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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

TRABALHO AVALIATIVO
PRIORIZA SUS: Análise de Problemas, Recomendação de Estratégias e a Visão
do Consórcio Intergovernamental Público como Instrumento de Reforço à
Coordenação Federativa do Sistema Único de Saúde.
CAPÍTULO 2 – Autonomia, Integralidade e Desafios de Coordenação no SUS

ADELIA CRISTINA SANTOS


LUCAS FERNANDO MOREIRA GERALDINO
JÚLIO CÉSAR COSTA DE MEDEIROS
MARIA ALEJANDRA TERÁN NAVARRO DA SILVA

2023
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

TRABALHO AVALIATIVO
PRIORIZA SUS: Análise de Problemas, Recomendação de Estratégias e a Visão
do Consórcio Intergovernamental Público como Instrumento de Reforço à
Coordenação Federativa do Sistema Único de Saúde.
CAPÍTULO 2 – Autonomia, Integralidade e Desafios de Coordenação no SUS

ADELIA CRISTINA SANTOS


LUCAS FERNANDO MOREIRA GERALDINO
JÚLIO CÉSAR COSTA DE MEDEIROS
MARIA ALEJANDRA TERÁN NAVARRO DA SILVA

Sob a orientação do Professor


Dr. Aldenilson Dos Santos Vitorino Costa

Trabalho avaliativo da Disciplina Sistema Político


Dinâmicas Econ e Inst Do Brasil no Curso de
Graduação de Administração Pública.

Seropédica, RJ
Novembro de 2023
INTRODUÇÃO

O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma peça fundamental no contexto da saúde


pública brasileira. Criado pela Constituição de 1988, o SUS representa um marco na
promoção da equidade e universalidade no acesso aos serviços de saúde. Este sistema
abrange desde a atenção básica até procedimentos de alta complexidade, visando
garantir assistência integral a toda a população do país. Ao longo das décadas, o SUS
tem enfrentado desafios e conquistado avanços, desempenhando um papel crucial na
construção de uma sociedade mais saudável e justa. Neste trabalho, exploraremos os
pilares, desafios e conquistas do SUS, analisando seu impacto na vida dos brasileiros.

Certamente, o SUS é um sistema que se destaca pela sua abrangência e pelos


princípios que norteiam sua atuação. Fundamentado nos pilares da universalidade,
integralidade e equidade, o SUS visa oferecer atendimento de saúde a todos os cidadãos,
independentemente de sua condição socioeconômica. A estrutura do sistema inclui
desde a atenção básica, com foco na prevenção e promoção da saúde, até os serviços de
média e alta complexidade, como cirurgias e tratamentos especializados.

No entanto, é importante destacar que o SUS enfrenta desafios significativos,


como a demanda crescente por serviços de saúde, a distribuição desigual de recursos
entre as regiões do país e a necessidade constante de aprimoramento da gestão pública
na área da saúde. A busca por soluções eficazes para essas questões é crucial para
garantir a sustentabilidade e a efetividade do sistema.
1. PRIORIZA SUS: Análise de Problemas, Recomendação de Estratégias e a
Visão do Consórcio Intergovernamental Público como Instrumento de Reforço
à Coordenação Federativa do Sistema Único de Saúde

