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Biografia de Autran Dourado

Autran Dourado (1926-2012) foi um escritor brasileiro. Recebeu o Prêmio


Camões, pelo conjunto de sua obra, O Prêmio Machado de Assis, o Prêmio Jabuti, entre
outros. O romance "Ópera dos Mortos" foi escolhido pela UNESCO para integrar a
Coleção de Obras Representativas da Literatura Universal.
Waldomiro Freitas Autran Dourado nasceu na cidade de Patos, em Minas
Gerais, no dia 18 de janeiro de 1926. Filho de um juiz morou em várias cidades.
Estudou o primário na cidade de Monte Santo e o Ginásio na Cidade de São Sebastião
do Paraíso.
Em 1940 foi morar em Belo Horizonte. Começou a cursar a Faculdade de
Direito, ao mesmo tempo, que trabalhava como jornalista e taquígrafo da Assembleia
Legislativa.

Estreia na literatura

Autran Dourado estreou na literatura com a novela Teia (1947). Bacharelou-


se em Direito em 1949. Fez parte do grupo literário que editou a revista Edifício.
Em 1950, publicou Sombra e Exílio, que ganhou o Prêmio Mário Sete do
Jornal de Letras. Em 1952, publicou Tempo de Amar, romance que recebeu o Prêmio
Cidade de Belo Horizonte.
Em 1954, Autran Dourado mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou
como serventuário da justiça. Em 1955, publicou Nove Histórias em Grupo de Três, que
recebeu o Prêmio Artur Azevedo do Instituto Nacional do Livro.
Durante cinco anos foi Secretário de Imprensa da Presidência da República,
no governo de Juscelino Kubitschek.

A Barca dos Homens

Em 1961, o autor se destaca com a publicação de A Barca dos Homens,


romance que foi escolhido como o melhor livro do ano pela União Brasileira de
Escritores.
Em a Barca dos Homens, romance, cuja ação se passa em apenas um dia,
onde o autor apresenta um punhado de tipos que vivem em uma ilha de pescadores.
Tipos que o escritor analisa e cujo entrelaçamento na história é feito através
de uma caçada policial a um retardado, que acredita-se está armado e põe a comunidade
em perigo.

Uma Vida em Segredo

Sua obra Uma Vida em Segredo, publicada em 1964, o autor inicia sua
carreira internacional. Foi traduzida para o alemão e o inglês. Foi também, adaptada
para o cinema.

Ópera dos Mortos

Seu romance, Ópera dos Mortos (1967) foi escolhido pela UNESCO para
integrar sua coleção de Obras Representativas da literatura Universal.

Características da obra de Autran

A literatura de Autran Dourado é vanguardista pela técnica e linguagem. É


formada de conteúdo quase sempre trágico, mas onde está presente um clima poético.
Suas personagens, em geral, são criaturas solitárias, tipos primitivos, figuras
inadaptadas à vida que as cerca.
Autran Dourado faleceu no Rio de Janeiro, no dia 30 de setembro de 1912.
Foi sepultado no cemitério São João Batista.

A Alegoria na literatura
Na literatura, a alegoria representa uma figura de linguagem, mais
precisamente uma figura de palavra de caráter moral.
Ela deixa de lado seu sentido meramente denotativo, para pôr em prática o
sentido figurado das palavras, ou seja, a duplicidade de sentidos, ou mesmo sua
plurissignificação (multiplicidade de significados).
Para muitos estudiosos, a alegoria representa uma metáfora ampliada e, em
alguns casos, é semelhante à personificação ou prosopopeia.
Segundo os retóricos da antiguidade, a alegoria difere da metáfora, pois ela
é utilizada de forma mais aberta e ampla (numa fábula, parábola, romance, poema),
enquanto a metáfora considera os elementos que compõem o texto de maneira
independente.
Nesse sentido, a alegoria pode abrigar diversos significados que
transcendem seu sentido literal (denotativo, real), de modo que ela utiliza símbolos para
representar uma coisa ou uma ideia através da aparência de outra.
Em outras palavras, a alegoria representa a linguagem figurativa, para
descrever algo (pessoa, objeto, etc.) com a imagem de outro.

A alegoria nas fábulas e parábolas


Esse recurso retórico é muito utilizado na literatura sobretudo, nas fábulas e
parábolas marcadas pela relação entre o sentido literal e o sentido figurado.
A fábula e a parábola representam tipos de textos literários que trabalham a
alegoria com o intuito de transmitir a mensagem de forma simbólica, enigmática. Ou
seja, utilizam da alegoria para revelar as verdades ocultas.

A Alegoria na mitologia
A alegoria já era discutida desde a antiguidade e foi muito utilizada nas
narrativas mitológicas, com o intuito de explicar a vida humana e as forças da natureza.

