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Escola Secundária “29 de Setembro” – Maxixe

Trabalho de Geografia
Introdução à Hidrogeografia

Hidrogeografia

Discentes: NO:
 Aylton Fernando Luís
---------------------------------------------------------------------- 07
 Benilton de R.António
--------------------------------------------------------------------- 10
 Dalton André António
-------------------------------------------------------------------- 15
 Denny Lewis R.Faduco
------------------------------------------------------------------- 18
 Dércio da Zita B.Vilanculos
------------------------------------------------------------- 19
 Dhya Dhirendra Arilal
--------------------------------------------------------------------- 20
 Diandra Momad R.Omar
------------------------------------------------------------------ 21
 Gina Armindo Tomé
------------------------------------------------------------------------ 39
 Gleds da R. D. Tsutsumela
--------------------------------------------------------------- 40
 Isha Hinhes
---------------------------------------------------------------------------------- 43
1
 Melves da N.António
---------------------------------------------------------------------- 59
 Mércia da Arlete Afonso
------------------------------------------------------------------ 60

Turma: 15 11a Classe

Docente: Julião Valentim


Nhantumbo
Maxixe, Agosto de 2019

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Introdução
O presente trabalho é sobre a hidrogeografia, mas concretamente a história, o conceito, o
objecto, os objectivos, e os ramos da hidrogeografia; rios: importância das bacias
hidrográficas e importância ecológica dos rios, regime, dinâmica e estrurura dos rios:
meandros e capturas, cursos de água subterrânea: fontes naturais e artesianas, balanco hídrico
e os maiores rios do planeta; lagos: origem e dimensão dos lagos: relação entre os rios e
lagos, comportamento e dinâmica do caudal dos lagos, os maiores lagos do mundo; oceanos e
mares: propriedades físicas e químicas das águas marinhas, dinâmica das águas do mar: as
ondas, marés e as correntes marítimas, importância das correntes marítimas, os principais
oceanos e mares; importância da hidrosfera e por fim defesa e conservação da hidrosfera.

Objectivo geral:
 Ter noção sobre a hidrogeografia.

Objectivos específicos:
 Conhecer a história, o conceito, o objecto, os objectivos e os ramos da hidrogeografia;
 Conhecer a definição de rio;
 Descrever a importância ecológica dos rios e das bacias hidrográficas;
 Ter conhecimento sobre o regime, dinâmica e estrutura dos rios.
 Conhecer a definição de balanço hídrico;
 Descrever os maiores rios do planeta, lagos, origem, dimensão dos lagos, o
comportamento, dinâmica do caudal dos lagos e os maiores lagos do mundo;
 Conhecer o conceito dos oceanos e os mares, propriedades físicas e químicas das
águas marinhas, dinâmica das águas do mar: as ondas, marés e as correntes marítimas;
 Descrever a importância das correntes marítimas;
 Conhecer os principais oceanos e mares;
 Descrever a importância da hidrosfera e defesa e conservação da hidrosfera.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica.

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1. Hidrogeografia
1.1. Conceito de Hidrogeografia
 História de Hidrogeografia
A hidrogeografia nasceu com a irrigação dos vales do rio Nilo e do rio Amarelo, pela mão
dos egípcios e dos chineses respectivamente. Até ao seculo XV, todos os conhecimentos
basearam-se em crenças divinas. Nos seculos seguinte, começou-se a delinear uma tendência
para explicar racionalmente os fenómenos hidrológicos, marcada por medições regulares da
precipitação, da evaporação e dos caudais.
Nos séculos XVIII e XIX surgiram os grandes técnicos de hidráulica, como Bernoulli,
D’Alembert e Chezy, que conduziram à afirmação da Hidrogeografia.
No seculo XX, com os avanços na área da informática, esta ciência conhece um grande
desenvolvimento, destacando-se alguns estudiosos como Vem Te Chow, Linsley, Meyer, Roy
Sherman, Robert Horton e Merril Bernard.

 Conceito, objecto e objectivos de Hidrogeografia


A Hidrogeografia é o ramo da geografia física que estuda os componentes da Hidrosfera, as
características físicas das águas continentais, superficiais e subterrâneas, e oceânicas, e a
relação que estabelecem com outros componentes da Geosfera.
O nosso planeta é também conhecido por “planeta azul”, pois a maior parte da sua superfície
é ocupada por água. Esta está presente principalmente nos oceanos, sob a forma de água
salgada. Podemos encontrar água doce nas calotes polares, nos glaciares, nos lagos, nos rios e
nos reservatórios de água subterrânea.

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O objecto de estudo da Hidrogeografia são os fenómenos que têm lugar na hidrosfera.
Os seus objectivos centram-se exactamente no facto de esta ciência procurar descrever as
características e as relações de cada um dos componentes de massas líquida, nomeadamente:
as águas continentais superficiais (rios e lagos); as águas continentais subterrâneas
(aquíferos); oceanos e mares.

 Ramos da Hidrogeografia
A hidrografia possui três disciplinas especializadas, segundo o seu objecto de estudo,
nomeadamente:
Potamogeografia – ciência que estuda o comportamento dos cursos de água, tanto
superficiais como subterrâneos, a sua localização e utilização, isto é, que estuda as
águas superficiais e subterrâneas.
Limnogeografia – ciência que ocupa do estudo e da descrição dos lagos e pântanos,
isto é, é responsável pelo estudo dos lagos, ou seja, estuda os lagos e pântanos.
Oceanogeografia – ciência que estuda os oceanos, procurando compreender,
descrever e prever os processos que neles ocorrem, isto é, estuda os oceanos e mares.

2. Rios
Um rio é um curso de água permanente distinguindo-se assim dos demais cursos de água
quando chove. É o caso das torrentes, existentes em regiões montanhosas, e dos úadi, típicos
de áreas desérticas.

Torrente Úadi

Os rios nascem em regiões de altitude mais ou menos elevada e juntam-se a outros cursos de
água, formando uma rede organizada de água doce, que se desloca para um oceano, mar ou
lago.

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Nascente de um rio – é o local da superfície topográfica onde emerge, naturalmente, uma
quantidade apreciável de água subterrânea. A nascente de um rio pode ser numa montanha,
num lago ou num glaciar em fusão.
Foz ou desembocadura – é a parte terminal do curso de água que coincide com o local onde
este desagua, seja noutro curso de água, seja num oceano, mar ou lago.
Um rio é caracterizado pelo seu comprimento, havendo várias designações conforme a
extensão. Para além dos rios, existem cursos com extensão mais reduzida que têm as
designações de ribeiras, ribeiros, riachos e regatos. Os cursos de água encontram-se
organizados em redes hidrográficas.
Rede hidrográfica – é o conjunto formado por um rio principal e pelos seus afluentes e
subafluentes, que desaguam não em oceanos, mares ou lagos, mas noutros cursos de água
hierarquicamente superiores.
Os principais padrões de drenagem são:
Drenagem dendrítica (assemelha-se a uma arvore e desenvolve-se em rochas de
resistência uniforme);
Drenagem em treliça (caracterizada por ter rios principais, que correm paralelos, e
por rios secundários que desaguam perpendicularmente nos primeiros; é típica em
estruturas com falhas;
Drenagem rectangular (é uma modificação do tipo de drenagem anterior, resultando
da influência exercida pelas falhas);
Drenagem paralela (os cursos de água escoam, quase paralelamente, uns aos outros;
localiza-se em áreas onde existem vertentes com declives acentuados ou onde existem
formas estruturais que originam a ocorrência de espaçamentos irregulares);
Drenagem anelar (assemelha-se a anéis de aparência igual aos que surgem na secção
de um tronco de uma árvore).

Uma rede hidrográfica drena uma determinada área, que recebe a designação de bacia
hidrográfica que permitem a escorrência das águas para essa mesma rede hidrográfica.
Numa determinada secção, chamada secção de jusante, onde se da o escoamento de toda a
água líquida (e por vezes solidas) sobre uma superfície continental.
Bacia hidrográfica – é o sistema onde ocorre o escoamento de todo o fluxo de água entrado
sob a forma de precipitação atmosférica.

