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COLEGIADO DE MATEMÁTICA
CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA
UM ESTUDO DE TRANSFORMADAS
DE LAPLACE APLICADO A EQUAÇÕES
DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS
MACAPÁ - AP
2016
LUCICLEUMA LOBATO DO AMARAL
UM ESTUDO DE TRANSFORMADAS
DE LAPLACE APLICADO A EQUAÇÕES
DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS
MACAPÁ - AP
2016
Dedico este trabalho ao meu pai Cléo Ferreira e
a minha mãe Edilene Ferreira .
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus pela saúde e força dadas a mim, para conclusão do meu
curso.
Aos meus pais pelo apoio, incentivo e amor incondicional.
Aos meu irmãos Cleidson, Eloir e Enir pelo carinho e apoio.
Aos meus colegas de turma pelo apoio e incentivo constante.
A todos os professores que me acompanharam durante a graduação.
Aos meus gatos e cachorros por compreenderem minhas ausências e por todo carinho.
Ao meu grande parceiro de vida, Josiel, por todo apoio, amor, compreensão, paciência e
incentivo, obrigada.
E em especial ao meu professor e orientador, Marcel Lucas, que com muita paciência e
atenção me orientou neste trabalho.
Um matemático que não é também um poeta nunca será
um matemático completo.
Weierstrass.
Conteúdo
Resumo x
Abstract: xi
Introdução 1
1 Integrais Impróprias 3
2 Transformada de Laplace. 15
vii
3 Transformada inversa e convolução. 35
5.2.1 Circuito RC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.2.2 Circuito RL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Conclusão 75
viii
Apêndice: Alguns tópicos de Análise Real 78
Bibliografia 80
Resumo
x
Abstract
-w(x) and the initial conditions are y(0) = 0, y 00 (0) = 0, y(l) = 0 e y 00 (l) = 0.
xi
Lista de Figuras
xii
Lista de Tabelas
xiii
Introdução
A transformada de Laplace é uma ferramenta que pode ser utilizada para um método
de resolução de Equações Diferenciais Ordinárias lineares com coeficientes constantes que
envolvem condições iniciais, ou seja, equações da forma:
a dn y + a dn−1 y + ... + a dy + a y = g(x)
n dxn n−1 dxn−1 1 dx 0
y(0) = y ; y 0 (0) = y 0 ; ...; y (n−1) (0) = y (n−1)
0 0 0
1
O objetivo deste trabalho é fazer um estudo sobre definições de transformadas de
Laplace, formalizar conceitos, relacionar integrais impróprias com transformadas e estu-
darmos Transformada de Laplace e algumas aplicações na fı́sica ou engenharia.
2
Capı́tulo 1
Integrais Impróprias
Neste capı́tulo inicial trataremos de integrais impróprias, que de forma simples, são
integrais em intervalos ilimitados. Este não é o único tipo, porém, nesta monografia,
precisaremos apenas deste. O assunto em questão é de extrema importância para nosso
principal objeto de estudo nesta monografia, Transformada de Laplace, uma vez que esta,
por definição, envolve uma integral no intervalo de zero a infinito. Aqui faremos uma
revisão do assunto, porém, bem esclarecedora e rica em detalhes, para que fique bem
claro o conceito de convergência de integrais impróprias, que ajudará no entendimento
de Transformadas de Laplace. Este capı́tulo foi embasado no livro [7].
desde que o limite exista e seja finito. Tal limite denomina-se integral imprópria de f
estendida ao intervalo [a, +∞).
3
Suponhamos f (x) ≥ 0 em [a, ∞) e que f seja integrável em [a, b] para todo b > a.
Seja A o conjunto de todos (x, y) tais que 0 ≤ y ≤ f (x) e x ≥ a. Definimos a área de A
por
Z+∞
área A = f (x)dx.
a
Z+∞
1
Exemplo 1.1 A integral imprópria dx é convergente ou divergente? Justifique.
x
1
1
Solução: Como é função contı́nua, logo integrável em x ≥ 1, então
x
Z+∞ Z b
1 1
dx = lim dx.
x b→+∞ 1 x
1
Zb b
1
dx = [ln x] = ln b − ln 1 = ln b.
x 1
1
4
Figura 1.2: Área do exemplo 1.1
Fonte: Adaptado de Guidorizzi(1986).
Z+∞
1
Exemplo 1.2 Calcule dx.
x2
1
1
Solução: Como é função contı́nua, logo integrável em x ≥ 1, então, pela definição
x2
1.1 temos a seguinte igualdade:
Z+∞ Zb
1 1
= lim dx.
x2 b→+∞ x2
1 1
Zb
1
Resolvendo a integral dx, obtemos:
x2
1
Zb b
1 1 −1 1 −1
2
dx = − = + = + 1.
x x b 1 b
1 1
5
Então,
Z+∞
1 −1
= lim + 1 = 1.
x2 b→+∞ b
1
O limite existe, pois seu valor é igual a um, ou seja, finito, logo a integral imprópria
é convergente.
Z+∞ Zb Z+∞
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx.
−∞ −∞ b
6
1.2 Função dada por uma integral imprópria
Zx
Suponhamos que para todo x, f (t)dt seja convergente. Podemos, então, considerar a
−∞
função F definida em R, dada por
Zx
F (x) = f (t)dt.
−∞
fazendo u → −∞ resulta
Zx Za Zx
f (t)dt = f (t)dt + f (t)dt
−∞ −∞ a
e,portanto,
Za
F (x) = f (t)dt + H(x),
−∞
onde
Zx
H(x) = f (t)dt.
a
Temos que H(x) é contı́nua e que H é derivável em todo x que f for contı́nua, e ainda que,
H 0 (x) = f (x) em todo x onde a função f for contı́nua. Como a função H(x) é contı́nua
Za
e por hipótese, a integral f (t)dt é convergente, resultará F contı́nua, e F 0 (x) = f (x)
−∞
em todo x em que f for contı́nua.
7
podemos chegar a respeito sem necessariamente calcular a integral imprópria. Para tal
fim, existe um importante critério chamado Critério de Comparação, que nos permite
concluir a convergência ou divergência de uma integral imprópria através da comparação
com outra que se sabe previamente ser convergente ou divergente.
x1 ≤ x2 =⇒ F (x1 ) ≤ F (x2 ).
Zx
Segue que F é crescente em [a, +∞). O lim f (t)dt será finito se existir M > 0 tal
x→+∞
a
Zx
que f (t)dt ≤ M para todo x ≥ a; caso contrário, será infinito.
a
Demonstração:
Zb Z+∞
a)Sabemos que lim g(x)dx é finito, pois, por hipótese, g(x)dx é convergente. De
b→+∞
a a
0 ≤ f (x) ≤ g(x), para todo x ≥ a, resulta
Zb Zb Z+∞
f (x)dx ≤ g(x)dx ≤ g(x)dx
a a a
8
Zb Zb
sendo F (b) = f (x)dx crescente e limitada, resulta que lim f (x)dx será finito e,
b→+∞
a a
Z+∞
portanto, f (x)dx será convergente.
a
b) Como b é contrapositiva de a, logo, b também é verdadeiro.
9
Z+∞
2
Exemplo 1.3 Verifique que e−x dx é convergente.
1
Solução:
Vamos supor que A seja menor que a área da tal função f (x) , representada por
Z+∞
2
f (x)dx, com e−x ≤ f (x) para todo x ∈ [1, +∞). Vamos considerar agora a região
1
que está entre o gráfico da função f e o eixo x em [1, +∞). Percebemos que da forma
que a função f foi escolhida, a região A estará dentro da região que está entre o gráfico
da função f (x) e o eixo x. Suponhamos que está área seja finita.
Se a área da região de f (x) for finita, então, pelo Critério de comparação, a área da
região de g(x) também será finita. Devemos, então determinar uma função f (x) tal que
2
e−x ≤ f (x). Temos, x2 ≥ x ⇒ −x2 ≤ −x, para todo x ≥ 1 .
2
Como e > 1, podemos concluir que e−x ≤ e−x . Logo, tomaremos f (x) = e−x como a
Z+∞
função f (x). O que precisamos fazer agora é calcular e−x dx, se possı́vel. Vejamos:
1
Z+∞ Zb
−x
e dx = lim e−x dx, como e−x é função contı́nua em R,
b→+∞
1 1
−x b
−b −1
−1 1
= lim −e lim −e + e
= b→+∞ = lim + .
b→+∞
1
b→+∞ eb e
Z+∞
1
∴ e−x dx = .
e
1
10
Z+∞
−x2
Como e −x
≤ e , sendo que e−x dx converge, então pelo Critério de Comparação,
1
Z+∞
2
podemos concluir que e−x dx também converge.
1
Z+∞
x3
Exemplo 1.4 Verifique que a integral imprópria dx é divergente.
x4 + 3
1
x3 1 1
Solução: Temos que = . . Observe que, para todo x ≥ 1,
4
x +3 x 1 + x34
1 1 x3 1
3 ≥ e, portanto, 4
≥ 1 ≥ 0.
1 + x4 4 x +3 4. x
1
Observamos, ainda, que x é contı́nua em [1, +∞), logo integrável no intervalo, então pela
definição 1.1 de integrais impróprias, temos:
Z+∞ Zb b
1 1 1 1 1
dx = lim dx = lim ln |x| = lim ln b − ln 1 = +∞.
4x b→+∞ 4 x 4 b→+∞ 1 4 b→+∞
1 1
Z+∞ Z+∞
1 x3
Logo, a integral dx diverge, e pelo Critério de Comparação segue que dx
4x x4 + 3
1 1
também diverge.
Z+∞
Definição 1.4 (Convergência absoluta.) A integral imprópria f (x)dx é chamada
a
Z+∞
de absolutamente convergente se |f (x)|dx converge.
a
Z+∞
Teorema 1.2 Se f é integrável em [a, b],para todo b ≥ a e |f (x)|dx converge,então
a
Z+∞
f (x)dx convergirá.
a
f (x) ≤ |f (x)|,
11
somando |f (x)| ambos os lados da desigualdade
Sendo esta última desigualdade, necessária, pois, para usar o Critério de Comparação as
funções envolvidas devem ser maiores ou iguais a zero.
