yµ = f (x)µ(x)dx + C ⇒ y(x) = + f (x)µ(x)dx,
µ(x) µ(x)
M
sendo C a constante de integração. Resta descobrir que função seria µ, também conhecida como sendo o
fator integrante. Observe que d
dx
(yµ) = y 0 µ + yµ0 precisa ser igual a y 0 µ + p(x)yµ. Logo µ0 = p(x)µ,
que é uma nova equação diferencial ordinária de primeira ordem linear. No entanto, esta última EDO é
mais simples de resolver, pois podemos separar as variáveis x e µ da seguinte forma:
dµ 1
= p(x)µ ⇒ dµ = p(x)dx.
dx µ
22
sendo k = ±eC . Existem infinitas funções µ’s, mas como precisamos apenas de uma, escolhemos a
constante k = 1 e, ao integramos a função p, assumimos a constante de integração igual a zero.
ita
x2 −1
Primeiramente reescrevemos a EDO na forma padrão y 0 + x3 y = x
. Observamos que a função p(x) = 3
x
x2 −1
eR
e f (x) = x
. Agora, encontaremos o fator integrante µ.
3
R
µ(x) = e 3/xdx
= e3 ln |x| = eln(|x| ) = |x|3 = (−x)3 = −x3 ,
pois |x| = −x, para x < 0. Multiplicando a EDO por µ(x) = −x3 obtemos
o
3 0 2 d 3 2 x2 − 1
2
−x y − 3x y = −x (x − 1) ⇒ (y(−x )) = (−x3 ) ⇒
dx x rm
x5 x3
Z
⇒ −yx3 = (−x4 + x2 )dx + C ⇒ −yx3 = − + +C
5 3
x2
Portanto a solução da EDO é y(x) = − xC3 + − 13 , para x < 0.
Ca
5
2
Exemplo 0.6.2 Encontre a solução da EDO y 0 + 4xy = xe−x que satisfaça y(0) = 1 . Determine o
intervalo onde a solução está definida.
do
Mesmo antes de resolver a EDO, sabemos que sua solução está definida para todo x real, pois as funções
2
p(x) = 4x e f (x) = xe−x são contı́nuas em toda reta real. Tal conclusão vem do Teorema 0.21.1. Como
esta EDO já está na forma padrão, vamos encontrar o fator integrante, isto é, a função µ.
ia
2
R
4xdx
µ(x) = e = e2x .
ar
2
Multiplicando a EDO por µ(x) = e2x obtemos
M
2 2 2 2 d 2 2
e2x y 0 + 4xe2x y = xe−x e2x ⇒ (ye2x ) = xex ⇒
dx
Z
2x2 2 2 1 2
⇒ ye = xex dx + C ⇒ ye2x = ex + C.
2
Fazendo x = 0 e y = 1, encontramos o valor da constante de integração C = 12 . Isolando a variável y
2 2
resulta que a solução é y(x) = 12 e−x + 21 e−2x , sendo x ∈ I =] − ∞, +∞[. Abaixo vemos o gráfico da
solução
0.6. EXERCÍCIOS 23
ita
eR
o
rm
Exemplo 0.6.3 (Soluções que envolvem funções que não têm primitivas elementares) Encontre a
solução da EDO y 0 − 2xy = 5 que satisfaça y(0) = −1 . Determine o intervalo onde a solução está
definida.
Ca
Como no exemplo anterior, podemos garantir que a única solução existente para este PVI está definida
para todo x ∈ R, pois as funções p(x) = −2x e f (x) = 5 são contı́nuas em todo a reta real. Neste
exemplo, a EDO também se encontra no formato padrão, então vamos calcular o fator integrante µ.
do
2
R
µ(x) = e− 2xdx
= e−x .
2
Multiplicando a EDO pelo fator integrante µ(x) = e−x , observamos que a integral do lado direito não é
ia
2
possı́vel de ser calculada analiticamente, uma vez que a função e−x não possui uma primitiva elementar.
ar
d 2 2
(ye−x ) = 5e−x .
dx
Como estamos resolvendo um problema de valor inicial com informações iniciais dadas em x0 = 0, ao
M
invés de calcularmos a integral indefinida em ambos os lados da igualdade anterior, calculemos a integral
definida de x0 = 0 a x1 , sendo x1 ∈ R qualquer. Aplicando o Teorema Fundamental do Cálculo resulta
Z x1 Z x1 Z x1
d −x2 −x2 −x21 2
(ye )dx = 5 e dx ⇒ y(x1 )e − y(0) = 5 e−x dx.
0 dx 0 0
Observe que x1 é um número real qualquer, logo descobrimos o valor da solução y em um ponto qualquer
do domı́nio. Podemos afirmar então que a solução do PVI é
Z x
x2 −t2
y(x) = e −1 + 5 e dt ,
0
x ∈ R. Para definir a solução foi necessário o uso de uma integral não elementar. Para calcular o valor da
solução em algum ponto, precisamos usar algum software que faça integração numérica. Por exemplo,
ita
para x = 1, Z 1
−t2
y(1) = e −1 + 5 e dt ≈ 7, 43 . . . .
0
eR
Existe uma função muito conhecida por quem trabalha com probabilidade e estatı́stica, que é a função
erro, denotada por erf(x) e que é definida para x ∈ R por
Z x
2 2
erf(x) = √ e−t dt.
π 0
o
Usando a função erro, podemos reescrever a solução do nosso problema da seguinte forma
rm
√
x2 π
y(x) = e −1 + 5 erf(x) ,
2
Ca
para x ∈ R. É um bom exercı́cio tentar fazer o gráfico de y em algum software.
0.7 Exercı́cios
do
As EDO’s abaixo são lineares, então aplique o método do fator integrante para encontrar as soluções
explı́citas. Determine os intervalos onde as soluções estão definidas. Quando forem dadas as condições
ia
1. y 0 = 4y
2. y 0 − 4y = 8
M
3. xy 0 + 4x4 y = x4
4. y 0 − x8 y = 0
6. xy 0 − 2y = x2 + 5x3
0.7. EXERCÍCIOS 25
8. (x + 2)y 0 + 4x+8
x+2
y = 6
x+2
, y(−1) = 5
ita
dH
11. dt
− JH = −BJ, H(0) = H0 , sendo B, J e H0 constantes reais quaisquer.
eR
1. y = Ce4x
2. y = Ce4x − 2
o
4
3. y = Ce−x + 1/4
4. y = Cx8
rm
5. y = Cx3 + ex (x5 − 2x4 + 2x3 )
Ca
6. y = Cx2 + x2 ln |x| + 5x3
C 7
7. y = (x+3)6
+ 5(x+3)
do
2 3
8. y = x+2
+ (x+2)4
, x > −2
9. y = e−5x (1 + 1/x)
ia
10. y = 4x2 + 2x
ar
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Teórica 4
ita
Objetivo desta aula: Estudar as EDO’s de 1a ordem do tipo ”exata”
eR
0.7.2 Equações diferenciais ordinárias exatas
Considere a EDO
x + 3y + (3x + 4y)y 0 = 0.
o
rm
Observemos que ela não é linear e nem de variável separável. Então não podemos resolvê-la com os
métodos vistos até aqui. Por outro lado, considere a função f (x, y) = 21 x2 + 3xy + 2y 2 . Vemos que
∂f
Ca
i) ∂x
(x, y) = x + 3y e
∂f
ii) ∂y
(x, y) = 4y + 3x.
∂f ∂f 0
+ y = 0.
∂x ∂y
Supondo que y é uma função na variável x e diferenciando inplicitamente f (x, y) obtemos:
ia
d ∂f ∂f 0
[f (x, y)] = + y.
dx ∂x ∂y
ar
d
[f (x, y)] = 0.
dx
Integrando com relação a x, temos f (x, y) = c. Logo, as soluções da EDO estão sobre as curvas de nı́vel
da função f . Em outras palavras, as soluções da EDO são dadas implicitamente pela equação f (x, y) = c
ou 21 x2 + 3xy + 2y 2 = c.
Reescrevendo a EDO na forma M (x, y) + N (x, y)y 0 = 0, observamos que na resolução da EDO que
∂f ∂f
acabamos de analisar, foi essencial termos conhecimento da função f que satisfaça ∂x
=Me ∂y
= N.
28
Alguns questionamentos são importantes nesse momento. Como encontrar a função f ? Sempre será
possı́vel encontrar a função f ?
Buscando responder essas perguntas, suponhamos que dadas as funções M e N exista uma função f
para as quais valem:
∂f
i) ∂x
= M,
ita
∂f
ii) ∂y
= N.
Então, derivando com relação a y em ambos os membros de (i) e derivando com relação a x a equação
eR
em (ii) obtemos
∂ 2f ∂M ∂ 2f ∂N
= , = .
∂y∂x ∂y ∂x∂y ∂x
Sabemos que, em geral, as derivadas mistas de uma função nem sempre são iguais, mas para a maioria
das funções que aparecem na prática isso acontece. Estudamos na disciplina de Cálculo 2 que as derivadas
o
mistas são iguais, sempre que elas forem contı́nuas. Assim, assumindo que as funções M e N tenham
rm
derivadas parciais contı́nuas, acarretará que as derivadas mistas da função f serão iguais e, portanto, as
funções M e N precisam satisfazer a seguinte igualdade
Ca
∂M ∂N
= .
∂y ∂x
∂f ∂f
Logo, para que exista uma função f que satisfaça as hipóteses ∂x
= M e ∂y
= N , é necessário que
∂M ∂N
as funções M e N tenham derivadas parciais de primeira ordem contı́nuas e satisfaçam = .
do
∂y ∂x
∂x ∂x
para alguma função h na variável y. Se descobrirmos h, teremos f . Derivando a última igualdade com
M
y − 2x
Exemplo 0.7.1 Encontre a solução geral da EDO y 0 = .
10y − x
Primeiramente, reescreveremos a EDO na forma M (x, y) + N (x, y)y 0 = 0 e depois checaremos se a
EDO é exata.
y − 2x
y0 = ⇒ (10y − x)y 0 = y − 2x ⇒ 2x − y + (10y − x)y 0 = 0.
10y − x
∂M ∂N
Assim, M (x, y) = 2x − y e N (x, y) = 10y − x. Calculando as derivadas parciais = −1 e = −1,
ita
∂y ∂x
∂M ∂N
vemos que elas satisfazem a condição ∂y
= ∂x
e são contı́nuas, portanto, a EDO é exata. Agora
calculemos a função f .
eR
Z Z
∂f ∂f
(x, y) = 2x − y ⇒ (x, y) dx = (2x − y) dx ⇒ f (x, y) = x2 − xy + h(y),
∂x ∂x
para alguma função h na variável y. Agora, vamos derivar, com relação a y, a expressão encontrada para
∂f
f e comparar com a equação ∂y
= N (x, y).
o
∂f d
(x, y) = [x2 − xy + h(y)] = −x + h0 (y) = N (x, y) = 10y − x.
rm
∂y dy
Logo, Z Z
0 0
h (y) = 10y ⇒ h (y)dy = 10ydy ⇒ h(y) = 5y 2 .
Ca
Escolhemos a constante de integração como sendo zero, pois basta encontrar uma função f . Na verdade
existem infinitas funções f ’s. Encontramos a função f (x, y) = x2 − xy + 5y 2 . As soluções da EDO
são dadas implicitamente pela equação f (x, y) = c, isto é, x2 − xy + 5y 2 = c. Em outras palavras, as
do
soluções da EDO estão sobre as curvas de nı́vel da função f . Se for fornecida alguma condição inicial
no enunciado do problema, poderemos encontrar a constante c. Vale notar que a expressão da solução
implı́cita é um polinômio de grau 2 na variável y, portanto é possı́vel isolar a variável y e obter soluções
ia
explı́citas: √
x± 20c − 19x2
ar
y= .
10
Exemplo 0.7.2 Verifique se a EDO (x2 + 2x)ex sin(y) + x2 ex cos(y)y 0 = 0 é exata. Em caso afirmativo,
M
∂M
Observando a equação temos que M (x, y) = (x2 + 2x)ex sin(y) e N (x, y) = x2 ex cos(y), então ∂y
=
∂N
(x2 + 2x)ex cos(y) e ∂x
= 2xex cos(y) + x2 ex cos(y) = (2x + x2 )ex cos(y). Portanto, a EDO é exata,
pois as derivadas parciais são iguais e contı́nuas. Vamos encontrar a função f .
Z Z
∂f 2 x ∂f
= x e cos(y) ⇒ (x, y) dy = x2 ex cos(y) dy ⇒ f (x, y) = x2 ex sin(y) + g(x),
∂y ∂y
30
sendo g alguma função na variável x a ser encontrada. Ao contrário do primeiro exemplo, optamos por
integrar a função N pois a integral é mais simples do que a integral da função M . Para descobrir a função
g basta derivar a expressão encontrada para f com relação a x.
∂f d 2 x
= [x e sin(y) + g(x)] = 2xex sin(y) + x2 ex sin(y) + g 0 (x) = (x2 + 2x)ex sin(y).
∂x dx
Logo, g 0 (x) = 0, o que implica que g é uma função constante. Vamos escolher g(x) = 0, pois precisamos
ita
apenas de uma função f . Assim, temos que f (x, y) = x2 ex sin(y). As soluções da EDO são dadas
implicitamente pela equação f (x, y) = c, isto é, x2 ex sin(y) = c. Como y(1) = π/4, substituindo
√
e 2
x por 1 e y por π/4 obtemos c =
eR
2
. Portanto a solução implı́cita do problema de valor inicial é
√ √
e 2
x2 ex sin(y) = 2
ou x2 ex−1 sin(y) = 22 .
Neste exemplo, vale observar que existem várias soluções constantes para a EDO. De fato, se y = k
é uma solução para a EDO, então y 0 = 0 e (x2 + 2x)ex sin(k) = 0, para todo x em algum intervalo da
o
reta. Logo sin(k) = 0 e, consequentemente, y = nπ, n ∈ Z, são soluções constantes da EDO. Como
rm
a solução encontrada no exemplo satifaz y(1) = π/4, a solução encontrada precisa estar entre as duas
soluções constantes y = 0 e y = π. Na verdade, ela precisa estar entre y = 0 e y = π/2, pois o campo de
vetores na EDO não está definido sobre as retas y = π/2 e x = 0. Um bom desafio é descobrir em qual
Ca
intervalo de números positivos (pois o intervalo deve conter x0 = 1) a solução está definida.
0.8 Exercı́cios
do
Verifique se as EDO’s abaixo são exatas. Resolva as que forem. Sempre que possı́vel, encontre a solução
explı́cita. Naqueles itens que tiverem condições iniciais, encontre a solução que a satisfaça.
ia
1. y 0 = 3−2x
4y+5
ar
2y−x3
4. y 0 = x2 +2y
1. x2 − 3x + 2y 2 + 5y = C
ita
2. x3 /3 + 2xy − y 3 = C
C−2x
3. 2x3 y + 2x − 3y = C ou y =
eR
2x3 −3
4. Não é exata.
5. 2x − cos(x)y + 3y 2 /2 = C
o
6. 3x4 + 4x3 sin(y) + 36xy 2 + 4y 3 = C
9. 4ex y 3 + xy 2 − x3 − 5y = −1
do
ia
ar
M
32
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Teórica 5
ita
Objetivo desta aula: Estudar as EDO’s de 2a ordem lineares homogêneas cujas raı́zes da equação ca-
eR
racterı́stica são números reais, isto é, 4 > 0 ou 4 = 0
o
coeficientes constantes
rm
Nesta seção, estudaremos as EDO’s lineares de segunda ordem com coeficientes constantes, ou seja, as
EDO’s que são escritas na seguinte forma:
Ca
ay 00 + by 0 + cy = g(x), (6)
I. Iniciamos nosso estudo com as EDO’s que possuem a função g(x) = 0, para todo x ∈ I, que
são chamadas de EDO’s homogêneas. As soluções de uma EDO linear não homogênea, isto é, com
g(x) 6= 0, x ∈ I, estão relacionas com as soluções da EDO linear homogênea correspondente. Em
ia
outras palavras, a solução da EDO ay 00 + by 0 + cy = g(x) está relacionada com a solução da EDO
ay 00 + by 0 + cy = 0, como veremos adiante.
ar
M
Nas EDO’s de primeira ordem homogênea com coeficientes constantes, ay 0 + by = 0, as soluções são do
tipo exponencial y(x) = ke−bx/a , k ∈ R, com exceção da solução nula, como podemos verificar fazendo
a separação de variáveis ou aplicando o método do fator integrante. Assim, tentaremos encontrar alguma
34
solução para a EDO de segunda ordem que seja uma função exponencial y(x) = emx . Vejamos se existe
algum valor para a constante m de tal forma que y(x) = emx seja uma solução. Calculando a primeira e
a segunda derivada de y(x) = emx e substituindo na EDO homogênea que queremos resolver obtemos:
Portanto, o número m deve ser uma raiz da equação am2 + bm + c = 0, que é denominada equação
ita
caracterı́stica da EDO (7). Temos três casos a considerar:
eR
2o Caso: ∆ = b2 − 4ac = 0 =⇒ m1 , m2 ∈ R, m1 = m2 .
o
• 1o Caso: ∆ > 0 rm
Neste caso, temos dois valores distintos para m, m1 e m2 , e, consequentemente, duas soluções expo-
nenciais y1 (x) = em1 x e y2 (x) = em2 x , x ∈ R. Com essas duas soluções, podemos obter todas as demais
Ca
soluções da EDO homogênea, que serão dadas como uma combinação linear de y1 e y2 :
Podemos afirmar (ver Apêndice desse material) que o conjunto de todas as soluções de uma EDO linear
homogênea é um espaço vetorial. Além disso, o conjunto contendo as duas soluções exponenciais,
{y1 , y2 }, é uma base para o espaço vetorial das soluções da EDO. Em particular, podemos afirmar que
ia
a dimensão do espaço vetorial das soluções de uma EDO de segunda ordem homogênea tem dimensão
igual a 2.
ar
Vemos na EDO que a = 1, b = 1 e c = −2, o que implica que a equação caracterı́stica da EDO é
m2 + m − 2 = 0. Então, para que y(x) = emx seja solução da EDO, a constante m deve ser uma raiz
de m2 + m − 2 = 0. Resolvendo a equação encontramos duas raı́zes m1 = −2 e m2 = 1. Logo temos
duas soluções exponenciais y1 (x) = e−2x e y2 (x) = ex . Qualquer solução da EDO será uma combinação
linear dessas duas soluções, isto é, se y é uma solução da EDO, então y é da forma y(x) = c1 e−2x + c2 ex ,
0.9. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS LINEARES DE SEGUNDA ORDEM COM COEFICIENTES CO
x ∈ R. Para finalizar o nosso exemplo, vamos encontrar os valores das constantes c1 e c2 de forma que y
satisfaça as condições iniciais dadas no enunciado. Vamos calcular a derivada de y e fazer x = 0.
Além disso,
y(0) = c1 + c2 = −1 =⇒ c1 + c2 = −1.
ita
Com essas duas equações algébricas lineares nas variáveis c1 e c2 , podemos encontrar
c1 = −1/3 e c2 = −2/3. Portanto a solução da EDO que satisfaz as referidas condições iniciais é:
eR
y(x) = − 31 e−2x − 32 ex , x ∈ R.
