Você está na página 1de 18

Cálculo Diferencial e Integral II (CDI2001)

Integrais Impróprias

Professor: Marnei Luis Mandler


Aula assíncrona de CDI-2 de 26 de outubro de 2021.
Integrais Impróprias – tipo I
O que são?
Integrais impróprias são integrais definidas que estão relacionadas a uma região ilimitada
do plano 𝑥𝑦, devido à presença de assíntotas horizontais ou verticais no gráfico da função.
No caso de assíntotas horizontais, pelo menos um dos limitantes de integração
corresponde ao infinito ou ao menos infinito:

+∞ −2
−𝑥 −4
𝑎) න 5𝑥𝑒 ൗ2 𝑑𝑥 𝑏) න 𝑑𝑥
0 −∞ 𝑥
Integrais Impróprias
É possível que os dois limitantes correspondam a −∞ e a +∞, respectivamente:

+∞
3
𝑐) 𝐼 = න 2
𝑑𝑥
−∞ 1+𝑥
Integrais Impróprias – Tipo II
No caso de assíntotas verticais, os limitantes de integração são finitos, mas a função
integrando é descontínua em pelo menos um valor pertencente ao intervalo de integração
(o que impede, a priori, a aplicação do TFC):

1 Função descontínua Função descontínua


1 em −4 ∈ −4,1 .
2
1 em 0 ∈ −2,2 .
𝑎) න 𝑑𝑥 Assíntota vertical 𝑏) න 𝑑𝑥 Assíntota vertical
−4 12 + 3𝑥 −2 𝑥
2
em 𝑥 = −4. em 𝑥 = 0.
Integrais Impróprias
Questão: Uma integral imprópria, associada a uma região infinita, pode resultar em um
valor finito?
Veremos que sim!
Embora nem todas as integrais impróprias resultem em um valor finito, algumas delas
definitivamente são finitas!
Iremos classificar as integrais impróprias conforme esse comportamento.
Quando o seu resultado for finito, diremos que a integral imprópria é convergente.
E quando o seu resultado for infinito (positivo ou negativo), diremos que a integral
imprópria é divergente.
As próximas definições esclarecerão as distinções entre as integrais impróprias
convergentes e divergentes.
Veremos uma definição para cada caso de assíntota presente no gráfico da função:
• Assíntota horizontal à direita;
• Assíntota horizontal à esquerda;
• Assíntota horizontal à esquerda e à direita;
• Assíntota vertical.
Definição
• Definição 1: Seja 𝑓: [𝑎, +∞) → ℝ uma função contínua, para todo 𝑥 ∈ [𝑎, +∞).
Definimos
+∞
+∞ 𝑏

න 𝑓(𝑥)
𝑓(𝑥)𝑑𝑥
𝑑𝑥 =
= lim න 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 .
𝑎𝑎 𝑏→+∞ 𝑎

desde que o limite exista. Se o limite existir, dizemos que a integral converge.
Caso contrário, dizemos que ela diverge.

Conforme 𝑏 → +∞,
percorre-se toda a
região infinita
desejada.