Z+∞ Z+∞
Por hipótese, |f (x)|dx converge, então pelo critério de comparação f (x) + |f (x)|dx
a a
também converge. Temos:
Zb Zb Zb Zb
f (x)dx = [|f (x)| + f (x) − |f (x)|] dx = |f (x)| + f (x)dx − |f (x)|dx
a a a a
Z+∞ Z+∞
Como |f (x)|+f (x)dx e |f (x)|dx são convergentes, a diferença dessas duas integrais,
a a
Zb
será um número, portanto, a integral f (x)dx também é convergente.
a
Z+∞
Exemplo 1.5 Verifique se a integral imprópria e−x sin3 xdx é convergente ou diver-
0
gente.
Solução: Primeiramente vamos tentar encontrar uma função que seja maior ou menor
que e−x sin3 x para utilizarmos o critério de comparação. Partiremos do fato da função
sin x ser limitada:
| sin3 x| ≤ 1 ⇔ −1 ≤ sin3 x ≤ 1
12
Z+∞
Tomando limite no valor obtido, e−x dx = lim −e−b + 1 = 1.
b→+∞
0
Z+∞ Z+∞
−x
Como e dx é convergente, então pelo critério de comparação, | sin3 x.e−x |dx
0 0
Z+∞
também será convergente e pelo teorema 1.2 de convergência absoluta, e−x sin3 xdx
0
também converge.
Solução:
R
Vamos resolver usando o método integral por partes, cuja fórmula é udv = uv −
R 1 1
vdu. Chamaremos u = ⇒ du = − 2 dx e dv = sin xdx ⇒ v = − cos x. Escrevendo a
Z x x
integral na forma udv, temos:
Zb b Z b Zb
1 1 1 − cos t cos x
sin xdx = (− cos x) − − 2 (− cos x)dx = + cos 1 − dx.
x x 1 x b x2
1 1 1
cos x Z+∞
1 1
Para todo x ≥ 1, 0 ≤ 2 ≤ 2 . Temos que dx é convergente, pois,
x x x2
1
Zb b Z+∞
1 1 −1 1 −1
2
dx = − = + 1 , logo 2
dx = lim + 1 = 1, então, pelo critério
x x 1 b x b→+∞ b
1 1
Z+∞
cos x
de comparação 2 dx, também será, e, portanto, pelo teorema 1.2 a integral
x
1
Z+∞
cos x cos b
2
dx é convergente. Agora vamos verificar se o limite de existe.
x b
1
cos b 1 1
Temos que lim = lim . cos b = 0, pois, lim é 0 e cos x é função limitada,
b→+∞ b b→+∞ b b→+∞ b
portanto, pelo teorema do anulamento, o limite do produto dessas funções com b → +∞
é igual a zero, resultando
Z+∞ Z+∞ Z+∞
sin x cos x sin x
dx = cos1 − 2
dx, ou seja, dx é convergente.
x x x
1 1 1
13
Exemplo 1.7 A integral abaixo é convergente ou divergente?
Z+∞
sin x
x dx.
1
Não faremos o cálculo deste exemplo, pois o que nos interessa aqui, é somente saber se
a integral converge ou diverge. Porém, resolvendo o problema, chegaremos a conclusão
Z+∞
sin x
de que a integral x dx é divergente. Com o resultado, podemos perceber que
1
Z+∞ Z+∞
sin x sin x
o fato da integral dx convergir, não implica x dx convergir, ou seja, a
x
1 1
recı́proca do teorema 1.2 não é verdadeira.
14
Capı́tulo 2
Transformada de Laplace.
Zb
K(s, x)f (x)dx
a
Z+∞ Z b
−sx
£{f (x)} = e f (x)dx = lim e−sx f (x)dx.
b→+∞ 0
0
Quando o limite existir para apenas alguns valores da variável s, diremos que a integral
imprópria converge, e quando não existir, diremos que a integral imprópria diverge.
15
Algumas vezes, para agilizar a notação, denotaremos por letra minúscula a função a
ser transformada e a letra maiúscula correspondente para denotar sua transformada de
Laplace; por exemplo,
£{f (x)} = F (s), £{g(x)} = G(s), £{y(x)} = Y (s).
Definição 2.1 (Transformada de Laplace) Dada uma função f (x) definida no in-
tervalo [0, +∞), definimos a sua Transformada de Laplace, F (s), por:
Z+∞
F (s) = £{f (x)} = e−sx f (x)dx, (2.1)
0
Quando convergir a integral imprópria,o resultado será uma função de s. Vamos obter
algumas Transformadas básicas.
Z+∞ Zb
Solução: £{1} = e−sx (1)dx = lim e−sx dx
b→+∞
0 0
b
−e−sx −e−sb + 1 1
= lim = lim = , quando s > 0.
b→+∞ s 0 b→+∞
s s
Em outras palavras, a transformada de Laplace de f (x) = 1 irá existir quando o
expoente −sb for negativo, pois, quando b → +∞ teremos e−sb → 0 e restará apenas
1
. Quando s < 0 o expoente −sb será positivo e e−sb → +∞ quando b → +∞, logo a
s
transformada não irá exitir.
16
−e−sx
Z
v= . Colocando na forma udv, temos
s
Zb b Zb
−sx e−sx 1
e xdx = −x + e−sx dx, então,
s 0 s
0 0
Z+∞ Z+∞
e−sb e−sb
−sx 1 −sx 1
e xdx = lim −b + e dx = lim −b + £{1}.
b→+∞ s s b→+∞ s s
0 0
O limite dos produtos de funções é igual a zero, pois lim e−sx = 0 e b é uma função limi-
b→+∞
e−sb
tada, veremos o motivo na proxima seção, então pelo teorema do confronto lim −b =
b→+∞ s
0. Daı́, usando o exemplo 2.1:
Z+∞
1 1 1
e−sx xdx = . = 2 .
s s s
0
1
Portanto, £{x} = .
s2
Nem sempre a integral irá convergir, logo, nem sempre existirá a Transformada de La-
place de uma função. Demonstraremos que as seguintes condições garantem a existência
da transformada de Laplace:
Definição 2.2 (Função contı́nua por partes.) Uma função é contı́nua por partes ou
seccionalmente contı́nua sobre um intervalo [a, b] se pudermos dividir [a, b] num número
finito de subintervalos em que f (x) é contı́nua no interior de cada um desses subinterva-
los, e a função f (x) tende a um limite finito quando x tende para as extremidades desses
subintervalos. Pôr isto, observe que f (x) ser contı́nua, implica que é seccionalmente
contı́nua.
17
Definição 2.3 (Ordem Exponencial) Dizemos que uma função é de ordem exponen-
cial k sobre [0, +∞), se existem números M, T > 0 e k ∈ R tais que
Às classes de funções que atendem as definições 2.2 e 2.3, denotaremos de funções ad-
missı́veis.
Teorema 2.1 (Condições Suficientes de Existência) Seja f (x) uma função secci-
onalmente contı́nua em [0, +∞) e de ordem exponencial k, então, a transformada de
Laplace existe para todo s > k.
Demonstração: Como a função f (x) é contı́nua em intervalos , e−sx f (x) será integrável
em qualquer intervalo finito sobre o eixo x e da definição 2.1, temos
Z+∞ Z+∞ Z+∞ b
−sx −sx kx −(s−k)x e−(s−k)x
|£{f (x)}| ≤ |e f (x)|dx ≤ M e e dx = M e dx = −M lim =
b→+∞ s − k
0
0 0 0
−(s−k)b −(s−k)0
Z+∞
e e 1
−M lim − =M para s > k. Logo, por M e−sx ekx dx
b→+∞ s−k s−k s−k
0
Z+∞
ser convergente, temos pelo teorema 1.1 de Critério de Comparação que |e−sx f (x)|dx
0
Z+∞
também é convergente, e ainda pelo teorema 1.2, e−sx f (x)dx convergente absoluta-
0
mente.
Portanto, para funções admissı́veis a integral imprópria converge absolutamente e tem a
estimativa
M
|F (s)| ≤ . (2.3)
s−k
18
Demonstração:
x De (2.4) temos,x
Z Z
|g(x)| = f (τ )dτ ⇒ |g(x)| ≤ |f (τ )|dτ
0 0
Zx Zx
Como f é de ordem exponencial, isto é, |f (τ )| ≤ M ekτ ⇒ |f (τ )|dτ ≤ M ekτ dτ , isto
0 0
Zx Zx x
ekτ
kx
e0
kτ e M kτ
é, |g(x)| ≤ |f (τ )|dτ ≤ M e dτ ≤ M ≤ M − = e − 1
k 0 k k k
0 0
Portanto,
M kτ
|g(x)| ≤ e ≤ cekτ ,
k
M
fazendo = c.
k
Vamos fechar esta seção mostrando um importante teorema, que garante que se duas
funçoes têm a mesma transformada de Laplace, então estas funções são iguais quase
sempre, ou seja, irão diferir apenas nos pontos de descontinuidade.
Teorema 2.2 Se f (x) e g(x) forem funções admissı́veis em [0, +∞) tais que £{f (x)} =
£{g(x)} para s > s0 , então f (x) = g(x), exceto possivelmente nos pontos de desconti-
nuidade.
Z+∞ Z+∞
= e−nx e−s0 x h(x)dx = e−nx v 0 (x)dx,
0 0
Rx
onde v(x) = e−s0 τ h(τ )dτ. Integrando por partes a integral acima, chamando de
0
u = e−nx ⇒ du = −ne−nx dx e dv = v 0 (x)dx ⇒ v = v(x),obtemos:
Z+∞ b Z+∞
−nx 0 −nx
e−nx v(x)dx =
e v (x)dx = lim e v(x) + n
b→+∞
0
0 0
19
Z+∞
−nb −n.0
e−nx v(x)dx = 0.
