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INSPETOR DE EQUIPAMENTOS
Módulo
OBJETIVO
O conteúdo desta apostila visa discutir resumidamente os aspectos que devem nortear como
esperamos a interação do homem com a natureza.
Neste início de século, em que o mundo vem passando por um importante processo de
reorganização, a questão ambiental tenta resgatar sua essência frente ás relações sociedade
natureza.
Nossa geração parece ter presenciado a data limite para este processo extrativista predatório e
todas as formas irracionais e insustentáveis de utilização dos recursos naturais. Precisamos, de
forma urgente e inadiável, estabelecer procedimentos e técnicas que permitam minimizar as
agressões ao meio ambiente ocasionados pelas atividades exercidas pelo homem. Precisamos
ter a consciência que não há preço para o ar que se respira, a água que se bebe, o Sol que nos
ilumina e ter a consciência de que os “donos da natureza” ainda estão por chegar, nossos filhos
e netos que mesmo antes de nascer devem ter direito a um mundo habitável.
Um acidente industrial, como os que infelizmente temos presenciado, seja na bacia de campos,
seja no Atlântico Norte, podem e devem ser evitados através da inspeção e manutenção dos
equipamentos, e por isso serão apresentadas informações importantes buscando abrir canais
de discussão e assim possibilitar, em cada um, a criação de um “senso crítico de proteção
ecológica” para que exerçam a função de inspetor de equipamentos conscientes de sua
responsabilidade na preservação ambiental.
1.1. Introdução
“As plantas foram criadas por causa dos animais e os animais por causa do homem” (Aristóteles,
350 a. C). Esta premissa grega da Antigüidade reforça a noção do mundo destinado ao homem.
A concepção do mundo para os índios americanos que viam na natureza virgem símbolos do
mundo espiritual, na antiga China, determinados aspectos da terra eram interpretados como
manifestações do ser cósmico, a noção Budista do consumo, sendo o máximo de felicidade com
o mínimo de consumo, contrastando com o pensamento ocidental que prega o aumento de
consumo para um “viver melhor”.
Estas abordagens, no entanto, não são necessariamente certas ou erradas, mas todas elas
afetaram vigorosamente como o homem procurou moldar o ambiente que o cerca. No passado
estas diferenças teriam interesse puramente acadêmico, mas hoje a relação do homem com o
meio está chegando a uma situação crítica, na medida em que as mudanças por ele processadas
talvez se tornem irreversíveis. O homem deixou de ser mero integrante do ecossistema em que
vive, para se tornar cada vez mais um elemento afastado do meio físico e biológico. “Quando se
tornar capaz de fabricar ou sintetizar alimentos de matérias inorgânicas – perspectiva que não
é improvável -, um vínculo basilar, o do homem com a terra viva, estará rompido”.
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Figura 1 – Reação do homem ao ambiente natural
É impossível explicar as decisões e atividades humanas com base apenas nas limitações
ambientais. Se assim fosse, uma determinada fábrica para ser instalada, deveria ser
determinada sua localização pela proximidade de matéria-prima e energia e admitindo a
existência de um mercado. Na realidade, fatores econômicos, sociais e políticos, ou mesmo à
vontade do empresário, têm, no mínimo, importância igual. No entanto, a espécie humana ainda
está sujeita a natureza, a escassez de peixes em determinado local em virtude de mudanças na
temperatura das correntes em determinado ano, as secas no Sudão e Etiópia, etc.
Há sempre desastres noticiados pela imprensa todos os anos em diversas partes do mundo. “Em
certa medida, o esforço que se requer para a obtenção de um dado retorno é proporcional ao
grau de submissão às condições naturais – contrariar a natureza das coisas” exige mais esforço.
As aplicações de tecnologia ultramoderna têm de ser estudadas com o maior dos cuidados, a
fim de que sejam adequadas ao meio ambiente e não tragam mais prejuízo do que benefício à
população.
Em certos casos, o homem é subjugado pela natureza e aceita suas limitações, como as áreas
áridas, regiões tórridas e desérticas do planeta. É a natureza dominando o homem.
De fato, como vimos à manipulação do meio pelo homem, vai do controle quase total do
ambiente, como uma casa com calefação ou ar condicionado, e diversos aparelhos, até uma
influência mínima sobre o meio físico (indígenas da Austrália).
A terra pode ser considerada como um enorme sistema, porém ela pode também ser dividia em
inúmeros subsistemas como:
Atmosférico;
Continental ou litosférico;
Aquático ou hidrosférico.
• Ciclo do Nitrogênio
Algumas causas:
5
- Introdução pelo homem de fontes artificiais;
• Ciclo do Fósforo
Algumas causas:
- Lançamento de elevadas cargas de fosfato oriundo dos esgotos vindo a contaminar sistemas
hídricos.
