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Equações diferenciais ordinárias de primeira ordem

30 de Março de 2022

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Métodos de resolução

Não há método geral para resolver as equações diferenciais ordinárias de


primeira ordem.
O método depende do tipo de equação que se tem para resolver.
Antes de iniciar os cálculos sempre é necessário verificar qual é o tipo da
equação.
Analisar as caracterı́sticas da edo para identificar o método apropriado a
ser aplicado.

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Integração simples

Se g(x) é uma função contı́nua dada, então a edo de 1a ordem


dy
= g(x)
dx
pode ser resolvida por integração.

A solução é Z
y(x) = g(x)dx + c,

sendo c uma constante.

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Integração simples

Se g(x) é uma função contı́nua dada, então a edo de 1a ordem


dy
= g(x)
dx
pode ser resolvida por integração.

A solução é Z
y(x) = g(x)dx + c,

sendo c uma constante.


Exemplos

(1) Resolver as equações diferenciais dadas:


(a) y 0 (x) = x3
(b) y 0 (x) = sen x
(c) y 0 (x) = x1 + 2, x > 0.
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Exemplo (1a)

y 0 (x) = x
3
dy x
dx = 3
x
R R
dy = 3 dx
2
x
y(x) = 6 + c, que é a solução geral.

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Exemplo (1a)

y 0 (x) = x
3
dy x
dx = 3
x
R R
dy = 3 dx
2
x
y(x) = 6 + c, que é a solução geral.

Gráfico de soluções para alguns


valores de c. Se tivermos como condição de
contorno y(2) = 53 , obtemos
4
y(2) = 6 +c
5 2
3 = 3 +c
c=1

Logo, a solução do problema de


2
valor inicial é y(x) = x6 + 1.
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Exemplo (1b)

y 0 (x) = sen x
dy
dx = sen x
R
y(x) = sen x dx
y(x) = − cos x + c

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Exemplo (1b)

y 0 (x) = sen x
dy
dx = sen x
R
y(x) = sen x dx
y(x) = − cos x + c

Gráfico de soluções para alguns valores de c.

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Exemplo (1c)

y 0 (x) = 1
x +2
dy 1
dx = x +2
R 1

y(x) = + 2 dxx

y(x) = x1 dx + 2dx
R R

y(x) = ln x + c1 + 2x + c2
y(x) = ln x + 2x + c, x > 0 com c = c1 + c2

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Exemplo (1c)

Gráfico de soluções para


alguns valores de c.

y 0 (x) = 1
x +2
dy 1
dx = x +2
R 1

y(x) = + 2 dxx

y(x) = x1 dx + 2dx
R R

y(x) = ln x + c1 + 2x + c2
y(x) = ln x + 2x + c, x > 0 com c = c1 + c2

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Variáveis separáveis

Equações diferenciais do tipo y 0 (x) = fg(y)


(x)
, g(y) 6= 0 são chamadas separáveis
pois, multiplicando ambos os lados por g(y), temos

dy
g(y) = f (x).
dx
Consequentemente,

R R
g(y)dy = f (x)dx
G(y) + c1 = F (x) + c2
G(y) = F (x) + c, c = c2 − c1 ,

dF (x) dG(y)
onde dx = f (x) e dy = g(y).

Se for possı́vel isolar a variável y na função G(y), obtemos a solução explı́cita


da edo.
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Sempre que uma dada equação diferencial tiver a forma

y 0 (x) = h(x, y)

onde
f (x)
h(x, y) = g(y) , g(y) 6= 0,
h(x, y) = f (x)g(y), g(y) 6= 0,
g(y)
h(x, y) = f (x) , f (x) 6= 0, g(y) 6= 0

podemos aplicar o método de variáveis separáveis.

Não hesitaremos em indexar constantes de uma maneira que possa ser


mais conveniente para uma dada equação.

Ou seja, múltiplos de constantes ou combinações de constantes podem


ser trocadas por uma única constante.

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Exemplos

(2) Resolver as equações diferenciais dadas.


(a) y 0 (x) = − 4x
9y
, y 6= 0
(b) y 0 (x) = 1 + y 2 , − π2 < y < π
2
(c) y 0 (x) = −2xy, y 6= 0

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Exemplos

(2) Resolver as equações diferenciais dadas.


(a) y 0 (x) = − 4x
9y
, y 6= 0
(b) y 0 (x) = 1 + y 2 , − π2 < y < π
2
(c) y 0 (x) = −2xy, y 6= 0

Exemplo (2a)

y 0 (x) = − 4x
9y , y 6= 0
dy
dx = − 4x
9y
R R
9y dy = (−4x)dx
9y 2 −4x2
2 + c1 = 2 + c2
2
4x2 9y
2 + 2 = c, c = c2 − c1

Sugestão de atividade: representar o campo de soluções.