= lim e v(b) − e v(0) + n
b→+∞
0
Pelo o fato de lim e−nb = 0, n > 0, e v ser uma função admssı́vel, implicando
b→+∞
lim e−nb v(b) = 0, e ainda v(0) = 0, temos:
b→+∞
Z+∞
e−nx v(x)dx = 0 n = 1, 2, ... (2.5)
0
É importante observamos que nos pontos onde h(x) é contı́nua, v(x) é derivável e v 0 (x) =
e−s0 x h(x). Logo se provarmos que v(x) = 0, teremos consequentemente v 0 (x) = 0 =
e−s0 x h(x) e seguirá que h(x) = 0. Em (2.5) faremos mudança de variável, chamando
x = − ln t ⇒ dx = − 1t dt e v(x) = u(t) ⇒ v(− ln t) = u(t) e então teremos, quando
x = 0 ⇒ − ln t = 0, logo t = 1 e quando x → +∞ ⇒ − ln t → +∞ então t = 0 e a
Z0
1
integral fica da forma − t(n−1) u(t) dt e usando propriedade de integral invertemos os
t
1
limites de integração.
Z1
t(n−1) u(t)dt = 0. n = 1, 2, 3, .. (2.6)
0
Z1
Com n = 1 temos, u(t)dt = 0
0
Z1
Com n = 2 temos, tu(t)dt = 0
0
..
.
Observamos que a forma geral de um polinômio é
p(t) = an tn + an−1 tn−1 + ... + a1 t + a0 ⇒ u(t)p(t) = u(t)[an tn + an−1 tn−1 + ... + a1 t + a0 ],
logo
Z1 Z1 Z1 Z1 Z1
n n−1
p(t)u(t)dt = an t u(t)dt + an−1 t u(t)dt + ... + a1 tu(t)dt + a0 u(t)dt
0 0 0 0 0
Z1 Z1 Z1 Z1
= an tn u(t)dt + an−1 tn−1 u(t)dt +... + a1 tu(t)dt + a0 u(t)dt
0 0 0
| {z } | {z } | {z } |0 {z }
Por (2.6), 0 0 0 0
20
Temos então que
Z1 Z1
t(n−1) u(t)dt = 0 ⇒ p(t)u(t)dt = 0 (2.7)
0 0
0 0 0 0 0
Utilizando (2.7) na segunda integral do segundo membro, obtemos
Z1 Z1 Z1 Z1
|u(t) − p(t)| dt = (u(t)) dt + (p(t)) dt > (u(t))2 dt
2 2 2
0 0 0 0
R1 R1
para todo ε > 0. Como |u(t)−p(t)| < ε ⇒ |u(t)−p(t)|2 < ε2 ⇒ |u(t)−p(t)|2 dt < ε2 dt,
0 0
1 Z1 Z1
R1
onde 2 2 2 2
ε dt = ε t = ε o que implica ε >
|u(t) − p(t)| dt > (u(t))2 dt, logo,
2
0 0
0 0
obtemos
Z1
(u(t))2 dt < ε2
0
consequentemente o integrando só pode ser u(t) = 0 para todo t ∈ [0, 1]. Como u(t) =
0 = v(x), então v(x) = 0 ⇒ v 0 (x) = 0 e v 0 (x) = 0 = e−s0 x h(x), como e−s0 x 6= 0,
21
concluimos que h(x) = 0.
com a, b constantes.
Z+∞ Z+∞
−st
=a e f (x)dx + b e−sx g(x)dx
0 0
22
2.3.2 Transformada de Laplace de Derivadas.
Z+∞
0
£{f (x)} = e−sx f 0 (x)dx,
0
−sx
integrando por partes, chamaremos u = e ⇒ du = −se−sx dx; dv = f 0 (x)dx ⇒ v =
R +∞
f (x), e colocando a integral na forma 0 udv, temos:
Z+∞ Z b
−sx 0
0
£{f (x)} = e f (x)dx = lim e−sx f 0 (x)dx =
b→+∞ 0
0
b Z b
= lim e−sx f (x) + f (x)se−sx dx
b→+∞
0
0
Zb
= lim e−sb .f (b) − e0 f (0) + s f (x)e−sx dx .
b→+∞
0
Como lim e−sb = 0 e |f (b)| ≤ M ekx com M, k > 0, então lim e−sb f (b) = 0.
b→+∞ b→+∞
Logo,
Z+∞
0
£{f (x)} = s e−sx f (x)dx − f (0). (2.9)
0
Supomos que f (x) seja diferenciável duas vezes e temos mais uma vez pelo corolário 2.1
que f 00 (x) é admissı́vel, pois esta é a derivada de f 0 (x) que é função admissı́vel. Para
obter a transformada da derivada segunda,vamos aplicar a regra da derivada primeira.
Chamando f 0 (x) = g(x) ⇒ f 00 (x) = g 0 (x), temos
£{f 00 (x)} = £{g 0 (x)}, como g 0 (x) é função admissı́vel,
£{g 0 (x)} = s [£{g(x)} − g(0)] .
Voltando à função original f (x)
£{f 00 (x)} = s [£{f 0 (x)} − f 0 (0)] = s [s£{f (x)} − f (0)] − f 0 (0)
23
Portanto,
£{f 00 (x)} = s2 £{f (x)} − sf (0) − f 0 (0) (2.10)
Analogamente
£{f (n) (x)} = sn £{f (x)} − s(n−1) f (0) − s(n−2) f 0 (0) − ... − f (n−1) (0) (2.12)
£{f (n) (x)} = sn £{f (x)} − s(n−1) f (0) − s(n−2) f 0 (0) − ... − f (n−1) (0).
24
Função Transformadas
k
(a) k
s
1
(b) x
s2
n!
(c) xn n
s +1
1
(d) ekx ,s > k
s−k
w
(e) ekx sen wx ,s > k
(s − k)2 + w2
s−k
(f ) ekx cos wx ,s > k
(s − k)2 + w2
w
(g) ekx sen hwx ,s > k
(s − k)2 − w2
s−k
(h) ekx cos hwx ,s > k
(s − k)2 − w2
Ak+B
As + B
(i) ekx A cos wx + w
sen wx ,s > k
(s − k)2 + w2
Ak+B
As + B
(j) ekx A cosh wx + w
sinh wx ,s > k
(s − k)2 − w2
n!
(k) xn ekx (s−k)n+1
, s>k
xn−1 ekx 1
(l) (n−1)! (s−k)n
, n ≥ 1, s > k
(m) f 0 (x) s£{f (x)} − f (0)
(n) f 00 (x) s2 £{f (x)} − sf (0) − f 0 (0)
(o) ekx f (x) F (s − k)
1 s
(p) f (kx) F
k k
Rτ 1 1
Ra
(q) f (τ )dτ s
F (s) − s f (τ )dτ
a 0
n dn
(r) x f (x) (−1)n ds n (F (s))
k
(a)£{k} = .
s
Z+∞
Demonstração: £{k} = ke−sx dx , pela propriedade de linearidade
0
Z+∞ Zb b
−sx −sx e−sx
=k e dx = lim k ke dx = lim k
b→+∞ b→+∞ −s 0
0 0
−s.b
e−s.0
e k
= lim k − = , s > 0.
b→+∞ −s −s s
25
1
(b)£{x} = s2
.
Z+∞ Zb
−sx
Demonstração: £{x} = e xdx = lim e−sx xdx
b→+∞
0 0
Zb
Resolvendo e−sx xdx por integração por partes, chamaremos u = x ⇒ du = dx e
0
e−sx
dv = e−sx dx ⇒ v = , daı́
−s
b Zb −sx b !
e−sx
−sb −s.0
e e e 1 e−sx
x. − dx = b. − 0. + . =
−s 0 −s −s −s s −s 0
0
Tomando o limite
e−sb 1 e−sb 1 e−s.0
= lim b. + lim . − .
b→+∞ −s b→+∞ s −s s −s
e−sb
Como b é função de ordem exponencial e lim e−sb = 0 então, lim b = 0, logo
b→+∞ b→+∞ −s
1
£{x} = 2 , s > k.
s
n!
(c)£{xn } = .
sn+1
Z+∞ +∞ Z+∞
−sx n 1 −st n n
Demonstração: £{x } = n
e x dx = − e t + e−st tn−1 dt =
s 0 s
0 0
Z+∞
n
= e−st tn−1 dt
s
0
ou seja, pela definição 1.1
n
£{xn } = £{xn−1 }, n = 1, 2, 3...
s
Temos , £{1} = 1/s, assim, por interação, temos:
1 2
£{x} = £{1} = 2
s s
2 2 2 1 2!
£{x } = £{t} = 2
= 3
s s s s
3 3 1 3!
£{x3 } = £{t2 } = 3
= 4
s s s s
Podemos concluir ,a partir desses resultados a fórmula geral:
n n n−1 n (n − 1)! n!
£{x } = £{x } = n
= n+1 .
s s s s
1
(d)£{ekx } = .
s−k
26
Z+∞ Zb
−sx kx
Demonstração: £{e } = kx
e .e dx = lim e(−s−k)x dx
b→+∞
0 0
e− (s − k)x0 − 1 1
= lim = , se s > k.
b→+∞ −(s − k) s−k
w
(e)£{ekx sin wx} = , s > k.
(s − k)2 + w2
Z+∞ Zb
Demonstração: £{ekx sin wx} = e−sx ekx sin wxdx = lim e−(s−k)x sin wxdx
b→+∞
0 0
Vamos resolver a integral
Zb
e−(s−k)x sin wxdx (2.13)
0
Z wx ⇒ du = w cos wxdx e
utilizando o método integral por partes. Chamaremos u = sin
−(s−k)
dv = e−(s−k)x ⇒ v = − e s−k x . Escrevendo (2.13) na forma udv, temos
Zb b Zb −(s−k)x
−(s−k)x e−(s−k)x e
e sin wxdx = −sen wx + w cos wxdx=
(s − k) 0 (s − k)
0 0
b Zb
e−(s−k)x w
= −sen wx + e−(s−k)x cos wxdx (2.14)
(s − k) 0 s − k
0
Aplicaremos mais uma vez o método de integral por partes, porém na integral
Zb
e−(s−k)x cos wxdx. (2.15)
0
e−(s−k)x
Chamaremos de u = cos wx ⇒ du = −w sin wxdx e dv = e−(s−k)x dx ⇒ v = −
s−k
então,
Zb b Zb −(s−k)
−(s−k)x e−(s−k)x e x
e cos wxdx = − cos wx − w sin wxdx. Substituindo os va-
s−k 0 s−k
0 0
lores encontrados (2.14) e (2.15) em (2.13), fica:
Zb
e−(s−k)x sin wxdx =
0
b
−(s−k)x −(s−k)x b
Zb −(s−k)
e + w − cos wx e
− e x
= − sin wx w sin wxdx
−(s − k) 0 s − k
s−k 0 s−k
0
b b Zb
e−(s−k)x w −(s−k)x
w2 −(s−k)x
= − sin wx − cos wxe − (s − k)2 e sin wxdx.