Ciclo do Mercúrio
Algumas causas:
1.5.1. Os Solos
Tabela 1
- Maior oxidação
(aeração)
Dentre os mais negativos efeitos do homem sobre o solo, está à erosão. Em ambientes de
delicado equilíbrio como os semi-áridos ou montanhosos, a erosão se mostra mais prejudicial.
A grande mudança na relação do homem e os demais seres vivos ocorreram com a transição dos
hábitos humanos da “caça e coleta” para a da “agricultura, domesticação”.
Introduções pelo homem de espécies vegetais quando de suas migrações pelo planeta, deve-se
ao fato de serem importantes fontes de alimentos, ou seja, aonde ele ia, levava aquelas espécies
conhecidas para o ambiente desconhecido.
Animais e insetos muitas vezes foram introduzidos acidentalmente, transportados por barcos e
sementes trazidas com a roupa, etc.
1.6.1. Atmosfera
A – Alterações microclimáticas:
B – Alterações mesoclimáticas:
Mudanças no uso da terra nas áreas rurais afetam o clima por centenas ou milhares de
quilômetros quadrados. Os efeitos se fazem maiores junto ao chão, mas as condições
atmosféricas são alteradas numa abóbada de 30 a100 metros de altura daquele ponto.
A falta de árvores, por exemplo, afeta a velocidade do vento, aumenta a infiltração da água da
chuva no solo e em longo prazo, alterará a evolução do solo (maior lixiviação), e daí a vegetação
e novamente, portanto o microclima.
C – Alterações macroclimáticas:
O caso do deserto de Rajputana na fronteira entre o Paquistão e a Índia onde numa área de
cerca de 30 mil quilômetros quadrados, trata-se de um exemplo extremo de desertificação.
Deve-se em grande parte a intensa criação de cabras que através dos anos acabou com a
vegetação baixa existente. Com isso, a poeira em suspensão na atmosfera faz que este deserto
seja mais poeirento do mundo, ultrapassando os valores de partículas em suspensão no ar, de
muitas cidades industrializadas. Estas partículas de pó fazem decrescer a quantidade de radiação
solar incidente promovendo o rebaixamento da temperatura na superfície da terra. Por sua vez,
isso reduz o volume do ar elevado por convecção, possível fonte de chuvas.
1.6.2. Água
“Pode-se dizer que a água doce é o mais importante recurso da humanidade, individualmente
considerado”. Setenta por cento do corpo humano é composto de água, o que a torna vital para
nossa sobrevivência.
Especialistas afirmam que é muito mais difícil suportar a sede que a fome. Por que eu devo me
preocupar, afinal, não basta abrir a torneira para ter água?
Dificilmente alguém se pergunta quanto consome de água por mês; a maior parte das pessoas
somente paga a conta no banco. Essa inconsciência pode ser explicada pelo fato de vivermos
em regiões onde a oferta de água é bastante satisfatória.
Durante muito tempo, pensou-se que a água, ao circular na natureza, seria capaz de eliminar
todos os seus poluentes e seria um bem infinito, assim os esgoto industriais e domésticos eram
despejados, sem tratamento, nos rios. Mas, atualmente, a água é concebida pelos especialistas
como um recurso renovável, porém finito, já que a poluição e o uso dos recursos hídricos têm
aumentado tanto, que não permitem a reposição na velocidade necessária ao consumo.
Nos continentes, uma parte das precipitações é devolvida para a atmosfera, graças à
evaporação, outra parte acaba desaguando nos oceanos depois de percorrer os caminhos
recortados pelos rios. Os oceanos, portanto recebem água de duas fontes: das precipitações e
do desaguamento dos rios, e perdem pela evaporação. Na atmosfera, o excesso de vapor sobre
os oceanos é transportado para os continentes, em sentido inverso ao desaguamento.
1.6.4. Oceanos
Os oceanos perfazem sete décimos da superfície do globo. O que se sabe é a importância dos
oceanos no controle dos fluxos globais de energia e no ambiente geral do planeta. Todos os
oceanos estão ligados entre si e as únicas barreiras são na verdade, as diferenças de salinidade
e temperatura. Os oceanos são considerados a lata de lixo do mundo.
2.1 Evolução
Um dos mais importantes movimentos sociais dos últimos anos, promovendo significantes
transformações no comportamento da sociedade e na organização política econômica, foi
chamada “revolução ambiental”. Com raízes no final do século XIX, a questão ambiental emergiu
após a Segunda Guerra mundial, promovendo importantes mudanças na visão do mundo. Pela
primeira vez a humanidade percebeu que os recursos naturais são finitos e que seu uso incorreto
pode representar o fim de sua própria existência. Com o surgimento da consciência ambiental,
a ciência e a tecnologia passaram a ser questionadas.
2.1.1. Histórico
Foi somente no século XX que a preocupação com o meio ambiente resultou, no Brasil, na
elaboração e implementação de políticas públicas com caráter marcadamente ambiental,
especialmente a partir da década de setenta, quando a percepção da degradação ambiental
aumenta onde os efeitos podem ser irreversíveis e catastróficos.