REPRESENTAÇÕES DA FAMILÍA
A família representa a união entre pessoas que possuem laços sanguíneos,
de convivência e baseados no afeto.
Família nuclear e família extensa: A família nuclear é compreendida de forma
restrita, composta por pelos pais e seu filhos. Por sua vez, a família extensa ou
alargada é compreendida como sendo composta também por avós, tios, primos e outras
relações de parentesco.
Família monoparental: As famílias monoparentais são formadas pela criança ou o
jovem e apenas um de seus progenitores (pai ou mãe).
Família reconstituída: A família reconstituída é formada quando pelo menos um dos
cônjuges possui um filho de um relacionamento anterior.
Família Matrimonial: aquela formada pelo casamento, tanto entre casais
heterossexuais quanto homoafetivos.
Família Informal: formada por uma união estável, tanto entre casais heterossexuais
quanto homoafetivos
Família Anaparental: Prefixo Ana = sem. Ou seja, família sem pais, formada apenas
por irmãos.
PATRIARCALISMO: O sistema patriarcal, em uma simples definição,
resume-se em um regime de dominação e subordinação em que o homem, geralmente o
pai, patriarca, mantenedor e provedor, ocupa a posição de centralidade na família. Ele
representa a autoridade máxima, na medida em que todos na casa, inclusive esposas e
filhos, devem-lhe obediência plena.
No Brasil o patriarcalismo se deu de maneira difusa, em meio a uma série de
estratégias femininas para resistir a opressão.
Com efeito, conquanto os avanços conquistados pelas lutas feministas, o
patriarcado ainda é um sistema presente, tendo apenas tomado novas configurações,
pois, sua base material não foi destruída.

NOVA HISTÓRIA CULTURAL: Com a Nova História Cultural,


as fronteiras entre História e Literatura tornaram-se tênues, e o romance
histórico passou a ser um ponto de encontro entre estes dois grandes afluentes
História e Literatura.
As pressuposições da Nova História Cultural muito contribuem para
o alargamento do conceito de fonte, para a multiplicação dos objetos de
investigação do pesquisador e para uma nova abordagem que privilegia as
práticas dos grupos excluídos, alojados nas frestas da sociedade, que em
determinados momentos foram desprezados da escrita da História Oficial
Embora historiadores e romancistas ao se debruçarem sobre um
mesmo fato histórico, lancem perspectivas distintas sobre o mesmo, existem
pontos de convergência, como a forma narrativa.
O passado não é possível de uma apreensão plena e totalizante
podendo ser ressignificado por historiadores e literários. Dessa forma a
interconexão profícua, entre história e literatura permite que a forma narrativa
empreste à história um efeito ficcional, enquanto que os fatos históricos
garantam à arte do relato um estatuto de verdade.
Sob a pena do literário, a história vai sendo inscrita não necessariamente
como foi, mas como poderia ter sido. E da mesma forma, ocorre com os personagens
históricos que ao serem transportados da história para a narrativa literária ganham
novos contornos enquanto representações do real, não sendo descritos pelo
literário como eram, mas como poderiam ser
Conceito de Tradição: Costume transmitido de geração a geração ou aquilo que se faz
por hábito; costume: as tradições de uma região.
Herança cultural, legado passado de uma geração para outra. Transmissão
oral de doutrinas, de lendas, de costumes etc., durante longo espaço de tempo, de
geração para geração. Na religião trata-se da transmissão oral, às vezes registrada por
escrito, dos fatos ou das doutrinas religiosas.

Imaginário coletivo — conjunto de símbolos, conceitos, memória e imaginação de


um grupo de indivíduos

 Dona Beja é uma figura mitogênica no imaginário do triângulo mineiro, A


relação metafórica que ela (Dona Beja), enquanto corpo feminino, estabeleu com
sua cidade natal, Araxá. Ao tomar a vida de Dona Beja como referencial para
abordar a história de Minas Gerais, à época de seu povoamento,
AgripaVasconcelos estabelece uma relação metafórica da protagonista com a
cidade de Araxá, na medida em que o relato biográfico da primeira segue em
paralelo com a história do povoamento da segunda. Ao mesmo tempo em que o
Arraial crescia, atraindo a população rural para o centro, em razão da sedução da
modernidade, Beja crescia em graça e beleza, atraindo atenção e seduzindo a
todos. O mito da cortesã serve de inspiração para o relato histórico. Por serem
ambas figuras femininas, Beja e Araxá habitam nos desejos ocultos, num plano
mais profundo da consciência. Assim como a cidade desperta cobiça de
forasteiros e moradores pelos atrativos das águas revigorantes, Beja também
desperta o desejo de posse daqueles que se dobram a sua beleza. Também como
a cidade sofreu a invasão de turistas curiosos, Beja também sofreu essa mesma
invasão: primeiro com a violação, depois com a prostituição. Outra relação é
visível entre ambas: o comércio. Nos dois casos a beleza não é oferecida
gratuitamente. No entanto, as duas também pagam um alto preço por se
deixarem explorar: uma com a invasão do corpo físico (Araxá), a outra com a
invasão psicológica (Beja). Depois de sua partida para Bagagem, onde veio a
falecer em 1889, a história de Beja fica restrita às experiencias de outro grupo
social. Com isso, Araxá perde seu referencial. O mito já não mais lhe pertence.
Dá-se, se assim podemos dizer, uma morte” simbólica da cidade, que fica em
estado de estagnação até o início do século seguinte.

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