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AULA
Os antecedentes históricos
da gestão ambiental
Meta da aula
Apresentar a perspectiva histórica da
gestão ambiental.
objetivos
INTRODUÇÃO Você pode se perguntar: o que tem a ver a questão do meio ambiente com a
gestão das empresas? Atualmente, podemos dizer que a gestão empresarial que
desconsidere os aspectos relativos ao meio ambiente está fadada ao fracasso,
tamanha é a sua inter-relação.
Nesta aula, vamos iniciar o curso de Gestão do Meio Ambiente. Trata-se de um
assunto da maior importância para os administradores de empresas, pois sua correta
implementação será fundamental para a continuidade da vida na Terra.
Vamos apresentar uma perspectiva histórica da preocupação do homem com
o meio ambiente, destacando os principais eventos que a sociedade moderna
promoveu no sentido de salvaguardar esse importante recurso. Ficará evidenciado
que a exploração do meio ambiente tem limites e que a sobrevivência humana
e a manutenção da atividade econômica e, consequentemente, do bem-estar
social dependem de sua correta gestão.
É aquela cujos
possível intervir no meio ambiente de tal forma que seja transformado
efeitos derivam da radicalmente um ecossistema natural, substituindo-o por outro, que,
atividade humana.
embora artificial, também é equilibrado do ponto de vista ecológico, na
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medida em que mantém suas características ao longo do tempo. Porém,
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o problema reside no fato de que, a partir de então, a manutenção do
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equilíbrio nesse ambiente transformado dependerá sempre da participação
ativa dos seres humanos, que deverão atuar com base em determinados
princípios básicos de regulação ecológica, tais como a reciclagem de
materiais e nutrientes e a manutenção de uma certa diversidade biológica.
Um exemplo dessa transformação seria a cultura de espécies florestais em
área sujeita à desertificação por meio de canais de irrigação que deveriam
ser mantidos em operação para que o cultivo se sustentasse.
A Revolução Industrial trouxe uma enorme quantidade de danos
ao meio ambiente, que foram potencializados pelo uso sistemático de
combustíveis fósseis. O emprego dessa nova fonte de energia permitiu uma
ampliação sem precedentes da escala das atividades humanas. Este fato passou
a pressionar cada vez mais a base dos recursos naturais do planeta.
Dessa forma, estabeleceu-se um marco histórico, pois, desde o ad-
vento da primeira Revolução Industrial, em fins do século XVIII, descor-
tinou-se um processo de devastação dos bens ambientais sem precedentes
na História, pois a ação humana foi potencializada pela escala industrial
que a produção de bens assumiu, com um vigoroso uso de matérias-primas
e de energia, com a sua consequente extração do meio ambiente.
Nesse sentido, fatores como a explosão demográfica, a produção
industrial em larga escala, as demandas de consumo cada vez maiores, a
competitividade desenfreada por mercados e a ocupação desregrada dos
espaços públicos passaram a atuar de forma combinada no sentido de
incorporar ao planeta Terra novas formas de poluição do meio ambiente.
Assim, ocorrências como o fenômeno do aquecimento global,
os recorrentes desastres ecológicos, a extinção de espécies, o crescente
despejo de resíduos tóxicos nas águas e na atmosfera, além da ameaça
de escassez generalizada de elementos naturais indispensáveis à atividade
humana passaram a despertar na sociedade o interesse pela temática
ambiental. A figura a seguir nos apresenta um dramático efeito das
mudanças climáticas que o planeta atravessa.
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Gestão Ambiental | Os antecedentes históricos da gestão ambiental
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Figura 1.2: O desmatamento da Amazônia pode levar ao colapso do seu ecossistema.
Fonte: http://www.fcf.usp.br/SGA/Apresentacoes
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localizada, mas sim com um enfoque de responsabilidade global. A autora
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também assinala que uma frase era capaz de resumir o pensamento
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dominante dos organismos ambientalistas em várias partes do mundo:
“pensar globalmente, agir localmente”. Isso significa que são as pequenas
iniciativas que, somadas, produzem o grande efeito.