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O decreto nº23. 793, de 23 de Janeiro de 1934, previa a criação de parques nacionais e de áreas
florestais protegidos nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste.
Nas décadas de 1950 e 1960, criação de várias unidades de conservação no Centro-Oeste estava
associada ao processo de transferência da capital nacional para o interior do país. Lembrando
que em 1934 foram promulgados os códigos florestais, das águas e das minas.
O fim da Segunda Guerra Mundial chamou a atenção do mundo para o poder de destruição das
bombas atômicas.
Em 1958, o governo federal criou a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN),
onde o objetivo principal defender a fauna marítima, a flora aquática e fiscalizar a pesca do
litoral. O primeiro código de pesca foi promulgado em 1965. As ações públicas foram
basicamente nas regiões Sul e Sudeste em função do processo de industrialização e urbanização
estar avançados.
Neste segundo período o Brasil foi fortemente influenciado pela repercussão do informe do
Clube de Roma onde a primeira reunião significativa aconteceu em 1968 onde a conclusão foi
que o mundo teria que diminuir a produção de forma que os recursos naturais fossem menos
solicitados, e que houvesse uma redução gradual dos resíduos, fundamentalmente do lixo
industrial. ”Então, a primeira proposta do Clube de Roma foi essa: vamos diminuir a produção”.
da previsão do relatório do Clube de Roma e das movimentações dos anos 60, a ONU –
Organização das Nações Unidas realizou, em junho de 1972,a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano, congregando mais de 110 países entre eles o Brasil que teve
uma participação vergonhosa ao convidar empresas poluidoras a se instalarem no país; quando
então se chegou à conclusão de que a solução não era diminuir a produção como propôs o Clube
de Roma à solução era começar a pensar em produzir melhor. Ao invés de produzirmos
indiscriminadamente, com grandes desperdícios, gerando grande quantidade de resíduos tanto
em forma de emissões gasosos, quanto efluentes líquidos e resíduos sólidos, vamos pensar em
produzir melhor, isto é produzir de forma mais limpa. Foi consolidado, então o conceito de
Desenvolvimento Sustentável que veio emergir em 92.
A crise do petróleo no início de década de 1970 ampliou o debate mundial. Em 1971, foi fundado
o Greenpeace, uma das organizações não governamentais de maior visibilidade no setor
ambientalista. As políticas ambientais entram em contradição com as políticas modernizantes e
de integração nacional implementadas pelo regime militar. As atividades de construção de
estradas, barragens e linhas de transmissão de energia elétrica etc. Entre 1975 e 1985, foram
pressionadas a realizar estudos de impacto ambiental, bancados por empresas estatais e
privadas. Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio ambiente (SEMA).
No campo não-estatal ganharam força medidas voltadas para a certificação ambiental (Selo
verde) e para aquisição dos padrões ISO 9001 e 14000. As ONGs reuniram-se durante a
Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e Desenvolvimento (Rio 92) firmaram
compromisso coma elaboração das Agendas 21 locais e regionais que abordou como o centro
da nova temática ambiental, o Desenvolvimento Sustentável, Biodiversidade, Mudanças 12
Climáticas, Águas (doces e oceanos) e Resíduos. Abaixo segue o resumo das discussões que
pautaram a Agenda 21:
• Resíduos – Da mera saída das latas de lixo doméstico indo aos aterros sanitários para uma
questão bem mais ampla de como coibir o tráfico internacional de resíduos tóxicos.
Normalizar o comércio de resíduos entre nações, definir medidas para redução ou a
destinação adequada de resíduos nucleares. Dando sequência a um processo que
passou pela Conferência da Basiléia, Protocolo de Montreal e pela atuação de ONG’s
internacionais.
No quadro geral da crise financeira das décadas de 1980 e 1990 as mudanças nas estratégicas
econômicas do Estado brasileiro repercutiram na política tradicional de defesa dos recursos
naturais. A privatização dos setores energéticos resultou na transferência de responsabilidades
na condução da gestão ambiental para alguns segmentos do setor empresarial.
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- Propostas de criação de
parques nacionais e
- Promulgação dos códigos: estaduais; declaração de
- II Guerra Florestais, das águas e de áreas florestais como
mundial - Revolução de Minas (1934) florestas protetoras Nacional com ações
1930 (1934); voltadas para as
- Risco Nuclear - Criação do Departamento
1930 - Constituição Idéiam não Poder regiões
Nacional Contra as secas - Criação do primeiro
- Risco de de 1934 formalizadas Público desenvolvidas (Sul e
A (DNOCS) (1963). Parque Nacional de
crescimento no período Federal Sudeste) e regiões
- Itatiaia (1937);
1971 populacional - Promulgação ou problema (Nordeste
Industrialização reformulação dos códigos - Criação da primeira e Amazônia)
- Riscos de e urbanização de pesca (1965), de minas floresta nacional da
contaminação aceleradas (1967) e florestal (1967); Amazônica.
química
- etc. - 26 unidades de
Conservação foram
criadas.
