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Santa Maria, RS
2019
Maicon Luiz Collovini Salatti
Santa Maria, RS
2019
Salatti, Maicon Luiz Collovini
UMA CLASSE DE PROBLEMAS DO TIPO p(x)-LAPLACIANO COM
FRONTEIRA DE DIRICHLET / Maicon Luiz Collovini Salatti.-
2019.
109 f.; 30 cm
where Ω ⊂ R𝑁 is a bounded domain with a Lipschitz boundary 𝜕Ω. We prove two exis-
tence theorems of non-trival week solutions for this problem, where one of them, insure
that there exists an infinity of week solutions. Still we obtain a caracterization theorem
for an eigenvalue. In both results we use the variational tecniques, in special the Moun-
tain Pass Theorem and the Fountain’s Theorem. Yet we dedicate a whole chapter for the
study about the basic results of the Lebesgue and Sobolev Spaces with Variable Exponent.
CAPA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
EPÍGRAFE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
SUMÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
LISTA DE SÍMBOLOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
5 APÊNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
5.1 Funções Convexas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
5.2 Teoria da Medida e Análise Funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
5.3 Funções Absolutamente Contínuas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
5.4 Operador de Nemytskii . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
5.5 Cálculo em Espaços de Banach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
5.6 Aplicações Multi-Avaliadas e Operadores Monótonos . . . . . . . . . 105
5.7 Teorema do Passo da Montanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
5.8 Teorema de Fountain . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
SUMÁRIO 12
LISTA DE SÍMBOLOS
⎧
1 se 𝑡 > 0
⎪
⎪
⎪
⎨
aaaaaaavvvvvvvvvvvvvvvaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa ∙ sgn𝑡 = 0 se 𝑡 = 0
⎪
⎪
⎩ se 𝑡 < 0,
⎪
(︃ )︃
𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢
∙ ∇𝑢 = , ,··· , ;
𝜕𝑥1 𝜕𝑥2 𝜕𝑥𝑁
∙ Δ𝑝 𝑢 = div(|∇𝑢|𝑝−2 ∇𝑢) ;
{︂ }︂
𝑝(·) 𝑝(𝑥)
∙ 𝐿 (Ω) = 𝑢 ∈ 𝑆(Ω); |𝑢(𝑥)| 𝑑𝑥 < ∞
∫︀
Ω é o Espaço de Lebesgue com expoente
variável;
∙ ℎ+ = sup𝑥∈Ω ℎ(𝑥) e ℎ− = inf 𝑥∈Ω ℎ(𝑥);
∫︁
∙ 𝜌(𝑢) = |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥, função modular;
Ω
{︂ (︁ )︁ }︂
𝑢
∙ ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = inf 𝜆 > 0; 𝜌 𝜆
≤ 1 , norma no espaço 𝐿𝑝(·) (Ω);
∫︁
𝜕𝜙 ∫︁
𝜕𝑢
∙ 𝑢 𝑑𝑥 = − 𝜙𝑑𝑥, ∀ 𝜙 ∈ 𝐶0∞ (Ω), define a j-ésima derivada fraca de 𝑢;
Ω 𝜕𝑥𝑗 Ω 𝜕𝑥𝑗
𝜕𝑢
{︂ }︂
𝑝(·)
∙𝑊 1,𝑝(·)
(Ω) = 𝑢 ∈ 𝐿 (Ω); ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), 𝑗 = 1, 2, . . . , 𝑁 , é o Espaço de Sobolev com
𝜕𝑥𝑗
expoente variável;
𝑁 ⃦
⃦ ⃦
⃦ 𝜕𝑢 ⃦
∑︁ ⃦
∙ ‖𝑢‖𝑊 1,𝑝(·) = ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) + ⃦ ⃦
⃦ 𝜕𝑥𝑗 ⃦
, norma no espaço 𝑊 1,𝑝(·) (Ω);
𝑗=1 𝐿𝑝(·) (Ω)
1 Introdução
Segundo Cruz-Uribe & Fiorenza (2013), aceita-se como linha divisória entre o
período moderno e o inaugural no estudo dos Espaços de Lebesgue com Expoente Variável,
o artigo On spaces 𝐿𝑝(𝑥) and 𝑊 𝑘,𝑝(𝑥) de O. Kovácik e J. Rákosník de 1991. A origem deste
espaço remonta ao artigo Über konjugierte exponentenfolgen de W. Orlicz publicado em
1931. De maneira essencial, a contribuição de Orlicz foi mostrar que, para 1 < 𝑝(𝑥) < ∞,
∫︁ 1
se |𝑓 (𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 < ∞, então uma condição necessária e suficiente para que uma função 𝑔
0
)︂ ′
∫︁ 1 ∫︁ 1 (︂
|𝑔(𝑥)| 𝑝 (𝑥)
seja tal que 𝑓 (𝑥)𝑔(𝑥)𝑑𝑥 < ∞, é que exista 𝜆 > 0 de modo que 𝑑𝑥 < ∞.
0 𝜆 0
Como exemplo básico da utilidade de se estudar espaços 𝐿𝑝(𝑥) , a função
1
𝑓 (𝑥) = √︁ ,
3
|𝑥|
é tal que, não pertence a 𝐿𝑝 (R), para nenhum 𝑝 ∈ [0, ∞]. Porém, restringindo-se o
domínio da 𝑓 , consegue-se, por exemplo, 𝑓 ∈ 𝐿2 ([−2, 2]) e 𝐿4 (R∖[−2, 2]). Assim, uma
das aplicações dos Espaços de Lebesgue e Sobolev com Expoente Variável é estudar o
comportamento de funções, sem a necessidade de restrição do domínio, ao se trabalhar com
determinadas classes de funções. O estudo de equações diferenciais envolvendo condições
de crescimento do tipo 𝑝(𝑥)-growth vêm crescendo bastante nos últimos anos. Segundo
Kim & Kim (2015), eles podem modelar fenômenos físicos que surgem no estudo de
Mecânica de Elasticidade, Dinâmica dos Fluídos, Processamento de Imagens, entre outros.
Um exemplo é o trabalho realizado no artigo Variable exponent, linear growth functionals
in image restoration de Yunmei Chen, Stacey Levine e Murali Rao publicado em 2006.
Segundo os autores: “Estudamos um funcional com expoente variável, 1 ≤ 𝑝(𝑥) ≤ 2, o
que fornece um modelo para image denoising, aprimoramento e restauração de imagens”
(CHEN, Y.; LEVINE, S.; RAO, M. 2006, p. 1383).
Destaca-se neste trabalho, o estudo do seguinte problema:
⎧ (︂ )︂
−div 𝜑(𝑥, |∇𝑢(𝑥)|)∇𝑢(𝑥) = 𝜆𝑓 (𝑥, 𝑢(𝑥)), se 𝑥 ∈ Ω
⎪
⎪
⎪
⎪
⎨
(PI)
⎪
⎪
⎪
𝑢(𝑥) = 0, se 𝑥 ∈ 𝜕Ω,
⎪
⎩
o qual, encontra-se no artigo Mountain pass type solutions and positivity of the infimum
eigenvalue for quasilinear elliptic equations with variable exponents de In Hyoun Kim e
Yun-Ho Kim publicado em 2015, veja (KIM, I. H.; KIM, Y. H. 2015). Onde, Ω é um
domínio limitado de R𝑁 , com fronteira 𝜕Ω de Lipschitz, 𝑁 ≥ 1, a função 𝜑(𝑥, 𝑡) é do
tipo |𝑡|𝑝(𝑥)−2 , com 𝑝 : Ω → (1, ∞) contínua e 𝑓 : Ω × R → R é de Carathéodory. Nosso
principal objetivo é buscar soluções fracas não-triviais para o problema (PI) no espaço
Capítulo 1. Introdução 15
1,𝑝(·)
𝑊0 (Ω), o qual é definido como o fecho das funções de classe 𝐶 ∞ com suporte compacto
em 𝑊 1,𝑝(·) (Ω). Os principais resultados obtidos aqui são: Dois teoremas de existência
de soluções fracas não triviais e um teorema de caracterização de um autovalor, que o
chamaremos de 𝜆* .
Essa dissertação está dividida em dois capítulos e um apêndice, juntos das demais
partes exigidas. O primeiro capítulo trata da teoria básica a respeito dos Espaços de
Lebesgue e Sobolev com Expoente Variável. Exibimos a grande maioria das provas dos
resultados ali colocados, que serão fundamentais no auxílio à busca de soluções fracas
para o Problema (PI). No segundo capítulo, tratamos então da questão de buscar soluções
fracas não-triviais para o Problema (PI), exibindo-se também demais fatos auxiliares que
dependem das hipóteses do nosso problema. Ainda o Capítulo dois está dividido em
duas partes. A primeira exibe de maneira linear as hipóteses e resultados conforme são
necessárias. A segunda parte é a seção intitulada Prova de Alguns Fatos Auxiliares Usados
no Transcorrer do Capítulo, Seção (3.4), que trás a prova de resultados, considerados
“elementares”, também dependentes das hipóteses do Problema (PI), mas que, com o
intuito de facilitar a leitura, foram colocados no final do capítulo. O apêndice trás vários
resultados de Análise Funcional, Teoria da Medida, etc... com as respectivas referências
onde pode-se encontrar as demonstrações de tais fatos, que foram necessários ao longo do
trabalho.
A estratégia para resolver o Problema (PI) é utilizar as Técnicas Variacionais. Em
especial, destacam-se o Teorema do Passo da Montanha, Teorema 5.7.3 e o Teorema de
Fountain, Teorema 5.8.2. A ideia é basicamente construir um funcional chamado funcional
energia
1,𝑝(·)
𝐼𝜆 : 𝑊0 (Ω) → R,
1,𝑝(·)
que satisfaça as hipóteses desses dois teoremas, onde, 𝑊0 (Ω) é o fecho de 𝐶0∞ (Ω)
em 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) (veja seção 2.2 após Proposição 2.2.2), que é o espaço onde “moram” as
possíveis soluções do nosso problema e encontrar pontos críticos desse funcional utilizando
1,𝑝(·)
os teoremas citados, ou seja, 𝑢 ∈ 𝑊0 (Ω), tal que 𝐼𝜆′ (𝑢) = 0. No primeiro resultado
existência de solução fraca, utilizamos o Teorema 5.7.3, obtendo assim, a existência de
ao menos uma solução fraca não trivial para o Problema (PI). Já no segundo resultado,
utilizamos o Teorema 5.8.2, obtendo-se a existência de uma infinidade de soluções fracas
não triviais.
A maioria dos trabalhos existentes a respeito da existência de soluções para pro-
blemas do tipo 𝑝(𝑥)-laplaciano exigem que o funcional induzido pela parte principal da
equação (PI) seja uniformemente convexo. Veja, por exemplo, Mihăilescu e Rădulescu
(2006). Aqui, obtemos nosso principal resultado sem assumir a convexidade uniforme do
funcional induzido pela parte principal da equação (PI).
16
Ainda, para cada 𝑝 ∈ 𝐶+ (Ω), dizemos que 𝜌 : 𝐿𝑝(·) (Ω) → R, dada por
∫︁
𝜌(𝑢) = |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥, 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω),
Ω
é a modular de 𝐿𝑝(·) (Ω). Este nome é motivado pela definição de funções modulares e
semimodulares que, para mais detalhes, pode-se encontrar em DIENING, L. (2011, cap.2).
A próxima proposição fornece alguns resultados básicos para a modular de 𝐿𝑝(·) (Ω).
Essas propriedades serão de uso recorrente ao longo do trabalho.
(ii) Ora, ∫︁ ∫︁
𝑝(𝑥)
𝜌(−𝑢) = |(−𝑢)(𝑥)| 𝑑𝑥 = |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝜌(𝑢).
Ω Ω
(iii) A função 𝜓 : Ω × R → R, dada por
é convexa em R (veja exemplo 5.1.3 no apêndice), para cada 𝑥 ∈ Ω fixado. Logo, para
quaisquer 𝑢, 𝑣 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑡 ∈ [0, 1],
∫︁
𝜌((1 − 𝑡)𝑢 + 𝑡𝑣) = |(1 − 𝑡)𝑢(𝑥) + 𝑡𝑣(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
∫︁Ω
≤ [(1 − 𝑡)|𝑢(𝑥)| + 𝑡|𝑣(𝑥)|]𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
Ω ∫︁ ∫︁
≤ (1 − 𝑡) |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑡 |𝑣(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
Ω Ω
= (1 − 𝑡)𝜌(𝑢) + 𝑡𝜌(𝑣).
|𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) ≤ 𝜆|𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥)
−
≤ 𝜆𝑝 |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥)
≤ 𝜆𝑝(𝑥) |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥)
= |𝜆𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥)
+
≤ 𝜆𝑝 |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) , ∀ 𝑥 ∈ Ω.
Logo,
∫︁ ∫︁
𝑝(𝑥)
|𝑢(𝑥)| 𝑑𝑥 ≤ 𝜆 |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
Ω Ω∫︁
−
≤ 𝜆𝑝 |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
∫︁ Ω
≤ |𝜆𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
Ω ∫︁
𝑝+
≤𝜆 |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥,
Ω
Consequentemente,
∫︁ ∫︁
𝜙𝑢 (𝜆1 ) = 𝜌(𝜆1 𝑢) = |𝜆1 𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 ≤ |𝜆2 𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝜌(𝜆2 𝑢) = 𝜙𝑢 (𝜆2 ),
Ω Ω
é análoga. Para isso, seja (𝜆𝑛 ) ⊂ [0, +∞) uma sequência não decrescente tal que 𝜆𝑛 → 𝜆,
com 𝜆𝑛 < 𝜆, para todo 𝑛 ∈ N. Por 𝜙𝑢 ser não decrescente e 𝑝(𝑥) ≥ 𝑝− > 1, para
todo 𝑥 ∈ Ω, (|𝜆𝑛 𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) ) é uma sequência não decrescente de funções mensuráveis e
não negativas. Além disso, |𝜆𝑛 𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) → |𝜆𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) , para todo 𝑥 ∈ Ω. Com isso, pelo
Teorema da Convergência Monótona (??),
∫︁ ∫︁
𝜙𝑢 (𝜆𝑛 ) = 𝜌(𝜆𝑛 𝑢) = |𝜆𝑛 𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 → |𝜆𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝜌(𝜆𝑢) = 𝜙𝑢 (𝜆).
Ω Ω
Capítulo 2. Os Espaços 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) 19
= (1 − 𝑡)𝜌(𝜆1 𝑢) + 𝑡𝜌(𝜆2 𝑢)
= (1 − 𝑡)𝜙𝑢 (𝜆1 ) + 𝑡𝜙𝑢 (𝜆2 ).
Portanto, 𝜙𝑢 é convexa.
A partir da proposição anterior, estamos aptos a provar que 𝐿𝑝(·) (Ω) é um espaço
vetorial real.
Prova: Para provarmos tal proposição basta-nos mostrar que 𝐿𝑝(·) (Ω) é um subespaço
vetorial de ℱ(Ω; R). Para isso, sejam 𝑢, 𝑣 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝛼 ∈ R. Por isso, 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑆(Ω),
𝜌(𝑢) < ∞ e 𝜌(𝑣) < ∞. Como 𝑆(Ω) é um espaço vetorial real, 𝑢 + 𝛼𝑣 ∈ 𝑆(Ω). Ainda,
pelo item (vi) da Proposição 2.1.1,
+
𝜌(𝑢 + 𝑣) ≤ 2𝑝 (𝜌(𝑢) + 𝜌(𝑣)) < ∞.
1
ou seja, 𝜌(𝑢) 𝑝(𝑥) ∈ 𝐼𝑢 . Deste modo, 𝐼𝑢 ̸= ∅. Com isso, se 𝑏 ∈ 𝐼𝑢 e 𝜆 > 𝑏, então, por 𝜙𝑢 ser
não decrescente,
1 1 1 𝑢 𝑢 1
(︂ )︂ (︂ )︂ (︂ )︂ (︂ )︂
< ⇒ 𝜙𝑢 =𝜌 ≤𝜌 = 𝜙𝑢 ≤ 1.
𝜆 𝑏 𝜆 𝜆 𝑏 𝑏
Logo, 𝜆 ∈ 𝐼𝑢 .
Agora, a função 𝛽 : (0, +∞) → R, dada por
𝑢 1
(︂ )︂ (︂ )︂
𝛽(𝜆) = 𝜌 = 𝜙𝑢 ,
𝜆 𝜆
é não crescente, contínua e convexa. Por isso,
𝐼𝑢 = {𝜆 > 0; 𝛽(𝜆) ≤ 1}
= 𝛽 −1 ((0, 1]).
Na próxima proposição, provaremos que ‖ · ‖𝐿𝑝(·) (Ω) torna 𝐿𝑝(·) (Ω) um espaço ve-
torial normado, noção esta, exibida na Definição 5.2.3 no apêndice.
Proposição 2.1.3. O par (𝐿𝑝(·) (Ω), ‖ · ‖𝐿𝑝(·) (Ω) ) é um espaço vetorial normado.
Prova: Basta-nos mostrar que ‖ · ‖𝐿𝑝(·) (Ω) é uma norma em 𝐿𝑝(·) (Ω).
(︁ )︁
(N1) Por {𝜆 > 0; 𝜌 𝜆𝑢 ≤ 1} ⊂ [0, +∞) e pelas propriedades de ínfimo,
Ainda, se 𝑢 = 0 em 𝐿𝑝(·) (Ω), então 𝐼𝑢 = (0, +∞), e assim ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = 0. Reciprocamente,
se ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = 0 e 𝑢 ̸= 0 em 𝐿𝑝(·) (Ω), então, pela definição de ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) , existe (𝜆𝑛 ) em
(0, 1), de modo que
𝑢
(︂ )︂
𝜆𝑛 → 0 = ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) e𝜌 ≤ 1, ∀ 𝑛 ∈ N.
𝜆𝑛
Deste modo, por ser 𝑝(𝑥) > 1, para todo 𝑥 ∈ Ω e 𝜆𝑛 ∈ (0, 1),
𝑢 1 1 ∫︁
(︂ )︂ ∫︁
𝑝(𝑥)
1≥𝜌 = 𝑝(𝑥)
|𝑢(𝑥)| 𝑑𝑥 ≥ |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 ∀ 𝑛 ∈ N.
𝜆𝑛 Ω 𝜆𝑛 𝜆𝑛 Ω
Proposição 2.1.4. Se 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑢 ̸= 0, então ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = 𝑎 se, e somente se,
(︁ )︁
𝜌 𝑢𝑎 = 1.
Prova: Seja ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = 𝑎, com 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω)∖{0}. Como 𝑢 = ̸ 0, 𝐼𝑢 = [𝑎, +∞) é um
(︁ )︁ (︁ )︁
intervalo fechado, e assim, ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = inf 𝐼𝑢 = 𝑎 ∈ 𝐼𝑢 . Logo, 𝜌 𝑢𝑎 ≤ 1. Se 𝜌 𝑢𝑎 < 1,
(︁ )︁
𝑢
então, devido à função 𝜉, definida por 𝜉(𝑡) = 𝜌 𝑡
, para 𝑡 ≥ 0, ser contínua, convexa
(︁ )︁
𝑢
e decrescente, existe 𝛿 > 0 tal que 𝜌 𝑡
< 1, para todo 𝑡 ∈ (𝑎 − 𝛿, 𝑎 + 𝛿). Com isso,
(︁ )︁
𝛿 𝑢
𝑎− 2
∈ 𝐼𝑢 , o que é um absurdo, já que 𝑎 = inf 𝐼𝑢 . Portanto, 𝜌 𝑎
= 1.
(︁ )︁
Agora, seja 𝜌 𝑢𝑎 = 1. Neste caso, 𝑎 ∈ 𝐼𝑢 . Logo, ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = inf 𝐼𝑢 ≤ 𝑎. Se
‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) < 𝑎, então existe 𝜆 ∈ (‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) , 𝑎). Por conseguinte, da continuidade de 𝜌 e
por 𝜙𝑢 ser não decrescente,
𝑢 𝑢
(︂ )︂ (︂ )︂
𝜌 <𝜌 ≤ 1,
𝑎 𝜆
o que é um absurdo. Portanto, ‖𝑢‖𝐿𝑝 (Ω) = 𝑎.
As Proposições 2.1.5 e 2.1.6 são de extrema importância. Como a norma em
𝑝(·)
𝐿 (Ω) é o ínfimo de um conjunto, isto em geral dificulta seu uso nas aplicações. Com
Capítulo 2. Os Espaços 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) 22
essas proposições junto com a função modular 𝜌, temos propriedades muito úteis para
se realizar majorações e trabalhar com desigualdades em geral, envolvendo a norma de
𝐿𝑝(·) (Ω).
Prova: (1) Se 𝑢 = 0 em 𝐿𝑝(·) (Ω), então o resultado segue. Pela proposição anterior,
decorre que
‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = 1 ⇔ 𝜌(𝑢) = 1.
1
No caso ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = 𝑎 < 1, então 1 < . Disso e, novamente pela proposição anterior,
(︁ )︁ 𝑎 (︁ )︁
𝜌(𝑢) ≤ 𝜌 𝑢𝑎 = 1., por 𝜙𝑢 ser não decrescente. Observe que o caso 𝜌(𝑢) = 𝜌 𝑢𝑎 porque
isto contradiz a proposição anterior. Portanto, 𝜌(𝑢) < 1. Reciprocamente, se 𝜌(𝑢) < 1,
então 1 ∈ 𝐼𝑢 , logo ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) < 1. A prova da outra equivalência é análoga, por isso a
omitiremos.
