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Alessandro Ferronato
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT)
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2
Engº Agrº, MSc., Prof° Assistente do Deptº de Solos e Engenharia Rural,
UFMT, e-mail: aleferro@zaz.com.br
3
1
Aceito para publicação em 31.12.2000; parte da Dissertação de Mestrado Engª Agrª, MSc.; Técnica de Atividade Ambiental, Fundação Estadual do
em Agricultura Tropical, apresentada pelo primeiro autor à FAMEV/UFMT, Meio Ambiente - FEMA, Cuiabá-MT.
4
em março de 1999; trabalho conduzido com auxílio da CAPES, CNPq e Engº Agrº, Dr., Profº Adjunto do Depto. de Fitotecnia e Fitossanidade,
FAPEMT. FAMEV/UFMT.
24.5g (40.766 seeds/kg) as sucupira-preta 1000 seeds weight, as well as 24.6g (40.683 seeds/kg)
for pé-de-anta seeds. The biometrics data for sucupira-preta and pé-de-anta fruits presented the
median value of 4.1cm, 10.0cm and 17.5cm, 5.9cm for length and width respectively. The biometrics
data of de sucupira-preta and pé-de-anta seeds presented the median value of 4.8cm, 3.4cm, 2.2cm
and 8.5cm, 8.9cm, 1.1cm for length, width and thickness respectively. For the water contend
determination were evaluated the stove methods with 103±2°C for hours, 105±3°C for 24 hours
and 130-133°C for on hour, all using whole seeds. The experimental design was the completely
randomized, in factorial arrangement with four repetitions of approximately 1.0g of seeds each,
being used dry and moist seeds. The methods presented results significantly different, however
the water contend determination methods using stove at 103±2°C for 17 hours, 105±3°C for 24
hours and 130-133°C for one hour showed low degree of precision for sucupira-preta moist seeds.
For pé-de-anta dry seeds, the stove method at 103±2°C for 17 hours presented the lower precision.
Index terms: Bowdichia virgilioides, Cybistax antisyphilitica, water contents.
radas também substâncias voláteis, principalmente em semen- grandes, se a água seria totalmente retirada, e se nas semen-
tes com alto conteúdo de óleo. Isto é atribuído a acelerada tes pequenas não haveria perda de substâncias voláteis
decomposição gerada pela atividade enzimática decorrente (Figliolia et al., 1993).
da aplicação de calor sendo perdidos compostos como CO2 e Dificuldades foram encontradas em se obter os níveis de
H2O. Portanto, os períodos e as temperaturas dos métodos tolerância prescrito nas RAS para variação de resultados en-
oficiais devem ser escolhidos de forma que deixem água su- tre subamostras, quando são estudadas espécies não domesti-
ficiente na semente para compensar a perda de peso pela li- cadas (Camargo, 1997 e Dignart, 1998). Estes problemas ocor-
beração de substâncias voláteis (Grabe, 1989). rem mais freqüentemente com espécies clímax, recalcitran-
Para determinar o teor de água nas sementes são utiliza- tes e com aquelas que apresentam dormência devida ao
dos métodos primários, também chamados diretos ou básicos tegumento impermeável, o qual impede a troca de umidade
que consistem na aplicação de calor em estufas para a retira- com o meio exterior (Malavasi et al., 1996).
da da água, onde são empregadas temperaturas pré-determi- O objetivo do trabalho foi caracterizar a biometria dos
nadas e se avalia o conteúdo de água através das variações de frutos e das sementes e comparar métodos para determinar o
peso das amostras (Marcos-Filho et al., 1987). teor de água (estufa a 103±2°C por 17 horas, estufa a 105±3°C
Outros métodos primários consistem na retirada de água por 24 horas e estufa a 130-133°C por uma hora) em semen-
através da destilação e extração com solventes. São métodos tes de Bowdichia virgilioides H.B.K. (sucupira-preta) e
que determinam diretamente o conteúdo de água, servindo Cybistax antisyphilitica Mart. (pé-de-anta).
de calibração para métodos secundários ou práticos. São mé-
todos precisos, porém demandam mais tempo para sua apli- MATERIAL E MÉTODOS
cação (Grabe, 1989).