O texto aborda a descentralização no Sistema Único de Saúde (SUS), destacando


o movimento municipalista e a necessidade de coordenação federativa. Examina-se a
crise política, econômica e a agenda neoliberal, que afetaram o financiamento federal e
aumentaram conflitos federativos. A pandemia evidenciou a importância do SUS,
ressaltando a necessidade de maior coordenação entre Unidades Federadas. Introduz o
projeto "Prioriza SUS", que analisa a dificuldade de acesso à saúde, focando na
coordenação federativa insuficiente. O projeto adota metodologia detalhada, utiliza
evidências técnico-científicas e propõe soluções discutidas em fórum com especialistas,
considerando comentários dos participantes. O texto destaca a análise do problema
estrutural no Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na coordenação federativa
insuficiente, identificada como uma causa da dificuldade de acesso à saúde. A falta de
efetividade é atribuída à insuficiência de mecanismos de coordenação entre as esferas de
governo, discutida detalhadamente. O Brasil, como República Federativa, apresenta
desigualdades entre estados e municípios, com carga tributária distribuída de maneira
desigual. A desconcentração da receita, especialmente em favor dos municípios desde a
CF/1988, é destacada, e a EC no 93/2016, que autoriza a desvinculação de receitas, é
apontada como desafio para o financiamento de políticas públicas.

Na área da saúde, as desigualdades são evidentes na distribuição irregular de


leitos de UTI, respiradores e taxas de ocupação, sendo agravadas durante a pandemia,
resultando em colapsos em regiões carentes. Apesar dessas disparidades persistentes, o
Sistema Único de Saúde (SUS) apresenta notáveis avanços, como a expansão da
atenção básica, serviços como o SAMU, acesso a medicamentos de alto custo,
realização de transplantes, tratamentos de hemodiálise e o eficiente Programa Nacional
de Imunizações. O SUS foi estabelecido pela Constituição Federal de 1988, integrando
a saúde à seguridade social, transformando-a em um direito universal e dever do Estado.
Suas características legais principais incluem acesso universal, atendimento integral em
todos os níveis e organização descentralizada. A participação complementar de
prestadores privados, especialmente entidades filantrópicas, é regulamentada e
fiscalizada para manter a assistência à saúde sob controle público.
O sistema de saúde brasileiro compreende diversas vias de acesso, financiadas
por recursos públicos ou subsidiadas indiretamente via renúncia fiscal. Apesar do
Sistema Único de Saúde (SUS) buscar acesso universal, cerca de 25% da população
possui planos privados, contribuindo para desvalorizar o sistema público. A
coordenação federativa no SUS enfrenta desafios típicos de federações, com
desigualdades regionais persistentes. A criação do SUS unificou segmentações,
promovendo descentralização. Normativas, como o Pacto pela Saúde, buscaram
cooperação entre esferas de governo, mas os desafios persistem, incluindo falta de
estratégia clara do Governo Federal. O sistema enfrenta desafios, como descentralização
municipalista inicial sem considerar regionalização, escassez de profissionais e
crescimento da judicialização da saúde. A coordenação federativa complexa requer
abordagens integradas para superar esses desafios.

O texto aborda a problemática da coordenação federativa insuficiente no Sistema


Único de Saúde (SUS) e sugere alternativas para minimizá-la. Uma proposta é a
formação de consórcios intergovernamentais entre entes federativos para melhorar a
provisão de serviços de saúde, abordando desafios como escala de demanda, recursos
humanos e financeiros. Duas principais alternativas são propostas: a revisão do
financiamento, com aumento dos recursos da União e reavaliação das transferências
federais para reduzir desigualdades regionais, e o reforço dos instrumentos
intergestores, destacando a importância da regulamentação da Lei Complementar no
141/2012. Também se destaca a relevância histórica dos consórcios intermunicipais na
administração pública brasileira, apresentando dados sobre sua participação e
mencionando desafios e benefícios associados.

A Proposta de Estímulo à Formação de Consórcios Intergovernamentais


Públicos para Melhoria da Coordenação Federativa no SUS, visa promover o uso de
consórcios públicos para aprimorar a coordenação federativa no Sistema Único de
Saúde (SUS). Reconhecendo a importância desses consórcios, a proposta destaca
objetivos como formular iniciativas de apoio à sua instituição, liderada nacionalmente
pelo Ministério da Saúde. A proposta não substitui instâncias de coordenação do SUS,
mas busca sinergia para alocar recursos e expandir serviços em macrorregiões. Detalhes
incluem a participação do governo estadual, adequação às leis existentes,
implementação prioritária em regiões carentes e mecanismos de transparência e controle
social. O financiamento seria compartilhado com a participação do MS. A proposta visa
fortalecer a coordenação federativa, promovendo uma oferta mais equitativa e eficiente
de serviços de saúde

