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CAMARÃO DA MALÁSIA”
(Macrobrachium rosenbergii)
SEBRAE
VITÓRIA-2015
Sumário
Sumário 3
Apresentação 5
1.0 Introdução 6
3.0 Biologia 8
3.1 Filogenia e Classificação 8
3.2 Distribuição Geográfica 8
3.3 Morfologia Externa 9
3.4 Morfologia Interna e Fisiologia 10
3.4.1 Sistema Digestivo 10
3.4.2 Sistema Circulatório 10
3.4.3 Sistema Respiratório 10
3.4.4 Sistema Excretor 11
3.4.5 Sistema Nervoso e Órgãos Sensitivos 11
3.4.6 Sistema Reprodutivo 11
3.5 Dimorfismo Sexual 11
3.6 Muda e Crescimento 12
3.7 Regeneração e Autotomia 12
3.8 Reprodução e Comportamento 12
3.9 Ciclo de Vida 13
15.0 Glossário 56
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Apresentação
A carcinicultura de água doce, atualmente, pode ser considerada como uma
atividade economicamente viável, ecologicamente equilibrada, tecnologicamente
desenvolvida, geradora de emprego, importante meio de fixação do homem em
áreas rurais e como um promissor aqüinegócio. A carcinicultura comercial no
Brasil vem apresentando um rápido crescimento nos últimos anos, sustentada por
tecnologias apropriadas à cadeia produtiva, pelos excelentes resultados de
produção das fazendas e pela ótima aceitação no mercado consumidor.
1.0 - INTRODUÇÃO
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2.0 - FICHA TÉCNICA
Carcinicultura de água doce
(Criação de Camarões de água doce)
Setor da economia
Primário
Ramo de atividade
Aqüicultura
Funcionários necessários
01 ou 02
Grau de risco
Baixo
Pré-requisitos
Para esse empreendimento é desejável um terreno pouco acidentado e próximo
de uma fonte de água doce (rio, nascente, poço ou córrego) para o cultivo em
viveiros de terra.
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3.0 - BIOLOGIA
Gênero: Macrobrachium
Espécie: Macrobrachium rosenbergii
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3.5 Muda e Crescimento
a) Sistema Extensivo
O cultivo é realizado em represas com baixa densidade de estocagem, com
até dois indivíduos por metro quadrado (2 ind./m 2). Neste caso, não são
praticados o monitoramento da qualidade de água, arraçoamento e a adubação
da água, e não se faz o controle de produção. A produtividade gira em torno de
300 kg/ha/ano.
b) Sistema Semi-intensivo
Neste tipo de sistema o cultivo é realizado em viveiros escavados no solo,
que variam de 1.000 a 5.000 m2, utilizando uma densidade de até 10
ind./m2, com controle de qualidade de água, oferta de rações específicas
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para o camarão, realização de biometrias, despescas seletivas e totais e
controle de produção, podendo a produtividade atingir de 1.200 a 1.800
kg/ha/ano.
c) Sistema Intensivo
Caracteriza-se por apresentar um rigoroso controle de produção e qualidade de
água, utilização de rações balanceadas, densidade acima de 10 ind./m2,
emprego de tecnologia de ponta, com utilização principalmente de aeradores e
a produtividade esperada é superior a 3.000 kg/ha/ano.
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Os parâmetros físico-químicos recomendados são:
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Figura 9: Detalhe da construção de um viveiro de engorda.
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Figura 10: Vista geral de viveiros de engorda de camarão de água doce.
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Figura 11: Planta Baixa e cortes de um viveiro padrão para o cultivo de
camarão de água doce. (Valenti; 1998)
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Figura 12: Modelo de comporta tipo monge. (Extraído de Valenti, 1998)
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Preconiza-se a mensuração de temperatura nestes horários, pois estes refletem
os pontos extremos da sua variação.
9.1.2 – Transparência
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Figura 14: Disco de Secchi utilizado para determinar a transparência da água.