-Divulgação do
-Criação de estações
Relatório do
- Criação da secretária biológicas federais no RJ e
Clube de Roma
Especial do Meio Ambiente BA para proteger a
(1971);
(Sema) (1973); espécie do mico-leão;
- Geração de -Regionais
-Criação da Companhia de -Criação de parques
movimentos - Milagre Poder (Nordeste) e
desenvolvimento do Vale nacionais, florestas
ambientalistas econômico; Público metropolitanas do
do São Francisco (1974); nacionais; Idéiam ainda
(Greenpeace Federal; Sul e Sudeste do
1972 -Crescimento não
em 1971); -Criação do ministério do -Formulação da Política Agências país. Cresce o
das áreas concretizada
A Desenvolvimento Nacional do Meio Regionais interesse pela
-Conferência de metropolitanas; s no período
Urbanização e Meio Ambiente (1981); ONGs; Região Amazônica
1987 Estocolmo
-Crise Ambiente (1985); empresas escala dos
(1972); -Definição e criação de
econômica Ecossistemas.
-Resolução sobre a áreas de Proteção
-Ameaças das financeira.
obrigatoriedade do Estudo Ambiental em todo o
usinas
de Impacto ambiental (EIA) território Nacional (APA)
nucleares;
e do relatório de Impacto criadas em 1981 e
-Crise do Ambiental (RIMA) (1986). regulamentada em 1990.
Petróleo (1973
- etc.
e 1979).
-Proposição
de
estratégias,
-Crise mecanismos
ambiental e
mundial instrumentos
econômicos
-Lançamento
-Formulação da Política e sociais para
do relatório
nacional do meio a melhoria
Brundtland de
Ambiente (1989) da qualidade
1987
-Criação da Secretaria do ambiental e
-Constituição -Criação das Estações
1988 -Crise Meio Ambiental (1990). do uso dos
de 1988 Ecológicas e Áreas de
aos dias financeira recursos
-Criação do Ministério do Proteção Ambiental
atuais -Discussão naturais
-Realização da Meio Ambiente e do Meio (1990)
sobre os (1990);
ECO 92 e do Ambiente e da Amazônia
transgênicos -Um total de 119 unidades
Fórum das Legal (1993) e etc. -Construção
variadas foi criado (23 em
organizações da Agenda
área da Mata Atlântica e
não 21 Local,
51 em área da Floresta Regional;
governamentais
Amazônica)
- Conferência -Implantação
do Clima Global de
em Kyoto certificação
(1977) ambiental
(selo verde) e
das ISO 9000
– 14000.
14
A política ambiental ideal seria aquela que incorporasse as diversas dimensões da vida
humana em sociedade, o que inclui as suas dimensões sociais, ambientais, políticas e
econômicas. O planejamento deve assim orientar-se em torno do princípio de sustentabilidade,
entendido aqui como o princípio que fornece as bases sólidas para um estilo de desenvolvimento
humano que preserve a qualidade de vida da espécie no planeta. A dimensão ambiental deve,
por isso, integrar de forma relevante a política de desenvolvimento das nações em geral. A
adoção da perspectiva ambiental significa reconhecer que todos os processos de ajuste setorial
e de crescimento estão condicionados pelo entorno biofísico local, nacional e global. Deve,
portanto, ser combinada com outras perspectivas críticas baseadas na preocupação com os
direitos humanos, com os valores da autonomia nacional e da identidade cultural dos povos a
que se referirem.
3. CONTROLE AMBIENTAL
O saldo deixado pela Conferência de Estocolmo, no plano das Normas há desde legislação
constitucional (nacionais e estaduais) até capítulos de leis orgânicas e planos diretores. Há ainda,
legislação específica, como a lei da Política Nacional do Meio Ambiente, até resoluções CONAMA
(Conselho Nacional do Meio Ambiente), leis estaduais e deliberação de conselhos e comissões
estaduais de controle. Há ainda, institucionalização rotinas de licenciamento e a fiscalização de
atividades poluidoras ou o controle ambiental.
• Rio de Janeiro – Proteção dos corpos hídricos (Paraíba do Sul e Baía de Guanabara);
Depois veio a criação das OEMAS (Órgãos Estaduais de Meio Ambiente) em quase todos os
estados.
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A SEMA se dedicava a fazer avançar a legislação e aos assuntos que demandavam negociação a
nível nacional, como a produção de detergentes biodegradáveis, a poluição por veículos e a
criação de Unidades de Conservação. A pauta política mudou e esse sistema entra em crise, pois
o meio ambiente é matéria de relações exteriores e se reflete internamente no país, através de
articulações para a aprovação de convenções internacionais e de leis (lei das patentes,
contratação de créditos para a proteção à biodiversidade) e pela própria reestruturação do
aparelho do Estado. Surge um novo mercado de créditos e tecnologias. Novos instrumentos
neste nível são oferecidos: auditorias, certificação de processos e produtos, análise de
mapeamento de risco, centrais de tratamento de resíduos, redes automáticas de
monitoramento, sistemas de informações geográficas, solo verde, etc. Novos atores estão em
cena.