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As bacias hidrográficas podem ser:
Exorreicas (quando o escoamento das águas se faz de modo continuo até ao mar, ou
seja, quando as bacias desembocam directamente no nível marinho);
Endorreicas (quando as drenagens são internas e não possuem escoamento até ao
mar);
Arreicas (quando não há nenhuma estruturação, como nas áreas desérticas);
Criptorreicas (quando as bacias são subterrâneas, como nas regiões cársicas).

2.1. Importância das bacias hidrográficas


As bacias hidrográficas são muito importantes para o desenvolvimento de certas actividades
económicas, como o transporte de pessoas e mercadorias; o fornecimento de água para a
irrigação na agricultura, a indústria e o consumo doméstico; o aproveitamento do potencial
hidroeléctrico; a actividade piscatória; o turismo e o lazer. É ainda nos rios que são
baptizados os fiéis de algumas religiões. Para certas sociedades, os rios constituem uma
divinidade (como, por exemplo, o rio Ganges, na Índia, que é venerado pelos hindus).
O curso dos rios realiza-se desde a nascente até à foz.
Declive ou gradiente – diminui desde a nascente até à foz, sendo muito acentuado no
curso superior (junto à jusante) e decrescendo ao longo dos cursos medio e inferior
(junto à foz);
Velocidade (v) – esta não é constante em todo o percurso, estando directamente
relacionada com o declive, ou seja, diminui globalmente da nascente até à foz. A
velocidade das águas dos rios é expressa em metros por segundo (m/s);
Caudal (Q) – é a quantidade de água que circula numa secção do leito do rio. O
caudal depende do comportamento da alimentação do rio (chuvas, neve, gelo), da
extensão da bacia e do curso do rio. O cálculo do caudal de um rio é expresso em
metros cúbicos por segundo (m3/s) obtém-se multiplicando a velocidade média das
águas (V) pela respectiva secção (I): Q = V I ou Q = C V R I
Onde:
V é a velocidade média;
C é a constante típica do rio;
I é a secção do rio;
R é o rio hidráulico.

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2.2. Importância ecológica dos rios
Os rios são agentes modeladores da paisagem terrestre. Têm um papel vital no equilíbrio
térmico, pois tornam a temperatura amena (por reduzirem o teor de dióxido de carbono
existente na atmosfera), atenuando os elevados índices da sua concentração. Constituem
habitats com imensa biodiversidade. As águas dos rios dissolvem a matéria, permitindo o
transporte desses nutrientes e servindo também como agente de limpeza. Por fim, os rios são
reservatórios de água cuja evaporação é indispensável à manutenção do ciclo hidrológico,
possibilitando a vida na Terra.

2.3. Regime dos rios


O regime é a relação das variações de um caudal durante o ano. É uma das variáveis que
diferenciam o comportamento de um rio de outro.
A quantidade de água transportada por um rio é designada de caudal. Normalmente, aumenta
da nascente para a foz, pois vai recebendo o contributo dos afluentes.
As regiões muito pluviosas apresentam maiores caudais do que as mais secas. A variação do
caudal ao longo do ano é designada regime hidrográfico. Há rios que apresentam regimes
regulares, isto é, possuem um caudal constante ao longo do ano, e há outros regimes
irregulares, ou seja, com oscilações de caudal. Os diferentes tipos de leito estão associados a:
Situações de cheia ou em períodos de quedas pluviométricas elevadas, que
habitualmente ocorrem em períodos do ano de precipitação concentrada, em que o rio
transborda das suas margens, inundando as áreas próximas e ocupando o seu leito de
inundação, ou seja, os caudais são altos, podendo existir um pico no caudal.

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Situações de estiagem, quando a precipitação escasseia e a evaporação aumenta,
fazendo com que o caudal dos cursos de água diminua, ficando o leito reduzido ao
leito de estiagem. Em algumas estações, dada a intensidade da secura, a água do rio
pode mesmo extinguir-se por completo.

Nas ordenadas colocam-se os caudais mensais ou os coeficientes mensais do caudal, que se


obtêm dividindo os caudais mensais pelo caudal médio anual, e nas abcissas, os meses.
O regime de um rio depende dos seguintes factores:
Alimentação (tipo e regularidade);
Relevo (um forte declive do leito permite o escoamento rápido das águas);
Natureza do solo das regiões atravessadas (mais ou menos impermeável);
Clima (determina a subida ou descida das águas);
Vegetação (mais ou menos densa).
De acordo com a regularidade do caudal, os rios classificam-se em:
Rios de regime permanente ou constante – regime particular dos rios que, devido à
regularidade das chuvas, apresentam um caudal de água constante. Estes rios nunca
secam. É o caso do rio Amazonas e do rio Congo, que são conhecidos como rios
perenes;
Rios de regime periódico – regime próprio dos rios que registam variações nos
caudais ao longo do ano. Têm maiores caudais nas estações do ano com maior
pluviosidade. São os rios que correm nas regiões tropicais, como, por exemplo, o rio
Zambeze, o rio Nilo, o rio Limpopo e o rio Ganges;
Rios de regime irregular ou efémero – regime típico dos rios das regiões desérticas,
que possuem caudal quando chove. são exemplos os oueds, na Sara, e os creeks, na
Austrália.
Rios de regime sazonal – regime de rios das regiões subtropicais e temperadas, cujo
caudal depende das chuvas e do degelo. A fusão do gelo pode provocar cheias nas
margens dos rios.

Rio Zambeze

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2.4. Dinâmica dos rios
Os rios exercem acções sobre a superfície terrestre (margens e leito dos rios) que se dividem
em erosão, transporte e deposição.
A erosão consiste no desgaste das rochas devido à acção da água corrente e da sua
intensidade. À medida que o tempo passa, e em resultado do desgaste, o relevo inicial
vai-se reduzindo até atingir uma superfície plana. Na erosão fluvial destacam-se três
processos erosivos:
 Abrasão – é o desgaste das rochas provocado pelo material transportado pelo rio.
O material arrastado pela água vai adquirindo movimentos rápidos giratórios e aos
poucos vai escavando diversos pontos do fundo rochoso do rio. A continuidade
deste movimento origina um alargamento sucessivo das superfícies do rio,
provocando a formação de depressões, que adquirem a designação de marmitas de
gigante. Os calhaus que realizam o trabalho de abrasão ficam perfeitamente
rolados e polido.
 Levantamento – efectuado a partir da pressão da água, que consegue arrancar do
fundo do rio placas delgadas, separadas da rocha por fendas.
 Dissolução – a água desgasta a rocha até dissolver os vários elementos que a
compõem. O efeito depende da natureza da rocha e das características da água.
O transporte consiste no carregamento do material de um ponto para o outro. Esta
acção realiza-se através de três modalidades: a solução, a suspensão e a tracção.
 Solução – é um processo imperceptível, pois durante esta actividade o material
transportado não é visível. Calcula-se que, esta acção seja responsável pelo
transporte de cerca de 3 mil toneladas de material por ano (cerca de 38% do total).
 Suspensão – o material mais fino é impedido de se depositar no fundo, devido aos
movimentos turbilhonares da corrente. O material é arrastado para jusante, que se
encontra a maior ou menor distância, conforme o peso do material transportado.
 Tracção – o material transportado sobre o leito é arrastado (reptação), ou
obrigado a rolar (rolamento) ou a saltar (saltação) quando é apanhado pelos
turbilhões de água mais forte. As partículas são levantadas e projectadas para a
frente pela corrente, caindo mais adiante devido ao seu peso.
A deposição acontece quando ocorre uma diminuição da velocidade da água, ou seja,
quando os rios entram no mar, formando-se, na foz uma barra que pode elevar-se do
leito e aflorar à superfície.

