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Introdução à

Indústria
Petroquímica
Instrutor: Marcos Felipe
O PETRÓLEO

Vamos conversar
sobre petróleo???
O PETRÓLEO

➢ O petróleo é formado a partir da matéria orgânica depositada junto com os


sedimentos.

➢ Quando no estado líquido, é uma substância oleosa, inflamável, geralmente


menos densa que a água, com cheiro característico e coloração que pode
variar do preto ao marrom-claro.

➢ É inflamável à temperatura ambiente e sua densidade pode variar bastante.

➢ Seu odor pode, em alguns casos, ser muito desagradável, gerado pelos
compostos sulfurados.
O PETRÓLEO

➢ O tipo de hidrocarboneto gerado é determinado pela constituição da matéria


orgânica original e pela intensidade do processo térmico atuante sobre ela.

➢ O petróleo é gerado em uma rocha dita fonte, ou geradora, e se desloca para


outra, onde se acumula, dita reservatório.

➢ A depender da região que se encontra o reservatório geológico* de onde é


extraído, ele possui composições e características diferentes.

* Rocha Reservatório: Onde o petróleo é acumulado.


RESERVATÓRIO
➢ Reservatório é o nome que se dá a uma rocha existente no subsolo, onde se
acumulou petróleo em seu interior em épocas remotas. O petróleo permaneceu
lá até a época atual, quando então foi constatada a sua existência.

➢ No interior das rochas, que compõem o reservatório, existe uma significativa


quantidade de espaços vazios (poros), em geral de dimensões micrométricas,
nos quais o petróleo é armazenado. Não existem grandes cavernas
subterrâneas cheias de petróleo.
ROCHA SELANTE (CAPEADORA)

➢ Barreira se interponha no caminho do petróleo.

➢ Característica principal é a baixa permeabilidade.

➢ Deve ser dotada de plasticidade, característica que a capacita a manter sua


condição selante mesmo após submetida a esforços determinantes de
deformações.

➢ Duas classes de rochas são selantes por excelência: os folhelhos e os


evaporitos (sal).
CARACTERISTICAS DOS RESERVATÓRIOS

➢ Os óleos obtidos de diferentes reservatórios de petróleo possuem


características diferentes. Entretanto, todos eles produzem análises
elementares semelhantes.

➢ O processo de biodegradação no petróleo ocorre pelo ataque de micro-


organismos aos hidrocarbonetos, catalisado por enzimas. Os hidrocarbonetos
parafínicos normais são os mais suscetíveis a esse ataque, enquanto os
aromáticos são os que mais resistem.

➢ Dessa forma, petróleos biodegradados apresentam aumento relativo da


presença de aromáticos, resinas e asfaltenos com uma redução dos
parafínicos.
A ORIGEM DO PETRÓLEO
AMBIENTE ON SHORE E OFF SHORE
O DILEMA DO PRÉ-SAL
NOTA

➢ A engenharia de reservatórios se preocupa basicamente com a retirada dos


fluidos do interior das rochas, de modo que eles possam ser conduzidos até a
superfície.

➢ São estudadas na engenharia de reservatórios a caracterização das jazidas, as


propriedades das rochas, as propriedades dos fluidos nelas contidos, a maneira
como estes fluidos interagem dentro da rocha e as leis físicas que regem o
movimento dos fluidos no seu interior, com o objetivo de maximizar a produção
de hidrocarbonetos com o menor custo possível.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO

Com tantas variedades, como é


feita a classificação do petróleo?
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
➢ Como petróleo bruto é uma complexa mistura de hidrocarbonetos e muitos
outros compostos, ele deve ser caracterizado de acordo com alguns índices
físicos, como a sua densidade.

➢ Uma das formas de expressar a densidade do petróleo é por meio do índice


adimensional de grau API (American Petroleum Institute).

Sendo que: d (60/60) é a densidade relativa da amostra a 60 °F , obtida em relação à densidade


da água, também a 60 °F.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO

➢ O quadro abaixo mostra uma classificação de petróleos de acordo com o grau


API e a equivalente densidade volumétrica expressa em kg/m³.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO

➢ O grau API é uma das principais propriedades


que afetam significativamente o valor
comercial do petróleo - quanto mais alto,
mais valorizado.

➢ Por exemplo, se a densidade relativa da


amostra de petróleo for igual a 1, o seu grau
API passa a ser 10.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO

➢ Regra Geral

Densidade

API

Valor comercial
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
PARA REFLETIR

Certamente você já ouviu nos noticiários que o Brasil atingiu a autossuficiência


em petróleo, principalmente depois da descoberta dos reservatórios do pré-sal,
ou seja, todo o petróleo extraído dos nossos reservatórios daria, em tese, para
abastecer toda a demanda nacional.