• 2o Caso: ∆ = 0
Neste caso, temos somente uma raiz da equação caracterı́sitca, m1 = m2 , e, portanto, obtemos uma
o
única solução exponencial y1 (x) = em1 x . Precisamos encontrar uma outra solução para a EDO, que não
rm
seja múltipla de y1 . Para isso, faremos o uso de um método conhecido por variação dos parâmetros. O
método consiste em buscar soluções para a EDO que sejam da forma
Ca
y(x) = µ(x)y1 (x),
sendo µ uma função não constante. O objetivo é descobrir a função µ. Para isso, calculemos as derivadas
de primeira e segunda ordem de y(x) = µ(x)y1 (x) e substituı́mos na EDO homogênea. Não podemos
do
y 0 (x) = µ0 (x)y1 (x) + µ(x)y10 (x) =⇒ y 00 (x) = µ00 y1 + µ0 y10 + µ0 y10 + µy100 .
ia
Como y1 é uma solução da EDO temos: ay100 + by10 + cy1 = 0. Colocando em evidência o termo µ e o
termo µ0 podemos simplificar a expressão.
Portanto, a função µ deve satisfazer aµ00 y1 = 0, consequentemente, µ00 (x) = 0, já que a 6= 0 e y1 (x) 6= 0.
Integrando duas vezes a igualdade anterior, concluı́mos que µ(x) = k1 x + k2 , sendo k1 e k2 constantes
quaisquer. Logo, encontramos infinitas soluções para a nossa EDO diferentes da solução y1 . São elas:
y(x) = (k1 x + k2 )em1 x , x ∈ R. Denotaremos por y2 a solução em que k1 = 1 e k2 = 0, ou seja,
y2 (x) = xem1 x . Observe que a solução y2 não é múltipla de y1 . Afirmamos que o conjunto formado por
y1 e y2 é uma base para o espaço vetorial das soluções da EDO homogênea de segunda ordem. Em outras
ita
palavras, se y é uma solução qualquer da EDO, então ela é uma combinação linear dessas duas soluções,
ou seja, y(x) = c1 y1 (x) + c2 y2 (x), x ∈ R.
eR
Exemplo 0.9.2 Encontre todas as soluções da EDO y 00 + 6y 0 + 9y = 0.
Da equação temos que a = 1, b = 6 e c = 9. Daı́, para que y(x) = emx seja uma solução da EDO,
a constante m deve satisfazer a equação caracterı́stica m2 + 6m + 9 = 0. Resolvendo essa equação,
o
encontramos 4 = 0 e m1 = m2 = −3. Logo, temos a solução exponencial y1 (x) = e−3x e, aplicando
rm
o método da variação dos parâmetros, conseguimos a solução y2 (x) = xe−3x . A solução geral da EDO
será dada por:
y(x) = c1 e−3x + c2 xe−3x ,
Ca
sendo x ∈ R. Em outras palavras, se y é uma solução da EDO, então y é uma combinação linear das
soluções y1 e y2 .
Nas próximas páginas, analisemos o 3o Caso em que o discriminante é negativo. Nesse caso, não
do
existe um número real m que satisfaça a equação caracterı́stica, ou seja, as raı́zes são números complexos,
em particular, um par de números complexos conjugados. Vamos denotá-los por: m1 = α + iβ e
√
ia
ita
Objetivo desta aula: Fazer um estudo introdutório dos números complexos
eR
0.10 Números Complexos
Veremos aqui uma pequena introdução aos números complexos. Eles surgiram da necessidade de resolver
o
algumas equações polinomiais como, por exemplo, x2 + 1 = 0. Criou-se então, a unidade imaginária
√ rm
i = −1 e a partir dela surgiram os demais números complexos, que são escritos no formato z = x + iy
ou z = x + yi, sendo x e y números reais quaisquer. Alguns livros denotam um número complexo por
um par ordenado z = (x, y). Dessa forma, podemos associar um número complexo a um vetor do plano.
Ca
do
ia
ar
c) (−2 + 3i)2 = (−2 + 3i) · (−2 + 3i) = (−2(−2) − 3(3)) + i(−2(3) + 3(−2)) = −5 − 12i
ita
d) (−2 + 3i) · (−2 − 3i) = (−2(−2) − 3(−3)) + i(−2(−3) + 3(−2)) = 13 + 0i = 13
eR
Para cada número complexo z = x+iy, definimos o número complexo conjugado de z, z = x−iy. Além
disso, definimos o módulo de z, isto é, o número real não negativo
p
|z| = x2 + y 2 , que representa o tamanho de z (fazendo um paralelo com os vetores no plano). Obser-
o
vemos que quando multiplicamos um número complexo pelo seu conjugado obtemos o quadrado de seu
módulo. De fato, rm
z · z = (x + iy) · (x − iy) = (x2 + y 2 ) = |z|2 .
Agora, vamos ver como fica a divisão de dois números complexos z1 = x1 + iy1 e z2 = x2 + iy2 ,
Ca
sendo z2 6= 0. Definimos a divisão de z1 por z2 como sendo o número complexo w = x + iy, tal que
z2 · w = z1 . Dessa forma, sabendo que dois números complexos são iguais se, e somente se, as partes
real e imaginária são iguais, obtemos:
do
2 2 1 x2 +y2
⇒ ⇒w= + i .
y x+x y =y
2 2 1
y = x2 y1 −x1 y2 x22 + y22 x22 + y22
x22 +y22
ar
z1
Outra maneira mais simples de calcular z2
é fazer o seguinte:
= = = = .
z2 z2 z 2 z2 · z 2 |z2 |2 x22 + y22
−2+3i
c) 5
= − 25 + 35 i
0.10. NÚMEROS COMPLEXOS 39
Nosso objetivo agora, é definir a exponencial de um número complexo, ou seja, ex+iy . Sabemos que
a potenciação de números reais satisfaz a propriedade ea+b = ea · eb . Gostarı́amos que a exponencial de
um número complexo também satisfizesse essa propriedade, assim, queremos que ex+iy = ex · eiy . Já
conhecemos o termo ex que é uma exponencial de um número real. Precisamos definir o que seria eiy .
Para isso, relembremos a definição da série de Taylor para uma função f em torno de um ponto x0 :
ita
f 00 (x0 ) f 000 (x0 )
f (x) = f (x0 ) + f 0 (x0 )(x − x0 ) + (x − x0 )2 + (x − x0 )3 + . . .
2! 3!
eR
As séries de Taylor em torno de x0 = 0 das funções ex , cos(x) e sin(x) são dadas a seguir:
+∞
1 1 1 X 1
e = 1 + x + x2 + x3 + x4 . . . =
x
xn
2! 3! 4! n=0
n!
X (−1)n +∞
1 2 1 4 1 6
o
cos(x) = 1 − x + x − x ... = x2n
2! 4! 6! n=0
(2n)!
1
3!
1
5!
1
sin(x) = x − x3 + x5 − x7 . . . =
7!
rm
X (−1)n
(2n + 1)!
+∞
x2n+1
n=0
Sabemos que, nas séries acima, x deve ser um número real. No entanto, vamos supor que elas sejam
Ca
válidas também para os números complexos. Daı́,
+∞
1 1 1 X 1
iy
e = 1 + iy + (iy)2 + (iy)3 + (iy)4 . . . = (iy)n
2! 3! 4! n=0
n!
do
i2 = −1 i3 = i2 · i = −i
i4 = i2 · i2 = (−1) · (−1) = 1 i5 = i4 · i = i
ia
i6 = i3 · i3 = (−i) · (−i) = i2 = −1 i7 = i6 · i = −i
ar
i8 = i4 · i4 = 1 i9 = i8 · i = i
i10 = i5 · i5 = i · i = −1 ...
M
As somas dos termos sem o i equivale à série da função cosseno e a soma dos termos com o fator i
equivale à série da função seno. Então podemos escrever
sendo y um número real qualquer. A última igualdade é conhecida na literatura como a Fórmula de
Euler.
ita
De acordo com toda essa discussão, a definição da exponencial de um número complexo deve ser:
eR
que também é um número complexo.
o
a) e2+iπ = e2 · eiπ = e2 (cos(π) + i sin(π)) = e2 (−1 + i0) = −e2
rm √ √ √ √
b) e−1+iπ/4 = e−1 · eiπ/4 = e−1 (cos(π/4) + i sin(π/4)) = e−1 ( 2/2 + i 2/2) = e−1 2/2 + ie−1 2/2
0.11 Exercı́cios
Efetue as operações com os números complexos:
ia
3. 3(2 + 3i)
4. (−2 − i) · (5 + 2i)
2−i
5. 5+2i
4+i
6. 1−i
4+i
7. −i
0.11. EXERCÍCIOS 41
8. e3+i
9. e−πi
iπ
10. e 3
ita
1. 2 + 7i
2. 3 − i
eR
3. 6 + 9i
4. −8 − 9i
o
8 9
5. 29
− i 29
6. 3
2
+ i 52
rm
7. −1 + 4i
Ca
8. e3 cos(1) + ie3 sin(1)
9. −1
do
√
1 3
10. 2
+i 2
ia
ar
M
42
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Teórica 7
ita
Objetivo desta aula: Analisar o 3o caso possı́vel, que é quando as raı́zes da equação caracterı́stica são
eR
números complexos
Relembremos que estamos buscando soluções exponenciais, y(x) = emx , para as EDO’s homogêneas
da forma
o
ay 00 + by 0 + cy = 0,
rm
sendo a 6= 0, b, e c constantes reais. Vimos que o valor da constante m deve satisfazer a equação carac-
terı́stica am2 + bm + c = 0. Com o que aprendemos sobre os números complexos, podemos analisar o
Ca
que ocorre quando a equação caracterı́stica não possui raı́zes reais, ou seja, ∆ = b2 − 4ac < 0, o que
implica na existência de raı́zes que são números complexos.
do
• 3o Caso: ∆ < 0
Neste caso, as raı́zes são os números complexos:
√ √
ia
−b + i −∆ −b −∆
m1 = = +i = α + iβ
2a 2a 2a
ar
|{z} | {z }
α β
e
√ √
M
−b − i −∆ −b −∆
m2 = = −i = α − iβ,
2a 2a 2a
|{z} | {z }
α β
√
sendo β 6= 0. Lembrem-se que −∆ > 0, pois ∆ < 0, portanto o número −∆ é real e positivo.
Com essas duas raı́zes complexas, temos duas soluções complexas, isto é, soluções que são funções cujo
domı́nio é o conjunto dos números reais, mas o contra-domı́nio é o conjunto dos números complexos.
No entanto, precisamos encontrar soluções reais, ou seja, o contra-domı́nio das soluções precisa ser o
44
conjunto dos números reais. Vamos denotar as soluções complexas encontradas por
Sabemos que o conjunto de todas as soluções da EDO homogênea forma um espaço vetorial, então se
considerarmos uma combinação linear das soluções ye1 e ye2 , por exemplo, 12 ye1 + 12 ye2 teremos ainda uma
solução da EDO. Vamos ver a expressão da solução 21 ye1 + 21 ye2 .
ita
1 1 1h i
ye1 (x) + ye2 (x) = (eαx cos(βx) +ieαx sin(βx)) + (eαx cos(βx) −ieαx sin(βx))
2 2 2
eR
| {z } | {z }
1 h i
= 2eαx cos(βx) = eαx cos(βx).
2
Observe que a solução resultante não tem i em sua expressão, ou seja, é uma solução real. Denotaremos
esta solução real por y1 (x) = eαx cos(βx).
o
Por outro lado, a combinação linear − 2i ye1 + 2i ye2 também será uma solução da EDO. Vejamos a
expressão dessa solução.
rm
i i ih i
− ye1 (x) + ye2 (x) = − ye1 (x) − ye2 (x) =
2 2 2
Ca
i h αx i
− (e cos(βx) +ieαx sin(βx)) − (eαx cos(βx) −ieαx sin(βx))
2 | {z } | {z }
i h i
= − 2ieαx sin(βx) = eαx sin(βx).
2
do
Logo, a expressão dessa outra solução também não tem o número i, ou seja, é uma solução real da
EDO. Denotaremos esta última solução por y2 (x) = eαx sin(βx). Portanto, conseguimos duas soluções
reais, y1 e y2 , para a nossa EDO. Com essas duas soluções temos uma base para o espaço vetorial das
ia
soluções reais da EDO, o que nos permite concluir que as soluções da EDO são dadas por y(x) =
c1 y1 (x) + c2 y2 (x) = c1 eαx (cos(βx) + sin(βx)), x ∈ R.
ar
Para que y(x) = emx seja solução da EDO, a constante m deve ser uma raiz da equação caracterı́stica
m2 − 4m + 5 = 0.
√
2 4± −4 4 ± 2i
4 = (−4) − 4(1)(5) = 16 − 20 = −4 ⇒ m = = = 2 ± i.
2 2
Temos duas raı́zes complexas conjugadas, sendo α = 2 e β = 1. De acordo com o que vimos no terceiro
caso, teremos as duas soluções reais: y1 (x) = e2x cos(x) e y2 (x) = e2x sin(x). O conjunto formado
0.12. EXERCÍCIOS 45
por essas duas soluções é uma base para o espaço vetorial das soluções da EDO homogênea. Assim, a
solução geral da EDO é: y(x) = c1 e2x cos(x) + c2 e2x sin(x).
Exemplo 0.11.2 Encontre a solução da EDO do exemplo anterior que satisfaça as condições iniciais:
y(0) = 1 e y 0 (0) = 0.
ita
fornecidas no enunciado. Para isso, vamos calcular y 0 (x) e substituir x por 0.
eR
y 0 (0) = 2c1 + c2 = 0
y(0) = c1 = 1.
o
Logo, temos c1 = 1 e c2 = −2c1 = −2. Portanto, a solução do problema de valor inicial é y(x) =
e2x cos(x) − 2e2x sin(x). rm
0.12 Exercı́cios
Ca
Encontre a solução geral das EDO’s homogêneas e determine, quando for o caso, a solução que satisfaz
as condições iniciais fornecidas.
do
1. 9y 00 + y 0 = 0
2. y 00 + 6y 0 − 4y = 0
ia
d2 y dy
3. dt2
− dt
− 6y = 0
ar
4. 2y 00 − 36y = 0
M
5. 4y 00 − 15y 0 = 0
6. y 00 + 6y 0 + 9y = 0
d2 x
7. dt2
− 10 dx
dt
+ 25x = 0, x(0) = 1, x0 (0) = 2
8. 4y 00 − 4y 0 + y = 0
10. 2y 00 + 3y 0 + 3y = 0
12. 3y 00 + 2y 0 + y = 0
ita
14. 2y 00 − 2y 0 + y = 0, y(0) = −2, y 0 (0) = 1
eR
1. y(x) = c1 + c2 e−x/9
√ √
2. y(x) = c1 e(−3+ 13)x
+ c2 e(−3− 13)x
o
3. y(t) = c1 e−2t + c2 e3t
4. y(x) = c1 e−2
√
6x
+ c2 e 2
√
6x
rm
5. y(x) = c1 + c2 e15x/4
Ca
6. y(x) = c1 e−3x + c2 xe−3x
√ √
10. y(x) = c1 e−3x/4 cos( 15x/4) + c2 e−3x/4 sin( 15x/4)
ar
ita
Objetivo desta aula: aprender a resolver EDO’s de segunda ordem lineares com coeficientes constantes
eR
não homogêneas pelo método dos coeficientes a determinar
o
0.13 EDO linear não homogênea
rm
Nesta seção estudaremos as EDO’s de segunda ordem lineares com coeficientes constantes não ho-
mogêneas, ou seja, as EDO’s da forma
Ca
ay 00 + by 0 + cy = f (x),
Esse método é mais restritivo, pois se aplica às EDO’s cuja função f , que aparece do lado direito da
M
EDO, seja do tipo polinomial, exponencial, seno ou cosseno, além de soma ou produto de funções desses
tipos. Por exemplo: f (x) = e3x , f (x) = e−x cos(2x), f (x) = cos(2x) + x2 , f (x) = (x + 1) sin(3x) − ex ,
etc. Estas funções têm um caráter especial, pois suas derivadas são do mesmo tipo. Por exemplo, se f é
uma função polinomial de grau n, suas derivadas f 0 , f 00 , etc, também serão funções polinomiais com grau
menor do que n. Da mesma forma, se f é uma função exponencial, f 0 , f 00 , etc, também serão funções
exponenciais.
48
O resultado a seguir nos fornece o formato da solução geral de uma EDO não homogênea. Veremos
que precisamos resolver a EDO homogênea correspondente para encontrar a solução geral da EDO não
homogênea.
ay 00 + by 0 + cy = f (x),
ita
sendo f uma função contı́nua em algum intervalo I. Então a solução geral é dada por:
eR
sendo yh a solução geral da EDO homogênea correspondente e yp uma solução particular da EDO não
homogênea.
De acordo com o teorema anterior, precisamos encontrar alguma solução yp da EDO não homogênea e
o
resolver a EDO homogênea para termos a solução geral do nosso problema. Os dois métodos terão seus
rm
esforços concentrados em encontrar uma solução yp .
8x2 − x − 16. Agora, resolvemos a EDO homogênea correspondente, isto é, a EDO y 00 + y = 0.
√
m2 + 1 = 0 ⇒ m = ± −1 = ±i ⇒ yh (x) = c1 cos(x) + c2 sin(x).
M
Neste exemplo, f (x) = 5 cos(3x), então precisamos supor que yp (x) = A cos(3x) + B sin(3x), pois a
derivada da função cosseno é a função seno, então irá aparecer do lado esquerdo da EDO não homogênea
o seno e também o cosseno.
yp (x) = A cos(3x) + B sin(3x)
yp0 (x) = −3A sin(3x) + 3B cos(3x)
yp00 (x) = −9A cos(3x) − 9B sin(3x)
ita
Substituindo na EDO não homogênea obtemos:
y 00 − 4y 0 − 12y = 5 cos(3x)
eR
[−9A cos(3x) − 9B sin(3x)] − 4[−3A sin(3x) + 3B cos(3x)] − 12[A cos(3x) + B sin(3x)] = 5 cos(3x)
o
Logo,
−21A − 12B = 5
rm
12A − 21B = 0 ⇒ A = 21
B
12
(21)2 (12)2
21 5 · 12
Ca
−21 B − 12B = 5 ⇒ − − B=5⇒B=−
12 12 12 (21)2 + (12)2
60 60 12 4
B=− =− =− =− .
441 + 144 585 117 39
21
4 7
Assim, A = 12 · − 39 = − 39 e a solução particular encontrada é:
do
7 4
yp (x) = − cos(3x) − sin(3x).
39 39
Resolvendo, agora, a EDO homogênea correspondente y 00 − 4y 0 − 12y = 0.
ia
√ √
2 4 ± 16 + 48 4 ± 64
m − 4m − 12 = 0 ⇒ m = ⇒m= ⇒
ar
2 2
⇒ m1 = −2 e m2 = 6 ⇒ yh (x) = c1 e−2x + c2 e6x .
M
21 12
y 0 (x) = −2c1 e−2x + 6c2 e6x + sin(3x) − cos(3x).
39 39
Calculando y(0) e y 0 (0) obtemos:
7 4 7
y(0) = c1 + c2 − cos(0) − sin(0) = c1 + c2 − = 0
39 39 39
21 12 12
y 0 (0) = −2c1 + 6c2 + sin(0) − cos(0) = −2c1 + 6c2 − = 0.