2. CAPÍTULO 2 – AUTONOMIA, INTEGRALIDADE E DESAFIOS DE


COORDENAÇÃO NO SUS

O capítulo aborda a evolução da política nacional de saúde no Brasil a partir da


Constituição Federal de 1988, destacando a descentralização no Sistema Único de
Saúde (SUS). A expansão do SUS, fundamentada nos princípios de universalidade e
integralidade, resultou em desafios institucionais, sendo necessária a cooperação
intergovernamental. Destaca-se que o sucesso da descentralização dependeu da
coordenação efetiva do Governo Federal, que exercia autoridade política e alocava
recursos. A descentralização não foi apenas uma transferência de autoridade, mas
envolveu diferentes arranjos de distribuição de poder. No entanto, críticas surgiram em
relação aos incentivos financeiros federais, gerando demandas por maior autonomia dos
entes subnacionais.

Uma proposta de desvinculação total dos recursos federais é analisada,


questionando o papel coordenador do governo federal no SUS. A transição da
descentralização para a regionalização é explorada, destacando a importância dos
municípios na execução de ações de saúde e a necessidade de cooperação entre
municípios e coordenação estadual. O processo evoluiu para a regionalização, com
ênfase em redes de serviços e cooperação, utilizando instrumentos como o Contrato
Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) para explicitar responsabilidades. A
regionalização apresentou melhorias, mas desafios persistem, especialmente na garantia
de acesso equitativo aos serviços de saúde. O debate sobre descentralização e
regionalização questiona a autoridade decisória do governo federal.

Durante os anos 2000-2015, mudanças no financiamento da saúde no Brasil com


a Emenda Constitucional no 29/2000 são discutidas. Críticas surgiram em relação aos
mecanismos de repasse, que fortaleceram a centralização e prejudicaram a autonomia de
estados e municípios. O Pacto pela Saúde simplificou o repasse financeiro, mas o poder
regulatório federal permaneceu elevado. Propostas para aprimorar a cooperação
intergovernamental, como a contratualização, são analisadas. O debate inclui
considerações sobre a descentralização, o gasto social e a falta de correlação direta entre
indicadores de renda e saúde após determinados patamares de gasto social.
Ao analisar a descentralização da saúde na Europa, conclui-se que não há um
único modelo, e os resultados variam em eficiência e impacto na saúde. Estudos sobre
federalismo e políticas sociais destacam a diversidade institucional do federalismo e seu
potencial redistributivo. A descentralização em saúde é vista como benéfica para a
democracia processual, mas a participação do governo central é considerada crucial para
garantir universalização, equidade e proteção às populações vulneráveis. O artigo
enfatiza a importância da coordenação federal no contexto do SUS brasileiro,
fundamentado nos princípios da universalidade, integralidade e equidade. A proposta de
unificação dos blocos de financiamento do SUS em 2017 e a Emenda Constitucional
95/2016, que estabeleceu um teto de gastos, são discutidas como eventos que poderiam
fragilizar a capacidade do governo federal de coordenar a política nacional de saúde,
impactando a integralidade da atenção à saúde e aumentando a desresponsabilização do
governo federal no financiamento da saúde. Há também preocupações sobre o impacto
na regionalização dos serviços de saúde, considerando a fragilidade técnica e estrutural
dos gestores locais e estaduais. O debate sobre autonomia municipal, planejamento
regional e o papel do governo federal na descentralização permanece crucial, com
desafios em avaliar instrumentos como o Contrato Organizativo da Ação Pública da
Saúde (COAP) e encontrar soluções para a cooperação efetiva entre as esferas de
governo.
CONCLUSÃO

Ao analisar os elementos cruciais apresentados nos capítulos "Prioriza SUS,


Estratégias de Reforço à Coordenação Federativa e Desafios do Sistema Único de Saúde
(SUS)" e "Autonomia, Integralidade e Desafios de Coordenação no SUS", torna-se
evidente a complexidade e os desafios enfrentados pelo Sistema Único de Saúde no
Brasil.