− +
(2) Se ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = 𝑎 > 1. Como, 𝑝− ≤ 𝑝(𝑥) ≤ 𝑝+ e 𝑎𝑝 ≤ 𝑎𝑝(𝑥) ≤ 𝑎𝑝 , temos
𝜌(𝑢) 𝑢 𝜌(𝑢)
(︂ )︂
𝑝 + ≤ 𝜌 = 1 ≤ 𝑝− .
𝑎 𝑎 𝑎
Disso, concluímos que
− +
‖𝑢‖𝐿𝑝 𝑝(·) (Ω) ≤ 𝜌(𝑢) ≤ ‖𝑢‖𝑝𝐿𝑝(·) (Ω) ,
como queríamos.
(3) A prova deste item é similar à do item (2).
Prova: (⇒) Como lim ‖𝑢𝑛 − 𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) = 0, dado 𝜀 ∈ (0, 1), existe 𝑛0 ∈ N tal que
Prova: Seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N uma sequência de Cauchy em 𝐿𝑝(·) (Ω). Para provarmos que (𝑢𝑛 )𝑛∈N
converge em 𝐿𝑝(·) (Ω), basta-nos mostrar que (𝑢𝑛 )𝑛∈N admite uma subsequência conver-
gente em 𝐿𝑝(·) (Ω). Para isso, demonstraremos que existe uma subsequência (𝑢𝑘 )𝑘∈N de
(𝑢𝑛 )𝑛∈N , de modo que
1
‖𝑢𝑘+1 − 𝑢𝑘 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) <
2𝑘
, ∀ 𝑘 ∈ N. 6
( )
1
Ora, por (𝑢𝑛 )𝑛∈N ser de Cauchy em 𝐿𝑝(·) (Ω), dado 𝜀 = , existe 𝑛1 ∈ N tal que
2
1
𝑚, 𝑛 ≥ 𝑛1 ⇒ ‖𝑢𝑚 − 𝑢𝑛 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) < .
2
1
Agora, dado 𝜀 = 2 , existe 𝑛2 ∈ N, com 𝑛2 > 𝑛1 , tal que
2
1
𝑚, 𝑛 ≥ 𝑛2 ⇒ ‖𝑢𝑚 − 𝑢𝑛 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) < 2 .
2
Visto que 𝑛2 , 𝑛1 ≥ 𝑛1 ,
1
‖𝑢𝑛2 − 𝑢𝑛1 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) < .
2
1
Dado 𝜀 = , existe 𝑛3 ∈ N, com 𝑛3 > 𝑛2 , tal que
23
1
𝑚, 𝑛 ≥ 𝑛3 ⇒ ‖𝑢𝑚 − 𝑢𝑛 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) < .
23
Como 𝑛3 , 𝑛2 ≥ 𝑛2 ,
1
‖𝑢𝑛3 − 𝑢𝑛2 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) <
.
22
6
E assim por diante, donde ( ) se verifica. Denotando 𝑢𝑛𝑘 = 𝑢𝑘 , mostraremos que (𝑢𝑘 )𝑘∈N é
convergente em 𝐿𝑝(·) (Ω). Para tal, consideremos a sequência (𝑣𝑛 )𝑛∈N em 𝐿𝑝(·) (Ω), definida
por
𝑛
∑︁
𝑣𝑛 (𝑥) = |𝑢𝑘+1 (𝑥) − 𝑢𝑘 (𝑥)|, 𝑥 ∈ Ω,
𝑘=1
Capítulo 2. Os Espaços 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) 24
6
a qual é não-decrescente. Pela desigualdade dada em ( ), ‖𝑣𝑛 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) ≤ 1, para todo
𝑛 ∈ N. Por isso e pela Proposição 2.1.5,
∫︁
|𝑣𝑛 (𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 ≤ 1, ∀ 𝑛 ∈ N.
Ω
|𝑢𝑚 (𝑥) − 𝑢𝑛 (𝑥)| ≤ |𝑢𝑚 (𝑥) − 𝑢𝑚−1 (𝑥)| + · · · + |𝑢𝑛+1 (𝑥) − 𝑢𝑛 (𝑥)| ≤ 𝑣(𝑥) − 𝑣𝑛−1 (𝑥).
Deste modo, (𝑢𝑘 (𝑥)) ⊂ R é uma sequência de Cauchy q.t.p. 𝑥 ∈ Ω, logo convergente,
digamos que
lim 𝑢𝑘 (𝑥) = 𝑢(𝑥), q.t.p. em Ω.
𝑘→∞
Com isso,
|𝑢𝑘 (𝑥) − 𝑢(𝑥)| ≤ 𝑣(𝑥), ∀ 𝑘 ≥ 2 e q.t.p. em Ω.
Devido a 𝑣 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), por conseguinte,
isto é,
lim 𝜌(𝑢𝑘 − 𝑢) = 0,
Por isso e pela Proposição 2.1.7, 𝑢𝑘 → 𝑢 em 𝐿𝑝(·) (Ω), o que finaliza a prova da proposição
em questão.
Proposição 2.1.9. Seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝐿𝑝(·) (Ω) tal que 𝑢𝑛 → 𝑢. Então,
existe uma subsequência (𝑢𝑛𝑘 )𝑘∈N de (𝑢𝑛 )𝑛∈N e ℎ ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), tal que
(a) 𝑢𝑛𝑘 (𝑥) → 𝑢(𝑥) q.t.p. em Ω;
(b) |𝑢𝑛𝑘 (𝑥)| ≤ ℎ(𝑥), para todo 𝑘 ∈ N, q.t.p. em Ω.
Prova: (a) Devido a (𝑢𝑛 ) em 𝐿𝑝(·) (Ω) ser convergente, ao repetirmos os argumentos do
teorema anterior, produzimos uma subsequência (𝑢𝑛𝑘 )𝑘∈N de (𝑢𝑛 )𝑛∈N tal que
1
‖𝑢𝑛𝑘+1 − 𝑢𝑛𝑘 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) < , ∀ 𝑘 ∈ N.
2𝑘
Além disso,
com 𝑣 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω). Pelo Teorema da Convergência Dominada, Proposição ??, 𝑔 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω)
e 𝑢𝑛𝑘 → 𝑔 em 𝐿𝑝(·) (Ω). Deste modo, 𝑔(𝑥) = 𝑢(𝑥), q.t.p. 𝑥 ∈ Ω. Por isso e por ( ), 6
𝑢𝑛𝑘 (𝑥) → 𝑢(𝑥), q.t.p. em Ω.
66
(b) Pondo ℎ = |𝑔| + 𝑣 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω) em ( ), o resultado segue.
A proposição a seguir generaliza a desigualdade de Hölder para os espaços 𝐿𝑝(·) (Ω).
Esta, junto com as Proposições 2.1.5 e 2.1.7 serão de grande importância ao se realizar
majorações envolvendo o funcional energia 𝐼𝜆 no capítulo seguinte.
1 1
Proposição 2.1.10. Sejam 𝑝− > 1 e 𝑞 ∈ 𝐿∞
+ (Ω) tal que + = 1, para todo
𝑝(𝑥) 𝑞(𝑥)
𝑥 ∈ Ω. Se 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑣 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω), então
(︃ )︃
1 1
⃒∫︁ ⃒
⃒ ⃒
⃒ 𝑢(𝑥)𝑣(𝑥)𝑑𝑥⃒⃒ ≤ −
+ − ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) ‖𝑣‖𝐿𝑞(·) (Ω) .
⃒
Ω 𝑝 𝑞
Assim,
⃒ 𝑢 + 𝑣 ⃒𝑝(𝑥) ⃒ 𝑢 − 𝑣 ⃒𝑝(𝑥)
∫︁ ⃒ ⃒ ∫︁ ⃒ ⃒
⃒ ⃒ 𝑑𝑥 ≤1e ⃒ ⃒ 𝑑𝑥 ≤ 1.
2Ω+
⃒ ⃒
Ω+
⃒
2⃒
[︃ (︂ )︂𝑝+ ]︃ 𝑝1+
𝜀
Considerando 𝛿 = 1 − 1 − > 0, temos
2
⃦𝑢 + 𝑣 ⃦
⃦ ⃦
⃦ ⃦ < 1 − 𝛿.
⃦
2⃦
𝐿𝑝(·) (Ω+ )
1 1
+ = 1, ∀ 𝑥 ∈ Ω,
𝑝(𝑥) 𝑞(𝑥)
1 1
temos, pela Desigualdade de Hölder, Proposição ??, que existe 𝐶 = + , tal que
𝑝− 𝑞 −
|𝑇 (𝑢) · 𝑣| ≤ 𝐶‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω− ) ‖𝑣‖𝐿𝑞(·) (Ω− ) .
Logo,
‖𝑇 (𝑢)‖(𝐿𝑞(·) (Ω− ))* ≤ 𝐶‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω− ) ,
isto é, 𝑇 é contínuo.
Agora, sejam 𝑎 = ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω− ) e 𝑣0 : Ω− → R, definida por
⃒ 𝑢(𝑥) ⃒𝑝(𝑥)−1
⃒ ⃒
𝑣0 (𝑥) = · sgn 𝑢(𝑥), ∀ 𝑥 ∈ Ω− .
⃒ ⃒
⃒ ⃒
⃒ 𝑎 ⃒
Ressaltamos, aqui, que 𝑣0 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω− ) e que ‖𝑣0 ‖𝐿𝑞(·) (Ω− ) = 1. Por conseguinte,
Consequentemente,
‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω− ) ≤ ‖𝑇 (𝑢)‖𝐿𝑞(·) (Ω− ) .
Com isso,
Por isso, se 𝑇 (𝑢) = 0, então 𝑢 = 0, logo, por 𝑇 ser linear, 𝑇 é injetivo. Ainda, 𝐸 =
𝑇 (𝐿𝑝(·) (Ω− )) é um subespaço vetorial de (𝐿𝑞(·) (Ω− ))* . Finalmente, devido a 𝐿𝑝(·) (Ω− )
ser um espaço de Banach, 𝐸 é fechado. E, por 𝐿𝑞(·) (Ω+ ) ser reflexivo, de acordo com
o Proposição (5.2.14), (𝐿𝑞(·) (Ω+ ))* é reflexivo. Portanto, pelo Proposição 5.2.15, 𝐸 é
reflexivo. Daí, 𝐿𝑝(·) (Ω− ) é reflexivo.
O resultado a seguir generaliza o Teorema de Representação de Riesz.
1 1
Proposição 2.1.12. Sejam 𝑝− > 1 e 𝑞 ∈ 𝐿∞
+ (Ω) tal que + = 1, para todo
𝑝(𝑥) 𝑞(𝑥)
𝑥 ∈ Ω. Então, dado 𝑓 ∈ (𝐿𝑝(·) (Ω))* , existe um único 𝑣 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω) tal que
∫︁
𝑓 (𝑢) = 𝑢(𝑥)𝑣(𝑥)𝑑𝑥, 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω).
Ω
Af : 𝑢 = 0.
Com efeito, seja 𝑣0 : Ω → R, definida por 𝑣0 (𝑥) = |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥)−2 𝑢(𝑥), para todo 𝑥 ∈ Ω.
Notamos que 𝑣0 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω). Deste modo,
∫︁ ∫︁
𝑝(𝑥)
|𝑢(𝑥)| 𝑑𝑥 = 𝑣0 (𝑥)𝑢(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑇 (𝑣0 ) · 𝑢 = 0,
Ω Ω
de onde segue que 𝑢 = 0. Por isso e pela Proposição 5.2.16, 𝐸 é denso em (𝐿𝑝(·) (Ω))* .
Portanto, 𝑇 é sobrejetivo. E assim, 𝑇 é um isomorfismo. Com isso, dado 𝑓 ∈ (𝐿𝑝(·) (Ω))* ,
existe um único 𝑣 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω), tal que 𝑇 (𝑣) = 𝑓 . Consequentemente, vale a proposição em
questão.
No transcorrer desse capítulo, faremos a identificação (𝐿𝑝(·) (Ω))* = 𝐿𝑞(·) (Ω), onde
1 1
+ = 1.
𝑝(·) 𝑞(·)
Capítulo 2. Os Espaços 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) 28
então 𝑣 = 0.
Ora, para todo compacto 𝐾 ⊂ Ω, pela Desigualdade de Young, Proposição 5.2.4,
∫︁ ∫︁
1 ∫︁
|𝑣(𝑥)|𝑞(𝑥) 1 1 ∫︁
|𝑣(𝑥)|𝑑𝑥 ≤ 𝑑𝑥 + ≤ − |𝐾| + − |𝑣(𝑥)|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 < ∞.
𝐾 𝐾 𝑝(𝑥) 𝐾 𝑞(𝑥) 𝑝 𝑞 𝐾
Portanto, 𝑣 ∈ 𝐿1𝑙𝑜𝑐 (Ω). Com isso, podemos utilizar a Proposição 5.2.21 para concluir que
𝑣 = 0. Consequentemente, 𝐶0 (Ω) é denso em 𝐿𝑝(·) (Ω).
Proposição 2.1.14. Seja Ω ⊂ R𝑁 um conjunto aberto. Então, o espaço 𝐶0∞ (Ω) é denso
em 𝐿𝑝(·) (Ω).
Prova: Se 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), então pela proposição anterior, para cada 𝜂 > 0, existe 𝑣 ∈ 𝐶0 (Ω),
de modo que
𝜂
‖𝑢 − 𝑣‖𝐿𝑝(·) (Ω) < .
2
Ainda, pela Proposição 5.2.20, para todo 𝜀 > 0, 𝜙𝜀 = 𝐽𝜀 *𝑣 ∈ 𝐶0∞ , quando 𝑑(supp(𝑣), 𝜕Ω) >
𝜀e
𝜙𝜀 → 𝑣, uniformemente em supp(𝑣),
Agora, para 𝜀 > 0 e 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), devido à densidade de 𝐶0 (Ω) em 𝐿𝑝(·) (Ω), existe
𝑣 ∈ 𝐶0 (Ω), tal que
𝜀
‖𝑢 − 𝑣‖𝐿𝑝(·) (Ω) < .
2
1
Ainda, se < 𝑑(supp(𝑣), 𝜕Ω), então supp(𝑣) ⊂ Ω𝑛 . Logo, existe 𝑓 ∈ 𝑃𝑛 , tal que
𝑛
𝜀 1
‖𝑣 − 𝑓 ‖𝐿∞ (Ω𝑛 ) ≤ |Ω𝑛 |− 𝑐 ,
2
onde 𝑐 = 𝑝+ , se |Ω𝑛 | < 1, ou 𝑐 = 𝑝− , se |Ω𝑛 | ≥ 1. Em qualquer uma desses casos,
∫︁ ∫︁
𝜀
|𝑣 − 𝑓 |𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 = |𝑣 − 𝑓 |𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 < .
Ω Ω𝑛 2
𝜀
Assim, pela Proposição 2.1.5, ‖𝑣 − 𝑓 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) < . Por conseguinte,
2
𝜀 𝜀
‖𝑢 − 𝑓 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) ≤ ‖𝑢 − 𝑣‖𝐿𝑝(·) (Ω) + ‖𝑣 − 𝑓 ‖𝐿𝑝(·) (Ω) < + = 𝜀,
2 2
isto é, 𝑃0 é denso em 𝐿𝑝(·) (Ω). Consequentemente, 𝐿𝑝(·) (Ω) é separável.
Sejam 𝑓 : Ω × R → R uma função de Carathéodory, isto é, 𝑓 (·, 𝑡) é mensurável
para todo 𝑡 ∈ R fixado e 𝑓 (𝑥, ·) é contínua, q.t.p. 𝑥 ∈ Ω, e 𝑁𝑓 o operador Nemytskii
definido por 𝑓 , ou seja, (𝑁𝑓 𝑢)(𝑥) = 𝑓 (𝑥, 𝑢(𝑥)), para toda 𝑢 ∈ 𝑆(Ω).
A próxima proposição é a versão dos operadores de Nemytskii para expoentes
variáveis.
Proposição 2.1.16. Se 𝑁𝑓 : 𝐿𝑝(·) (Ω) → 𝐿𝑞(·) (Ω), então 𝑁𝑓 é contínuo, limitado e existem
𝑏 ≥ 0 e uma função não-negativa 𝑎 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω) tais que
B
𝑝(𝑥)
|𝑓 (𝑥, 𝑠)| ≤ 𝑎(𝑥) + 𝑏|𝑠| 𝑞(𝑥) , ∀ 𝑥 ∈ Ω e ∀ 𝑠 ∈ R. ( )
Prova: (⇒) Seja 𝑁𝑓 : 𝐿𝑝(·) (Ω) → 𝐿𝑞(·) (Ω). Suponhamos 𝑓 (𝑥, 0) = 0. Provemos a
continuidade de 𝑁𝑓 em 𝑢 = 0. Para tal, seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝐿𝑝(·) (Ω) tal que
𝑢𝑛 → 0. Pela Proposição (2.1.7),
6
∫︁
lim
𝑛→∞ Ω
|𝑢𝑛 (𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 = 0. ( )
Definamos ℎ : Ω × R → R, pondo
1
ℎ(𝑥, 𝑠) = |𝑓 (𝑥, sgn𝑠|𝑠| 𝑝(𝑥) )|𝑞(𝑥) .
Portanto, pela Proposição 2.1.5, lim ‖𝑁𝑓 𝑢𝑛 ‖𝐿𝑞(·) (Ω) = 0, o que prova a continuidade de
𝑛→∞
𝑁𝑓 em 𝑢 = 0.
Agora, no caso geral, se 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), basta-nos considerar 𝑔, definida por
‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) ≤ 𝑟, ∀ 𝑢 ∈ 𝐵.
Disso e pelo fato de 𝑁ℎ : 𝐿1 (Ω) −→ 𝐿1 (Ω) ser limitado, existe 𝑘 > 0, de modo que
∫︁ ∫︁
|(𝑁𝑓 𝑢)(𝑥)|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 = |𝑁ℎ (sgn𝑢𝑛 (𝑥)|𝑢𝑛 (𝑥)|𝑝(𝑥) )|𝑑𝑥 ≤ 𝑘.
Ω Ω
Deste modo, pela Proposição 2.1.5, 𝑁𝑓 (𝐵) ⊂ 𝐿𝑞(·) (Ω) é limitado, como queríamos.
Finalmente, como 𝑁ℎ : 𝐿1 (Ω) → 𝐿1 (Ω), pelos Teoremas 19.1 de (VAINBERG,
1964, apud DE FIGUEIREDO, 1989, p. 13) e 2.4 de DE FIGUEIREDO, (1989, p. 13),
existem 𝑏1 ≥ 0 e 𝑎1 ∈ 𝐿1 (Ω) não-negativa, de modo que
(⇐) Se existem 𝑏 ≥ 0 e 𝑎 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω) não negativa, tais que a desigualdade ( ) seja B
verdadeira, então
𝑝(𝑥)
|(𝑁𝑓 𝑢)(𝑥)|𝑞(𝑥) ≤ |𝑎(𝑥) + 𝑏|𝑢(𝑥)| 𝑞(𝑥) |𝑞(𝑥)
≤ 2𝑞(𝑥) (|𝑎(𝑥)|𝑞(𝑥) + 𝑏𝑞(𝑥) |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) )
+ +
≤ 2𝑞 |𝑎(𝑥)|𝑞(𝑥) + 2𝑞 𝑏𝑞(𝑥) |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) , ∀ 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω).
Por isso, por 𝑎 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω), por 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω) e pela função 𝑏𝑞(𝑥) ser limitada, 𝑁𝑓 𝑢 ∈ 𝐿𝑞(·) (Ω),
e assim, 𝑁𝑓 : 𝐿𝑝(·) (Ω) → 𝐿𝑞(·) (Ω). Repetindo a ideia da primeira parte, garantimos que
𝑁𝑓 é contínuo e limitado.
O próximo resultado fornece condições suficientes para a imersão de 𝐿𝑝(·) (Ω) em
𝐿𝑞(·) (Ω). A Definição 5.2.11 traz precisamente a noção de imersão e encontra-se no apên-
dice na subseção de Análise Funcional.
Capítulo 2. Os Espaços 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) 32
Com isso,
Se existir 𝐵 ⊂ Ω, com |𝐵| > 0, tal que 𝑞(𝑥) > 𝑝(𝑥), para todo 𝑥 ∈ 𝐵, então, ao fazermos
𝑠 → ∞, geraríamos um absurdo com a desigualdade acima (∞ ≤ 𝑐). Logo, 𝑞(𝑥) ≤ 𝑝(𝑥),
q.t.p. 𝑥 ∈ Ω.
(⇐) Suponhamos, sem perda de generalidade, que 𝑞(𝑥) ≤ 𝑝(𝑥), para todo 𝑥 ∈ Ω. E, para
cada 𝑢 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), seja
𝐸 = {𝑥 ∈ Ω; |𝑢(𝑥)| < 1}.
