Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Circulares
Reginaldo J. Santos
Departamento de Matemática-ICEx
Universidade Federal de Minas Gerais
http://www.mat.ufmg.br/~regi
5 de outubro de 2010
2
Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de r por uma
função de θ, ou seja,
u(r, θ ) = R(r )Θ(θ ).
Derivando e substituindo na equação diferencial obtemos
1 1
R00 (r )Θ(θ ) + R0 (r )Θ(θ ) + 2 R(r )Θ(θ ) = 0,
r r
Θ00 (θ ) R00 (r ) R 0 (r )
= −r 2 −r .
Θ(θ ) R (r ) R (r )
Θ00 (θ ) R00 (r ) R 0 (r )
= −r 2 −r = λ.
Θ(θ ) R (r ) R (r )
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias com a condição de Θ(θ ) ser
periódica de perı́odo 2π:
(
Θ00 (θ ) − λΘ(θ ) = 0, Θ(θ ) = Θ(θ + 2π ), (1)
r2 R00 (t) + rR0 (r ) + λR(r ) = 0. (2)
Se λ = 0 : Θ(θ ) = c1 + c2 θ.
√ √
Se λ < 0 : Θ(θ ) = c1 sen( −λθ ) + c2 cos( −λθ ).
3
A condição Θ(θ ) = Θ(θ + 2π ), para todo θ ∈ R, implica que (11) tem solução não
identicamente nula somente se λ ≤ 0, mais que isso λ tem que ter valores dados por
λ = −n2 , n = 0, 1, 2, 3, . . .
(1)
Θn (θ ) = cos nθ, para n = 0, 1, 2, 3, . . .
(2)
Θn (θ ) = sen nθ, para n = 1, 2, 3, . . .
Como R(r ) tem que estar definido para r = 0, as soluções fundamentais são
R0 (r ) = 1, Rn (r ) = r n , para n = 1, 2, 3, . . . .
Logo o problema formado pela equação diferencial parcial na região r < a tem soluções
fundamentais
u0 (r, θ ) = 1
(1) (1) (2) (2)
un (r, θ ) = Rn (r )Θn (θ ) = r n cos nθ, un (r, θ ) = Rn (r )Θn (θ ) = r n sen nθ.
Vamos supor que a solução do problema de Dirichlet seja a série
∞ ∞
(1) (2)
u(r, θ ) = c0 + ∑ (cn un (r, θ ) + dn un (r, θ )) = c0 + ∑ rn (cn cos nθ + dn sen nθ ). (3)
n =1 n =1
1 2π
Z
c0 = f (θ ) dθ,
2π 0
1 2π
Z
an cn = f (θ ) cos nθ dθ, (4)
π 0
1 2π
Z
an dn = f (θ ) sen nθ dθ.
π 0
para n = 1, 2, 3 . . .
Deixamos para o leitor verificar que realmente (13) com os coeficientes dados por
(15) é a solução do problema de valor inicial.
Exercı́cios
1. Resolva o problema de Dirichlet no semicı́rculo
2
∂ u 1 ∂u 1 ∂2 u
∂r2 + + = 0, 0 ≤ r < a
r ∂r r2 ∂θ 2
u( a, θ ) = f (θ ), 0 < θ < π
u(r, 0) = u(r, π ) = 0, 0 ≤ r < a
u( a, θ ) = f (θ ), 0 < θ < α
u(r, 0) = u(r, α) = 0, 0 ≤ r < a
1 0 1
R00 (r )Θ(θ ) + R (r )Θ(θ ) + 2 R(r )Θ(θ ) = 0,
r r
(
Θ00 (θ ) − λΘ(θ ) = 0, Θ(0) = Θ(π ) = 0, (5)
2 00 0
r R (t) + rR (r ) + λR(r ) = 0. (6)
Se λ = 0 : Θ(θ ) = c1 + c2 θ.
√ √
Se λ < 0 : Θ(θ ) = c1 sen( −λθ ) + c2 cos( −λθ ).
As condições de fronteira Θ(0) = Θ(π ) = 0 implica que (5) tem solução não identicamente nula somente se λ < 0, mais
que isso λ tem que ter valores dados por
λ = −n2 , n = 1, 2, 3, . . .
ou seja, o problema de valor de fronteira tem soluções fundamentais
Como R(r ) tem que estar definida para r = 0, as soluções fundamentais são
Rn (r ) = r n , para n = 1, 2, 3, . . . .