𝑏 → +∞
OBS: Note que, caso a integral convirja, a região ilimitada admite área finita!!!!
Exemplo 1: Resolva as integrais impróprias a seguir e determine se elas são convergentes
ou divergentes: −𝑥ൗ
+∞ 𝑢 = 5𝑥 𝑑𝑣 = 𝑒 2 𝑑𝑥
−𝑥
𝑎) 𝐼 = න 5𝑥𝑒 ൗ2 𝑑𝑥 𝑑𝑢 = 5𝑑𝑥 𝑣 = −2𝑒 2
−𝑥ൗ
0
Solução: Aplicando a definição 1 e resolvendo a integral usando Partes:
𝑏 𝑏 𝑏
−𝑥ൗ −𝑥ൗ −𝑥ൗ
𝐼 = lim න 5𝑥𝑒 2 𝑑𝑥 = lim 5𝑥 −2𝑒 2 ቚ − න −2𝑒 2 . 5𝑑𝑥
𝑏→+∞ 0 𝑏→+∞ 0 0
−𝑥ൗ 𝑏 −𝑥 𝑏
= lim −10𝑥𝑒 2 ቚ + 10 −2𝑒 ൗ2 ቚ
𝑏→+∞ 0 0
−𝑏 −𝑏
= lim − 10𝑏 𝑒2 − −10.0. 𝑒 0 − 20𝑒 2 − −20𝑒 0
𝑏→+∞
−𝑏 −𝑏 −10𝑏 −𝑏
= lim − 10𝑏 𝑒2 − 20𝑒 2 + 20 = 𝑏→+∞
lim 𝑏 − 20 lim
𝑏→+∞
𝑒2 + lim 20
𝑏→+∞
Por 𝑏→+∞
𝑒2
L’Hoppital: Portanto, área da região
−10
= lim 𝑏 − 20.0 + 20 = 0 − 0 + 20 = 20. ilimitada mostrada na figura
𝑏→+∞
2𝑒 2 é finita e igual a 20.
Portanto, a integral é convergente. Podemos dizer que ela converge para 20.
+∞
1
𝑏) 𝐼 = න 𝑑𝑥
1 𝑥
2
Solução: Aplicando a definição e resolvendo a integral, pelo TFC, obtemos:
𝑏 𝑏𝑏 1
1 1
𝐼 = lim න lim ln(|𝑥|)
𝑑𝑥 = 𝑏→+∞
lim ln(|𝑥|)ቚቚ1 == lim
lim lnln |𝑏|
|𝑏| −−lnln 1 = =
+∞+∞
−− ln +∞
0=
𝑏→+∞ 1 𝑥 𝑏→+∞ 12 𝑏→+∞
𝑏→+∞ 2 2
2
Portanto, a integral é divergente. = +∞.
Significa que a área da região ilimitada mostrada na figura abaixo é infinita!
+∞
1
𝑐) 𝐼 = න 4
𝑑𝑥
1 𝑥
Solução: Aplicando a definição e resolvendo a integral, obtemos:
𝑏 𝑏 𝑏𝑏
1 −3
−4
−1−1 1 −1 1 −1
𝐼 = lim න 4 𝑑𝑥 = lim න 𝑥 𝑑𝑥 == lim lim 2 ቤ3 ቤ lim= lim 2 − 3 − =
𝑏→+∞ 1 𝑥 𝑏→+∞ 1 𝑏→+∞
𝑏→+∞ 2𝑥 −2𝑏 3𝑏 −2 3
3𝑥 1 1𝑏→+∞ 𝑏→+∞
1 1
= −0 + = .
3 3
1
Portanto, a integral é convergente e a área da região infinita abaixo é finita e igual a .
3
Definição
Definição 2: Seja 𝑓: (−∞, 𝑏] → ℝ uma função contínua, para todo 𝑥 ∈ −∞, 𝑏 . Definimos
𝑏 𝑏 𝑏
න න𝑓(𝑥)
𝑓(𝑥)
𝑑𝑥𝑑𝑥
= =lim න 𝑓 𝑥 𝑑𝑥.
−∞−∞ 𝑎→−∞ 𝑎
desde que o limite exista.
Se o limite existir, dizemos que a integral converge. Caso contrário, dizemos que ela
diverge.

Conforme 𝑎 → −∞,
percorre-se toda a
região infinita
desejada. 𝑎 → −∞
7
𝑑) 𝐼 = න 𝑒 5𝑥 𝑑𝑥
−∞
O limite é obtido pela
Solução: Aplicando a definição e resolvendo a integral, obtemos: análise gráfica de 𝑒 5𝑥 .
7 4𝑥 73
12
𝑒 𝑒5𝑥
𝑒
𝑒 35 𝑒𝑒4𝑎
5𝑎 𝑒 1235
𝑒 𝑒 1235
𝑒
5𝑥
𝐼 = lim න 𝑒 𝑑𝑥 = lim
lim ออ = lim
= 𝑎→−∞
lim −
− =
= −−00= = .
𝑎→−∞ 𝑎 𝑎→−∞ 54
𝑎→−∞ 𝑎→−∞ 4 5 4
5 4 5 4 5
𝑎𝑎
Portanto, a integral é convergente.
−3
−1 𝑥 = 𝑎, 𝑢 = ln(−𝑎)
𝑒) 𝐼 = න 𝑑𝑥 𝑥 = −3 𝑢 = ln(3)
−∞ 𝑥 ln(−𝑥)
−1 1
Solução: Pela definição e usando a substituição 𝑢 = ln(−𝑥) temos 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 = 𝑑𝑥e
−3
−1 ln(2)
ln(3) −1 −𝑥 𝑥
𝐼 = lim න 𝑑𝑥 = lim න −1 𝑑𝑢
𝑎→−∞ 𝑎 𝑥 ln(−𝑥) = lim
𝑎→−∞ න 𝑢 𝑑𝑢
𝑎→−∞ ln(−𝑎) 𝑢
ln(−𝑎)
ln(3)
= lim −ln(|𝑢|)ቚ lim −−lnln ln|ln2 3 +
= lim | ln(ln
+ ln(|−𝑎
ln −𝑎
) |)
𝑎→−∞ ln(−𝑎) 𝑎→−∞
𝑎→−∞