Ora,
∫︁ ∫︁ ∫︁
𝜌𝑞 (𝑢) = |𝑢(𝑥)|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 = |𝑢(𝑥)|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 + |𝑢(𝑥)|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥
Ω 𝐸 ∫︁ 𝐸𝑐
≤ |𝐸| + |𝑢(𝑥)|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥
𝑐
∫︁ 𝐸
≤ |Ω| + |𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
𝐸𝑐
Consequentemente, ‖𝑢‖𝐿𝑞(·) (Ω) ≤ (|Ω| + 1)‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) . Portanto, 𝐿𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (Ω) é uma
imersão contínua.
𝑢𝑛 → 𝑢 e
𝜕𝑢𝑛
𝜕𝑥𝑗
→ 𝑤𝑗 em 𝐿𝑝(·) (Ω), A
( )
Capítulo 2. Os Espaços 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) 34
para 𝑗 = 1, 2, . . . , 𝑁 .
Como 𝑝− > 1 e pela Desigualdade de Hölder, Proposição ??, existe 𝐶 > 0, tal que
⃦ ⃦
∫︁
𝜕𝜙 ⃦ 𝜕𝜙 ⃦
(𝑢𝑛 − 𝑢) 𝑑𝑥 ≤ 𝐶‖𝑢𝑛 − 𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) ⃦⃦ , ∀ 𝜙 ∈ 𝐶0∞ (Ω).
⃦ ⃦
⃦
Ω 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑗 𝐿𝑞(·) (Ω)
⃦
Deste modo, ∫︁
𝜕𝜙 ∫︁
𝜕𝜙
𝑢𝑛 𝑑𝑥 → 𝑢 𝑑𝑥, ∀ 𝜙 ∈ 𝐶0∞ (Ω).
Ω 𝜕𝑥𝑗 Ω 𝜕𝑥𝑗
Visto que ∫︁
𝜕𝜙 ∫︁
𝜕𝑢𝑛
𝑢𝑛 𝑑𝑥 = − 𝜙𝑑𝑥, ∀ 𝜙 ∈ 𝐶0∞ (Ω),
Ω 𝜕𝑥𝑗 Ω 𝜕𝑥 𝑗
ao fazermos 𝑛 → ∞, obtemos
∫︁
𝜕𝜙 ∫︁
𝑢 𝑑𝑥 = − 𝑤𝑗 𝜙𝑑𝑥, ∀ 𝜙 ∈ 𝐶0∞ (Ω).
Ω 𝜕𝑥𝑗 Ω
𝜕𝑢
Por isso e pela Proposição 5.2.22, = 𝑤𝑗 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), para 𝑗 = 1, 2, . . . , 𝑁 , e assim,
𝜕𝑥𝑗
𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝(·) (Ω).
Finalmente, por ( ), A
𝑁 ⃦
⃦ ⃦
∑︁ ⃦ 𝜕𝑢𝑛 𝜕𝑢 ⃦⃦
‖𝑢𝑛 − 𝑢‖𝑊 1,𝑝(·) (Ω) = ‖𝑢𝑛 − 𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) + ⃦
⃦ 𝜕𝑥𝑗
− ⃦ → 0.
𝑗=1 𝜕𝑥𝑗 ⃦𝐿𝑝(·) (Ω)
Por conseguinte, 𝑢𝑛 → 𝑢 em 𝑊 1,𝑝(·) (Ω), com 𝑢 ∈ 𝑊 1,𝑝(·) (Ω), ou seja, 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) é um
espaço de Banach.
Teorema 2.2.3. Sejam Ω ⊂ R𝑁 limitado e 𝑝, 𝑞 ∈ 𝐿∞ + (Ω), tais que 𝑞(𝑥) ≤ 𝑝(𝑥) q.t.p. em
1,𝑝(·) 1,𝑞(·)
Ω. Então, 𝑊 (Ω) ⊂ 𝑊 (Ω), e tal imersão é contínua.
Prova: Como 𝑞(𝑥) ≤ 𝑝(𝑥) q.t.p. em Ω, pela Proposição 2.1.17, 𝐿𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (Ω) é
contínua, ou seja, existe 𝐶 > 0, de modo que
Agora, como 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ⊂ 𝐿𝑝(·) (Ω) ⊂ 𝐿𝑞(·) (Ω), 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ⊂ 𝑊 1,𝑞(·) (Ω), e por ( ), a 6
imersão 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝑊 1,𝑞(·) (Ω) é contínua.
Para cada 𝑝 ∈ 𝐶+ (Ω), denotaremos
𝑁 𝑝(𝑥)
⎧
*
⎪
⎨ , se 𝑝(𝑥) < 𝑁
𝑝 (𝑥) = ⎪ 𝑁 − 𝑝(𝑥)
⎩
∞, se 𝑝(𝑥) ≥ 𝑁.
Proposição 2.2.4. Sejam 𝑝, 𝑞 ∈ 𝐶(Ω) tais que 𝑝− , 𝑞 − ≥ 1. Se 𝑞(𝑥) < 𝑝* (𝑥), para todo
𝑥 ∈ Ω, então
𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (Ω)
e tal imersão é contínua e compacta.
Prova: Se 𝑝, 𝑞 ∈ 𝐶(Ω), então, por 𝑞(𝑥) < 𝑝* (𝑥), para todo 𝑥 ∈ Ω, existe 𝑉𝑥 ⊂ Ω aberto,
com 𝑥 ∈ 𝑉𝑥 , tal que 𝑞 + (𝑉𝑥 ) < (𝑝− (𝑉𝑥 ))* , onde
Como {𝑉𝑥 }𝑥∈Ω é uma cobertura aberta para o conjunto compacto Ω, existem, de acordo
𝑠
⋃︁
com o Teorema de Borel-Lebesgue, 𝑉1 , . . . , 𝑉𝑠 , tais que Ω = 𝑉𝑗 .
𝑗=1
𝑝− − + +
𝑗 = 𝑝 (𝑉𝑗 ) e 𝑞𝑗 = 𝑞 (𝑉𝑗 ).
Afirmamos, agora, que 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (Ω) é uma imersão contínua. Para tal,
seja (𝑢𝑛 ) ⊂ 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) tal que 𝑢𝑛 → 0. Visto que as imersões 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (𝑉𝑗 ), para
𝑗 = 1, 2, . . . , 𝑠, são contínuas, 𝑢𝑛 → 0 em 𝐿𝑞(·) (𝑉𝑗 ). Por isso,
∫︁ 𝑠 ∫︁
|𝑢𝑛 (𝑥)|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 ≤ |𝑢𝑛 (𝑥)|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 → 0.
∑︁
Ω 𝑗=1 𝑉𝑗
Logo, 𝑢𝑛 → 0 em 𝐿𝑞(·) (Ω). Portanto, a imersão 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (Ω) é contínua.
Finalmente, provemos que a imersão 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (Ω) é compacta. Para tal,
−
seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N em 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) limitada. Pelo Teorema anterior, (𝑢𝑛 )𝑛∈N em 𝑊 1,𝑝𝑗 (𝑉𝑗 ), para
𝑗 ∈ {1, 2, . . . , 𝑠}, é limitada. Por isso, por ( ) e por ( A AA
), (𝑢𝑛 ) admite subsequências
convergentes tais que, para 𝑗 ∈ {1, 2, . . . , 𝑠},
onde N𝑠 ⊂ N𝑠−1 ⊂ · · · ⊂ N2 ⊂ N1 ⊂ N.
Ao considerarmos a subsequência
𝑠
𝜒𝑉𝑗 𝑢𝑗𝑛 (𝑥), 𝑥 ∈ Ω, 𝑛 ∈ N𝑠 ,
∑︁
𝑣𝑛 (𝑥) =
𝑗=1
Logo, (𝑣𝑛 )𝑛∈N𝑠 é de Cauchy em 𝐿𝑞(·) (Ω), e assim, convergente, pois 𝐿𝑞(·) (Ω) é um espaço
de Banach. Portanto, a imersão 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (Ω) é compacta.
Observação - Utilizando ideias similares à demonstração da proposição anterior, pode-
mos provar que se 𝑝, 𝑞 ∈ 𝐶(Ω) são tais que 1 ≤ 𝑝(𝑥) ≤ 𝑞(𝑥) ≤ 𝑝* (𝑥), para todo 𝑥 ∈ Ω,
então a imersão 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) ˓→ 𝐿𝑞(·) (Ω) é contínua.
𝑁𝑡
𝑓 (𝑡) = , ∀ 𝑡 ∈ [0, 𝑁 ),
𝑁 −𝑡
a qual é uma bijeção crescente, com 𝑓 −1 = 𝑔 : [0, +∞) → [0, 𝑁 ), definida por
𝑁𝑠
𝑔(𝑠) = , ∀ 𝑠 ∈ [0, +∞).
𝑁 +𝑠
Capítulo 2. Os Espaços 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) 37
Ainda, se 𝑝0 (𝑥) = 𝑝(𝑥) e 𝑝𝑁 (𝑥) = 1, para todo 𝑥 ∈ Ω, então definamos, para cada
𝑗 = 0, 1, . . . , 𝑁 − 1,
𝑝𝑗+1 (𝑥) = max{𝑔(𝑝𝑗 (𝑥)), 1}, ∀ 𝑥 ∈ Ω.
···
‖∇‖𝐿𝑝(·) (Ω) ≤ ‖𝑢‖𝑊 1,𝑝(·) (Ω) = ‖𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) + ‖∇𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) ≤ (𝐶 + 1)‖∇𝑢‖𝐿𝑝(·) (Ω) .
Capítulo 2. Os Espaços 𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝑊 1,𝑝(·) (Ω) 38
não possui seu análogo em espaços de expoente variável. Para mais detalhes, pode-se
consultar DIENING, L. et al. (2011, p. 9).
39
1,𝑝(·)
Como veremos mais a frente, dado 𝜆 > 0, definiremos 𝐼𝜆 : 𝑊0 (Ω) → R, por
1,𝑝(·)
𝐼𝜆 (𝑢) = Φ(𝑢) − 𝜆Ψ(𝑢), para todo 𝑢 ∈ 𝑊0 (Ω), onde Φ(𝑢) = Ω Φ0 (𝑥, |∇𝑢|)𝑑𝑥, para
∫︀
∫︀
alguma Φ0 adequada e Ψ(𝑢) = Ω 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥, também para uma função adequada 𝐹 ; de
modo que,
∫︁ ∫︁
′ ′
Φ (𝑢) · 𝑣 = 𝜑(𝑥, |∇𝑢|)∇𝑢 · ∇𝑣𝑑𝑥 e Ψ (𝑢) · 𝑣 = 𝑓 (𝑥, 𝑢)𝑣𝑑𝑥.
Ω Ω
Observe a relação entre 𝐼𝜆′ (𝑢) = Φ′ (𝑢) − 𝜆Ψ′ (𝑢) com a definição de solução fraca. O
funcional 𝐼𝜆 assim definido, chamamos de o funcional energia do Problema (PI). Com o
1,𝑝(·)
intuito de facilitar as notações, denotaremos 𝑋 = 𝑊0 (Ω) e || · ||𝑋 = || · ||𝑊 1,𝑝(·) (Ω) .
0
𝜕𝜑
𝜑(𝑥, 𝜂) ≥ 𝑐𝜂 𝑝(𝑥)−2 e 𝜂 (𝑥, 𝜂) + 𝜑(𝑥, 𝜂) ≥ 𝑐𝜂 𝑝(𝑥)−2 , q.t.p. 𝑥 ∈ Ω, ∀ 𝜂 ∈ [0, ∞);
𝜕𝜂
De fato, se 𝑥 ∈ Ω é tal que Φ0 (𝑥, ·) ∈ 𝐶 1 ([0, ∞)) e 0 < |𝑡| < 1, defina 𝑔 : [0, 1] → R, por
∫︁ |∇𝑢+𝑠𝑡∇𝑣|
𝑔(𝑠) = Φ0 (𝑥, |∇𝑢 + 𝑠𝑡∇𝑣|) = 𝜑(𝑥, 𝜂)𝜂 𝑑𝜂, ∀ 𝑠 ∈ [0, 1].
0
Visto que 𝑔 é diferenciável em [0, 1], 𝑔(0) = Φ0 (𝑥, |∇𝑢|) e 𝑔(1) = Φ0 (𝑥, |∇𝑢+𝑡∇𝑣|),
pelo Teorema do Valor Médio de Lagrande, Proposição ??, existe 𝜉 ∈ (0, 1) tal que
𝑔(1) − 𝑔(0)
= 𝑔 ′ (𝜉).
1−0
De outro modo, ao denotarmos 𝑀 = 𝜑(𝑥, |∇𝑢 + 𝜉𝑡∇𝑣|),
Deste modo,
⃒ ⃒
⃒ Φ0 (𝑥, |∇𝑢 + 𝑡∇𝑣|) − Φ0 (𝑥, |∇𝑢|) ⃒
⃒ ⃒
⃒ ⃒ ≤ |𝑀 ⟨∇𝑢 + 𝜉𝑡∇𝑣, ∇𝑣⟩|
⃒
⃒ 𝑡 ⃒
⃒
≤ |𝑀 ||∇𝑢 + 𝜉𝑡∇𝑣||∇𝑣|
≤ [𝑎(𝑥) + 𝑏|∇𝑢 + 𝜉𝑡∇𝑣|𝑝(𝑥)−1 ]|∇𝑣|, q.t.p. 𝑥 ∈ Ω.
Como 0 < 𝜉|𝑡| < 1 e |𝜉𝑡∇𝑣| = 𝜉|𝑡||∇𝑣| < |∇𝑣(𝑥)|. Por isso e por 𝑝(𝑥) − 1 > 0, para todo
𝑥 ∈ Ω,
é um elemento de 𝐿1 (Ω). Para verificarmos a validade deste item, notamos que, pela
desigualdade triangular
∫︁
𝐴 := |𝑎(𝑥) + 𝑏(|∇𝑢| + |∇𝑣|)𝑝(𝑥)−1 ||∇𝑣|𝑑𝑥
∫︁ Ω
AA)
∫︁
|𝑎(𝑥)| · |∇𝑣|𝑑𝑥 ≤ 2||∇𝑣||𝐿𝑝(·) ||𝑎||𝐿𝑝′ (·) < ∞. (
Ω
1
(d) Mostraremos que Φ′ (𝑢) · 𝑣 = lim (Φ(𝑢 + 𝑡𝑣) − Φ(𝑢)), para quaisquer 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑋.
𝑡→0 𝑡
Observe que esta igualdade é motivada pela derivada de Gâteau (ver Definição 5.5.3 no
apêndice na seção Cálculo em Espaços de Banach). Provaremos utilizando o Teorema da
Convergência Dominada de Lebesgue, Proposição ??.
Inicialmente, defina 𝑓 : Ω −→ R, por
Φ0 (𝑥, |∇𝑢 + 𝑡∇𝑣|) − Φ0 (𝑥, |∇𝑢|)
𝑓 (𝑥) = lim , 𝑥 ∈ Ω,
𝑡→0 𝑡
com 𝑢 e 𝑣 fixados arbitrariamente em 𝑋. A boa definição de 𝑓 , vem do fato que 0 < |𝑡| < 1
e 0 < 𝜉|𝑡| < |𝑡| implicar em lim 𝜉|𝑡| = 0. Disto e pela igualdade ( ), temos
𝑡→0
A
𝑓 (𝑥) = lim 𝑀 ⟨∇𝑢 + 𝜃𝑡∇𝑣, ∇𝑣⟩
𝑡→0
1
= lim (Φ(𝑢 + 𝑡𝑛 𝑣) − Φ(𝑢)).
𝑛→∞ 𝑡𝑛
Como a sequência (𝑡𝑛 )𝑛∈N foi fixada de modo arbitrário, então
1 ∫︁
lim (Φ(𝑢 + 𝑡𝑣) − Φ(𝑢)) = 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥, .
𝑡→0 𝑡 Ω
∫︁
ou seja, Φ′ é a derivada de Gâteau, com Φ′ (𝑢) · 𝑣 = 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥
Ω
(e) Mostraremos que a derivada de Gâteau Φ′ é contínua. Para tanto, considere as
aplicações
∇ : 𝑋 −→ 𝐿𝑝(·) (Ω; R𝑁 )
′
Λ : 𝐿𝑝(·) (Ω; R𝑁 ) −→ 𝐿𝑝 (·) (Ω; R𝑁 )
′
𝐷 : 𝐿𝑝 (·) (Ω; R𝑁 ) −→ 𝑋 * ,
e provadas, respectivamente, nas proposições 3.4.1, 3.4.2 e 3.4.2, que são aplicações con-
tínuas e limitadas. Onde 𝑤 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω; R𝑁 ) se, e somente se, 𝑤𝑖 ∈ 𝐿𝑝(·) (Ω), para todo
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 44
𝜕𝜓𝑖 1 𝑑𝜑
(𝑢) = (𝑥, |𝑢|)𝑢𝑖 𝑢𝑗 + 𝜑(𝑥, |𝑢|)𝛿𝑖,𝑗 , ∀ 𝑖, 𝑗 ∈ {1, . . . , 𝑁 },
𝜕𝑢𝑗 |𝑢| 𝑑𝑠
𝑑𝜑
onde, é a derivada de 𝜑 em relação a segunda variável. Dados um vetor 𝑤 =
𝑑𝑠
(𝑤1 , 𝑤2 , . . . , 𝑤𝑁 ) ∈ R𝑁 e um par de índices (𝑖, 𝑗), ao multiplicarmos a igualdade acima
por 𝑤𝑖 𝑤𝑗 , obtemos
𝜕𝜓𝑖 1 𝑑𝜑
(𝑢)𝑤𝑖 𝑤𝑗 = (𝑥, |𝑢|)𝑢𝑖 𝑢𝑗 𝑤𝑖 𝑤𝑗 + 𝜑(𝑥, |𝑢|)𝑤𝑖 𝑤𝑗 𝛿𝑖,𝑗 .
𝜕𝑢𝑗 |𝑢| 𝑑𝑠
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 45
Observe que,
𝑁 ∑︁
𝑁 𝑁
𝑤𝑖2 . 6
∑︁ ∑︁
𝜑(𝑥, |𝑢|)𝑤𝑖 𝑤𝑗 𝛿𝑖,𝑗 = 𝜑(𝑥, |𝑢|) ( )
𝑖=1 𝑗=1 𝑖=1
𝑁 ∑︁
𝑁
𝑢𝑖 𝑤𝑖 𝑢𝑗 𝑤𝑗 = ⟨𝑤, 𝑢⟩2 . Logo,
∑︁
Mas,
𝑖=1 𝑗=1
𝑁 ∑︁
𝑁 𝑁
𝜕𝜓𝑖 1 𝑑𝜑
(𝑥, |𝑢|)⟨𝑤, 𝑢⟩2 + 𝜑(𝑥, |𝑢|) 𝑤𝑖2
∑︁ ∑︁
(𝑢)𝑤𝑖 𝑤𝑗 =
𝑖=1 𝑗=1 𝜕𝑢 𝑗 |𝑢| 𝑑𝑠 𝑖=1
⎛ ⎞
𝑁
|𝑤|2 ⎝ 1 𝑑𝜑 2
𝑤𝑖2 ⎠
∑︁
= (𝑥, |𝑢|)⟨𝑤, 𝑢⟩ + 𝜑(𝑥, |𝑢|)
|𝑤|2 |𝑢| 𝑑𝑠 𝑖=1
⟨ ⟩2
1 𝑑𝜑 𝑤
(︂ )︂
2
= |𝑤| (𝑥, |𝑢|) ,𝑢 + 𝜑(𝑥, |𝑢|)
|𝑢| 𝑑𝑠 |𝑤|
⟨ ⟩2
|𝑢| 1 𝑑𝜑 𝑤
(︂ )︂
2
= |𝑤| (𝑥, |𝑢|) ,𝑢 + 𝜑(𝑥, |𝑢|)
|𝑢| |𝑢| 𝑑𝑠 |𝑤|
⟨ ⟩2
𝑑𝜑 𝑤 𝑢
(︂ )︂
= |𝑤|2 |𝑢| (𝑥, |𝑢|) , + 𝜑(𝑥, |𝑢|)
𝑑𝑠 |𝑤| |𝑢|
𝑑𝜑
(︂ )︂
2
= |𝑤| |𝑢| (𝑥, |𝑢|)𝜇 + 𝜑(𝑥, |𝑢|) .
𝑑𝑠
⟨ ⟩2
𝑤
com 𝜇 := , 𝑢
|𝑤| |𝑢|
. Observe que 0 ≤ 𝜇 ≤ 1, pois
⟨ ⟩2 ⃒⟨ ⟩
𝑤 𝑢 𝑤 𝑢 ⃒⃒
⃒
⃒
, ≤1⇔ ⃒ , ≤1
|𝑤| |𝑢| ⃒
|𝑤| |𝑢| ⃒
⇔ |⟨𝑤, 𝑢⟩| ≤ |𝑤||𝑢|.
Deste modo,
𝑁 ∑︁
𝑁
𝜕𝜓𝑖
(𝑢)𝑤𝑖 𝑤𝑗 ≥ 𝑐|𝑢|𝑝(𝑥)−2 |𝑤|2 . 66)
∑︁
(
𝑖=1 𝑗=1 𝜕𝑢 𝑗
se 𝑥 ∈ Ω1 . Caso 𝑥 ∈ Ω2 ,
66)
∫︁
(Φ′ (𝑢) − Φ′ (𝑣)) · (𝑢 − 𝑣) ≥ 41−𝑝+ 𝑐|∇𝑢 − ∇𝑣|𝑝(𝑥) ≥ 0. (
Ω2
Com isso,
Denotemos
𝑝+
1 = sup 𝑝(𝑥).