39 39 39
ita
7
Explicitando a variável c1 na primeira equação em função de c2 obtemos: c1 = −c2 + 39
. Agora,
substituı́mos na segunda equação:
eR
7 12 12 14 26 1
−2 −c2 + + 6c2 = ⇒ 8c2 = + ⇒ c2 = = .
39 39 39 39 39(8) 12
Então
1 7 26 7(8) 30 15 5 5
c1 = − + =− + = = = = .
o
12 39 39(8) 39(8) 39(8) 39(4) 13(4) 52
Portanto, a solução do PVI é :
5 −2x 1 7
rm 4
y(x) = e + e6x − cos(3x) − sin(3x).
52 12 39 39
Ca
A resposta pode ser checada em algum software. No exemplo seguinte, veremos que algo diferente
acontece.
do
y 00 + 2y 0 = 3e−2x .
ia
Como f (x) = 3e−2x , iremos supor que yp (x) = Ae−2x . Calculando as derivadas e substituindo na EDO
obtemos:
ar
o que é uma contradição, pois a função exponencial 3e−2x não é igual a função nula. Logo, a função
yp que imaginamos não é solução particular para a EDO não homogênea. Por que nossa tentativa não
deu certo? A resposta é que a função yp que supomos ser solução da EDO não homogênea é uma
solução da EDO homogênea correspondente, por isso o lado esquerdo da igualdade deu zero. De fato,
quando resolvemos a EDO homogênea correspondente y 00 + 2y 0 = 0, encontramos m1 = 0 e m2 = −2,
0.13. EDO LINEAR NÃO HOMOGÊNEA 51
implicando que qualquer múltiplo da função y2 (x) = e−2x é uma solução da EDO homogênea. Quando
isso ocorrer, devemos multiplicar a nossa tentativa por um x, da seguinte forma:
ita
y 00 + 2y 0 = 3e−2x ⇒ (−4A + 4Ax)e−2x + 2[(A − 2Ax)e−2x ] = 3e−2x ⇒
eR
⇒ (−4A + 2A + 4Ax − 4Ax)e−2x = 3e−2x ⇒ −2A = 3 ⇒ A = −3/2.
3
y(x) = c1 + c2 e−2x − xe−2x .
o
2
rm
Observação 0.13.1 Diante da necessidade de saber se yp é ou não uma solução da EDO homogênea
correspondente, devemos resolver primeiro a EDO homogênea correspondente para economizar os nos-
sos cálculos na procura por yp .
Ca
y 00 + 4y 0 + 4y = 3e−2x .
do
formam uma base para o espaço das soluções da EDO homogênea. Dessa forma, a solução geral da EDO
ar
homogênea é yh (x) = c1 e−2x + c2 xe−2x , x ∈ R. Como f (x) = 3e−2x , deverı́amos buscar solução
particular para a EDO não homogênea da forma yp (x) = Ae−2x . No entanto, não terı́amos sucesso, pois
M
yp com esse formato é uma solução da EDO homogênea, como no exemplo resolvido anteriormente.
Multipliquemos então, nossa tentativa por x e consideremos a candidata yp (x) = Axe−2x . Mais uma
vez, não terı́amos sucesso, pois yp com esse formato também é uma solução da EDO homogênea! Então
devemos multiplicá-la por outro x, chegando à candidata yp (x) = Ax2 e−2x . Fazendo os cálculos das
derivadas e substituindo na EDO que queremos resolver chegamos à solução procurada.
yp (x) = Ax2 e−2x ⇒ yp0 (x) = 2Axe−2x + Ax2 e−2x (−2) = (2Ax − 2Ax2 )e−2x ⇒
52
⇒ yp00 (x) = (2A − 4Ax)e−2x + (2Ax − 2Ax2 )e−2x (−2) = (2A − 8Ax + 4Ax2 )e−2x .
y 00 + 4y 0 + 4y = 3e−2x ⇒ (2A − 8Ax + 4Ax2 )e−2x + 4(2Ax − 2Ax2 )e−2x + 4Ax2 e−2x = 3e−2x
ita
3
y(x) = c1 e−2x + c2 xe−2x + x2 e−2x .
2
eR
Vejamos um resultado que nos ajudará a resolver EDO’s não homogêneas.
o
rm
ay 00 + by 0 + cy = f1 (x) (8)
ay 00 + by 0 + cy = f2 (x), (9)
Ca
respectivamente. Então a função yp (x) = yp1 (x) + yp2 (x) será uma solução particular da EDO não
homogênea:
do
ay 00 + by 0 + cy = f1 (x) · f2 (x),
ar
vale notar que, em geral, a função yp (x) = yp1 (x) · yp2 (x) não é uma solução particular para a EDO não
M
homogênea.
Finalizamos o estudo do método dos coeficientes a determinar com a tabela abaixo contendo o formato da
solução particular yp de acordo com a função f que aparece na EDO não homogênea. No entanto, como
nos dois últimos exemplos, pode ser necessário adaptar o formato da solução particular multiplicando-
a por x ou x2 , tal necessidade irá depender se a solução particular proposta for uma solução da EDO
0.14. EXERCÍCIOS 53
homogênea correspondente.
f (x) yp (x)
8x2 − x Ax2 + Bx + C
5 cos(3x) A cos(3x) + B sin(3x)
3e−2x Ae−2x
(8x2 − x)e−2x (Ax2 + Bx + C)e−2x
ita
8x2 − x + 3e−2x Ax2 + Bx + C + De−2x
−5 sin(x)e3x A cos(x)e3x + B sin(x)e3x
eR
0.14 Exercı́cios
Exercı́cio 0.14.1 Encontre a solução geral das EDO’s não homogêneas:
o
1. y 00 + 7y 0 + 10y = 15 rm
2. y 00 − 4y = 6ex
3. 2y 00 − 7y 0 + 5y = 13ex
Ca
4. y 00 + 5y = −12x2 ex
5. y 00 − 3y 0 + 4y = 5 cos(2x)
do
6. 4y 00 − 4y 0 + y = x2 − 7, y(0) = −5 e y 0 (0) = 0
13
3. y(t) = c1 ex + c2 e5x/2 − 3
xex
√ √
4. y(x) = c1 cos( 5x) + c2 sin( 5x) + ( 29 + 43 x − 2x2 )ex
√ √
5. y(x) = e3x/2 c1 cos 27x + c2 sin 27x − 56 sin(2x)
ita
7. y(x) = e−3x/2 − 49
4
cos 23x + 50 3
147
sin 3x
2
+ 97 xex − 45 x
49
e
π+2
cos(x) + 12 sin(x) − x2 cos(x)
8. y(x) = 2
eR
9 2
9. y(x) = 2
x − 2x + 2 ex
o
rm
Ca
do
ia
ar
M
Aula Teórica 9
ita
Objetivo desta aula: aprender a resolver EDO’s de segunda ordem linears com coeficientes constantes
eR
não homogêneas pelo método da variação dos parâmetros
o
rm
Agora, estudaremos um método mais geral, isto é, que se aplica a uma classe maior de EDO’s não
homogêneas. Denotaremos por y1 e y2 as soluções da EDO homogênea ay 00 + by 0 + cy = 0, que são
linearmente independentes. Vamos procurar uma solução particular para a EDO não homogênea ay 00 +
Ca
by 0 + cy = f (x) que seja da forma:
Nosso objetivo então, é encontrar as funções u1 e u2 . As funções y1 e y2 são conhecidas, uma vez que
já sabemos resolver EDO’s lineares homogêneas com coeficientes constantes. As funções u1 e u2 não
podem ser funções constantes, caso contrário, yp seria solução da EDO homogênea e não da EDO não
ia
yp = u1 y1 + u2 y2
yp00 = u001 y1 + u01 y10 + u01 y10 + u1 y100 + u002 y2 + u02 y20 + u02 y20 + u2 y200
z}|{
+c(u1 y1 + u2 y2 ) = f (x)
|{z}
Colocando o termo u1 em evidência e também o termo u2 obtemos:
u1 (ay100 + by10 + cy1 ) + u2 (ay200 + by20 + cy2 ) + a(u001 y1 + 2u01 y10 + u002 y2 + 2u02 y20 )+
ita
Como y1 e y2 são soluções da EDO homogênea, temos que ay100 + by10 + cy1 = 0 e ay200 + by20 + cy2 = 0.
Assim, a expressão anterior se torna
eR
a(u001 y10 + 2u01 y10 + u002 y20 + 2u02 y20 ) + b(u01 y1 + u02 y2 ) = f (x). (11)
Vamos supor que u01 y1 + u02 y2 = 0. Então a derivada com relação a x também é igual a zero.
o
d 0 d
[u1 y1 + u02 y2 ] =
rm [0]
dx dx
u001 y1 + u01 y10 + u002 y2 + u02 y20 = 0. (13)
Ca
Substituindo as equações (12) e (13) na equação (11) obtemos
Portanto, para encontrar as funções u1 e u2 , precisamos antes encontrar suas derivadas u01 e u02 , que é
do
1 1 2 2 a
Escrevendo em notação matricial o sistema acima nas variáveis u01 e u02 temos:
ar
y1 y2 u01 0
=
0 0 0 f (x)
M
y1 y2 u2 a
Então, Z
f (x)y2
u1 (x) = − dx,
a(y1 y20 − y10 y2 )
onde consideramos a constante de integração como sendo nula, já que precisamos de uma única função
u1 . Analogamente,
y1 0
det
f (x)
y10 a f (x)y1
u02 =
ita
= .
a(y1 y20 − y10 y2 )
y1 y2
det
y10 y20
eR
Consequentemente, Z
f (x)y1
u2 (x) = dx.
a(y1 y20 − y10 y2 )
Portanto, Z Z
f (x)y2 f (x)y1
yp (x) = − dx y1 (x) + dx y2 (x).
o
a(y1 y20 − y10 y2 ) a(y1 y20 − y10 y2 )
rm
Exemplo 0.14.1 Utilize o método da variação dos parâmetros para encontrar a solução geral da EDO
y 00 + 2y 0 + y = 5e−x .
Ca
Primeiramente, encontramos as soluções linearmente independentes da EDO homogênea correspondente,
isto é, da EDO y 00 + 2y 0 + y = 0. Resolvendo a equação caracterı́stica m2 + 2m + 1 = 0, encontramos
as raı́zes repetidas m1 = m2 = −1. Dessa forma, y1 (x) = e−x e y2 (x) = xe−x são as soluções da
do
EDO homogênea. Para encontrar uma solução particular da EDO não homogênea, vamos supor que
yp (x) = u1 (x)y1 (x) + u2 (x)y2 (x). De acordo com o que vimos anteriormente, primeiro precisamos
encontrar as derivadas das funções u1 e u2 , que satisfazem o sistema algébrico:
ia
e−x u0 + xe−x u0 = 0
1 2
−e−x u0 + (e−x − xe−x )u0 = 5e−x .
ar
1 2
−x −x
e xe u01 0
=
M
−x −x −x
−e e − xe u02 −x
5e
Da regra de Crammer temos que
0 xe−x
det
5e−x e−x − xe−x 5xe−2x
0
u1 = = − = −5x.
e−2x − xe−2x + xe−2x
e−x xe−x
det
−e−x e−x − xe−x
58
e−x 0
det
−x −x
−e 5e 5e−2x
u02 = = −2x −2x + xe−2x
= 5.
e−x
xe −x e − xe
det
−e−x e−x − xe−x
ita
R
Assim, u2 (x) = 5dx = 5x. Portanto a solução particular encontrada é
5
yp (x) = − x2 y1 (x) + 5xy2 (x)
2
eR
5
yp (x) = − x2 e−x + 5x2 e−x
2
5
yp (x) = x2 e−x .
2
A solução geral da EDO não homogênea é a soma da solução geral da EDO homogênea com a solução
o
particular encontrada, rm 5
y(x) = c1 e−x + c2 xe−x + x2 e−x ,
2
sendo x ∈ R.
Ca
Exemplo 0.14.2 Utilize o método da variação dos parâmetros para resolver o PVI
y 00 + y = 3 csc(x), 0 < x < π,
do
y π2 = 0,
.
y 0 π = 1.
2
temente, y1 (x) = cos(x) e y2 (x) = sin(x). A solução geral da EDO homogênea é yh (x) = c1 cos(x) +
c2 sin(x). Vamos aplicar o método da variação dos parâmetros para encontrar uma solução particular
ar
para a EDO não homogênea. Assim, buscamos por yp da forma yp (x) = u1 (x) cos(x) + u2 (x) sin(x). As
M
Em notação de matrizes,
cos(x) sin(x) u01 0
=
− sin(x) cos(x) u02 3 csc(x)
0.14. EXERCÍCIOS 59
ita
Logo, u1 (x) = −3x. Da mesma forma,
cos(x) 0
eR
det
− sin(x) 3 csc(x) 3 cos(x) csc(x) 3 cos(x)
u02 = = 2 2 = .
cos(x) sin(x) cos (x) + sin (x) sin(x)
det
− sin(x) cos(x)
o
Integrando u02 encontramos u2 .
u2 (x) =
Z
3 cos(x)
sin(x)
dx =
Z
3
u
rm
du = 3 ln |u| = 3 ln | sin(x)| = 3 ln(sin(x)),
Ca
pois sin(x) > 0 para 0 < x < π. A solução geral da EDO não homogênea é a soma da solução geral da
EDO homogênea com a solução particular encontrada:
Para terminar, encontramos os valores das constantes c1 e c2 de forma que os dados iniciais sejam satis-
feitos. Fazendo x = π/2 temos:
ia
1
y 0 (x) = −c1 sin(x) + c2 cos(x) − 3 cos(x) + 3x sin(x) + 3 cos(x) sin(x) + 3 ln(sin(x)) cos(x),
sin(x)
0.15 Exercı́cios
1. Resolva e EDO y 00 − 4y 0 + 4y = 3xe2x .
1
R
ita
3. Usando que 1+x2
dx = arctan(x), encontre a solução geral da EDO
ex
y 00 − 2y 0 + y = .
1 + x2
eR
csc(ax)dx = − a1 ln | csc(ax) + cot(ax)|, encontre a solução geral da EDO
R
4. Usando que
y 00 + 4y = csc2 (2x).
o
5. Usando que cosh(x) = 21 (ex + e−x ), encontre a solução geral da EDO
rm
y 00 − y = cosh(x).
Ca
0.15.1 Resposta dos exercı́cios
5. y(x) = c1 e 8
e + 8
M
Aula Teórica 10
ita
Objetivo desta aula: definir a Transformada de Laplace e a Transformada inversa de Laplace e ver como
eR
utilizá-las para resolver PVI’s lineares
o
Nesta aula estudaremos um outro método de resolução de EDO linear com coeficientes constantes. Ele é
rm
válido tanto para as EDO’s homogêneas quanto para as não homogêneas. Além disso, a solução da EDO
deverá estar definida em um intervalo contido no intervalo [0, +∞[, podendo ser o próprio [0, +∞[. A
variável independente será denotada por t ≥ 0.
Ca
Como iremos precisar de integração imprópria, faremos um exemplo para recordar.
R +∞
a) 0
e−2t dt
R +∞ 1
b) 1 t
dt
ia
Z +∞ Z M −2t −2M
−2t −2t e M e 1 1
e dt = lim e dt = lim = lim − + = .
−2 0 2 2 2
0 M →+∞ 0 M →+∞ M →+∞
M
Logo a integral imprópria converge para 1/2. Vejamos a integral imprópria do item (b).
Z +∞ Z M M
1 1
dt = lim dt = lim ln |t| = lim [ln |M | − ln |1|] = +∞.
1 t M →+∞ 1 t M →+∞ 1 M →+∞
negativa. Vamos nomear as funções na variável t com letras minúsculas e as funções na variável s, com
letras maiúsculas para evitar confusões.
A transformada de Laplace de f (t), t ≥ 0, é definida como sendo a função na variável s:
Z +∞
F (s) = L{f (t)} = e−st f (t)dt,
0
ita
eR
o
rm
Ca
Figura 8: Transformada de Laplace relaciona dois conjuntos de funções
1
b) L{eat } = s−a
, s>a
ia
=
M →+∞ −s 0
0 M →+∞ 0
−sM
e 1 1
= lim − + = ,
M →+∞ s s s
se s > 0. Se s ≤ 0, a integral diverge.
Agora, calculemos a transformada de Laplace da função exponencial g(t) = eat , t ≥ 0.
Z +∞ Z M −(s−a)t
at −st at −(s−a)t e M
L{e } = e e dt = lim e dt = lim =
M →+∞ −(s − a) 0
0 M →+∞ 0
0.16. TRANSFORMADA DE LAPLACE 63
e−(s−a)M
1 1
= lim − + = ,
M →+∞ s−a s−a s−a
se s − a > 0, ou seja, se s > a.
Finalmente, calculemos a transforma de Laplace da função derivada y 0 (t).
Z +∞ Z M
0 −st 0 −st 0
L{y (t)} = e y (t) dt = lim e y (t)dt =
0 M →+∞ 0
ita
M Z M
−st −st
= lim e y(t) + s e y(t) dt =
M →+∞ 0 0
Z +∞
−sM
y(M )] − y(0) + s e−st y(t)dt =
eR
= lim [e
M →+∞ 0
= −y(0) + sL{y(t)},
o
M →+∞
rm
Dizer que o limite acima é válido, equivale a dizer que a função y = y(t) é de ordem exponencial
quando t é suficientemente grande. Em outras palavras, y(t) é limitada por alguma função exponencial,
quando t é grande. Suponhamos que isso seja válido para as funções que estivermos trabalhando.
Ca
De acordo com o item (c) temos as identidades:
L{y 00 (t)} = −y 0 (0) + sL{y 0 (t)} = −y 0 (0) + s[−y(0) + sL{y(t)}] = −y 0 (0) − sy(0) + s2 L{y(t)}.
do
L{y (n) (t)} = −y (n−1) (0) − sy (n−2) (0) − . . . − sn−1 y(0) + sn L{y(t)}.
ia
Observação 0.16.1 Quando escrevemos L{f (t)} = F (s), também podemos dizer que a transformada
inversa de Laplace da função F (s) é f (t). Em sı́mbolos:
ar
A tabela a seguir apresenta as transformadas de Laplace das principais funções que vamos utilizar. É um
ótimo exercı́cio tentar calcular e verificar essas transformadas.
ita
1 1
L{1} = s
L{t} = s2
n! 1
L{tn } = sn+1
L{eat } = s−a
s a
L{cos(at)} = L{sin(at)} =
eR
s2 +a2 s2 +a2
Exercı́cio 0.16.1 Com a ajuda da tabela anterior e das informações dadas na observação, calcule a
transformada inversa de Laplace das funções:
o
a) L−1 1
= e−2t
s+2
b) L−1
1
s4
= 1 −1
3!
L
3!
s4
= 1 3
6
t
rm
−1
n √ o √
1 √1 L−1 7 √1
c) L s2 +7
= 7 s2 +7
= 7
sin( 7t)
Ca
−2s+6
d) L−1 = −2L−1 s
+ 62 L−1 2
s2 +4 s2 +4 s2 +4
= −2 cos(2t) + 3 sin(2t)
n o
e) L−1 s+1
= L−1 = AL−1 + BL−1
A B
1 1
= A + Be4t = − 14 + 54 e4t ,
s(s−4) s
+ s−4 s s−4
do
s+1 A B A(s − 4) + Bs
= + = =⇒ s + 1 = A(s − 4) + Bs =⇒
s(s − 4) s s−4 s(s − 4)
1 5
ia
=⇒ s + 1 = (A + B)s − 4A =⇒ A + B = 1 e − 4A = 1 =⇒ A = − e B= .