- Bancos e Fundos (BID-BIRD- - Min. Meio Ambiente (IBAMA, - Movimentos Sociais, Ecológico,
GEF) CONAMA, SISNAMA) Moradores, Trabalhadores
- Agências de Cooperação
(JICA,GTZ)
Municipal Técnicos
- Prefeituras - Universidades
* Centros de Pesquisa e Pós-
* Secretaria de Meio Ambiente Graduação
Comunicação
- Mídia 16
SEMA, CONAMA, SISNAMA, não dariam conta desse desafio político. O modelo de gestão dos
órgãos estaduais de meio ambiente também entram em crise. A população está mais
consciente, questiona e exige novas posturas. É impossível dar conta das demandas locais e da
crise dos órgãos do SISNAMA.
É interessante notar que o caráter autoritário do Estado, restos de uma cultura autoritária, fica
escondido, aparecendo na ação dos órgãos públicos, na definição e gestão de políticas, na
morosidade da justiça, na representação parlamentar desproporcional ao número de eleitores,
na votação dos orçamentos, na burocracia, no suborno, no jeitinho, no quebra-galho, no excesso
de leis e nas leis que não pegam.
5. ONGs
Segundo estimativa do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a atuação
das ONGs beneficia cerca de 250 milhões de pessoas nos países em desenvolvimento. As
organizações não governamentais e voluntárias tornaram-se importantes peças de apoio aos
programas de desenvolvimento nas últimas décadas. Existem ONG’s atuando no plano local,
nacional, regional e internacional. A vinculação local e a conexão internacional possibilitam que
as ações locais possam se interligar globalmente. Os principais temas abordados são: cidadania,
educação, políticas públicas, movimentos sociais, direitos humanos e meio ambientes.
6.1. Introdução
Para um estudo mais aprofundado, seria necessário um exame simultâneo da história e das
normas portuguesas na época do descobrimento, do Brasil-Colônia, das Capitanias Hereditárias,
do Governo Geral, etc.
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O código Civil de 1916, quando a palavra “ecologia” tinha apenas algumas décadas e o assunto
não havia tomado proporções atuais, não trata de forma expressiva das questões ambientais.
Contudo os artigos 554 e 555, na seção relativa aos Direitos de vizinhança, reprimem o uso
nocivo da propriedade. O proprietário ou inquilino de um prédio pode impedir que o mau uso
da propriedade vizinha prejudique a segurança, o sossego e a saúde. Ainda o Código Civil, no
artigo 582, confere ao dono do prédio vizinho que se sinta ameaçado, a possibilidade de solicitar
o embargo de obras de chaminés, fogões ou fornos.
Enquanto se inicia uma nova linguagem nacional, através de música, da pintura e da literatura
surge à construção de uma legislação própria brasileira.
Tal movimento, semana de arte moderna de 1922, na idade de São Paulo, surge à exaltação das
riquezas naturais (florestas, Pão de Açúcar, etc.), preconizadas por Oswald de Andrade. É a
época do impulso da industrialização e do urbanismo brasileiro.
Com o decreto número 16.300 (de 31/12/1923), que rege sobre a saúde e saneamento,
importante passo foram dados em favor do controle da poluição, quando proibiu instalações de
indústrias nocivas e prejudiciais à saúde de residências vizinhas.
É a época voltada para a construção dos “interesses nacionais”. É criado o Ministério do Trabalho
em 1931 e são editadas inúmeras leis trabalhistas.
São dessa época também o Código de Águas nos seus artigos 98 e 109, que, respectivamente,
proíbem construções capazes de poluir a água de poço ou nascente, assim como classificam
como ato ilícito à contaminação deliberada da água.
Já na constituição de1937, o artigo 16, inciso XIV, determinava a competência privativa da União
para legislar sobre os bens de domínio federal, minas, metalurgia, energia hidráulica, águas,
18
Já no Decreto Legislativo n.3 de 13.02.1948, importante passo foi dado com a proteção da flora,
da fauna e a conceituação de parques nacionais, reservas nacionais, monumentos naturais,
reservas de regiões virgens e aves migratórias.