À medida que esta conscientização foi se ampliando, a comunidade
internacional passou a agir em conformidade com a perspectiva da
dimensão transnacional da questão ecológica, desencadeando uma série
de programas e conferências, com vistas à sensibilização dos decisores
em diversas partes do mundo, bem como para o alinhamento de medidas
comuns para mitigar o problema. Essa perspectiva transnacional representa
a compreensão de que as ações humanas na natureza transcendem a
fronteira dos países em que elas ocorrem, afetando todo o planeta.
O primeiro evento digno de registro com relação ao meio ambiente
foi a conferência com a temática “O Homem e a Biosfera”, da Unesco,
em 1971. Logo em seguida, em 1972, ocorreu a Conferência das Nações
Unidas para o Meio Ambiente, na cidade de Estocolmo, com grande
repercussão internacional.
Na cidade de Belgrado, em 1975, foi realizado um Seminário
Internacional de Educação, com a participação de vários países do
mundo, que gerou uma lista de resultados apresentados no documento
que ficou conhecido como Carta de Belgrado, cujo conteúdo contem-
plava resumidamente a seguinte pauta, toda ela subordinada à harmonia
com o meio ambiente: qualidade de vida ligada à felicidade humana,
preservação e melhoria das potencialidades humanas e desenvolvimento
do bem-estar social e individual.
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A Carta de Belgrado propunha
que as ações de preservação ambiental deveriam
passar por uma etapa preliminar que consistiria num programa
de educação ambiental. Os objetivos a serem atingidos com este programa
eram os seguintes: 1º – conscientizar os cidadãos de todo o mundo sobre o
problema ambiental; 2º – disponibilizar acesso a conhecimentos específicos sobre
o meio ambiente; 3º – promover atitudes para a preservação do meio ambiente;
4º – desenvolver habilidades específicas para ações ambientais; 5º – criar
uma capacidade de avaliação das ações e programas implantados; e 6º
– promover a participação de todos na solução dos problemas.
Fonte: www.ufpa.br/npadc/gpeea/DocsEA/A%20Carta%20d
e%20Belgrado.pdf
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O conceito
de desenvolvimento
sustentável consta no documento
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Figura 1.3: A poluição gerada pelo homem compromete a sustentabilidade do
meio ambiente.
Fonte: http://www.fcf.usp.br/SGA/Apresentacoes
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Atividade 1
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A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(UNCED), conhecida como Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, marcou o início da
preocupação da comunidade internacional com a questão do meio ambiente?
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Resposta Comentada
Não. Ela foi um marco importante dessa trajetória, mas o primeiro evento de caráter
relevante para a questão do meio ambiente no mundo foi a conferência com a
temática “O Homem e a Biosfera”, da Unesco, em 1971. Logo em seguida, em 1972,
ocorreu a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, na cidade de
Estocolmo, com grande repercussão internacional.
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Atividade 2
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O homem poderá explorar indefinidamente os recursos do planeta Terra, no
modelo de produção da economia capitalista neoclássica em vigor?
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Resposta Comentada
Não. A expansão da atividade humana não poderá ultrapassar um determinado limite
ambiental global. Este limite é denominado pela economia do meio ambiente como
sendo a carrying capacity, ou seja, a capacidade de carga do planeta. O avanço da
ação humana sobre os recursos do planeta é conhecido como punção ou ecological
footprint (pegada ecológica) e é o resultado do tamanho da população mundial
multiplicado pelo consumo per capita dos recursos naturais.