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A deposição dos materiais varia em função do tamanho e do peso dos materiais, ou seja, os
mais grosseiros são os primeiros a depositar-se e, por último, os mais finos. Por esta razão, o
leito dos rios encontra-se geralmente coberto de material mais ou menos grosseiro (calhau
rolados) na parte superior e de material fino na parte inferior.

2.5. Estrutura dos rios


A estrutura de um rio está relacionada com as formas que este apresenta em toda a sua
extensão, isto é, desde a nascente até à foz, e toma a designação do perfil. A estrutura dos rios
compreende os vales, os meandros, os terraços e as capturas.
Os vales apresentam configurações diferentes, de acordo com as características do rio, o
estado de evolução do relevo, a natureza das rochas e o tipo de clima.
O perfil de um rio é a forma expressiva da sua estrutura. O perfil do rio pode ser longitudinal
ou transversal.
O perfil longitudinal apresenta-se em forma de uma curva com a concavidade virada para
cima e tangente à horizontal, junto à foz, assemelhando-se a uma parábola ou hipérbole.

No início, o perfil de um rio apresenta muitas irregularidades, que vão desaparecendo aos
poucos com a passagem do tempo, devido ao processo erosivo. Um rio encontra-se numa
situação de equilíbrio – perfil de equilíbrio –, quando apenas transporta todo o material que
lhe é fornecido, não possuindo energia suficiente para erodir a sua superfície (margens e
leito). Todas as secções (montante ou jusante) repercute-se na situação de equilíbrio.
Se numa das secções do curso do rio ocorrer um abaixamento, o gradiente diminuirá a
jusante, provocando uma deposição. Se aumentar a montante, provocara erosão. Esta erosão,
que resulta da aceleração das águas pelo aumento do gradiente e que se realiza de jusante
para montante, chama-se erosão regressiva. Se ocorrer um levantamento, então acontece o
inverso.

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A erosão regressiva observa-se nas quedas de água. recuando para montante, as quedas de
água transformam-se em rápidos, acabando por desaparecer.
Os rios exercem simultaneamente uma erosão vertical ou erosão linear. O leito baixa ao
mesmo tempo em todos os seus troços.
O perfil transversal é representado pela união dos diferentes pontos do curso de um rio de
uma margem até à margem oposta. A sua forma típica é um V ou um U. Revela as
características do vale numa determinada secção do rio.
Dividimos o percurso de um rio da nascente até a foz em três secções que podem ser
comparadas às três fases da vida humana:
Na fase inicial ou de juventude, no curso superior (parte mais inclinada, onde o
poder de desgaste e de transporte de materiais é muito intenso), os rios correm
geralmente entre montanhas, num tipo de vale chamado vale em V fechado ou em
garganta. Trata-se de um vale com vertentes muito ingremes e profundas, originadas
pelo desgaste vertical do rio. É comum em lugares cujas rochas são muito resistentes.
Na fase de maturidade, no curso médio do rio, a inclinação diminui e as águas
perdem forca, diminuindo a sua capacidade de transporte. Os materiais mais pesados
são depositados no fundo do leito. Formam-se vales em V aberto, que são um tipo de
vale com vertentes suaves e pouco profundas, originadas pelo desgaste lateral do rio.
A acção erosiva predominante é o transporte de todo o material arrancado até aqui.
Predomina em lugares com rochas pouco resistentes.
Na fase de velhice, no curso inferior (corresponde às zonas mais próximas da foz), a
inclinação do terreno torna-se quase nula. O rio perde velocidade e dá-se a deposição
dos materiais (aluviões) que o rio transportou durante o seu percurso. Formam-se
vales em caleira aluvial, de fundo largo e plano. O rio corre sobre os sedimentos
depositados.

Vale em V aberto Vale em caleira aluvial

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Na época das cheias, o rio transborda, depositando nas margens grande quantidade de
aluviões.
Formam-se grandes planícies sedimentares ou aluviais, onde o rio descreve amplas curvas,
chamadas meandros. Estas surgem por que o rio desgasta as margens côncavas e acumula os
sedimentos nas margens convexas.
A foz de um rio pode apresentar duas formas distintas: a de estuário ou a de delta.
Um estuário é a parte terminal de um rio onde o efeito das marés e das correntes se faz
sentir, existindo um único canal limitado por margens. Implica uma ampla abertura sobre o
mar. Esta abertura só poderá manter-se se houver um equilíbrio entre os sedimentos
transportados pelo rio e a respectiva capacidade de escoamento.
Os deltas correspondem à foz de um curso de água em que as aluviões fluviais se acumulam
em vez de serem redistribuídos pelas vagas e pelas correntes litorais. Os deltas caracterizam-
se por um avanço da Terra em relação ao mar. No fundo, um delta representa o oposto de um
estuário, porque no caso do delta, as acções fluviais, de origem continental, dominam sobre
as acções marinhas.

 Meandros
São sinuosidades regulares descritas pelo leito dos rios, as quais dependem da energia e da
carga fluvial.
Devido à força centrífuga, as águas correntes tendem naturalmente a alargar as curvas inicias.
Mas algumas dessas cedem desmedidamente e, por vezes, até descrevem voltas quase
completas.
Distinguem-se dois tipos de meandros:
Meandros livres – têm a sua origem na dinâmica do próprio curso do rio, quando as
sinuosidades são independentes do traçado do vale. Os declives afectados vão sendo
deslocados constantemente rio abaixo e os arcos do meandro vão-se ampliando;
Meandros encaixados (meandros de vale) – aqueles cujas curvas coincidem com o
traçado do vale, isto é, ocorrem quando o vale acompanha as sinuosidades do rio.
Como resultado da erosão, a vertente mantém-se abrupta e recua, de modo a aumentar
a concavidade.
Ao longo do tempo, os esporões que separam os vários ramos acabam por desaparecer,
ficando meandros livres numa planície aluvial.

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Pode acontecer que as curvas se intersectem, propiciando uma ligação mais curta, e os
meandros ficam isolados, dando origem a lagos em forma de ferradura.

Meandro do Rio Limpopo

 Capturas
O aumento do caudal de alguns rios advém da captura de águas de outros rios. Uma das
formas de captura entre os rios resulta da erosão regressiva, em que a nascente de um rio
entra na bacia hidrográfica de outro, encurralando-o e desviando as águas do seu curso. No
lugar da captura (de encontro) forma-se uma curva, chamada cotovelo de captura. Devido ao
desnível entre os dois rios, produz-se um armazenamento de água. perto do cotovelo de
captura, a água proveniente das vertentes deixa de ser suficiente para manter o curso de água,
que fica reduzido a um vale seco.

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Exemplo de uma
captura

2.6. Cursos de água subterrânea


A água subterrânea faz parte integrante do ciclo hidrológico, constituindo um recurso natural
imprescindível para a vida e para a integridade dos ecossistemas. Representa mais de 95%
das reservas de água doce exploráveis do planeta.
As águas subterrâneas resultam da infiltração da água proveniente da precipitação dos solos,
dos cursos de água, lagos e albufeiras, da rega e das águas residuais urbanas. As formações
que contêm água e que a podem ceder em quantidades economicamente aproveitáveis são
designadas por aquíferos. Em função dos tipos litológicos que constituem o suporte dos
aquíferos, existem:
Aquíferos porosos: os aquíferos onde a água circula através dos espaços vazios
(poros) entre os grãos que compõem as rochas (por exemplo, rochas detríticas);
Aquíferos fracturados: os aquíferos onde a água circula ao longo de fendas,
fracturas, falhas ou outras descontinuidades, em rochas ígneas e metamórficas.
Aquíferos cársicos: os aquíferos onde a água circula em cavidades originadas por
dissolução de calcários e dolomitos (e mais raramente de gesso e sal-gema). A
dissolução acontece por infiltração das águas pluviais ao longo de fendas ou outras
aberturas, onde circulam, alargando-as, o que contribui para o aumento da circulação
subterrânea e para a continua intensificação deste processo.
Para além disso, nas regiões de solos calcários, podem surgir dois tipos distintos de
nascentes: as exsurgências e as ressurgências.

