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Não sei se é sonho, se realidade

No poema "Não sei se é sonho, se realidade", de Fernando Pessoa, o sujeito poético recorre ao
sonho numa tentativa de alcançar a felicidade num espaço imaginário.
Deste modo, o sujeito de enunciação ao longo do poema manifesta vários sentimentos. Nas
primeiras estrofes o "eu" lírico parece nutrir esperança de encontrar a felicidade em algum
lugar remoto: "Felizes nós? Ali, talvez, talvez, / Naquela terra, daquela vez.".
No entanto, à medida que o poema avança, a desilusão e tristeza começam a manifestar-se. O
sujeito de enunciação apercebe-se que, mesmo em um local idealizado, o mal persiste e o bem
é efêmero: "Ah, nesta terra também, também/ O mal não cessa, não dura o bem.".
A "terra da suavidade" mencionada no poema simboliza, de facto, um utopia da felicidade e da
perfeição suprema da vida. Porém podemos verificar no poema a inexistência desse lugar:
Talvez palmares inexistentes/ Áleas longínquas…".
Na última estrofe, o sujeito poético concluí que a busca pela felicidade não deve ser voltada
para lugares ou circunstâncias externas, mas sim, no interior, no íntimo de cada um de nós: "É
em nós que é tudo".
Em suma, o sujeito de enunciação faz uma reflexão poética, constatando que a verdadeira
fonte de felicidade é intrínseca.

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