• Lei n° 4.132 – Define os casos de desapropriação de terras por interesse social, na hipótese
de proteção do solo e preservação de cursos e mananciais de água, bem como de
reservas florestais;
• Lei n° 4.504 – (30/11/1964), dispõe sobre o estatuto da terra, trazendo no seu texto a
função social da terra, ou seja, o Poder Público pode desapropriá-la para quando seus
proprietários não ponham em práticas normas de conservação de recursos naturais;
• Lei n° 4.717 de 29/06/1965 – Esta lei institui a ação popular, que constitui um dos
instrumentos legais para o cidadão, em nome da coletividade, obter a invalidação de
atos ou contratos administrativos, ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual e
municipal. Foi proposta para anular uma autorização para a extração de madeira em
floresta protetora, mas também pode dela se servir o cidadão que vise a pleitear em
Juízo a invalidade do registro de loteamento que esteja em desacordo com a legislação
estadual ou municipal pertinente;
• Lei n° 5.197 de 03/01/1967 – Dispõe sobre a proteção à fauna e cria o tutelados pelo
Estado, conforme determinava o Decreto n° 24.646, de 1934. Conceituação de fauna,
19
para estender proteção da norma aos ninhos, abrigos e criadouros naturais de animais
fora do cativeiro;
• Decreto – Lei n° 221 de 28/02/67 – Dispõe sobre a proteção e estímulos à Pesca, trazendo
em seu artigo 37, o conceito de poluição;
• Lei n° 6.576 de 30/09/1978 – declara o Pau-Brasil árvore nacional e institui o dia do Pau-
Brasil;
Um dos maiores avanços na Legislação ambiental brasileira foi proporcionado pela Lei n. 6.803
de 02/09/1980, que determinou as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas
críticas de poluição.
O estudo de impacto ambiental (Lei n° 6.803) passou a ser realizada de forma preventiva para a
aprovação de zonas de uso estritamente industrial que se destinem a localização de pólos
petroquímicos, cloroquímicos, carboquímicos, bem como instalações nucleares. Esse estudo
20
resulta na elaboração do relatório de impacto ambiental - RIMA, que deverá ser apresentado
aos órgãos públicos competentes e à população.
Na resolução CONAMA n.001, de 23/01/1986, em seu artigo 1°, conceituou impacto ambiental
como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetam:
III – a biota;
VI. Incentivos aos estudos e à pesquisa de tecnologias orientadas para uso racional e a proteção
dos recursos ambientais;
Ainda nesta Lei, temos um importante instrumento de defesa ambiental que é a ação de
responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente.
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• Lei n° 7347 de 24/07/1985 – Institui a ação civil pública de responsabilidade por danos
causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens de direito de valor histórico, artístico,
estético e paisagístico.
d) No artigo 5°, inciso LXXIII, possibilita a qualquer cidadão a proposta de ação popular para
anular ato lesivo ao meio ambiente;
e) À questão indígena também tem tratamento detalhado, “os direitos territoriais dos povos
indígenas como primeiros habitantes do Brasil”, cabendo a União demarcar e reconhecer
essas terras;
f) A localização das usinas nucleares deve ser definida por lei federal;
i) A educação ambiental como princípio da Política nacional do Meio Ambiente, passa a ser
determinação federal contida expressamente no artigo 225, inciso VI, incentivando-se a
promoção desse tipo de educação em todos os níveis de ensino;
Hoje, podemos afirmar que a regulamentação da legislação ambiental brasileira é uma das mais
avançadas do mundo.
Nas décadas de oitenta e noventa, temos algumas importantes leis e decretos ambientais
estruturadas na constituição de 1988.
22
7. ISO-14000
7.1. Introdução
Com o objetivo de uniformizar as ações a serem tomadas nesta nova postura mundial quanto
ao meio ambiente, a ISO – Organização Internacional para a Normalização (Internacional
Organization for Standardization, organismo mundial constituído em 1947, que tem a
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – como um de seus membros fundadores).
A ISO é uma organização não governamental e conta com mais de 100 membros, (representando
cada um seu país de origem) – decidiu criar um sistema de normas que trata basicamente da
gestão ambiental. A série ISO–14000, a nova série de normas trata basicamente da gestão
ambiental e não deve ser confundida com um conjunto de normas técnicas.
A série ISO – 14000 constituem provavelmente o conjunto de normas mais amplo que já se
tentou criarem de forma simultânea. Contêm, em seu corpo, normas que regulam sua própria
utilização e que definem as qualificações daqueles que deverão auditar sua aplicação (ISO–
14010 – Diretrizes para Auditoria Ambiental – incluindo os critérios de qualificação dos próprios
auditores).
Um dos grandes méritos deste sistema consiste em proteger produtores responsáveis contra
outros concorrentes predadores que por não respeitarem as leis e os princípios da conservação
ambiental, produzem mais barato e não internalizam alguns custos que acabam sendo arcados
pelas sociedades.
7.2. Histórico
Por outro lado, algumas iniciativas foram tomadas de forma isolada, em alguns países, com a
criação de símbolos ou rótulos ecológicos de produtos que não agrediam o meio ambiente. Um
produto que os tivesse, seria considerado um produto “ambientalmente correto”, merecedor,
portanto da preferência do consumidor.
