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Coordenadas Polares

Um sistema de coordenadas polares no plano consiste de um ponto 𝑂 fixo, chamado


de pólo (ou origem) e de um raio que parte do pólo, chamado eixo polar. Em tal sistema de
coordenadas, podemos associar a cada ponto 𝑃 no
plano um par de coordenadas polares (𝑟, 𝜃), onde 𝑟 é a
distância de 𝑃 ao pólo e e 𝜃 é o ângulo entre o eixo
polar e o raio 𝑂𝑃.

Na figura a seguir, estão marcados alguns pontos no plano polar, suas coordenadas polares
são:

𝐴(5, 120°)
𝐵(6, 45°)
𝐶(3, 225°)
𝐷(4, 330°)

As coordenadas polares de um ponto não são únicas. Por exemplo, os pontos (4, 330°), (4, −30°)
e (4, 690°) representam o mesmo ponto, todos eles têm extremidade no ponto 𝐷 da figura
anterior. Vale enfatizar que ângulos positivos são traçados no sentido anti-horário e os
ângulos negativos, no sentido horário. De maneira mais geral, se um ponto 𝑃 tiver coordenadas
polares (𝑟, 𝜃), então,

(𝑟, 𝜃 + 𝑛 ∙ 360°) 𝑒 (𝑟, 𝜃 − 𝑛 ∙ 360°)

Também são coordenadas polares de 𝑃, para todo 𝑛 inteiro não negativo. Assim, todo ponto
tem um número infinito de coordenadas polares. Além disso, pontos que tiverem coordenada
radial (𝑟) negativa, são marcados levando-se em conta que (−𝑟, 𝜃) = (𝑟, 𝜃 + 180°), na prática,
para marcarmos pontos, em coordenadas polares, como por exemplo, (−3, 30°), marcamos, no
plano polar, o ponto (3, 210°).

OBS.: Para muitos propósitos, não importa que a medida do ângulo seja em graus ou radianos.
Porém, em problemas envolvendo derivadas ou integrais os ângulos devem ser medidos em
radianos, uma vez que as derivadas das funções trigonométricas foram deduzidas sob esta
hipótese!!!!!!!!!!!!!!!
Relações entre as coordenadas polares e as coordenadas retangulares

É frequentemente útil sobrepor ao sistema de coordenadas polares um sistema


retangular de tal forma que o eixo 𝑥 positivo coincida com o eixo polar. Se isso for feito cada
ponto 𝑃 terá, coordenadas retangulares (𝑥, 𝑦) bem como coordenadas polares (𝑟, 𝜃).
Conforme sugere a figura, estas coordenadas estão relacionadas pelas equações,

𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)
𝑦 = 𝑟𝑠𝑒𝑛(𝜃)

Estas equações permitem encontrar 𝑥


e 𝑦 quando forem dados 𝑟 e 𝜃.
Entretanto, para encontrar 𝑟 e 𝜃 a
partir de 𝑥 e 𝑦 é preferível usar a
identidade 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 + cos 2 𝜃 = 1 e 𝑡𝑔𝜃 =
𝑠𝑒𝑛𝜃/𝑐𝑜𝑠𝜃 para escrever,
𝑦
𝑟2 = 𝑥2 + 𝑦2 𝑒 𝑡𝑔𝜃 = .
𝑥

Exemplo: Determinar as coordenadas retangulares do ponto cujas coordenadas polares são


2𝜋
𝑃 (6, 3
).

Exemplo: Determinar as coordenadas polares do ponto 𝑃 cujas coordenadas retangulares são


(−2, 2√3).
Gráficos em Coordenadas Polares
Em um sistema de coordenadas retangulares, o gráfico de uma equação 𝑦 = 𝑓(𝑥) consiste de
todos os pontos que satisfazem a equação. Em coordenadas polares, porém, os pontos podem
ter um número infinito de coordenadas, assim sendo um dado ponto pode ter algumas
coordenadas polares que satisfazem a equação 𝑟 = 𝑓(𝜃), enquanto que outras não. Levando
isso em conta, definimos o gráfico de 𝑟 = 𝑓(𝜃) em coordenadas polares como todos os pontos
nos quais pelo menos um par (𝑟, 𝜃) satisfaz a equação. Os gráficos de funções expressas em
coordenadas polares geralmente não são tão “simples” de serem esboçados, quando
comparados aos gráficos das funções em coordenadas retangulares. Vamos estudar algumas
famílias de curvas menos complicadas.

Família de retas passando pela origem


Se 𝜃0 for um ângulo fixo, então para todos os valores de 𝑟 o ponto (𝑟, 𝜃0 ) está sobre uma reta
que forma com o eixo polar um ângulo 𝜃 = 𝜃0; inversamente, todo ponto sobre esta reta tem
um par de coordenadas da forma (𝑟, 𝜃0 ). Assim, a equação 𝜃 = 𝜃0 representa a reta que passa
pelo pólo e forma ângulo 𝜃0 com o eixo polar.

Família de circunferências centradas na origem


Se mantivermos 𝑟 fixo em um valor
constante 𝑟 = 𝑎 ≠ 0, o ponto 𝑃(𝑟, 𝜃) estará
a |𝑎| unidades a partir da origem.
Conforme 𝜃 varia em qualquer intervalo de
comprimento 2𝜋, 𝑃 traça uma
circunferência de raio 𝑎 centrado na
origem.
Família de circunferências centradas no eixo 𝑥 e tangentes ao eixo 𝑦
Em coordenadas retangulares, a equação desta
circunferência é,

(𝑥 − 𝑎)2 + 𝑦 2 = 𝑎2

𝑥 2 − 2𝑎𝑥 + 𝑎2 + 𝑦 2 = 𝑎2

𝑥 2 + 𝑦 2 = 2𝑎𝑥 + 𝑎2 − 𝑎2

𝑥 2 + 𝑦 2 = 2𝑎𝑥

Neste ponto, passando para coordenadas polares, temos,

𝑟 2 = 2𝑎. 𝑟𝑐𝑜𝑠(𝜃)

Ou, ainda, 𝒓 = 𝟐𝐚. 𝐜𝐨𝐬(𝜽)


De maneira análoga, para as circunferências centradas o eixo 𝑦 e tangentes ao eixo 𝑥,
podemos demonstrar que suas expressões algébricas em coordenadas polares são da forma,

𝒓 = 𝟐𝒂. 𝒔𝒆𝒏(𝜽)

Exemplo: Descrever as regiões a seguir em coordenadas polares.

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