O projeto "Prioriza SUS" destaca a necessidade premente de uma coordenação


federativa mais efetiva diante de crises políticas e econômicas, agravadas pela agenda
neoliberal. A pandemia deixa claro que a integralidade do SUS é fundamental, e a falta
de coordenação entre Unidades Federadas impacta negativamente o acesso à saúde. A
proposta de estímulo aos consórcios intergovernamentais surge como uma alternativa
promissora, visando fortalecer a coordenação federativa e melhorar a oferta de serviços
de saúde de maneira equitativa.

O segundo capítulo, "Autonomia, Integralidade e Desafios de Coordenação no


SUS", aborda a evolução do sistema desde a Constituição Federal de 1988, enfatizando
os desafios da descentralização e regionalização. A descentralização bem-sucedida
dependeu da coordenação efetiva do Governo Federal, mas críticas surgiram,
especialmente em relação aos incentivos financeiros. A proposta de desvinculação total
dos recursos federais gera questionamentos sobre o papel coordenador do governo
federal. A análise do financiamento entre 2000 e 2015 revela desafios, como a
centralização fortalecida e a autonomia prejudicada de estados e municípios. Em
conjunto, esses capítulos delineiam a necessidade de repensar e fortalecer a coordenação
federativa no SUS. A proposta de consórcios intergovernamentais surge como uma
estratégia promissora para superar desafios como a desigualdade regional, a escassez de
recursos e a falta de uma estratégia clara do Governo Federal. Ao mesmo tempo, é
crucial considerar a descentralização sem perder de vista a necessidade de coordenação
efetiva. Em suma, para garantir a eficácia e a equidade do SUS, é imperativo reforçar os
mecanismos de coordenação federativa. A proposta de estímulo aos consórcios
intergovernamentais se destaca como uma iniciativa capaz de promover uma
coordenação mais eficiente, alinhada com os princípios fundamentais do SUS, tais
como universalidade, integralidade e equidade. Dessa forma, é possível vislumbrar um
caminho promissor para superar os desafios e fortalecer um sistema de saúde público
que atenda às necessidades da população brasileira.

BIBLIOGRAFIA

PIOLA, S. F, et al. Prioriza SUS : análise de problemas, recomendação de


estratégias e a visão do consórcio intergovernamental público como instrumento de
reforço à Coordenação Federativa do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF.
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), jul. 2023. 50 p. (Texto para
Discussão, n. 2900).
Disponívelem:<https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/12263/2/
TD_2900_Sumex.pdf>. Acesso em: 26 de nov. 2023.

JACCOUD, L.; Vieira, F. S. Autonomia, Integralidade e Desafios de Coordenação


no SUS. Brasília, DF. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 2020.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.38116/978-65-5635-005-9/cap2. Acesso em: 26 de
nov. 2023.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Prioriza SUS:


Caminhos para o Aperfeiçoamento da Gestão Estratégica e da Coordenação
Federativa do Sistema Único de Saúde. YouTube, 14 set. 2023. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=RFObl8T6J5o. Acesso em: 27 de nov. 2023.

SILVA TAVARES LACERDA, R.; Fidelis de Almeida, P. Desafios da Coordenação


do Cuidado na Atenção Primária à Saúde. Revista Scielo. set, 2023. Disponível em:
https://humanas.blog.scielo.org/blog/2023/09/21/desafios-da-coordenacao-do-cuidado-
na-atencao-primaria-a-saude/. Acesso em: 27 de nov. 2023.

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