= −ln ln 3 + ln(| ln +∞ |) = −ln ln 3 O limite é obtido pela


+ ∞.
análise gráfica de ln 𝑥 .
Portanto, a integral é divergente. = +∞.
Definição
Definição 3: Seja 𝑓: ℝ → ℝ uma função contínua. Definimos
+∞
+∞ 𝑐𝑐 +∞
+∞
+∞
න 𝑓(𝑥)
න 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
𝑑𝑥 =
=නන 𝑓𝑓 𝑥𝑥 𝑑𝑥
𝑑𝑥 +
+නන 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥
𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 =
=
න−∞
−∞ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = −∞
−∞ 𝑐𝑐
−∞ 𝑐 𝑏
= lim න 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 + lim න 𝑓 𝑥 𝑑𝑥.
𝑎→−∞ 𝑎 𝑏→+∞ 𝑐
para qualquer 𝑐 ∈ ℝ. Conforme 𝑎 → −∞ e
Se ambos os limites existirem, dizemos que a integral é convergente. 𝑏 → +∞, percorre-
Caso contrário, ela é divergente. se toda a região
infinita desejada.
OBS: A interpretação geométrica para essa situação é uma junção dos dois casos
anteriores, considerando simultaneamente as assíntotas horizontais à esquerda e à
direita.
O valor de 𝑐 pode ser escolhido de forma conveniente (para os cálculos) ou então ser
considerado genericamente, pois ele não pode interferir no resultado da integral.
+∞
3
𝑓) 𝐼 = න 2
𝑑𝑥
−∞ 1 + 𝑥
Solução: Aplicando a definição anterior, com 𝑐 ∈ ℝ genérico, obtemos
𝑐 +∞ 𝑐 𝑐 𝑏 𝑏
3 3 11 1 1
𝐼=න 2
𝑑𝑥 + න 2
𝑑𝑥 = limlim 3 3නන 2
𝑑𝑥𝑑𝑥
2 + +limlim3 න3 න 2
𝑑𝑥2 𝑑𝑥.
=
−∞ 1 + 𝑥 𝑐 1+𝑥 𝑎→−∞ 𝑎 𝑎1 1
𝑎→−∞ ++
𝑥𝑥 𝑏→+∞ 𝑐 1
𝑏→+∞ 𝑐 +1𝑥+ 𝑥
Resolvendo a integral pelo TFC (pois a função é contínua e tabelada) obtemos:
𝑐 𝑏
𝐼 = lim 3 arctg(𝑥)ቚ + lim 3 arctg(𝑥)ቚ Os limites são
𝑎→−∞ 𝑎 𝑏→+∞ 𝑐
obtidos pela
= lim [3 arctg c − 3 arctg a ] + lim [3 arctg b − 3 arctg c ] análise gráfica
a→−∞ b→+∞ de 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(𝑥):
−𝜋 𝜋 Gráfico da função 𝑓 𝑥 = arctg(𝑥).
= 3 arctg 𝑐 − 3. + 3. − 3 arctg 𝑐
2 2

