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Projeto TCC Do Grupo Nº5
Projeto TCC Do Grupo Nº5
O petróleo é um dos recursos mais requisitados a nível mundial, sendo na maior parte das
vezes utilizado como combustível devido seu alto poder energético. A American Society for
Testing and Materials (ASTM) define o petróleo como sendo “uma mistura de ocorrência
natural, consistindo de hidrocarbonetos e derivados orgânicos sulfurados, nitrogenados e
oxigenados que é ou pode ser removido da terra no estado líquido. Está acompanhado por
quantidades variáveis de substâncias estranhas como a água, matéria inorgânica e gases”.
Para que seu potencial energético seja aproveitado ao máximo, ele é levado à uma unidade de
transformação (refinaria), para que seja devidamente separado para se obter produtos de maior
valor comercial. A água sendo um recurso abundante no planeta é utilizada nas refinarias
praticamente em todos os processos, desde a destilação primária até os tratamentos finais,
demandando assim grandes volumes de água (MARIANO, 2001).
Durante estes últimos anos a ONU e outras entidades mundiais vêm nos alertando quanto a
necessidade de se preservar os recursos hídricos,pois estima-se que daqui a mais alguns anos
o planeta sofrerá com uma escassez de tal recurso,que vale salientar ser muito importante para
os seres vivos. Com vista a isso o presente trabalho vem apresentar uma forma de minimizar
tal impacto ambiental,propondo um método de tratamento terciário de baixo custo com fim de
se reutilizar o efluente gerado no processo de refino do petróleo.
PROBLEMA
Como minimizar os impactos negativos que os efluentes líquidos têm no ambiente e saúde
pública?
HIPÓTESE
OBJECTIVOS
OBJECTIVO GERAL
Propor um sistema de tratamento por adsorção utilizando casca de noz para diminuir o
teor de conaminantes dos efluentes.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
A palavra petróleo origina-se do latim pedra (pedra) e oleum (óleo). No estado líquido é uma
substância oleosa, com cheiro característico, com cor variando entre o negro e o castanho-
claro, com densidade menor que a da água e inflamável. É uma mistura complexa de
compostos formados em sua maioria por átomos de carbono e hidrogênio, conhecidos como
hidrocarbonetos e outros átomos como oxigênio, enxofre, nitrogênio e metais como vanádio,
níquel, ferro e cobre. Os hidrocarbonetos vão desde moléculas bem simples, com poucos
átomos, até moléculas complexas de alto peso molecular (CARDOSO, 2004).
O petróleo tem origem a partir da matéria orgânica depositada junto com os sedimentos. A
matéria orgânica marinha é basicamente originada de microrganismos e algas que formam o
fitoplâncton e não pode sofrer processo de oxidação. A necessidade de condições não
oxidantes pressupõe um ambiente de deposição composto de sedimentos de baixa
permeabilidade, inibidor da ação da água circulante em seu interior. A interação dos fatores-
matéria orgânica, sedimento e condições termoquímicas apropriadas - é fundamental para o
início da cadeia de processos que leva à formação do petróleo. A partir do momento em que
as matérias orgânicas são depositadas no ambiente elas sofrem reações químicas que
contribuem para que elas sejam transformadas em hidrogênio e carbono, sendo que esses dois
componentes químicos estão presentes na molécula do petróleo (CARDOSO, 2004). A
matéria orgânica proveniente de vegetais superiores também pode dar origem ao petróleo,
todavia sua preservação torna-se mais difícil em função do meio oxidante onde vivem. Então,
os geólogos acreditam que o petróleo é formado por substâncias orgânicas, ou seja, é formado
por restos de animais que entraram em decomposição a milhares de anos na natureza
(THOMAS, 2004).
Uma amostra de petróleo e mesmo suas fracções podem ser ainda caracterizadas pelo grau de
densidade API (ºAPI) do American Petroleum Institute, definida por:
141,5
° API = −131,5 (1)
Densidade específica
Dessa forma, uma amostra de petróleo pode ser classificada segundo o grau de densidade
API, como segue:
Segundo o teor de enxofre da amostra, tem-se a seguinte classificação para o óleo bruto:
Pour point ou fluidez: é a temperatura abaixo da qual o óleo não fluirá. Resultado da
formação de uma estrutura microcristalina que amplia a viscosidade e tensão superficial do
produto. Tensão superficial geralmente varia entre 32°C a -57 °C; óleos leves e menos
viscosos, apresentam ponto de pureza mais baixos.