4 4
ar
1 1
L{y 0 − 4y} = L{1} ⇒ L{y 0 } − 4L{y} = ⇒ −y(0) + sL{y} − 4L{y} =
s s
0.17. EXERCÍCIOS 65
ita
s(s − 4) s s−4
−1 1 −1 1
⇒ y(t) = AL + BL = A + Be4t .
s s−4
eR
Usando frações parciais, descobrimos as constantes A e B.
s+1 A B A(s − 4) + Bs (A + B)s − 4A
= + = =
s(s − 4) s s−4 s(s − 4) s(s − 4)
o
A+B =1 1 5
⇒A=− e B =1−A= .
−4A = 1 4 rm 4
0.17 Exercı́cios
do
a) L{2t − 5}
ar
b) L{3t5 }
c) L{1 − e3t }
M
d) L{cos(3t) − 2 sin(3t)}
a) L−1
1
s6
b) L−1
3 1
s2
− s4
66
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Teórica 11
ita
Objetivo desta aula: resolver EDO’s por Transformada de Laplace usando o Teorema de Translação em
eR
s
Nesta aula, depois de resolvermos um PVI de 2a ordem, veremos um teorema muito importante, que
trata das EDO’s cujas raı́zes da equação caracterı́stica são repetidas ou complexas da forma m = α + iβ,
o
com α 6= 0 e β 6= 0. Lembre-se que se m = α + iβ é uma raiz da equação caracterı́stica de uma
rm
EDO então as funções y1 (x) = eαx cos(βx) e y2 (x) = eαx sin(βx) são soluções da EDO homogênea
correspondente.
Relembremos, com a tabela abaixo, a transformada de Laplace das principais funções:
Ca
1 1
L{1} = s
L{t} = s2
n! 1
L{tn } = sn+1
L{eat } = s−a
s a
do
L{cos(at)} = s2 +a2
L{sin(at)} = s2 +a2
y 00 + y = e−2t , t > 0
y(0) = 0
M
y 0 (0) = 3
Para encontrar y(t), precisamos calcular a transformada inversa de Laplace na expressão anterior. Apli-
camos então a transformada inversa de Laplace:
−1 3s + 7 −1 As + B −1 C
y(t) = L ⇒ y(t) = L +L ⇒
(s2 + 1)(s + 2) s2 + 1 s+2
−1 s −1 1 −1 1
⇒ y(t) = AL + BL + CL
s2 + 1 s2 + 1 s+2
⇒ y(t) = A cos(t) + B sin(t) + Ce−2t .
ita
Usando frações parciais, descobrimos as constantes A, B e C.
3s + 7 As + B C (As + B)(s + 2) C(s2 + 1)
eR
= + = + =
(s2 + 1)(s + 2) s2 + 1 s+2 (s2 + 1)(s + 2) (s2 + 1)(s + 2)
(As + B)(s + 2) + C(s2 + 1) (A + C)s2 + (2A + B)s + (2B + C)
=
(s2 + 1)(s + 2) (s2 + 1)(s + 2)
Portanto,
o
3s + 7 = (A + C)s2 + (2A + B)s + (2B + C).
1 17 1
y(t) = − cos(t) + sin(t) + e−2t ,
5 5 5
para t ≥ 0.
ia
at
L{e f (t)} = F (s) = F (s − a).
s→s−a
De fato, Z +∞ Z +∞
−st at
at
L{e f (t)} = e e f (t)dt = e−(s−a)t f (t)dt = F (s − a),
0 0
R +∞
pois F (s) = 0
e−st f (t)dt. De forma equivalente,
ita
n o
d) L−1 3!
(s−2)4
= e2t t3 , pois L{t3 } = 3!
s4
.
e) L−1 6
s2 −2s+2
eR
Para resolver o item (e), calculamos as raı́zes do polinômio do denominador. No entanto, o polinômio
não tem raiz real, pois 4 = −4 < 0. Então vamos ter que completar quadrado: s2 −2s+2 = (s−1)2 +1.
Assim,
6 1
o
−1 −1
L = 6L = 6L−1 {F (s − 1)} = 6et f (t),
s2 − 2s + 2 (s − 1)2 + 1
sendo F (s) = 1
s2 +1
= L{sin(t)}. Logo,
| {z }
f (t)
rm
−1 6
L = 6et sin(t).
Ca
2
s − 2s + 2
Exemplo 0.17.3 Resolva o PVI y 00 − 4y 0 + 4y = e3t , y(0) = 0 e y 0 (0) = 0.
1
−y 0 (0) − sy(0) + s2 L{y} − 4[−y(0) + sL{y}] + 4L{y} =
s−3
ar
(s2 − 4s + 4)L{y} =
s−3
1
L{y} = .
(s2 − 4s + 4)(s − 3)
Para encontrar y(t), precisamos calcular a transformada inversa de Laplace na expressão anterior. Apli-
camos então a transformada inversa de Laplace:
−1 1
y(t) = L .
(s2 − 4s + 4)(s − 3)
70
Observe que sempre o termo que multipla L{y} é a equação caracterı́stica da EDO homogênea corres-
pondente, com s no lugar de m. Encontrando as raı́zes do polinômio de terceiro grau no denominador
temos que 2 é uma raiz repetida: s1 = 2, s2 = 2 e s3 = 3. Usando frações parciais obtemos:
1 1 A B C
= = + +
(s2 − 4s + 4)(s − 3) 2
(s − 2) (s − 3) (s − 2) (s − 2) 2 (s − 3)
ita
(s2 − 4s + 4)(s − 3) (s − 2)2 (s − 3)
Assim,
1 = A(s − 2)(s − 3) + B(s − 3) + C(s − 2)2 .
eR
Uma alternativa mais simples para encontrar as constantes é substituir a variável s pelas raı́zes 2 e 3.
s = 2 ⇒ 1 = B(2 − 3) ⇒ 1 = −B ⇒ B = −1.
o
s = 3 ⇒ 1 = C(3 − 2)2 ⇒ 1 = C.
rm
Como só temos duas raı́zes distintas, escolhemos um valor arbitrário para s, por exemplo, s = 0.
Portanto,
−1 −1 1
do
−1 −1 −1
y(t) = L +L +L
(s − 2) (s − 2)2 (s − 3)
y(t) = −e2t − te2t + e3t .
−1 −1 −1 1
L = −L = −L−1 {F (s − 2)} = −e2t f (t),
ar
(s − 2)2 (s − 2)2
n o
−1
sendo F (s) = s12 = L{|{z}t }. Daı́, L−1 (s−2) 2 = −e2t t.
M
f (t)
(s2 − 2s + 2)L{y} = s
s
L{y} = .
s2 − 2s + 2
ita
Para encontrar y(t), precisamos calcular a transformada inversa de Laplace na expressão anterior. Apli-
camos então a transformada inversa de Laplace:
eR
−1 s
y(t) = L 2
.
s − 2s + 2
o
s2 − 2s + 2 = (s − 1)2 + 1.
Assim,
−1
rm
s
y(t) = L
(s − 1)2 + 1
Ca
−1 s−1+1
y(t) = L
(s − 1)2 + 1
−1 (s − 1) + 1
y(t) = L
(s − 1)2 + 1
do
−1 (s − 1) −1 1
y(t) = L +L
(s − 1)2 + 1 (s − 1)2 + 1
y(t) = L−1 {F (s − 1)} + L−1 {G(s − 1)}
ia
sendo
s
M
F (s) = = L{cos(t)}
s2 +1 | {z }
f (t)
e
1
G(s) = = L{sin(t)}.
s2 +1 | {z }
g(t)
Portanto,
y(t) = et cos(t) + et sin(t).
72
0.18 Exercı́cios
Dica: Confira suas respostas no Maxima.
a) L{2t − 5}
ita
b) L{3t5 }
c) L{1 − e3t }
eR
d) L{cos(3t) − 2 sin(3t)}
e) L{(1 + et )2 }
f) L{e2t t3 }
o
g) L{et sin(3t)}
h) L{e−2t t}
rm
i) L{e−t cos(2t)}
Ca
j) L{e−4t t6 }
(s−2)3
b) L−1 1
s2 +4s+5
c) L−1 s
s2 +2s+1
ia
n o
d) L−1 3s
(s−1)2
ar
3. Resolva os PVI’s:
M
a) y 0 + 2y = e−2t , y(0) = 1
b) y 0 − y = 2, y(0) = −1
ita
Objetivo desta aula: definir a função degrau unitário e estudar o Teorema de Translação em t
eR
Nesta aula, estudaremos uma função especial na matemática, a função degrau unitário ou função
de Heaviside. Com ela, será possı́vel reescrever as funções reais definidas por partes. Calcularemos
a transformada de Laplace da função degrau unitário e veremos alguns PVI’s com funções definidas
o
por partes. Com essa aula, estaremos ampliando a classe de EDO’s não homogêneas que conseguimos
rm
resolver na disciplina, pois até o momento, a transformada de Laplace estava resolvendo as EDO’s que
nós já sabı́amos resolver quer seja com o método dos coeficientes a determinaros ou com o método da
variação dos parâmetros.
Ca
Definição 0.18.1 Dado a ∈ R, a ≥ 0, definimos a função degrau unitário em a por
0, 0 ≤ t < a
U(t − a) =
do
1 t≥a
ia
ar
M
Vejamos, agora, como usar a função degrau para reescrevermos uma função definida por partes da forma:
f (t), 0 ≤ t < a
1
f (t) =
f (t),
2 t≥a
ita
Exemplo 0.18.1 Reescreva a função definida por partes
eR
t − 1, 0 ≤ t < 2
f (t) =
1, t ≥ 2,
sendo t ≥ 0.
o
Aplicando a fórmula (15) reescrevemos:
rm
f (t) = t − 1 − (t − 1)U(t − 2) + U(t − 2),
Agora, vejamos como usar a função degrau unitário para escrever a ”translada”de uma função f .
Observe o gráfico de uma função f e o gráfico de sua translação para direita de a unidades:
do
ia
ar
M
ita
eR
o
rm
Figura 11: Gráfico de uma translação da função f , considerando t ≥ 0
−st
= e f (t − a) · 0 dt + e−st f (t − a) · 1dt
|0 {z } a
=0
ar
Z +∞
= e−st f (t − a)dt
Za +∞
M
= e−s(t+a) f (t)dt
0
Z +∞
−as
= e e−st f (t)dt
Z0 +∞
= e−as e−st f (t)dt
0
= e−as L{f (t)}
= e−as F (s)
76
Essa fórmula nos ensina a calcular a transformada de Laplace de uma função vezes a função degrau
unitário.
ita
Exemplo 0.18.2 Calcule as transformadas:
eR
b) L{cos(t)U(t − π)}
n o
−1 e−2s
c) L s4
o
t2 , 0 ≤ t < 1
d) L{f (t)}, sendo f (t) = rm
1, t ≥ 1,
Resolução (a): Usando a fórmula alternativa dada no final da demonstração do teorema temos que
g(t) = t2 e a = 1. Então g(t + a) = g(t + 1) = (t + 1)2 = t2 + 2t + 1 e, da fórmula alter-
Ca
nativa, temos:
2 −s −s 2 −s 2 2 1
L{t U(t − 1)} = e L{g(t + 1)} = e L{t + 2t + 1} = e 3
+ 2+ .
s s s
do
| {z } | {z }
−1 0
e−πs s
L{cos(t)U(t − π)} = e−πs L{g(t + π)} = e−πs L{− cos(t)} = −e−πs L{cos(t)} = − .
s2 + 1
M
−3s
−1 e 1
L 4
= (t − 2)3 U(t − 2).
s 6
0.18. EXERCÍCIOS 77
Resolução (d): Como f é uma função definida por partes, usaremos a fórmula (15) para reescrevê-la:
Dessa forma,
ita
−s
= 3 −e + + +
s s3 s2 s s
2 2 2
= 3 − e−s 3
+ 2
s s s
eR
Para finalizarmos, resolveremos um PVI que traz uma função descontı́nua. Até o momento, não tı́nhamos
ferramenta para fazê-lo. Com o último teorema de translação será possı́vel sua resolução.
y 0 + y = g(t), 0, 0 ≤ t < 1
o
Exemplo 0.18.3 Resolva o PVI: , sendo g(t) = .
y(0) = 0
rm 2, t ≥ 1.
Observe que a função g é descontı́nua em t = 1. Como ela é definida por partes, usaremos novamente
a fórmula (15) para reescrevê-la. Então, g(t) = 0 − 0U(t − 1) + 2U(t − 1) = 2U(t − 1). Aplicando a
Ca
transformada de Laplace na EDO obtemos:
−s
2e
L{y} =
s(s + 1)
ar
2e−s
−1
y = L
s(s + 1)
M
−1 −s 2
y = L e ·
s(s + 1)
y = f (t − 1)U(t − 1),
n o
sendo f (t) = L−1 2
= L−1 = A + Be−t . Usamos frações parciais para encontrar
A B
s(s+1) s
+ s+1
as constantes A e B:
2 A B A(s + 1) + Bs
= + = =⇒ A(s + 1) + Bs = 2 =⇒ (A + B)s + A = 2
s(s + 1) s s+1 s(s + 1)
78
A + B = 0,
=⇒ A = 2 e B = −2.
A=2
ita
Observe que apesar de g ser descontı́nua em t = 1, a solução do PVI é contı́nua para todo t ≥ 0. Ainda,
a solução y não tem derivada em t = 1, e assim, a EDO não é satisfeita em t = 1 pela função y. De
eR
qualquer forma, y é considerada a única solução do PVI. Veja os gráficos:
o
rm
Ca
Figura 12: Gráfico da função g e da solução y do PVI
0.19 Exercı́cios
do
a) L{sin(t)U(t − π)}
b) L{tU(t − 3)}
M
ita
a) , sendo g(t) = .
y(0) = 0 −1, t ≥ 2.
y 0 + y = g(t), sin(t), 0 ≤ t < π
eR
b) , sendo g(t) = .
y(0) = 0 0, t ≥ π.
y 00 − 5y 0 + 6y = U(t − 2)
c) y(0) = 0 .
o
y 0 (0) = 2
e−s−1
c) s+1
d) s3
1
e) 2
(t − 1)2 U(t − 1)
f) et−2 U(t − 2)
ia
g) 1 t−3
2
(e − e−t+3 )U(t − 3)
ar
h) cos(2t − 2)U(t − 1)
i) sin(t − 1)U(t − 1)
M
j) e−2(t−π) U(t − π)
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Apêndice da Parte Teórica
ita
É interessante que o estudante faça a leitura desse apêndice e, em caso de dúvidas, consulte o professor.
eR
0.20 Tipos de soluções para uma EDO
Seja y = φ(x) uma função real definida para x pertencente a um intervalo aberto I contido em R.
o
Dizemos que φ é uma solução explı́cita da EDO (1) no intervalo I quando φ satisfaz a equação, isto é,
rm
vale a igualdade:
dn φ dn−1 φ
dφ
(x) = f x, φ(x), (x), · · · , n−1 (x) ,
dxn dx dx
Ca
para todo x ∈ I. Em particular, a função φ precisa ter todas as derivadas até a ordem n e em todos os
pontos do intervalo I.
√
do
3x2
Exemplo 0.20.1 A função φ(x) = 2x3 + 6 é solução explı́cita da EDO y 0 = y
, para x ∈ I =
√
] − 3 3, +∞[.
ia
0 1 3 − 12 2 6x2 3x2
√
ar
ita
y
Observemos que neste exemplo é possı́vel isolar a variável y na equação x2 + y 2 = c. Para cada constante
√
c > 0 fixada, temos duas soluções explı́citas y = ± c − x2 da EDO que estão definidas no intervalo
eR
√ √
aberto ] − c, c [. Consideramos c positiva, pois a equação algébrica x2 + y 2 = c não admite soluções
reais para c < 0 e, para c = 0, admite solução única (x, y) = (0, 0). As soluções da EDO estão sobre
√
cı́rculos centrados na origem com raio c. Cada solução implı́cita resulta em duas soluções explı́citas,
o
uma positiva e outra negativa. O intervalo é aberto, pois a função raiz quadrada não é diferenciável na
origem, sendo pontos de tangência vertical. rm
Ca
do
Exemplo 0.20.3 Considere c uma constante real arbitrária. A equação algébrica x3 y + xey − y 2 = c é
uma solução implı́cita da EDO
M
dy 3x2 y + ey
=− 3 .
dx x + xey − 2y
De fato, diferenciando implicitamente a equação x3 y + xey − y 2 = c em relação à variável x obtemos:
ita
x = 0 e y = 2 descobrimos que a constante c = 4. No entanto, ao isolarmos y, que nesse exemplo é
√
possı́vel, temos duas opções: y = ± 4 − x2 , −2 < x < 2. Como y(0) é positivo, a solução do problema
eR
é a com sinal de ”+”, ou seja, o semicı́rculo superior centrado na origem com raio 2.
Um outro exemplo, porém bem mais simples, é resolver o problema de valor inicial:
y 0 (x) = 3x4
y(−1) = 2.
o
Na verdade, basta integrar a EDO em ambos os lados em relação a x, uma vez que y é uma anti-derivada
de 3x4 cujo gráfico passa pelo ponto (−1, 2).
Z
0
Z
rm
3x5
y (x) dx = 3x4 dx ⇒ y(x) = + C.
5
Ca
Fazendo x = −1 e y = 2, encontramos o valor da constante de integração C = 13/5. Logo, o problema
3x5 +13
de valor inicial tem solução única y(x) = 5
, x ∈ R.
Nem sempre um problema de valor inicial possui uma única solução. Existem casos em que não há
do
y 0 (x) = x3 |y| 12
y(0) = 0.
ar
x8
Observemos que y1 (x) = 0 e y2 (x) = 64
são soluções do PVI para x ∈ R.
M
A seguir, veremos dois resultados que garantem a existência de uma única solução para um PVI de
primeira ordem. Em um deles, a EDO é linear, enquanto no outro a EDO pode ser não linear.
sendo as funções p e q contı́nuas em um intervalo aberto I que contém x0 . Então existe uma única função
y = φ(x) que é solução do PVI e que está definida no mesmo intervalo aberto I.
ita
∂f
sendo as funções f e ∂y
contı́nuas em um retângulo aberto R =]a, b[×]c, d[ que contém o ponto (x0 , y0 ).
Então existe uma única função y = φ(x) que é solução do PVI e que está definida em algum subintervalo
eR
]x0 − h, x0 + h[ ⊂ ]a, b[, para algum h > 0, cujo gráfico está contido no retângulo R.
o
rm
Ca
do
Vale observar que, no caso de EDO não linear, não podemos garantir que a solução existente esteja
ar
∂f
definida em todo intervalo ]a, b[ onde f e ∂y
são contı́nuas. O teorema nos garante apenas a existência de
um intervalo aberto centrado em x0 , que pode ser muito ”pequeno”, e de uma única função definida nesse
M
intervalo que é solução do PVI. Nos casos em que tem-se apenas a continuidade de f em um retângulo,
existe um resultado que nos garante apenas a existência de uma solução local, podendo existir mais de
uma solução, ou seja, não vale a unicidade de solução para o PVI, somente a existência.
