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José Saramago

O Ano da Morte de Ricardo Reis


CORREÇÃO DO
TESTE FORMATIVO

Encontros – 12.o ano ▪ Noémia Jorge, Cecília Aguiar, Miguel Magalhães


J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo I – Parte A
CORREÇÃO DO TESTE FORMATIVO Manual, p. 283

1. Explicita a forma de atuação do governo face ao povo.


20 pontos

Forma de atuação (em 1. O governo, em articulação com


articulação com a Igreja e com a aristocracia
aristocracia e Igreja) (highlife), controla o povo,
• “bodo geral” presenteando-o com um “bodo
• Eventual “festa” geral” e com uma eventual “festa”.
↓ Estas atitudes manipulam a
• Manipulação da opinião opinião pública, na medida em que
pública (sugestão de um sugerem um clima de preocupação
clima de solidariedade e solidariedade social que não
social que não existe) existe.
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo I – Parte A
CORREÇÃO DO TESTE FORMATIVO Manual, p. 283

2. Transcreve do texto dois exemplos de intertextualidade,


20 pontos identificando os textos convocados e comentando o seu valor
expressivo.

2.1.º
A EXEMPLO
intertextualidade está presente na 2.ºexpressão
EXEMPLO“este rosto
carregado,
Transcriçãoa barba esquálida, os olhos encovados, a postura nem
Transcrição
• “este nem
medida rostomá” (ll. 19-20),
carregado, […] que
nemremete• “Da
para o episódio
janela do meudo quarto vejo
Adamastor (Os Lusíadas). Está tambémsaltar
má” (ll. 19-20) presente em “Da
a tainha” (ll.janela
24-25)do
meu quarto vejo saltar a tainha”, reproduzindo dois versos de uma
Identificação
“quadra do intertexto
popular” (ll. 24-25). Ambas as referências intertextuais
Identificação do intertexto
• episódio do Adamastor (Os
geram um efeito cómico – a primeira •porque “quadrasubverte o intertexto
popular”
Lusíadas) em tom de paródia, e a segunda porque sugere a
camoniano,
Valor expressivo
incoerência de
Valor expressivo Ricardo Reis, poeta clássico influenciado pela poesia
• efeito cómico – sugestão da
• efeito cómico – subversão do
popular.
incoerência de Ricardo Reis
intertexto camoniano (tom de
(poeta clássico influenciado
paródia)
pela poesia popular)
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo I – Parte A
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3. Explica o sentido da comparação presente em “como Lídia no


20 pontos outro dia” (l. 27).

Significado da 3. A comparação “como Lídia no


expressão outro dia” remete para um
• Remissão para um acontecimento diegético já passado
acontecimento (dia em que Lídia foi a casa de
diegético já passado Ricardo Reis e, depois de limpar a
• Caracterização do tipo casa, tomou banho e se entregou
de relação que une as amorosamente a Reis),
duas personagens – caracterizando o tipo de relação
sensualidade e que une as duas personagens –
erotismo relação marcada pela sensualidade
e pelo erotismo.
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo I – Parte B
CORREÇÃO DO TESTE FORMATIVO Manual, p. 284

4. Explicita a forma como as figuras representadas são


20 pontos caracterizadas pelo sujeito poético.

Caracterização 4. Os calceteiros são


• Classe trabalhadora encarados como uma classe
• Força, rudeza, trabalho trabalhadora, caracterizada
árduo, duro, meticuloso e pela força, pela rudeza e pelo
perito trabalho árduo e duro, que é
Exemplo feito de forma meticulosa e
• “De cócoras, em linha, os perita (“De cócoras, em linha,
calceteiros, / Com lentidão, os calceteiros, / Com lentidão,
terrosos e grosseiros, / terrosos e grosseiros, /
Calçam de lado a lado a Calçam de lado a lado a longa
longa rua”, vv. 3-5). rua”, vv. 3-5).
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo I – Parte B
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5. Prova que entre a obra O Ano da Morte de Ricardo Reis e a


20 pontos poesia de Cesário Verde é possível estabelecer algumas
relações de intertextualidade.
Intertextualidade 5. Entre o romance O Ano da Morte
• Deambulação pela de Ricardo Reis e a poesia de Cesário
cidade de Lisboa Verde podem estabelecer-se relações
• Representação de intertextualidade. De facto, ambas
minuciosa da as obras são marcadas pela deambulação
realidade do protagonista/sujeito poético
observada pela cidade de Lisboa, representando
• Enfoque na minuciosamente a realidade observada,
tipicidade e na não descurando nem a sua tipicidade
miséria social nem a miséria social.
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo II
Manual, pp. 283-286
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1. O texto é marcado por um tom


5 pontos

(A) persuasivo.
(B) sarcástico.
(C) épico.
(D) retrospetivo.
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Manual, pp. 283-286
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2. Ao longo do texto, o único subtema que não se


5 pontos desenvolve é

(A) o Liceu de Camões.


(B) o ensino técnico.
(C) a guerra civil de Espanha.
(D) a Mocidade Portuguesa.
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3. A forma verbal “trocara” (l. 1) marca uma relação de


5 pontos

(A) anterioridade face a “começou” (l. 1).