𝑥∈Ω1
AA)
∫︁
≥𝑐 𝜉(𝑥)𝑝(𝑥)−2 |∇𝑢𝑛 − ∇𝑢|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥, (
Ω1
onde 𝜉(𝑥) = |∇𝑢𝑛 (𝑥)| + |∇𝑢(𝑥)|. Antes de prosseguir, observe que, por 𝑥 ∈ Ω1 , vale
2 2
𝑙(𝑥) := 2−𝑝(𝑥) > 1 e 𝑚(𝑥) := 𝑝(𝑥) > 1. Assim,
∫︁ 2
∫︁
𝑝(𝑥)(2−𝑝(𝑥))
|𝜉(𝑥) 2 | 2−𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 = |𝜉(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
Ω1 Ω1
∫︁
= (|∇𝑢𝑛 | + |∇𝑢|)𝑝(𝑥) 𝑑𝑥
Ω1
∫︁
≤ (|∇𝑢𝑛 | + |∇𝑢|)𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 < ∞,
Ω
𝑝(·)(2−𝑝(·)) 2 𝑝(·)(𝑝(·)−2) 2
donde, 𝜉 2 ∈ 𝐿 2−𝑝(·) (Ω1 ). Ainda, temos 𝜉 2 |∇𝑢𝑛 − ∇𝑢|𝑝(·) ∈ 𝐿 𝑝(·) (Ω1 ) pois,
6
devido a ( ), |∇𝑢𝑛 − ∇𝑢|2 ≤ (|∇𝑢𝑛 | + |∇𝑢|)2 implica
Desta forma,
∫︁ 2
∫︁
𝑝(𝑥)(𝑝(𝑥)−2)
𝑝(𝑥)
|𝜉(𝑥) 2 |∇𝑢𝑛 − ∇𝑢| | 𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝜉(𝑥)(𝑝(𝑥)−2) |∇𝑢𝑛 − ∇𝑢|2 𝑑𝑥
Ω1 Ω1
∫︁
≤ (|∇𝑢𝑛 | + |∇𝑢|)𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 < ∞.
Ω
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 49
𝑝− (2 − 𝑝+ 𝑝− (2 − 𝑝− ) 𝑝− 𝑝+
onde, 𝛼 é
2
1)
ou
2
e𝛽é
2
ou 1 . Por esta desigualdade, (
2
AA) e (.)
temos
C
∫︁
lim |∇𝑢𝑛 (𝑥) − ∇𝑢(𝑥)|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 = 0. ( )
𝑛→∞ Ω1
𝑟(·)
(J2) 𝑚 ∈ 𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω) ∩ 𝐿∞ (Ω), para algum 𝑟 ∈ 𝐶+ (Ω) com 𝑞(𝑥) < 𝑟(𝑥) < 𝑝* (𝑥) e
|{𝑥 ∈ Ω ; 𝑚(𝑥) > 0}| > 0;
+ −1 𝑓 (𝑥, 𝑡)
(F4) 𝑓 é 𝑜(|𝑡|𝑝 ) uniformemente, para todo 𝑥 ∈ Ω, ou seja, lim = 0 uniforme-
𝑡→0 |𝑡|𝑝+ −1
mente, para todo 𝑥 ∈ Ω;
Vale ressaltar que, 𝐹 (𝑥, ·) é diferenciável q.t.p. 𝑥 ∈ Ω, por ser a primitiva da função
𝑓 (𝑥, ·) que é contínua q.t.p 𝑥 ∈ Ω.
(i). Para cada 𝑢 ∈ 𝑋, seja 𝑇𝑢 : 𝑋 → R, dada por
∫︁
𝑇𝑢 (𝑣) = 𝑓 (𝑥, 𝑢)𝑣𝑑𝑥, ∀ 𝑥 ∈ Ω.
Ω
𝑞(𝑥)
onde, ‖𝑚‖∞ > 0, já que |{𝑥 ∈ Ω ; 𝑚(𝑥) > 0}| > 0. Por isso e por = 𝑞(𝑥) − 1,
𝑞 ′ (𝑥)
para todo 𝑥 ∈ R, em que 𝑞 ′ (𝑥) representa o expoente conjugado de 𝑞(𝑥), temos, pela
′
Proposição 2.1.16 que 𝑁𝑓 : 𝐿𝑞(·) (Ω) → 𝐿𝑞 (·) (Ω) é contínua. Assim sendo, para todo
𝑣 ∈ 𝑋, temos, pela desigualdade de Hölder, Proposição ?? e pela imersão de 𝑊 1,𝑝(·) (Ω)
em 𝐿𝑞(·) (Ω), Proposição 2.2.4,
∫︁
|𝑇𝑢 (𝑣)| = |𝑓 (𝑥, 𝑢)||𝑣|𝑑𝑥,
∫︁Ω
= |𝑁𝑓 𝑢||𝑣|𝑑𝑥
Ω
Disto e novamente pela Proposição 2.2.4, existe 𝐾1 > 0, de modo que ‖𝑣‖𝐿𝑞(·) (Ω) ≤
A
𝐾1 ‖𝑣‖𝑋 . Combinando esta desigualdade com ( ) e denotando 𝐾 = 2𝐾1 ‖𝑁𝑓 𝑢‖𝐿𝑞′ (·) (Ω) ,
obtemos
Como 𝑔 é diferenciável em [0, 1], 𝑔(0) = 𝐹 (𝑥, 𝑢) e 𝑔(1) = 𝐹 (𝑥, 𝑢 + 𝑡𝑣), temos, pelo
Teorema do Valor Médio de Lagrange, Proposição ??, que existe 𝜉 ∈ (0, 1) tal que
𝑔(1) − 𝑔(0)
= 𝑔 ′ (𝜉).
1−0
De outro modo, vale
Além disso, por (J1), (J2), desigualdade de Hölder, Proposição ?? e pela imersão de
𝑊 1,𝑝(·) (Ω) em 𝐿𝑞(·) (Ω), Proposição 2.2.4,
∫︁ ∫︁
|𝐺(𝑥)|𝑑𝑥 = |𝑚(𝑥)|(|𝑢| + |𝑣|)𝑞(𝑥)−1 |𝑣|𝑑𝑥
Ω Ω ∫︁
≤ ‖𝑚(𝑥)‖∞ (|𝑢| + |𝑣|)𝑞(𝑥)−1 |𝑣|𝑑𝑥
Ω
∫︁
Para concluir que 𝐺 ∈ 𝐿1 (Ω), precisamos observar que (|𝑢| + |𝑣|)𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 < ∞
Ω
′
e (|𝑢| + |𝑣|)𝑞(𝑥)−1 ∈ 𝐿𝑞 (𝑥) (Ω), para quaisquer 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑋. De fato, pela Proposição 2.1.1,
+ 𝑞(𝑥)
𝜌(𝑢 + 𝑣) ≤ 2𝑞 (𝜌(𝑢) + 𝜌(𝑣)). Observando que 𝑞 ′ (𝑥) = ,
𝑞(𝑥) − 1
∫︁ ∫︁
′ ′
((|𝑢| + |𝑣|)𝑞(𝑥)−1 )𝑞 (𝑥) 𝑑𝑥 = (|𝑢| + |𝑣|)(𝑞(𝑥)−1)𝑞 (𝑥) 𝑑𝑥
Ω Ω
(︁ )︁
∫︁ 𝑞(𝑥)
(𝑞(𝑥)−1)
= (|𝑢| + |𝑣|) 𝑞(𝑥)−1
𝑑𝑥
∫︁Ω
= (|𝑢| + |𝑣|)𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 < ∞.
Ω
Com isso, podemos concluir que ‖(|𝑢| + |𝑣|)𝑞(𝑥)−1 ‖𝐿𝑞′ (·) (Ω) < ∞. Disto e pela desigualdade
AA
( ),
∫︁
|𝐺(𝑥)|𝑑𝑥 < ∞.
Ω
1
(iv) Mostraremos que 𝑇𝑢 (𝑣) = lim (Ψ(𝑢 + 𝑡𝑣) − Ψ(𝑢)), para quaisquer 𝑢, 𝑣 ∈ 𝑋. Ou
𝑡→0 𝑡
seja, Ψ é diferenciável à Gâteau com Ψ′ (𝑢) = 𝑇𝑢 .
De fato, defina ℎ : Ω −→ R pondo
𝐹 (𝑥, 𝑢 + 𝑡𝑣) − 𝐹 (𝑥, 𝑢)
ℎ(𝑥) = lim = 𝑓 (𝑥, 𝑢)𝑣, 𝑥 ∈ Ω,
𝑡→0 𝑡
com 𝑢 e 𝑣 fixados arbitrariamente em 𝑋. A boa definição
∫︁ de ℎ, vem dos fatos 0 < |𝑡| < 1
e 0 < 𝜉|𝑡| < |𝑡| implicarem lim 𝜉|𝑡| = 0. Observe que ℎ(𝑥)𝑑𝑥 = 𝑇𝑢 (𝑣).
𝑡→0 Ω
Agora, dado uma sequência (𝑡𝑛 )𝑛∈N , tal que lim 𝑡𝑛 = 0 e definindo ℎ𝑛 : Ω −→ R,
𝑛→∞
por
𝐹 (𝑥, 𝑢 + 𝑡𝑛 𝑣) − 𝐹 (𝑥, 𝑢)
ℎ𝑛 (𝑥) = , 𝑥 ∈ Ω e ∀ 𝑛 ∈ N.
𝑡𝑛
Temos lim ℎ𝑛 (𝑥) = ℎ(𝑥) e que todas estas funções são mensuráveis. Além disso, |ℎ𝑛 (𝑥)| ≤
𝑛→∞
𝐺(𝑥) para todo 𝑥 ∈ Ω. Assim, pelo Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue,
Proposição ??,
∫︁
𝑇𝑢 (𝑣) = 𝑓 (𝑥, 𝑢)𝑣𝑑𝑥
∫︁Ω ∫︁ ∫︁
= ℎ(𝑥)𝑑𝑥 = lim ℎ𝑛 (𝑥)𝑑𝑥 = lim ℎ𝑛 (𝑥)𝑑𝑥
Ω Ω 𝑛→∞ 𝑛→∞ Ω
∫︁
𝐹 (𝑥, 𝑢 + 𝑡𝑛 𝑣) − 𝐹 (𝑥, 𝑢)
= lim 𝑑𝑥
𝑛→∞ Ω 𝑡𝑛
1 ∫︁
= lim [𝐹 (𝑥, 𝑢 + 𝑡𝑛 𝑣) − 𝐹 (𝑥, 𝑢)]𝑑𝑥
𝑛→∞ 𝑡
𝑛 Ω
⎛ ⎞
1 ⎝ ∫︁ ∫︁
= lim 𝐹 (𝑥, 𝑢 + 𝑡𝑛 𝑣)𝑑𝑥 − 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥⎠
𝑛→∞ 𝑡 Ω Ω
𝑛
1
= lim (Ψ(𝑢 + 𝑡𝑛 𝑣) − Ψ(𝑢)).
𝑛→0 𝑡𝑛
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 54
Como a sequência (𝑡𝑛 )𝑛∈N foi fixada de modo arbitrário, segue então a validade de
1
𝑇𝑢 (𝑣) = lim (Ψ(𝑢 + 𝑡𝑣) − Ψ(𝑢)).
𝑡→0 𝑡
(v) Neste item, mostraremos que a derivada de Gâteau é contínua. Para isso, seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N
uma sequência em 𝑋, tal que 𝑢𝑛 → 𝑢 em 𝑋. Dado 𝑣 ∈ 𝑋, defina 𝐺1 , 𝑃, 𝑃𝑛 : Ω −→ R
pondo, para cada 𝑥 ∈ Ω e 𝑛 ∈ N,
Note que lim 𝑃𝑛 (𝑥) = 𝑃 (𝑥) e que todas estas funções são mensuráveis. Ainda, |𝑃𝑛 (𝑥)| ≤
𝑛→∞
𝐺2 (𝑥) para todo 𝑥 ∈ Ω. Logo, pelo Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue,
Proposição ??,
∫︁ ∫︁
′
Ψ (𝑢) · 𝑣 = 𝑓 (𝑥, 𝑢)𝑣𝑑𝑥 = 𝑃 (𝑥)𝑑𝑥
Ω ∫︁Ω ∫︁
= lim 𝑃𝑛 (𝑥)𝑑𝑥 = 𝑛→∞
lim lim Ψ′ (𝑢𝑛 ) · 𝑣.
𝑃𝑛 (𝑥)𝑑𝑥 = 𝑛→∞
Ω 𝑛→∞ Ω
De outro modo, Ψ′ (𝑢𝑛 ) · 𝑣 → Ψ′ (𝑢) · 𝑣. Como 𝑣 ∈ 𝑋 foi fixado de modo arbitrário, segue
que Ψ′ (𝑢𝑛 ) → Ψ′ (𝑢), o que prova a continuidade da aplicação Ψ′ .
Provado que a derivada de Gâteau é contínua, pela Proposição 5.5.4, concluímos
que esta é de fato a derivada à Fréchet de Ψ, a qual, portanto é contínua e limitada.
(vi) Ψ′ é compacto. Para tal, seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝑋, tal que 𝑢𝑛 ⇀ 𝑢 em 𝑋.
1,𝑝(·)
Usando a desigualdade de Hölder e a imersão de 𝑊0 (Ω) em 𝐿𝑞(·) (Ω), Proposição 2.2.4,
ou seja,
em particular,
Proposição 3.1.5. Suponha válidas todas as hipóteses das Proposições 3.1.1 e 3.1.4.
Então, dado 𝜆 > 0, o funcional 𝐼𝜆 : 𝑋 → R definido por
A
para todo 𝑛 ∈ N. Disso, da desigualdade ( ) e da Proposição 5.5.8, dado 𝜀 > 0, existe
𝑛0 ∈ N, tal que, se 𝑛 ≥ 𝑛0 , então
De outro modo,
Consequentemente,
lim sup(Φ′ (𝑢𝑛 ) − Φ′ (𝑢)) · (𝑢𝑛 − 𝑢) ≤ 𝜆 lim sup(Ψ′ (𝑢𝑛 ) − Ψ′ (𝑢)) · (𝑢𝑛 − 𝑢) + 𝜀
𝑛→∞ 𝑛→∞
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 57
Ao fazermos 𝜀 → 0,
lim sup(Φ′ (𝑢𝑛 ) − Φ′ (𝑢)) · (𝑢𝑛 − 𝑢) ≤ 𝜆 lim sup(Ψ′ (𝑢𝑛 ) − Ψ′ (𝑢)) · (𝑢𝑛 − 𝑢).
𝑛→∞ 𝑛→∞
AA)
(
donde, lim sup(Φ′ (𝑢𝑛 ) − Φ′ (𝑢)) · (𝑢𝑛 − 𝑢) ≥ 0. Por isso, por 𝜆 > 0 e por (
𝑛→∞
AA) concluímos
que
lim sup(Ψ′ (𝑢𝑛 ) − Ψ′ (𝑢)) · (𝑢𝑛 − 𝑢) = lim (Ψ′ (𝑢𝑛 ) − Ψ′ (𝑢)) · (𝑢𝑛 − 𝑢) = 0.
𝑛→∞ 𝑛→∞
Proposição 3.1.6. Supondo válidas as hipóteses (H1) - (H4) e (F1) - (F3), então o
funcional 𝐼𝜆 satisfaz a condição (𝑃 𝑆)𝑐 , para todo 𝜆 > 0.
Prova: Dado 𝜆 > 0, seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N uma (𝑃 𝑆)𝑐 -sequência em 𝑋, ou seja, existe 𝑐 ∈ R, tal
que,
Nosso intuito é mostrar que ela possui uma subsequência que é fortemente convergente.
Af : (𝑢𝑛 )𝑛∈N é limitada.
Por absurdo, suponha que existe uma subsequência (𝑢𝑛𝑘 )𝑘∈N de (𝑢𝑛 )𝑛∈N , tal que
lim ||𝑢𝑛𝑘 ||𝑋 = ∞.
𝑘→∞
1 ′ 1
𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) − 𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) · 𝑢𝑛 = Φ(𝑢𝑛 ) − 𝜆Ψ(𝑢𝑛 ) − (Φ′ (𝑢𝑛 ) · 𝑢𝑛 − 𝜆Ψ′ (𝑢𝑛 ) · 𝑢𝑛 )
𝜃1 ∫︁
𝜃1 ∫︁
= Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛 |)𝑑𝑥 − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢𝑛 )𝑑𝑥
Ω Ω
1 ∫︁
(︂ ∫︁ )︂
− 𝜑(𝑥, |∇𝑢𝑛 |)∇𝑢𝑛 · ∇𝑢𝑛 𝑑𝑥 − 𝜆 𝑓 (𝑥, 𝑢𝑛 )𝑢𝑛 𝑑𝑥
𝜃1 Ω Ω
∫︁ (︂
1
)︂
= Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛 |) − 𝜑(𝑥, |∇𝑢𝑛 |)∇𝑢𝑛 · ∇𝑢𝑛 𝑑𝑥
Ω 𝜃1
∫︁ (︂
1
)︂
+𝜆 𝑓 (𝑥, 𝑢𝑛 )𝑢𝑛 − 𝐹 (𝑥, 𝑢𝑛 ) 𝑑𝑥
Ω 𝜃1
(H4) ∫︁ 1
≥ (Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛 |) − 𝑝+ 𝜑0 (𝑥, |∇𝑢𝑛 |))𝑑𝑥
Ω 𝜃1
∫︁ (︂
1
)︂
+𝜆 𝑓 (𝑥, 𝑢𝑛 )𝑢𝑛 − 𝐹 (𝑥, 𝑢𝑛 ) 𝑑𝑥
Ω 𝜃1
+ )︂ ∫︁
𝑝 1
(︂ ∫︁ (︂ )︂
= 1− Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛 |)𝑑𝑥 + 𝜆 𝑓 (𝑥, 𝑢𝑛 )𝑢𝑛 − 𝐹 (𝑥, 𝑢𝑛 ) 𝑑𝑥.
𝜃1 Ω Ω 𝜃1
( ) A
Agora, seja
1
{︂⃒ ⃒ }︂
⃒ ⃒
𝑀 = sup ⃒⃒ 𝑓 (𝑥, 𝑡)𝑡 − 𝐹 (𝑥, 𝑡)⃒⃒; 𝑥 ∈ Ω e |𝑡| ≤ 𝑀1
𝜃1
Observe que este supremo existe pois, a aplicação
1
𝑡 ↦−→ 𝑓 (𝑥, 𝑡)𝑡 − 𝐹 (𝑥, 𝑡)
𝜃1
1
é contínua no compacto Ω × [−𝑀1 , 𝑀1 ]. Denotaremos, 𝐴 = 𝜃1
𝑓 (𝑥, 𝑢𝑛 )𝑢𝑛 − 𝐹 (𝑥, 𝑢𝑛 ). Pela
A
desigualdade ( ), obtemos
𝑝+ ∫︁ 1 ′
(︂ )︂ ∫︁
1− Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛 |)𝑑𝑥 ≤ 𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) − 𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) · 𝑢𝑛 − 𝜆 𝐴𝑑𝑥
𝜃1 Ω 𝜃1 Ω
1 ′
= 𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) − 𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) · 𝑢𝑛
𝜃
∫︁ 1 ∫︁
−𝜆 𝐴𝑑𝑥 − 𝜆 𝐴𝑑𝑥
{𝑥∈Ω;|𝑢𝑛 (𝑥)|>𝑀1 } {𝑥∈Ω;|𝑢𝑛 (𝑥)|≤𝑀1 }
1 ′ ∫︁
≤ 𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) − 𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) · 𝑢𝑛 − 𝜆 𝐴𝑑𝑥 + 𝜆𝑀 |Ω|.
𝜃1 {𝑥∈Ω;|𝑢𝑛 (𝑥)|>𝑀1 }
E assim,
𝑝+ ∫︁ 1 ′
(︂ )︂
1− Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛𝑘 |)𝑑𝑥 ≤ 𝐼𝜆 (𝑢𝑛𝑘 ) − 𝐼𝜆 (𝑢𝑛𝑘 ) · 𝑢𝑛𝑘 + 𝜆𝑀 |Ω|.
𝜃1 Ω 𝜃1
Como estamos supondo que (𝑢𝑛 )𝑛∈N não possui subsequência convergente, para todo
𝑛 ∈ N suficientemente grande, podemos supor que ‖𝑢𝑛 ‖𝑋 ≥ 1. Disso e pela Proposição
3.4.6, vale ∫︁
𝑐 −
Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛𝑘 |)𝑑𝑥 ≥ + ||𝑢𝑛𝑘 ||𝑝𝑋 ,
Ω 𝑝
donde,
𝑝+ 𝑐
⃒(︂ )︂ ⃒ ⃒ ∫︁ ⃒
⃒
⃒ 1− 𝑝− ⃒⃒ ⃒ ⃒
||𝑢𝑛𝑘 ||𝑋 ⃒ ≤ ⃒ Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛𝑘 |)𝑑𝑥⃒⃒
⃒
𝜃 𝑝+1
⃒
Ω
1 ′
⃒ ⃒
⃒ ⃒
≤ ⃒𝐼𝜆 (𝑢𝑛 ) −
𝑘
𝐼𝜆 (𝑢𝑛𝑘 ) · 𝑢𝑛𝑘 + 𝜆𝑀 |Ω|⃒⃒.