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AS CONEXÕES ENTRE O MEIO AMBIENTE, O BEM-ESTAR E
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O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
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No mundo de hoje, em virtude do atual estágio de exploração de
recursos, são enormes as pressões sobre os ecossistemas do planeta. No para-
digma tecnológico vigente, não existem recursos suficientes para que toda a
população da Terra consiga atingir um nível de bem-estar social equivalente
ao da nossa classe média (pessoas com renda entre R$ 1.064 a R$ 4.591,
segundo o Instituto de Pesquisa Aplicada – IPEA, por exemplo). Para o
conceito de bem-estar social, tal circunstância impõe que uma enorme parcela
da população mundial se veja privada de condições mínimas de bem-estar
para que possa levar uma existência digna. Com isso, são geradas profundas
desigualdades entre os atores sociais, o que leva a uma permanente tensão
e grande instabilidade política e social em vários países.
A superação do problema resultante do aumento da desigualdade
social fez com que o desenvolvimento econômico passasse a se
constituir em palavra de ordem na pauta das discussões políticas do
mundo contemporâneo. Isto se deve ao fato de que, em face da efetiva
implementação de um conjunto de políticas articuladas e coordenadas,
o nível de pressão social que ora se estabelece poderá ser reduzido por
meio de um gerenciamento mais eficiente dos recursos.
As assimetrias entre os países de todo o mundo e mesmo dentro
deles são de múltiplas dimensões e possuem vários aspectos de avaliação.
A etapa preliminar dessa questão reside na construção de um conjunto de
indicadores que permita estabelecer prioridades na orientação das políticas.
Entrementes, existe uma carência de indicadores e de instrumentos de
avaliação, pois o sentido do que venha a ser bem-estar é muito mais difuso
do que o conceito da economia neoclássica tradicional poderia abarcar.
O indicador mais amplamente utilizado para representar o nível de
desenvolvimento de uma dada região ou país é a renda per capita, que pode
não ser o mais apropriado para permitir uma investigação um pouco mais
profunda acerca da questão. As deficiências desse indicador decorrem do
fato de ele ser um valor médio, não permitindo inferências sobre a forma
pela qual esta renda se distribui entre os membros da sociedade.
Conforme sugere Clemente (2000, p. 130), para uma análise
mais abrangente do desenvolvimento, seria preciso considerar seus vários
aspectos, dentre eles se destacando o econômico, o social, o cultural e
o político. Nesse sentido, os aspectos econômico e social deveriam ser
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Gestão Ambiental | Os antecedentes históricos da gestão ambiental
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Assim, segundo Sen, a avaliação das demandas de igualdade deve
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ajustar-se à existência da diversidade humana generalizada, e o efeito
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de se ignorar de forma deliberada estas variações interpessoais pode ser
profundamente não-igualitário.
O julgamento e a mensuração de desigualdades na sociedade são
dependentes da escolha da variável focal (renda, riqueza etc.) em cujos
termos é feita a comparação. Todavia, mesmo as variáveis focais possuem
grande pluralidade interna. A igualdade, em termos de uma particular
variável focal, pode não coincidir com a igualdade na escala de outra
(oportunidades iguais podem resultar em fluxos de rendas desiguais;
fluxos de rendas iguais podem resultar em estoques de riquezas desi-
guais). Esse autor conclui ainda que uma das consequências da
diversidade humana é o fato de que a igualdade considerada num espaço
de variável focal tende a acarretar uma desigualdade em outro espaço. Por
exemplo, se estabelecermos uma renda mínima a ser subsidiada para um
determinado grupo de pessoas idosas, sem que se leve em consideração
aspectos específicos relativos à saúde de cada um deles, podemos distorcer
a lógica igualitária.
Silva (2007, p. 172) nos oferece uma síntese interessante do
pensamento de Sen. A abordagem de Sen atribui um peso maior à capa-
cidade dos indivíduos, para que os mesmos possam atingir os seus objeti-
vos. No seu modelo, Sen também define as funções ou funcionamentos,
que são os pré-requisitos para que as capacitações existam. As funções
são representadas pela alimentação, saúde e até mesmo autoestima do
indivíduo e sua autonomia. Os bens materiais, por sua vez, seriam apenas
as condições para que estas funções se realizem.
