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v.
22).
Especifica, ento, que nesse ns se integra o eu do sujeito potico (v.
24), no referindo, porm, o que est a sentir pois, se quem sente somos
ns (vv. 22-23), o eu tambm sentiria , afirma que naquele momento
j no sente nada. O sujeito potico d a entender ao leitor que j sentiu, j
se reconheceu com os que constituem ns, e de, naquela ocasio, j no
sentir nada.
Na ltima estrofe o sujeito potico refer no ter a certeza (No
sei) de no sentir (Nada), explicando esse No sei afirmando que
esse tal nada di. No ltimo verso (Um nada que di) o sujeito
potico no sabe se, efectivamente, no est a sentir nada, pois esse
provvel nada di, f-lo sofrer, ou seja, f-lo sentir.
Em suma, o sujeito potico sabe que precisamente na capacidade
de sentir que encontra matria para os seus poemas e ainda porque no
sentir nada sentir alguma coisa como, por exemplo, o desejo de se sentir
feliz, por muito inacessvel que lhe parea. E, alis, s v a felicidade alheia
quem incapaz de a viver no seu ntimo. Assim, as reticncias poderiam ser
substitudas por expresses e vocbulos tais como nostalgia do paraso
perdido, nsia de absoluto, desejo de unidade interior, capacidade de
adaptao vida, nenhuma destas metas foi ainda atingida; e, por muito
que a sua lucidez e racionalidade de pensador lhe ensinem que as metas
anteriormente mencionadas no so mais que sonhos inatingveis, a
verdade que precisamente a falta destes nadas que magoa o sujeito
potico: Um nada que di.
Nota:
(1)