⃒
𝜃1
Deste modo,
𝑝+ 𝑐 1 ′
(︂ )︂
𝑝−
1− ||𝑢𝑛 ||𝑋 ≤ |𝐼𝜆 (𝑢𝑛 )| + | 𝐼 (𝑢𝑛 ) · 𝑢𝑛𝑘 | + |𝜆𝑀 |Ω||
𝜃1 𝑝+ 𝑘 𝑘
𝜃1 𝜆 𝑘
1 ′
≤ 𝐼𝜆 (𝑢𝑛𝑘 ) + ||𝐼𝜆 (𝑢𝑛𝑘 )||𝑋 * ||𝑢𝑛𝑘 ||𝑋 + 𝜆𝑀 |Ω|
𝜃1
≤ 𝑀2 ,
𝑝+ 𝑐
(︂ )︂
−
lim 1− +
||𝑢𝑛𝑘 ||𝑝𝑋 ≤ lim 𝑀2
𝑘→∞ 𝜃1 𝑝 𝑘→∞
Assim,
𝑝+ 𝑐
(︂ )︂
𝑝−
1− lim ||𝑢𝑛𝑘
||𝑋 ≤ 𝑀2 .
𝜃1 𝑝+ 𝑘→∞
O que entra em contradição com a suposição de que lim ||𝑢𝑛𝑘 ||𝑋 = ∞. Portanto, (𝑢𝑛 )𝑛∈N
𝑘→∞
é limitada.
Finalmente, como o espaço 𝑋 é reflexivo, pela Proposição 5.2.9, existe (𝑢𝑛𝑘 )𝑘∈N
subsequência de (𝑢𝑛 )𝑛∈N tal que, 𝑢𝑛𝑘 ⇀ 𝑢 em 𝑋. Na Proposição 3.1.4, provamos que Ψ é
completamente contínuo. Assim
Com isso, lim sup(Ψ(𝑢𝑛𝑘 ) − Ψ(𝑢)) · (𝑢𝑛𝑘 − 𝑢) ≤ 0. Mas, como Ψ satisfaz a condição (𝑆+ ),
𝑛→∞
segue que 𝑢𝑛𝑘 → 𝑢 em 𝑋. O que prova a condição (𝑃 𝑆)𝑐 .
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 60
Teorema 3.2.1. Se as condições (H1) - (H4), (J1) - (J2) e (F1) - (F4), são válidas,
então o problema (PI) possui uma solução, não trivial, para todo 𝜆 > 0.
Prova: Notemos, inicialmente, que 𝐼𝜆 (0) = 0.
Afirmação: Se 𝑢 ∈ 𝑋 com 0 < ‖𝑢‖𝑋 < 1, então 𝐼𝜆 (𝑢) > 0.
Inicialmente, precisamos provar que, dado 𝜀 > 0, existe uma contante 𝐶(𝜀) > 0
tal que
de modo que
De modo análogo, por (J1), 𝑞 ∈ 𝐿∞ (Ω) e 𝑞(𝑥) ≤ 𝑝* (𝑥), donde 𝑋 está imerso em 𝐿𝑞(·) (Ω),
e existe 𝐾2 > 0 tal que
Assim, podemos supor ||𝑢𝑛 ||𝑋 suficientemente pequeno, de modo que ||𝑢||𝐿𝑟(·) (Ω) < 1.
Disso e por 𝑞 − > 1, vale
− −
𝐾1𝑞 ||𝑢||𝑞𝑋 ≤ ||𝑢||𝑞𝐿𝑟(·) (Ω) .
−
6
( )
A 6
usando a Proposição 3.4.6, as desigualdades ( ) e ( ) e a desigualdade de Hölder, Pro-
posição ??,
∫︁ ∫︁
𝐼𝜆 (𝑢) = Φ0 (𝑥, |∇𝑢𝑛 |)𝑑𝑥 − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
Ω Ω
𝑐 +
∫︁
≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 −𝜆 𝐶(𝜀)|𝑚(𝑥)||𝑢|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥
𝑝 Ω
𝑐 +
∫︁
≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 − 𝜆𝐶(𝜀) |𝑚(𝑥)||𝑢|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥
𝑝 Ω
𝑐 +
≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 − 2𝜆𝐶(𝜀)||𝑚|| 𝑟(·) ‖|𝑢|𝑞(𝑥) ‖ 𝑟(·)
𝑝 𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω) 𝐿 𝑞(·) (Ω)
𝑐 𝑝+ −
≥ ||𝑢|| 𝑋 − 2𝜆𝐶(𝜀)||𝑚|| 𝑟(·) ||𝑢||𝑞𝐿𝑟(·) (Ω)
𝑝+ 𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω)
𝑐 + −
≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 − 2𝜆𝐶(𝜀)||𝑚|| 𝑟(·) ||𝑢||𝑞𝐿𝑟(·) (Ω)
𝑝 𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω)
𝑐 + −
≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 − 𝐶(𝜀)𝐾3 ||𝑢||𝑞𝑋 .
𝑝
−
Para 𝐾3 = 2𝜆𝐾1𝑞 ||𝑚|| 𝑟(·) e 𝑐 > 0 é a constante vinda de (H3). Escolhendo-se 𝜀,
𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω)
de maneira que 0 < 𝐾3 𝐶(𝜀) < 𝑐
2𝑝+
e observando que ||𝑢||𝑋 < 1 e 𝑞 − > 𝑝+ implicam em
+ −
||𝑢||𝑝𝑋 > ||𝑢||𝑞𝑋 , temos
𝑐 + −
𝐼𝜆 (𝑢) ≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 − 𝐶(𝜀)𝐾3 ||𝑢||𝑞𝑋
𝑝
𝑐 + −
> + ||𝑢||𝑝𝑋 − 𝐶(𝜀)𝐾3 𝜀||𝑢||𝑞𝑋
𝑝
𝑐 + +
> + ||𝑢||𝑝𝑋 − 𝐶(𝜀)𝐾3 𝜀||𝑢||𝑝𝑋
𝑝
> 0.
Por outro lado, devido à condição (F3) e à Proposição 3.4.9, existem 𝑐1 > 0 e
𝑐2 > 0, tais que
Teorema 3.2.2. Suponhamos válidas as condições (H1) - (H4) e (F1) - (F3). Se,
para todo (𝑥, 𝑡) ∈ Ω × R, então o funcional 𝐼𝜆 tem duas sequências de pontos críticos
(𝑢𝑛 )𝑛∈N e (−𝑢𝑛 )𝑛∈N em 𝑋, tais que
∫︁ −𝑢 ∫︁ 𝑢
usando a mudança de variáveis 𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑑𝑠 = 𝑓 (𝑥, 𝜎)𝑑𝜎 (veja Proposição 3.4.10),
0 0
Deste modo, 𝐼𝜆 (𝐴(𝑔, 𝑢)) = 𝐼𝜆 (𝑢), para quaisquer 𝑔 ∈ 𝐺 e 𝑢 ∈ 𝑋. Disso e pela Definição
5.8.1, 𝐼𝜆 é invariante pela ação 𝐴.
Afirmação.2. 𝐼𝜆 satisfaz a condição (𝑃 𝑆)𝑐 . Basta observar que, aqui, exige-se todas as
hipóteses da Proposição 3.1.6, o que é suficiente para provar o resultado desejado.
Por 𝑋 ser um espaço de Banach, reflexivo e também separável, pela Proposição
5.8.3, existem sequências (𝑒𝑛 )𝑛∈N em 𝑋 e (𝑒*𝑛 )𝑛∈N em 𝑋 * , tais que
⎧
⎨ 1 se 𝑖 = 𝑗
𝑋 = span 𝑒𝑛 , 𝑋 * = span 𝑒*𝑛 e 𝑒*𝑖 (𝑒𝑗 ) =
𝑛∈N 𝑛∈N ⎩ 0 se 𝑖 ̸= 𝑗.
𝑘 ∞
Denotemos 𝑋𝑛 = span{𝑒𝑛 }, 𝑌𝑘 := ⊕ 𝑋𝑛 e 𝑍𝑘 := ⊕ 𝑋𝑛 .
𝑛=1 𝑛=𝑘
Afirmação.3. Existem duas sequências (𝜌𝑘 )𝑘∈N e (𝛿𝑘 )𝑘∈N em R, tais que
lim 𝑏𝑘 = ∞ (1)
𝑘→∞
𝑎𝑘 ≤ 0, ∀ 𝑘 ∈ N. (2)
Observe que faz sentido falar em 𝑢 ∈ 𝑍𝑘 , com ||𝑢||𝑋 = 1, pois para cada 𝑘 ∈ N, 𝑍𝑘 é um
subespaço vetorial de 𝑋 diferente de {0}. Também faz sentido falar em ||𝑢||𝐿𝑟(·) (Ω) , pois,
(J2) garante que 𝑟(𝑥) < 𝑝* (𝑥), donde pela Proposição 2.2.4 temos 𝑋 imerso em 𝐿𝑟(·) (Ω).
É importante observar que 0 < 𝛼𝑘+1 ≤ 𝛼𝑘 , donde, existe 𝛼 ≥ 0 tal que
lim 𝛼𝑘 = 𝛼.
𝑛→∞
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 64
Assim, 𝑢 = 0. Na Proposição 3.4.7, mostramos que 𝑟(𝑥) < 𝑝* (𝑥), para todo 𝑥 ∈ Ω implica
na compacidade do mergulho de 𝑋 em 𝐿𝑟(·) (Ω). Disso, 𝑢𝑘𝑙 ⇀ 0 e da Proposição 5.2.10,
lim 𝛼𝑘𝑙 = 0.
𝑙→∞
Por outro lado, para cada 𝑢 ∈ 𝑍𝑘 , com ||𝑢||𝑋 > 1, temos pela Proposição 3.4.6 e
por (F2’), que
∫︁ ∫︁
𝐼𝜆 (𝑢) = Φ0 (𝑢, |∇𝑢|)𝑑𝑥 − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
Ω Ω
𝑐 𝑝−
∫︁
|𝑚(𝑥)|
≥ +
||𝑢||𝑋 − 𝜆 · |𝑢|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥
𝑝 Ω 𝑞(𝑥)
𝑐 𝑝 − 𝜆 ∫︁
≥ +
||𝑢||𝑋 − − |𝑚(𝑥)| · |𝑢|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥
𝑝 𝑞 Ω
𝑐 − 2𝜆
≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 − − ||𝑚|| 𝑟(·) ||𝑢𝑞(𝑥) || 𝑟(·)
𝑝 𝑞 𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω) 𝐿 𝑞(·) (Ω)
𝑐 − 2𝜆 +
≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 − − ||𝑚|| 𝑟(·) ||𝑢||𝑞𝐿𝑟(·) (Ω)
𝑝 𝑞 𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω)
𝑐 − 2𝜆 𝑞
= ||𝑢||𝑝𝑋 − − 𝐶||𝑢||𝐿+𝑟(·) (Ω)
𝑝+ 𝑞
⃦ ⃦𝑞+
𝑐 𝑝− 2𝜆 𝑞+ ⃦ 𝑢 ⃦
⃦ ⃦
= ||𝑢|| 𝑋 − 𝐶||𝑢||𝑋 ·
𝑝+ 𝑞− ⃦ ||𝑢||𝑋 ⃦ 𝑟(·)
⃦ ⃦
𝐿 (Ω)
𝑐 𝑝− 2𝜆 𝑞+ 𝑞+
≥ ||𝑢||𝑋 − 𝐶𝛼𝑘 ||𝑢||𝑋
𝑝+ 𝑞−
onde, na terceira desigualdade acima, utilizamos a Proposição ??, pois 𝑟(𝑥)−𝑞(𝑥)
𝑟(𝑥)
+ 𝑞(𝑥)
𝑟(𝑥)
= 1,
e na quarta desigualdade a Proposição 2.1.6. 𝑐 é a constante de (H3), 𝐶 = ||𝑚|| 𝑟(·)
𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω)
𝑢
e na última desigualdade vem de || ||𝑢|| 𝑋
||𝑋 = 1. Diante disso,
⃦ ⃦
⃦ 𝑢 ⃦
⃦ ⃦
∈ {||𝑣||𝐿𝑟(·) (Ω) ; ||𝑣||𝑋 = 1},
⃦ ||𝑢||𝑋 ⃦
⃦ ⃦
𝐿𝑟(·) (Ω)
𝑢
donde 𝛼𝑘 ≥ || ||𝑢|| || 𝑟(·) (Ω) , por ser o supremo do conjunto acima.
𝑋 𝐿
𝑐 − 2𝜆 + +
𝐼𝜆 (𝑢) ≥ +
||𝑢||𝑝𝑋 − − 𝐶𝛼𝑘𝑞 ||𝑢||𝑞𝑋
𝑝 𝑞
𝑐 𝑝− 2𝜆𝐶 𝑞+ 𝑞+
= 𝛿 − − 𝛼𝑘 𝛿𝑘
𝑝+ 𝑘 𝑞
𝑐 𝑝− 2𝜆𝐶 𝑞+ 𝑝− +𝜉
= 𝛿 − − 𝛼𝑘 𝛿𝑘
𝑝+ 𝑘 𝑞
𝑐 𝑝− 2𝜆𝐶 𝑞+ 𝜉 𝑝−
= 𝛿 − − 𝛼𝑘 𝛿𝑘 𝛿𝑘
𝑝+ 𝑘 𝑞
𝑐 𝑝− 2𝜆𝐶 𝑐 𝜉 𝑝−
≥ +
𝛿𝑘 − − 𝜉 𝛿𝑘 𝛿𝑘 ,
𝑝 𝑞 2𝜆𝐶𝛿𝑘
lim 𝐼𝜆 (𝑢) = ∞.
𝑘→∞
3.4.9, que
∫︁ ∫︁
𝐼𝜆 (𝑢) = Φ0 (𝑢, |∇𝑢|)𝑑𝑥 − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
Ω Ω
∫︁ ∫︁ |∇𝑢| ∫︁
= 𝜑(𝑥, 𝜂)𝜂𝑑𝜂𝑑𝑥 − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
Ω 0 Ω
∫︁ ∫︁ |∇𝑢| ∫︁
𝑝(𝑥)−1
≤ (𝑎(𝑥) + 𝑏|𝜂| )𝑑𝜂𝑑𝑥 − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
Ω 0 Ω
∫︁
𝑏 ∫︁ ∫︁
≤ 𝑎(𝑥)|∇𝑢|𝑑𝑥 + |∇𝑢|𝑝(𝑥) 𝑑𝑥 − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
Ω 𝑝− Ω Ω
𝑏 ∫︁
≤ 2||∇𝑢||𝐿𝑝(·) (Ω) ||𝑎||𝐿 (Ω) + − 𝜌(|∇𝑢|) − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
𝑝′ (·)
𝑝 Ω
𝑏 +
∫︁
≤ 2||∇𝑢||𝐿𝑝(·) (Ω) ||𝑎||𝐿𝑝′ (·) (Ω) + − ||∇𝑢||𝑝𝐿𝑝(·) − 𝜆 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
𝑝 Ω
𝑏 + +
∫︁
≤ 2𝐾1 ||𝑢||𝐿𝑝(·) (Ω) ||𝑎||𝐿𝑝′ (·) (Ω) + − 𝐾2𝑝 ||𝑢||𝑝𝐿𝑝(·) (Ω) − 𝜆 (𝑐1 |𝑡|𝜃1 − 𝑐2 )𝑑𝑥
𝑝 Ω
𝑝+ 𝑝+ 𝑏 𝑝+ 𝑝+ 𝑝+
∫︁
= 2𝐾1 𝐾3 ||𝑎||𝐿𝑝′ (·) (Ω) ||𝑢||𝑋 + − 𝐾2 𝐾3 ||𝑢||𝑋 − 𝜆𝑐1 |𝑢|𝜃1 𝑑𝑥 + 𝜆𝑐2 |Ω|
𝑝 Ω
+ 𝑏 +
≤ 2𝐾||𝑎||𝐿𝑝′ (·) (Ω) ||𝑢||𝑝𝑋 + − 𝐾||𝑢||𝑝𝑋 − 𝜆𝑐1 ||𝑢||𝜃𝐿1𝜃1 (Ω) + 𝜆𝑐2 |Ω|,
𝑝
+ + +
com 𝐾 = max{𝐾1 𝐾3𝑝 , 𝐾2𝑝 𝐾3𝑝 }. Como dim(𝑌𝑘 ) é finita, todas as normas em 𝑌𝑘 são
equivalentes. Disto e por 𝜃1 > 1, temos ||𝑢||𝜃𝐿1𝜃1 (Ω) ≤ 𝐶2 ||𝑢||𝜃𝑋1 . Assim,
+ 𝑏𝐾 +
𝐼𝜆 (𝑢) ≤ 2𝐾||𝑎||𝐿𝑝′ (·) (Ω) ||𝑢||𝑝𝑋 + −
||𝑢||𝑝𝑋 − 𝜆𝑐1 𝐶2 ||𝑢||𝜃𝑋1 + 𝜆𝑐2 |Ω|.
𝑝
Por isso e por 𝜃1 > 𝑝+ > 1, segue que
o que prova (2). Assim, podemos escolher 𝜌𝑘 > 𝛿𝑘 > 0, de modo que todas as hipóteses
do Teorema de Fountain, Teorema 5.8.2 estejam satisfeitas, o que completa a prova. .
3.2.1 Aplicações
onde, 𝑎 ∈ 𝐿∞ (Ω) e existe 𝑎0 > 0 tal que 𝑎(𝑥) ≥ 𝑎0 para que todo 𝑥 ∈ Ω.
(H1). Para cada 𝑡 fixado, temos que 𝑥 ↦−→ |𝑡|𝑝(𝑥)−2 é uma função contínua e,
portanto, mensurável. Também, por 𝑎 ∈ 𝐿∞ (Ω), 𝑎 é mensurável. Segue então, que o
produto destas funções 𝑥 ↦−→ 𝑎(𝑥)|𝑡|𝑝(𝑥)−2 é mensurável.
Agora, para cada 𝑥 fixo, 𝑡 ↦−→ 𝑎(𝑥) é uma função constante, portanto, contínua,
derivável, com derivada integrável e leva conjuntos de medida de Lebesgue nula em con-
juntos de medida de Lebesgue nula. De modo análogo, 𝑡 ↦−→ |𝑡|𝑝(𝑥)−2 tem as mesmas
propriedades. Disso e pelo Teorema ??, segue que ambas são absolutamente contínuas e,
assim o produto 𝑡 ↦−→ 𝑎(𝑥)|𝑡|𝑝(𝑥)−2 também é absolutamente contínua.
(H2). Tomando 𝑑(𝑥) = 0, para todo 𝑥 ∈ Ω, ou seja, a função identicamente nula em Ω e
𝑏 := ||𝑎||𝐿∞ ,
temos
(H3). Como vale, 0 < 𝑎0 ≤ 𝑎(𝑥) e 1 < 𝑝− ≤ 𝑝(𝑥), para todo 𝑥 ∈ Ω, podemos considerar
𝑐|𝜂|𝑝(𝑥)−2 ≤ 𝑎(𝑥)|𝜂|𝑝(𝑥)−2
= 𝜑(𝑥, 𝜂).
Por conseguinte,
∫︁ |𝜉|
𝑝(𝑥)−2
𝑎(𝑥)|𝜉| 2 +
|𝜉| ≤ 𝑝 𝑎(𝑥) |𝜂|𝑝(𝑥)−1 𝑑𝜂
0
∫︁ |𝜉|
= 𝑝+ 𝑎(𝑥)|𝜂|𝑝(𝑥)−2 |𝜂|𝑑𝜂.
0
Deste modo,
(H1). Com argumento análogo ao exemplo anterior, para cada 𝑡 fixado em [0, ∞), as
funções
|𝑡|𝑝(𝑥)
𝑥 ↦→ 1 + √︁ e 𝑥 ↦→ |𝑡|𝑝(𝑥)−2
1 + |𝑡|2𝑝(𝑥)
|𝑡|𝑝(𝑥)
𝑥 ↦→ 1 + √︁ |𝑡|𝑝(𝑥)−2
1+ |𝑡|2𝑝(𝑥)
|𝑡|𝑝(𝑥)
𝑡 ↦→ 1 + √︁ e 𝑡 ↦→ |𝑡|𝑝(𝑥)−2
1+ |𝑡|2𝑝(𝑥)
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 69
são de classe 𝐶 ∞ , portanto, contínuas, deriváveis, com derivada integrável e levam con-
juntos de medida de Lebesgue nula em conjuntos de medida de Lebesgue nula. Assim,
estas propriedades, através do Teorema ??, permitem-nos concluir que o produto
|𝑡|𝑝(𝑥)
𝑥 ↦→ 1 + √︁ |𝑡|𝑝(𝑥)−2 ,
1+ |𝑡|2𝑝(𝑥)
é localmente absolutamente contínuo.