No seu estado bruto, o petróleo tem pouquíssimas aplicações, sendo quase sempre somente
utilizado como óleo combustível, mas para que o seu potencial energético seja aproveitado ao
máximo ele deve ser submetido a uma série de processos a fim de obter seus derivados.
De acordo com NETO, et al., (2004), os segmentos básicos da indústria do petróleo estão
interligados conforme mostra o diagrama abaixo:
Figura nº 1.1- Segmentos da indústria petrolífera
Segundo ABADIE (2002, p. 7), «o petróleo no estado em que é extraído do solo, tem
pouquíssimas aplicações».
O processamento do petróleo bruto nas refinarias tem como fim produzir produtos de forma a
aproveitar ao máximo seu potencial energético.
Uma refinaria de petróleo, ao ser planejada e construída, pode destinar-se a dois objectivos
básicos (ABADIE, 2002):
O primeiro objectivo constitui a maioria dos casos, uma vez que a demanda por
combustíveis é muitíssimo maior que a de outros produtos. Aqui, é fundamental a produção
em larga escala de frações destinadas à obtenção de GLP, gasolina, diesel, querosene e óleo
combustível, dentre outros (ibid).
O segundo grupo, de menor expressão, constitui-se num grupo minoritário, cujo objetivo é a
maximização de frações básicas de lubrificantes e parafinas (ibid).
Segundo ABADIE (2002), os processos em uma refinaria podem ser classificados em quatro
grandes grupos:
Processos de separação;
Processos de conversão;
Processos de tratamento;
Processos auxiliares.
São sempre de natureza física e têm por objetivo desdobrar o petróleo em suas frações
básicas, ou processar uma fração previamente produzida, no sentido de retirar dela um grupo
específico de compostos. Os agentes responsáveis por estas operações são físicos, por ação de
energia (sob a forma de alterações de temperatura e/ou pressão) ou de massa (na forma de
relações de solubilidade a solventes) sobre o petróleo ou suas frações. Uma importante
característica nos processos de separação é o fato dos produtos obtidos poderem, exceto em
situações de eventuais perdas ou contaminações, quando novamente misturados, reconstituir a
carga original, uma vez que a natureza das moléculas não é alterada. Como exemplos deste
grupo de processos, podem ser citadas: Destilação (em suas várias formas), Estabilização de
naftas, Desasfaltação a Propano, Desaromatização a Furfural, Desparafinação/Desoleificação
a solvente (MIBC), Extração de Aromáticos e Adsorção de N-parafinas.
Os processos de conversão são sempre de natureza química e visam transformar uma fração
em outra(s), ou alterar profundamente a constituição molecular de uma dada fração, de forma
a melhorar sua qualidade, valorizando-a. Isto pode ser conseguido através de reações de
quebra, reagrupamento ou reestruturação molecular.
As reações específicas de cada processo são conseguidas por ação conjugada de temperatura e
pressão sobre os cortes, sendo bastante frequente também a presença de um agente promotor
de reação, denominado catalisador. Conforme a presença ou ausência deste agente, pode
classificar os processos de conversão em dois subgrupos: catalíticos ou não catalíticos.
É importante ressaltar que, devido às alterações químicas processadas, os produtos que saem
desses processos, se misturados, não reconstituem a carga original. Processos de conversão
são, em geral, de elevada rentabilidade, principalmente quando transformam frações de baixo
valor comercial (gasóleos, resíduos) em outras de maiores valores (GLP, naftas, querosenes e
diesel).
Os processos de tratamento têm por finalidade principal eliminar as impurezas que, estando
presentes nas frações, possam comprometer suas qualidades finais; garantindo, assim,
estabilidade química ao produto acabado. Dentre as impurezas, os compostos de enxofre e
nitrogênio, por exemplo, conferem às frações propriedades indesejáveis, tais como,
corrosividade, acidez, odor desagradável, formação de compostos poluentes, alteração de cor,
etc.