(B) simultaneidade face a “começou” (l. 1).
(C) posterioridade face a “fazia” (l. 2).
(D) simultaneidade face a “fazia” (l. 2).
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4. Com a expressão “(naquele tempo, pasme-se, ensinava-


5 pontos se francês e literatura numa escola industrial…)” (ll. 5-6),
Saramago critica
(A) o ensino antigo.

(B) os preconceitos sobre o ensino.


(C) as línguas e as literaturas.

(D) as escolas industriais.


J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo II
Manual, pp. 283-286
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5. De acordo com o memorialista, a imprensa da época


5 pontos

(A) manipulava a opinião pública.


(B) informava de forma objetiva.
(C) era um mecanismo de contrapoder.
(D) privilegiava as notícias internacionais.
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo II
Manual, pp. 283-286
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6. O uso de parêntesis, na linha 21, delimita


5 pontos

(A) o discurso direto.


(B) um juízo de valor explícito.

(C) uma explicação adicional.


(D) um comentário crítico.
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Manual, pp. 283-286
CORREÇÃO DO TESTE FORMATIVO

7. Nas linhas 23 e 24, o grau superlativo absoluto sintético é


5 pontos utilizado com uma intenção comunicativa
predominantemente

(A) eufemística.

(B) metafórica.

(C) hiperbólica.

(D) irónica.
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Manual, pp. 283-286
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8. Indica o referente do pronome “isso” (l. 6).


5 pontos

[…] e, enfim, que para isso 8. “penetrar, aos


é que eu lá ia, penetrar, aos poucos e poucos, nos
poucos e poucos, nos mistérios da profissão
mistérios da profissão de de serralheiro
serralheiro mecânico. mecânico” (ll. 6-7).
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo II
Manual, pp. 283-286
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9. Indica o valor da oração subordinada adjetiva relativa presente


5 pontos na linha 13.

usar a expressão consagrada, o 9. Valor explicativo


desenrolar das operações. Até ao (ou não restritivo).
dia, que cedo foi, […]

10. Identifica a função sintática do constituinte frásico “no manejo


5 pontos de arma” (l. 24).

“no manejo de arma” 10. Complemento do


nome.
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Redige um texto de opinião (de duzentas a trezentas


1.
palavras) sobre as características que a imprensa deve ter
50 pontos
para cumprir a sua missão.

INTRODUÇÃO

Planificação Textualização
Apresentação do tema A imprensa tem como missão
• Missão da imprensa: informar um público
informar um público diversificado, que pretende estar
diversificado a par do que acontece a nível
• Meios de nacional e internacional, nas
comunicação: jornais mais diversas áreas. Os jornais e
e revistas as revistas são, assim, uma janela
aberta para o mundo.
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CORREÇÃO DO TESTE FORMATIVO Manual, p. 286

DESENVOLVIMENTO

Planificação Textualização
1.º ARGUMENTO/EXEMPLO Para conseguir levar a cabo a missão a
• Argumento: a imprensa que se propõe, a imprensa deve pautar-se
deve pautar-se por um por um código ético que passe por
código ético que passe por informar sem manipular os leitores. Para
informar sem manipular os isso, deve apresentar os factos de forma
leitores, de forma objetiva e objetiva e imparcial, sem tomar partido a
imparcial, distanciada e favor de determinada fação – seja ela um
descomprometida partido político, uma empresa, uma figura
• Exemplo: A imprensa não pública… Isso só se consegue se não
deve tomar partido a favor houver vínculos aos poderes
de determinada fação, estabelecidos – públicos e privados. Os
pública ou privada (partido assuntos devem ser tratados pelos
político, empresa, figura jornalistas de forma distanciada e
pública… ) descomprometida.
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo III
CORREÇÃO DO TESTE FORMATIVO Manual, p. 286

DESENVOLVIMENTO (cont.)

Planificação Textualização
2.º ARGUMENTO/EXEMPLO Por outro lado, a imprensa
• Argumento: a imprensa também não deve ser utilizada com
também não deve ser intuito difamatório. As notícias,
utilizada com intuito baseadas em investigação séria – e
difamatório não em boatos infundados – não
• Exemplo: devem, pois, resultar num ataque à
independentemente do grau dignidade e à reputação de ninguém.
de objetividade, os textos Isto deve aplicar-se, na meu ver, quer
jornalísticos (notícias, aos textos escritos por jornalistas
reportagens, textos de (notícias, reportagens), quer aos textos
opinião – editoriais, artigos, de opinião (editoriais, artigos,
comentários, crónicas) não comentários, crónicas), por natureza
devem basear-se em boatos subjetivos e apreciativos.
J. Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis Grupo III
CORREÇÃO DO TESTE FORMATIVO Manual, p. 286

CONCLUSÃO

Planificação Textualização
Reforço do ponto de vista Em síntese, palavras como
assumido “rigor”, “verdade”,
• Valorização do código ético e “imparcialidade”, “independência”,
da missão da imprensa: “objetividade” devem constar no
informar sem manipular código ético de todos os
jornalistas. Só assim a imprensa
cumprirá a missão de que está
incumbida: informar, sem
manipular.

(217
palavras)

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