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O Cortiço
15/08/2022 – Aula de
Literatura
JUIZ DE FORA
2022
SEMINÁRIO:
O Cortiço
15/08/2022 – Aula de
Literatura
Profa. Denise
JUIZ DE FORA
2022
SEMINÁRIO:
O Cortiço
15/08/2022 – Aula de
Literatura
SEMINÁRIO: O CORTIÇO
1. INTRODUÇÃO
Algumas características marcantes que se fazem presentes nas obras do autor são o
preconceito de raça, assuntos voltados para vícios sociais e adultério, uso de expressões
regionalizadas, desvalorização do comportamento moral e falta de ética, situações de miséria e
uma narrativa detalhada. Contudo, em "O Cortiço", Azevedo ainda trata a homossexualidade
como algo patógeno, utiliza como ferramenta, a zoomorfização dos personagens e o instinto
dos personagens do cortiço supera a razão, como é evidenciado na relação entre Jerônimo e
Rita Baiana.
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O Cortiço
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Além de escritor, Aluísio foi diplomata, de forma que morou em países como a Espanha,
Japão, Argentina, Inglaterra e Itália, deixando a literatura de lado por momento. Ele também
auxiliou em peças teatrais do dramaturgo Arthur de Azevedo, seu irmão mais velho.
Seu sucesso se deu a partir do livro "O Mulato" lançado em 1881. Tal romance abordava
o tema do preconceito racial de uma maneira que evidenciava a crítica social de forma explícita,
inaugurando portanto, o naturalismo brasileiro.
Como toda atividade humana e como o foram as outras estéticas literárias, o naturalismo
foi resultado de sua época. Elas são uma expressão dos movimentos de transformação do
mundo, saindo de um contexto exacerbadamente espiritualizada para um mais materialista e
científico, portanto, podemos dizer que o Naturalismo surgiu das mudanças sociais decorridas
da Revolução Industrial e das Descobertas Científicas.
Determinismo
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O Determinismo foi uma teoria filosófica muito adotada pelos autores naturalistas. Esta
teoria, aplicada no conceito naturalista, define que todo evento é determinado casualmente pela
cadeia de causa-consequência, sendo, portanto, a ação e a vida dos indivíduos determinada pelo
meio e já previamente determinada pelo universo, e não pelo livre arbítrio do homem.
Linguagem coloquial;
Observação da realidade;
Retrato objetivo da sociedade;
Evolucionismo, Cientificismo e Positivismo;
Forte descrição de ambientes e personagens;
Problemas humanos e sociais: patologias psíquicas e físicas;
é narrado com linguagem coloquial, construindo um retrato objetivo da realidade e com fortes
descrições dos ambientes e das personagens, sendo, portanto, uma linguagem típica da
tendência naturalista. Podemos perceber esta linguagem no seguinte trecho de O Cortiço:
"Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas
a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. [...] No confuso rumor que se
formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber
onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. [...] Daí a
pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração
tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara,
incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco
palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre
as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do
pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco;
os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário
metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as
barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão.”
A narrativa se passa no Brasil do século XIX, quando se instalava no país o caminho para
a Industrialização e urbanização. O foco principal do romance é um cortiço, instalado no Rio
de Janeiro no bairro do Botafogo, do qual João Romão é dono e criador.
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O Cortiço
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A história inicia-se com a presença de João Romão, um português que veio ao Brasil e
anseia enriquecer nesta terra. Juntamente a Bertoleza, uma mulher escrava que se tornou
amante de João Romão, ele passa a transformar os entornos de sua estalagem em um típico
cortiço. Surge, então, a figura de Miranda, um vizinho, já mais bem estabelecido socialmente,
que se opunha ao João Romão e criou uma rivalidade com este por conta de suas terras e da
construção do cortiço.
Já construído, o cortiço de São Romão torna-se habitação de diversas outras pessoas, que
representam um proletariado trabalhador e pobre. Os personagens secundários, em geral, não
se demonstram tão ambiciosos como João Romão era, com sua busca por capital e títulos
sociais; os demais indivíduos do cortiço se contentavam com suas vidas pacatas e de
características animalescas.
“Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora,
reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso e
surdo de crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e
amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora
aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos
sonhos de ambição; para idealizar felicidades novas, picantes e violentas;
tornava-se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que de guardar;
adquiria desejos, tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso resignando-
se, vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo com que o espírito
eternamente revoltado do último tamoio entrincheirou a pátria contra os
conquistadores aventureiros. E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos
os seus hábitos singelos de aldeão português: e Jerônimo abrasileirou-se.”