Um novo passo para a abordagem sistêmica as atividades relacionadas ao meio ambiente foi
dado pela British Standards Institution (BSI), em 1992, com a homologação da norma BS 7750
que cria procedimentos para se estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental nas empresas. A
norma BS 7750 estabelece um paralelo ambiental com a norma britânica de gestão da qualidade
BS 5750 e esta, por sua vez, serviu de base para a elaboração das normas internacionais da série
ISO 9000 de Gestão da Qualidade e garantia de Qualidade, já adotadas Universalmente.
Com esta experiência, a cumulada na elaboração das normas de série 9000 e sensibilizada pelas
ações que já vinham sendo tomadas por diversos países para criar suas próprias normas de
gestão e certificação ambiental, a ISO criou, em 1993, um novo comitê técnico, o TC 207,
incumbido de elaborar normas internacionais que assegurem essa abordagem sistêmica à
gestão ambiental e possibilitem a certificação das empresas e dos produtos que as cumpram.
Para poder desenvolver esse plano de normalização, ambicioso por sua abrangência e pelo curto
prazo em que se pretende implantá-lo, o TC207 foi estruturado em seis subcomitês técnicos,
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além de um comitê coordenador:
Além do mais, as normas ISO 14000, são voluntárias e não preveem a imposições de limites
próprios para medidas de poluição, padronização de produtos, níveis de desempenho, etc. são,
ao contrário, sistemas orientadores.
Com a entrada em vigor da série ISO 14000, as fronteiras são derrubadas e colocam a gestão
ambiental, no mesmo plano já alcançado pela gestão da qualidade.
Por outro lado, as empresas que veem na qualidade ambiental não um empecilho, mas um fator
de sucesso para se posicionarem no mercado tem, nas normas ISO 14000, a oportunidade para
se valorizarem internacionalmente.
Um dos grandes méritos do programa de normalização da série ISO 14000 é a uniformização das
rotinas e procedimentos necessários para uma empresa certificar-se ambientalmente,
cumprindo um mesmo roteiro-padrão de exigências que será válido internacionalmente. Para
que esse certificado seja reconhecido internacionalmente é necessário, contudo, que o
procedimento de certificação seja feito por uma terceira parte, isto é, umas entidades
especializadas, reconhecidas junto a um organismo autorizado ou credenciadas.
Em sua concepção a série de normas ISO 14000 tem como objetivo central um sistema de Gestão
Ambiental que auxilie as empresas a cumprirem seus compromissos assumidos com o meio
ambiente. Como conseqüência, cria sistemas de certificação, tanto das empresas como de seus
produtos, possibilitando assim distinguir aquelas empresas que atendem à legislação ambiental
e cumprem os princípios do desenvolvimento sustentável.
Tendo por base um Sistema de gestão Ambiental, as normas da série ISO 14000 também vão
estabelecer, quando inteiramente implantadas, as diretrizes para Auditorias Ambientais,
Avaliação do Desempenho Ambiental, Rotulagem Ambiental e Análise do Ciclo de Vida dos
produtos, exigindo assim a total transparência da empresa e de seus produtos com relação aos
aspectos ambientais. As normas deverão, portanto, servir de modelo para a implantação desses
programas no âmbito da empresa, possibilitando harmonizar os procedimentos e diretrizes
aceitas internacionalmente com a experiência e a tradição empresarial local.
SÉRIE DE NORMAS
ISO 14000
GESTÃO AMBIENTAL
8. SEGURANÇA AMBIENTAL
Dois são os enfoques “tradicionais” que damos à segurança no meio industrial: seguranças
patrimoniais, que visa à proteção dos bens das industriais sejam eles físicos, sejam
conhecimentos específicos da atividade e a segurança no trabalho, que está relacionada à
manutenção da integridade física das pessoas, tendo como foco a prevenção dos acidentes.
Estas duas últimas, segurança do trabalho e segurança ambiental, estão intimamente ligadas
principalmente pelo fato de que um indivíduo que pratica atos inseguros pode vir a lesar a si
próprio, a colegas de trabalho, a indústria e, com grande frequência, ao meio ambiente; e que
clamam por atenção urgente das empresas preocupadas com a sustentabilidade do negócio, e
devem fazer parte (como vimos no capítulo anterior) da visão estratégica da empresa. Esta
ligação é tanta que na prática as grandes empresas mantém uma única diretoria para os
principais enfoques de segurança, por exemplo, o SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança
Patrimonial) a Petrobrás ou o HSE (Healthy, Safety/Security and Environment) da Shell.
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LEGENDA:
É bem verdade que gostaríamos que fosse possível manter todo o nosso parque industrial
mundial sob atenta vigilância e análise a fim de erradicarmos os acidentes ambientais causados
por grandes indústrias, entretanto, isso se mostra uma utopia devido a seus custos proibitivos e
que, portanto justifica o uso de tabelas como a acima.
- Derrames
O primeiro passo para estudarmos um risco, no caso os derrames, é procurarmos suas causas,
ou seja, a forma como o petróleo e seus derivados fluidos vão parar em rios e mares, neste caso:
O segundo passo pode ser a percepção de que todas estas causas podem ser evitadas pela
elaboração de normas rígidas de manejo e principalmente a criação e o cumprimento de
legislação que regulamente o tópico.