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Segundo, SEBRAE/ES (1992), concentrações inferiores a 1.0 mg/l por períodos
prolongados são letais para camarões, entre 1.0 e 5.0 mg/l não chegam a
comprometer a vida dos animais, entretanto afetam seu crescimento.
Concentrações superiores a 5.0 mg/l são consideradas satisfatórias.
:
Figura 16 - Aerador de pás em atividade em área de cultivo.
9.1.6 - Dureza
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9.1.7 – Teor de Ferro
O Ferro atua reduzindo o pH. Nestas condições, ele se combina com o fósforo,
impedindo a assimilação deste por parte do fitoplâncton, dificultando o incremento
da transparência e da produtividade natural do viveiro. Vale ressaltar que o
mesmo efeito provocado pelo Ferro ocorre com o Cálcio em condições de águas
alcalinas (> 9,0). Portanto, o produtor deve manter-se atento à necessidade da
aplicação de calcário em viveiros, no entanto, a aplicação só deverá acontecer
mediante a recomendação de especialistas, a partir de análises previamente
realizadas.
9.2 Manutenção e Preparação dos Viveiros
Procedimento:
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Figura 17: Viveiro sendo drenado para iniciar as etapas de manutenção.
O transporte das pós-larvas deve ser realizado nos horários mais frescos do dia,
utilizando-se o caminho mais curto do laboratório à propriedade. Recomenda-se
também colocar alguns cubos de gelo entre os sacos, contendo as pós-larvas, e a
parede da caixa de isopor. Chegando a propriedade, as pós-larvas passam por
um período de aclimatação, que consiste em colocar os sacos plásticos na água
do viveiro por um período de 20 a 30 minutos, objetivando o equilíbrio térmico
entre as águas de dentro e de fora do saco. Posteriormente, deve-se misturar
lentamente a água destes com as do viveiro, liberando cuidadosamente os
animais, evitando-se assim possíveis choques.
As pós-larvas com 3 a 8 dias, após a metamorfose, podem ser colocadas no
viveiro berçário numa densidade de 50 – 100 indivíduos/m2, permanecendo por
aproximadamente 60 dias quando atingem 1,2 g de peso médio, sendo então
transferidas ou colocadas diretamente nos viveiros de engorda, numa densidade
de 5 - 7 indivíduos/m2, para sistema semi-intensivo ou 14 - 18 indivíduos/m2 para
cultivo intensivo. Neste último caso há necessidade de se utilizar tecnologia
especifica para operação.
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9.4 Fertilização
9.5 Biometria
9.6 Despesca
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- existência de utensílios de apoio, como, baldes, isopores, caixas de
pescado, entre outros, além de pessoal suficiente para uma rápida
despesca;
- gelo suficiente para a realização de um eficiente choque térmico e
solução de hipoclorito de sódio para a assepsia do produto;
- material para o tratamento pós-colheita (mesa, tesoura, bandejas, filme de
PVC) e bem como local para estocagem do camarão.
9.7.1 Ração
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O valor nutritivo da ração deve considerar os insumos utilizados, teores de
proteínas, carboidratos e lipídeos, além dos suplementos vitamínicos e minerais,
indispensáveis à absorção de nutrientes, e com importante participação numa
série de reações metabólicas do organismo.
Outros fatores referem-se aos níveis de utilização dos insumos e, por conseguinte
dos nutrientes. Por exemplo, a soja que contém a sojina (fator antinutricional),
deve ser utilizada com cuidado e não simplesmente como um substitutivo em
potencial para os insumos protéicos de origem animal. Outras restrições podem
ser citadas para o farelo de trigo, devido a elevada concentração de
fibras, para as farinhas de peixe, carne, ossos e aves, através de seus níveis de
gordura e cinzas.
9.7.2 Arraçoamento
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Recomenda-se que o arraçoamento seja realizado considerando os seguintes
fatores:
1 - densidade de estocagem;
2 - idade dos animais;
3 - qualidade da água de cultivo.
Após os dois primeiros meses de cultivo a oferta diária de ração passa a ser de
5% da biomassa total de camarões do viveiro, diminuindo para 4% no 5º mês e
3% no 6º mês.