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Uma exsurgência é uma nascente pela qual as águas cársicas, que circulam através dos
calcários, emergem para o exterior. Podem apresentar caudais muito irregulares ao longo do
ano.
Uma ressurgência é uma nascente na qual a água de um rio, que previamente entrou no
interior do maciço cársico por intermédio de uma fenda, emerge para o exterior. O seu caudal
depende do caudal do rio que o alimenta.

Poroso Cársico Fracturado

 Fontes naturais e artesianas


As águas subterrâneas emergem à superfície formando nascentes ou fontes verdadeiras
(mananciais) através de exsurgência e ressurgência (nas regiões cársicas). A exsurgência
consiste em pontos de descarga ou emergência dos aquíferos, cuja água circula pelas
condutas subterrâneas em maciços calcários, sem que anteriormente tivesse formado um
curso subaéreo.
A fonte da ressurgência resulta da emergência de água subterrânea na superfície, depois de
esta ter desaparecido a montante, como, numa gruta, numa zona rochosa ou num algar.
Quando se abrem poços verticais até se atingir o aquífero, se o lugar se encontra sobre um
nível superior do aquífero, a água mantém-se no poço até esse nível, para a obter, a utilização
de bombas ou de outros meios. Os poços artesianos surgem quando se fazem perfurações
muito profundas e estreitas e a água sai à superfície, em jactos perenes de altura variável.

2.7. Balanço hídrico


Balanço hídrico é a diferença registada entre a precipitação e a evaporação num determinado
local e intervalo de tempo.
A precipitação representa os “ganhos” de água que irão alimentar o escoamento superficial e
a infiltração. A evapotranspiração representa as “perdas” de água para a atmosfera, a partir da
evaporação da água dos rios, lagos, albufeiras e solo e da transpiração dos seres vivos.

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2.8. Os maiores rios do planeta
Continentes: Rios Características e localização
É o maior rio do mundo em extensão, tem 6670 km de
comprimento. Nasce no lago Vitória e desagua no mar
Mediterrâneo, sob a forma de delta. Do lago Vitória, sai
com o nome de Nilo Branco; dirige-se para norte,
Rio Nilo
atravessando o Sudão e o maciço da Etiópia, onde
recebe afluentes. O seu afluente principal é o Nilo Azul.
Consegue atravessar o deserto do Sara (cerca de 2000
África
km) sem receber mais nenhum afluente até chegar ao
Mediterrâneo.
Tem uma extensão de 4600 km. É o segundo maior rio
de África e o segundo do mundo em termos de volume.
Rio Congo (Zaire) Desagua no oceano Atlântico. Apresenta um elevado
potencial hidroeléctrico, pois é essencialmente um rio
de planalto e com muitas quedas de água.
Situa-se em território russo. Nasce no planalto de
Rio Volga Valdai, atravessa a planície russa em direcção ao sul e
desagua no mar Cáspio, após um percurso de 3600 km.
É o rio mais extenso da Europa.
Banha terras de sete países e três capitais europeias:
Europa
Rio Danúbio Viena, Budapeste e Belgrado. Nasce na Floresta Negra
e desagua no mar Negro, percorrendo uma distância de
2900 km. É o segundo maior rio da Europa.
Apresenta uma pequena extensão de 1300 km. Nasce
nos Alpes suíços e separa a Alemanha da França. Após
Rio Reno atravessar a Alemanha e a Holanda desagua no mar do
Norte. Tem grande importância económica (transportes
de produtos), política e estratégica.
Rio Yenissei, Obi Atravessam a Sibéria e desaguam no Árctico.
e Lena
Rio Indo, Ganges e São rios extensos e nascem na região do Himalaias;
Bramaputra após banharem a península indiana, desaguam no

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Ásia oceano Índico.
Rio Azul (Yang- É o maior rio asiático, com uma extensão de 5550 km.
Tsé-Kiang)
Rio Amarelo Nasce no planalto do Tibete e desagua no Pacífico.
(Huang-Ho)
Com uma extensão de 4800 km, nasce no Minnesota e
desagua no golfo do México, sob a forma de um grande
Rio Mississípi delta. É um rio de planície, com uma boa localização
geográfica. Os seus afluentes são o Missouri, o
Arkansas e o Vermelho, na margem direita, e o Ohio,
América do
na margem esquerda.
Norte
Rio Missouri A maior e mais extensa bacia hidrográfica dos Estados
Unidos da América, com 3 300 00 km2.
Liga os Grandes Lagos ao oceano Atlântico e serve de
Rio São Lourenço escoadouro natural de grande parte da produção norte-
americana e canadense.
Localiza-se o segundo maior rio do mundo em extensão
e o primeiro em volume de água. forma a maior bacia
Rio Amazonas hidrográfica do globo, drenado uma área com
6 500 000 km2. Revela-se uma importante via de
América do
comunicação no transporte de pessoas e mercadorias,
Sul
bem como fonte de alimentação.
Tem uma extensão de 4000 km, nasce no Brasil e
Rio Paraná desagua no estuário do rio Prata, no Atlântico.
Apresenta um grande potencial hidráulico do mundo.
É um rio de planície, nasce na região central do Mato
Rio Paraguai Grosso e desagua no Rio Paraná. É facilmente
navegável e reveste-se d grande importância económica
no escoamento de produtos do centro-oeste brasileiro.

3. Lagos
Um lago é uma depressão na superfície terrestre que contém permanentemente uma
quantidade variável de água, devido à existência de uma camada de rocha impermeável. Esta

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depressão não tem comunicação imediata com o mar. A água dos lagos pode ser oriunda de
uma nascente local. Essa água proveniente da chuva, de uma nascente local, de um curso de
água ou da fusão de glaciares e calotes polares. A dimensão destas massas aquáticas é
variável, bem como a sua profundidade. A quantidade de água que um lago contém está em
relação com um clima regional.

Lago Baikal
Ao contrário dos rios, apresentam uma menor turbulência e uma menor velocidade das
correntes de água. A maior parte dos lagos de nosso planeta localiza-se no hemisfério norte,
em particular na zona temperada e na zona fria.
Os lagos têm dimensões variáveis, sendo uns constituídos por alguns metros e outros por
centenas de quilômetros, como por exemplo, os grandes lagos da américa do Norte ou os
grandes lagos de África. A sua profundidade também vária entre alguns centímetros e várias
centenas de metros, como por exemplo, o lago Baikal, localizada na Sibéria, Rússia, é o mais
profundo do mundo e mede 1680 m.
Da mesma forma que os rios, os lagos desempenham um papel importante nas atividades
humanas e econômicas. Entre as suas funções, a sua utilidade pode variar, desde o transporte
de diversos produtos à irrigação de campos agrícolas, à pesca com fins comerciais,
recreativos, desportivos e turísticos. Também para além de armazenarem grandes quantidades
de água e de reterem nutrientes, são importantes formadores de solo, representando um
recurso natural produtivo, que engloba uma grande variedade de espécie de seres vivos.
Influenciam ainda o clima de áreas mais próximos. Em caso de inundação, constituem um
problema para as populações.

3.1. Origem e dimensão dos lagos


Geologicamente, a maioria dos lagos existentes na terra é recente, tendo entre 25-30 milhões
de anos. A origem dos lagos é variada, distinguindo-se vários processos de formação. Estes

19
podem atuar isoladamente ou em conjunto. Existe um número de processos naturais que
concorrem para a formação dos lagos, como os levantamentos tectônicos, o avanço ou recuo
dos glaciares, o deslizamento de terras ou os bloqueios glaciares. Em zonas como a antártica,
podem existir lagos subglaciares, isto é, que se encontram do baixo do gelo, como o lago
Vostok. Os lagos salgados formam onde não existem escoamento natural e onde a água se
evapora rapidamente.