Os métodos secundários ou indiretos avaliam caracterís- O experimento foi conduzido no Laboratório de Análise
ticas físicas ou químicas das sementes que se relacionam com de Sementes da Faculdade de Agronomia e Medicina Veteri-
o conteúdo de água. Os mais comuns avaliam propriedades nária (FAMEV) da Universidade Federal de Mato Grosso
elétricas e outros utilizam higrometria, espectroscopia (UFMT), em novembro de 1998.
infravermelho, ressonância magnética nuclear, espectroscopia Os frutos maduros de sucupira-preta (Bowdichia
de microondas e reações químicas (Figliolia et al., 1993 e virgilioides H.B.K.), foram coletados na copa de 15 matrizes,
Grabe, 1989). encontradas no campus da UFMT, no bairro Morada dos
As Regras para Análise de Sementes - RAS (Brasil, Nobres e na Cachoeira das Garças, Cuiabá - MT, no mês de
1992), empregadas oficialmente nos laboratórios brasilei- agosto de 1998. Os frutos foram expurgados com fosfeto de
ros, indicam os seguintes métodos diretos: a) estufa a bai- alumínio por quatro dias e, posteriormente, beneficiados ma-
xa temperatura constante: 103±2°C por 17 horas, (preco- nualmente retirando-se as sementes da vagem, fazendo-se a
nizada pelas Regras Internacionais de Análise de Semen- seleção das sementes inteiras das predadas por inseto. Após
tes), indicada para sementes que apresentam composição o beneficiamento, as sementes foram acondicionadas em sa-
química mais sujeita a perda de substâncias voláteis; b) cos de papel e armazenadas por 85 dias no Laboratório de
estufa a alta temperatura constante: 130-133°C por uma Sementes da FAMEV/UFMT em câmara seca à temperatura
hora, (preconizada pelas Regras Internacionais de Análi- de aproximadamente 18°C e 45% de UR, por aproximada-
se de Sementes), utilizada principalmente para testes que mente três meses.
requerem a moagem das sementes; c) estufa a 105±3°C por Os frutos maduros de pé-de-anta (Cybistax antisyphilitica
24 horas, realizado com sementes inteiras e indicado para Mart.) foram coletados na copa de cinco matrizes, no campus
todas as espécies de sementes. da UFMT e no bairro Shangrilá, Cuiabá – MT, no mês de
No Brasil, o método mais utilizado é o da estufa a julho de 1998. As sementes foram retiradas manualmente após
105±3°C por 24 horas, sendo estabelecidos também os pa- os frutos se abrirem naturalmente à sombra. Procedeu-se à
drões de tolerância para a variação de resultados entre retirada da parte alada das sementes e ao descarte das semen-
subamostras da mesma amostra de trabalho (Brasil, 1992). tes danificadas por insetos. Estas sementes foram acondicio-
Os resultados são expressos em porcentagem, com base nadas em saco de papel e armazenadas por 115 dias no Labo-
na diferença entre o peso úmido e o peso seco da amostra. ratório de Análise de Sementes da FAMEV/UFMT em câma-
Com relação aos períodos e as temperaturas preconiza- ra seca, nas mesmas condições de temperatura e UR da outra
das pelos métodos existem dúvidas em relação às sementes espécie.
Foi realizada uma caracterização prévia dos lotes, no de 4,1cm e a largura com mediana de 1,0cm. A variável com-
início do armazenamento, das duas espécies com a determi- primento possui moderada assimetria positiva e a dispersão
nação do peso de 1000 sementes (oito repetições de 100 se- dos dados, representado pelo retângulo, é pequena, compre-
mentes), o cálculo do número de sementes por quilograma, endendo os valores de 3,7 a 4,6cm (50% dos dados). Os 50%
as dimensões dos frutos (régua milimetrada) e das sementes dos dados restantes estão compreendidos pelas linhas verti-
(micrômetro, com precisão de 0,001mm) e avaliou-se o teor cais. Os círculos e asteriscos mostram dados espúrios. A va-
de água inicial, pelo método de estufa a 105±3°C por 24 ho- riável largura possui dispersão dos dados muito pequena, onde
ras, com quatro subamostras. 25% dos dados coincidem com a própria mediana. O retân-
Na avaliação dos métodos empregados para determinar gulo representa 50% dos dados, que variam de 1,0 a 1,1cm.