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9.8 Controle de Predadores e Competidores
Segundo DAJOZ (1983), a coabitação de duas espécies pode ter sobre cada uma
delas uma influência nula, favorável ou desfavorável. Evidentemente que a
presença de predadores e de outros seres que possam atuar como competidores
com os camarões, provocará prejuízos tanto maiores quanto mais intensa e direta
forem a predação e competição. Neste caso, sem dúvida, os maiores prejuízos
são causados pelos predadores, entretanto, deve-se evitar também a presença de
competidores, principalmente por ração e espaço.
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lambari/piaba Astyanax spp. 2
carpa comum Ciprinus carpio 2
carpa capim Ctenopharigodon idella 2
cará Geophagus brasiliensis 2
cará ferreira Ciclossoma facetum 2
barrigudinho Poecilia vivipara 2
bagre Rhandia sp. 1e2
Além dela, existem mais duas espécies de peixes, o bagre (Rhandia sp) e o
lambari (Astyanax ssp) que são comumente encontrados nos viveiros de engorda
de camarão da Malásia, sendo considerados respectivamente predadores e
competidores por alimento (ração).
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Existem vários métodos para controle de entrada de peixes nos viveiros de
cultivo. O método mais recomendado é o da instalação de telas e filtros de areia e
brita, nos canais de abastecimento e assepsia dos viveiros com cal virgem ou
hidratada. O uso de produtos químicos nestas canaletas não é aconselhável,
dada a alta sensibilidade dos camarões e o grande poder residual que alguns
elementos tóxicos apresentam, com exceção do Rotenona, princípio ativo do
timbó, que tem poder ictiotóxico, proporcionando a morte somente dos peixes nos
viveiros. SEBRAE/ES, (1992), cita que a Rotenona é um veneno seletivo e age
como inibidor do processo de respiração celular em peixes. Recomenda-se utilizar
no máximo de 20 a 40 Kg/ha, quantidade esta não prejudicial aos camarões. A
Rotenona deve ser usada com cuidado para que não haja contaminação do
ambiente externo ao cultivo. A Rotenona vem sendo usada de maneira
clandestina, pois o produto não teria registro junto aos órgãos competentes. Caso
o produtor se decida a usá-la, deve antes, solicitar ao IBAMA, autorização, em
caráter provisório.
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10.0 Tecnologia Pós-Despesca
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3 - após a despesca, o camarão sob resfriamento, passa por uma toalete,
retirando-se as quelas, antenas e o ápice do espinho rostral, localizado no
cefalotórax (cabeça);
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Figura 19: Lavagem, toalete e classificação do camarão da Malásia.
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11.0 Análise dos Riscos
Os riscos desse tipo de negócio são baixos. O produtor deve ter um cuidado
muito especial com a engorda do camarão, o que vai definir a qualidade do
produto. Por isso, é preciso que haja o acompanhamento periódico realizado por
técnico especializado na área.
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12.1 Estudo de Mercado
O cultivo de camarão de água doce é uma das atividades da aqüicultura que mais
cresce no mundo.
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13.0 Aspectos Financeiros
Os aspectos financeiros para o sistema semi-intensivo são apresentados a seguir.
Mão-de-obra direta
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Materiais diretos
Para calcular o custo por cada quilo de camarão, divide-se o custo total da
produção pela quantidade de camarão:
R$ 20.260,00 : 3.000 kg = R$ 6,75 (custo unitário de produção).
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14.0 Fluxograma de Produção
VIVEIRO DE ENGORDA
DESPESCA
SELETIVA TOTAL
CHOQUE TÉRMICO
SELEÇÃO E TOALETE
COMÉRCIO
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15.0 Glossário
- Despesca: ato de retirada total ou parcial dos animais aquáticos das estruturas
de cultivo;
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- Onívoro: ser que se alimenta de tudo, sem ser exclusivamente carnívoro ou
herbívoro;
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16.0 Referências Bibliográficas
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