Grande Lago Salgado


Algumas bacias Lacustres devem se a acontecimentos de origem tectônica. O movimento da
crusta terrestre, quer sejam de soerguimento o de afundamento de blocos rochosos, originam
lagos profundos e de grande extensão superficial, que apresentam vertentes íngremes. Por
exemplo, movimentos epirogênicos ocasionaram o isolamento de mares, como o caso do mar
cáspio e do caso de mar do Aral. Dobramentos originaram depressões como o lago Titicaca,
na fronteira entre o peru e a Bolívia. Também o lago Baikal e o lago Tanganica estão entre os
lagos da origem tectônica.
Os lagos podem resultar na atividade vulcânica. Para terras de vulcões extintos formam
depressões que se enchem de água. O colapso do teto de câmaras magnéticas parcialmente
vazias pode resultar em caldeiras, que posteriormente são ocupadas por água. São exemplos
os lagos da Crateras, do Oregon e do Yellowstone nos EUA, o lago de Bolsena, na Itália, e os
lagos Kivo e Bunyoni, na África oriental.
Os lagos pequenos em forma de arco poderão formar se nos vales dos cursos de água, em
resultado dos meandros. Os rios cuja velocidade das águas é reduzida tomam formam sinosas
e os lagos externos das suas curvas são erodidos mais rapidamente mais do que os externos.
Podem adquirir uma forma semelhante a uma ferradura e o rio muda o seu leito através e uma
nova passagem, fazendo surgir na região da antiga passagem um lago arqueado.
A atividade erosiva dos glaciares é um dos agentes mais importantes na formação de lagos.
Muitos lagos formaram-se pelas águas de fusão dos materiais das moreias, nas margens em
retrocesso de glaciares continentais. Em regiões montanhosas, depósitos laterais e terminais

20
de moreias podem represar vales de rios e formar lagos. Muitos lagos árticos e sub-árticos
formaram-se efetivamente pela atividade glaciar, especialmente na América do Norte.
Outros lagos naturais surgiram devido a acontecimentos graduais, como os lagos da península
do lucatão, no México, que resultam da dissolução de rocha calcárias, ao longo de fissuras e
fraturas, ao ponto de originarem depressões chamadas dolinas.
Também a ação erosiva dos rios pode isolar depressões, formando lagos em locais de quedas
de água ou em áreas de planícies aluviares, onde ocorre o estrangulamento das curvas dos
rios (meandros) em consequência da acumulação de sedimentos.
A erosão provocada pelo vento pode ocasionar depressões que muitas vezes contem água,
por exemplo, lagos de origem áridas ou semi-áridas.
Existem igualmente, Lagos artificiais, como a da barragem de Cahora Bassa, em
Moçambique, também designados por albufeiras.
Normalmente a água dos lagos é doce, mas existem alguns importantes logos salgados.
O lago Baikal, na Ásia, e o lago Tanganica, em África, são os lagos mais antigos e os mais
profundos do mundo e localizam-se em áreas de Rift continental. A sua origem deve-se à
subsidência da crusta terrestre e à fricção de duas placas tectônicas.
De acordo com a sua origem, os lagos podem ser classificados como lagos de origem
interna ou lagos de origem externa.
Os lagos de origem interna podem ser tectônicos ou vulcânicos:
Os lagos tectônicos surgem em resultado do abatimento ou do desabamento de
cavidades subterrâneas. Podem também ter origem em fraturas no terreno ou em
inflexões ocorridas na crusta terrestre;
Os lagos vulcânicos situam-se em crateras de vulcões ou em depressões originadas
por erupções vulcânicas.
Os lagos de origem externa podem ser de erosão, residuais, de depressão ou de origem mista:
Os lagos de erosão são originados pelas chuvas, vento ou glaciares;
Os lagos residuais foram, em tempos, mares ou bacias marinhas e contem água
salgada.
Nos lagos de depressão as aguas encontram-se acumuladas em depressões.
Os lagos de origem mista podem resultar da combinação de diversos fatores, os
quais, leva a que se acumule uma determinada quantidade de agua.

21
Lago Tana

 Relações entre rios e lagos


Os lagos mantem relações recíprocas com os rios. Assim, existem lagos emissores,
transmissores e receptores.
Os lagos emissores são alimentados pelas chuvas, pela fusão de gelo ou pela escorrência
superficial, originando rios. São exemplos, o lago vitória (Rio Nilo) e o lago Tana (Rio Nilo
azul).
Os lagos transmissores são reguladores do caudal dos rios. São exemplos, o lago Costança e o
lago Genebra, atravessados pelos rios Ródano e Reno, respectivamente.
Os lagos receptores são alimentados pelos rios, não tem escoamento e a sua massa de água
estabelece-se através de um equilíbrio regulado pela evaporação.

3.2. Comportamento e dinâmica do caudal dos lagos


Os lagos alimentam se sobretudo por afluentes ou por nascentes tem um comportamento
semelhante aos cursos de água. Há um aumento o nível de águas no momento do degelo ou
em sequência de precipitação. Estes podem transbordar e provocar inundações. A partir do
lago, originam-se cursos de água, denominados emissários, que escoam regularmente as
águas em excesso. Em países de clima de tipo desértico. Estas variações são muito
pronunciadas. Se a evaporação exceder a alimentação do lago, este pode secar e desaparecer.
Os sedimentos provenientes dos afluentes acumulam-se no fundo, contribuindo para o
aumento do nível das águas. O processo de desaparecimento dos lagos é rápido e acontece
quando os seus afluentes são capturados por outros rios.
Em geral, os lagos encontram-se em equilíbrio, quando as chuvas caem, o seu caudal e
volume aumentam e, a sua área também aumenta, mantendo deste modo o seu volume de

22
água, desde que os processos naturais e outras forças não influam negativamente na sua
dinâmica.
O volume de água de um lago é determinado pelo clima que predomina na região. As
variações no nível de água dependem assim da precipitação, da evaporação e da infiltração
porem o tamanho da bacia hidrográfica constitui uma peça fulcral no equilíbrio hídrico desta
massa aquática. Quanto maior for a extensão da bacia, mais água o logo recebe e com maior
regularidade. Nas zonas áridas e nas montanhosas, as variações são mais frequentes.
Durante a estação seca, os caudais diminuem, tal como ocorre com os cursos de água. Na
estação das chuvas, o caudal apresenta uma tendência para aumentar.
Em bacias endorreicas, a medida que os sedimentos se acumulam no fundo do lago, a
profundidade. As águas profundas possuem uma temperatura mais baixa que as superficiais,
salvo em regiões de clima frio, onde a camada superior congela no inverno.
Durante o verão, a temperatura da camada superficial é mais elevada que a temperatura do
fundo, devido a radiação solar. Por este motivo, a densidade da água superficial torna-se
inferior a densidade da camada do fundo, fazendo com que haja camadas distintas no corpo
de água:
Epilimnio: camada superior, mais quente, menos densa, com maior circulação;
Termoclina: camada de transição;
Hipolimnio: camada inferior, mais fria, mais densa, com maior estagnação;
A diferença de densidade pode ser tal, que causa uma completa estratificação no corpo de
água, com as três camadas não se misturando entre si. Esta estratificação tem uma grande
influência na qualidade de água.
As águas dos lagos apresentam geralmente reduzida movimentação, não exercendo
praticamente qualquer ação de desgaste ou de transporte. São ambientes de intensa
sedimentação.
A sedimentação lacustre depende de inúmeros fatores, destacando-se o clima, a profundida, o
volume de água e a morfologia e litologia da bacia.
Estabelecem frequentemente relações com os rios das regiões circundantes, podendo
funcionar como emissores, transmissores ou receptores.
Há lagos de água doce e de água salgada, consoante a sua origem e evolução geológica. A
salinidade pode resultar do fecho de um mar devido a tectônica de placas, do excesso de
evaporação ou ainda da dissolução de estratos evaporativos.