Não obstante, para Sen, o bem-estar dos agentes não seria apenas
o resultado do acesso às condições básicas de vida, mas sim, e principal-
mente, da liberdade de escolha que possuem quando decidem os rumos
que darão às suas vidas.
Nesse sentido, configura-se o conceito de capacitação, que seria
diferente do conceito de funcionamento, pois se refere às liberdades
de escolha, tanto instrumental quanto substantiva, com as quais os
agentes se deparam e que os permitem alcançar um determinado nível
de bem-estar empregando as funções que cada um possui. A capacitação,
portanto, é a liberdade de escolha.
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Gestão Ambiental | Os antecedentes históricos da gestão ambiental
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Índice de
Desenvolvimento Humano
(IDH): Trata-se de um índice que se
propõe a medir o desempenho geral de um
país, ou de uma outra coletividade, a partir de
três dimensões: a longevidade de seus habitantes; os
conhecimentos e o nível de vida. O IDH foi adotado pelo
PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)
em 1990 e ainda está em fase de consolidação dos seus métodos
de trabalho. O IDH não se propõe a substituir outras medidas de
bem-estar, como se fosse um indicador perfeito e acabado para
representar o estágio de desenvolvimento de um país, pois isso
seria substituir um reducionismo da realidade por outro, haja vista
que o desenvolvimento humano é algo mais abrangente do que
aquilo que o IDH consegue mensurar. Não obstante, o IDH tem
sido um útil instrumento para estimular o debate sobre o
desenvolvimento, enfatizando as condições de bem-
estar da população e evidenciando a necessidade
do estabelecimento de uma base de dados
a esse respeito.
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Não obstante, existe ainda a distinção entre os conceitos de cres-
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cimento e desenvolvimento econômicos. O crescimento econômico refere-
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se ao aumento da produção e da renda, enquanto o desenvolvimento
econômico corresponde à elevação do nível de vida da população,
compreendendo outras dimensões da existência, tais como saúde,
educação, segurança alimentar e outros aspectos caracterizadores da
dignidade humana. É verdade que um crescimento econômico pode
proporcionar as condições para o desenvolvimento econômico, mas
não necessariamente, pois o crescimento pode ocorrer apenas em um
setor da economia, como a apropriação da renda gerada por uns poucos
beneficiários, que oprimem e submetem os demais numa relação de
tirania. Nesse caso, a renda per capita poderia sugerir riqueza, mas não
haveria desenvolvimento econômico.
Para o atendimento da condição de desenvolvimento econômico,
portanto, ou a renda da sociedade como um todo aumentaria ou haveria
uma transferência líquida de renda dos setores mais ricos para os setores
mais pobres, de forma a aumentar o nível de vida desses últimos, sem
uma queda substancial do padrão de vida daqueles.
Adicionalmente, para estabelecer as condições do desenvolvimento
econômico, ainda seria preciso condicionar que a taxa de incremento
da renda seja maior do que a taxa de crescimento demográfico, pois, do
contrário, a população estaria empobrecendo e não seria razoável falar
em desenvolvimento.
O problema do desenvolvimento amplia-se quando se inclui
a questão do esgotamento de fatores ambientais que são despendidos
no processo, tais como os combustíveis fósseis e as áreas de florestas
nativas. Além disso, o efeito deletério da degradação do meio ambiente,
ocasionado pela emissão de poluentes e demais rejeitos descartados pelo
modelo de produção, constitui fonte de permanente tensão política entre
os atores sociais, na medida em que a ação de um grupo de países e ins-
tituições produz um efeito externo não compensado em grande parte da
população do planeta, com desdobramentos para as futuras gerações, tais
como a extinção de várias espécies de animais em virtude da destruição
de seus habitats. A figura a seguir nos apresenta uma das consequências
da poluição nos animais marinhos.
