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Disciplina de Português
12.ºANO / AV
A última nau
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Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Explicite três dos aspetos que, nos versos de 1 a 12, se referem ao mito sebastianista,
fundamentando a sua resposta com elementos do texto.
2. Caracterize, com base na terceira estrofe do poema, o modo como o sujeito poético e o
povo português reagem ao desaparecimento da «última nau».
3. Relacione o conteúdo da última estrofe com a pergunta «Voltará da sorte incerta / Que
teve?», formulada nos versos 8 e 9.
CENÁRIOS DE RESPOSTA
1. Cenário de resposta
A resposta pode contemplar três dos tópicos que a seguir se enunciam, ou outros
considerados relevantes.
Nos versos de 1 a 12, os aspetos que se referem ao mito sebastianista são os seguintes:
– o desaparecimento misterioso da «última nau» e de D. Sebastião – «Levando a bordo El-
Rei D. Sebastião» (v. 1); «Foi-se a última nau» (v. 4); «Mistério.» (v. 6); «Não voltou mais.» (v.
7);
No poema “A Última Nau”, são vários os aspetos que remetem para o mito sebastianista e o
primeiro está evidenciado na primeira estrofe, na referência concreta ao rei D. Sebastião,
que partiu na última nau, “entre choros de ânsia e de pressago / Mistério” (vv. 5-6). O facto
de se afirmar que “Não voltou mais” assim como as interrogações sobre o seu destino
confirmam também o misticismo que envolveu o desaparecimento do rei. São, contudo, os
versos 11 e 12 aqueles que definitivamente sugerem a mitificação de D. Sebastião, dado
afirmar-se que “… Sua luz projecta-o, sonho escuro / E breve.” (vv. 11-12)
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2. Cenário de resposta
– o sujeito poético manifesta uma viva crença no regresso de D. Sebastião e no Império que
ele simboliza (vv. 14 a 18).
Segundo o que é dito na terceira estrofe, as reacções são contrárias ou opostas, uma vez
que se sugere a falta de ânimo e de vontade que o desaparecimento do rei gerou no povo,
afirmando-se que “… ao povo a alma falta”, conquanto o sujeito poético se mostre
estimulado e esperançado, realçando que a sua “alma atlântica se exalta” (v. 14).
3. Cenário de resposta
. A última estrofe parece funcionar como resposta à questão formulada nos versos 8-9. Desta
forma, sobressai a convicção de que o monarca regressará, concretamente quando o sujeito
poético afirma “Não sei a hora, mas sei que há a hora” (v. 19). No entanto, deduz-se alguma
incerteza, porque não se sabe como nem quando ocorrerá esse regresso
4. Cenário de resposta
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Se o discurso épico está relacionado com a exaltação do herói e com uma dimensão
histórica, é fácil detectá-lo na referência concreta ao desaparecimento do rei D. Sebastião
que, como se sabe, se transformou no herói redentor dos portugueses. Mas também é
possível identificar-se a vertente lírica que enforma a Mensagem, e este poema em
particular, uma vez que a subjectividade do “eu” está evidenciada não só na interjeição
“Ah”, utilizada no verso 13, como nas marcas de primeira pessoa, nomeadamente nas
formas verbais (“Vejo”, “sei”), nos determinantes e pronomes possessivos (“minha alma”,
“mim”), indicadores do modo como o “eu” reage face à força do mito sebastianista.
IAVE / Exame
prof. Noélia