o teor de água nas sementes, adotou-se um delineamento ex- Esta variável praticamente não possui assimetria.
perimental inteiramente casualizado em esquema fatorial, Os dados de comprimento e de largura de frutos de pé-
formado pelos métodos para determinar o teor de água, as de-anta (Figura 2) possuem mediana de 17,53 e 5,97cm res-
espécies estudadas e a condição inicial de umidade nas se- pectivamente. A variável comprimento possui distribuição
mentes, com quatro subamostras de aproximadamente uma simétrica e os 50% dos dados representados pelo retângulo
grama de sementes cada, num total de 48 parcelas. Os níveis variam entre 16,57 a 18,83cm. Da mesma forma que a variá-
do fator “métodos” foram: secagem a 103±2°C por 17 horas, vel largura para frutos de sucupira-preta, a largura dos frutos
secagem por 105±3°C por 24 horas e secagem a 130-133°C de pé-de-anta possuem pequena dispersão e os 50% dos da-
por uma hora. Os níveis do fator “espécies” foram: sementes dos estão dispersos entre 5,7 a 6,1cm.
de pé-de-anta (Cybistax antisyphilitica) e de sucupira-preta As variáveis biométricas das sementes de sucupira-preta
(Bowdichia virgilioides). Os níveis de condição de umidade (Figura 3) possuem distribuição simétrica, e as medianas para
foram: sementes secas e sementes úmidas. As sementes secas comprimento, largura e espessura são, respectivamente, 4,80;
foram obtidas do lote armazenado na câmara seca e as se- 3,42 e 2,23mm. A distribuição dos dados para a variável com-
mentes úmidas, por hidratação, em câmara de germinação do primento varia de 4,61 a 5,01mm; para a variável largura vai
tipo BOD, a 30°C por 24 horas, em caixas plásticas do tipo de 3,29 a 3,55mm e para espessura varia de 2,12 a 2,37mm.
gerbox com tela, onde adicionou-se 45ml de água no fundo, Este dados representam 50% dos dados para cada variável
obtendo-se 13,2% para as sementes de sucupira e 18,9% para exibidos pelos retângulos.
as de pé-de-anta. Para as dimensões das sementes de pé-de-anta (Figura
Os dados de teor de água foram submetidos a testes de 4), apenas a largura apresenta distribuição assimétrica positi-
normalidade e homogeneidade de variâncias, análise de va. As medianas das variáveis comprimento, largura e espes-
variância pelo teste F, sendo as médias comparadas pelo teste sura são 8,47; 8,97 e 1,13mm, respectivamente. A distribui-
de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. ção dos 50% dos dados compreendidos pelo retângulo da va-
riável comprimento varia de 8,09 a 8,89mm; para a variável
RESULTADOS E DISCUSSÃO largura a distribuição varia de 8,11 a 9,71mm e para a variá-
vel espessura a distribuição vai de 1,04 a 1,23mm.
As sementes e os frutos de Bowdichia virgilioides H.B.K. Estes dados de biometria de frutos e sementes são valio-
e de Cybistax antisyphilitica Mart. apresentaram as seguintes sos em estudos de melhoramento genético de populações, na
características (Tabela 1) e (Figuras 1, 2, 3 e 4): padronizações de testes em laboratório bem como na melhoria
Os dados biométricos dos frutos de sucupira-preta (Fi- das condições de armazenamento e para a otimização na pro-
gura 1) apresentaram o comprimento com valor de mediana dução de mudas. No entanto, fica difícil compará-los com
TABELA 1. Peso de 1000 sementes, o número de sementes por quilo e o teor de água inicial nas sementes em lotes de
sementes de Bowdichia virgilioides (sucupira-preta) e de Cybistax antisyphilitica (pé-de-anta). UFMT,
Cuiabá-MT, 1999.