1
Voltando ao Exemplo 0.21.1 em que f (x, y) = x3 |y| 2 e (x0 , y0 ) = (0, 0), sabemos que f é contı́nua
em qualquer retângulo aberto contendo a origem. No entanto, como a função valor absoluto não é dife-
renciável em zero, assim como a função raiz quadrada, não existe a derivada parcial de f em relação a y
0.21. TEOREMAS DE EXISTÊNCIA E UNICIDADE DE SOLUÇÃO PARA PROBLEMAS DE VALOR INICIAL D
∂f
nos pontos (x, 0). Portanto, a função ∂y
não é contı́nua em nenhum retângulo aberto contendo a origem,
pois ela não está definida nos pontos da forma (x, 0). Daı́, não podemos garantir a unicidade de solução
x8
para o referido PVI, que neste caso tem pelo menos as duas soluções y1 (x) = 0 e y2 (x) = 64
, x ∈ R. Da
continuidade de f podemos garantir apenas a existência de pelo menos uma solução.
ita
(x2 − 1)y 0 + 2xy = ex
y( 1 ) = 0.
eR
2
Como a EDO desse PVI é linear, tentaremos aplicar o Teorema 0.21.1. Para isso vamos reescrever a EDO
de forma que o termo que multiplica y 0 seja igual a 1. Assim, basta dividir a equação pelo termo x2 − 1,
para x 6= ±1, obtendo:
o
2x ex
y0 + yrm
= .
x2 − 1 x2 − 1
2x ex
Dessa forma, usando a notação do teorema temos as funções p(x) = x2 −1
e q(x) = x2 −1
que são
Ca
contı́nuas no conjunto
O maior intervalo aberto contendo x0 = 1/2, que está contido no conjunto R \ {±1}, é o intervalo
do
I =] − 1, 1[. Logo pelo Teorema 0.21.1 podemos garantir a existência de uma única solução y = φ(x)
para o PVI que está definida em I =] − 1, 1[.
ia
y0 = x
y 2 −1
M
y(0) = 0.
Como a EDO desse PVI não é linear, tentaremos aplicar o Teorema 0.21.2. Para isso, observemos as
x ∂f −2xy
funções f (x, y) = y 2 −1
e ∂y
(x, y) = (y 2 −1)2
, que são contı́nuas no conjunto D(f ) = {(x, y) ∈ R2 : y 6=
±1}. Considerando, por exemplo, o retângulo ilimitado R =] − ∞, +∞[ × ] − 1, 1[ que contém o ponto
(0, 0), podemos garantir, via Teorema 0.21.2, que existe uma única solução para o PVI, y = φ(x), que
está definida em algum intervalo aberto I =] − h, h[, sendo h > 0.
86
ita
sendo x pertencente a algum intervalo I. Trataremos, em especial, daquelas EDO’s em que as funções
a2 , a1 e a0 são funções constantes, que são denominadas EDO’s lineares com coeficientes constantes.
eR
Quando a função g é nula, chamamos a EDO de homogênea, caso contrário, dizemos EDO não ho-
mogênea. O conjunto de todas as soluções de uma EDO linear homogênea é um espaço vetorial, isto é,
se y1 e y2 são soluções da EDO
o
rm
então y1 + y2 também será uma solução da EDO. Ainda, se C é uma constante real qualquer, as funções
Cy1 e Cy2 , múltiplas de y1 e y2 , também são soluções da EDO. Em outras palavras, somar duas soluções
ou multiplicar uma solução por um escalar, nos permitirá construir novas soluções para a EDO. Isso
Ca
não é válido para o conjunto das soluções de uma EDO linear não homogênea. (Tente verificar essas
afirmações!)
Na prática, muitas vezes estamos em busca de uma solução da EDO (16), que satisfaça algumas
do
sendo x0 um ponto fixado a priori no intervalo I e y0 e y1 constantes reais quaisquer. Antes de estudarmos
ia
os métodos para resolver o nosso problema, é importante saber se tal problema possui ou não solução.
Ainda, se o problema possuir uma solução, vale se perguntar se tal solução é única ou se existem outras
ar
soluções possı́veis. O teorema abaixo nos fornece condições suficientes para que um problema de valor
M
Teorema 0.22.1 Sejam a0 , a1 , a2 e g funções contı́nuas em um intervalo I, com a2 (x) 6= 0, para todo
x ∈ I. Dado x0 ∈ I, considere o problema de valor inicial (PVI)
a (x)y 00 + a1 (x)y 0 + a0 (x)y = g(x)
2
y(x0 ) = y0
y 0 (x ) = y .
0 1
0.22. TEOREMA DE EXISTÊNCIA E UNICIDADE PARA PVI’S LINEARES DE 2A ORDEM 87
Exemplo 0.22.1 Analise a existência e unicidade de solução do problema de valor inicial (PVI):
(x2 − 1)y 00 + 2y 0 − xy = x−3
1
y(4) = 0
y 0 (4) = −1.
ita
Caso haja alguma solução, determine qual seria o maior intervalo I onde a solução estaria definida.
eR
1
Vemos que a2 (x) = x2 − 1, a1 (x) = 2, a0 (x) = −x e g(x) = x−3
. O domı́nio das funções a2 , a1 e a0 é o
conjunto dos números reais, R. No entanto, o domı́nio da função g é o conjunto dos números reais com
exceção do número 3, ou seja, Dom(g) = R \ {3}. De acordo com o teorema, a função a2 não pode se
anular no intervalo, assim, precisamos retirar x = ±1.
o
rm
Ca
Figura 15: Opções para o intervalo I do Exemplo 0.22.1
Para decidir qual intervalo devemos tomar, basta verificar em qual deles se encontra x0 = 4, que faz parte
ia
das condições iniciais. Portanto, o teorema nos garante a existência de uma única solução definida no
ar
Olhando a EDO temos que a2 (x) = sin(x), a1 (x) = −3x2 , a0 (x) = 1/x e g(x) = ln(x). O domı́nio das
funções a2 e a1 é o conjunto dos números reais, R. Já o domı́nio da função a0 é o conjunto R\{0} = R∗ e
88
a função g só está definida nos números positivos, assim, Dom(g) =]0, +∞[. De acordo com o teorema,
ita
a função a2 não pode se anular no intervalo, assim, precisamos retirar os pontos x = nπ, n ∈ Z.
Logo, temos infinitas opções de intervalo, todos abertos:
eR
]0, π[, ]π, 2π[, ]2π, 3π[, · · · ]nπ, (n + 1)π[, · · · .
No entanto, nenhum dos intervalos contém o ponto x0 = π, que foi dado nas condições iniciais. In-
felizmente, não podemos aplicar o teorema e, consequentemente, não podemos garantir a existência de
solução e nem a unicidade. Se as condições iniciais fossem no ponto x0 = π/2, poderı́amos aplicar o
o
teorema e garantir a existência e unicidade de solução definida no intervalo ]0, π[.
rm
0.23 A transformada de Laplace da função degrau unitário
Ca
0, 0 ≤ t < a
Vejamos o cálculo da transformada de Laplace da função U(t − a) = .
1, t ≥ a
Da definição de transformada de Laplace temos
do
Z +∞
L{U(t − a)} = e−st U(t − a)dt
Z0 a Z +∞
−st
= e · 0dt + e−st · 1dt
ia
| 0 {z } a
=0
Z +∞
e−st dt
ar
=
a
Z M
−st
= lim e dt
M
M →+∞ a
−st
e M
= lim
M →+∞ −s a
1 −sM −sa
= lim − (e −e
M →+∞ s
1 −sa −sM
= lim (e −e
M →+∞ s
e−sa
= ,
s
0.23. A TRANSFORMADA DE LAPLACE DA FUNÇÃO DEGRAU UNITÁRIO 89
para s > 0.
e−2s
a) L{U(t − 2)} = s
n o
3e−s
b) L−1 s
= 3U(t − 1)
ita
eR
o
rm
Ca
do
ia
ar
M
90
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
ita
eR
Parte II
o
rm
Aulas Práticas com o software Maxima
Ca
do
ia
ar
M
91
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Prática 1
ita
Objetivo desta aula: Introduzir alguns comandos básicos do software Maxima.
eR
O Maxima é um software livre que pode ser usado tanto na plataforma Linux como Windows e está
disponı́vel para download em http://maxima.sourceforge.net. A interface mais usada é a wxMaxima,
que pode ser encontrada em http://wxmaxima.sourceforge.net. Neste material optamos pela interface
o
wxMaxima.
rm
0.24 Operações básicas
Ca
A seguir apresentamos algumas operações e o comando para executá-las.
Operação Comando
do
Adição +
Subtração −
Multiplicação ∗
ia
Divisão /
ar
Potenciação ˆ ou ∗∗
Raiz quadrada de a sqrt(a)
M
(%i1) 7+2*12-4ˆ3;
(%o1) − 33
94
A numeração (%i1) significa entrada 1 e a numeração (%o1) significa saı́da 1. Dessa forma, podemos
nos referir a um comando ou resultado anterior usando (%in) ou (%on), em que n significa o número da
entrada ou da saı́da. Por exemplo, vamos multiplicar a saı́da (%o1) por −2,
(%i2) -2*%o1;
ita
(%o2) 66
Para facilitar uma consulta posterior podemos fazer um “comentário”. Temos duas possibilidades:
eR
(%i3) 6/2 /*divisão*/;
(%o3) 3
o
rm
ou inserimos uma “Célula de texto” (Ctrl 1) ou uma “Célula de tı́tulo” (Ctrl 2) (ver Figura 17).
Continuando, vamos fazer um exemplo em que o resultado da divisão não é um número inteiro.
(%i4) 5/2;
5
(%o4)
2
0.24. OPERAÇÕES BÁSICAS 95
A representação decimal de um número pode ser obtida com o comando numer . E podemos utilizar
apenas o sı́mbolo % para fazer referência ao último resultado calculado pelo Maxima. Cada vez que um
novo valor é calculado, o valor anterior é perdido.
(%i5) %,numer;
ita
(%o5) 2.5
(%i6) 7/2,numer;
eR
(%o6) 3.5
o
(%i7) sqrt(9) /*raiz quadrada*/;
rm
(%o7) 3
Ca
(%i8) sqrt(5);
do
√
(%o8) 5
(%i9) %,numer;
ia
ar
(%o9) 2.23606797749979
M
Antes de continuar, vamos aprender como os números irracionais π e e e, o número complexo i, são
executados no Maxima.
Número Comando
π %pi
e %e
i %i
96
Observemos que ao digitar esses comandos o Maxima apenas retorna o sı́mbolo que os representa.
(%i10) %pi;
(%o10) π
ita
(%i11) %e;
eR
(%o11) %e
(%i12) %,numer;
o
(%o12) 2.718281828459045
rm
Para o Maxima, log(a) significa ln(a), ao contrário dos livros didáticos, em que log a significa log10 a.
Ca
(%i13) log(10) /*logaritmo natural*/;
(%i14) %,numer;
ia
(%o14) 2.302585092994046
ar
(%i15) log(%e);
M
(%o15) 1
0.25 Funções
Uma função é inserida no Maxima com o comando := precedido do nome escolhido para a função.
0.25. FUNÇÕES 97
(%i16) f(x):=xˆ2+1;
(%o16) f (x) := 1 + x2
ita
(%i17) f(2);
eR
(%o17) 5
o
(%i18) f(x):=(2/3)*x-sqrt(2);
rm
Ca
2x √
(%o18) f (x) := − 2
3
do
(%i19) f(0);
ia
ar
√
(%o19) − 2
M
Função Comando
ita
Cosseno de x cos(x)
Tangente de x tan(x)
eR
Cossecante de x csc(x)
Secante de x sec(x)
Cotangente de x cot(x)
Seno hiperbólico de x sinh(x)
o
Cosseno hiperbólico de x
rm cosh(x)
(%i20) f(x):=exp(x);
Ca
(%o20) f (x) := exp (x)
(%i21) f(0);
do
(%o21) 1
ia
(%i22) f(log(2));
ar
M
(%o22) 2
(%i23) f(log(2)/3);
log(2)
(%o23) e 3
Para obter uma simplificação do valor acima podemos usar o comando %e to numlog:true .
0.25. FUNÇÕES 99
(%i24) %e_to_numlog:true;
(%o24) true
(%i25) f(log(2)/3);
ita
1
(%o25) 23
eR
(%i26) f(-2);
o
(%o26) e−2
(%i27) %,numer;
rm
Ca
(%o27) 0.1353352832366127
(%i28) f(x,y):=2*x+y;
do
(%o28) f (x, y) := y + 2x
ia
(%i29) f(2,3);
ar
M
(%o29) 7
O gráfico de uma função de uma variável pode ser construı́do com o comando
ita
eR
(%i30) wxplot2d(xˆ3+10,[x,-2,2]);
o
Para o Maxima podemos escolher quem será a variável independente, por exemplo, x, t, entre outras.
Mas a variável dependente é sempre y.
rm
(%i31) wxplot2d(sin(t),[t,-10,10],[y,-1.5,1.5]);
Ca
Figura 19: Ilustração do gráfico da entrada (%i31)
do
ia
ar
M
0.25. FUNÇÕES 101
Na entrada (%i31), ao digitarmos [y, inı́cio do intervalo, fim do intervalo], estamos alterando a ja-
nela na vertical.
Para termos a mesma unidade no eixo horizontal e vertical usamos o comando same xy .
(%i32) wxplot2d(sqrt(x),[x,0,10],same_xy);
ita
Figura 20: Ilustração do gráfico da entrada Figura 21: Ilustração do gráfico da entrada
(%i32) sem usar o comando same (%i32)
eR
o
rm
Ca
Para construir vários gráficos em uma mesma janela usamos o comando
(%i33) wxplot2d([xˆ2,sqrt(x)],[x,0,2]);
Figura 22: Ilustração de dois gráficos em uma mesma janela (entrada %i33)
ia
ar
M
102
0.26 Exercı́cios
1. Calcule o valor numérico das expressões:
√ √
12 − 3
729 √ (b) ln(9) + 2 64 + ln(3) − e2 ln(4)
(a) + 14641
3
ita
(a) Defina a função f no Maxima.
eR
3
).
o
(b) Calcule f (2 π3 ).
p
rm
(c) Construa o gráfico da função f para x ∈ [−4, 4] e y ∈ [−2, 2].
8a3
4. A função f definida por f (x) = , com a constante, é chamada Curva de Agnesi. Cons-
x2 + 4a2
Ca
trua o gráfico da Curva de Agnesi para a = −1 e a = 2 em uma mesma janela.
3. (b) f (2 π3 ) = − 21
p
(b) ln(27)
ia
ita
Objetivo desta aula: Aprender a escrever uma equação diferencial ordinária no Maxima e desenhar
eR
campo de direções.
o
0.27 Derivada rm
Antes de aprendermos a escrever uma equação diferencial ordinária no Maxima é preciso saber derivar
Ca
uma função.
Para calcular a derivada de uma função usamos o comando diff(função,variável) e, para derivadas
do
(%i1) f(x):=2*xˆ2+3*x;
ia
(%o1) f (x) := 3 x + 2 x2
ar
(%i2) diff(f(x),x);
M
(%o2) 4x + 3
(%i3) diff(f(x),x,2);
104
(%o3) 4
(%i4) f(x,y):=yˆ3+xˆ2;
ita
(%o4) f (x, y) := x2 + y 3
eR
(%i5) diff(f(x,y),x);
(%o5) 2x
o
(%i6) diff(f(x,y),y); rm
(%o6) 3y 2
Ca
(%i7) diff(f(x,y),y,2);
do
(%o7) 6y
ia
Ao escrever uma EDO no Maxima é necessário o uso do apóstrofo (’) antes do comando diff para evitar
o cálculo da derivada. Um ponto importante é atribuir um nome à EDO, o que pode ser feito com o
M
x2
Exemplo 0.1 a) y 0 =
y
(%i8) edo1:’diff(y,x)=xˆ2/y;
0.29. VERIFICANDO SE UMA FUNÇÃO É UMA SOLUÇÃO DE UMA EDO 105
d x2
(%o8) y=
dx y
b) xy 00 − cos(x)y 0 + 2xy = ex
(%i9) edo2:x*’diff(y,x,2)-cos(x)*’diff(y,x)+2*x*y=exp(x);
ita
d2
d
(%o9) x y − cos (x) y + 2xy = ex
d x2 dx
eR
c) 2y 00 − ex yy 0 + 2y = 0
(%i10) edo3:2*’diff(y,x,2)-exp(x)*y*’diff(y,x)+2*y=0;
o
(%o10) 2
d2rm
d x2
x
y −e y
d
dx
y + 2y = 0
y−1
d) + xy 0 = 0
Ca
x−2
(%i11) edo4:(y-1)/(x-2)+x*’diff(y,x)=0;
do
d y−1
(%o11) x y + =0
dx x−2
(%i12) edo5:’diff(y,x,3)-sin(2*x)*’diff(y,x)=log(x);
ar
M
d3
d
(%o12) y − sin (2x) y = log (x)
d x3 dx
Solução
Inicialmente escrevemos a função φ no Maxima,
(%i13) phi(x):=sqrt(2*xˆ3+6);
ita
√
(%o13) φ (x) := 6 + 2x3
eR
Agora calculamos a derivada de φ em relação a x, obtendo
(%i14) diff(phi(x),x);
o
rm 3x2
(%o14) √
2x3 + 6
3x2
Observemos que φ0 (x) = φ(x)
e, portanto, a função φ é solução da EDO dada.
Ca
dy
= f (x, y). (18)
dx
ia
O comando plotdf(f(x,y)) cria um gráfico do campo de direções da EDO (18). O Maxima faz o
gráfico em uma janela separada e, para continuarmos a utilizar o Maxima, é preciso fechar essa janela.
ar
Solução
(%i15) plotdf(x*y);
x
Exemplo 0.4 Desenhe o campo de direções da EDO y 0 = .
y2 −1
0.30. CAMPO DE DIREÇÕES 107
ita
eR
Solução
(%i16) f(x,y):=x/(yˆ2-1);
o
(%o16)
rm
f (x, y) :=
x
y2 − 1
(%i17) plotdf(f(x,y));
Ca
x
Consideremos novamente o campo de direções da EDO y 0 = e observemos que ao “clicar” em
y2
−1
qualquer ponto do campo de direções obtemos a curva solução que passa pelo ponto “clicado”, tomado
como condição inicial.
Mas fazendo desse modo não sabemos exatamente qual é o ponto considerado. Podemos então usar
o comando plotdf, a seguir, na janela que foi aberta, “clicar” no segundo ı́cone e, em Trajectory at,
colocar o ponto inicial, dar Enter e a seguir “clicar” em ok (ver Figuras 28 e 29).
108
ita
eR
Figura 28: Comando Trajectory Figura 29: Comando Trajectory
o
rm
Ca
do
Cabe observar que a janela de visualização pode ser alterada e, para fazer isto, “clicamos” no segundo
ı́cone, alteramos o valor em y radius e x radius e a seguir “clicamos” no terceiro ı́cone para atualizar
ia
dy
variável independente e escrever a EDO na forma dx
= f (x, y), como mostra o exemplo a seguir.
M
dv
Exemplo 0.5 Desenhe o campo de direções da EDO dt
+ tv = t2 v 2 .
Solução
Inicialmente precisamos encontrar a função f e, para isto, vamos escrever a EDO.
(%i18) edo:’diff(v,t)+t*v=tˆ2*vˆ2;
0.30. CAMPO DE DIREÇÕES 109
ita
eR
o
d
(%o18) v + tv = t2 v 2
dt
Agora usamos o comando solve para encontrar
rm dv
dt
e, consequentemente, a função f .
