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Linhas de análise do poema “Não sei se é sonho, se realidade” – página

42 do manual
Divisão do poema em partes lógicas, considerando os tópicos esperança,
desalento e certeza
Nas duas primeiras estrofes, é percetível a esperança de que o sonho se
pode realizar, ainda que alguns vocábulos – “talvez”, “inexistentes”,
“longínquas” - prenunciem já a incerteza da felicidade; a partir da terceira
estrofe, que se inicia com a conjunção adversativa “Mas”, é visível o
desvirtuamento da ilha e, consequentemente, assiste-se à descrença, ao
desalento do “eu”, ao constatar que o pensamento anula a magia do
sonho e, por isso, nessa terra (a do sonho) o bem não dura. A ilusão da ilha
desfaz-se com a constatação de que “pensá-la” acaba com a sua dimensão
idílica. Na última estrofe (conclusão), evidencia-se a certeza de que a cura
ou a solução para os nossos problemas está em nós e só a nossa ação nos
permitirá ser felizes.

Intervenção do pensamento
Os paraísos imaginados são uma evasão reconfortante para os ingénuos,
no entanto, as imagens de felicidade, quando pensadas, perdem o seu
efeito balsâmico e acentua-se a consciência (vv. 15-18).

Conclusão do sujeito poético


O “eu” lírico conclui que a solução para os problemas está em cada um de
nós, ou seja, para curar o mal profundo da alma não resulta sonhar com o
inalcançável, é preciso procurar em nós a solução.

Estado de espírito do sujeito poético:


O sujeito poético encontra-se num estado de devaneio, de sonho, em que
a imaginação se impõe e lhe permite ver algo invisível, só possível quando
se sonha. Progressivamente, regressa à realidade e constata que tudo
resulta do uso do pensamento e, por isso, a ilha idealizada perde o

Professora: Ana Isabel Bernardo


encanto, revelando-se uma ilusão onde também existe o desconforto e o
sofrimento (vv. 15-18).

Expressividade da linguagem
As expressões “terra de suavidade”, “ilha extrema do sul”, “palmares
inexistentes” e “áleas longínquas” representam uma realidade oposta à do
quotidiano, ou seja, a ilha é a metáfora da felicidade. Porém, o advérbio
“talvez” e os adjetivos “inexistentes” e “longínquas” pressagiam a dúvida,
a inexistência da ilha e, consequentemente, a impossibilidade de
concretização do sonho. A repetição do advérbio “ali” no verso cinco
enfatiza a ideia de que a ilha é um lugar longínquo (onírico). Já no verso
vinte e três, “ali” refere-se ao coração e a sua repetição sugere que a
felicidade se encontra no íntimo de cada um.

Professora: Ana Isabel Bernardo

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