23
3.3. Os maiores lagos do mundo
Área total Profundidade Volume Tipo de
Lago (aproximada) em km2 em metros (m) em km3 água Localização
Mar 371 000 1025 78 200 Salgada Rússia,
cáspio Cazaquistão,
Irão,
Turquemenistão
e Azerbaijan
Superior 82 400 405 12 100 Doce EUA e Canadá
Vitória 69 500 81-85 2 750 Doce Tanzânia,
Uganda e
Quênia
Huron 59 596 229 3540 Doce EUA e Canadá
Michigan 58 016 281 4918 Doce EUA
Tanganic 32 893 1470 18 900 Doce Rep, Dem, do
a Congo, Burundi,
Zaâmbia e
Tanzânia
Baikal 31 500 1680 23 600 Doce Rússia
Grande
lago do 31 080 88 2236 Doce Canadá
urso
Grande
lago do 28 930 614 2090 Doce Canadá
escravo
Erie 25 745 64 489 Doce EUA e Canadá
Winnipeg 24 341 18 283 Doce Canadá
Niassa 23 310 706 8400 Doce Malawi,
Tanzânia e
Moçambique
Ontário 19 259 244 1639 Doce Canadá
Balkash 18 428 26 106 Doce Cazaquistão
Ladoga 17 703 255 908 Doce Rússia

24
Onega 9891 120 280 Doce Rússia
Titicaca 8135 281 893 Doce Bolívia e peru
Cazaquistão e
Aral >6630 32 110 Salgada Uzbequistão na
Federação Russa

4. Oceanos e mares
A Terra é um planeta mais marinho do que continental, uma vez que 97% da água que cobre
o nosso planeta está nos oceanos, extensas massas aquáticas, cuja característica principal é a
salinidade da água. Os oceanos ocupam cerca de 2/3 da superfície terrestre.
Actualmente, a comunidade internacional distingue cinco oceanos:
Oceano Pacifico: é o maior dos oceanos, tem uma área superior a das terras emersas.
O nome foi lhe dado em 1520, na viagem de circum-navegação iniciada por Fernão de
Magalhães e deveu-se ao bom tempo que os marinheiros encontraram enquanto o
atravessaram;
Oceano Atlântico: banha a costa oriental da América e a costa ocidental da Europa e
da África. Atlântico do deus grego “Atlas”, que sustentava sobre as suas costas o
mundo;
Oceano indico: encontra-se rodeado pela África (oeste), Ásia (norte), e Oceânia
(este). Deve o seu nome a proximidade com a índia.
Oceano Glacial Ártico: é o menor dos oceanos e encontra-se quase totalmente
coberto por uma plataforma de gelo. A designação deriva da palavra grega “Arktus”
que significa urso, pelo facto de se situar próximo da constelação da ursa maior.
Oceano Glacial Antártico: circunda a antártica, sendo o único oceano onde é
possível navegar em linha reta sem encontrar terra. A designação deve-se a sua
posição geográfica, pois antártico é o oceano oposto a ártico.

25
A hidrosfera é principalmente constituída por oceanos e mares, que ocupam 71% da
superfície terrestre, ou seja, ¾ da mesma, o que equivale a uma serie a uma área aproximada
de 360,2 milhões de km2. Os oceanos e mares tem significados geográficos diferentes: os
mares são porções de oceanos situados junto a costa, em reentrâncias mais ou menos
profundas, ou prolongamentos de oceanos comprimidos na massa continental ou entre
continentes muito próximo um dos outros.
Existe uma comunidade aberta entre os oceanos. No entanto, entre os mares e os oceanos, a
comunicação pode ser mais difícil, devido a sua localização geográfica e origem.
Assim, segundo a sua posição geográfica e origem, os mares classificam-se em:
Mares litorais ou abertos – ocupam amplas reentrâncias costeiras e estão em
comunicação aberta e fraca com os oceanos propriamente ditos. Entre outros,
destacam-se o mar da China, do Japão das Antilhas e do Norte.
Mares continentais ou inteiros – localizam-se no interior dos continentes e
encontram-se em comunicação estreita com os oceanos. Temos como exemplo os
mares Báltico, mediterrâneo, negro e vermelho.
Mares fechados – não estabelecem qualquer espécie de comunicação cm os oceanos.
Correspondem atualmente a restos de antigos mares, reduzidos a verdadeiros lagos.
Como exemplo, o Mar morto e o Mar cáspio.
Na tabela abaixo, podemos observar as diferenças entre os oceanos e alguns dos principais
mares mundiais no que diz respeito a áreas totais e profundidade medias. Existem algumas
outras variações morfológicas entre os oceanos e os mares, como por exemplo, a proporção
de superfície que é ocupada pela região abissal e pela região pelágica, a percentagem da
superfície ocupada por ilhas relativamente a superfície total do oceano ou mar, ou a largura
da abertura, medida em percentagem.

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Oceanos e mares Área total aproximada Profundidade media (m)
(km2)
Oceano Atlântico 78 900 000 2290
Oceano Indico 72 250 000 3590
Oceano Pacifico 152 440 000 3870
Mar Báltico 364 000 53
Mar da China 3 280 000 983
Mar das Antilhas 2 643 000 1970
Mar do Japão 904 000 945
Mar do Norte 570 000 95
Mar Mediterrâneo 2 446 000 1400
Mar Negro 461 000 1250
Mar Vermelho 450 000 490

Os oceanos, nem sentido vertical, apresentam diversas regiões que são definidas pela
profundidade: plataforma continental, situada entre 0 e -2000 metros de profundidade; talude
continental, localizado entre -2000 e -6000 metros de profundidade; região abissal, localizada
abaixo de -6000 metros de profundidade.
Em linhas gerais, o fundo dos oceanos apresenta planaltos, montanhas e depressões de grande
profundidade, estas últimas em número insignificante, apenas 1.5% do oceano apresenta
profundidade superiores a 6000 metros.

27
As caraterísticas mais relevantes dos fundos oceanos são:
Plataformas continentais – são planaltos submarinos de inclinação suave, limitados
pelo talude continental, com detive pronunciado, cuja profundidade não ultrapassa dos
200 metros.
Dorsais - são cadeias montanhosas, como as que se desenvolvem a meio do atlântico
e nas costas euro-africanas.
Planícies abissais – ocupam uma grande extensão oceânica, de relevo relativamente
plano e com profundidades medias de 4000 metros.
Fossas abissais – localizam-se próximo dos continentes ou em grupos de ilhas, em
geral junto de costas abruptas e muito instável. São mais numerosas no oceano
pacifico, onde se localiza a fossa das marinas, a fossa mais profunda do mundo, com
cerca de 11 000 metros de profundidade.

4.1. Propriedades físicas e químicas das águas marinhas


 Propriedades físicas
A densidade, a temperatura e a cor constituem propriedades físicas e permitem caracterizar as
águas marinhas. Na tabela que se segue, estão descritas algumas destas propriedades.

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Propriedades físicas Descrição
A temperatura depende da intensidade dos raios solares e varia de
acordo com a latitude, a profundidade e as estacoes do ano, sendo:
Temperatura Mas elevada no equador do que nos polos;
Mais elevada a superfície do que em profundidade;
Mais elevada no Verão do que no intervalo.