Ca
(%i19) solve(%o18,’diff(v,t));
d
v = t2 v 2 − tv]
do
(%o19) [
dt
(%i20) f(v,t):=tˆ2*vˆ2-t*v;
ia
(%o20) f (v, t) := t2 v 2 − tv
ar
(%i21) plotdf(f(v,t));
M
and
y
110
Como já esperávamos, o Maxima acusou um erro, pois é necessário trocar a variável v pela letra y
e a variável t pela letra x. Podemos fazer isso manualmente ou usando um comando do Maxima, como
faremos agora usando o comando
ita
subst([termo1=novotermo1,termo2=novotermo2],expresão) .
eR
(%i22) subst([v=y,t=x],%o20);
(%o22) f (y, x) := x2 y 2 − xy
o
(%i23) plotdf(f(x,y)); rm
Figura 32: Campo de direções da EDO do Exemplo 0.5
Ca
do
ia
ar
M
0.31. EXERCÍCIOS 111
0.31 Exercı́cios
1. Calcule as derivadas:
d ∂ d2 2x d
(a) (x cos(x)) (b) (2x2 y − 3y) (c) (e − 3x5 ) (d) (cos2 (x))
dx ∂y dx2 dx
ita
dy
3. Desenhe o campo de direções da EDO (2y 3 − 4y) dx = 2x3 − 5x e uma solução passando pelo
ponto (1, 2).
eR
4. Desenhe o campo de direções da EDO (t4 + 2t2 + 1) dv
dt
= 1 − t2 .
5. Desenhe o campo de direções da EDO yy 0 = xex e uma solução passando pelo ponto (1, −2).
o
6. Desenhe, na mesma janela, o campo de direções da EDO xy 0 + 3y = x2 − 1, uma solução passando
rm
pelo ponto (3, 1) e outra solução passando pelo ponto (−1, 2).
ita
Figura 33: Exercı́cio 3 Figura 34: Exercı́cio 4 Figura 35: Exercı́cio 5
eR
o
rm
Ca
Figura 36: Exercı́cio 6
do
ia
ar
M
Aula Prática 3
ita
Objetivo desta aula: Aprender a resolver equações diferenciais ordinárias no Maxima e problemas de
eR
valor inicial.
o
ode2(EDO,variável dependente, variável independente) .
rm
As letras “ode” vêm do inglês: “ordinary differential equations” e o algarismo “2” significa que esse
comando resolve EDO’s até segunda ordem.
Ca
xex
M
y0 = .
y
Solução
Diferente da resolução algébrica, para resolver essa EDO no Maxima não precisamos separar as
variáveis.
Lembremos que é necessário o uso do apóstrofo (’) antes do comando diff para evitar o cálculo da
derivada.
114
(%i1) ode2(’diff(y,x)=x*exp(x)/y,y,x);
y2
(%o1) = (x − 1) ex + %c
2
Se preferirmos, podemos primeiro escrever a EDO e depois usar o comando para resolvê-la, como a
ita
seguir. A vantagem, nesse caso, é poder verificar se escrevemos corretamente a EDO.
(%i2) edo1:’diff(y,x)=x*exp(x)/y;
eR
d xex
(%o2) y=
dx y
o
(%i3) ode2(edo1,y,x);
y2
rm
(%o3) = (x − 1) ex + %c
2
Ca
Uma EDO pode ser resolvida por diferentes métodos e podemos solicitar ao Maxima qual o método
que ele utilizou através do comando method .
(%i4) method;
do
(%o4) separable
ia
ar
No exemplo a seguir, queremos a solução de uma EDO que satisfaça determinada condição inicial.
Para isto, resolvemos a EDO com o comando ode2 e depois usamos o comando
para calcular a constante %c. As letras “ic” vêm do inglês “initial condition” e o algarismo “1” significa
que o PVI é de primeira ordem.
ita
Exemplo 0.7 Considere a EDO y 0 = y 2 − y. Encontre as três soluções da EDO que satisfaçam as
condições iniciais y(0) = −1, y(0) = 1/2 e y(0) = 2.
eR
Solução
(%i5) edo2:’diff(y,x)=yˆ2-y;
o
(%o5)
rm
d
dx
y = y2 − y
(%i6) ode2(edo2,y,x);
Ca
(%i7) logcontract(%);
ia
y−1
ar
(%o7) log = x + %c
y
Como queremos a solução como uma função explı́cita de x, usamos o comando solve.
M
(%i8) solve(%,y);
1
(%o8) [y = − ]
e%c+x −1
Agora vamos encontrar as três soluções que satisfaçam as condições iniciais dadas. Para isto, usamos
o comando ic1.
116
(%i9) ic1(%o8,x=0,y=-1);
1
(%o9) [y = − ]
2ex −1
ita
b) Para y(0) = 1/2,
(%i10) ic1(%o8,x=0,y=1/2);
eR
1
(%o10) [y = ]
ex + 1
o
c) Para y(0) = 2,
(%i11) ic1(%o8,x=0,y=2);
rm
Ca
2
(%o11) [y = − ]
ex −2
É importante observar que precisamos tomar muito cuidado ao resolver uma equação diferencial no
do
das no exemplo.
ar
= rP 1− P .
dt k
Solução
(%i12) edo3:’diff(P,t)=r*P*(1-(1/k)*P);
d P
(%o12) P = rP 1−
dt k
0.33. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS LINEARES 117
ita
eR
(%i13) ode2(edo3,P,t);
o
(%o13) −
rm
log (P − k) − log (P )
= t + %c
r
Ca
(%i14) logcontract(%o13);
P
log P −k
do
(%o14) = t + %c
r
(%i15) solve(%o14,P);
ia
ke%cr+rt
(%o15) [P = ]
ar
e%cr+rt − 1
Vamos desenhar o campo de direções e duas soluções especı́ficas. Usamos r = 0, 1, k = 10 e as
M
ita
eR
Solução
o
Para resolver essa EDO no Maxima não é necessário escrevê-la na forma padrão.
(%i16) edo4:x*’diff(y,x)+3*y=xˆ2-1;
rm
Ca
d
(%o16) x y + 3y = x2 − 1
dx
(%i17) ode2(edo4,y,x);
do
−5x5 3
%c + 3x 15
(%o17) y=
x3
ia
(%i18) ratsimp(%);
M
(%i19) expand(%);
0.33. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS LINEARES 119
x2 %c 1
(%o19) y= + 3 −
5 x 3
Ao solicitar ao Maxima o método que ele utilizou, obtemos como resposta,
(%i20) method;
ita
(%o20) linear
2
Exemplo 0.10 Encontre a solução da EDO y 0 + 4xy = xe−x que satisfaça y(0) = 1.
eR
Solução
(%i21) edo5:’diff(y,x)+4*x*y=x*exp(-xˆ2);
o
(%o21)
d
dx
rm
y + 4xy = xe−x
2
(%i22) ode2(edo5,y,x);
Ca
2
!
−2x2 ex
(%o22) y=e + %c
2
do
(%i23) expand(%);
2
e−x
ia
2
(%o23) y= + %ce−2x
2
ar
(%i24) ic1(%o23,x=0,y=1);
M
2 2
e−2x 1 + ex
(%o24) y=
2
(%i25) expand(%);
2 2
e−x e−2x
(%o25) y= +
2 2
120
Exemplo 0.11 Encontre a solução da EDO y 0 − 2xy = 5 que satisfaça y(0) = −1.
Solução
(%i26) edo6:’diff(y,x)-2*x*y=5;
ita
d
(%o26) y − 2xy = 5
dx
eR
(%i27) ode2(edo6,y,x);
√
5 πerf (x)
x2
(%o27) y=e + %c
o
2
Lembremos, da Aula Teórica 3, que erf(x) é a função erro definida por
rm
Z x
2 2
erf(x) = √ e−t dt, x ∈ R,
π 0
Ca
e seu gráfico pode ser visto na Figura 40.
(%i28) ic1(%o27,x=0,y=-1);
do
√ 2 2
5 πex erf (x) − 2ex
(%o28) y=
2
Para simplificar essa expressão vamos fatorá-la através do comando factor .
ia
(%i29) factor(%);
ar
2 √
ex (5 πerf (x) − 2)
M
(%o29) y=
2
0.34 Exercı́cios
Resolva as equações diferenciais:
(1+ey ) cos(x)
1. (1 + sin(x))y 0 = ey
0.34. EXERCÍCIOS 121
ita
eR
2. 4y 0 = sin(x) + x, y(π) = 0
o
4. xy 0 + (5x + 1)y = e−5x , y(1) = 2e−5
2. y = − 18 (2 cos(x) − x2 + π 2 + 2)
do
3. y = 2x + 6
4. y = e−5x (1 + 1/x)
ia
ar
M
122
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Prática 4
ita
Objetivo desta aula: Resolver equações diferenciais ordinárias.
eR
O conteúdo desta Aula está relacionado com a Aula Teórica 4.
o
rm
Como já observamos, iremos usar o mesmo comando ode2 para resolver as equações diferenciais or-
dinárias exatas.
Ca
y−2x
Exemplo 0.12 Encontre a solução geral da EDO y 0 = 10y−x
.
Solução
do
(%i1) edo1:’diff(y,x)=(y-2*x)/(10*y-x);
ia
d y − 2x
(%o1) y=
dx 10y − x
ar
(%i2) ode2(edo1,y,x);
M
(%o2) 5y 2 − xy + x2 = %c
(%i3) solve(%,y);
124
√ √
20%c − 19x2 − x x+ 20%c − 19x2
(%o3) [y = − ,y = ]
10 10
Exemplo 0.13 Encontre a solução da EDO (x2 + 2x)ex sin(y) + x2 ex cos(y)y 0 = 0 que satisfaça y(1) =
π
4
.
ita
Solução
(%i4) edo2:(xˆ2+2*x)*exp(x)*sin(y)+xˆ2*exp(x)*cos(y)*’diff(y,x)=0;
eR
2 x d
y + 2x + x2 ex sin (y) = 0
(%o4) x e cos (y)
dx
o
(%i5) ode2(edo2,y,x);
rm
(%o5) − log (sin (y)) = 2log (x) + x + %c
Ca
(%i6) ic1(%o5,x=1,y=%pi/4);
do
(%i7) logcontract(%);
ia
ar
−2 + 2x + log (2x4 )
(%o7) − log (sin (y)) =
2
M
Na Aula Teórica 4 resolvemos a EDO acima pelo método de equações exatas, mas ela também pode
ser resolvida por separação de variáveis. E por qual método será que o Maxima resolveu essa EDO?
(%i8) method;
(%o8) separable
0.36. EQUAÇÃO DE BERNOULLI 125
ita
Quando n = 0 ou n = 1, a equação de Bernoulli (19) é uma equação diferencial ordinária linear.
Para resolver algebricamente essa equação para outros valores de n fazemos a substituição
eR
v = y 1−n ,
calculamos
dv dy
= (1 − n)y −n
dx dx
o
e multiplicamos a equação (19) por y −n , obtendo
dy rm
y −n + y −n P (x)y = y −n Q(x)y n
dx
1 dv
+ P (x)v = Q(x)
1 − n dx
Ca
que é uma equação linear.
dy
Exemplo 0.14 Resolva a equação de Bernoulli dx
− x2 y = −xy 3 , para x > 0.
Solução
do
(%i9) eqbernoulli:’diff(y,x)-2*y/x=-x*yˆ3;
ia
d 2y
(%o9) y− = −xy 3
dx x
ar
(%i10) ode2(eqbernoulli,y,x);
M
x2
(%o10) y=q
x6
3
+ %c
(%i11) method;
(%o11) bernoulli
126
dy
= P (x) + Q(x)y + R(x)y 2 ,
dx
ita
dy
Exemplo 0.15 Resolva a equação de Riccati dx
= − x12 − x1 y + y 2 .
eR
Solução
(%i12) eqriccati1:’diff(y,x)=-1/xˆ2-1/x*y+yˆ2;
d y 1
o
(%o12) y = y2 − − 2
dx x x
(%i13) ode2(eqriccati1,y,x);
rm
Ca
log(xy+1)−log(xy−1)
(%o13) x = %ce− 2
(%i14) logcontract(%);
do
xy−1
(
log xy+1 )
(%o14) x = %ce 2
ia
(%i15) %e_to_numlog:true;
ar
M
(%o15) true
(%i16) logcontract(%o13);
r
xy − 1
(%o16) x = %c
xy + 1
dy
Exemplo 0.16 Resolva a equação de Riccati dx
= (x + 1) − (2x + 1)y + xy 2 .
0.38. EXERCÍCIOS 127
Solução
(%i17) eqriccati2:’diff(y,x)=(x+1)-(2*x+1)*y+x*yˆ2;
d
(%o17) y = xy 2 − (1 + 2x) y + x + 1
dx
ita
(%i18) ode2(eqriccati2,y,x);
eR
(%o18) false
Neste exemplo o comando ode2 não foi capaz de resolver a EDO. Em casos como esse devemos usar
um outro comando, mas antes precisamos carregar uma rotina. Faça isso digitando load(contrib ode) e
dê Enter. A seguir use o comando
o
contrib ode(EDO,variável dependente, variável independente) .
rm
(%i19) load(’contrib_ode);
(%i20) contrib_ode(eqriccati2,y,x);
Ca
2 + x + %cex
(%o20) [y = ]
%cex + x + 1
do
0.38 Exercı́cios
ia
(a) y 0 + 5xy 2 = 0.
ar
(1+ey ) cos(x)
(b) (1 + sin(x))y 0 = ey
.
M
(d) xy 0 + 4x4 y = x4
2 c−2x
1. (a) y = 5x2 +10c
(c) y = 2x3 −3
4
(b) y = ln[c(sin(x) − 1)] (d) y = ce−x + 1
4
2. sin(y) = cx3 ex
ita
3. 4xy 3 + ln(x)y + 3ex = c
2 −x2 +2 cos(x)
4. y = − 2+π 8
eR
o
rm
Ca
do
ia
ar
M
Aula Prática 5
ita
Objetivo desta aula: Fazer algumas aplicações usando equações diferenciais ordinárias de primeira or-
eR
dem.
o
0.39 Aplicação: lei de Newton do resfriamento/aquecimento
rm
Segundo a lei de Newton do resfriamento/aquecimento, a taxa segundo a qual a temperatura de um corpo
varia é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a temperatura do meio que o rodeia,
Ca
denominada temperatura ambiente. Se T (t) representar a temperatura de um corpo no instante t, Ta a
temperatura ambiente e dT /dt a taxa segundo a qual a temperatura do corpo varia, a lei de Newton do
resfriamento/aquecimento é convertida na sentença matemática
do
dT
= −k (T − Ta ),
dt
Exemplo 0.17 A temperatura do café ao ser retirado do fogo é 81, 7 ◦ C e depois de 5 minutos, sua
M
temperatura cai para 69, 6 ◦ C, segundo dados experimentais 1 . Quanto tempo o café levará para atingir
a temperatura de 57, 8 ◦ C (considerada por pesquisadores da Universidade do Texas, a temperatura
ideal para o seu consumo 2 ), em um ambiente com temperatura 29, 7 ◦ C?
Solução
1
https://revistas.pucsp.br/emd/article/download/36689/25614
2
https://oglobo.globo.com/sociedade/quatro-dicas-para-degustar-seu-cafe-14994478
130
Os dados do problema são: T (0) = 81, 7, T (5) = 69, 6 e Ta = 29, 7. E queremos encontrar t, tal que
T (t) = 57, 8.
dT
= −k(T − 29, 7), T (0) = 81, 7,
dt
ita
que agora iremos resolver.
(%i1) edo1:’diff(T,t)=-k*(T-29.7);
eR
d
(%o1) T = −k (T − 29.7)
dt
o
(%i2) ode2(edo1,T,t);
rm
rat: replaced -29.7 by -297/10 = -29.7
Ca
rat: replaced -29.7 by -297/10 = -29.7
rat: replaced -29.7 by -297/10 = -29.7
297ekt
−kt
(%o2) T =e + %c
10
do
(%i3) expand(%);
ia
297
(%o3) T = %ce−kt +
10
ar
(%i4) ic1(%o3,t=0,T=81.7);
M
(%i5) expand(%);
0.39. APLICAÇÃO: LEI DE NEWTON DO RESFRIAMENTO/AQUECIMENTO 131
297
(%o5) T = 52e−kt +
10
Para encontrar o valor de k, vamos escrever T como uma função, usar que T (5) = 69, 6 e resolver
essa equação para k.
(%i6) T(t):=52*%eˆ(-k*t)+297/10;
ita
297
+ 52e−kt
eR
(%o6) T (t) :=
10
(%i7) solve(T(5)=69.6,k);
o
rat: replaced -39.89999999999999 by -399/10 = -39.9 rm 1
520 5
− 4iπ
! !
520 e
1
5
2iπ
5
1
520 e
5
4iπ
5
5log 1
399 5
(%o7) [k = log 1 , k = log 1 ,k = ,
399 5 399 5 5
Ca
do
1
520 5
− 2iπ
!
5log 1 520 5
1
399 5
k= , k = log 1 ]
5 399 5
ia
Vamos considerar o valor real de k e escrever novamente T como uma função, substituindo o valor
de k encontrado.
ar
(%i8) T(t):=52*%eˆ(-log(520ˆ(1/5)/399ˆ(1/5))*t)+297/10;
M
!
1
520 5
297 −log 1 t
(%o8) T (t) := + 52e 399 5
10
(%i9) solve(T(t)=57.8,t);
132
(%i10) %,numer;
ita
(%o10) [t = 11.61853354906668]
eR
0.40 Concentração de substâncias quı́micas em água
o
relação a t é a taxa de variação da quantidade da substância no compartimento em relação ao tempo.
rm
Se estivermos retirando parte da substância do compartimento e ao mesmo tempo acrescentando,
temos que calcular o seguinte:
Ca
dx
= (taxa de entrada) − (taxa de saı́da),
dt
em que
do
• taxa de entrada é igual a taxa de entrada da substância vezes a concentração da substância no fluxo
de entrada;
ia
• taxa de saı́da é igual a taxa de saı́da da substância vezes a concentração da substância no fluxo de
saı́da.
ar
Exemplo 0.18 Um tanque de 100 l contém 10 quilogramas de sal dissolvidos em 50 l de água. Uma
M
solução de água e sal (salmoura) com concentração de 0, 1 kg/l está entrando com taxa de 5 l/min. A
solução no tanque é bem misturada e sai com taxa de 3 l/min. Quanto sal tem no tanque quando o tanque
está cheio?
Solução
A concentração de sal no tanque no instante t é x(t) dividido pelo volume do fluido no tanque, que
também varia com o tempo.