São aqueles que se destinam a fornecer insumos à operação dos outros anteriormente citados,
ou a tratar rejeitos desses mesmos processos. Incluem se neste grupo, a geração de hidrogênio
(fornecimento deste gás às unidades de hidroprocessamento), a recuperação de enxofre
(produção desse elemento a partir da queima do gás ácido rico em H 2S) e as utilidades (vapor,
água, energia elétrica, ar comprimido, distribuição de gás e óleo combustível, tratamento de
efluentes e tocha), que, embora não sejam de fato unidades de processo, são imprescindíveis a
eles.
Nas indústrias, dependendo do processo industrial, a água pode ser tanto matéria-prima, sendo
incorporada, portanto, ao produto final, como um auxiliar na preparação de matérias-primas,
fluido de transporte, fluido de aquecimento e/ou refrigeração ou nos processos de limpeza de
equipamentos, etc. Os padrões de qualidade da água dependem de como ela será aplicada,
podendo ser mais rigorosos, como no caso de indústrias alimentícias e farmacêuticas, ou
menos rigorosos, como no caso de sistemas de refrigeração (MIERZWA & HESPANHOL,
2005).
Antes de ser usada, a água não tratada deve ser tratada para remover minerais, partículas,
gases e partículas suspensas. O tratamento começa com uma operação de seleção de filtração
bruta, seguida de floculação para remover partículas minúsculas e sedimentos. Então a água é
filtrada continuamente.
Vazão:7,9 L/Bbl
Vazão:98,4 L/Bbl
Destilação à vácuo _
Tratamento de Efluentes _
Tratamento de Gás e Recuperação de H2S, NH3, aminas, solução de Streford.
Enxofre
Assim como muitas outras indústrias, as refinarias de petróleo utilizam enormes quantidades
de água para as suas atividades. Praticamente todas as operações de refino, desde a destilação
primária até os tratamentos finais, requerem grandes volumes de água de processo e de
resfriamento.
A água nas refinarias tem como principais funções:
2. O segundo principal uso de água nas refinarias é a alimentação das caldeiras. O vapor gerado
pelas caldeiras é utilizado nos processos de retificação com vapor (“stripping”) e destilação.
Como o vapor entra em contato direto com as frações do petróleo, o condensado resultante de
tais operações pode ser contaminado.
A tabela a seguir fornece as características dos efluentes das refinarias mais habitualmente
encontradas na literatura disponível sobre o assunto:
Parâmetros Limites
Mínimo Máximo
Temperatura ºC 22 41
pH 6,2 10,6
Num contexto geral a poluição hídrica tem grandes consequências negativas ao meio
ambiente e ao ser humano. Segundo MARIANO (2001), estas consequências podem ser de
carácter sanitário, ecológico, social ou económico, como a saber:
A seguir são apresentados os impactos que esses efluentes têm no meio ambiente, a citar:
A. Sólidos
Muitas das operações das refinarias geram efluentes líquidos que contêm sólidos dissolvidos e
em suspensão, as principais consequências desses materiais no meio ambiente são:
B. Metais pesados
Diversos metais pesados são liberados juntamente com os efluentes das refinarias. As
principais consequências para tal fato são:
C. Alterações no pH
Como visto anteriormente, muitos dos efluentes das refinarias possuem pH's muito ácidos ou
muito alcalinos. As principais consequências do lançamento de efluentes hídricos com pH's
muito distantes do pH da água, para os meios aquáticos, são:
Corrosão;
Efeitos negativos sobre a fauna e a flora;
Prejuízos à utilização desta água na irrigação agrícola e em outros usos;
Aumento da toxidez de certos compostos, tais como: amônia, metais pesados e gás
sulfídrico;
Influência nos processos de tratamento da água.
D. Compostos Tóxicos
Compostos como fenóis e mercaptans, habitualmente presentes nos efluentes das refinarias,
são tóxicos para a saúde humana, assim como os metais pesados, já comentados
anteriormente. Muitos dos compostos tóxicos presentes nos despejos das refinarias de
petróleo, mesmo quando presentes em concentrações inferiores às letais, podem provocar
danos à fauna e à flora devido à toxidez advinda dos efeitos sinérgicos da interação entre os
mesmos. Por outro lado, mesmo quando tais compostos estiverem presentes com
concentrações letais, poderão não exibir o grau de toxidez esperado, isto devido aos efeitos
não tóxicos antagônicos entre os compostos misturados. As principais consequências de sua
liberação para o meio ambiente são:
E. Substâncias Tensoativas
Em algumas unidades das refinarias são gerados sabões. Estes passam, então, a fazer parte
dos efluentes. O lançamento de tais substâncias nos meios aquáticos tem como principais
consequências:
Muitos dos efluentes das operações de refino têm alta DBO e/ou DQO. A decomposição da
matéria orgânica presente em um líquido é feita, inicialmente, por bactérias aeróbias, que se
utilizam do oxigênio dissolvido no meio aquático para promover as reações. Deste modo,
quanto maior é a quantidade de matéria orgânica presente no meio, maior é a quantidade de
oxigênio necessária para a sua oxidação. Assim sendo, a principal consequência do
lançamento de matéria consumidora de oxigênio é a redução da quantidade de oxigênio
dissolvido na água, o que acarreta prejuízos à vida aquática.
