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1.

Do ponto de vista histórico, a “ultima nau” é aquela que levou


D. Sebastião e o seu exército para o norte de Africa onde seriam
derrotados.
A nau partiu num ambiente de positivismo e orgulho
imperialista, “Levando a bordo El-Rei Dom Sebastião,/E
erguendo, como um nome, alto, o pendão/do Império”. Porém a
partida foi também marcada por ânsia, tristeza e presságios de
desgraça. Os adjetivos usados na primeira estrofe- última,
pressago – são indicadores dessa desgraça pressentida e
confirmada na expressão “Não voltou mais”, no inicio da 2ª
estrofe.
Ao nível simbólico, “a ultima nau” representa o fim do império.
No entanto, as interrogações colocadas na 2.ª estrofe dão
esperança, dando a Deus o papel de guardião e inspiração do
sonho restaurador do futuro («Deus guarda o corpo e a forma
do futuro, / Sua luz projeta-o, sonho escuro / E breve»).

2.A «última nau» partiu e ainda não voltou. Então, o sujeito


poético deseja ser o impulsionador de uma nova energia que a
faça renascer. Por isso, «quanto mais ao povo a alma falta»,
quanto menos energia a pátria tem, mais o sujeito poético sente
a exaltação da sua missão inspiradora do sonho que quer
transmitir à pátria: o sonho utópico de uma nova era. É assim
que o sujeito poético conjuga a epopeia da memória dos heróis
e dos mitos com o lirismo da sua própria ânsia e do seu próprio
sonho inspirador, de onde decorre o carácter épico-lírico da
obra.

3.O sujeito poético afirma não saber o momento, mas ter a


certeza da chegada do momento misterioso e desejado.
Configurado como a chegada do sol (a luz) que afasta o
nevoeiro, é a era do renascimento do império, agora espiritual,
logo, mais duradouro do que o império terreno que acabou. É a
desejada luz – D. Sebastião – que regressa do nevoeiro,
afastando as sombras e fazendo reerguer o pendão – o símbolo-
o sonho do Quinto Império, assim se expressa, neste poema e,
particularmente, nesta estrofe, a temática do Sebastianismo
presente na “Mensagem”.

4.Frei Luís de Sousa, tanto tem características de Drama


Romântico como de Tragédia Clássica.  Garrett decidiu não
respeitar a estrutura formal da Tragédia Clássica, uma vez que
esta obra se trata e um tema nacional e recente, e não de um
tema da Antiguidade como acontece nas Tragédias Clássica. De
qualquer modo não fazia sentido algum que Garrett escrevesse a
obra em verso, sendo ele um dos maiores escritores de prosa
que Portugal conheceu.
Na Tragédia Clássica, o Homem torna-se um mero brinquedo do
destino, isto é, funciona como uma marioneta comandada por
uma força superior. Podemos comprovar isto em Frei Luís de
Sousa, porque chegamos à conclusão que o destino é uma força
superior implacável, e quando desafiado pode originar
consequências devastadoras.
Já no Drama Romântico, é a paixão que comanda o Homem.
Também é possível observar isto em Frei Luís de Sousa, por
exemplo quando Madalena conta o dia em que conheceu
Manuel de Sousa como uma das infelicidades da sua vida, isto
porque se acabou por apaixonar por ele, e como sabemos, essa
paixão condicionou todo o desfecho da obra.
É através destas duas comparações que concluímos que Frei Luís
de Sousa é uma junção de ambas, isto é, uma junção de Drama
Romântico com Tragédia Clássica.
Poder-se-ia considerar Frei Luís de Sousa como uma Tragédia
Romântica

Grupo II

1.C
2.C
3.B
4.A
5.B
6.C
7.Software-empréstimo;edp-sigla;líder-empréstimo;recordes-
empréstimo
8.1SEJA bem vindo a este país.
8.2Oração sub. adj. rel. restr.
9.modalidade epistémica com valor de probabilidade. Recurso
que lhe confere este valor modal é o adverbio “possivelmente”.

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1. Três aspectos que se referem ao mito sebastianista:


-o desaparecimento de D. Sebastião na «última nau»;
-os presságios negativos associados ao desaparecimento do rei,
símbolo do fim / desfazer do Império dos Descobrimentos;
-a crença no regresso do rei;
-o aportar a uma ilha misteriosa e desconhecida;
-a morte física de D. Sebastião vs a persistência do sonho que
encarna e que se projecta no futuro;
-a indefinição relativamente ao destino do rei (vv. 7-8).

2. Reacção do desapercimento de D. Sebastião:


          » Sujeito poético:
                    . a crença no regresso do rei;
                    . o entusiasmo, a expectativa suscitadas por essa
crença;
          » Povo:
                    . a descrença, o desânimo, o abatimento, a falta de
energia sucitados pelo
                      desaparecimento do rei.

3. Relação entre o conteúdo da última estrofe e a pergunta dos


versos 8 e 9:
          » Nos vv. 8 e 9, o sujeito poético questiona (-se) o regresso
do rei;
          » Na última estrofe, ele responde afirmativamente a essa
pergunta:
                    . crê firmemente no regresso de D. Sebastião, que
simboliza, em simultâneo,
                      o fim da névoa, do desânimo em que a pátria
mergulhou, e o ressurgimento
                      do Império;
                    . desconhece, porém, o momento desse regresso, que
se lhe apresenta como
                      indefinido, incerto e misterioso.

4. Características:
          » Do discurso épico:
                    . a presença do mito sebastianista - a mitificação de D.
Sebastião;
                    . a alusão ao Império português;
                    . o uso da terceira pessoa;
                    . a exaltação do rei, a crença no seu regresso por
parte do sujeito poético.
          » Do discurso lírico:
                    . a alusão aos sentimentos / às emoções do povo após
o desaparecimento do
                      rei D. Sebastião (os "choros de ânsia e de pressago /
Mistério.");
                    . o recurso à primeira pessoa, traduzindo o estado de
espírito, a crença do
                      sujeito poético e conferindo, assim, maior carga
subjectiva ao discurso
                      poético.

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