0.40. CONCENTRAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS EM ÁGUA 133
O cálculo
litros kilogramas
5 · 0, 1 = 0, 5kg/min
minutos litro
representa a taxa de entrada.
x(t)
O volume é dado por 50 + (5 − 3)t, assim a concentração da salmoura que sai é 50+2t
e, portanto, a
taxa de saı́da é dada por
x(t)
3· .
ita
50 + 2t
Assim, temos o problema de valor inicial
eR
dx x
= 0, 5 − 3 · , x(0) = 10,
dt 50 + 2t
(%i11) edo2:’diff(x,t)=0.5-(3*x/(50+2*t));
o
(%o11)
d
rm
x = 0.5 −
3x
dt 2t + 50
Ca
(%i12) ode2(edo2,x,t);
do
5
(50+2t) 2
%c + 10
(%o12) x= 3
ar
(50 + 2t) 2
(%i13) ic1(%o12,t=0,x=10);
M
√ √
3125 2 + 2t + 50 (t2 + 50t + 625)
(%o13) x= √
2t + 50 (5t + 125)
O tanque está cheio quando 50 + 2t = 100,
(%i14) solve(50+2*t=100,t);
134
(%o14) [t = 25]
(%i15) x(t):=(3125*sqrt(2)+sqrt(2*t+50)*(tˆ2+50*t+625))/(sqrt(2*t+50)*(5*t+125)
√ √
ita
50 + 2t (t2 + 50t + 625) + 3125 2
(%o15) x (t) := √
50 + 2t (125 + 5t)
eR
(%i16) x(25);
√
25000 + 3125 2
(%o16)
2500
o
(%i17) %,numer;
rm
(%o17) 11.76776695296637
Ca
A concentração no final é aproximadamente 0, 1177 kg/l. Observemos que a concentração inicial era
10/50 = 0, 2 kg/l.
do
droga remanescente,
dQ
= −k Q.
dt
M
O sinal negativo indica que a quantidade da droga no corpo está decrescendo, se a constante k > 0.
Exemplo 0.19 Neosaldina, um analgésico comum para dor de cabeça, é proibido para os atletas. Esse
medicamento funciona pela ação da dipirona, do mucato de isometepteno e da cafeı́na. O problema
para os atletas é o isometepteno, que age como estimulante e por isso é vetado pelo controle de doping 3 .
3
dispponı́vel em: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/08/conheca-remedios-do-dia-dia-que-sao-proibidos-para-
atletas-de-ponta.html
0.41. TESTE ANTIDOPING 135
Considerando que a meia vida do isometepteno no corpo humano é de 4 horas 4 , e que um atleta tomou
um comprimido de Neosaldina que contém 30 mg de isometepteno, depois de quanto tempo restará 0, 01
mg dessa droga no corpo do atleta?
Meia vida: a meia vida de um elemento quı́mico é o tempo necessário para que metade de uma certa
quantidade inicial A0 desintegre-se ou transforme-se em um outro elemento.
ita
Solução
Queremos encontrar t, tal que Q(t) = 0, 01, sabendo que Q(0) = 30. Assim, devemos resolver o
eR
problema de valor inicial
dQ
= −kQ, Q(0) = 30.
dt
(%i18) edo3:’diff(Q,t)=-k*Q;
o
(%o18)
rm
d
Q = −kQ
dt
Ca
(%i19) ode2(edo3,Q,t);
(%o19) Q = %ce−kt
do
(%i20) ic1(%o19,t=0,Q=30);
ia
(%o20) Q = 30e−kt
ar
Para encontrar o valor de k, vamos escrever Q como uma função e usar que estamos considerando
M
(%i21) Q(t):=30*%eˆ(-k*t);
(%i22) solve(Q(4)=30/2,k);
1 1 1 log (2)
(%o22) [k = log 2 4 i , k = log −2 4 , k = log −2 4 i , k = ]
4
Vamos considerar o valor real de k e escrever novamente Q como uma função, substituindo agora o
valor de k encontrado. Podemos fazer a substituição manualmente, como fizemos na Aplicação da lei de
ita
Newton, ou fazendo uma atribuição, como a seguir.
(%i23) k:log(2)/4;
eR
log (2)
(%o23)
4
o
(%i24) Q(t):=30*%eˆ(-k*t);
rm
(%o24) Q (t) := 30e−kt
Ca
(%i25) solve(Q(t)=0.01,t);
do
(%i26) %,numer;
ar
(%o26) [t = 46.20298714153297]
M
(%i27) %/24;
t
(%o27) [ = 1.92512446423054]
24
Logo, depois de aproximadamente 2 dias restará 0, 01 mg de isometepteno no corpo do atleta.
0.42. EXERCÍCIOS 137
0.42 Exercı́cios
1. A equipe de investigadores do CSI: Miami encontrou o corpo de uma vı́tima de assassinato ao
meio-dia, em uma sala que estava com temperatura constante de 20 ◦ C, pois eles observaram que
o ar condicionado estava ligado nessa temperatura. A temperatura do corpo está à 35 ◦ C e duas
horas depois está à 33 ◦ C. Vamos ajudar essa equipe, com nossos conhecimentos matemáticos, a
ita
descobrir à que horas ocorreu o crime. Para isto, vamos supor que a temperatura, T , do corpo,
obedece à lei de resfriamento de Newton e que na hora do assassinato o corpo da vı́tima tinha
a temperatura de 37 ◦ C, sabendo que a temperatura normal do corpo humano varia entre 36 ◦ C e
eR
36, 7 ◦ C 5 .
2. Um tanque contém 200 galões de água. Uma salmoura contendo 1 kg de sal por galão é bombeada
para dentro do tanque a uma taxa de 3 gal/min. A solução bem misturada é bombeada para fora à
o
mesma taxa. Encontre
rm
a) a quantidade x(t) de sal no tanque no instante t;
de controlar seu peso 6 . Sabendo que a meia vida da furosemida no corpo humano é de aproxima-
damente 1 hora 7 , depois de quanto tempo ainda restará 0, 01% da droga no corpo de um atleta que
fez uso de furosemida?
ia
1. 10h15
M
3. ' 13 horas
5
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/febre/
6
disponı́vel em: https://www.ufrgs.br/farmacologica/2018/06/24/doping-o-polemico-uso-de-farmacos-proibidos-no-
esporte/
7
disponı́vel em: http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=11774162016&pIdAnexo=3051746
138
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Prática 6
ita
Objetivo desta aula: Aprender outros comandos do Maxima.
eR
0.43 Exercı́cios
o
1. Considere a curva y 2 (y 2 − a2 ) = x2 (x2 − b2 ), a e b constantes, chamada Curva do Diabo.
64
P (t) =
1 + 31e−0,7944t
fornece uma boa estimativa para a população desse protozoário 8 .
8
STEWART, J. Cálculo: volume 2. São Paulo: Cengage Learning, 2013. 7ª edição
140
(c) Para comprovar sua resposta vamos aprender a calcular o limite de uma função, o que deve
ser feito com o comando limit(função,variável,ponto) .
Sı́mbolo Comando
+∞ inf
ita
−∞ -inf
4. Calcule os limites:
eR
x2 − 4
1
(a) lim (b) lim +2
x→−2 x + 2 x→∞ x
5. Dada uma equação diferencial, uma pequena mudança nas condições iniciais pode ocasionar uma
o
mudança muito grande na forma das soluções. Para ver isso, considere a equação diferencial
y 0 = y − 1.
rm
(a) Resolva o problema de valor inicial para as condições iniciais, y(0) = 0, 9 e y(0) = 1, 1.
Ca
(b) Esboce o campo de direções com as soluções encontradas no item anterior.
(a) O cosseno hiperbólico pode ser definido como a solução do problema de valor inicial y 00 −y =
0, y(0) = 1 e y 0 (0) = 0. Resolva esse problema de valor inicial para obter a expressão do
cosseno hiperbólico.
ia
(b) O seno hiperbólico pode ser definido como a solução do problema de valor inicial
y 00 − y = 0, y(0) = 0 e y 0 (0) = 1. Resolva esse problema de valor inicial para obter a
ar
(c) Construa o gráfico da função cosseno hiperbólico para x ∈ [−4, 4] e y ∈ [−1, 10]. Lembre
que o Maxima tem um comando para as funções hiperbólicas!
(d) Construa o gráfico da função seno hiperbólico para x ∈ [−4, 4] e y ∈ [−10, 10].
7. A coruja-branca é uma espécie de coruja muito comum no Brasil e uma grande caçadora de ratos.
Um casal de corujas-branca chega a consumir entre 1720 a 3700 ratos por ano 9 . Um fazendeiro está
9
disponı́vel em:http://www.ib.usp.br/labecoaves/PDFs/pdf30CorujasIBC.pdf
0.43. EXERCÍCIOS 141
tendo problemas com seu armazenamento de cereais por causa de ratos em sua propriedade. Mas,
para seu alı́vio, há um casal de corujas também morando em sua fazenda. Considere P a população
de ratos que habitam nessa fazenda. Vamos supor que, na ausência de predadores, a população de
ratos cresça a uma taxa (taxa de crescimento) proporcional à população atual. Suponhamos ainda
que o tempo é medido em meses, que a taxa de crescimento tem o valor de 0,5 por mês e que o
casal de corujas mata, em média, 6 ratos por dia 10 .
ita
(a) Escreva a equação diferencial que modela esse problema.
(b) Encontre o número de ratos depois de três meses se inicialmente há 400 ratos.
eR
(c) Encontre o número de ratos depois de três meses se inicialmente há 300 ratos.
dP
(d) A função P (t) que satisfaz dt
= 0 é chamada solução de equilı́brio. Encontre a solução de
equilı́brio para esse problema.
o
(e) Esboce as soluções encontradas nos itens (b) e (c) e a solução de equilı́brio encontrada no
rm
item (d), em uma mesma janela, no intervalo [0, 10].
(f) Faça o gráfico para as mesmas funções do item anterior, mas agora no intervalo t ∈ [0, 5] e
Ca
a variação vertical no intervalo [200, 500]. Observando os gráfico, o que você pode afirmar
sobre o número de ratos, quando t → ∞, se inicialmente há 200 ratos? E se inicialmente há
800?
do
4. (a) −4 (b) 2
M
x −10 ex +10
5. (a) y(x) = − e 10
e y(x) = 10
, respectivamente.
ex +e−x ex −e−x
6. (a) cosh(x) = 2
(b) sinh(x) = 2
7.
10
Adaptado de BOYCE, W.E., DIPRIMA, R.C. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. Rio
de Janeiro: LTC, 2002. página 9
142
dP
(a) dt
= 0, 5P − 180 (f) Serão extintos. Haverá um número imenso
ita
Figura 41: Exercı́cio 1a Figura 42: Exercı́cio 1b Figura 43: Exercı́cio 2
eR
o
Figura 44: Exercı́cio 3b Figura 45: Exercı́cio 5b Figura 46: Exercı́cio 6c
rm
Ca
do
ita
Objetivo desta aula: Aprender a resolver, no Maxima, equações diferenciais ordinárias lineares de se-
eR
gunda ordem homogêneas com coeficientes constantes e problemas de valor inicial.
o
0.44 EDO linear de segunda ordem homogênea e com coeficientes
rm
constantes
Ca
Como já observamos na Aula Prática 3, o comando
Solução
Iremos primeiro escrever a equação diferencial para depois resolvê-la.
(%i1) edo1:’diff(y,x,2)+’diff(y,x)-2*y=0;
144
d2 d
(%o1) 2
y+ y − 2y = 0
dx dx
(%i2) ode2(edo1,y,x);
ita
Vamos solicitar ao Maxima o método que ele utilizou para resolver essa EDO.
eR
(%i3) method;
(%o3) constcoeff
o
Como queremos encontrar a solução que satisfaz as condições iniciais dadas precisamos utilizar o
comando rm
ic2(solução da EDO, variável independente=valor inicial,variável dependente=valor
inicial,derivada=valor inicial)
Ca
para calcular as constante %k1 e %k2. As letras “ic”vêm do inglês “initial condition”e o algarismo
“2”significa que o PVI é de segunda ordem.
do
(%i4) ic2(%o2,x=0,y=-1,’diff(y,x)=0);
2ex e−2x
ia
(%o4) y=− −
3 3
Solução
M
(%i5) edo2:’diff(y,x,2)+6*’diff(y,x)+9*y=0;
d2
d
(%o5) y+6 y + 9y = 0
d x2 dx
(%i6) ode2(edo2,y,x);
0.45. EXERCÍCIOS 145
Solução
ita
(%i7) edo3:’diff(y,x,2)-4*’diff(y,x)+5*y=0;
eR
d2
d
(%o7) y−4 y + 5y = 0
d x2 dx
(%i8) ode2(edo3,y,x);
o
(%o8)
rm
y = e2x (%k1 sin (x) + %k2 cos (x))
Exemplo 0.23 Encontre a solução da EDO do exemplo anterior que satisfaça as condições iniciais:
Ca
y(0) = 1 e y 0 (0) = 0.
Solução
Como já conhecemos a solução geral da EDO, basta usar o comando ic2.
do
(%i9) ic2(%o8,x=0,y=1,’diff(y,x)=0);
ia
0.45 Exercı́cios
M
d2 y dy
1. dt2
− dt
− 6y = 0
3. 2y 00 + 3y 0 + 3y = 0
146
ita
eR
o
rm
Ca
do
ia
ar
M
Aula Prática 8
ita
Objetivo desta aula: Fazer algumas aplicações.
eR
0.46 Aplicação: circuitos elétricos em série
Nesta seção consideramos circuitos elétricos consistindo de uma fonte de tensão, um resistor e um indutor
o
ou capacitor. Esses circuitos são chamados RL e RC, respectivamente (ver Figura 50).
rm
Figura 50: Circuito RL e RC
Ca
do
a) De acordo com a lei de Ohm, a queda de tensão ER através de um resistor é proporcional à corrente I
que passa pelo resistor:
ar
ER = R I. (20)
M
b) De acordo com a lei de Faraday e a lei de Lenz, a queda de tensão EL em um indutor é proporcional
à taxa instantânea de mudança de corrente I:
dI
EL = L . (21)
dt
1
EC = q.
C
ita
a) ao circuito RL gera EL + ER = E(t), de onde segue que
eR
dI
L + R I = E(t). (22)
dt
dq
b) ao circuito RC gera ER + RC = E(t), de onde segue que R I + C1 q = E(t) e, como I = dt
, obtemos
dq 1
o
R + q = E(t). (23)
dt C
Solução
Inicialmente calculamos a corrente usando a equação (22) e I(0) = 1.
(%i1) edorl:0.05*’diff(I,t)+5*I=sin(120*t);
ia
ar
d
(%o1) 0.05 I + 5I = sin (120t)
dt
M
(%i2) ode2(edorl,I,t);
(%i3) ic1(%o2,t=0,I=1);
(%i4) expand(%);
ita
5sin (120t) 6cos (120t) 67e−100t
(%o4) I= − +
61 61 61
eR
5 sin(120t) 6 cos(120t) 67e−100t
Potanto, I(t) = 61
− 61
+ 61
.
o
(%i5) I(t):=(5*sin(120*t))/61-(6*cos(120*t))/61+(67*%eˆ(-100*t))/61;
rm
67e−100t 6cos (120t) 5sin (120t)
(%o5) I (t) := − +
61 61 61
Ca
(%i6) 5*I(t);
do
(%i7) expand(%);
ia
(%o7) − +
61 61 61
25 sin(120t) 30 cos(120t) 335e−100t
Logo, ER (t) = − + .
M
61 61 61
(%i8) diff(I(t),t);
(%i9) 0.05*%o8;
(%i10) ratsimp(%o9);
ita
rat: replaced 0.05 by 1/20 = 0.05
eR
e−100t (−335 + 30e100t cos (120t) + 36e100t sin (120t))
(%o10)
61
(%i11) expand(%);
o
rm
36sin (120t) 30cos (120t) 335e−100t
(%o11) + −
61 61 61
Ca
36 sin(120t) 30 cos(120t) 335e−100t
Assim, EL (t) = 61
+ 61
− 61
.
Vamos agora fazer o gráfico da corrente limitando o intervalo horizontal de 0 a 2 e o intervalo vertical
do
de −0, 2 a 1.
0.47 Exercı́cios
(a) Se o interruptor for fechado quando t = 0, de forma que a corrente comece com I(0) = 0,
encontre a corrente.
ita
(b) Desenhe a curva solução no campo de direções.
eR
2. Uma força eletromotriz de 110 volts é aplicada a um circuito RC em série no qual a resistência é
de 200 ohms e a capacitância, 10−3 farad.
o
(a) Encontre a carga q no capacitor, se q(0) = 0.
rm
(b) Encontre a corrente depois de 0, 1 segundos.
3. Uma força eletromotriz de 240 volts é aplicada a um circuito em série RC no qual a resistência é
de 900 ohms e a capacitância é de 2 · 10−4 farads.
Ca
4. Um marcapasso (ver Figura 52) consiste em uma bateria de voltagem constante E0 , um capacitor
C e no coração um resistor. Durante um intervalo de tempo de comprimento t1 , 0 ≤ t < t1 , a
ia
chave S está na posição P e o capacitor está sendo carregado. No instante t1 a chave S é movida
para a posição Q e o capacitor então se descarrega, enviando um impulso elétrico para o coração
ar
dE 0, se 0 ≤ t < t1
=
dt − 1 E, se t ≤ t < t + t .
1 1 2
RC
ita
eR
diferenciais com aplicações em modelagem. São Paulo: Thomson Learning, 2003.)
o
0.47.1 Resposta dos exercı́cios
rm
1. (a) I(t) = 7 − 7e−2t (c) O valor limite é 7.
Ca
2. q(t) = 11
100
(1 − e−5t ) e I(t) = 11 −5t
20
e
6 9 −sf rac50t9
3. (a) q(t) = 125
− 250
e (b) q(0, 04) ' 0, 019 e I(0, 04) ' 0, 16
do
0, se 0 ≤ t < 4
12e4−t ,
se 4 ≤ t < 6
4. E(t) =
ia
0, se 6 ≤ t < 10
12e10−t ,
se 10 ≤ t < 12.
ar
5. y = c x
M
0.47. EXERCÍCIOS 153
ita
eR
Figura 53: Exercı́cio 1
o
rm
Ca
do
ia
ar
M
154
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Prática 9
ita
Objetivo desta aula: Aprender a resolver equações diferenciais ordinárias lineares de segunda ordem
eR
não homogêneas com coeficientes constantes no Maxima e problemas de valor inicial.
o
0.48 EDO linear de segunda ordem não homogênea com coeficien-
rm
tes constantes
Ca
Como já observamos, iremos continuar usando o mesmo comando:
Solução
M
(%i1) edo1:’diff(y,x,2)+y=8*xˆ2-x;
d2
(%o1) 2
y + y = 8x2 − x
dx
(%i2) ode2(edo1,y,x);
156
(%i3) method;
(%o3) variationofparameters
ita
Observemos que o método utilizado pelo Maxima é o método da variação dos parâmetros.
eR
Ao resolvermos essa EDO na Aula Teórica 8, inicialmente encontramos uma solução particular, yp =
8x2 − x − 16. Podemos solicitar ao Maxima que encontre essa solução yp usando o comando yp , como
a seguir.
o
(%i4) yp;
rm
(%o4) 8x2 − x − 16
Ca
Solução
(%i5) edo2:’diff(y,x,2)-4*’diff(y,x)-12*y=5*cos(3*x);
ia
ar
d2
d
(%o5) y−4 y − 12y = 5cos (3x)
d x2 dx
M
(%i6) ode2(edo2,y,x);
(%i7) ic2(%o6,x=0,y=0,’diff(y,x)=0);
0.48. EDO LINEAR DE SEGUNDA ORDEM NÃO HOMOGÊNEA COM COEFICIENTES CONSTANTES157
(%i8) method;
(%o8) variationofparameters
ita
Exemplo 0.27 Encontre a solução geral da EDO y 00 + 2y 0 = 3e−2x .
eR
Solução
(%i9) edo3:’diff(y,x,2)+4*’diff(y,x)+4*y=3*exp(-2*x);
o
d2
d
(%o9) y+4 rm y + 4y = 3e−2x
d x2 dx
(%i10) ode2(edo3,y,x);
Ca
3x2 e−2x
(%o10) y= + (%k1 + %k2 x) e−2·x
2
Solução
ia
(%i11) edo4:’diff(y,x,2)+4*’diff(y,x)+4*y=3*exp(-2*x);
ar
d2
d
(%o11) y+4 y + 4y = 3e−2x
d x2 dx
M
(%i12) ode2(edo4,y,x);
3x2 e−2x
(%o12) y= + (%k1 + %k2 x) e−2x
2
(%i13) yp;
158
3x2 e−2x
(%o13)
2
ita
Exemplo 0.29 Encontre a solução geral da EDO y 00 + 2y 0 + y = 5e−x .
