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Introdução
Para entender sobre o assunto e buscando maiores informações para a produção da
reportagem, estive na Marcha da Maconha, onde conversei com Matheus Gomes, idealizador
e integrante da coordenação da marcha. A entrevista rendeu tanto que, posteriormente,
procurei-o novamente para ser o personagem da reportagem sobre a legalização da
maconha, e para que pudesse contar a sua história, desde o primeiro contato com a
substancia até se tornar um defensor do uso da mesma.
Conteúdo
A Semana Antiproibicionista, trouxe à população maringaense, vários debates acerca
das substâncias ainda consideradas ilícitas. O jornalista, Matheus Gomes, levou o debate
sobre o assunto: “Racismo e Seletividade Midiática” ao evento, além de tomar frente à
realização da Primeira Marcha da Maconha de Maringá. Um dos assuntos mais comentados
na Primeira Semana Antiproibicionista realizada em Maringá no mês de agosto, foi a
realização da marcha, no sábado (25). O objetivo do ato, era chamar a atenção da sociedade
para os problemas sociais gerados pela atual lei de drogas no Brasil.
Na entrevista, Matheus conta a sua história com a maconha, quando foi o primeiro
contato e qual foi as suas primeiras impressões a respeito da substância. O jornalista fala
também sobre os problemas relacionados à segurança pública e a política de drogas no país,
que segundo ele, aplicam-se as penalidades apenas ao menos favorecidos. Diante desse
cenário, surgiu então seu interesse pelo estudo na área das ciências sociais até a idealização
da marcha.
Conclusão
Entender que a atual lei de drogas do país é um problema que causa entre outros a
insegurança pública, é uma tarefa bem difícil, exige muito estudo, busca por informação e
vivencia social. Ficou claro o entendimento de que, a ideia dos debates e da marcha não é
incentivar o consumo de drogas, mas sim abrir o olho da população quanto a revisão da lei e
desmistificar os pensamentos estereotipados sobre a maconha.
Referências:
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, Legislação e Políticas Públicas sobre Drogas no Brasil
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – BRASÍLIA, 2011
Matheus Gomes - debate sobre Racismo e Seletividade Midiática | Foto por: Don't Blink
“Eu tive contato a primeira vez com a maconha com aproximadamente 16 anos, no bairro onde eu
morava antes. Desde o primeiro momento eu percebi que a maconha, apesar de ser ilegal, não
causa todo esse mau como muitas pessoas pensam, que é a porta de entrada para outras drogas
ou que pode ser comparada a todo tipo de substância, que ao fazer o uso, ela vai te fazer mau” -
avalia o jornalista de 23 anos. “Minha expectativa sobre a maconha, sempre foi que era algo muito
brando”.
A segurança pública é um tema bem complexo dentro da sociedade. A sensação de insegurança
e o medo, estão presentes no cotidiano da maioria dos brasileiros. O direito de ir e vir, e a
segurança, são fundamentais e previsto pela Constituição federal de 1988, o Estado tem o dever
de assegurá-lo. Matheus explica que, “Pelo interesse de alguns anos em levar na prática a área
das ciências sociais (antropologia, sociologia e ciência política), comecei a me aprofundar nessa
questão relacionada à segurança pública, que acredito ser o principal problema do Brasil.
Atualmente o país enfrenta problemas na educação, saúde, moradia, e em vários outros setores,
mas eu acho que a área da segurança pública é o nosso pior problema. É o setor em que a gente
encontra mais descaso e mais desinformação. E pra poder resolver ou amenizar os diversos
problemas que encontramos na segurança pública do país, a política de drogas é fundamental para
a sua compreensão. Por conta disso, o tema relacionado a legalização das drogas e o movimento
social da marcha da maconha, chamaram a minha atenção”.
De acordo com a Legislação brasileira sobre drogas, atualizada pelo Congresso Nacional e
sancionada pelo Presidente em 23 de agosto de 2006, a lei n°11.343/06 institui do Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas com a finalidade de articular, integrar, organizar e
coordenar as atividades de prevenção, tratamento e reinserção social de usuários e dependentes
de drogas, bem como as de repressão ao tráfico estando em perfeito alinhamento com a Política
Nacional sobre Drogas e com os compromissos internacionais do país. O jornalista destaca que,
“A polícia é totalmente alienada por conta da desinformação relacionada a política pública de
drogas no Brasil, os policiais são enviados apenas para as áreas mais fragmentadas dentro da
sociedade, em localidades mais vulneráveis no ponto de vista socioeconômico. E ao mesmo tempo
que o consumo de drogas só aumenta, essa venda no mercado paralelo gera lucro para essas
pessoas que vendem a droga ilegal. Então, essa distorção da realidade, já que o objetivo da lei é
um, mas na prática há essa contradição, foi o que despertou o meu interesse de estudar mais sobre
a política e a legalização das drogas, especialmente a maconha, que é a droga ilegal mais
consumida no Brasil e no mundo. Diante disso comecei a perceber na prática, a partir das minhas
leituras, do que eu vi, que realmente a legalização é o caminho”.
Matheus evidencia o principal ponto que relaciona a questão da história das drogas, com
essa área do conhecimento, e a sua vida, “Porque a partir do momento que você identifica e
observa essa contradição, o objetivo da lei e o resultado na prática, você passa a se tornar um
defensor da legalização das drogas. Você não está defendendo que as pessoas consumam drogas,
mas que a lei seja revista como forma de conseguir reverter esse quadro de extrema insegurança
pública no Brasil”.