−(s − k) 0 (s − k)2 0
0
27
Vamos fazer as contas para explicitarmos a integral (2.13) no primeiro membro da igua-
dade acima:
Zb b b
w2 e−(s−k)x
−(s−k)x w −(s−k)x
e sin wxdx 1 + = − sin wx − cos wxe
(s − k)2 (s − k) 0 (s − k)
2
0
0
(s − k)2 e−(s−k)b e0
w −(s−k)b w 0
= −sen wb + sin 0 − cos wbe + cos 0e
(s − k)2 + w2 (s − k) (s − k) (s − k)2 (s − k)2
(s−k)2
Chamaremos (s−k)2 +w2
de C para facilitar as contas e tomaremos limite na igualdade
acima, ficando:
Z+∞
e−(s−k)x sin wxdx =
0
e−(s−k)b e0
w −(s−k)b w
= lim C − sin wb + sin 0 − cos wbe + cos 0e0
b→+∞ (s − k) (s − k) (s − k)2 (s − k)2
Como seno e cosseno são funções limitadas e lim e−(s−k)b = 0, pois s > k,
b→+∞
e−(s−k)b w
lim − sin wb = 0 e lim cos wbe−(s−k)b = 0
b→+∞ (s − k) b→+∞ (s − k)2
Então,
Z+∞
w (s − k)2 w
e−(s−k)x sin wxdx = C 2
=
(s − k) (s − k) + w (s − k)2
2 2
0
Portanto,
Z+∞
w
£{ekx sin wx} = e−(s−k)x sin wxdx = , s > k.
(s − k)2 + w2
0
s−k
(f )£{ekx cos wx} = (s−k)2 +w2
.
Demonstração: Algumas integrais que aparecerão nesta demonstração foram feitas na
demonstração (e), logo vamos ser mais diretos colocando apenas os resultados das mes-
mas quando surgirem.
Z+∞ Zb
£{ekx cos wx} = e−sx ekx cos wxdx = lim e−(s−k)x cos wxdx
b→+∞
0 0
Temos
Zb b Zb
−(s−k)x e−(s−k)x w
e cos wxdx = − cos wx − e−(s−k)x sen wxdx =
s − k 0 (s − k)
0 0
b
e−(s−k)x (s − k)2
w w
= − cos wx − . =
s − k 0 (s − k) (s − k)2 + w2 (s − k)2
e(s−k)b e0 w2
= − cos b. + cos 0 − =
(s − k) (s − k) (s − k)[(s − k)2 + w2 ]
28
1 w2
= − =
(s − k) (s − k)[(s − k)2 + w2 ]
(s − k)[(s − k)2 + w2 ] − w2 (s − k)
= =
(s − k)2 [(s − k)2 + w2 ]
(s − k)3 + (s − k)w2 − w2 (s − k)
= =
(s − k)4 + (s − k)2 w2
(s − k)2 s−k
= =
(s − k) (s − k)2 + w2
2
s−k
= ,s > k
(s − k)2 + w2
Portanto,
Z+∞
s−k
kx
£{e cos wx} = e−sx ekx cos wxdx = , s > k.
(s − k)2 + w2
0
w
(g)£{ekx sinh wx} = (s−k)2 −w2
, s > k.
ex − e−x
Demonstração: A função seno hiperbólico é definida por: sinh (x) = .
2
1
Utilizaremos (d) da tabela 2.1 £{ekx } = s−k para realizarmos a demonstração.
−wx
wx (k+w)x
− e(k−w)x
kx kx e −e e
£{e sinh wx} = £ e =£ , usando (2.8)
2 2
1 1 1 1
= £{e(k+w)x } − £{e(k−w)x } = − =
2 2 s −
(k + w) s − (k − w)
1 s − k + w − (s − k − w) 1 2w
= =
2 (s − (k + w))(s − (k − w)) 2 (s − k − w)(s − k + w)
w w
= 2 =
s − 2ks − w2 + k 2 (s − k)2 − w2
portanto,
w
£{ekx sinh wx} = , para todo s > k.
(s − k)2 − w2
s−k
(h)£{ekx cosh wx} = , s > k.
(s − k)2 − w2
Demonstração:
ex + e−t
A função cosseno hiperbólico é definida por : cosh (x) = .
2
1
Utilizaremos (d), £{ekx } = s−k , para realizarmos a demonstração.
e + e−wx
wx (k+w)x
+ e(k−w)x
kx kx e
£{e cosh wx} = £ e =£ =
2 2
Usando (2.8)
29
e + e−wx
wx
kx 1
£{e(k+w)x } + £{e(k−w)x } =
£ e =
2 2
1 1 1 1 s − k + w + (s − k − w)
+ = =
2 s − (k + w) s − (k − w) 2 (s − (k + w))(s − (k − w))
1 2s − 2k s−k s−k
= 2 2 2
=
2 (s − k − w)(s − k + w) s − 2ks − w + k (s − k)2 − w2
portanto,
s−k
£{ekx cosh wx} = , para todo s > k
(s − k)2 − w2
Ak+B As+B
(i)£{ekx A cos wx + w
sin wx } = (s−k)2 +w2
, s > k.
Demonstração: Usaremos nesta demonstração propriedade de linearidade e as trans-
formadas
das funções (e),(f) da tabela.
kx Ak + B Ak + B
£{e A cos wx + sin wx } = A£{ex cos wx} + £{ekx sin wx}=
w w
s−k As + B w
=A + =
(s − k)2 + w2 w (s − k)2 + w2
As − Ak + Ak + B As + B
= 2 2
= , s > k.
(s − k) + w (s − k)2 + w2
kx Ak + B As + B
(j)£ e A cosh wx + sen hwx = s > k.
w (s − k)2 − w2
Demonstração: Usaremos nesta demonstração propriedade de linearidade e as trans-
formadas
das funções (g),(h) da tabela.
kx Ak + B Ak + B
£{e A cosh wx + sen hwx} = A£{ekx cosh wx} + £{ekx sinh wx} =
w w
s−k Ak + B w
=A + =
(s − k)2 − w2 w (s − k)2 − w2
As − Ak + Ak + B As + B
= 2 2
= , s > k.
(s − k) − w (s − k)2 − w2
n!
(k)£{xn ekx } = (s−k)n+1
Demonstração: Como f (x) = xn ekx , então usando regra do produto para deriva-
das e propriedade de linearidade, obtemos £{(xn ekx )0 } = £{nxn−1 ekx + kxn ekx } =
n£{xn−1 ekx } + k£{xn ekx }. Porém, pelo teorema de transformada de Laplace de de-
rivadas, 2.4, temos £{xn ekx } = s£{xn ekx }. Logo,
n£{xn−1 ekx } + k£{xn ekx } = s£{xn ekx }, portanto chegamos a seguinte fórmula:
30
n
£{xn ekx } = £{xn−1 ekx } (2.16)
s−k
Aplicando a fórmula (2.16) sucessivamente, obtemos
n!
£{xn ekx } = , s > k. (2.17)
(s − k)n+1
( )
n−1ekx
x 1
(l)£ = .
(n − 1)! (s − k)n
kx
xn−1e
Demonstração: Temos f (x) = (n−1)!
, então usando regra do produto para derivadas
e propriedade de linearidade, obtemos
n o
xn−1 kx
1
(n−1)!
£{(xn−1 ekx )0 } = 1
(n−1)!
£{(n − 1)xn−2 ekx } + k£ (n−1)!
e .
Temos ainda, pelo teorema 2.4
n n−1 o n n−1 o
x
£ ( (n−1)! ekx )0 = s£ (n−1)!
x
ekx . Logo,
n n−1 o n n−1 o
1 n−2 kx x kx x kx
(n−1)!
£{n − 1x e } + k£ e = s£ e .
n n−1 o (n−1)! (n−1)!
x
Explicitando £ (n−1)! ekx na equação acima, obtemos
xn−1 kx
1 1
£ e = £{(n − 1)xn−2 ekx } (2.18)
(n − 1)!
(n − 1)! s − k
(n−2)!
Aplicando (2.17), temos £{(n − 1)xn−2 ekx } = (n − 1) (s−k) n−1 , e então,
n n−1 o
x 1 n−1 (n−2)! 1 s−k
£ (n−1)! ekx = (n−1)(n−2)! s−k (s−k)n−1
= s−k (s−k)n
.
Logo, chegamos a resposta
xn−1 kx
1
£ e = . (2.19)
(n − 1)! (s − k)n
31
Zb
= lim e−sb .f (b) − e0 f (0) + s f (x)e−sx dx.
b→+∞
0
Como lim e−sb = 0 e |f (b)| ≤ M ekx com M, k > 0, então lim e−sb f (b) = 0
b→+∞ b→+∞
Logo,
Z+∞
0
£{f (x)} = s e−sx f (x)dx − f (0).