Solução
eR
(%i14) edo5:’diff(y,x,2)+2*’diff(y,x)+y=5*exp(-x);
d2
d
y + y = 5e−x
o
(%o14) y+2
d x2 dx
(%i15) ode2(edo5,y,x);
rm
Ca
5x2 e−x
(%o15) y= + (%k1 + %k2 x) e−x
2
(%i16) method;
do
(%o16) variationofparameters
ia
y 00 + y = 3 cossec(x), 0 < x < π,
M
y( π2 ) = 0,
y 0 ( π ) = 1.
2
Solução
(%i17) edo6:’diff(y,x,2)+y=3*\csc(x);
0.49. EXERCÍCIOS 159
d2
(%o17) y + y = 3csc (x)
d x2
(%i18) ode2(edo6,y,x);
(%o18) y = 3sin (x) log (sin (x)) + %k1 sin (x) − 3xcos (x) + %k2 cos (x)
ita
(%i19) ic2(%o18,x=%pi/2,y=0,’diff(y,x)=1);
eR
(3π − 2) cos (x)
(%o19) y = 3sin (x) log (sin (x)) − 3xcos (x) +
2
o
0.49 Exercı́cios
Resolva as equações diferenciais:
rm
1. y 00 − 6y 0 + 10y = e3x sin(x)
Ca
2. y 00 + y = sin(x), y(π) = −1 e y 0 (π) = 0
3. y 00 − y = cosh(x)
do
π+2
cos(x) + 12 sin(x) − x2 cos(x)
2. y(x) =
ar
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Prática 10
ita
Objetivo desta aula: Aprender a calcular transformada de Laplace e transformada inversa de Laplace
eR
no Maxima e resolver problemas de valor inicial por transformada de Laplace.
o
Inicialmente, vamos encontrar a transformada de Laplace e a transformada inversa de Laplace de
rm
algumas funções das Aula Teóricas 10 e 11. Depois, resolveremos problemas de valor inicial que constam
das Aulas Teóricas10 e 11.
Ca
Solução
ia
(%i1) laplace(exp(a*t),t,s);
ar
M
1
(%o1)
s−a
Solução
(%i2) laplace(’diff(y(t),t),t,s);
162
Observemos que neste caso o Maxima retorna L{y(t)} como laplace(y(t), t, s).
Solução
ita
(%i3) laplace(exp(-t)*sin(2*t),t,s);
eR
2
(%o3)
s2 + 2s + 5
o
Exemplo 0.32 (a) L−1 { s+2
Solução
1
} rm
Ca
(%i4) ilt(1/(s+2),s,t);
e−2t
do
(%o4)
Solução
ia
(%i5) ilt((s+1)/(s*(s-4)),s,t);
ar
M
5e4t 1
(%o5) −
4 4
Solução
(%i6) ilt(6/(sˆ2-2*s+2),s,t);
0.51. PROBLEMA DE VALOR INICIAL DE PRIMEIRA ORDEM 163
(%i7) ilt(3!/(s-2)ˆ4,s,t);
ita
(%o7) t3 e2t
eR
0.51 Problema de valor inicial de primeira ordem
Para resolver um problema de valor inicial de primeira ordem por transformada de Laplace usamos os
comandos
o
desolve(edo,y(t)) e atvalue(y(t),t=0,. . .) ,
rm
sendo este último para informar ao Maxima qual é a condição inicial em t = 0.
Ca
A seguir faremos o Exemplo 0.16.3 da Aula Teórica 10.
y 0 − 4y = 1
y(0) = 1.
ia
Solução
ar
Inicialmente escrevemos a equação diferencial no Maxima. Observe que é preciso declarar explicita-
M
mente a dependência das variáveis, isto é, é preciso escrever y(t) e não apenas y.
(%i8) edo1:’diff(y(t),t)-4*y(t)=1;
d
(%o8) y (t) − 4y (t) = 1
dt
A seguir informamos ao Maxima qual é a condição inicial em t = 0, com o comando atvalue.
164
(%i9) atvalue(y(t),t=0,1);
(%o9) 1
ita
(%i10) desolve(edo1,y(t));
eR
5e4t 1
(%o10) y (t) = −
4 4
o
Nesta seção iremos resolver os exemplos da Aula Teórica 11.
rm
Para um problema de valor inicial de segunda ordem a única diferença é que usaremos duas vezes o
Ca
comando atvalue.
y 00 + y = e−2t , t > 0
y(0) = 0
ia
y 0 (0) = 3.
ar
Solução
M
(%i11) edo2:’diff(y(t),t,2)+y(t)=exp(-2*t);
d2
(%o11) 2
y (t) + y (t) = e−2t
dt
(%i12) atvalue(y(t),t=0,0);
0.52. PROBLEMA DE VALOR INICIAL DE SEGUNDA ORDEM 165
(%o12) 0
(%i13) atvalue(’diff(y(t),t),t=0,3);
(%o13) 3
ita
(%i14) desolve(edo2,y(t));
eR
17sin (t) cos (t) e−2t
(%o14) y (t) = − +
5 5 5
o
Solução rm
(%i15) edo3:’diff(y(t),t,2)-4*’diff(y(t),t)+4*y(t)=exp(3*t);
Ca
d2
d
(%o15) y (t) − 4 y (t) + 4y (t) = e3t
d t2 dt
(%i16) atvalue(y(t),t=0,0);
do
(%o16) 0
ia
(%i17) atvalue(’diff(y(t),t),t=0,0);
ar
M
(%o17) 0
(%i18) desolve(edo3,y(t));
Solução
(%i19) edo4:’diff(y(t),t,2)-2*’diff(y(t),t)+2*y(t)=0;
d2
d
(%o19) y (t) − 2 y (t) + 2y (t) = 0
d t2 dt
ita
(%i20) atvalue(y(t),t=0,1);
eR
(%o20) 1
(%i21) atvalue(’diff(y(t),t),t=0,2);
o
(%o21)
rm 2
(%i22) desolve(edo4,y(t));
Ca
0.53 Exercı́cios
1. Encontre a solução do problema de valor inicial
ia
2y 000 + 3y 00 − 3y 0 − 2y = sin(t), t > 0
ar
y(0) = 0
M
y 0 (0) = 0
y 00 (0) = 0.
2. Algumas vezes pode ser preferı́vel resolver um problema de valor inicial no Maxima por transfor-
mada de Laplace. Resolva o problema de valor inicial a seguir usando, primeiro o comando ode2,
0.53. EXERCÍCIOS 167
e depois o comando desolve, ou seja, por transformada de Laplace, e veja o que acontece!
y 00 + 4y 0 − 2y = t2 − 4t + 5, t > 0
y(0) = 0
y 0 (0) = 0.
ita
0.53.1 Resposta dos exercı́cios
eR
et 8e−t/2 e−2t
1. y(t) = − sin(t)
10
+ cos(t)
10
+ 18
− 45
+ 45
√ √ √ t2
2. y(t) = e−2t (3 cosh( 6t) + 6 sinh( 6t)) − 2
−3
o
rm
Ca
do
ia
ar
M
168
M
ar
ia
do
Ca
rm
o
eR
ita
Aula Prática 11
ita
Objetivo desta aula: Trabalhar com a função degrau unitário no Maxima.
eR
O conteúdo desta Aula está relacionado com a Aula Teórica 12.
o
rm
A função degrau unitário é definida no Maxima com o comando unit step(t-a) .
Iremos definir essa função apenas por U (t), pois o Maxima não aceita como definição da função
U (t − 2).
do
(%i1) U(t):=unit_step(t-2);
ia
(%i2) wxplot2d(U(t),[t,0,4],[y,0,1.5]);
M
170
ita
eR
Observemos que no ponto de descontinuidade o Maxima traça uma reta vertical, que deve ser des-
considerada.
o
Calculemos agora a transformada de Laplace das funções do Exemplo 0.18.2 da Aula Teórica 12.
rm
Exemplo 0.37 (a) L{t2 U(t − 1)}
Ca
Solução
(%i3) f(t):=tˆ2*unit_step(t-1);
do
(%i4) laplace(f(t),t,s);
ar
M
Solução
(%i5) g(t):=cos(t)*unit_step(t-%pi);
0.54. FUNÇÃO DEGRAU UNITÁRIO OU FUNÇÃO DE HEAVISIDE 171
(%i6) laplace(g(t),t,s);
se−πs
ita
(%o6) −
s2 + 1
−2s
(c) L−1 { e s4 }
eR
Solução
(%i7) F(s):=exp(-2*s)/sˆ4;
o
(%o7)
rm
F (s) :=
exp (−2s)
s4
(%i8) ilt(F(s),s,t);
Ca
e−2s
(%o8) ilt , s, t
s4
do
−2s
Vimos na Aula Teórica 12 que L−1 { e s4 } = 1
6
(t − 2)3 U(t − 2), mas o Maxima não calcula a
transformada inversa de Laplace quando a função for uma exponencial. Nesse caso precisamos
ia
1
Neste exemplo, a = 2 e F (s) = s4
e vamos calcular a transformada inversa de Laplace da função
F , a fim de obtermos a função f .
(%i9) ilt(1/sˆ4,s,t);
t3
(%o9)
6
172
t3
Logo, f (t) = 6
e, portanto,
e−2s (t − 2)3
L−1 { } = f (t − 2)U(t − 2) = U(t − 2).
s4 6
t2 , 0 ≤ t < 1
(d) L{f (t)}, sendo f (t) =
1, t ≥ 1.
ita
Na Aula Teórica 12 vimo sque podemos escrever a função f (t) como
eR
(%i10) f(t):=tˆ2-tˆ2*unit_step(t-1)+unit_step(t-1);
o
(%o10) f (t) := unit step (t − 1) − t2 unit step (t − 1) + t2
(%i11) laplace(f(t),t,s);
rm
Ca
2e−s 2e−s 2
(%o11) − 2
− 3 + 3
s s s
do
Nosso objetivo agora é resolver um problema de valor inicial que traz uma função descontı́nua e,
por esse motivo, iremos precisar da função degrau unitário. Vamos resolver o Exemplo 0.18.3 da Aula
Teórica 12.
ia
y 0 + y = g(t) 0, 0 ≤ t < 1
Exemplo 0.38 Resolva o PVI: , sendo g(t) =
ar
y(0) = 0 2, t ≥ 1.
Solução
M
Para resolver esse problema de valor inicial iremos seguir os passos da Aula Teórica. Inicialmente,
definimos a função g e escrevemos a EDO.
(%i12) g(t):=2*unit_step(t-1);
(%i13) edo:’diff(y(t),t)+y(t)=g(t);
d
(%o13) y (t) + y (t) = 2unit step (t − 1)
dt
Agora, usamos a condição inicial e a seguir aplicamos a transformada de Laplace na EDO.
ita
(%i14) atvalue(y(t),t=0,0);
eR
(%o14) 0
(%i15) laplace(edo,t,s);
o
rm 2e−s
(%o15) s laplace (y (t) , t, s) + laplace (y (t) , t, s) =
s
Continuando, vamos resolver essa equação para L{y(t)}, lembrando que devemos colocar o apóstrofo
(’) antes do comando laplace para evitar o cálculo da transformada.
Ca
(%i16) solve(%o4,’laplace(y(t),t,s));
do
2e−s
(%o16) [laplace (y (t) , t, s) = ]
s2 + s
Assim, encontramos a transformada de Laplace de y(t). Para encontrar a função y, deverı́amos
ia
aplicar a transformada inversa de Laplace, mas sabemos que isto não é possı́vel, pois temos uma função
exponencial. Vamos, então usar o teorema da translação em t.
ar
2
Temos que a = 1 e F (s) = s2 +s
e calculando a transformada inversa de Laplace pa F obtemos
M
(%i17) ilt(2/(sˆ2+s),s,t);
(%o17) 2 − 2e−t
0.55 Exercı́cios
1. Calcule
−s
(a) L{sin(t)U(t − π)} (b) L−1 { sse2 +4 }
y 0 + y = g(t) 1, 0≤t<2
2. Resolva o PVI , sendo g(t) =
ita
y(0) = 0 −1, t ≥ 2.
eR
−πs
1. (a) − se2 +1 (b) cos(2t − 2)U(t − 1)
o
rm
Ca
do
ia
ar
M
Aula Prática 12
ita
Objetivo desta aula: Fazer algumas aplicações usando equações diferenciais ordinárias de segunda
eR
ordem.
o
Dado um oscilador do tipo massa mola (Figura 55),
rm
Figura 55: Oscilador do tipo massa mola
Ca
a) quando a mola é esticada ou comprimida, ela faz uma força sobre o corpo contrária ao deslocamento,
do
b) se existir atrito, a força de atrito, oposta ao movimento, sobre esse corpo é proporcional a sua veloci-
ar
dade:
dx
M
Fatrito = −b , b > 0,
dt
sendo b o coeficiente de amortecimento;
c) pode ainda existir outras forças no oscilador consideradas externas ao sistema, Fext .
Pela segunda lei de Newton, a equação diferencial que descreve esse sistema é
d2 x dx
m 2
+ b + kx = Fext (t),
dt dt
176
sendo m a massa.
Vamos agora fazer algumas aplicações. Dado um sistema do tipo massa mola
1. suponha que não haja atrito e nem força externa. Encontre o deslocamento da mola no instante t,
√
para m = 1 e k = 20. Faça o gráfico de x(t), considerando x(0) = 0 e x0 (0) = 11.
ita
Solução
eR
d2 x √
2
+ 20x = 0, x(0) = 0, x0 (0) = 11.
dt
(%i1) edo1:’diff(x,t,2)+20*x=0;
o
(%o1)
rm d2
d t2
x + 20x = 0
Ca
(%i2) ode2(edo1,x,t);
√ √
do
(%i3) ic2(%o2,t=0,x=0,’diff(x,t)=sqrt(11));
ia
√ √
11sin 2 5t
ar
(%o3) x= √
2 5
M
Para construir o gráfico vamos aprender um comando novo, que permite selecionar o lado de uma
equação:
lhs(nome) e rhs(nome) ,
Para isto vamos dar um nome para a entrada (%i3) e dar Enter.
0.56. OSCILADOR DO TIPO MASSA MOLA 177
(%i4) sol1:ic2(%o2,t=0,x=0,’diff(x,t)=sqrt(11));
√ √
11sin 2 5t
(%o4) x= √
2 5
(%i5) wxplot2d(rhs(sol1),[t,0,10]);
ita
Figura 56: Ilustração do gráfico do item 1.
eR
o
rm
Ca
2. suponha que haja atrito, mas não haja força externa. Encontre o deslocamento da mola no instante
√
t, para m = 1, b = 6 e k = 20. Faça o gráfico de x(t), considerando x(0) = 0 e x0 (0) = 11.
Solução
do
d2 x dx 0
√
+ 6 + 20x = 0, x(0) = 0, x (0) = 11.
dt2 dt
ia
(%i6) edo2:’diff(x,t,2)+6*’diff(x,t)+20*x=0;
ar
M
d2
d
(%o6) x+6 x + 20x = 0
d t2 dt
(%i7) ode2(edo2,x,t);
√ √
(%o7) x = e−3t %k1 sin 11t + %k2 cos 11t
178
(%i8) sol2:ic2(%o7,t=0,x=0,’diff(x,t)=sqrt(11));
√
(%o8) x = e−3t sin 11t
(%i9) wxplot2d(rhs(sol2),[t,0,10]);
ita
Figura 57: Ilustração do gráfico do item 2.
eR
o
rm
Ca
3. inclua agora uma força externa, Fext (t) = cos(4t). Encontre o deslocamento da mola no instante
√
t, para m = 1, b = 6 e k = 20. Faça o gráfico de x(t), considerando x(0) = 0 e x0 (0) = 11.
Solução
do
d2 x dx 0
√
+ 6 + 20x = cos(4t), x(0) = 0, x (0) = 11.
dt2 dt
ia
(%i10) edo3:’diff(x,t,2)+6*’diff(x,t)+20*x=cos(4*t);
ar
M
d2
d
(%o10) x+6 x + 20x = cos (4t)
d t2 dt
(%i11) ode2(edo3,x,t);
(%i12) sol3:ic2(%o11,t=0,x=0,’diff(x,t)=sqrt(11));
√ √ √ !
cos 11t 27 11 − 1628 sin 11t cos (4t) + 6sin (4t)
(%o12) x = e−3t − − +
148 1628 148
ita
(%i13) wxplot2d(rhs(sol3),[t,0,10]);
eR
o
rm
Ca
0.57 Exercı́cios
do
2. Dada uma equação diferencial, se as condições dadas se referirem a dois valores distintos da
ar
variável independente, temos um problema de valor de fronteira (PVF). Para resolver um PVF
resolvemos a equação diferencial com o comando ode2 e depois usamos o comando
M
(c) Verifique que há infinitas soluções para o PVF 2y 00 + 8y = 0, y(0) = 2, y(π/2) = −2.
Fazer o gráfico em uma mesma janela, para dois valores diferentes da constante, no intervalo
[−0, 2; π/2].
(d) Verifique que não há solução para o PVF 2y 00 + 8y = 0, y(0) = 1, y(π) = 2.
ita
3. Encontre os valores de c para que a função y(x) = 3ecx seja solução da equação diferencial 2y 00 −
3y 0 − 2y = 0.
eR
0.57.1 Resposta dos exercı́cios
o
(c) y(x) = c sen(2x) + 2cos(2x)
3. c = − 12 ou c = 2
rm
Ca
Figura 59: Exercı́cio2c (para k1 = −1 e k1 = 2)
do
ia
ar
M
Referências Bibliográficas
ita
[1] ROJAS, A., BARBOSA, A.C.C., CONCORDIDO, C.F.R. Equações diferenciais ordinárias com
o uso do software Maxima. Rio de Janeiro: UERJ, 2013.
eR
[2] VILLATE, J.E. Introdução aos sistemas dinâmicos: uma abordagem prática com Ma-
xima. Disponı́vel em: http://arquivoescolar.org/bitstream/arquivo-e/54/
1/sistdinam-1_2.pdf.
[3] ZILL, D.G. Equações diferenciais com aplicações em modelagem. São Paulo: Thomson, 2003.
o
rm
Ca
do
ia
ar
M
Índice Remissivo
%e to numlog:true, 98
ita
contrib ode, 127
desolve
eR
atvalue, 163
diff, 103
expand, 118
factor, 120
o
laplace, 161
ilt, 162 rm
lhs, 176
limit, 140
logcontract, 115
Ca
method, 114
numer, 95
ode2, 113
do
bc2, 179
ic1, 115
ic2, 144
yp, 156
ia
plotdf, 106
Trajectory at, 107
ar
ratsimp, 118
rhs, 176
M
182