G. Eutrofização
O amoníaco não está normalmente presente no petróleo, mas é gerado no decorrer do seu
processamento nas refinarias a partir dos compostos nitrogenados presentes no mesmo. Como
portadora de nitrogênio, ela pode promover a eutrofização dos corpos aquáticos, que consiste
no crescimento excessivo de algas e plantas no ambiente aquático. Também o fósforo
presente nesses efluentes acarreta este mesmo fenômeno. Os principais problemas decorrentes
da eutrofização são:
Devidos à proliferação excessiva de algas: sabor e odor; toxidez; turbidez e cor; matéria
orgânica, cuja presença resulta na redução do oxigênio dissolvido na água; aderência às
paredes dos reservatórios e tubulações (lodo); corrosão; prejuízos ao tratamento da água.
Devidos às plantas aquáticas: prejuízos aos usos da água, tais como recreação e
navegação; assoreamento; redução gradual do reservatório; cobertura da água, com
consequente redução da penetração da luz solar; entupimento das canalizações e grades;
produção de massas de matéria orgânica, cuja decomposição promove a redução do
oxigênio dissolvido; aumento da evapotranspiração; danos às bombas e turbinas das
usinas hidrelétricas.
H. Elevação da Temperatura
As águas usadas para resfriamento nas refinarias são passíveis de, ao serem despejadas para
os corpos receptores, promoverem a elevação da temperatura da água dos mesmos. As
principais consequências da elevação da temperatura dos meios aquáticos são:
I. Sais
Muitos dos efluentes de refino contêm sais. Eles constituem a chamada “poluição salina”. A
sua toxicidade para os organismos aquáticos pode variar de baixa, como no caso dos cloretos,
até alta, para o caso dos cianetos. A principal consequência da presença de tais substâncias
nos meios aquáticos é a eliminação de algumas espécies de animais aquáticos, quando as
concentrações são suficientemente elevadas.
Fonte: www.maxwell.vrac.puc-rio.br
Tratamento físico
O tratamento físico é a primeira etapa do tratamento e consiste frequentemente numa
separação física de materiais insolúveis ou imiscíveis na água. Paralelamente à sua principal
função também promove a remoção de CBO, CQO e, por vezes, dos fenóis. Os processos de
tratamento deste tipo incluem as seguintes operações de pré-tratamento: gradagem, trituração,
desarenação, bem como remoção de gorduras e escumas. Ao pré-tratamento seguem-se
operações tais como: clarificação, floculação, flotação, separação gravítica, filtração,
adsorção.
A separação gravítica é a primeira etapa do tratamento deste tipo de águas residuais e serve
para a remoção de óleos. Não permite a separação de substâncias em solução nem promove a
quebra de emulsões. A eficiência depende da temperatura da água, da densidade e do tamanho
das partículas de óleo e da quantidade e características da matéria em suspensão presente. As
lamas que sedimentam podem ser desidratadas e posteriormente incineradas ou depositadas
em aterro sanitário. O separador de óleos API (American Petroleum Industry) é um
equipamento patenteado comummente utilizado para a remoção de óleos e gorduras em
efluentes de refinarias. A eficiência da remoção de óleos é tanto maior, quanto maior for a
concentração de óleos afluente, uma vez que o limite mais baixo de afluência recomendado é
de 50 mg/L. Os separadores de óleos de placas paralelas ou inclinadas são equipamentos mais
compactos normalmente utilizados para a remoção de óleos na forma livre. São constituídos
por módulos de placas corrugadas instalados com um ângulo de 45º que promovem uma
redução do tempo de retenção necessário.