0
Z+∞
λ dλ
= e−s( k ) f (λ) , pela propriedade da linearidade
k
0
Z+∞
1 −λ( ks ) 1 s
= e f (λ)dλ = F .
k k k
0
32
x
Z Za
1 1
(q)£ f (τ )dτ = F (s) − f (τ )dτ.
s s
a 0
Z+∞Zx Zx
−sx
Demonstração: Pela definição 2.1, segue f (τ )dτ e dx. Chamaremos f (τ )dτ e−sx dx
0 a a
Z+∞Zx Zx
de g(x), então teremos f (τ )dτ e−sx dx = g(x)e−sx dx. Resolveremos a integral
0 a 0
+∞
g(x)e−sx dx utilizando integração por partes. Chamaremos u = g(x) ⇒ du = g 0 (x)dx
R
0
−sx
e dv = e−sx dx ⇒ v = − e s . Colocando a integral na forma udv, teremos:
R
Z+∞ b Z b −
−sx e−sx e sx 0
g(x)e dx = −g(x) + g (x)dx =
s 0 s
0 0
−sb 0 Z+∞
e e 1
= lim −g(b) + g(0) + e−sx g 0 (x)dx.
b→+∞ s s s
0
e−sb
Como g(b) é função admı́ssivel e lim = 0, então, o limite do produto dessas funções
b→+∞ s
e−sb
é igual a zero, lim g(b) = 0, ficando a integra na forma
b→+∞ s
Z+∞ Z0
1 1 1 1
g(x)e−sx dx = g(0) + F (s) = f (τ )dτ + F (s), e utilizando propriedade de
s s s s
0 a
integrais, chegamos ao resultado:
x
Z Z+∞Zx 1 1
Za
£ f (τ )dτ = f (τ )dτ e−sx dx = F (s) − f (τ )dτ.
s s
a 0 a 0
dn
(r)£ { xn f (x)} = (−1)n (F (s)).
dsn
Temos,
Z+∞
F (s) = e−sx f (x)dx (2.20)
0
33
demonstrar (r) para n = 1. Provaremos integralmente por indução matemática.
Faremos como anteriormente para mostrarmos que para n, é verdade.
Suponhamos que (r) é verdadeiro para n = p.
Z+∞
dp
[xp f (x)]e−sx dx = (−1)p p F (s)
ds
0
Z+∞ p
d p −sx d p d F (s)
[x f (x)]e dx = (−1)
ds ds dsp
0
Z+∞
d dp+1
[xp f (x)]e−sx dx = (−1)p p+1 F (s)
ds ds
0
Z+∞
∂ p dp+1
[x f (x)e−sx ]dx = (−1)p p+1 F (s)
∂s ds
0
Z+∞
dp+1
− f (x)xp xesx dx = (−1)p p+1 F (s)
ds
0
Z+∞
dp+1
− [f (x)xp+1 ]e−sx dx = (−1)p p+1 F (s)
ds
0
Z+∞ p+1
p+1 −sx p d
[f (x)x ]e dx = (−1)(−1) p+1 F (s)
ds
0
Z+∞
dp+1
[f (x)xp+1 ]e−sx dx = (−1)p + 1 p+1 F (s)
ds
0
Portanto, mostramos que a fórmula da transformada de (r) também vale para n = p + 1.
Podemos concluir que
dn
£ { xn f (x)} = (−1)n (F (s))
dsn
é verdade.
34
Capı́tulo 3
35
Teorema 3.1 Se F (s) = £{f (x)} e G(s) = £{g(x)}, então
sendo a e b constantes.
36
Exemplo 3.3 Calcule a transformada de Laplace inversa de
1
F (s) = .
(s − 1)(s + 2)(s + 4)
Solução: Como o denominador possui somente fatores lineares, pelo 1o caso temos
1 A B C
= + + . (3.3)
(s − 1)(s + 2)(s + 4) s−1 s+2 s+4
Multiplicando todos os membros da igualdade pelo produto (s − 1)(s + 2)(s + 4), fica:
37
m(s) A1 A2 An
= + 2
+ ... + .
(s + a1 )(s + a1 )...(s + a1 ) s + a1 (s + a1 ) (s + a1 )n
s+1
F (s) = .
s(s2 + 4s + 4)
s+1 s+1 A B C
= = + + . (3.4)
s(s2 + 4s + 4) s(s + 2)2 s s + 2 (s + 2)2
= s2 (A + B) + s(4A + 2B + C) + 4A.
Comparando os coeficientes das potências de s em ambos os lados da igualdade, temos o
sistema:
(A + B) = 0
(4A + 2B + C) = 1
4A = 1
Encontrando as constantes A, B e C:
4A = 1 ⇒ A = 41 .
−1
A + B = 0 ⇒ B = −A ⇒ B = 4
.
4A + 2B + C = 1 ⇒ 4 14 + 2( −1
4
) + C = 1 ⇒ C = 12 .
Sustituindo A, B e C em (3.4) obtemos,
1 1 1
s+1 4 4 2
= + + .
s(s + 2)2 s s + 2 (s + 2)2
−1
Então
podemos escrever £ {F (s)},
1
como
1 1
−1 s + 1 −1 4 4 2
£ =£ + + .
s(s2 + 4s + 4) s s + 2 (s + 2)2
38
e utilizando propriedade
de linearidade,
1 fica
1
1
−1 s + 1 −1 4 −1 4 −1 2
£ =£ +£ +£
s(s2 + 4s + 4) s s+2 (s + 2)2
Logopor (a), (d) e (k)
da tabela 2.1 o resultado é
s + 1 1 1 −2x
£−1 = + e + xe−2x .
s(s2 + 4s + 4) 4 4
3o caso: Fatores lineares repetidos e um fator quadrático.
Neste último caso, temos, a cada fator linear da forma s + a1 que aparecer k vezes no
denominador, uma soma de k frações parciais decompostas iguais ao caso 2, e ao fator
quadrático irredutı́vel que também aparece no denominador, temos uma fração parcial
Cs+D
correspondente, da forma s2 +a2
. Logo, no caso 3, devemos realizar a decomposição da
seguinte forma:
m(s) A B K Cs + D
k 2
= + 2
+ ... + k
+ 2 (3.5)
(s + a1 ) (s + a2 ) s + a1 (s + a1 ) (s + a1 ) s + a2
3s − 2
F (s) = .
s3 (s2+ 4)
3s − 2 A B C Ds + E
= + + + . (3.6)
s3 (s2 + 4) s s2 s3 s2 + 4
Encontrando as constrantes A, B, C, D e E :
−1
4C = −2 ⇒ C = 2
.
39
4B = 3 ⇒ B = 43 .
4A + C = 0 ⇒ A = 18 .
−3
B+E =0⇒E = 4
.
−1
A+D =0⇒D = 8
.
Substituindo A, B, C, D e E em (3.6), obtemos
1 3
3s − 2 8 4
− 21 − 81 s − 34
= + + + .
s3 (s2 + 4) s s2 s3 s2 + 4
Logo, por (a); (b);(k); (f) com k = 0, w2 = 4, e (e) da tabela 2.1, o resultado é:
−1 3s + 2 1 3 1 1 3
£ 3 2
= + x − x2 − cos 2x − sin 2x.
s (s + 4) 8 4 4 8 8
Definição 3.1 Sejam f (x) e g(x) funções contı́nuas por partes em [0, +∞), então o
produto convolução de f (x) e g(x), denotado por f ∗ g, é dada pela integral
Zx
f ∗g = f (β)g(x − β)dβ.
0
40
R
integral na forma udv:
Zx x Zx
e sin (x − β)dβ = e cos (x − β) − cos (x − β)eβ dβ.
β β
(3.7)
0
0 0
Rx
Aplicaremos mais uma vez integração por partes, porém, agora em cos (x − β)eβ dβ.
0
Novamente, chamaremos u = eβ ⇒ du = eβ dβ, porém, temos agora dv = cos (x − β) ⇒
v = sin x − β. Logo a equação fica na forma:
Zx Zx
cos (x − β)eβ dβ = −eβ sin (x − β) + sin (x − β)eβ dβ. (3.8)
0 0
0
0 0
Zx
eβ sin (x − β)dβ na equação:
0
Zx
1 x
eβ sin (x − β)dβ = e cos(0) − e0 cos (0) + ex sin (0) − e0 sin (x) , logo
2
0
Zx
1 x
eβ sin (x − β)dβ = (e − cos x − sin x) .
2
0
Zx
1 x
x
Portanto, e ∗ sin x = eβ sin (x − β)dβ = (e − cos x − sin x) .
2
0
Propriedade O produto convolução de duas funções é comutativo,isto é
Zx Zx
f ∗g = f (β)g(x − β)dβ = f (x − β)g(β)dβ = g ∗ f.
0 0
Zx
Demonstração: f ∗ g = f (β)g(x − β).
0
Fazendo mudança de variável, chamaremos x − β = u ⇒ β = x − u e du = −dβ além
disso β = 0 ⇒ u = x e β = x ⇒ u = 0
Z0 Zx
f ∗g =− f (x − u)g(u)du = f (x − u)g(u)du
x 0
41
Como temos um produto de funções usuais, temos o resultado
Zx
f ∗g = f (x − u)g(u)du = g ∗ f.
0
Teorema 3.2 (Teorema de Convolução.) Sejam f (x) e g(x) funções contı́nuas por
partes em [0, +∞) e de ordem exponencial; então,
onde
Zx Zx
h(x) = f (x − β)g(β)dβ = f (β)g(x − β)dβ.
0 0
Z+∞ Z+∞
−sτ
Demonstração: Seja F (s) = e f (τ )dτ = £{f (x)} e G(s) = e−sβ g(β)dβ =
0 0
£{g(x)}. Então
+∞ +∞
Z Z
F (s)G(s) = e−sτ f (τ )dτ e−sβ g(β)dβ =
0 0
42
3.2.1 Forma inversa do Teorema de Convolução.
porém isto não é verdade e é fácil de verificarmos. Pela parte (e) da tabela e utilizando
propriedades trigonométricas, temos:
2 1
£ {cos x. sin x} = .£{cos x. sin x} = .£{2 cos x. sin x} =
2 2
1 1 2 s 1
= .£{sin 2x} = . 2 6= 2 . 2 .
2 2 s + 4. s +1 s +1
Logo, a propriedade não vale para a transformada como também não vale para a trans-
formada inversa. Portanto, precisamos calcular utilizando produto convolução.
−1 s 1
£ . = cos x ∗ sin x.
s2 + 1 s2 + 1
Escolheremos f (x) = cos x e g(x) = sin x e resolveremos utilizando proprieddes trigo-
nométricas.