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Exemplo (2b)

y 0 (x) = 1 + y 2 , − π2 < y < π


2
dy
dx = 1 + y2
1
R R
1+y 2 dy = 1 dx
arctan y + c1 = x + c2
arctan y = x + c, c = c2 − c1
y(x) = tan(x + c)

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Exemplo (2b)

y 0 (x) = 1 + y 2 , − π2 < y < π


2
dy
dx = 1 + y2
1
R R
1+y 2 dy = 1 dx
arctan y + c1 = x + c2
arctan y = x + c, c = c2 − c1
y(x) = tan(x + c)

Exemplo (2c)

y 0 (x) = −2xy, y 6= 0
dy
dx = −2xy
1
R R
y dy = (−2x)dx
ln |y| + c1 = −x2 + c2
ln |y| = −x2 + c, c = c2 − c1
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Exemplo (2b)

y 0 (x) = 1 + y 2 , − π2 < y < π


2
dy
dx = 1 + y2
1
R R
1+y 2 dy = 1 dx
arctan y + c1 = x + c2
arctan y = x + c, c = c2 − c1
y(x) = tan(x + c)

Exemplo (2c)

y 0 (x) = −2xy, y 6= 0 2

dy
eln |y| = e−x +c

dx = −2xy 2
R 1 R |y| = ec e−x
y dy = (−2x)dx 2
y(x) = ±ec e−x
ln |y| + c1 = −x2 + c2 2

2
y(x) = c0 e−x , c0 = ±ec
ln |y| = −x + c, c = c2 − c1
Sugestão de atividade: representar os campos de soluções dos exercı́cios (2b) e (2c). 10 / 13
(3) (ENADE 2017) Resolver o problema de valor inicial.
De acordo com a Lei de Resfriamento de Corpos, a taxa de variação da
temperatura de um corpo em relação ao tempo é proporcional à diferença
entre a temperatura do corpo e a temperatura ambiente
dT
= −k(T − A).
dt
Considere que T (t) é a temperatura do corpo em função do tempo, A é a
temperatura do ambiente, t é o tempo e k > 0 é a constante de
proporcionalidade. Seja T (0) = T0 a condição inicial.

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dT
dt = −k(T − A)
1
R R
T −A dT = (−k)dt

ln |T − A| = −kt + c
eln |T −A| = e−kt+c
|T − A| = ec e−kt
T − A = ±ec e−kt
T (t) = A + c0 e−kt , c0 = ±ec

Em t = 0 a temperatura do corpo é T0 , então


T (0) = A + c0 e−k·0
T0 = A + c0 =⇒ c0 = T0 − A.

Logo, a solução do problema de valor inicial é T (t) = A + (T0 − A)e−kt .

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dy
(4) Resolver o problema de valor inicial dx = xy 1/2 , y > 0, com y(4) = 4.

dy
dx = xy 1/2
1
R R
y 1/2
dy =
x dx
y −1/2 dy = x dx
R R

y 1/2 x2
1/2 = 2 +c
2
x c
y 1/2 = 4 + 2
x2 c
y 1/2 = 4 + c0 , c0 = 2

Mas, y(4) = 4, então



4 = 16
4 + c0

2 = 4 + c0
c0 = −2

x2
p
Logo, y(x) = 4 − 2.
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dy
(4) Resolver o problema de valor inicial dx = xy 1/2 , y > 0, com y(4) = 4.

dy
dx = xy 1/2
1
R R
y 1/2
dy =
x dx
y −1/2 dy = x dx
R R

y 1/2 x2
1/2 = 2 +c
2
x c
y 1/2 = 4 + 2
x2 c
y 1/2 = 4 + c0 , c0 = 2

Mas, y(4) = 4, então



4 = 16
4 + c0

2 = 4 + c0
c0 = −2

x2
p
Logo, y(x) = 4 − 2.
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dy
(4) Resolver o problema de valor inicial dx = xy 1/2 , y > 0, com y(4) = 4.

dy
dx = xy 1/2
1
R R
y 1/2
dy =
x dx
y −1/2 dy = x dx
R R

y 1/2 x2
1/2 = 2 +c
2
x c
y 1/2 = 4 + 2
x2 c
y 1/2 = 4 + c0 , c0 = 2

Mas, y(4) = 4, então



4 = 16
4 + c0

2 = 4 + c0
c0 = −2

x2
p
Logo, y(x) = − 2. x2
4 Devemos levar em conta que 4 −2 > 0.
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