Logo o problema formado pela equação diferencial parcial e as condições de fronteira tem soluções fundamentais da
forma
un (r, θ ) = Rn (r )Θn (θ ) = r n sen nθ.
6
∞ ∞
u(r, θ ) = ∑ cn un (r, θ ) = ∑ rn cn sen nθ. (7)
n =1 n =1
∞
f (θ ) = u( a, θ ) = ∑ an cn sen nθ.
n =1
2. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de r por uma função de θ, ou seja,
1 0 1
R00 (r )Θ(θ ) + R (r )Θ(θ ) + 2 R(r )Θ(θ ) = 0,
r r
Obtemos então duas equações diferenciais ordinárias com a condição de fronteira Θ(0) = Θ(2π ) :
(
Θ00 (θ ) − λΘ(θ ) = 0, Θ(0) = Θ(α) = 0, (8)
2 00 0
r R (t) + rR (r ) + λR(r ) = 0. (9)
Se λ = 0 : Θ(θ ) = c1 + c2 θ.
√ √
Se λ < 0 : Θ(θ ) = c1 sen( −λθ ) + c2 cos( −λθ ).
As condições de fronteira Θ(0) = Θ(α) = 0 implica que (8) tem solução não identicamente nula somente se λ ≤ 0, mais
que isso λ tem que ter valores dados por
n2 π 2
λ = − 2 , n = 1, 2, 3, . . .
α
ou seja, o problema de valor de fronteira tem soluções fundamentais
nπθ
Θ(θ ) = sen , para n = 1, 2, 3, . . .
α
7
n2 π 2
Substituindo-se λ = − na equação diferencial (9) obtemos
α2
n2 π 2
r2 R00 (t) + rR0 (r ) − R(r ) = 0,
α2
Como R(r ) tem que estar definido para r = 0, as soluções fundamentais são
nπ
R n (r ) = r α , para n = 1, 2, 3, . . . .
Logo o problema formado pela equação diferencial parcial e as condições de fronteira tem soluções fundamentais da
forma
nπ nπθ
un (r, θ ) = R(r )Θ(θ ) = r α sen .
α
Vamos supor que a solução do problema de Dirichlet seja a série
∞ ∞ nπ nπθ
u(r, θ ) = ∑ cn un (r, θ ) = ∑ r α cn sen
α
. (10)
n =1 n =1
∞ nπ nπθ
f (θ ) = u( a, θ ) = ∑aα cn sen
α
.
n =1
3. Vamos procurar uma solução na forma de um produto de uma função de r por uma função de θ, ou seja,
1 0 1
R00 (r )Θ(θ ) + R (r )Θ(θ ) + 2 R(r )Θ(θ ) = 0,
r r
√ √
Se λ > 0 : Θ(θ ) = c1 e λθ + c2 e − λ θ.
Se λ = 0 : Θ(θ ) = c1 + c2 θ.
√ √
Se λ < 0 : Θ(θ ) = c1 sen( −λθ ) + c2 cos( −λθ ).
A condição Θ(θ ) = Θ(θ + 2π ), para todo θ ∈ R, implica que (11) tem solução não identicamente nula somente se λ ≤ 0,
mais que isso λ tem que ter valores dados por
λ = −n2 , n = 0, 1, 2, 3, . . .
(1)
Θn (θ ) = cos nθ, para n = 0, 1, 2, 3, . . .
(2)
Θn (θ ) = sen nθ, para n = 1, 2, 3, . . .
Então para satisfazer a condição u(b, θ ) = g(θ ), temos que impor a condição
∞
b
(bn − a2n b−n )(cn cos nθ + dn sen nθ ).
a n∑
g(θ ) = u(b, θ ) = c0 ln +
=1
Esta é a série de Fourier de g(θ ) com perı́odo 2π. Assim, se a função g : [0, 2π ] → R é contı́nua por partes tal que a sua
derivada g0 também seja contı́nua por partes, então os coeficientes da série são dados por
b 1
Z 2π
(ln )c0 = g(θ ) dθ,
a 2π 0
Z 2π
1
(bn − a2n b−n )cn = g(θ ) cos nθ dθ, (15)
π 0
Z 2π
1
(bn − a2n b−n )dn = g(θ ) sen nθ dθ.
π 0
para n = 1, 2, 3 . . .