Peso de 1000 Número de sementes por Teor de água
Espécie Desvio padrão
sementes (g) quilograma inicial (%)
Bowdichia virgilioides 24,53 40.766,00 0,82 10,00
Cybistax antisyphilitica 24,58 40.683,00 0,68 7,80
5
Centímetros
0
N= 220 220
COMPRIMENTO LARGURA
30
29
28
27
26
25
24
23
22
21
20
19
Centímetros
18
17
16
15
14
13 3
12
11
10
9
8
7
6
5 7
4
4
3
2
1
0
N= 21 21
COMPRIMENTO LARGURA
10
6
Milímetros
0
N= 100 100 100
16
15
14
74
13
20
12
11
10
Milímetros
9
8
7
6
5
4
3
2
1 34
58
38
0
N= 75 75 75
outros estudos, devido ao pioneirismo desse trabalho, com prescritos pelas Regras para Análise de Sementes (Brasil,
essas espécies, sendo possível apenas a comparação com ou- 1992). O método de referência deve ser aquele que permita,
tras espécies. de maneira reproduzível, a exata quantificação do teor de água
De acordo com as RAS (Brasil, 1992), as sementes de nas sementes; podendo existir, nesse caso, não um único mé-
ambas as espécies são enquadradas na categoria de sementes todo, estando sua escolha condicionada a um teste prévio, à
pequenas (>5000 sementes/kg), assim como as sementes de semelhança do que se fez neste trabalho.
Guazuma ulmifolia Lam. (mutamba) (peso de 1000 sementes Ambas as espécies responderam diferentemente a deter-
- 10,87g em média) (Araújo-Neto, 1997) e também para minação do teor de água nos três métodos e nas duas condi-
Physocalimma scaberrimum Pohl. (aricá) (peso de 100 se- ções de umidade, sendo que, para sementes de Bowdichia
mentes - 0,166g em média) (Matos, 1998). virgilioides, na condição de sementes úmidas, os métodos que
As Figuras 5 e 6 apresentam teores de água obtidos por utilizaram estufa a 130-133°C por uma hora e a 105±3°C por
diferentes métodos e condições de umidade das sementes de 24 horas permitiram maior retirada de água das sementes, em
Bowdichia virgilioides e de Cybistax antisyphilitica, respec- relação ao método que utiliza temperatura de 103±2°C por
tivamente. Os dados apresentaram razão de variância signifi- 17 horas, determinando o teor de 14,2% e 13,2% de água,
cativa ao nível de 1% para todos os fatores (métodos, espéci- respectivamente (Figura 5).
es e condição de umidade inicial), bem como para a interação Para as sementes de Bowdichia virgilioides, na condi-
condição de umidade das sementes x espécie x método para ção de semente seca, os métodos de determinação que extra-
determinar o teor de água. A significância da interação entre íram maior conteúdo de água foram a estufa a 103±2°C por
os fatores “método”, “espécie” e “condição de umidade ini- 17 horas e 105±3°C por 24 horas, apresentando teores de água
cial”, indica não haver um método único que possa ser em- de 9,0% e 8,8%, respectivamente (Figura 5).
pregado, independente da espécie e da condição de umidade Para sementes úmidas de Cybistax antisyphilitica, os três
inicial, que permita a extração do maior conteúdo de água métodos utilizados apresentaram teor de água significativa-
possível das sementes. Nesse sentido, esse resultado sinaliza mente iguais, no entanto, o método que apresentou maior
para a necessidade de uma reformulação nos procedimentos média foi o da estufa a 130-133°C por uma hora (19,2%)
16
14,2
13,2
14
11,4
12
Teor de água (%)
9
10 8,8
8,1
0
Métodos
103°C 17 h -Sucupira úmida 105°C 24 h - Sucupira úmida 130°C 1 h - Sucupira úmida
103°C 17 h - Sucupira seca 105°C 24 h - Sucupira seca 130°C 1 h - Sucupira seca
25
18,7 19,2
18,9
20
Teor de água (%)
15
10 7,6 8,3
7,3
0
Métodos
103°C 17 h - Pé-de-anta úmida 105°C 24 h - Pé-de-anta úmida 130°C 1 h - Pé-de-anta úmida
103°C 17 h - Pé-de-anta seca 105°C 24 h - Pé-de-anta seca 130°C 1 h - Pé-de-anta seca
FIG. 6. Teor de água em porcentagem base de úmida para Cybistax antisyphilitica para
sementes úmidas e secas, obtidos por diferentes métodos de determinação. UFMT,
Cuiabá-MT, 1999.