Consequentemente,
⎛ ⎞
|𝑣|𝑝(𝑥) ⎠|𝑣|𝑝(𝑥)−1
⎝1 + √︁ ≤ 2|𝑣|𝑝(𝑥)−1 ⇒ |𝜙(𝑥, |𝑣|)𝑣| ≤ 𝑑(𝑥) + 𝑏|𝑣|𝑝(𝑥)−1 .
1+ |𝑣|2𝑝(𝑥)
|𝑣|2𝑝(𝑥) 1 1 + |𝜉|2𝑝(𝑥)
≤ 1 ≤ 1 + = .
1 + |𝑣|2𝑝(𝑥) |𝜉|2𝑝(𝑥) |𝜉|2𝑝(𝑥)
𝑝+
Como 1 ≤ 𝑝(𝑥)
, temos
𝑝+
|𝜉|𝑝(𝑥) ≤ |𝜉|𝑝(𝑥) .
𝑝(𝑥)
|𝜉|2𝑝(𝑥) 𝑝+ √︁
|𝜉|𝑝(𝑥) + √︁ ≤ |𝜉|𝑝(𝑥) + 1 + |𝜉|2𝑝(𝑥)
1 + |𝜉|2𝑝(𝑥) 𝑝(𝑥)
𝑝+ 𝑝+ √︁
≤ |𝜉|𝑝(𝑥) + 1 + |𝜉|2𝑝(𝑥)
𝑝(𝑥) 𝑝(𝑥)
⎛ √︁ ⎞
|𝜉| 𝑝(𝑥) 1 + |𝜉|2𝑝(𝑥)
= 𝑝+ ⎝ + ⎠.
𝑝(𝑥) 𝑝(𝑥)
Φ0 (𝑥, |∇𝑢(𝑥)|)𝑑𝑥
∫︀
* Ω
𝜆 = inf ∫︀ .
𝑢∈𝑋∖{0} Ω 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
𝑟(𝑥)
𝛾(𝑥) = , ∀ 𝑥 ∈ Ω.
𝑟(𝑥) − 𝑞(𝑥)
As hipóteses (J3) e (F5) serão exibidas a seguir. No que segue, forneceremos uma série de
resultados que nos auxiliarão na prova do Teorema 3.3.1. Começamos exibindo a condição
(F5).
(F5) Existe uma função mensurável, não-negativa 𝑚 ∈ 𝐿𝛾(𝑥) (Ω), tal que
De outro modo,
𝑚(𝑥) 𝑞(𝑥) 𝑚(𝑥) 𝑞(𝑥)
− |𝑡| ≤ 𝐹 (𝑥, 𝑡) ≤ |𝑡| , ∀ (𝑥, 𝑡) ∈ Ω × R.
𝑞(𝑥) 𝑞(𝑥)
Consequentemente,
𝑚(𝑥) 𝑞(𝑥)
0 ≤ 𝐹 (𝑥, 𝑡) ≤ |𝑡| , ∀ (𝑥, 𝑡) ∈ Ω × R.
𝑞(𝑥)
Além disso, devido à condição (F5), 𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑠 ≥ 0, para todo (𝑥, 𝑡) ∈ Ω × R. Assim, se
𝑡 > 0 e 0 < 𝑠 < 𝑡, por 𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑠 ≥ 0, temos 𝑓 (𝑥, 𝑠) ≥ 0, logo
∫︁ 𝑡
𝐹 (𝑥, 𝑡) = 𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑑𝑠 ≥ 0.
0
∫︁ 0
Ainda, 𝐹 (𝑥, 0) = 𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑑𝑠 = 0. E, caso 𝑡 < 0 e 𝑡 < 𝑠 < 0, por 𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑠 ≥ 0, temos
0
𝑓 (𝑥, 𝑠) ≤ 0, logo
∫︁ 𝑡 ∫︁ 0
𝐹 (𝑥, 𝑡) = 𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑑𝑠 = − 𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑑𝑠 ≥ 0.
0 𝑡
Diante disso, 𝐹 (𝑥, 𝑡) ≥ 0, para todo (𝑥, 𝑡) ∈ Ω × R. Com isso, finalizamos a prova desta
proposição.
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 72
Proposição 3.3.3. Supondo a validade de (J1) e (J2), então existem 𝛿 ∈ (0, 1) e uma
função mensurável 𝑙 ∈ 𝐿∞ (Ω), de modo que
⎧ ⎫
⎨ 𝑝(𝑥)𝛾(𝑥) 𝑝* (𝑥) ⎬
max ⎩ , * ≤ 𝑙(𝑥)
𝑝(𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥) 𝑝 (𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥) ⎭
⎧ ⎫
⎨ 𝑝* (𝑥)𝛾(𝑥) 𝑝(𝑥) ⎬
≤ min ⎩ * , ;,
𝑝 (𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥) 𝑝(𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥) ⎭
Como 𝑝(𝑥), 𝛾(𝑥), 𝑝* (𝑥), 𝑞(𝑥) > 1 para todo 𝑥 ∈ Ω, e buscamos 𝛿 ∈ (0, 1),
(1)
𝑝(𝑥)𝛾(𝑥) 𝑝* (𝑥)𝛾(𝑥) 𝑝(𝑥) 𝑝* (𝑥)
≤ * ⇔ ≤ *
𝑝(𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥) 𝑝 (𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥) 𝑝(𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥) 𝑝 (𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥)
⇔ 𝑝(𝑥)(𝑝* (𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥)) ≤ 𝑝* (𝑥)(𝑝(𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥))
⇔ 𝑝(𝑥)𝑝* (𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥)𝑝(𝑥) ≤ 𝑝* (𝑥)𝑝(𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥)𝑝* (𝑥)
⇔ 𝛿𝛾(𝑥)𝑝(𝑥) ≤ 𝛿𝛾(𝑥)𝑝* (𝑥)
⇔ 𝑝(𝑥) ≤ 𝑝* (𝑥).
Mas, pela condição (J1) sabemos que 𝑝(𝑥) ≤ 𝑝* (𝑥), para todo 𝑥 ∈ Ω. Logo, vale (1).
(2)
𝑝* (𝑥) 𝑝(𝑥)
*
≤ ⇔ 𝑝* (𝑥)(𝑝(𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥)) ≤ 𝑝(𝑥)(𝑝* (𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥))
𝑝 (𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥) 𝑝(𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥)
⇔ 𝛿𝑝* (𝑥) − 𝑞(𝑥)𝑝* (𝑥) ≤ 𝛿𝑝(𝑥) − 𝑞(𝑥)𝑝(𝑥)
⇔ (𝛿 − 𝑞(𝑥))𝑝* (𝑥) ≤ (𝛿 − 𝑞(𝑥))𝑝(𝑥)
⇔ 𝑝* (𝑥) ≥ 𝑝(𝑥).
Notemos que 𝑝* (𝑥) ≥ 𝑝(𝑥) para todo 𝑥 ∈ Ω. Também, utilizamos o fato de que 𝑞(𝑥) > 1
e 1 > 𝛿 > 0, ou seja, 𝛿 − 𝑞(𝑥) < 0, para todo 𝑥 ∈ Ω. Segue assim, a validade de (2).
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 73
(3)
𝑝* (𝑥) 𝑝* (𝑥)𝛾(𝑥)
≤
𝑝* (𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥) 𝑝* (𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥)
Procedendo de maneira análoga aos itens anteriores, na parte final da prova desta desi-
gualdade teremos:
𝑝* (𝑥) 𝑝* (𝑥) 𝑟(𝑥)
*
≤ 𝛾(𝑥) ⇔ *
≤
𝑝 (𝑥) − 𝑞(𝑥) 𝑝 (𝑥) − 𝑞(𝑥) 𝑟(𝑥) − 𝑞(𝑥)
⇔ 𝑝* (𝑥)(𝑟(𝑥) − 𝑞(𝑥)) ≤ 𝑟(𝑥)(𝑝* (𝑥) − 𝑞(𝑥))
⇔ 𝑝* (𝑥)𝑟(𝑥) − 𝑝* (𝑥)𝑞(𝑥) ≤ 𝑟(𝑥)𝑝* (𝑥) − 𝑟(𝑥)𝑞(𝑥)
⇔ −𝑝* (𝑥)𝑞(𝑥) ≤ −𝑟(𝑥)𝑞(𝑥)
⇔ −𝑝* (𝑥) ≤ −𝑟(𝑥)
⇔ 𝑝* (𝑥) ≥ 𝑟(𝑥).
Mas, por (J2), temos a garantia de que 𝑝* (𝑥) > 𝑟(𝑥). Logo, vale (3).
(4) Podemos provar de maneira análoga a validade de (4), isto é,
𝑝(𝑥)𝛾(𝑥) 𝑝(𝑥)
≤ .
𝑝(𝑥) + 𝛿𝛾(𝑥) 𝑝(𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥)
𝛾− − 1 𝛾(𝑥) − 1
Como 𝛿 < −
≤ , já que
𝛾 𝛾(𝑥)
𝛾− − 1 𝛾(𝑥) − 1
≤ ⇔ 𝛾(𝑥)(𝛾 − − 1) ≤ 𝛾 − (𝛾(𝑥) − 1)
𝛾− 𝛾(𝑥)
⇔ 𝛾(𝑥)𝛾 − − 𝛾(𝑥) ≤ 𝛾 − 𝛾(𝑥) − 𝛾 −
⇔ −𝛾(𝑥) ≤ −𝛾 − ⇔ 𝛾(𝑥) ≥ 𝛾 − ,
𝛾(𝑥) 𝛾− − 1 𝛾(𝑥)
𝛿 < −
·
𝛾(𝑥) − 1 𝛾 𝛾(𝑥) − 1
𝛾(𝑥) − 1 𝛾(𝑥)
≤ · = 1.
𝛾(𝑥) 𝛾(𝑥) − 1
Como 𝑝(𝑥) > 1 para todo 𝑥 ∈ Ω, segue neste caso, que 𝑙(𝑥) > 1. Analisaremos agora o
outro caso.
𝑝* (𝑥)
𝑙(𝑥) ≥ *
> 1 ⇔ 𝑝* (𝑥) > 𝑝* (𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥)
𝑝 (𝑥) + 𝛿 − 𝑞(𝑥)
≥ 𝑝* (𝑥) + 𝛿 − 𝑞 + .
Mas por (J1) e pela definição de 𝛿, temos 𝑞 + > 1 e 𝛿 < 1, donde 𝑝* (𝑥) + 𝛿 − 𝑞 + < 𝑝* (𝑥).
Com isto encerramos a prova de que 𝑙(𝑥) > 1.
𝑟(𝑥)
Finalmente, resta-nos provar que 𝑙(𝑥) < .
𝑟(𝑥) − 𝑞(𝑥)
𝑟(𝑥)
𝑙(𝑥) < .
𝑟(𝑥) − 𝑞(𝑥)
Lema 3.3.4. Se as condições (H3), (J1), (J2), (F1), (F5) são válidas e
1
𝑞+ − 𝑝− < 𝛿, (J3)
2
onde, 𝛿 vêm da Proposição (3.3.3). Então os funcionais Φ e Ψ são tais que:
Φ(𝑢) Φ(𝑢)
lim =∞ e lim = ∞. (3.3.1)
||𝑢||𝑋 →0 Ψ(𝑢) ||𝑢||𝑋 →∞ Ψ(𝑢)
𝑟(𝑥)
a qual, pode ser provada utilizando a Proposição 2.1.6, tomando os índices 𝑝(𝑥) = 𝑞(𝑥)
e
𝑞(𝑥) = 𝑞(𝑥). Assim,
⃒ 𝑚(𝑥) 𝑞(𝑥) ⃒
⃒ ∫︁ ⃒ ∫︁ ⃒ ⃒
⃒ ⃒
|Ψ(𝑢)| = ⃒ 𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥⃒⃒ ≤ ⃒ |𝑢| ⃒⃒𝑑𝑥
Ω 𝑞(𝑥)
⃒ ⃒
Ω
1 ∫︁
≤ |𝑚(𝑥)||𝑢|𝑞(𝑥) 𝑑𝑥
𝑞− Ω
2
≤ ||𝑚|| 𝑟(·) |||𝑢|𝑞(𝑥) || 𝑟(·)
𝑞− 𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω) 𝐿 𝑞(·) (Ω)
2
(︂ )︂
𝑞+ 𝑞−
≤ ||𝑚||𝐿 𝛾(·) (Ω) ||𝑢|| 𝐿𝑟(·) (Ω)
+ ||𝑢|| 𝐿𝑟(·) (Ω)
𝑞−
2
(︂ )︂
𝑞+ 𝑞+ 𝑞− 𝑞−
≤ ||𝑚||𝐿𝛾(·) (Ω) 𝐶1 ||∇𝑢||𝐿𝑟(·) (Ω) + 𝐶2 ||∇𝑢||𝐿𝑟(·) (Ω)
𝑞−
2𝐶
(︂ )︂
𝑞+ 𝑞−
≤ ||𝑚||𝐿 𝛾(·) (Ω) ||𝑢|| 𝑋 + ||𝑢|| 𝑋 .
𝑞−
Onde, na penúltima desigualdade utilizamos a Desigualdade de Poincaré, Proposição 2.2.5
+ −
e na última, o fato de que ||𝑢||𝑋 ser equivalente a norma ||∇𝑢||𝐿𝑝(·) (Ω) e 𝐶 = 𝐶1𝑞 +𝐶2𝑞 > 0.
Agora, seja 𝑢 ∈ 𝑋 com ||𝑢||𝑋 ≤ 1. Segue da Proposição 3.4.6 e da desigualdade
acima que
∫︁
+
Φ0 (𝑥, |∇𝑢|)𝑑𝑥
⃒ ⃒
⃒ Φ(𝑢) ⃒
⃒ ⃒
Ω
𝑐
𝑝+
||𝑢||𝑝𝑋
⃒ ⃒ ≥ − ≥ − .
⃒ Ψ(𝑢) ⃒ 4𝐶
||𝑚||𝐿𝛾(·) (Ω) ||𝑢||𝑞𝑋 4𝐶
||𝑚||𝐿𝛾(·) (Ω) ||𝑢||𝑞𝑋
⃒ ⃒
𝑞− 𝑞−
Ainda, se 𝑢 ∈ 𝑋 é tal que ||𝑢||𝑋 > 1, então por (F5’) e pela Desigualdade de Hölder,
Proposição ??,
1 ∫︁
|Ψ(𝑢)| ≤ − 𝑚(𝑥)|𝑢|𝛿 |𝑢|𝑞(𝑥)−𝛿 𝑑𝑥
𝑞 Ω
2
≤ − ||𝑚|𝑢|𝛿 ||𝐿𝑙(·) (Ω) || |𝑢|𝑞(𝑥)−𝛿 ||𝐿𝑙′ (·) (Ω) .
𝑞
logo, sem perda de generalidade, podemos assumir que ||𝑚|𝑢|𝛿 ||𝐿𝑙(·) (Ω) > 1. Das Proposi-
ções ??, 2.1.5 e 2.1.6,
1
2 ∫︁
(︂ )︂
𝑙−
|Ψ(𝑢)| = − 𝑚𝑙(𝑥) |𝑢|𝛿𝑙(𝑥) 𝑑𝑥 || |𝑢|𝑞(𝑥)−𝛿 ||𝐿𝑙′ (·) (Ω)
𝑞 Ω
4 1 1
≤ − ||𝑚𝑙(𝑥) || 𝑙−𝛾(·) || |𝑢|𝛿𝑙(𝑥) || 𝑙−( 𝛾(·) )′ || |𝑢|𝑞(𝑥)−𝛿 ||𝐿𝑙′ (·) (Ω)
𝑞 𝐿 𝑙(·) (Ω) 𝐿 𝑙(·) (Ω)
+
4 𝛿 𝛾−
(︂ )︂
𝛼
≤ −
||𝑚||𝐿𝛾(·) (Ω) ||𝑢|| 𝛾
𝛾(·) ′ + ||𝑢||𝛿 𝛿𝑙(·)( 𝛾(·) )′
𝑞 𝐿
𝛿𝑙(·)(
𝑙(·)
)
(Ω) 𝐿 𝑙(·)
(Ω)
(︂ )︂
+ −𝛿 − −𝛿
× ||𝑢||𝑞𝐿(𝑞(·)−𝛿)𝑙 ′ (·)
(Ω)
+ ||𝑢||𝑞𝐿(𝑞(·)−𝛿)𝑙 ′ (·)
(Ω)
.
onde,
⎧
⎨ 𝑙+ , se ||𝑚||𝐿𝛾(·) (Ω) > 1 ;
𝑙−
𝛼=
⎩ 1, se ||𝑚||𝐿𝛾(·) (Ω) ≤ 1.
para quase todo 𝑥 ∈ Ω. Logo, pela Imersão de Sobolev, Proposição 2.2.4, existe 𝐶 > 0,
tal que
+
4𝐶 2𝛿 𝛾 −
(︂ )︂
2(𝑞 + −𝛿)
|Ψ(𝑢)| ≤ − ||𝑚||𝛼𝐿𝛾(·) (Ω) ||𝑢||𝑋 𝛾 + ||𝑢||𝑋 , q.t.p. 𝑥 ∈ Ω.
𝑞
Portanto,
𝑐 −
||𝑢||𝑝𝑋
⃒ ⃒
⃒ Φ(𝑢) ⃒ +
⃒ ⃒
𝑝
⃒ ⃒ ≥ + )︂ .
⃒ Ψ(𝑢) ⃒ 4𝐶 2𝛿 𝛾 −
⃒ ⃒ (︂
𝛼 𝛾 2(𝑞 + −𝛿)
−
||𝑚||𝐿 𝛾(·) (Ω) ||𝑢||𝑋 + ||𝑢||𝑋
𝑞
.
Disso e de ( ), decorre que lim
Φ(𝑢)
||𝑢||𝑋 →∞ Ψ(𝑢)
= ∞.
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 77
Lema 3.3.5. Supondo a validade das condições (H1) - (H3) e (J1), então Φ é fraca-
mente semi-contínua inferiormente.
Prova: Seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝑋, tal que 𝑢𝑛 ⇀ 𝑢. Como Φ′ é monótona, pela
Proposição 5.6.4,
Consequentemente,
= Φ(𝑢).
1 𝑚(𝑥)𝛾(𝑥) |𝑡|𝑟(𝑥)
(︂ )︂
𝐹 (𝑥, 𝑡) ≤ + + ′ , ∀ 𝑡 ∈ R, q.t.p. 𝑥 ∈ Ω.
𝑞− 𝛾− (𝛾 )
𝛾
1
= − 𝑚(𝑥)𝛾(𝑥) +
1
[𝛾(𝑥)]′
|𝑡|𝑟(𝑥) , A
( )
𝑟(𝑥)
observando que [𝛾(𝑥)]′ = . Ainda,
𝑞(𝑥)
𝑟(𝑥)
𝑞(𝑥)
≥ +
𝛾+
𝛾 −1
, ∀ 𝑥 ∈ Ω. AA)
(
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 78
Com efeito,
𝑟(𝑥)
𝛾 + ≥ 𝛾(𝑥) = ⇒ (𝑟(𝑥) − 𝑞(𝑥))𝛾 + ≥ 𝑟(𝑥)
𝑟(𝑥) − 𝑞(𝑥)
⇒ 𝑟(𝑥)𝛾 + − 𝑟(𝑥) ≥ 𝑞(𝑥)𝛾 +
⇒ 𝑟(𝑥)(𝛾 + − 1) ≥ 𝑞(𝑥)𝛾 +
𝑟(𝑥) 𝛾+
⇒ ≥ + = (𝛾 + )′ .
𝑞(𝑥) 𝛾 −1
𝑚(𝑥) 𝑞(𝑥)
Agora, por 1 < 𝑞 − 𝐹 (𝑥, 𝑡) ≤ −
|𝑡| ≤ 𝑚(𝑥)|𝑡|𝑞(𝑥) , para todo (𝑥, 𝑡) ∈ Ω × R. Disso,
𝑞
A
por ( ) e ( AA), segue que
1 𝑚(𝑥)𝛾(𝑥) |𝑡|𝑟(𝑥)
(︂ )︂
𝐹 (𝑥, 𝑡) ≤ − + + ′ , ∀ 𝑡 ∈ R, q.t.p. 𝑥 ∈ Ω.
𝑞 𝛾− (𝛾 )
Finamente, por 𝑓 ser uma função de Carathéodory, F também o é. Além disso, como
𝛾(𝑥)
𝑚 ∈ 𝐿𝛾(𝑥) (Ω), temos 𝑞−𝑚(𝛾 + )′ ∈ 𝐿𝛾(𝑥) (Ω) e 𝑞− (𝛾1 + )′ > 0. Logo, pela Proposição 2.1.16,
𝑁𝐹 : 𝐿𝑟(·) (Ω) → 𝐿1 (Ω) é contínuo.
Proposição 3.3.7. Se as condições (J1), (J2), (F1) e (F5) são válidas, então Ψ é
fortemente contínua.
Prova: Seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝑋, tal que 𝑢𝑛 ⇀ 𝑢 em 𝑋. Na Proposição 3.4.7
provamos que a imersão 𝑋 ˓→ 𝐿𝑟(·) (Ω) é compacta. Logo, 𝑢𝑛 → 𝑢 em 𝐿𝑟(·) (Ω). No
Lema 3.3.6, logo acima, provamos que o operado de Nemytskii 𝑁𝐹 : 𝐿𝑟(·) (Ω) → 𝐿1 (Ω) é
contínuo. Consequentemente, Ψ(𝑢𝑛 ) → Ψ(𝑢). Portanto, Ψ é fortemente contínua.