A densidade da água do mar varia em função da temperatura, da


salinidade e da profundidade, sendo que esta aumenta.
Densidade Na razão inversa da temperatura;
Com o aumento da salinidade;
Com a profundidade
A cor depende da quantidade e da origem dos sedimentos.
Cor Próximo da costa é esverdeada
No alto-mar é azul-escuro
Perto da foz dos rios é avermelhada ou amarelada

 Propriedades químicas
Os principais componentes das águas são os cloretos, os sulfatos e os carbonatos.
Tipo de água % de carbonatos % de sulfatos % de cloretos
Água dos rios 80 13 7
Água do mar 0,2 10 89
O sabor salgado da água do Mar deve-se à composição química desta e sobretudo ao seu grau
de salinidade. A salinidade é a quantidade de sais existentes num litro de água. Este valor
varia entre 33g/l e 37g/l. Nos oceanos, o valor de salinidade média é de 35g/l, isto é, cada
litro de água contem 35g de sais.
O cloreto de sódio, ou sal da cozinha, é o sal que surge em maior quantidade.
A influência direta de diversos fatores, como a temperatura, a precipitação atmosférica e a
contribuição fluvial e glacial, faz com que a salinidade não a mesma em todos os oceanos e
mares, como se verifica no quadro ao lado.
Sais g/litro ‰de sais
Cloreto de sódio 27,2 77,5 Mar Salinidade

Cloreto de magnésio 3,8 10,8 Mar Báltico 10‰

Sulfato de magnésio 1,6 4,7 Mar Negro 15‰

Sulfato de cálcio 1,3 3,6 Mar Mediterrâneo 38‰ 29


Sulfato de potássio 0,9 2,5 Mar Vermelho 40‰
Carbonato de cálcio 0,1 0,3 Mar Morto 250‰
4.2. Dinâmica das águas do mar
As águas do mar nunca estão em absoluto repouso, estão sujeitas a diversos movimentos,
alguns dois quais ocorrem a superfície, sendo por isso mais facilmente perceptíveis, como é o
caso das ondas e das marés. Outros movimentos ocorrem em profundidade, de que são
exemplo as correntes marítimas, as quais apenas nos apercebemos dos seus defeitos.
Apresentam três movimentos gerais: ondas, marés e correntes marítimas.

 As ondas
As ondas são movimentos superficiais das águas oceânicas. A sua causa principal é a ação do
vento sobre as águas, que gera movimento. Quando o vento sopra sobre a superfície dos
oceanos, empurra a água, formando cristas, cuja altura e periodicidade refletem a intensidade
dos ventos.
Os elementos que contribuem uma onda são:
Crista, a parte mais alta da onda;
Cava, a parte mais baixa a onda;
Comprimento, a distância horizontal entre as duas cristas sucessivas.

Os tipos de ondas classificam-se em:


Ondas oscilatórias - formam-se no alto-mar, onde a massa líquida não é deslocada,
existindo apenas um movimento circulatório das moléculas de água;
Ondas translativas – formam-se onde a massa líquida é deslocada e arremessada de
encontro ao litoral. Devido à sua pequena profundidade, a parte inferior da onda,
esbarra no fundo e provoca um desequilíbrio, obrigando a massa de água a projetar-se
para diante, o que ocasiona as rebentações ou surf.

30
Ondas tsunami – São provocadas por sismos, deslizamentos e erupções vulcânicas,
com origem nos fundos submarinos, e caracterizam-se por uma grande concentração
de energia, um grande comprimento de onda e uma velocidade de propagação
elevada. Quando atingem o litoral, apresentam um elevado poder de destruição.

 Marés
As marés consistem em movimentos periódicos das águas e são provocadas pela atração
gravitacional da Lua e do Sol sobre a Terra. O tempo decorrido entre o nível mais baixo das
águas e o nível mais alto é de 6h 12min, donde se conclui que em pouco mais de um dia ha
duas marés altas e duas marés baixas.
Dependendo das fases da Lua e da influência dos três astros, as marés poderão apresentar
menores ou maiores amplitudes.

Numa primeira situação, os três astros estão alinhados, caracterizando duas fases, que
são: a Lua nova ou conjunção, quando a lua se encontra entre o sol e a Terra; a Lua
cheia ou oposição, quando a Lua está numa oposição oposta ao sol. Quando isto
corre, o somatório das forças gravitacionais origina a formação de marés mais altas,
denominadas marés das águas vivas ou de sizígia.
Numa segunda situação, os astros estão em quadratura, caracterizando as fases de
quarto crescente e quadro minguante.
Nestes casos, crescente e minguante, verifica-se a formação de marés mais baixas,
também designadas águas mortas, devido a subtração das forças gravitacionais.

 Correntes marítimas

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As correntes marítimas são grandes massas de água salgada que circulam pelos oceanos.
Influenciam o clima e apresentam direção e constâncias bem definidas.
Do ponto de vista didático, classificá-las-emos sob diferentes aspetos:
1. Quanto a origem – as correntes marítimas devem-se a fatores internos ou
intrínsecos, ou seja, diferenças de temperaturas, salinidade e densidade, e também a
fatores externos ou extrínsecos, isto é, a ação dos ventos e da pressão atmosférica.
2. Quanto a direção – é influenciada por duas forças: os ventos e a rotação da Terra.
3. Quanto a profundidade – existem correntes de superfície e correntes de
profundidade são formadas nas regiões ártica e antártica, onde a água, muito fria e
densa, afunda-se afunda e se dirige lentamente para as regiões equatoriais pelo
fundo dos oceanos.
4. Quanto a temperatura – podem ser quentes ou frias, conforme a região equatorial,
e são frias, quando se formam nas regiões polares.
No mapa abaixo, estão assinaladas as principais correntes marítimas.

 Importância das correntes marítimas


Do pondo de vista biológico, as correntes realizam o transporte e a disseminação de espécies
animais e vegetais pelas regiões por onde passam.
Do ponto de vista climático, transportam e distribuem o calor das baixas para as altas
altitudes. Por exemplo, a corrente do Golfo, ao transportar as suas águas quentes para o
atlântico norte, ameniza os rigores do inverno no litoral europeu. Por seu turno, a corrente

32
quente do canal de Moçambique é responsável pelo transporte de massa húmida para a faixa
costeira, provocando precipitação em toda a franja litoral do pais.
As correntes frias, além de acentuarem os rigores climáticos das regiões por onde circulam,
efetuam o transporte de icebergs, que constituem um perigo real para a navegação. É o caso
das correntes do Labrador e da Maldivas.

4.3. Principais oceanos e mares

Mar Superfície (km2) Oceano


Mar Arábico 3 861 672 Indico
Mar da China Meridional 2 973 306 Pacifico
Mar das Caraíbas 2 514 878 Atlântico
Mar Mediterrâneo 2 509 698 Atlântico

33
Mar de Bering 2 261 060 Pacifico
Golfo de Bengala 2 171 995 Indico
Golfo do México 1 507 373 Atlântico
Mar de okhotsk 1 390 824 Pacifico
Mar do Japão 1 012 685 Pacifico
Baia de Hudson 730 377 Glacial ártico
Mar da China Oriental 665 627 Pacifico
Mar de Andaman 564 876 Indico
Mar Vermelho 453 248 Indico
Mar Negro 436 413 Atlântico
Mar do Norte 427 348 Atlântico

5. Importância da hidrosfera
A água é o componente básico de todos os seres vivos. É muito importante para a nossa vida
e para as atividades econômicas, como a produção de energia, a produção de alimentos
através da agricultura, a produção industrial, o transporte fluvial e marítimo, as atividades de
lazer, etc. Os oceanos, rios lagos e lençóis subterrâneos são reservatórios naturais de água no
estado líquido. Há também reservatórios naturais de água no estado solido, como os glaciares
e os icebergs, e no estado gasoso, como o vapor de água existente na atmosférica.
A água na Terra é vulgar e vital, rara e omnipresente, útil e destrutiva. As suas propriedades
químicas e físicas conferem-lhe características muito importantes.
Uma das condições básicas para a existência de vida na Terra é a presença de água na forma
líquida. Nos seres vivos, o seu papel no metabolismo, no processo de regulação da
temperatura do organismo e na nutrição dos tecidos é vital. A água é o principal componente
dos organismos vivos, sendo em muitos casos o seu lar.
A água também é usada por uma grande variedade de atividades humanas, como a higiene, a
agricultura, a pecuária, a indústria, o lazer e a produção de energia.
As mesmas propriedades que fazem da água um elemento vital e conveniente para a vida na
Terra frequentemente se manifestam como inconvenientes e destruidoras, demostrando a
ambivalência e imparcialidade dos fenômenos naturais, bem como a influência da condição
humana para fazer frente a ocorrência destes fenômenos naturais. Vejam-se as secas e as
inundações, decorrentes de fenômenos climatológicos extremos.