(Figura 6). Quando as sementes estão com teor de água bai- para compensar a possível perda de peso pela retirada de subs-
xo, estas respondem diferentemente ao método utilizado, sen- tâncias voláteis da semente, o que sugere a adoção de méto-
do a estufa a 105±3°C por 24 horas superior aos demais, no dos que retirem um teor intermediário de água.
sentido de retirar mais água (8,3%) (Figura 6). As Regras para Análise de Sementes adotadas no Brasil,
De acordo com Grabe (1989), a água é retirada nas se- admitem uma variação no teor de água igual a 0,6%, entre
mentes por diferentes graus de força, e o que se observou duas subamostras para sementes florestais pequenas com teor
neste experimento foi que, sementes mais úmidas requerem de água inferior a 12% e 0,8% para sementes pequenas com
menor período de exposição para a retirada da água e que teores de água superior a 12% (Brasil, 1992).
sementes mais secas requerem maior período. As maiores variações no teor de água entre subamostras,
Figliolia et al. (1993) relata a dúvida quanto a retirada obtidas no experimento, estão na Tabela 2. Os valores para as
somente de água das sementes pequenas, devido às altas tem- sementes úmidas de sucupira-preta, nos métodos 103±2°C,
peraturas e longos períodos de exposição. No entanto, Grabe 105±3°C e 130-133°C, e sementes secas no método 103±2°C
(1989) propõe adotar o método que deixa um pouco de água foram superiores à tolerância permitida, deixando patente a
TABELA 2. Valores de maior diferença entre subamostras de um mesmo tratamento, obtidos por diferentes métodos
para determinar o teor de água nas sementes de Bowdichia virgilioides (sucupira-preta) e de Cybistax
antisyphilitica (pé-de-anta). UFM T, Cuiabá-M T, 1999.
Diferença entre subamostra %
Espécie Métodos
103±2°C/17 horas 105±3°C/24 horas 130-133°C/1 hora
imprecisão dos métodos empregados. Para as sementes de análise de sementes. Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992.
365p.
pé-de-anta, observou-se uma diferença acima do permitido,
somente, no tratamento que utiliza sementes úmidas e o mé- CAMARGO, I.P. Estudos sobre a propagação da castanheira-
do-brasil (Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl). Lavras:
todo 103±2°C. UFLA, 1997. 127p. (Tese Doutorado).
É possível que haja uma relação peso do recipiente e
CHIN, H.F. Recalcitrant seeds. Taiwan: ASPAC, 1989. 17p.
peso da amostra utilizada na determinação conferindo impre- (Extension Bulletin, 288).
cisão ao teste. Devido ao peso dos recipientes (diâmetro de
CHIN, H.F.; KRISHNAPILLAY, B. & STANWOOD, P.C. Seed
6,0cm e altura de 4,0cm) estar por volta de 26g em média e a moisture: recalcitrant vs. orthodox seeds. In: STANWOOD,
amostra representar em média 4% deste peso, uma variação P.C. & McDONALD, M.B. (eds.). Seed moisture. Madison:
pequena no peso do recipiente pode provocar esta grande Crop Science Society of America, 1989. 115p. (Special
Publication, 14).
variação entre subamostras.