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Figura 1.4: Com a poluição do mar pelo petróleo, as aves marinhas ficam com o
corpo impregnado de óleo e deixam de reter o ar entre as penas, morrendo afoga-
das ao mergulhar.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/file:pollution_swan.jpg
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Atividade 3
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Responda por que a renda per capita, que é o indicador mais amplamente
utilizado para representar o nível de desenvolvimento de uma dada região ou
país, pode não ser o mais apropriado para avaliar as questões mais amplas do bem-
estar humano e do desenvolvimento?
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Resposta Comentada
As deficiências desse indicador decorrem do fato de ele ser um valor médio, não
permitindo inferências sobre a forma pela qual esta renda se distribui entre os membros
da sociedade. Além disso, para uma análise mais abrangente do desenvolvimento,
seria preciso considerar seus vários aspectos, dentre eles se destacando o econômico,
o social, o cultural e o político.
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CONCLUSÃO
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É importante destacar as conexões entre o papel do gestor
contemporâneo e o impacto de suas ações sobre o meio ambiente. O sis-
tema econômico e social se mantém com o uso indiscriminado de
recursos naturais, cuja retirada da natureza provocou transformações
dramáticas nos vários ecossistemas. Tais transformações envolveram a
degradação ambiental e a alteração dos ciclos da natureza, que agora
se voltam contra os seres humanos sob a forma do aquecimento global
e das mudanças climáticas.
O homem passou a buscar alternativas para enfrentar esse
desafio, que vão implicar mudanças de hábitos e de modelos de produção
já consagrados, na tentativa de conciliar as demandas por lucros e por
níveis de consumo cada vez maiores, com o esgotamento da capacidade
do planeta em prover os recursos necessários à produção e assimilar os
rejeitos lançados no ambiente.
Tais alternativas, que assumem atualmente uma dimensão de
caráter transnacional, são buscadas por países e instituições que se
comprometeram a atuar em favor daquilo que passou a ser designado
Desenvolvimento Sustentável, que consiste na promoção do desenvol-
vimento econômico sem comprometer os recursos que permitirão a
sobrevivência das gerações futuras.
Atividade Final 1 2 3
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Resposta Comentada
Se bem conduzido, o desenvolvimento econômico pode melhorar a qualidade de vida das
pessoas. Na medida em que as políticas econômicas conduziriam à acumulação de bens
mais estável e equilibrada estariam sendo lançadas as bases de um desenvolvimento
sustentável, que integrasse o desenvolvimento humano, o crescimento da renda e a
sustentabilidade ambiental. Não obstante, a sustentabilidade não é possível sem o
crescimento econômico, pois ela requer o alívio da pobreza, a potencialização do capital
humano e a redução do uso indiscriminado dos recursos naturais com um manejo
coerente do meio ambiente.
RESUMO
Iniciamos este curso com o registro da ameaça da ação humana sobre o meio
ambiente terrestre. Vimos que ocorrências tais como o fenômeno do aquecimento
global, os recorrentes desastres ecológicos, a extinção de espécies, o crescente
despejo de resíduos tóxicos nas águas e na atmosfera, além da ameaça de escassez
generalizada de elementos naturais indispensáveis à atividade humana, passaram
a despertar na sociedade o interesse pela temática ambiental.
Aparentemente, a expansão da atividade humana não poderá ultrapassar um
determinado limite ambiental global. Este limite é denominado pela economia
do meio ambiente como sendo a carrying capacity, ou seja, a capacidade de
carga do planeta. O avanço da ação humana sobre os recursos do planeta é
conhecido por punção ou ecological footprint (pegada ecológica) e é o resultado
do tamanho da população mundial multiplicado pelo consumo per capita dos
recursos naturais.
Nesta aula, vimos que, embora a preocupação com o meio ambiente tenha surgido
ainda no século XIX, foi apenas no século XX, e mais precisamente no início dos
anos 1970, que esta temática passou a repercutir na sociedade.