34
6. Defesa e conservação da hidrosfera
A maior parte da superfície do nosso planeta é ocupada por água. Apesar da grande extensão
deste recurso, a sua abundância é aparente, isto porque a quantidade de água disponível para
ser utilizada pelo ser humano é muito diminutiva.
A era industrial trouxe a melhoria do nível de vida e o rápido crescimento da população,
levando a crescentes exigências de água. A poluição das águas continentais é um grande
problema ambiental.
Grande parte das indústrias lança produtos químicos, muitas vezes tóxicos, directamente para
os rios, o que degrada a qualidade da água.
Os gases poluentes reagindo com o vapor de água produzem chuvas acidas, que acidificam
rios, lagos e ainda lençóis freáticos, devido à infiltração das águas das chuvas.
Os aglomerados urbanos geram efluentes, vulgarmente designados esgotos, que são lançados
directamente nos rios, sem tratamento prévio. Os detergentes, as lixívias e a matéria orgânica
são os principais poluentes urbanos.
Os fertilizantes e pesticidas usados na agricultura vão-se acumulando no solo. Aquando da
rega ou da chuva, dissolvem-se na água e, infiltram-se continuamente até alcançarem os
lençóis freáticos, provocando a sua degradação.
Os produtos químicos contidos nas rações e os dejectos dos animais são transportados pela
água que se infiltra, contaminando os lençóis freáticos e que degradam a qualidade da água.
Os detergentes usados nas limpezas e o sangue e as vísceras originários de matadouros são
lançados directamente em rios.
As centrais termoeléctricas lançam água aquecida para os rios e lagos, alterando as
propriedades físicas.
As chuvas ácidas provocam a destruição de florestas e a contaminação das águas superficiais
e subterrâneas.
O desenvolvimento do turismo balnear conduz à grande concentração de população nas áreas
costeiras, aumentando o volume de resíduos sólidos e destruindo os cordoes dunares.
A escassez e a poluição da água constituem, nos dias de hoje, dois graves problemas
mundiais.
A falta de água em muitas regiões do mundo é necessário:
Realizar uma gestão económica da água no quotidiano;
Reutilizar a água em várias actividades;
Dessalinizar a água de mares e oceanos;

35
Racionalizar os consumos de água na agricultura.

A resolução do problema da poluição aquática passa pela adopção das seguintes medidas e
acções:
Criação de estacoes de tratamento de águas;
Proibição de descargas industriais em rios e mares;
Redução da exploração dos aquíferos.

Para uma adequada gestão dos recursos hídricos é necessária uma integração mais efectiva e
consistente das informações sobre a dinâmica de lagos, rios e mares e dos processos
económicos e sociais que influenciam os recursos hídricos.

Conclusão
Neste trabalho abordou-se o assunto sobre a hidrogeografia e concluímos que a
hidrogeografia é o ramo da geografia física que estuda os componentes da Hidrosfera; o
objecto de estudo são os fenómenos que têm lugar na hidrosfera; a hidrografia possui três
disciplinas especializadas são: potamogeografia, limnogeografia e oceanogeografia; rio é um

36
curso de água permanente distinguindo-se assim dos demais cursos de água quando chove; as
bacias hidrográficas são muito importantes para o desenvolvimento de certas actividades
económicas; os rios são agentes modeladores da paisagem terrestre; os rios classificam-se
em: rios de regime permanente ou constante, de regime periódico, de regime irregular ou
efémero e de regime sazonal; os rios exercem acções sobre a superfície terrestre que se
dividem em erosão, transporte e deposição; o perfil do rio pode ser longitudinal ou
transversal; existem dois tipos de meandros que são: meandros livres e meandros encaixados;
as águas subterrâneas resultam da infiltração da água proveniente da precipitação dos solos,
entre outros; balanço hídrico é a diferença registada entre a precipitação e a evaporação num
determinado local e intervalo de tempo; os maiores rios do planeta são: rio Nilo, Congo
(Zaire), Volga, Danúbio, Reno, entre outros rios; lago é uma depressão na superfície terrestre
que contém permanentemente uma quantidade variável de água; a origem dos lagos é
variada; os lagos alimentam se por afluentes ou por nascentes tem um comportamento
semelhante aos cursos de água; os maiores lagos do mundo são: Mar Cáspio, Superior,
Vitória, Huron, Michigan, Tanganica, Baikal, Grande lago do Urso, do Escravo, Érie,
Winnipeg, Niassa, entre outros lagos, os mares classificam-se em: litorais ou abertos,
continentais ou inteiros e fechados; as propriedades físicas das águas marinhas são: a
temperatura, a densidade e a cor; a dinâmica das águas do mar apresentam três movimentos
gerais: as ondas, marés e correntes marítimas; as correntes realizam o transporte e a
disseminação de espécies animais e vegetais pelas regiões por onde passam; a água é o
componente básico de todos os seres vivos; e por fim concluímos que o Homem só poderá
continuar a dispor de água se proteger e favorecer o povoamento florestal, se construir
reservatórios próprios para a armazenar, se controlar o seu consumo e evitar a poluição da
mesma.
Cumprimos com todos os objectivos que tínhamos nos proposto.
Este trabalho foi muito importante para o nosso conhecimento porque permitiu-nos conhecer
melhor sobre a hidrogeografia, além de ter-nos aperfeiçoar competências de selecção,
organização e comunicação da informação.

Bibliografia
NANJOLO, Luís; ABDUL, Ismael (2002), A Terra – Processos e Fenomenos, Geografia
11a Classe, Maputo, Diname, pp 194/226.

37
MANSO, Francisco Jorge; SOTARIA, Geraldo Cardoso (2013), Pré-universitário
Geografia 11a Classe, 1a Edição, Maputo, Pearson, Moçambique, pp 160/184.
PINHO, Hélio (2017), Geografia 11a Classe, Maputo, Plural Editores, Moçambique, pp
202/222.

Índice
Introdução…………………………………………………………………………………….. 2
1. Hidrogeografia………………………………………………………………………... 3

38
1.1. Conceito de
Hidrogeografia…………………………………………………………... 3
 História de Hidrogeografia…………………………………………………………... 3
 Conceito, objecto e objectivos de Hidrogeografia…………………………………….
3
 Ramos da Hidrogeografia ……………………………………………………………. 4
2. Rios…………………………………………………………………………………… 4
2.1. Importância das bacias
hidrográficas…………………………………………………. 6
2.2. Importância ecológica dos
rios………………………………………………………... 7
2.3. Regime dos
rios……………………………………………………………………….. 7
2.4. Dinâmica dos
rios…………………………………………………………………….. 9
2.5. Estrutura dos
rios……………………………………………………………………. 10
 Meandros……………………………………………………………………………. 12
 Capturas…………………………………………………………………………….. 13
2.6. Cursos de água
subterrânea………………………………………………………….. 14
 Fontes naturais e artesianas…………………………………………………………..
15
2.7. Balanço
hídrico……………………………………………………………………… 15
2.8. Os maiores rios do
planeta…………………………………………………………… 15
3. Lagos………………………………………………………………………………...
17
3.1. Origem e dimensão dos
lagos……………………………………………………….. 18
 Relações entre rios e lagos……………………………………………………………
20

39
3.2. Comportamento e dinâmica do caudal dos
lagos……………………………………. 21
3.3. Os maiores lagos do
mundo…………………………………………………………. 22
4. Oceanos e mares……………………………………………………………………...
23
4.1. Propriedades físicas e químicas das águas marinhas
……………………………….. 26
 Propriedades físicas…………………………………………………………………. 26
 Propriedades químicas………………………………………………………………. 27
4.2. Dinâmica das águas do
mar………………………………………………………….. 28
 As ondas……………………………………………………………………………...
28
 Marés………………………………………………………………………………... 29
 Correntes marítimas………………………………………………………………….
30
 Importância das correntes marítimas…………………………………………………
31
4.3. Principais oceanos e
mares…………………………………………………………... 31
5. Importância da hidrosfera…………………………………………………………....
32
6. Defesa e conservação da hidrosfera………………………………………………….
33
Conclusão…………………………………………………………………………………… 35
Bibliografia…………………………………………………………………………………. 36

40

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