Zx
cos x ∗ sin x = cos τ. sin (x − τ )dτ , onde x é tratada como constante dentro da integral.
0
Zx
= cos τ [sin x cos τ − cos x sin τ ]dτ =
0
Zx Zx
2
= sin x cos τ dτ − cos x cos τ sin τ dτ =
0 0
43
Zx Zx
1 + cos 2τ
= sin x dτ − cos x cos τ sin τ dτ =
2
0 0
x 2 x
1 sin 2τ sin τ
= sin x. τ + − cos x =
2 4
0 2 0
2
sin x sin2 0
1 sin 2x 1 sin 2.0
= sin x x + − .0 − − cos x − =
2 4 2 4 2 2
cos x sin2 x
1 sin x cos x
= sin x x + 2 − =
2 4 2
1 1 1 1
= x sin x + sin2 x cos x − cos x sin2 x = x sin x.
2 2 2 2
Logo,
−1 s 1 1
£ 2
. 2 = cos x ∗ sin x = x sin x.
s +1 s +1 2
Como já foi dito anteriormente, o método de Transformada de Laplace é muito útil para
resolver equações diferenciais ordinárias, pois, consiste em transformar estes tipos de
equações em algébricas, tornando assim, mais fácil a resolução. Vamos mostrar aqui
como funciona o processo. Considere o Problema de Valor inicial
a dn y + a dn−1 y + ... + a dy + a y = g(x)
n dxn n−1 dxn−1 1 dx 0
(3.13)
y(0) = y ; y 0 (0) = y 0 ; ...; y (n−1) (0) = y (n−1)
0 0 0
(n−1)
onde ai , i = 0, 1, 2, 3, ..., n e y0 , y00 , ..., y0 são constantes. Aplicando a transformada de
Laplace em toda a equação do problema acima, temos
dn y dn−1 y
dy
£ an n + an−1 n−1 + ... + a1 + a0 y = £{g(x)}
dx dx dx
e usando propriedade de linearidade a equação fica
n n−1
d y d
an £ n
+ an−1 £ + ... + a0 £{y} = £{g(x)}.
dx dtn−1
Utilizando o teorema 2.4 para calcularmos as transformadas de Laplace das derivadas
temos
an [sn Y (s)−sn−1 y(0)−...−y (n−1) (0)]+an−1 [sn−1 Y (s)−sn−2 y(0)−...−y (n−2) (0)]+...+a0 Y (s) = G(s)
44
Agora fatoramos Y (s) para depois explicitá-lo.
(n−2)
Y (s)[an sn +an−1 ss−1 +...+a0 ] = an [sn−1 y0 +...+y (n−1) (0)]+an−1 [sn−2 y0 +...+y0 ]+...+G(s).
Quando conseguirmos explicitar Y (s) basta calcularmos sua transformada inversa para
encontrarmos a solução da equação diferencial,pois
Pelas transformadas (m) e (d) da tabela de transformadas de funções 2.1, temos respec-
tivamente as seguintes transformadas :
e
1
£{e2x } = .
s−2
Substituindo estes valores em (3.14),
1
sY (s) − 1 − 3Y (s) =
s−2
Explicitando Y (s) :
s−1
Y (s) = .
(s − 2)(s − 3)
Agora vamos calcular a inversa de Y (s) utilizando o 1o caso de frações parciais:
s−1 A B
= + . (3.15)
(s − 2)(s − 3) s−2 s−3
45
Fazendo s = 2 e s = 3 ,obtemos A = −1 e B = 2. Substituindo os valores encontrados,
em (3.15)
s−1 −1 2
Y (s) = = + .
(s − 2)(s − 3) s−2 s−3
Consequentemente,
−1 −1 1 −1 1
£ {Y (s)} = y(x) = −£ +£
s−2 s−3
e pela parte (d) da tabela
y(x) = −e2x + 2e3x .
£{y 00 + y} = £{x}
46
1 + s3 − 2s2 = As3 + As + Bs2 + B + Cs3 + Ds2
1 + s3 − 2s2 = s3 (A + C) + s2 (B + D) + s(A) + B.
B=1
A = 0.
Encontrando as constantes A, B, C e D:
A=0⇒C=1
B = 1 ⇒ D = −3
Substituindo estas constantes na equação (3.16) , obtemos
1 s−2 0 1 s−3
+ 2 = + 2+ 2 ,
s2 (s2 + 1) s + 1 s s s +1
1 s−2 1 s 3
+ 2 = 2+ 2 − 2 .
s2 (s2+ 1) s + 1 s s +1 s +1
Temos
−1 1 s−2 −1 1 −1 s −1 1
£ 2 2
+ 2 =£ +£ − 3£ ,
s (s + 1) s + 1 s2 2
s +1 2
s +1
47
Capı́tulo 4
Teoremas de deslocamento e
funções: periódicas, deslocamento,
Heavisede e Delta de Dirac.
Nesta seção estudaremos um tipo de função que geralmente aparece como força ex-
terna em modelagens de sistemas elétricos e mecânicos.
ZT
1
£{f (x)} = e−sx f (x)dx. (4.1)
1 − e−sT
0
48
Demonstração: Decompondo a transformada de Laplace de f (x) em duas integrais, fica:
ZT Z+∞
£{f (x)} = e−sx f (x)dx + e−sx f (x)dx. (4.2)
0 T
e f (x + 2) = f (x), para x ∈
/ [0, 2]
49
Demonstração: Pela definição 2.1, de transformadas de Laplace
Z+∞ Z+∞
£{eax f (x)} = e−sx eax f (x)dx = e−(s−a)x f (x)dx.
0 0
Substituindo s − a = λ, teremos
Z+∞
£{eax f (x)} = e−λx f (x)dx = F (λ) = F (s − a).
0
O teorema afirma que ao multiplicarmos uma função f (x) por uma função exponencial,
a transformada de Laplace F (s) é deslocada a unidades.
50
Figura 4.1: Função de Heaviside.
Fonte: [9]
0, x < 0
Solução: H(x) = H(x − 0) =
1, x ≥ 0.
Quando a função de Heaviside é multiplicada por uma função y(x) definida em x ≥ 0,
a função de Heaviside cancela uma porção do gráfico. Por exemplo,
0, 0 ≤ x < 2π
f (x) = sin xH(x − 2π) =
sin x, x ≥ 2π.
Mostraremos a seguir que, mesmo a função de Heaviside sendo descontı́nua, ela possui
transformada de Laplace.
51
Demonstração: Para a função de Heaviside, com s > 0, decorre da definição 2.1:
Z+∞ Za Z+∞
£{H(x − a)} = H(x − a)e−sx dx = e−sx .0dx + e−sx .1dx =
0 0 a
Zb b
−e−sx
−sb
e−sa e−sa
−e
lim e−sx dx = lim = lim + = .
b→+∞ b→+∞ s
a
b→+∞ s s s
a
Do teorema 4.3, concluimos que a forma inversa é
−sa
−1 e
£ = H(x − a)
s
em que s > a.
52
A forma inversa do Teorema 4.4 é
para s > 0.
Z+∞
= f (x).dx (4.4)
−∞
é a medida da intensidade da força que, como foi colocado em (4.4), pode ser escrita
no intervalo (−∞, +∞), pois não irá alterar (4.3), ja que f (x) é nula fora do intervalo
[x0 − χ, x0 + χ].
Z+∞ Zχ Zχ +χ
1 1
I(x) = f (x)dx = f (x)dx = dx = .x =
2χ 2χ −χ
−∞ −χ −χ
53
1 1 1
= 2χ
[(+χ) − (−χ)] = 2χ
[+χ + χ] = 2χ
.2χ = 1. para todo χ 6= 0.
Vamos verificar como fχ (x) se comporta em intervalos cada vez menores fazendo χ → 0.
1
lim fχ (x) = lim = +∞, (4.6)
χ→0 χ→0 2χ
e temos ainda,
lim I(x) = 1, (4.7)
χ→0
Definição 4.3 A função Delta de Dirac designada por δ(x) é definida como tendo as
propriedades
Observação: Notemos que expressão δ não deve ser entendida como uma função, pois,
no ponto x = 0 a função tem valor infinito. Trata-se de um objeto matemático que tem
importância em aplicações. Porém, mesmo é conhecida como ”função” Delta de Dirac.
Como estavamos tratando de δ(x) no ponto x0 = 0, vamos generalizar para qualquer
ponto x = x0 , ficando
54
Z+∞
δ(x − x0 )dx = 1. (4.11)
−∞
Apesar da função Delta de Dirac não ser função admissı́vel, ela possui transformada de
Laplace.
Podemos concluir que mesmo a função Delta de Dirac não se encaixando no teo-
rema 2.1, que garante a existência da transformada de Laplace de uma função, ou seja,
55
mesmo não sendo função admissı́vel, verificou-se que sua transformada de Laplace existe.
Com isso, temos no teorema 2.1 apenas condição suficiente para transformada, mas não
necessária.
que trata de um modelo descrevendo o movimento de uma massa em uma mola que se
move em um meio com amortecimento desprezı́vel. Esta massa no instante x = 2π recebe
um sopro forte . As condições iniciais nos dizem que a massa parte do repouso 1 unidade
abaixo do equilı́brio.
s 4e−2πs
Y (s) = +
s2 + 1 s2 + 1
56
Capı́tulo 5
Dada uma mola flexı́vel suspensa por um suporte, suponhamos que exista uma massa
m que está atada a esta mola. Segundo a lei de Hoke, a mola possui uma força de
restauração FR que é oposta a sua direção de distensão, denotada por s. A força de
restauração tem a fórmula F = ks, onde k é uma constante de proporcionalidade. Após
a massa m ser atada na mola, ela provocará uma distenção s na mesma que irá estagnar
somente quando atingir sua posição de equilı́brio, que é quando a força peso FP , é igual
a força restauradora ks, ou seja, mg = ks ⇒ mg − ks = 0. Se deslocarmos a massa x
unidades de sua posição de equilı́brio e soltarmos, a força resultante F é F = m.a, onde
57
a aceleração é a segunda derivada de y. Suponhamos que o sistema não esteja sobre
efeito de forças retardadoras e que a massa possua movimento livre, ou seja, oscile sem
influências de outras forças externas, então poderemos igualar F à força resultante do
peso FP e da força restauradora FR .
d2 y
m. = −k(s + y) + mg = −ks − ky + mg,
dx2
como mg − ks = 0, temos o resultado
d2 y
m = −ky. (5.1)
dx2
O sinal de subtração em (5.1) trata de um referencial de FR , indicando que a força
restauradora está oposta a direção do movimento. Trataremos aqui, como positivas, as
medidas de deslocamentos localizadas abaixo da posição de equilı́brio e as localizadas
acima trataremos como negativas.