Prova do teorema (3.3.1): Inicialmente observemos que𝜆* ≥ 0. Com eleito, já vimos
que Φ0 (𝑥, |∇𝑢|) ≥ 𝑝𝑐+ |∇𝑢|𝑝(𝑥) ≥ 0 e 𝐹 (𝑥, 𝑢) ≥ 0. Com isso,
∫︁
Φ0 (𝑥, |∇𝑢|)𝑑𝑥
𝜆* = inf Ω∫︁
≥ 0.
𝑢∈𝑋∖{0}
𝐹 (𝑥, 𝑢)𝑑𝑥
Ω
Se 𝜆* = 0, então, pela definição de ínfimo, existe uma sequência (𝑢𝑛 )𝑛∈N em 𝑋∖{0}, tal
que
lim
Φ(𝑢𝑛 )
𝑛→∞ Ψ(𝑢 )
= 0. 6
( )
𝑛
Deste modo,
𝑐 +
||𝑢𝑛 ||𝑝𝑋
⃒ ⃒
Φ(𝑢𝑛 ) ⃒⃒ Φ(𝑢𝑛 ) ⃒⃒ +
⃒ ⃒
𝑝
=⃒ ⃒ ≥ 4𝑐
Ψ(𝑢𝑛 ) ⃒ Ψ(𝑢𝑛 ) ⃒ ||𝑢𝑛 ||𝑞𝑋
−
𝑞 −
+ −
≥ 𝐶||𝑢𝑛 ||𝑝𝑋 −𝑞 .
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 79
+ −
Mas, pela condição (J2), 𝑝+ < 𝑞 − , logo lim ||𝑢𝑛 ||𝑝𝑋 −𝑞 = 0 e lim ||𝑢𝑛 ||𝑋 = ∞. Disso e
𝑛→∞ 𝑛→∞
pelo Lema 3.3.4,
Φ(𝑢𝑛 )
lim = ∞,
𝑛→∞ Ψ(𝑢 )
𝑛
6
o que contraria ( ). Portanto, 𝜆* > 0.
Provaremos agora, que 𝜆* é um autovalor para o problema (PI). Para tal, seja
(𝑢𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝑋∖{0}, tal que
lim
Φ(𝑢𝑛 )
𝑛→∞ Ψ(𝑢 )
= 𝜆* e 0 <
Φ(𝑢𝑛 )
Ψ(𝑢𝑛 )
, ∀ 𝑛 ∈ N. C
( )
𝑛
Afirmamos que existe subsequência (𝑢𝑘 )𝑘∈N de (𝑢𝑛 )𝑛∈N limitada em 𝑋. De fato, se,
supormos que não existe subsequência limitada, então lim ||𝑢𝑛 ||𝑋 = ∞. Disso e pelo
𝑛→∞
Lema 3.3.4,
Φ(𝑢𝑛 )
lim = ∞,
𝑛→∞ Ψ(𝑢𝑛 )
C
o que contraria ( ).
Com isso, suponha, sem perda de generalidade, que (𝑢𝑛 )𝑛∈N é limitada em 𝑋.
Como 𝑋 é reflexivo, podemos usar a Proposição 5.2.9, garantindo a existência de 𝑢 ∈ 𝑋
tal que 𝑢𝑛 ⇀ 𝑢 em 𝑋.
Afirmação: 𝑢 ̸= 0.
Com efeito, suponha, por absurdo, que 𝑢 = 0. Como Ψ é fortemente contínua
(Proposição 3.3.7), Ψ(𝑢𝑛 ) −→ 0. Por conseguinte,
Φ(𝑢𝑛 )
lim Φ(𝑢𝑛 ) = lim Ψ(𝑢𝑛 ) = 𝜆* 0 = 0.
𝑛→∞ 𝑛→∞ Ψ(𝑢𝑛 )
Φ(𝑢𝑛 )
lim = ∞,
𝑛→∞ Ψ(𝑢𝑛 )
C
o que contraria ( ). Isto prova que 𝑢 ̸= 0.
Afirmação 2: 𝜆* é um autovalor para o problema (PI).
De fato, da convergência fraca 𝑢𝑛 ⇀ 𝑢, seguem das Proposições 3.3.5 e 3.3.7, que
Com isso,
Φ(𝑢𝑛 ) Φ(𝑢𝑛 )
Φ(𝑢) ≤ lim inf Ψ(𝑢𝑛 ) = lim · lim Ψ(𝑢𝑛 ) = 𝜆* Ψ(𝑢).
𝑛→∞ Ψ(𝑢𝑛 ) 𝑛→∞ Ψ(𝑢𝑛 ) 𝑛→∞
De outro modo,
Φ(𝑢)
𝜆* ≥ .
Ψ(𝑢)
Por outro lado, devido à caracterização de 𝜆* e a 𝑢 ̸= 0
Φ(𝑣) Φ(𝑢)
𝜆* = inf ≤ .
𝑣∈𝑋∖{0} Ψ(𝑣) Ψ(𝑢)
Assim sendo, concluímos que
Φ(𝑢) = 𝜆* Ψ(𝑢).
lim 𝐼𝜆 (𝑢) = ∞
||𝑢||𝑋 →∞
Portanto 𝐼𝜆 é coercivo. Por outro lado, a Proposição 3.3.5 diz que 𝐼𝜆 é fracamente semi-
contínuo inferiormente. Como 𝑋 é um espaço de Banach reflexivo, podemos então utilizar
a Proposição 5.6.9, que garante existência um minimizador global 𝑢1 de 𝐼𝜆 .
Φ(𝑤)
Como 𝜆 > 𝜆* , existe 𝑤 ∈ 𝑋∖{0} de modo que < 𝜆. Assim, 𝐼𝜆 (𝑤) =
Ψ(𝑤)
Φ(𝑤) − 𝜆Ψ(𝑤) < 0. Por conseguinte,
3.3.1 Aplicações
Já vimos no exemplo 3.2.2, que as hipóteses (H1) - (H4) são satisfeitas. Além disso,
𝑓 : Ω × R → R dada por 𝑓 (𝑥, 𝑡) = 𝑚(𝑥)|𝑢|𝑞(𝑥)−2 , cumpre as condições (F1) - (F5), desde
𝑟(·)
que 𝑚 ∈ 𝐿 𝑟(·)−𝑞(·) (Ω) ∩ 𝐿∞ (Ω), com |{𝑥 ∈ Ω ; 𝑚(𝑥) > 0}| > 0. Neste caso, se as condições
(J1) - (J3), são satisfeitas, então o problema E3, possui uma solução fraca para qualquer
𝜆 ≥ 𝜆* .
Exemplo 3.3.2. Seja 𝑝 ∈ 𝐶(Ω) com 2 ≤ 𝑝(𝑥) < 𝑁 , para todo 𝑥 ∈ Ω. O problema
⎧ ⎛ ⎞
(︂ )︂ 𝑝(𝑥)−2
2
⎪
⎝ 1 + |∇𝑢|2 = 𝜆𝑚(𝑥)|𝑢|𝑞(𝑥)−2
⎪
−div ∇𝑢⎠ se 𝑥 ∈ Ω
⎪
⎪
⎪
⎪
⎨
(E4)
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
𝑢(𝑥) = 0 se 𝑥 ∈ 𝜕Ω
⎪
⎩
Neste caso, se as condições (H1) - (H4), são satisfeitas, então o problema E4, possui
uma solução fraca para qualquer 𝜆 ≥ 𝜆* .
𝜕𝑢 𝜕𝑢 𝜕𝑢
(︂ )︂
∇(𝑢) = , ,··· , , 𝑢 ∈ 𝑋,
𝜕𝑥1 𝜕𝑥2 𝜕𝑥𝑁
é contínua.
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 82
Prova: Seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝑋, tal que 𝑢𝑛 → 𝑢 ∈ 𝑋. Mostraremos que
∇𝑢𝑛 → ∇𝑢 em 𝐿𝑝(𝑥) (Ω; R𝑁 ). Com efeito, pela definição da norma em 𝑋 e a Proposição
2.1.7, temos
𝑢𝑛 → 𝑢 ⇔ ||𝑢𝑛 − 𝑢||𝑋 → 0
⇔ ||∇𝑢𝑛 − ∇𝑢||𝐿𝑝(·) (Ω;R𝑁 ) → 0
⇔ 𝜌(∇𝑢𝑛 − ∇𝑢) → 0,
𝑝(𝑥)
pois 𝑝′ (𝑥) = 𝑝(𝑥)−1
. Disso da Proposição 2.1.16, temos o resultado desejado.
𝑤𝑛 → 𝑤 ⇔ ||𝑤𝑛 − 𝑤||𝑋 → 0
⇔ 𝜌(∇𝑤𝑛 − ∇𝑤) → 0
∫︁
⇔ |∇𝑤𝑛 − ∇𝑤|𝑑𝑥 → 0
Ω
⇔ |∇𝑤𝑛 − ∇𝑤| → 0,
segue que (|∇𝑤𝑛 − ∇𝑤|)𝑛∈N é limitada em R𝑁 . Suponha, por absurdo, que (|∇𝑤𝑛 |)𝑛∈N
não seja limitada. Logo, para cada 𝑘 ∈ N, existe 𝑛𝑘 ≥ 𝑘, tal que,
|∇𝑤𝑛𝑘 | ≥ 𝑘, ∀ 𝑘 ∈ N.
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 83
Por outro lado, |∇𝑤𝑛𝑘 | ≤ |∇𝑤𝑛𝑘 − ∇𝑤| + |∇𝑤|, para todo 𝑘 ∈ N, donde concluímos que
a subsequência (|∇𝑤𝑛𝑘 − ∇𝑤|)𝑘∈N não é convergente em R𝑁 por não ser limitada. O que
é uma contradição. Com isto provamos a afirmação Afirmação 1.
Assim, existe 𝑀1 > 0 tal que |∇𝑤𝑛 (𝑥)| ≤ 𝑀1 para todo 𝑛 ∈ N e todo 𝑥 ∈ Ω.
Defina então 𝑔1 : Ω → R e a sequência de funcionais (𝑓𝑛 )𝑛∈N de Ω em R por:
𝑔1 (𝑥) = |𝑣(𝑥)|𝑀1 , ∀ 𝑥 ∈ Ω;
e
𝑓𝑛 (𝑥) = ⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤𝑛 (𝑥)⟩, ∀ 𝑥 ∈ Ω, ∀ 𝑛 ∈ N.
Observe que |𝑓𝑛 (𝑥)| = |⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤𝑛 (𝑥)⟩| ≤ |𝑣(𝑥)||∇𝑤𝑛 (𝑥)| ≤ 𝑔1 (𝑥), e lim 𝑓𝑛 (𝑥) = ⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤(𝑥)⟩,
𝑛→∞
para todo 𝑥 ∈ Ω. Disto e pelo teorema da convergência dominada (??) temos
∫︁ ∫︁
lim 𝑓𝑛 𝑑𝑥 = lim 𝑓𝑛 𝑑𝑥
𝑛→∞ Ω Ω 𝑛→∞
⇒
∫︁ ∫︁
lim ⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤𝑛 (𝑥)⟩𝑑𝑥 = lim ⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤𝑛 (𝑥)⟩𝑑𝑥
𝑛→∞ Ω 𝑛→∞
∫︁Ω
= ⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤(𝑥)⟩𝑑𝑥 = 𝐷(𝑣) · 𝑤
Ω
⇒
lim 𝐷(𝑣) · 𝑤𝑛 = 𝐷(𝑣) · 𝑤.
𝑛→∞
Com isto provamos a continuidade de 𝐷(𝑣). Portanto, a aplicação 𝐷 está bem definida.
Af. 2. 𝐷 é uma aplicação contínua.
Fixado 𝑤 ∈ 𝑋, de modo arbitrário, seja (𝑣𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝑋, tal que
𝑣𝑛 → 𝑣 ∈ 𝑋. Observe que em particular (|𝑣𝑛 |)𝑛∈N é uma sequência limitada. De fato,
𝑣𝑛 → 𝑣 ⇔ ||𝑣𝑛 − 𝑣||𝑋 → 0
⇔ 𝜌(∇𝑣𝑛 − ∇𝑣) → 0
∫︁
⇔ |∇𝑣𝑛 − ∇𝑣|𝑑𝑥 → 0
Ω
⇔ |∇𝑣𝑛 − ∇𝑣| → 0,
𝑔2 (𝑥) = |∇𝑤(𝑥)|𝑀2 , ∀ 𝑥 ∈ Ω;
e
ℎ𝑛 (𝑥) = ⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤(𝑥)⟩, ∀ 𝑥 ∈ Ω, ∀ 𝑛 ∈ N.
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 84
Observe que |ℎ𝑛 (𝑥)| = |⟨𝑣𝑛 (𝑥), ∇𝑤(𝑥)⟩| ≤ |𝑣𝑛 (𝑥)||∇𝑤(𝑥)| ≤ 𝑔1 (𝑥), e 𝑛→∞
lim 𝑓𝑛 (𝑥) = ⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤(𝑥)⟩,
para todo 𝑥 ∈ Ω. Disto e pelo teorema da convergência dominada (??) temos
∫︁ ∫︁
lim
𝑛→∞
𝑓𝑛 𝑑𝑥 = lim 𝑓𝑛 𝑑𝑥
Ω Ω 𝑛→∞
⇒
∫︁ ∫︁
lim
𝑛→∞
⟨𝑣𝑛 (𝑥), ∇𝑤(𝑥)⟩𝑑𝑥 = lim ⟨𝑣𝑛 (𝑥), ∇𝑤(𝑥)⟩𝑑𝑥
𝑛→∞
Ω ∫︁Ω
= ⟨𝑣(𝑥), ∇𝑤(𝑥)⟩𝑑𝑥 = 𝐷(𝑣) · 𝑤
Ω
⇒
lim 𝐷(𝑣𝑛 ) · 𝑤 = 𝐷(𝑣) · 𝑤.
𝑛→∞
Como 𝜓𝑖 (𝑢) = (𝑔1 ∘ 𝑔2 )(𝑢) · 𝜋𝑖 (𝑢), pela Regra do Produto, Proposição ??, temos
𝜕𝜓𝑖
(𝑥, 𝑢) = ((𝑔1 ∘ 𝑔2 ) · 𝜋𝑖 )′ (𝑢)
𝜕𝑢𝑗
= (𝑔1 ∘ 𝑔2 )′ (𝑢) · 𝜋𝑖 (𝑢) + (𝑔1 ∘ 𝑔2 )(𝑢) · 𝜋𝑖′ (𝑢)
1 𝑑𝜑
= (𝑥, |𝑢|)𝑢𝑗 𝑢𝑖 + 𝜑(𝑥, |𝑢|)𝛿𝑖,𝑗 .
|𝑢| 𝑑𝑠
Consequentemente,
𝑁
∫︁ 1 ∑︁
𝜕𝜓𝑖
𝜓𝑖 (𝑢) − 𝜓𝑖 (𝑣) = (𝑥, 𝑢)(𝑢𝑗 − 𝑣𝑗 )𝑑𝑡.
0 𝑗=1 𝜕𝑢𝑗
(i) Caso ||𝑢||𝑋 ≥ 1, Como ||∇𝑢||𝐿𝑝(·) = ||𝑢||𝑋 , pela proposição (2.1.5), temos 𝜌(∇𝑢) ≥
− − −
||∇𝑢||𝑝𝐿𝑝(𝑥) , donde 𝑝𝑐+ 𝜌(∇𝑢𝑛 ) ≥ 𝑝𝑐+ ||∇𝑢||𝑝𝐿𝑝(𝑥) = 𝑝𝑐+ ||𝑢||𝑝𝑋 . O caso (ii) é semelhante ao
anterior, por isso, será omitida.
Proposição 3.4.7. Se 1 < 𝑟(𝑥) < 𝑝* (𝑥) para todo 𝑥 ∈ Ω, então existe uma imersão de
𝑋 em 𝐿𝑟(·) (Ω) compacta.
Prova: Defina 𝑙(𝑥) = 𝑝* (𝑥) − 𝑟(𝑥), para todo 𝑥 ∈ Ω. Sendo 𝑙 contínua definida num
compacto, existe 𝑥0 ∈ Ω, tal que
Como 𝑟(𝑥) < 𝑝* (𝑥) para todo 𝑥 ∈ Ω, temos 𝑙(𝑥0 ) > 0. Segue então que,
Disso e pela Proposição 2.2.4, existe uma imersão compacta de 𝑋 em 𝐿𝑟(·) (Ω).
1
𝑔 ′ (𝑡) = 𝜑(𝑥, 𝑡|𝜉|)𝑡|𝜉|2 = 𝜑(𝑥, 𝑡|𝜉|)⟨𝑡𝜉, 𝑡𝜉⟩
𝑡
𝑝+ 𝑝+
≤ Φ0 (𝑥, 𝑡|𝜉|) = 𝑔(𝑡).
𝑡 𝑡
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 87
𝑔 ′ (𝑡) 𝑝+
o que implica em ≤ 𝑡
. Logo, para 𝑠 ≤ 1,
𝑔(𝑡)
∫︁ 𝑠 ′ ∫︁ 𝑠 +
𝑔 (𝑡) 𝑝
≤ , ⇒ ln 𝑔(𝑠) − ln 𝑔(1) ≤ 𝑝+ ln(𝑠)
1 𝑔(𝑡) 1 𝑡
𝑔(𝑠) +
⇒ ≤ 𝑠𝑝
𝑔(1)
+
⇒ Φ0 (𝑥, 𝑠|𝜉|) ≤ 𝑠𝑝 Φ0 (𝑥, 𝑠|𝜉|),
como queríamos.
Proposição 3.4.9. Se as hipóteses (F1) e (F3), são válidas, então existem 𝑐1 > 0 e
𝑐2 > 0, tais que
Prova: Inicialmente, por 𝑓 ser uma função de Carathéodory, temos que sua primitiva
𝐹 (𝑥, ·) é de classe 𝐶 1 , q.t.p. 𝑥 ∈ Ω. Por (F3), para 𝑡 ≥ 𝑀1 ,
0<
𝜃1
𝑡
≤
𝑓 (𝑥, 𝑡)
𝐹 (𝑥, 𝑡)
, ∀ 𝑥 ∈ Ω. A
( )
o que implica em 𝑔1 (𝑠1 ) ≤ 𝑔1 (𝑠2 ). Logo 𝑔1 é crescente. Sendo 𝑔1 contínua, por ser de
classe 𝐶 1 , temos que 𝑔1 é um homeomorfismo de [𝑀1 , 𝑡] em [𝐹 (𝑥, 𝑀1 ), 𝐹 (𝑥, 𝑡)], por que
𝑔1 (𝑀1 ) = 𝐹 (𝑥, 𝑀1 ) e 𝑔1 (𝑡) = 𝐹 (𝑡). Assim, podemos utilizar a Proposição 5.5.9 para
concluir que
∫︁ 𝐹 (𝑥,𝑡) ∫︁ 𝑡
𝐻1 (𝑠)𝑑𝑠 = 𝑓 (𝑔1 (𝜎))𝑔1′ (𝜎)𝑑𝜎
𝐹 (𝑥,𝑀1 ) 𝑀1
De outro modo,
∫︁ 𝐹 (𝑥,𝑡) ∫︁ 𝑡
1 𝑓 (𝑥, 𝜎)
𝑑𝑠 = 𝑑𝜎,
𝐹 (𝑥,𝑀1 ) 𝑠 𝑀1 𝐹 (𝑥, 𝜎)
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 88
ou seja,
∫︁ 𝑡
𝑓 (𝑥, 𝜎)
ln 𝐹 (𝑥, 𝑡) − ln 𝐹 (𝑥, 𝑀1 ) = 𝑑𝜎.
𝑀1 𝐹 (𝑥, 𝜎)
A
Integrando a desigualdade dada em ( ) de 𝑀1 a 𝑡, utilizando a igualdade acima e as
propriedades usuais da função ln, obtemos, para todo 𝑡 ≥ 𝑀1 , e quase todo 𝑥 ∈ Ω,
𝐹 (𝑥, 𝑀1 ) 𝜃1
𝐹 (𝑥, 𝑡) ≥ 𝑡 .
𝑀1𝜃1
𝐾1
e, assim, obter 𝐹 (𝑥, 𝑡) ≥ 𝐶1 𝑡𝜃1 , para quase todo 𝑥 ∈ Ω e para todo 𝑡 ≥ 𝑀1 , com 𝐶1 = .
𝑀1𝜃1
0<
𝑓 (𝑥, 𝑡)
𝐹 (𝑥, 𝑡)
𝜃1
≤ , ∀ 𝑥 ∈ Ω.
𝑡
AA)
(
1
Novamente, definindo 𝐻2 : [𝐹 (𝑥, 𝑡), 𝐹 (𝑥, −𝑀1 )] → R, por 𝐻2 (𝑠) = e 𝑔2 : [𝑡, −𝑀1 ] → R
∫︁ 𝑠 𝑠
por 𝑔2 (𝑠) = 𝑓 (𝑥, 𝜎)𝑑𝜎. Temos, 𝑔2 (𝑡) = 𝐹 (𝑥, 𝑡) e 𝑔2 (−𝑀1 ) = 𝐹 (𝑥, −𝑀1 ). Para mostrar
0
a inclusão 𝑔2 ([𝑡, −𝑀1 ]) ⊂ [𝐹 (𝑥, 𝑡), 𝐹 (𝑥, −𝑀1 )], sejam 𝑠1 , 𝑠2 ∈ [𝑡, −𝑀1 ] com 𝑠1 ≤ 𝑠2 .