A filtração para remoção de óleos pode ser usada individualmente ou associada a separadores
gravíticos ou a sistemas de flotação por injeção de ar. A vantagem desta solução reside na sua
compacidade, custos mais reduzidos em alguns casos e uma operação flexível. O tratamento
dos efluentes das refinarias por evaporação é limitado pela localização geográfica, pelo clima
e pela disponibilidade de área.
A flotação por ar dissolvido é uma operação adequada à remoção de óleos, gorduras e sólidos
suspensos, considerando-se essencial a existência de um separador de óleos gravítico a
montante, por forma a garantir um desbaste significativo na quantidade de óleos a remover.
Consiste na saturação com ar de uma porção da água residual afluente ou de uma porção de
efluente recirculado da unidade de flotação. Em efluentes em que uma fracção significativa de
óleos se encontra emulsionada, torna-se necessário recorrer à adição de um reagente numa
câmara de mistura rápida seguida de uma câmara de floculação. Os reagentes normalmente
utilizados incluem: sais de alumínio, sais de ferro, sais de cálcio e, ou polielectrólitos
orgânicos; considera-se fundamental efectuar ensaios de tratabilidade para fundamentar o
dimensionamento. Tal como a evaporação, a flotação por ar sem a utilização de produtos
químicos não é muito empregue no tratamento deste tipo de águas residuais. Geralmente, o
seu desempenho é comparável ao dos separadores gravíticos, mas com uma melhor remoção
de óleos. Adicionalmente, uma indeterminada quantidade de sulfuretos é oxidada pelo
oxigénio dissolvido no ar injetado. Alguma extracção da amónia também pode ocorrer se o
pH for alcalino.
Tratamento químico
A permuta iónica pode ser utilizada para remover substâncias inorgânicas de água residual
tratada, mas é improvável que um tratamento de tal nível de qualidade seja requerido para
efluentes de refinarias.
A coagulação-precipitação é aplicável a determinados fluxos do processo, sendo a sua
aplicabilidade aferida por meio de ensaios à escalas laboratorial e piloto. Uma avaliação do
efeito do pH, do tempo de floculação e à afinidade química sobre o poluente a remover são
parâmetros que podem ser utilizados para otimizar o processo. O decantador de manto de
lamas, que promove a mistura, floculação e sedimentação na mesma unidade tem sido
usualmente empregue devido à sua compacidade. Os coagulantes mais utilizados são
normalmente sais de alumínio e ferro. Podem ser utilizados coadjuvantes da coagulação, tais
como bentonite e silicato de sódio. Para ajuste do pH utiliza-se, normalmente, cal hidratada,
soda cáustica e ácido sulfúrico. Como o ar não é utilizado neste processo não se podem
esperar reduções significativas na fracção dissolvida de CQO e CBO. Em geral, o processo
requer um pH entre 8 e 9,5 e o tempo de retenção hidráulico é reduzido à custa de um
aumento da temperatura.
A oxidação química para redução de CBO e CQO pode ser promovida por oxidantes
primários de oxigénio, ozono, permanganato, cloro ou dióxido de cloro. A oxidação catalítica
constitui um meio prático de oxidar pequenos volumes de resíduos orgânicos concentrados
que não são susceptíveis de serem removidos por outros meios de tratamento. A operação de
oxidação química é normalmente utilizada para remoção do enxofre e de fenóis presentes nos
efluentes, sendo também responsável pela remoção de uma fracção significativa de CQO,
sendo o ozono o oxidante normalmente utilizado. A eficiência de remoção de enxofre pode
atingir valores muito significativos, mas a presença de uma quantidade relativamente elevada
de óleos pesados (cerca de 5%) pode diminuir a eficiência em cerca de 50%, pelo que estes
deverão ser removidos a montante. Trata-se de uma operação cujo dimensionamento deverá
ser suportado por uma instalação-piloto.
Um tratamento directo das águas residuais com carvão activado reduz os compostos
aromáticos a níveis aceitáveis para a descarga no meio receptor. Adicionalmente o carvão
também faz a captura de óleos, gorduras e outros compostos orgânicos. O carvão activado é
também utilizado nos tratamentos biológicos por lamas activadas incrementando o
rendimento de remoção destes processos de tratamento.