Dividindo a equação (5.1) pela massa, chegaremos a uma equação diferencial de segunda
ordem.
d2 y(x) k
2
= y(x) = 0 (5.2)
dx m
ou
d2 y(x)
+ ω 2 y(x) = 0 (5.3)
d2 x
k
onde, ω 2 = m
. Esta última equação descreve um movimento harmônico simples e
associa duas condições iniciais.
58
diferencial junto com as condições iniciais , nos dizem que uma massa atada a uma mola
é puxada 10 unidades abaixo da posição de equilı́brio, segurando a massa até x = 0 e
depois solta a partir do repouso. Aplicando transformada de Laplace:
Explicitando Y (s) :
10s s
Y (s) = = 10 2
s2+ 16 s + 16
Utilizaremos a parte (f ) da tabela para calcularmos a transforma inversa de Y (s), onde
k = 0 e ω = 4,
£−1 {Y (s)} = y(x) = 10 cos 4x. (5.5)
d2 y(x) β dy(x) k
2
+ + y(x) (5.6)
dx m dx m
d2 y(x) dy(x)
2
+ 2λ + ω 2 y(x) = 0. (5.7)
dx dx
59
√
−λ − λ2 − ω 2 .
Existem três casos para o sistema, dependendo da sinal de λ2 − ω 2 , porém, trataremos
apenas do caso em que λ2 − ω 2 > 0.
Com λ2 − ω 2 > 0, implica λ > k, ou seja, a constante de atrito λ é grande quando
comparamos com a constante de elasticidade k.
Problema 2: Vamos resolver e fazer a interpretação do problema de valor inicial.
d2 y(x) dy(x)
2
+5 + 4y(x) = 0, (5.8)
dx dx
y(0) = 1, y 0 (0) = 1. (5.9)
O problema de valor inicial trata de uma massa em mola com movimento superamor-
tecido. Como y(0) = 1 > 0, sabemos que o deslocamento da massa parte da posição
1 localizada abaixo da posição de equilı́brio com uma velocidade inicial de 1m/s para
baixo, pois y 0 (0) = 1 > 0.
Aplicaremos a transformada de Laplace na equação (5.8):
2
d y(x) dy(x)
£ +5 + 4y(x) = £{0}
dx2 dx
e utilizaremos propriedade de linearidade e auxı́lio da tabela de transformadas para re-
solvermos.
s2 Y (s) − sx(0) − x0 (0) + 5(sY (s) − x(0)) + 4y(s) = 0
A(s + 4) + B(s + 1) = s + 6
As + 4A + Bs + B = s + 6
60
Da equação (a), temos A = 1 − B, substituindo este valor na equação (b), fica 4(1 − B) +
−2
B=6⇒B= 3
e A = 53 .
Substituindo os valores de A e B na em (5.38)
5 −2
3 3
Y (s) = +
s+1 s+4
Logo, 5 −2
−1 −1 3 3
£ {Y (s)} = y(x) = £ +
s+1 s+4
Pela parte (d) da tabela de transformadas,
5 2
y(x) = e−x − e−4x . (5.11)
3 3
5.2.1 Circuito RC
61
Solução: Após o fechamento da chave temos um circuito fechado. Para resolvermos,
vamos utilizar Lei das malhas de Kirchoff, que diz que a soma das diferenças de potencial
para qualquer circuito fechado é nula,ou seja, a soma das tensões positivas é igual a soma
das tensões negativas. Representamos como:
−vG + vR + vC = 0, (5.12)
Onde,
Tensão do Gerador (vG ) = E (constante);
Zx
1
Tensão do Capacitor(vC ) = i(x)dx ;
C
0
Tensão do Resistor(vR ) = R.i(x).
Substituindo as tensões vC e vR em (5.12), obtemos uma equação diferencial, que resol-
veremos usando Transformadas de Laplace.
Zx
1
−E + R.i(x) + i(x)dx = 0. (5.13)
C
0
E
E então, pela parte (a) da tabela 2.1, £{E} = ; £{Ri(x)} = RI(s), com R constante
sx
R0
1 1 1 1
R
e pela parte (q) da tabela 2.1, com a = 0, £ C i(x)dx = C s I(s) − s i(x)dx =
0 0
1
Cs
I(s).
Substituindo em (5.14) os valores das transformadas encontradas, temos
E 1 I(s)
− + RI(s) + = 0. (5.15)
s C s
Como queremos calcular o valor da corrente i(x), vamos explicitar I(s) na equação (5.15)
e encontrar
i(x)
pela Transformada de laplace inversa de I(s) .
1 E
I(s) R + =
Cs s
E
E E R
I(s) = 1
= 1 = 1
s R + Cs sR + C s + RC
62
E 1
I(s) = 1 .
R s + RC
A seguir iremos calcular a Transformada inversa de I(s):
−1 E −1 1
£ {I(s)} = £ 1 .
R s + RC
5.2.2 Circuito RL
63
Figura 5.2: Circuito RL.
Fonte: [9].
Solução:
a) Determinação da corrente i(x).
Após o fechamento da chave temos um circuito fechado. Novamente, usaremos a Lei de
Kirchoff. Representamos como:
−vG + vR + vL = 0, (5.16)
onde,
Tensão no Gerador (vG ) = E (constante);
Tensão no Resistor (vR ) = Ri(x);
Tensão no indutor (vL ) = L di(x)
dx
di(x)
−E + Ri(x) + L = 0. (5.17)
dx
di(x)
£{−E + Ri(x) + L } = £{0}. (5.18)
dx
−E
+ RI(s) + LsI(s) = 0. (5.19)
s
64
Como queremos calcular o valor da corrente i(x), vamos explicitar I(s) na equação e
encontrar i(x) pela Transformada de Laplace inversa de I(s).
E
I(s)(R + Ls) = .
s
Portanto,
E
E L
I(s) = = R
.
s(R + Ls) s L
+ s
E 1
I(s) = R
. (5.20)
Ls L
+s
A seguir iremos calcular a transforma inversa de I(s) :
( )
E 1
£{I(s)}−1 = £−1 .
L s( R
L
+ s)
1
Para determinarmos a transformada inversa de R
, vamos utilizar o 1o caso de
s(s + L )
frações parciais.
R
Com A e B constantes e fazendo λ = L
, temos:
1 A B
= + . (5.21)
s(s + λ) s s+λ
1 = s(A + B) + Aλ.
Encontrando as constantes A e B:
Aλ = 1 ⇒ A = λ1 .
(A + B) = 0 ⇒ B = −A = − λ1 .
Substituindo A e B em (5.21)
1 1
1 1 1 1 1
= λ − λ = . − . .
s(s + λ) s λ+s λ s λ s+λ
65
Logo,
−1 1 1 −1 1 1 −1 1
£ = £ − £ .
s(s + λ) λ s λ s+λ
Utilizando as partes (a) e (d) da tabela, temos
1 − e−λx
−1 1 1 1
£ = .1 − e−λx = .
s(s + λ) λ λ λ
R
Retornando com L
no lugar de λ,
( ) R
−1 1 1 − e− L x
£ = .
s(s + R
L
) R
L
Portanto a inversa de
( I(s) é, ) R
E −1 1 E (1 − e− L x ) E R
−1
£{I(s)} = £ R
= R
= (1 − e− L x ).
L s( L + s) L L
R
Logo,
E R
i(x) = .(1 − e− L x ).
R
66
5.2.3 Circuito RLC
Solução: Mais uma vez, utilizaremos Lei de Kirchoff para resolver o problema.
−E + vR + vC + vL = 0. (5.23)
Como as Transformadas de Laplace de cada termo da equação (5.24) já foram calculadas
nos problemas anteriores, vamos apenas colocar os valores.
Transformada de Laplace:
−E I(s)
+ RI(s) + LI(s) + = 0.
s Cs
Explicitando I(s):
E 1
I(s) = . Rs 1
(5.25)
L L + CL + s2
67
Precisamos agora calcular a transforma inversa de I(s). Como a transformada da ex-
1
pressão Rs 1 2
, não é dada na tabela, vamos mudar sua forma para que se encaixe.
L
+ CL
+ s
Faremos R L
= 1
2α e LC = ω 2 , resultando
1 1
Rs 1
=
L
+ CL
+ s2 s2 + 2αs + ω 2
1 1 1
= 2 = .
s2 + 2αs + ω 2 2 2
s + 2αs + α + ω − α 2 (s + α) + (w2 − α2 )
2
1 1
= ,
(s + α)2 2 2
+ (w − α ) (s + α)2 + β 2
1 1
= ,
(s + α)2 2 2
+ (w − α ) (s + α)2 − β 2
r !
E − −R x 1 R2
i(x) = q e 2L sin − x.
L
− R2 LC 4L2
C 4
E 1 −αx
i(x) = e sinh βx.
Lβ
68
R
√ q
R2 1
Substituindo α = sL
eβ= −ω 2 + α2 = 4L2
− LC
,
chegamos ao valor final
r !
E R R 2 1
i(x) = q e− 2L x sinh − x.
R2
− L 4L2 LC
4 C
Solução:
Verificamos que apenas a quarta derivada de y(x) está presente, portanto, o mais
óbvio, é pensar em resolver o problema utilizando a integração direta, ou seja, integrando
quatro vezes a equação (5.26). Entretanto, não é adequado irmos por este caminho,
principalmente, pela forma de w(x) que este método leva.