3𝜋 3𝜋
= 3 arctg 𝑐 + + − 3 arctg 𝑐
2 2
= 3𝜋.
Portanto, a integral é convergente!
Integral de Função Descontínua
Definição 4: Seja 𝑓: [𝑎, 𝑏] → ℝ uma função contínua, exceto em 𝑐 ∈ 𝑎, 𝑏 , ponto em que
há uma assíntota vertical. Definimos a integral imprópria de 𝑓 como
Como 𝑓 não é contínua em [𝑎, 𝑏],
𝑏 𝑐 𝑏 não é possível aplicar o TFC.
න 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = න 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 + න 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 Por isso, a integral é separada em
𝑎 𝑎 𝑐 dois intervalos de integração,
𝑡 𝑏 usando o ponto de
= lim− න 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 + lim+ න 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 . descontinuidade como extremos.
𝑡→𝑐 𝑎 𝑤→𝑐 𝑤

desde que ambos os limites existam.


Se existirem, dizemos que a integral imprópria é Conforme 𝑡 → 𝑐 − e
𝑤 → 𝑐 + , percorre-
convergente. Caso contrário, dizemos que a integral se toda a região
Imprópria é divergente. infinita desejada.

O uso de limites laterais garante que 𝑓 passa a ser


contínua em cada um dos novos subintervalos
(pois sempre teremos 𝑡 < 𝑐 e 𝑤 > 𝑐).
Com isso, o TFC pode ser aplicado nessas parcelas! 𝒕 → 𝒄− 𝒘 → 𝒄+
Exemplos
2
1
𝑔) 𝐼 = න 2
𝑑𝑥
−2 𝑥
1
Solução: Note que a função 𝑓 𝑥 = não é contínua em 𝑥 = 0 ∈ [−2, 2].
𝑥2
Com isso, não podemos aplicar diretamente o TFC. Aplicando a definição anterior, com
𝑐 = 0, temos que:
0 2 𝑡 𝑡 1 2 2 1
1 1 1 1
𝐼=න 2
+ න 2 𝑑𝑥 = lim−lim න− න 2 𝑑𝑥2 +
𝑑𝑥 lim
+ limන+ න2 𝑑𝑥2 𝑑𝑥.
−2 𝑥 0 𝑥 𝑡→0𝑡→0−2 𝑥−2 𝑥 𝑤→0𝑤→0𝑤 𝑥𝑤 𝑥
+

Agora, nesses novos limitantes, a função se torna contínua e com isso podemos utilizar o
TFC:
𝑡 2
−1 −1 −1−1 −1−1 −1−1 −1−1
𝐼 = lim− ቤ + lim+ ቤ = lim lim− − − + +limlim+ − − =
𝑡→0 𝑥 𝑤→0 𝑥 − 𝑡 𝑡 −2
𝑡→0
𝑡→0 −2 𝑤→0+ 2 2 𝑤𝑤
𝑤→0
−2 𝑤

1 1 −1 1 1 1 −1−1
= − lim− − + lim+ −(−∞)− − + + + +
+ = −(−∞) ∞∞ = +∞.
= +∞ .
𝑡→0 𝑡 2 𝑤→0 2 𝑤 2 2 2 2
Portanto, a integral é divergente!
Observação: O fato da integral divergir significa que a área da região ilimitada destacada
na figura abaixo é infinita!

1
Gráfico da função 𝑓 𝑥 = .
𝑥2
Note que, se não nos atentássemos para a necessidade de usar os limites laterais no ponto
de descontinuidade e utilizássemos diretamente o TFC, obteríamos que:
2 22
1 −1
−1 −1
−1 −1 −1
𝐼=න 2
= ቤ ቤ == −− = −1. = −1.
−2 𝑥 𝑥𝑥 −2
−2
2 2 −2 −2
Esse cálculo errado indicaria que a área de uma região situada acima do eixo 𝑥 resultaria
em um valor negativo, o que não é possível. Tal absurdo é decorrente da utilização do TFC!
1
1
ℎ) 𝐼 = න 𝑑𝑥
−4 12 + 3𝑥
1
Solução: A função 𝑓 𝑥 = é contínua se e só se 12 + 3𝑥 > 0, ou seja, se 𝑥 > −4.
12+3𝑥
Portanto, 𝑓 não é contínua em 𝑥 = −4, que pertence ao intervalo de integração.
Assim, não podemos utilizar diretamente o TFC. Precisamos usar a definição anterior.
No entanto, como o ponto de descontinuidade corresponde ao limitante inferior do
intervalo, basta usar apenas um limite lateral, com 𝑡 → −4+ . Dessa forma, obtemos:
1 𝑡 1
1 1 1
𝐼=න 𝑑𝑥 = lim lim
න +
න 𝑑𝑥 . .
−3 𝑡 4 −12
2𝑥+ 3𝑥