Desta mesma forma, Camargo (1997), avaliando os mé- DIGNART, S. Análise de sementes de jatobá-do-cerrado
(Hymenaea stigonocarpa (Hayne) Mart.) e barbatimão
todos de estufa para determinação do teor de água em semen- (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cov.). Cuiabá:
tes de Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl., encontrou ní- FAMEV, 1998. 58p. (Dissertação Mestrado).
veis de precisão inferiores aos prescritos pelas RAS. No en- FIGLIOLIA, M.B.; OLIVEIRA, E.C. & PIÑA-RODRIGUES, F.C.M.
tanto, Malavasi et al. (1996) aceitam haver diversas causas Análise de sementes. In AGUIAR, I.B.; PIÑA-RODRIGUES,
para que ocorram diferenças entre subamostras, como, por F.C.M. & FIGLIOLIA, M.B. Sementes florestais tropicais.
Brasília: ABRATES, 1993. 350p.
exemplo, a variação da espessura do tegumento e dos envoltó-
GRABE, D.F. Measurement of seed moisture. In: STANWOOD,
rios da semente, acúmulo diferenciado de resinas, etc. Dignart
P.C. & McDONALD, M.B. (eds.). Seed moisture. Madison:
(1998) discute a questão de se estabelecer padrões para se- Crop Science Society of America, 1989. 115p. (Special
mentes de longa domesticação, que apresentam grande Publication, 14).
homogeneidade genética, o que não se enquadra em semen- JUSTICE, O.L. & BASS, L.N. Principles and practices of seed
tes silvestres. storage. Washington: Agricultural Research Service - U.S.
Department of Agriculture, 1978. 289p. (Agriculture
Handbook, 506).
CONCLUSÕES LEOPOLD, A.C. & VERTUCCI, C.W. Moisture as a regulator of
physiological reaction in seeds. In: STANWOOD, P.C. &
! O método que utiliza estufa a 105±3°C por 24 horas apre- McDONALD, M.B. (eds.). Seed moisture. Madison: Crop
sentou precisão para determinar o teor de água em semen- Science Society of America, 1989. 115p. (Special Publication,
14).
tes secas de sucupira-preta e sementes úmidas e secas de
pé-de-anta; LEPRINCE, O.; HENDRY, G.A.F. & McKERSIE, B.D. The
mechanisms of desiccation tolerance in developing seeds. Seed
! todos os métodos apresentaram menor precisão na deter- Science Research, London, v.3, n.4, p.231-246, 1993.
minação do teor de água em sementes úmidas de sucupira-
MALAVASI, M.M.; DAVIDE, A.C. & CARVALHO, L.R.
preta; Comparação do grau de umidade de sementes inteiras e
! o método de estufa a 130-133°C por uma hora apresentou quebradas, de espécies florestais. In: SIMPÓSIO INTER-
resultados estatisticamente iguais ao método da estufa a NACIONAL SOBRE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS, 4,
Belo Horizonte, 1996. Anais. Belo Horizonte: Sociedade
105±3°C por 24 horas, para sementes úmidas de pé-de-anta, Brasileira para a Valorização do Meio Ambiente-Biosfera, 1996.
portanto, pode ser utilizado em casos que se necessite de p.281-282.
rapidez na determinação do tedor de água. MARCOS-FILHO, J.; CÍCERO, S.M. & SILVA, W.R. Avaliação
da qualidade das sementes. Piracicaba: FEALQ, 1987. 230p.
REFERÊNCIAS MATOS, M.A.R. Caracterização da semente de aricá
(Physocalimma scaberrimum Pohl) e avaliação do efeito do
ARAÚJO-NETO, J.C. Caracterização e germinação de sementes armazenamento sobre sua germinação. Cuiabá: UFMT,
e desenvolvimento pós-seminal de mutamba (Guazuma 1998. 19p. (Monografia Graduação).
ulmifolia Lam.). Jaboticabal: UNESP, 1997. 81p. (Dissertação
SILVA, E.M.N. Determinação de umidade. In: PIÑA-RODRIGUES,
Mestrado).
F.C.M. (coord.). Manual de análise de sementes florestais.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Campinas: Fundação Cargil, 1988. 100p.
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