Então por que ainda importamos petróleo, principalmente da Arábia


Saudita?
PARA REFLETIR

RESPOSTA:

O petróleo importado do Oriente Médio é um petróleo classificado como leve,


com grau API de 36, e grande parte se destina à produção de lubrificantes.
O petróleo iraquiano, outro fornecedor do Brasil, também é relativamente leve,
com grau API de 33, destinado à produção de gasolinas.
Assim, a importação dos petróleos desta região aumenta o grau API da carga
processada nas refinarias brasileiras que se encontra em torno de 19, como é o
caso do reservatório Marlim, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro
(SZKLO, 2005, p. 116).
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
➢ Cada tipo de petróleo tem uma curva característica de destilação, que
também é uma outra forma bastante utilizada de classificação.

➢ Quanto maior for a quantidade de carbono presente em sua constituição,


maior será sua temperatura de ebulição. Isso quer dizer que petróleos com
frações que possuem baixas volatilidades apresentam constituintes de maior
peso molecular.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO

➢ Quanto mais leve, mais valorizado é o petróleo, isso porque esse óleo pode ser
utilizado na fabricação de produtos mais nobres, como a nafta petroquímica e
a gasolina.

➢ O petróleo mais denso serve para produtos mais baratos, como asfalto e óleo
combustível.

➢ A elevada viscosidade torna complexa e cara (se viável) a movimentação dos


óleos pesados do reservatório até a superfície, etapa denominada produção.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
➢ Segundo Thomas et al. (2001) o petróleo pode ser classificado de acordo com
a classe de hidrocarboneto de maior quantidade.

Classificação do petróleo de acordo com a sua composição

Constituído por até 90% de alcanos, fornecem por destilação


Parafínico gasolinas de baixa octanagem, mas obtém-se excelentes óleos
lubrificantes cerosos

Asfáltico Constituído predominantemente de hidrocarbonetos de massa


molecular elevada (acima de 26 carbonos)

Naftênico Apresenta de 15 a 20% de ciclanos, fornecem gasolinas de elevada


octanagem
Aromático Com 25 a 30% de compostos aromáticos
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
➢ Classe parafínica - óleos leves, com densidade inferior a 0,85 (°API > 35),
teor de resinas e asfaltenos menor que 10% em massa e viscosidade
relativamente baixa.

➢ Nesses crus o teor de enxofre (%S) é baixo ou muito baixo.

➢ Quanto aos petróleos nacionais, enquadram-se como parafínicos os baianos,


Golfinho (Espírito Santo) e alguns petróleos nordestinos.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO

➢ Classe parafínica-naftênica – os óleos dessa classe apresentam a


concentração de compostos parafínicos está na faixa de 50 a 70%, baixo teor
de resinas e asfaltenos, baixo teor de enxofre, teor de aromáticos entre 25% e
40% em massa e baixo teor de benzeno.

➢ A densidade e a viscosidade apresentam valores maiores que os da classe


parafínica, mais ainda moderados.

➢ No Brasil, inclui alguns óleos nordestinos e do pré-sal.


CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
➢ Classe naftênica – nesta classificação, os naftênicos estão em proporção
média de 70%. São petróleos de predominância pequena nos reservatórios, ou
seja, nessa classe enquadram-se poucos óleos.

➢ Eles apresentam baixo teor de enxofre e se originam da alteração bioquímica


de óleos parafínicos e parafínicos-naftênicos.

➢ No Brasil, inclui alguns óleos da bacia de Campos e do pré-sal.


CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO

➢ Classe aromática intermediária - óleos pesados contendo moderado teor


de asfaltenos e resinas (10 a 30%) e teor de enxofre acima de 1% em massa.

➢ Alguns óleos brasileiros que poderiam ser enquadrados nessa classe


apresentam, contudo, teor de enxofre menor do que 1% em massa. A
desidade é elevada (> 0,85).

➢ No Brasil estão nessa classe alguns óleos da bacia de Campos.


CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
➢ Classe aromática-naftênica – os óleos dessa classe são formados pela
degradação de petróleos de classes parafínica e parafino-naftênica. Com isso
ocorreram reduções relativas desses compostos e um consequente
enriquecimento dos compostos cíclicos.

➢ Esses petróleos podem conter até mais de 25% em massa de resinas e


asfaltenos, enxofre entre 0,4% e 1% em massa. Entre esses óleos encontram-
se alguns óleos da bacia de Campos.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
➢ Classe aromática-asfáltica - Essa classe compreende óleos pesados,
viscosos, resultantes da biodegradação dos óleos aromáticos intermediários. O
teor de asfaltenos e resinas nesses óleos é elevado, de 30 a 60% em massa,
havendo equilíbrio entre ambos.

➢ O teor de enxofre varia de 1% a 9% em massa.

➢ No Brasil, inclui alguns óleos de campos terrestres do Espírito Santo e do


Nordeste.
CLASSIFICAÇÃO DO PETRÓLEO
Características dos óleos (aproximadas)
POR FIM...

➢ A composição da carga que chega à refinaria pode variar significativamente.


Assim, refinarias de petróleo são sistemas complexos com múltiplas operações
que dependem das propriedades do insumo (ou mix de insumos) e dos
produtos desejados.

Por esta razão, “não existem duas refinarias iguais no mundo”

(THOMAS et al., 2001).

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