𝑡→−4
−4 12 + 3𝑥 𝑡→2

No novo intervalo, a função passa a ser contínua e podemos, agora, usar o TFC.
Usando a substituição 𝑢 = 12 + 3𝑥 temos 𝑑𝑢 = 3𝑑𝑥, ou seja 𝑑𝑥 = 1/3𝑑𝑢 e assim:
4−2𝑡 15
15 1 1ൗ
15
1 11 1 −1 4−2𝑡
1 −115
ൗ2 −1 𝑢 ൗ2 1𝑢 2
−1lim
𝐼 𝐼== 𝑡→−4
lim + න
lim න 𝑢
. .𝑑𝑢 𝑑𝑢
3
= lim
=
𝑡→2

− 2 lim
𝑢න 𝑑𝑢𝑢= ൗ2−
𝑡→2 𝑑𝑢
2 =
1ൗ

lim + ቮ
12+3𝑡 𝑢
𝑡→−4 + 12+3𝑡 3 𝑡→−4 3 12+3𝑡
10 + 2𝑡→−4 3 1/2
15 10
2 15 12+3𝑡
= lim + 2 𝑢 ቤ = lim− − 4 − 2𝑡 2 − − 102 = −0 + 10 = 2 10. =
= 𝑡→−4
lim 3 𝑢12+3𝑡
𝑡→−4 + 3
ቤ = lim
𝑡→2 15 − 12 + 3𝑡 = 15 − 0 2
= 15.
𝑡→−4 + 3 3 3
12+3𝑡 3
Portanto, a integral é convergente.
Exemplo com duas descontinuidades
1
1
𝑖) 𝐼 = න 𝑑𝑥
0 𝑥 ln(𝑥)
1
Solução: A função 𝑓 𝑥 = é contínua somente se 𝑥 ≠ 0, 𝑥 > 0, 𝑥 ≠ 1 (pois ln 1 = 0).
𝑥 ln(𝑥)
Assim, 𝑓 admite dois pontos de descontinuidade, que correspondem aos limitantes do intervalo de
integração. Por isso, precisamos separar a integral em duas, nas quais poderemos aplicar o TFC:
1 1/2 1 1/2 𝑤
1 1 1 1 1
𝐼=න 𝑑𝑥 = න 𝑑𝑥 + න 𝑑𝑥 = lim න 𝑑𝑥 + lim− න 𝑑𝑥
0 𝑥 ln(𝑥) 0 𝑥 ln(𝑥) 1/2 𝑥 ln(𝑥) +
𝑡→0 𝑡 𝑥 ln(𝑥) 𝑤→1 1/2 𝑥 ln(𝑥)

1
Usando a substituição 𝑢 = ln 𝑥 , temos 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥, e mudando os limitantes das integrais, temos:
1 𝑥
ln(2) ln(𝑤) 1
1 1 ln(2) ln(𝑤)
𝐼 = lim+ න 𝑑𝑢 + lim− න 𝑑𝑢 = lim ln( 𝑢 ) ቚ + lim− ln( 𝑢 )ቚ 1
𝑡→0 ln(𝑡) 𝑢 𝑤→1 1
ln( ) 𝑢 𝑡→0 + ln(𝑡) 𝑤→1 ln( )
2 2
= lim+ ln(|ln(1/2)| − ln(| ln 𝑡 |) + lim− ln(|ln 𝑤 |) − ln(|ln(1/2)|)
𝑡→0 𝑤→1
= ln(|ln(1/2)|) − (ln −∞ ) + ln(|ln 1 |) − ln(|ln(1/2)|) = − ln +∞ + ln(0) = −∞ − ∞ = −∞
Portanto, a integral imprópria diverge. Note que o ponto em que separamos a integral em duas não
interferiu no resultado final da integral, devido ao cancelamento dos termos ln(|ln(1/2)|).

Você também pode gostar