Observe que (F3) garante que 𝑓 (𝑥, 𝑠) < 0 para todo 𝑠 ∈ [𝑡, −𝑀1 ]. Assim,
∫︁ 𝑠1 ∫︁ 𝑠2
𝑔1 (𝑠2 ) = 𝑓 (𝑥, 𝜎)𝑑𝜎 + 𝑓 (𝑥, 𝜎)𝑑𝜎
0 𝑠1
∫︁ 𝑠2
= 𝑔1 (𝑠) + 𝑓 (𝑥, 𝜎)𝑑𝜎,
𝑠1
Logo,
∫︁ 𝐹 (𝑥,−𝑀1 ) ∫︁ −𝑀1
1 𝑓 (𝑥, 𝜎)
𝑑𝑠 = 𝑑𝜎,
𝐹 (𝑥,𝑡) 𝑠 𝑡 𝐹 (𝑥, 𝜎)
e assim,
∫︁ −𝑀1
𝑓 (𝑥, 𝜎)
ln 𝐹 (𝑥, −𝑀1 ) − ln 𝐹 (𝑥, 𝑡) = 𝑑𝜎.
𝑡 𝐹 (𝑥, 𝜎)
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 89
𝑡 ⃒⃒𝜃1
⃒ ⃒
⃒
𝐹 (𝑥, 𝑡) ≥ ⃒ 𝐹 (𝑥, −𝑀1 ), 𝑡 ≤ −𝑀1 .
𝑀1 ⃒
⃒
e, assim, obter 𝐹 (𝑥, 𝑡) ≥ 𝐶2 𝑡𝜃1 , para quase todo 𝑥 ∈ Ω e para todo 𝑡 ≤ −𝑀1 , com
𝐾2
𝐶 2 = 𝜃1 .
𝑀1
Se 𝑐1 = min{𝐶1 , 𝐶2 }, então
Considerando-se
𝑐2 ≥ 𝑐1 |𝑡|𝜃1 − 𝑀2 ∀ 𝑡 ∈ R, q.t.p. 𝑥 ∈ Ω.
𝐹 (𝑥, 𝑡) ≥ 𝑐1 |𝑡|𝜃1 − 𝑐2 ,
para todo (𝑥, 𝑡) ∈ Ω × R, a menos de conjunto de medida nula, com 𝑐1 > 0 e 𝑐2 > 0
constantes.
Prova: Fixe 𝑥 ∈ Ω de modo que 𝑓 (𝑥, ·) seja contínua. Considerando o caso 𝑢(𝑥) ≥ 0, de-
finimos 𝑔 : [0, 𝑢(𝑥)] → R, por 𝑔(𝑠) = −𝑠 e 𝑓 : [−𝑢(𝑥), 0] → R, por 𝑓 (𝜎) = 𝑓 (𝑥, 𝜎). Temos,
𝑔(0) = 0 e 𝑔(𝑢(𝑥)) = −𝑢(𝑥). Para mostrar a inclusão 𝑔([0, 𝑢(𝑥)]) ⊂ [−𝑢(𝑥), 0], observe
que 𝑔 ′ (𝑠) = −1 < 0 para todo 𝑠 ∈ [0, 𝑢(𝑥)]. Logo 𝑔 é decrescente. Com isso, podemos
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 90
concluir que 𝑔 é um homeomorfismo de [0, 𝑢(𝑥)] em [−𝑢(𝑥), 0]. Portanto, podemos utilizar
a Proposição 5.5.9 para concluir que
∫︁ 𝑔(𝑢(𝑥)) ∫︁ 𝑢(𝑥)
𝑓 (𝑠)𝑑𝑠 = 𝑓 (𝑔(𝜎))𝑔 ′ (𝜎)𝑑𝜎
𝑔(0) 0
⇒
∫︁ −𝑢(𝑥) ∫︁ 𝑢(𝑥)
𝑓 (𝑥, 𝑠)𝑑𝑠 = 𝑓 (𝑥, −𝜎)(−1)𝑑𝜎
0 0
∫︁ 𝑢(𝑥) ∫︁ 𝑢(𝑥)
= −𝑓 (𝑥, 𝜎)(−1)𝑑𝜎 = 𝑓 (𝑥, 𝜎)𝑑𝜎.
0 0
Assim, existe 𝑤 = 𝑢 − 𝑣, tal que Ψ′ (𝑢) · 𝑤 ̸= Ψ′ (𝑣) · 𝑤, donde Ψ′ (𝑢) ̸= Ψ′ (𝑣). Portanto, Ψ′
é injetiva.
Provado a existência de Γ = (Ψ′ )−1 , resta-nos provar sua continuidade. Com efeito,
sejam (𝑔𝑛 )𝑛∈N em 𝑋 * , tal que 𝑔𝑛 → 𝑔 ∈ 𝑋 * . Considere 𝑢𝑛 = Γ(𝑔𝑛 ), para todo 𝑛 ∈ N e
𝑢 = Γ(𝑔). Como Γ é uma bijeção, Γ−1 (𝑢𝑛 ) = 𝑔𝑛 , para todo 𝑛 ∈ N e Γ−1 (𝑢) = 𝑔.
Afirmação. (𝑢𝑛 )𝑛∈N é uma sequência limitada em 𝑋. De fato, como Γ−1 = Ψ′ é um
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 91
operador contínuo,
Se, por absurdo, supormos que exista alguma subsequência (𝑢𝑛𝑘 )𝑘∈N de (𝑢𝑛 )𝑛∈N , tal que
||𝑢𝑛𝑘 ||𝑋 → ∞, teremos ||𝑔𝑛𝑘 ||𝑋 * → ∞, pois Ψ′ é coerciva. Mas isto contradiz o fato de
(𝑔𝑛 )𝑛∈N ser limitada em 𝑋 * . Como 𝑋 é reflexivo, existe uma subsequência (𝑢𝑛𝑙 )𝑙∈N de
(𝑢𝑛 )𝑛∈N , tal que
𝑢𝑛 ⇀ 𝑢0 ,
(Γ−1 (𝑢𝑛𝑙 ) − Γ−1 (𝑢0 )) · (𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 ) = Γ−1 (𝑢𝑛𝑙 ) · (𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 ) − Γ−1 (𝑢0 ) · (𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 )
= 𝑔𝑛𝑙 (𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 ) − Γ−1 (𝑢0 ) · (𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 )
= (𝑔𝑛𝑙 − 𝑔)(𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 ) + (𝑔 − Γ−1 (𝑢0 )) · (𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 ).
lim sup(Γ−1 (𝑢𝑛𝑙 ) − Γ−1 (𝑢0 ))(𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 ) = lim (Γ−1 (𝑢𝑛𝑙 ) − Γ−1 (𝑢0 ))(𝑢𝑛𝑙 − 𝑢0 ) = 0.
𝑛→∞ 𝑙→∞
Como Γ−1 satisfaz a condição (𝑆+ ), vale 𝑢𝑛𝑙 → 𝑢0 em 𝑋. Disto e pela continuidade de
Γ−1 ,
Como Γ−1 (𝑢𝑛𝑙 ) = 𝑔𝑛𝑙 , Γ−1 (𝑢0 ) = 𝑔0 , para algum 𝑔0 ∈ 𝑋 * , e (𝑔𝑛𝑙 )𝑙∈N é uma subsequência
de (𝑔𝑛 )𝑛∈N que converge para 𝑔; então pela unicidade do limite temos 𝑔0 = 𝑔 e com isso,
Γ−1 (𝑢0 ) = Γ−1 (𝑢). Mas pela injetividade de Γ−1 , temos 𝑢0 = 𝑢. Provamos assim que
Γ(𝑔𝑛𝑙 ) → Γ(𝑔), em 𝑋.
Para finalizar a prova, mostraremos que Γ(𝑔𝑛 ) → Γ(𝑔) em 𝑋. Suponhamos que isto não
ocorra. Então existem 𝜀 > 0 e uma subsequência (𝑔𝑛𝑘 )𝑘∈N de (𝑔𝑛 )𝑛∈N , tais que
‖Γ(𝑔𝑛𝑘 ) → Γ(𝑔)‖𝑋 ≥ 𝜀, ∀𝑘 ∈ N.
Capítulo 3. Uma Classe de Problemas do Tipo 𝑝(𝑥)-Laplaciano com Condição de Dirichlet 92
No entanto, 𝑔𝑛𝑘 → 𝑔 em 𝑋 * . Deste modo, repetindo o argumento inicial para (𝑔𝑛𝑘 )𝑘∈N no
lugar de (𝑔𝑛 )𝑛∈N , esta admitirá uma subsequência (𝑔𝑛𝑘𝑗 )𝑗∈N tal que Γ(𝑔𝑛𝑘𝑗 ) → Γ(𝑔) em 𝑋,
o que gera uma contradição. Logo, temos a validade de Γ(𝑔𝑛 ) → Γ(𝑔), garantido assim a
continuidade da Γ. Portanto, Ψ′ é um homeomorfismo.
Diante de Ψ′ ser um homeomorfismo, podemos dar uma prova diferente no final
da Proposição 3.1.6, a qual não precisa utilizar a condição (𝑆+ ).
Finalmente, como o espaço 𝑋 é reflexivo, pela Proposição 5.2.9, existe (𝑢𝑛𝑘 )𝑘∈N
subsequência de (𝑢𝑛 )𝑛∈N tal que, 𝑢𝑛𝑘 ⇀ 𝑢 em 𝑋. Na Proposição 3.1.4, provamos que Ψ é
completamente contínuo. Assim
Mas,
0 = lim 𝐼𝜆′ (𝑢𝑛 ) = lim 𝐼𝜆′ (𝑢𝑛𝑘 ) = lim (Φ(𝑢𝑛𝑘 ) − 𝜆Ψ(𝑢𝑛𝑘 )).
𝑛→∞ 𝑘→∞ 𝑘→∞
4 Conclusão
Este trabalho esteve focado na busca de soluções fracas não triviais para o Pro-
blema (PI), onde aqui, conseguimos provar dois teoremas neste sentido, com um deles,
garantindo a existência de uma infinidade de soluções fracas. Ainda, obtivemos um te-
orema de caracterização de um autovalor. Ambos os resultados utilizaram ferramentas
clássicas das Técnicas Variacionais, mostrando assim, o poder e a grande utilidade que
estes métodos ainda possuem no âmbito da pesquisa na área de Equações Diferenciais
Parciais.
O Problema (PI) possui diversas possibilidades de ramificação para gerar novos
problemas interessantes. Por exemplo, já existem trabalhos do tipo (𝑝(𝑥), 𝑞(𝑥))-laplaciano
que generalizam o problema estudado aqui. São eles o artigo Non-autonomous Eigenvalue
Problems with Variable (𝑝1 , 𝑝2 )-Growth de Sami Baraket, Souhail Chebbi, Nejmeddine
Chorfi e Vicent, iu D. Rădulescu publicado em 2017, veja (BARAKET, S. et al. 2017),
e o artigo Double phase problems with variable growth de Matija Cencelj, Vicențiu D.
Rădulescu, Dušan D. Repovš publicado em 2018, veja (CENCELEJ, M.; RĂDULESCU,
V.; REPOVŠ, D. D. 2018). Em ambos os artigo há poucas adaptações nas hipóteses. O
primeiro deles consegue mostrar a existência de um espectro contínuo e autovalores para
o problema
⎧ (︂ )︂ (︂ )︂
−div 𝜑(𝑥, |∇𝑢|)∇𝑢 − div 𝜓(𝑥, |∇𝑢|)∇𝑢 = 𝜆𝑓 (𝑥, 𝑢), 𝑥 ∈ Ω
⎪
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
𝑢 = 0, 𝑥 ∈ 𝜕Ω,
⎪
⎩
Referências
AUBIN, J. P.; EKELAND, I. Applied nonlinear analysis, John Wiley & Sons, Pure
& Applied Mathematics, New York, 1984.
CHEN, Y.; LEVINE, S.; RAO, M. Variable exponent, linear growth functionals
in image restoration, SIAM J. APPL. MATH, Vol. 66, No. 4 (2006), pp. 1383–1406
FABIAN, M. et al. Banach Space Theory: The Basis for Linear and Nonlinear
Analysis, Springer, UMS Books in Mathematics, New York, 2011.
LIMA, E. L. Curso de análise vol. 1 14.ed, IMPA, Projeto Euclides, Rio de Janeiro,
2012.
LIMA, E. L. Curso de análise vol. 2 11.ed, IMPA, Projeto Euclides, Rio de Janeiro,
2012.
LIMA, E. L. Espaços métricos 4.ed, IMPA, Projeto Euclides, Rio de Janeiro, 2011.
MUNKRES, J. R. Topology 2nd edition, Prentice Hall, Upper Saddle River, NJ, 2000.
5 Apêndices
𝑓 ((1 − 𝛼)𝑥 + 𝛼𝑦) ≤ (1 − 𝛼)𝑓 (𝑥) + 𝛼𝑓 (𝑦), ∀𝛼 ∈ [0, 1], ∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝐸. (5.1.1)
𝑓 (𝑡) = 𝑡𝑝 , ∀ 𝑡 ∈ R
é convexa, visto que sua derivada 𝑓 ′ (𝑡) = 𝑝𝑡𝑝−1 é uma função crescente.
com 𝑓 ((1 − 𝛼)𝑡 + 𝛼𝑠), (1 − 𝛼)𝑓 (𝑡) + 𝛼𝑓 (𝑠) ∈ 𝐽, já que 𝑓 (𝐼) ⊂ 𝐽. Por isso e por 𝑔 ser
crescente e convexa,
Portanto, 𝑔 ∘ 𝑓 é convexa.
Exemplo 5.1.3. Dado 𝑝 ≥ 1, funções 𝑓 : R −→ R e 𝑔 : [0, ∞) −→ R definidas por
são convexas, 𝑓 (R) ⊂ [0, ∞) e 𝑔 é uma função crescente, segue pela proposição acima que
𝑔 ∘ 𝑓 é uma função convexa.
Capítulo 5. Apêndices 98
Então
⎛ ⎞
∫︁ ∫︁ (︂ )︂
lim ⎝
𝑛→∞
𝑓𝑛 𝑑𝜇⎠ = lim 𝑓𝑛 𝑑𝜇.
𝑛→∞
𝑋 𝑋
Proposição 5.2.5. Seja (𝑓𝑛 )𝑛∈N uma sequência em 𝐿𝑝 (Ω) e 𝑓 ∈ 𝐿𝑝 (Ω) tais que
𝑢𝑛 ⇀ 𝑢 ⇒ 𝑇 (𝑢𝑛 ) → 𝑇 (𝑢).
𝑥𝑛𝑘 ⇀ 𝑥,
𝑥𝑛 ⇀ 𝑥 ⇒ 𝑇 (𝑥𝑛 ) −→ 𝑇 (𝑥),
onde, 𝑟𝑛 = 𝑛1 .
𝐽𝑛 * 𝑓 → 𝑓, uniformemente em 𝐿𝑝 (R𝑁 ),
então 𝑢 = 0 q.t.p. 𝑥 ∈ Ω.
Prova: Veja BREZIS, H. (1983, p. 61).
então 𝑢 = 0 q.t.p. 𝑥 ∈ Ω.
Prova: Veja BREZIS, H. (2011, p. 110).
𝑙
∑︁
(𝑢(𝑏𝑘 ) − 𝑢(𝑎𝑘 )) ≤ 𝜀.
𝑘=1
Por 𝑓 ser de Carathéodory, 𝑓 (𝑥, 𝛼𝑘 ) é mensurável para todo 𝑘 ∈ {1, · · · , 𝑚}. Assim,
𝑥 ↦−→ 𝑓 (𝑥, 𝑠(𝑥)) é mensurável por ser a soma finita de funções mensuráveis.
(b). 𝑁𝑓 (𝑢) é o limite de funções mensuráveis. Para provar esta afirmação, seja (𝑢𝑛 )𝑛∈N
uma sequência de funções simples mensuráveis, tais que,
𝑢𝑛 −→ 𝑢, q.t.p(Ω).
Capítulo 5. Apêndices 103
Pela afirmação (a), 𝑥 ↦−→ 𝑁𝑓 (𝑢𝑛 )(𝑥) = 𝑓 (𝑥, 𝑢𝑛 (𝑥)) é mensurável para todo 𝑛 ∈ N. Como
𝑡 ↦−→ 𝑓 (𝑥, 𝑡) é contínua q.t.p Ω, segue que
Disto, 𝑁𝑓 (𝑢) é mensurável por ser o limite de funções com esta propriedade.
De outro modo, se 𝑓 : [𝑎, 𝑎 + ℎ] → R é diferenciável em (𝑎, 𝑎 + ℎ), existe 𝜃 ∈ (0, 1) tal que:
𝑓 (𝑎 + ℎ) − 𝑓 (𝑎) = 𝑓 ′ (𝑎 + 𝜃ℎ) · ℎ.
𝑖=1 𝜕𝑥 𝑖
Φ : 𝑈 −→ R𝑝
dada por, Φ(𝑥) = 𝜙(𝑓 (𝑥), 𝑔(𝑥)), para todo 𝑥 ∈ 𝑈 , é diferenciável no ponto 𝑎 e vale a
fórmula
(︂ )︂ (︂ )︂
Φ′ (𝑎)[𝑣] = Φ 𝑓 ′ (𝑎) · 𝑣, 𝑔(𝑎) + Φ 𝑓 (𝑎), 𝑔 ′ (𝑎) · 𝑣 ,
para todo 𝑣 ∈ R𝑀 .
Prova: Veja LIMA, E. L. (2012, p. 260, vol. 2).
Proposição 5.5.8. Seja (𝑥𝑛 )𝑛∈N uma limitada sequência. Então lim inf 𝑥𝑛 é o menor
𝑛→∞
valor de aderência e lim sup 𝑥𝑛 é o maior valor de aderência.
𝑛→∞
Definição 5.6.1. Dado dois conjuntos 𝑋 e 𝑌 , uma aplicação multi-avaliada é uma relação
F ⊂ 𝑋 × 2𝑌 com a propriedade:
∀𝑥 ∈ 𝑋, ∃𝐹 ⊂ 𝑌 ; (𝑥, 𝐹 ) ∈ F (5.6.1)
De modo mais informal, se diz que uma aplicação ponto conjunto é uma corres-
pondência F : 𝑋 −→ 2𝑌 , que associa cada 𝑥 ∈ 𝑋, um elemento F(𝑥) ⊂ 𝑌 . Dizemos
que uma aplicação ponto conjunto F é própria se existe 𝑥 ∈ 𝑋 tal que F(𝑥) ̸= ∅. Ainda,
definimos os conjuntos:
Dom(F) := {𝑥 ∈ 𝑋 ; F(𝑥) ̸= ∅}
Grap(F) := {(𝑥, 𝑦) ∈ 𝑋 × 𝑌 ; 𝑦 ∈ F(𝑥)}
⋃︁ ⋃︁
Im(F) := F(𝑥) = F(𝑥).
𝑥∈𝑋 𝑥 ∈ Dom(F)
A definição de dual brackets que exibimos abaixo encontra-se em HU, S.; PAPA-
GEORGEU, N.S. (1997, p. 911). Ou então pode-se consultar Fabian, M.; et al. (2011, p.
84).
(i) 𝜙(𝑥, 𝑦) = 0, ∀ 𝑦 ∈ 𝑌 ⇒ 𝑥 = 0
(ii) 𝜙(𝑥, 𝑦) = 0, ∀ 𝑥 ∈ 𝑋 ⇒ 𝑦 = 0
𝑇 (𝑢) · 𝑢
lim = ∞.
𝑛→∞ ||𝑢||
𝑋
‖𝑒‖ > 𝑟
𝜙(𝑢2 ) R
𝜙(𝑢1 )
𝜙(0)
𝜙(𝑒)
𝑢2 𝑢1 𝑒
𝑋
‖𝑢2 ‖ = 𝑟 ‖𝑢1 ‖ = 𝑟
Fonte: (O Autor).
Definição 5.8.1. (i) Uma ação de um grupo topológico 𝐺 sobre um espaço vetorial
normado 𝑋 é uma aplicação 𝐴 : 𝐺 × 𝑋 −→ 𝑋 tal que:
𝐴(1, 𝑥) = 𝑥;
𝐴(𝑔ℎ, 𝑥) = 𝐴(𝑔, 𝐴(ℎ, 𝑥));
𝑥 ↦→ 𝐴(𝑔, 𝑥) é linear, para todo 𝑔 ∈ 𝐺;
(a) 𝜙 é invariante;
𝑊 = span 𝑒𝑛 ;
𝑛∈N
*
𝑊 = span 𝑒*𝑛 ;
𝑛∈N
⎧
⎨ 1 se 𝑖 = 𝑗
𝑒*𝑖 · (𝑒𝑗 ) =
⎩ 0 se 𝑖 ̸= 𝑗.
Prova: Na demonstração deste teorema exige-se a noção de base de Schauder entre outras
coisas. Assim sendo, indica-se o capítulo 4 da FABIAN, M.; et al. (2011).