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Teste de avaliação modelo IAVE

13 Teste de avaliação Unidade 3

Nome Turma Data

GRUPO I

Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

A
Lê o texto.

Não é verdade
- Cai, como antigamente, das estrelas
- um frio que se espalha na cidade.
- Não é noite nem dia, é o tempo ardente
- da memória das coisas sem idade.
5 O que sonhei cabe nas tuas mãos
- gastas a tecer melancolia:
- um país crescendo em liberdade,
- entre medas de trigo1 e de alegria.
- Porém a morte passeia nos quartos,
10 ronda as esquinas, entra nos navios,
- o seu olhar é verde, o seu vestido branco,
- cheiram a cinza os seus dedos frios.
- Entre um céu sem cor e montes de carvão
- o ardor das estações cai apodrecido;
15 os mastros e as casas escorrem sombra,
- só o sangue brilha endurecido.
- Não é verdade tanta loja de perfumes,
- não é verdade tanta rosa decepada,
- tanta ponte de fumo, tanta roupa escura,
20 tanto relógio, tanta pomba assassinada.
- Não quero para mim tanto veneno,
- tanta madrugada varrida pelo gelo,
- nem olhos pintados onde morre o dia,
- nem beijos de lágrimas no meu cabelo.
25 Amanhece. 1
«medas de trigo» – molhos de trigo
- Um galo risca o silêncio feitos imediatamente depois da colheita,
- desenhando o teu rosto nos telhados. nos campos
- Eu falo do jardim onde começa
- um dia claro de amantes enlaçados.

Eugénio de Andrade, As palavras interditas [1951], in Poesia, Porto, Fundação Eugénio de Andrade, 2000, pp. 61 e 62.

190 Entre Palavras 12 • Dossiê Prático do Professor •


Teste de avaliação modelo IAVE n.º 13 | Eugénio de Andrade

1. Esclarece a relação do sujeito poético com a pessoa que refere no poema.

2. Apresenta a realidade descrita pelo sujeito poético.

3. Comprova a presença da personificação no poema, justificando e referindo o seu valor literário.

Lê o texto.

TESTES
- Maria (entrando com umas flores na mão, encontra-se com Telmo, e o faz tornar para a cena) – Bonito!
- Eu há mais de meia hora no eirado passeando – e sentada a olhar para o rio a ver as faluas e os
- bergantins1 que andam para baixo e para cima – e já aborrecida de esperar... e o senhor Telmo,
- N^bV]\`a\NP\[cR_`N_P\ZZV[UNZwR`RZ`RVZ]\_aN_QRZVZã>bRzQ\_\ZN[PR^bRZR
5 prometestes? Não é o da batalha, não é o que diz:

- Postos estão, frente a frente,


- Os dous valorosos campos;

- é o outro, é o da ilha encoberta onde está el-rei D. Sebastião, que não morreu e que há de vir
- um dia de névoa muito cerrada... Que ele não morreu; não é assim, minha mãe?
10 Madalena®:V[UN^bR_VQNSVYUNabQVgR`P\V`N`=\V`[w\aR[`\bcVQ\NaRbaV\3_RV7\_TRRNaRbaV\
Lopo de Sousa, contar tantas vezes como aquilo foi? O povo, coitado, imagina essas quimeras
- para se consolar na desgraça.
- Maria – Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto, alguma
- coisa há de ser. Mas ora o que me dá que pensar é ver que, tirado aqui o meu bom velho Telmo
- (chega-se toda para ele, acarinhando-o), ninguém nesta casa gosta de ouvir falar em que esca-
15 passe o nosso bravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião.

Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, prefácio de Annabela Rita, Porto, Edições Caixotim, 2004, p. 72.

1
tipo de embarcação

4. Exemplifica a presença da ironia no texto, indicando o seu valor expressivo.

5. Interpreta as referências a D. Sebastião disseminadas no texto.

Entre Palavras 12 • Dossiê Prático do Professor • 191

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