Um terceiro passo é aquele que gostaríamos de não ter que pôr em prática, a elaboração de
planos de contingência para a redução do impacto ambiental, para tanto se faz necessário
conhecer o problema e seus fenômenos.
Ao ser derramado na água a primeira modificação que o óleo sofre é o seu espalhamento na
superfície líquida formando uma grande mancha que se alongará em função das correntes,
normalmente se tratando de petróleo este processo pode levar uma semana, podemos então, 27
notar que, de forma geral, o petróleo e seus derivados são mais leves do que a água e por isso
flutuarão, ficando sobrenadando na superfície na forma de uma fina, mas extensa camada,
como um filme. Durante estes processos estará havendo a evaporação das fazes mais leves
tornado o derrame cada vez mais viscoso e aderente às pedras, praias e tudo o que encontrar
no caminho, incluindo a vida marinha. A evaporação também é a maior responsável pelo grande
risco de incêndio, e explosões, nas 24 h após o derrame.
Considerando o problema exposto acima podemos pensar em casos hipotéticos para a aplicação
da matriz de riscos apresentada anteriormente, sendo os casos:
• Tubulações aéreas, sobre o mar, que transporta grandes volumes de petróleo entre um
terminal e uma refinaria;
Qual será o caso que necessita de maior atenção e dispêndio de tempo e dinheiro?
Analisando a matriz de risco podemos verificar que a ocorrência de um furo pode acontecer com
ambos com a mesma frequência, ou seja, provavelmente “já ocorreu na instalação”, entretanto
ao analisarmos frente ao impacto causado verificamos que a tubulação na bacia de tanques
atinge uma área controlada, confinada, enquanto a tubulação sobre o mar pode causar desastre
ambiental, ou seja, risco 3 e 1 respectivamente em nossa matriz. Racionalmente a tubulação
sobre o mar exige maior atenção.
A técnica acima trata de como gerenciar a prevenção do problema, ou seja, focar os esforços
onde realmente é necessário para prevenir os acidentes, entretanto, como atuar quando não
conseguimos evitar um acidente? Neste caso, como vimos anteriormente é necessário Ter um
plano de contingência muito bem estruturado e uma forma de se conseguir elaborá-lo é através
da Análise Histórica de Acidentes.
Voltando a relacionar o derrame como principal problema, em ocorrências, vamos citar como
exemplo acidentes que foram exaustivamente estudados para a definição de planos de
contingência:
TORREY CANYON - Até o acidente de Torrey Canyon a preservação do meio ambiente marinho
estava praticamente restrita a Convenção Internacional para a prevenção da Poluição do Mar
por Óleo (Internacional Convention for the Prevention of Pollution of Sea by Oil).
O Petroleiro encalhou na costa da Bretanha, em 1967, sendo totalmente destruído pelo mar,
derramado 117000 toneladas de Petróleo do Kuwait, cerca de 390 Km de litoral da França e 28
Inglaterra foram atingidos, mostrando ao mundo o quanto estava despreparado para enfrentar
estas situações.
Devido ao emprego de dispersantes a população marinha sofreu agressões por mais de dez
anos.
BARCAÇA FLÒRIDA – Em 1969, a Barcaça Flórida, que levava cerca de 2500 toneladas de óleo
combustível, naufraga na baia de Bazzard em Massachusetts. Este acidente é muito importante,
pois ocorreu em águas interiores e foi muito estudado pelos Nortes Americanos. Suas
conseqüências mais notáveis foram à mortandade de pequenos peixes, invertebrados e
organismos de pântano além de trocas na estrutura genética de populações marinhas locais,
esterilidade de alguns moluscos e principalmente desajuste comportamental.
Estes são exemplos de acidentes que poderiam ser evitados ou ter suas conseqüências reduzidas
pelo uso das técnicas que discutimos. Entretanto, o desenvolvimento destas e de outras
técnicas, todas muito eficientes por sinal, só acarretaram em resultados se forem aplicadas de
forma extensiva, e para tanto se faz necessária à formação de uma cultura ambiental, não
apenas na gestão das empresas como se encarrega a ISO 14000, mas determinantemente no
dia a dia das pessoas sejam eles operários de indústrias sejam donas de casa ou crianças, com a
mesma determinação que devemos buscar um sistema de gestão ambiental “vivo”, dinâmico,
devemos incentivar a coleta seletiva de lixo, dar preferência a produtos “ecologicamente
corretos” e incentivar a educação ambiental em casa e na escola, dentre outros.
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9. BIBLIOGRAFIA
• Valle, Cyro Eyer. Como se preparar para as Normas ISO 14000 – 2 ª Ed. – 1995.
• Heinrich Boll Foundation. The jo´burg-Memo – Memorandum for the World Summit on
Sustainable Development. 2 ª Ed. – 2002.
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