Para usar transformada de Laplace,o domı́nio será estendido para que x ∈ [0, +∞) e
utilizaremos a função de Heaviside. Para seguirmos um passo a passo, vamos considerar
o problema balanço, onde a viga está presa em apenas uma das extremidades.
69
lembrando, que estendemos o domı́nio para +∞.
Aplicando a Transformada de Laplace em (5.26):
4
dy
£ k 4 = −£{w(x).}
dx
A seguir, explicitaremos Y (s) para calcularmos y(x), pois £−1 {Y s)} = y(x), onde y(x)
é deflexão da viga e solução da equação diferencial.
É neste momento que é necessário fazer uma análise da situação. A viga pode ser longa,
mas não é infinita. Logo, está correto o que fizemos, estendendo o domı́nio para utilizar-
mos Transformada de Laplace?
O que precisamos fazer são algumas arrumações usando Função de Heaviside.
Definição de Função de Heaviside:
0, 0 ≤ x < a
H(x − a) =
1, x ≥ a.
Como foi visto, ao multiplicarmos a função de Heaviside por uma outra função y(x), com
x ≥ 0, a função de Heaviside anula uma porção do gráfico da função. Logo,
0, 0≤x<l
y(x)H(x − l) =
y(x), x ≥ l.
Então, se substituirmos y(x) por y(x) − y(x)H(x − l), esta última função irá satisfazer
as condições necessárias para a existência da Transformada de Laplace.
Por consequência, vamos fazer a interpretação da Transformada de Laplace de y(x) como
70
y(x)−y(x)H(x−l) = y(x)[1−H(x−l)] e logo após, calcular sua Transformada de Laplace
inversa:
Z+∞
£{y(x)} = £{y(x)[1 − H(x − l)]} = y(x)[1 − H(x − l)]e−sx dx. (5.29)
0
Consequentemente,
W (s)
Podemos encontrar a inversa do produto das duas transformadas, , utilizando o
ks4 3
teorema de produto convolução. Pela parte (l) da tabela, verificamos £−1 s14 = x6 e
ainda, sabemos que, £−1 {W (s)} = w(x). Aplicando produto convolução:
Zx
x3
−1 1 1
£ W (s) = ∗ w(x) = w(ξ)(x − ξ)3 dξ,
s4 6 6
0
−1 1
£ = 1,
s
−1 1
£ =x
s2
−1 1 1 2! 1
£ 3
= 2+1
= .x2 ,
s 2! s 2
1 1 3! 1
£−1 4
= 3+1
= x3 ,
s 3! s 6
71
Vamos considerar as seguintes condições de contorno:
y(0) = 0, y(l) = 0 (Nenhum deslocamento nas extremidades.)
y 00 (0) = 0, y 00 (l) = 0 (Nenhuma força nas extremidades.)
Isto permite que as quatro constantes y(0), y 0 (0), y 00 (0) e y 000 (0) sejam encontradas. Assim,
Zx
1 1
y(x)[1 − H(x − 1)] = − w(ξ)(x − ξ)3 dξ + xy 0 (0) + x3 y 000 (0). (5.33)
6k 6
0
Usaremos o mesmo raciocı́nio do inı́cio, onde utilizamos função de Heaviside para ar-
rumarmos a função y(x) de modo que pudessemos aplicar Transformada de Laplace, e
obtivemos o resultado y(x) = y(x)[1 − H(x − l)]. Com a função u(x), utilizando o mesmo
processo, resulta u(x) = u(x)[1 − H(x − l)]. Então, a equação (5.34) fica na forma
Zx
10
u(x)[1 − H(x − l)] = u(0) + u (0)x − w(ξ)(x − ξ)dξ. (5.35)
k
0
72
Substituindo u(x) por y 00 (x) e trocando u(0),u0 (0) por y 00 (0) e y 000 (0) respectivamente,
temos
Zx
00 1
y (x)[1 − H(x − l)] = − w(ξ)(x − ξ)dξ + y 00 (0) + xy 000 (0). (5.36)
k
0
Portanto, o valor obtido em (5.36) é o mesmo da segunda derivada de y(x), isto é, o
resultado de (5.36) é o mesmo que poderiamos ter obtido derivando duas vezes y(x) e
ignorando [1 − H(x − l)].
Quando aplicarmos as condições de contorno y(l) = 0 e y 00 (l) = 0 em (5.36), teremos os
resultados de y 0 (0) e y 000 (0) que estão faltando para completarmos nossa solução. Vejamos:
Com x = l,
Zl
1
y 00 (l)[1 − H(l − l)] = − w(ξ)(l − ξ)dξ + y 00 (0) + ly 000 (0).
k
0
73
Agora podemos calcular o deslocamento causado com qualquer valor de carga.
Vamos considerar valores de cargas realistas, onde a carga está situada em x = 3l (em um
terço do comprimento da viga) e não existe nenhuma rotação em torno da extremidade
ω
em x = l. A expressão para w(x) é: w(x) = l
H(x) + pδ(x − 13 l) − ( 12 ω + 23 p)δ(x).
Percebemos a função delta de Dirac na equação. Se a carga em um ponto tem magnitude
P , temos a seguinte expressão para w(x):
ω 1 1 2
w(x) = H(x) + P δ x − l − ω + P δ(x). (5.40)
l 3 2 3
Para resolvermos o problema, vamos voltar para a equação diferencial de quarta ordem
(5.26) e aplicar a transformada de Laplace em ambos os lados da equação. Como já
calculamos a transformada de Laplace do primeiro membro da equação, vamos calcular
apenas de w(x) e para isso, utilizaremos propriedade de linearidade, a parte (a) da tabela
de transformadas, o teorema 4.12 que trata da transformada de Laplace da função Delta
de Dirac, e o fato de H(x) = H(x − 0) = 1.
nω
o 1 1 2
W (s) = £{w(x)} = £ H(x) + P £ δ x − l − ω + P £{δ(x − 0)}
l 3 2 3
ω 1 1 2
£{w(x)} = + P e− 3 sl − ω+ P . (5.41)
ls 2 3
As condições de contorno são :
y(0) = 0; y(l) = 0 (nenhum deslocamneto nas extremidades.)
y 00 (0) = 0; y 00 (l) = 0 (nenhuma força nas extremidades.)
Substituindo W (s) na equação (5.16) com Y (s) já explicitado, temos:
y(0) y 0 (0) y 00 (0) y 000 (0)
1 ω − 31 sl 1 2
Y (s) = − 4 + Pe − ω+ P + + 2 + 3 +
ks ls 2 3 4 s s s4
" 1 #
e− 3 sl
1 ω 1 1 2 1 1
Y (s) = − 5
+P 4 − 4 ω+ P + y 0 (0) 2 + y 000 (0) 4 . (5.42)
k ls s s 2 3 s s
Calcularemos agora a Transformada inversa de Y (s) utilizando as partes (a) e (l) da tabela
de transformada de Laplace de funções e a forma inversa do teorema de translação (4.4),
onde, sabemos que £−1 {Y (s)} = y(x) = y(x)[1 − H(x − l)].
" 3 #
1 ω 4 1 1 1 1 2 1
y(x)[1−H(x−l)] = − x + P x− l − ω + P x3 +y 0 (0)x+ y 000 (0)x3 .
k 24l 6 3 6 2 3 6
(5.43)
74
Vimos anteriormente que poderemos diferenciar duas vezes a equação acima (5.43), ig-
norando [1 − H(x − l)], então:
00 1 1 2 1 1 2
y (x)[1 − H(x − l)] = − ωx + P x − l − ω + P x + y 000 (0)x. (5.44)
k 2l 3 2 3
1 wl3 8P l3 ωl3 2P l3
+ − − = y 0 (0)
kl 24 162 12 18
ωl2 8P l2 ωl2 2P l2 ωl2 2ωl2 8P l2 18P l2 ωl2 10P l2
+ − − = − + − =− − = y 0 (0)
24k 162k 12k 18k 24k 24k 162k 162k 24k 126k
Portanto,
−l2
0 ω 5P
y (0) = − . (5.45)
k 24k 81
Logo, a solução para o problema é
" 3 #
l2 1
1 ω 4 1 1 1 1 2 3 5
y(x) = − x + P x− l − ω+ P x − ω + P x.
k 24l 6 3 6 2 3 k 24 81
Conclusão
Além desses pontos colocados, comparando o método que utiliza a ferramenta trans-
formada de Laplace com os outros usuais, mostramos que este resolve situações interes-
santes de problemas envolvendo equações diferenciais lineares com condições iniciais, pois
a transformada se estende a funções contı́nuas por partes, como por exemplo, função de
Heaviside, e para generalização de função, como função Delta de Dirac.
76
mada em Z, que também são métodos importantes na resolução de equações diferenciais.
Essas transformadas futuramente podem servir como um complemento deste trabalho.
77
Apêndice
Alguns tópicos de Análise Real
Neste apêndice, vamos citar alguns teoremas que utilizamos no decorrer do trabalho.
O teorema a seguir de Weierstrass garante que dada uma função f contı́nua, existe uma
função polinomial que está tão próxima desta função contı́nua quanto se queira.
então
lim g(x) = L.
x→p
Utilizamos este teorema a seguir para mostrar que o limite do produto de duas funções
f e g é igual a zero quando g(x) é uma função limitada e lim f (x) = 0.
x→p
78
Teorema .3 Se f e g são duas funções com mesmo domı́nio A tais que lim = 0 e
x→p
|g(x)| ≤ M para todo x em A, onde M > 0 é um número real fixo, então lim f (x)g(x) = 0.
x→p
Demonstração: Temos
f (x) f 0 (x)
lim = lim 0
x→p g(x) x→p g (x).
79
Bibliografia
[6] GUIDORIZZI, H. L.;Um curso de cálculo, Vol.1, 1. ed. São Paulo: EDITORA
S. A., 1986.
[7] GUIDORIZZI, H. L.;Um curso de cálculo, Vol.2, 5. ed. São Paulo: LTC EDI-
TORA, 2004.
80
[10] ZILL, Dennis G.; Equações Diferenciais, Vol. 1, 3. ed. São Paulo: PEARSON,
2001.
81