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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO COLATINA
CEEFMTI CONDE DE LINHARES
TESTE DE LÍNGUA PORTUGUESA NOTA
Aluno (a): Turma: 2ª PUB OBTIDA:
Professor (a): Rosiane Rodrigues Data:
Disciplina: Língua Portuguesa Valor: 15 Mínimo: 9
Conteúdos avaliados: Interpretação de texto, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e morfossintaxe.
Habilidades/Descritores:
• Compreender e interpretar textos históricos e literários.
• Relacionar textos literários a partir de concepções estéticas, estilo do autor e contexto histórico-social, político e cultural;
estabelecer relações entre eles e seus distintos contextos, inferindo as escolhas de temas, gêneros, discursivos e recursos
expressivos dos autores.
D1 - Localizar informaçõesexplícitas em um texto.
D4 - Inferir uma informaçãoimplícita em um texto.
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
Instruções:
✓Leia atentamente as questões antes de respondê-las, pois você será avaliado pelo que escreveu e não pelo que pensou em
escrever.
✓As questões deverão ser respondidas com caneta azul ou preta.
✓O empréstimo de qualquer material durante a avaliação não é permitido.
✓Não serão aceitas quaisquer rasuras nas questões objetivas, portanto ao rasurar sua questão ela será anulada.

LITERATURA – Realismo/Naturalismo
Valor: 2,5 pontos – QUESTÃO 1. Estudamos em nossas aulas que o REALISMO lidava com assuntos que
descreviam o cotidiano das pessoas comuns, sendo uma espécie de relato dos acontecimentos cotidianos das
classes média e baixa da sociedade. Por outro lado, o NATURALISMO se concentrava em tópicos mais
sombrios que envolviam a vida do homem comum. Esses tópicos incluíam prostituição, violência, corrupção,
vício e outros tópicos, enquanto o Parnasianismo reforça os valores clássicos – daí o equilíbrio entre razão,
objetividade, purismo linguístico e perfeição formal. Sendo assim, relacione as escolas literárias com suas
principais características colunas:

Escolas Literárias Características e Autores


( ) Radicalização do realismo; Oposição aos ideais românticos; Cientificismo e
Determinismo; Positivismo e Darwinismo; Linguagem coloquial, clara e objetiva;
1. Realismo Descrições minuciosas; Visão mecanicista do homem; Romance experimental;
Temas sociais, obscuros e polêmicos; Foco na análise de comportamentos
humanos; Sensualismo e erotismo; Impessoalidade e engajamento; Explicação
2. Naturalismo
pelas forças da natureza; Linguagem coloquial; Observação da realidade; Retrato
objetivo da sociedade; Evolucionismo, cientificismo e positivismo;
3. Parnasianismo ( ) Idealização da arte pela arte; Busca da perfeição formal; Preferência pelo
soneto; Preferência pela descrição; Rimas raras; Vocabulário culto; Objetivismo;
Racionalismo; Universalismo; Apego à tradição clássica; Gosto pela mitologia greco-
latina; Rejeição do lirismo.
( ) Linguagem direta e objetiva; Narrativa detalhada ,descritiva e lenta; Ambiente
social e cenários urbanos; Temática social e cotidiana; Críticas à realidade, à
sociedade da época e os valores burgueses; Representação mais fiel da realidade;
Oposição ao romantismo; Análise psicológica das personagens; Personagens
comuns e sem idealização; Veracidade e contemporaneidade;
( ) Machado de Assis, Raul d'Ávila Pompeia, Visconde de Taunay.
( ) Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo, Adolfo Ferreira Caminha,
Herculano Marcos Inglês de Sousa.
( ) Olavo Bilac, Raimundo Corrêa e Alberto de Oliveira.
Leia o texto abaixo com bastante atenção:
O CORTIÇO (Trecho)
(...) Aluísio Azevedo
Algumas lavadeiras enchiam já as suas tinas; outras estendiam nos coradouros a roupa que ficara de
molho. Principiava o trabalho. Rompiam das gargantas os fados portugueses e as modinhas brasileiras. Um
carroção de lixo entrou com grande barulho de rodas na pedra, seguido de uma algazarra medonha algaraviada
pelo carroceiro contra o burro.
E, durante muito tempo, fez-se um vaivém de mercadores. Apareceram os tabuleiros de carne fresca e
outros de tripas e fatos de boi; só não vinham hortaliças, porque havia muitas hortas no cortiço. Vieram os
ruidosos mascates, com as suas latas de quinquilharia, com as suas caixas de candeeiros e objetos de vidro e
com seu fornecimento de caçarolas e chocolateiras, de folhas-de-flandres. Cada vendedor tinha o seu modo
especial de apregoar, destacando-se o homem das sardinhas, com as cestas do peixe dependuras, à moda de
balança, de um pau que ele trazia ao ombro. Nada mais foi preciso do que o seu primeiro guincho estridente e
gutural para surgirem logo, como por encanto, uma enorme variedade de gatos, que vieram correndo acercar-
se dele com grande familiaridade, roçando-se-lhe nas pernas arregaçadas e miando suplicantemente. O
sardinheiro os afastava com o pé, enquanto vendia o seu peixe à porta das casinhas, mas os bichanos não
desistiam e continuavam a implorar, arranhando os cestos que o homem cuidadosamente tapava mal servia ao
freguês. Para ver-se livre por um instante dos importunos era necessário atirar para bem longe um punhado de
sardinhas, sobre o qual se precipitava logo, aos pulos, o grupo de pedinchões.
A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a “Machona”, portuguesa feroz, berradora,
pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo. Tinha duas filhas, uma casada e separada do marido,
Ana das Dores, a quem só chamavam a “das Dores”, e a outra donzela ainda, a Nenen, e mais um filho, o
Agostinho, menino levado dos diabos, que gritava tanto ou melhor que a mãe. A das Dores morava em sua
casinha à parte, mas toda a família habitava no cortiço.
Ninguém ali sabia ao certo se a Machona era viúva ou desquitada; os filhos não se pareciam uns com
os outros. A das Dores, sim, afirmavam que fora casada e que largara o marido para meter-se com um homem
do comércio; e que este, retirando-se para a terra e não querendo soltá-la ao desamparo, deixara o sócio em
seu lugar. Teria vinte e cinco anos.
Nenen dezessete. Espigada, franzina e forte, com uma proazinha de orgulho da sua virgindade, escapando
como enguia por entre os dedos dos rapazes que a queriam sem ser para casar. Engomava bem e sabia fazer
roupa branca de homem com muita perfeição.
Ao lado da Leandra foi colocar-se à sua tina a Augusta Carne-Mole, brasileira, branca, mulher de
Alexandre, um mulato de quarenta anos, soldado da polícia, pernóstico, de grande bigode preto, queixo sempre
escanhoado e um luxo de calças brancas engomadas e botões limpos na farda, quando estava de serviço.
Também tinham filhos, mas ainda pequenos, um dos quais, a Juju, vivia na cidade com a madrinha que se
encarregava dela. Esta madrinha era uma cocote de trinta mil-réis para cima, a Léonie, com sobrado na cidade.
Procedência francesa.
Alexandre, em casa, à hora do descanso, nos seus chinelos, e na sua camisa desabotoada, era muito
chão com os companheiros de estalagem, conversava, ria e brincava, mas envergando o uniforme, encerando
o bigode e empunhando a sua chibata, com que tinha o costume de fustigar as calças de brim, ninguém mais
lhe via os dentes e então a todos falava teso e por cima do ombro. A mulher, a quem ele só dava tu quando
não estava fardado, era de uma honestidade proverbial no cortiço, honestidade sem mérito, porque vinha da
indolência do seu temperamento e não do arbítrio do seu caráter.

Agora responda com bastante atenção.

VALOR: 0,5 pontos. QUESTÃO 02. O texto em estudo faz parte de qual escola literária? ________________
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VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 03. A descrição do amanhecer no cortiço revela que


A) os animais não tinham acesso ao local.
B) o lugar era bastante tranquilo nas primeiras horas do dia.
C) vendedores de hortaliças eram os primeiros a chegar ao local.
D) o barulho dos mercadores e o movimento eram grandes desde cedo.
VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 04. Na obra-prima de Aluísio Azevedo, O cortiço:
A) podem-se perceber as características básicas da prosa romântica: narrativa passional, tipos humanos
idealizados, disputa entre o interesse material e os sentimentos mais nobres.
B) transporta-se o leitor ao doloroso universo dos miseráveis e oprimidos migrantes que, fugindo da seca,
abrigam-se em acomodações coletivas.
C) consagra-se, na literatura brasileira, a prosa naturalista, marcada tanto pela associação direta entre meio e
personagens quanto pelo estilo agressivo.
D) vê-se renascer uma prosa forte, de cunho regionalista, característico da década de 30, que retrata nossas
mazelas, em estilo seco.
E) verifica-se uma forte relação entre o meio em que vivem os personagens e sua vida pessoal, relação essa
baseada no sentimentalismo romântico.

VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 05. Ainda sobre O cortiço, obra naturalista:


A) traduziu a sensualidade humana na ótica do objetivismo científico, o que se alinha à grande preocupação
espiritual.
B) fez análises muito subjetivas da realidade, pouco alinhadas ao cientificismo predominante na época.
C) explorou as mazelas humanas de forma a incitar a busca por valores éticos e morais.
D) não pôde ser considerado um romance engajado, pois deixou de lado a análise da realidade.
E) tratou de temas de patologia social, pouco explorados nas escolas literárias que o precederam.

VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 06. Dos segmentos a seguir, extraídos de O cortiço, de Aluísio Azevedo, marque
o que não traduz exemplo de zoomorfismo.
A) Zulmira tinha então doze para treze anos e era o tipo acabado de fluminense; pálida, magrinha, com
pequeninas manchas roxas nas mucosas do nariz, das pálpebras e dos lábios, faces levemente pintalgadas de
sardas.
B) Leandra... a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo.
C) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e
fêmeas.
D) E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa começou a minhocar... e
multiplicar-se como larvas no esterco.
E) Firmo, o atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito...

Leia um trecho da obra Dom Casmurro para responder as questões de 07 a 10:


Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui
do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu.
Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos.
A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu
estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e
metesse os versos no bolso.
— Continue, disse eu acordando.
— Já acabei, murmurou ele.
— São muito bonitos.
Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado.
No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os
vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem
por isso me zanguei.

VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 07. O livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, trata do personagem
protagonista Bento Santiago, que narra a história de sua vida. Ele é um homem próximo dos 60 anos, que,
supostamente, teria muito o que contar. Porém, fica evidente que seu interesse pela própria biografia tem um
foco bastante direcionado: o relacionamento com a jovem Capitu, a vizinha que se tornou o grande amor de
sua vida. Com base nestas considerações, observa-se que o fragmento da obra apresenta um episódio em que
o personagem protagonista:
A) interrompe a leitura de poesias
B) conhece sua amada Capitu
C) zanga-se pelo tratamento que recebeu no trem
D) demonstra revolta com os seus vizinhos
E) recebe o apelido de Dom Casmurro
VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 08. Por qual motivo o personagem Bentinho não dá atenção ao rapaz que recita
poesias dentro do trem?
A) a preocupação com seus vizinhos D) sentir-se zangado
B) não gostar de poesias E) encontra-se faminto
C) encontrar-se cansado

VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 09. A expressão “dizer de mim nomes feios” sublinhada no texto significa que o
personagem protagonista
A) foi insultado com palavrões D) recebeu o apelido merecido
B) insultou o poeta E) blasfemou contra a igreja
C) não deu atenção ao jovem poeta

VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 10. A expressão “alcunha” em negrito no texto é sinônimo de:
A) sobrenome B) apelido C) cônjuge D) patente E) gentileza

Leia atentamente:
Parnasianismo
O Parnasianismo é um movimento literário que surgiu na mesma época do Realismo e do Naturalismo, no final
do século XIX. De influência e tradição clássica, tem origem na França. Seu nome surge de Parnase
Contemporain, antologias publicadas em Paris a partir de 1866. Parnaso é como se chama a montanha
consagrada a Apolo e às musas da poesia na mitologia grega. Em 1882, Fanfarras, de Teófilo Dias, é a obra
que inaugura o parnasianismo brasileiro, movimento que se prolonga até a Semana de Arte Moderna, em 1922.
De postura antirromântica, o Parnasianismo é baseado no culto da forma, na impassibilidade e impessoalidade,
na poesia universalista e no racionalismo.
Os autores parnasianos criticavam a simplicidade da linguagem, a valorização da paisagem nacional e o
sentimentalismo. Para eles, essa era uma forma de subjugar os valores da poesia. A proposta inovadora era
de uma poesia de linguagem rebuscada, racional e perfeita do ponto de vista formal. Acreditavam que, se
estivessem apoiados no modelo clássico poderiam contrapor os exageros e a fantasia típica do movimento
literário Romantismo. Ao Parnasianismo, seguiu-se o Simbolismo, movimento que exalta a realidade subjetiva
e que nega a razão explorada pelos parnasianos.

VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 11. Quando iniciou o parnasianismo no Brasil, qual autor e obra? _________
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VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 12. Quais autores representava a Tríade Parnasiana? ___________________
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VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 13. Com relação ao Parnasianismo, são feitas as seguintes afirmações.
I – Pode ser considerado um movimento antirromântico pelo fato de retomar muitos aspectos do racionalismo
clássico.
II – Apresenta características que contrastam com o esteticismo e o culto da forma.
III – Definiu-se, no Brasil, com o livro “Poesias”, de Olavo Bilac, publicado em 1888.

Quais estão corretas?


a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

VALOR: 1 pontos. QUESTÃO 14. São características do Parnasianismo, do qual Olavo Bilac é legítimo
representante, o culto da forma, arte pela arte, prevalência de formas fixas de composição poética, preocupação
com a perfeição formal, o gosto pela precisão descritiva e o ideal de objetividade no tratamento dos temas.
Sendo assim, DEFINA a característica “arte pela arte”. ____________________________________________
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Acredito em seu potencial!
Bom teste!
Profª. Rosiane

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