O adultério de Leocádia, mulher de Bruno, que se vendeu por um coelho e para virar
ama de leite, sendo, então, expulsa de casa pelo marido;
O despertar sexual de Pombinha e sua nova percepção de mundo, após ter tido uma
experiência sexual com Leónie e a chegada de sua menstruação; por fim, a garota, que
era tão promissora, torna-se uma prostituta;
A gravidez de Florinda por um caixeiro de João Romão e o surto de Marcia, sua mãe,
com a notícia; o que leva à fuga de Florinda do cortiço
O surgimento de um cortiço vizinho e rival, chamado Cabeça de Gato, que logo torna-
se a morada de Firmo e os cabeças- de-gato e os carapicus (moradores do cortiço São
Romão) eventualmente acabam em um conflito físico em duas ocasiões diferentes.
fim, abandonar mulher e filha para viver com a brasileira em uma estalagem fora do cortiço.
Jerônimo arquiteta um plano de como matar firmo, para se vingar, e conta com a ajuda de outros
dois moradores.
Jerônimo mata, efetivamente, Firmo, em seguida jogando seu corpo na praia. A morte do
homem gera uma revolta dos cabeças de gato, que chegam armados no São Romão para se
vingarem. O conflito termina quando o cortiço de Romão começa a pegar fogo, logo descobre-
se que o incêndio foi causado pela Bruxa, que há tempos possuía este sonho psicopata de botar
fogo no cortiço.
João Romão aproveita a situação caótica para reconstruir e evoluir o cortiço, a fim de
acumular mais capital. Desta forma, Romão, que havia roubado dinheiro de um falecido do
cortiço no fogaréu, aumenta exacerbadamente o número de estalagens, reforma e padroniza
todas as casas, elitiza a sua própria estalagem e venda de forma que ela se sobressaísse em
relação com a de Miranda, que havia adquirido o título de Barão.
A história de O Cortiço conclui-se quando João Romão firma um noivado com Zulmira,
filha do Miranda, noivado este que surgiu como consequência de sua elitização social e do
auxílio de Botelho. Porém, a existência de Bertoleza torna-se um empecilho que dificulta a
oficialização do casamento. Assim sendo, a fim de se livrar da mulher, João Romão contata o
antigo Senhor escravista de Bertoleza e manda levá-la como escrava fugitiva. Quando Bertoleza
vê seu antigo senhor diante de si, a mulher se mata com a faca de escamar peixe que usava
diariamente, deixando de ser o atual obstáculo na vida capitalista de João Romão. A grande
ironia presente no desfecho da obra é que, exatamente no final do último capítulo, após a morte
de Bertoleza, João Romão recebe o título de sócio benemérito do movimento abolicionista.
Quando analisamos de forma mais concreta os aspectos naturalistas desta obra, há alguns
pontos muito importantes de serem destacados.
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“(...) Não era a inteligência nem a razão o que lhe apontava o perigo, mas o
instinto, o faro sutil e desconfiado de toda fêmea pelas outras, quando sente
seu ninho exposto (...)”.
“O Miranda não pôde resistir, atirou-se contra ela, que, num pequeno
sobressalto, mais de surpresa que de revolta. [...]”
Personificação do Cortiço:
os habitantes. Porém, a percepção de vida que Pombinha tinha mudou drasticamente a partir do
momento em que a garota foi assediada por Léonie, a prostituta rica, que abusou sexualmente
dela.
A partir de então, Pombinha finalmente foi capaz de atingir a puberdade, mas a garota não
era mais a mesma. Sua experiência com a cocote e todas as informações dos casos dos
moradores, que havia acumulado pelo serviço das cartas, fez com que a garota agora percebesse
o poder que as mulheres exercem sobre os homens, além do dinheiro que era possível ganhar
com a prostituição. Nos trechos a seguir temos os momentos em que Pombinha muda sua
percepção de realidade, sendo, portanto, mais um indivíduo que foi, pouco apouco,
transformado pelo meio social em que vive.
6. A Importância da obra
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7. CONCLUSÃO
8. Referências Bibliográficas
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ANTÔNIO FERREIRA DA SILVA, Felipe. Uma análise sobre a relevância do espaço como
personagem na obra “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo. Periódico de Divulgação Científica
da FALS, 2010. Disponível em:
http://www.fals.com.br/revela/revela026/REVELA%20XVII/Artigo5_ed08.pdf Acesso em: 20
de julho de 2022, às 18:31.