Tratamento biológico
A oxidação biológica é comummente utilizada para tratar químicos orgânicos dissolvidos nas
águas residuais. Entre os processos mais utilizados destacam-se: lamas activadas, leitos
percoladores, lagoas de oxidação, digestão anaeróbia. O tratamento biológico requer como
pré-tratamento a remoção de óleos, sólidos suspensos e substâncias tóxicas, neutralização e
equalização. O tratamento biológico é normalmente considerado um processo eficiente para
este tipo de efluentes possibilitando remoções acentuadas de CQO e de fenóis, mas que carece
normalmente de estudos de tratabilidade em instalações-piloto. Como qualquer processo
biológico, obriga à da presença de nutrientes, o que, face às características dos efluentes,
poderá exigir a adição de sais de azoto e fósforo. Por outro lado, um pH muito elevado ou a
presença de quantidades significativas de enxofre poderão ter repercussões acentuadas no
processo. Se as concentrações de enxofre não forem inibidoras, a remoção de sulfuretos pode
atingir valores elevados.
A lagoa arejada difere do processo de lamas activadas na medida em que os sólidos biológicos
não são recirculados. Em relação ao processo de lamas activadas, as lagoas arejadas são mais
sensíveis a variações na carga orgânica afluente, a substâncias tóxicas e aos efeitos da
temperatura. O seu desempenho é considerado intermédio entre a solução simples que são as
lagoas de oxidação e as soluções de elevado desempenho tais como os leitos percoladores e os
processos de lamas activadas.
As lagoas de estabilização dependem dos processos aquáticos de simbiose de bactérias e
algas, necessitando da luz do sol como fonte de energia primária. Segundo AZAD (1976) têm
sido utilizadas com 12 sucesso no tratamento de águas residuais de refinarias, por vezes até
como operação de tratamento global. Normalmente são dispostas várias lagoas em série,
sendo a primeira anaeróbia, com vantagens ao nível do aumento da eficiência. O tempo de
retenção varia entre 1 e 90 dias.
As lagoas de oxidação são úteis como tratamento biológico quando a área disponível é
elevada e os custos reduzidos. O oxigénio é fornecido pelo rearejamento atmosférico à
superfície e da produção de oxigénio pelas algas na lagoa. A temperatura e a turvação
desempenham um papel muito importante no processo. Como as cargas orgânicas afluentes
são baixas, poucas lamas biológicas são produzidas. Têm sido utilizadas como tratamento
único mas, também, como uma etapa de afinação do efluente de processos de tratamento
físico-químicos ou biológicos. No primeiro caso são utilizadas várias lagoas em série,
enquanto no segundo é necessário existir um pré-tratamento.
A vala de oxidação constitui uma variante do processo de lamas activadas com mistura
completa. A carga orgânica é mantida elevada a cerca de 2000-8000 ppm de MLSS. A % de
remoção é cerca de 2,5 a 10 vezes superior à verificada nos processos de lamas activadas
convencionais. O tempo de retenção das lamas na vala é de alguns meses e é apontada a
vantagem de que a lama pode ser facilmente seca para deposição.
As torres de arrefecimento são utilizadas em muitas refinarias para dissipar o calor da água
de arrefecimento recirculada e, desta forma, reduzir as necessidades de água. As torres de
arrefecimento não são normalmente consideradas como um equipamento para tratamento de
efluentes excepto no sentido em que a quantidade total de efluente é reduzida pela sua
utilização no processo. Contudo, este equipamento tem sido utilizado para tratar
biologicamente efluentes de refinarias quando as disponibilidades de água para arrefecimento
são baixas e é economicamente vantajoso recuperar água suficiente para fazer face às
necessidades numa refinaria.
Tratamento terciário
Muitas técnicas têm sido desenvolvidas nesta etapa de tratamento, como a utilização do
processo de adsorção para a remoção de pequenas quantidades de óleo suspenso na água e
compostos orgânicos, este método é utilizado como sendo uma etapa de polimento.
Segundo Gomes et al. (2007), a adsorção baseia-se no princípio de que uma superfície sólida,
em contato com um fluido, tem tendência a acumular uma camada superficial de moléculas de
soluto, devido ao desequilíbrio de forças superficiais existentes. De acordo com Braga (2008),
o fenômeno da adsorção está intimamente ligado à tensão superficial das soluções e a sua
intensidade depende da temperatura, da natureza e da concentração da substância adsorvida (o
adsorbato), da natureza e estado de agregação do adsorvente (o sólido finamente dividido) e
do fluido em contato com o adsorvente. O fluido, a superfície e os componentes retidos pela
superfície são os principais elementos da adsorção.