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Registramos que a superação do problema resultante do aumento da
desigualdade social fez com que o desenvolvimento econômico passasse a se
constituir em palavra de ordem na pauta das discussões políticas do mundo
contemporâneo.
Verificamos que as distorções políticas, a corrupção e os maus governos, as falhas
dos mercados e as externalidades (efeitos externos decorrentes da produção e
do consumo, tais como emissão de efluentes nas águas e no ar) podem colocar
os países num caminho de acumulação de bens distorcido e desequilibrado.
Os efeitos dessas políticas distorcidas e equivocadas com relação ao tratamento
dispensado aos capitais humano e natural em favor da priorização do capital
físico podem reduzir, ao invés de aumentar, tanto o crescimento quanto o bem-
estar dos agentes econômicos.
Vimos que, quando se combate a corrupção e se estimula o bom governo,
as políticas econômicas conduzem à acumulação de bens mais estável e
equilibrada, pois os capitais humano e natural também contribuem para
a acumulação do capital físico, ao aumentar a taxa de retorno deste
último. Assim, estariam sendo lançadas as bases de um desenvolvimento
sustentável, integrando o desenvolvimento humano, o crescimento da renda
e a sustentabilidade ambiental.
Por fim, reafirmamos a ideia de que a sustentabilidade não é possível sem o
crescimento econômico, pois ela requer o alívio da pobreza, a potencialização
do capital humano e a redução do uso indiscriminado dos recursos naturais, com
um manejo coerente do meio ambiente.
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oportunidades de emprego. Requer mais igualdade de gênero (ausência de
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distinções entre homens e mulheres). Requer um meio ambiente mais limpo
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e mais sustentável, que viabilize uma oferta de saúde maior e segurança
alimentar, ou seja, um nível adequado de alimentos para o atendimento das
necessidades calóricas dos indivíduos. Requer também um sistema judicial
e legal imparcial, bem como liberdades civis e políticas mais amplas.
Os valores que importam para o desenvolvimento e que devem
ser entendidos como os verdadeiros fatores de produção econômicos
num sentido amplo são: capital físico, capital humano e capital natural.
O capital físico é representado por instrumentos e máquinas gerados a
partir do engenho humano e que são indispensáveis ao modelo de pro-
dução vigente. O capital humano compreende o complexo de habilidades
e conhecimentos dos indivíduos, bem como a sua rede de relacionamen-
tos e o grau de articulação sinérgica com outros indivíduos. O capital
natural corresponde aos fatores, renováveis e não renováveis, extraídos
da natureza para atender ao modelo de produção de riqueza da huma-
nidade, bem como à capacidade de absorção e de regeneração dessa
mesma natureza aos efeitos da ação antrópica. O progresso tecnológico
relacionado ao uso desses valores também é um elemento fundamental
para a promoção do desenvolvimento.
Ocorre que a busca de taxas aceleradas de crescimento econômico
tem enfatizado a promoção do capital físico em detrimento do capital
humano e do capital natural. Os investimentos em saúde e educação têm
sido negligenciados, o que reduz o capital humano. Além disso, muitas
vezes o crescimento acelerado tem sido o resultado de superexploração
de florestas e de outros bens naturais, de forma a esgotar o capital natural
e comprometer a sustentabilidade ambiental.
Verificamos que as distorções políticas, a corrupção e os maus
governos, as falhas dos mercados e as externalidades (efeitos externos
decorrentes da produção e do consumo, tais como emissão de efluentes
nas águas e no ar) podem colocar os países num caminho de acumulação
de bens distorcido e desequilibrado. Os efeitos dessas políticas distorcidas
e equivocadas com relação ao tratamento dispensado aos capitais
humano e natural, em favor da priorização do capital físico, podem
reduzir, ao invés de aumentar, tanto o crescimento quanto o bem-estar.
Ao contrário, quando se combate a corrupção e se estimula o bom
governo, as políticas econômicas conduzem à acumulação de bens
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