A entalpia de adsorção química é muito maior que a da adsorção física. Segundo Homem
(2001), quando as moléculas de adsorvato presentes na fase fluida atingem a superfície do
adsorvente, a força residual, resultante do desequilíbrio das forças de Van der Waals que
agem na superfície da fase sólida, criam um campo de forças que atrai e aprisiona a molécula.
O tempo que a molécula de adsorvato fica ligada à superfície do adsorvente depende
diretamente da energia com que a molécula é segura, ou seja, é uma relação entre as forças
exercidas pela superfície sobre essas moléculas e as forças de campo das outras moléculas
vizinhas.
Grande parte dos estudos com adsorventes buscam o uso de materiais alternativos de baixo
custo que possam ser viáveis à substituição do carvão ativado comum.
A casca de noz (black wallnut ou pecan shell) tem propriedades superficiais e resistência
mecânica que a torna uma opção mais vantajosa em relação ao leito de areia, o que permite
sua circulação por bombas e tubulações sem prejuízo da integridade das partículas. Devido a
uma afinidade moderada entre a casca de noz e o óleo, este tipo de material oferece uma boa
eficiência de remoção (da ordem de 90 a 95%, o que normalmente significa ter um filtrado
com teores menores que 5 partes por milhão de óleo) e, por outro lado, uma facilidade de
limpeza do leito, quando da contra-lavagem.
A forma das isotermas é a primeira ferramenta experimental para conhecer o tipo de interação
entre o adsorvato e o adsorvente. Os estudos de adsorção em condições estáticas se
complementam com estudos de cinética de adsorção para determinar a resistência à
transferência de massa e o coeficiente efetivo da difusão, assim como estudos de adsorção em
coluna (CASTILLA, 2004; ROOSTEI e TEZEL, 2003). Conforme descrito, a adsorção é um
processo que resulta na remoção de um soluto de uma solução, onde o adsorvato se concentra
na superfície do adsorvente, até que a quantidade do soluto remanescente na solução esteja em
equilíbrio com a que se encontra na superfície. Este equilíbrio por ser expresso pela
quantidade de soluto adsorvido por unidade de massa de adsorvente (Qe) em função da
concentração do soluto remanescente na solução (Ce).
ISOTERMA DE LANGMUIR
O modelo proposto por Langmuir (1918) assume adsorção em monocamada sobre a superfície
do adsorvente. É derivada a partir das seguintes considerações teóricas, assumindo que:
(SOUZA,2010)
Qmax × b ×Ce
Qe=
1+b ×Ce
(2)
Ou
Ce 1 1
= × b+ ×Ce
Qe Qmax Qmax
(3)
Aonde:
Algumas das falhas do modelo de Langmuir estão no fato de este considerar que todos os
sítios são igualmente ativos e que a energia de adsorção não depende do grau de cobertura, ou
seja, que as moléculas adsorvidas não interferem na adsorção dos sítios vizinhos
(FLORIDO,2011).
ISOTERMA DE FREUNDLICH
A isoterma de Freundlich não considera a igual atividade dos sítios e introduz constantes
cujos valores dependem da entalpia inicial da adsorção, supondo um decréscimo logarítmico
da entalpia de adsorção com a cobertura (METCALF & EDDY, 2003).
Qe=K × Ce1/ n
(4)
Ou
1
logQe=logK + logCe
n
(5)
Sendo:
Quanto maior for o valor de K, tanto maior será a adsorção. O coeficiente n depende das
características da adsorção. Quanto maior for este valor, menor será o termo 1/n e a ligação da
adsorção será mais forte (MAIA,2012). Para valores de 1/n muito baixos, a capacidade de
adsorção independe de Ce e a relação entre Qe e Ce levam a isoterma a se aproximar da
horizontal, forma que e denominada irreversível. Se o valor de 1/n for muito alto, a ligação na
adsorção será fraca e Qe irá variar significativamente com pequenas alterações de Ce. Na
saturação, Qe se torna constante, independentemente do aumento de Ce, e a equação de
Freundlich não deve mais ser utilizada (MACHADO, 2010)
CAP.II- METODOLOGIA
U 200: Par-isom;
U 300: Utilidades;
U 700: Platforming;
U 850: Merox.