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Química II

1. Petróleo

Professora: Idila Gonçalves


Email: idila@eq.ufrj.br
Sumário

Contextualização
• Petróleo no Mundo e no Brasil

1.1 - Conceito de Petróleo


• Definições do Petróleo
• Características do Petróleo

1.2 - Emprego do Petróleo


• Aplicações do Petróleo

1.3 - Diferença dos Petróleos


• Constituintes do Petróleo
• Composição do Petróleo
• Classes do Petróleo
• Grau API
• Teor de Enxofre
Petróleo no Mundo

Surgimento do petróleo

Babilônia: Asfalto e betume;


Egípcios: Pavimentação, embalsamar e
construção das pirâmides;
Gregos e Romanos: Fins bélicos;
Pré-colombianos: Impermeabilizante;
Cel. Drake descobre um poço de 21
metros de profundidade em 1859.
Petróleo no Mundo

Surgimento do petróleo Década de 50: Os EUA detêm metade


da produção mundial;
Babilônia: Asfalto e betume; Década de 60: Abundância de petróleo
Egípcios: Pavimentação, embalsamar e no mundo;
construção das pirâmides; Década de 70: Brutais elevações no
Gregos e Romanos: Fins bélicos; preço do petróleo;
Pré-colombianos: Impermeabilizante; Anos 80 e 90: Os avanços tecnológicos
Cel. Drake descobre um poço de 21 reduzem o custo de exploração e
metros de profundidade em 1859. produção.
Petróleo no Brasil

Em 1858: Inicia a extração de betume


para produção de querosene;
Em 1897: Primeiro poço brasileiro foi
perfurado;
Em 1953: Foi criada a Petrobrás;

Produção de petróleo na criação da Betume


Petrobras:750 m³/dia;

Produção de petróleo no final dos anos


90: 180.000m³/dia.
Petróleo no Brasil

Descoberta do
Pré-Sal

2018
1,5 milhão Bpd ~
238 milhões de L

Evolução do recorde mundial de produção da Petrobrás na plataforma


continental
Definições do Petróleo

1- O petróleo (do latim petra, pedra e


oleum, óleo), no sentido de petróleo
bruto.
Definições do Petróleo

1- O petróleo (do latim petra, pedra e


oleum, óleo), no sentido de petróleo
bruto.

2- O petróleo é uma mistura complexa


de hidrocarbonetos.
Definições do Petróleo

1- O petróleo (do latim petra, pedra e


oleum, óleo), no sentido de petróleo
bruto.

2- O petróleo é uma mistura complexa


de hidrocarbonetos.

O termo petróleo gera muita


confusão!!!
Líquido – Óleo
Sólido – Betume
Gasoso – Gás Natural
Características do Petróleo no Estado Líquido

Menos densa Substância


Inflamável
que a água oleosa
Características do Petróleo no Estado Líquido

Menos densa Substância


Inflamável
que a água oleosa

Cor variada Origem orgânica


Características do Petróleo no Estado Líquido

Menos densa Substância


Inflamável
que a água oleosa

Cor variada Origem orgânica

Cheiro
Característico
Aplicações dos Derivados do Petróleo

GLP

Nafta
Gasolina

Querosene
Óleo
lubrificante
158,98 L

Óleo Diesel

Parafina Asfalto
Rendimento do barril de petróleo
Aplicações do Petróleo
Produtos obtidos diretamente na refinaria.

90% do petróleo é utilizado para fins energéticos.

Refinaria
Aplicações do Petróleo
Produtos obtidos por reações químicas a partir da nafta.

A nafta fornece petroquímicos básicos: como eteno, propeno, benzeno e tolueno, e os


petroquímicos intermediários, como o cicloexano e o sulfato de amônia.

Reações
químicas
Constituintes do Petróleo

Hidrocarbonetos

• Parafinas
• Naftênicos
• Aromáticos
Constituintes do Petróleo

Hidrocarbonetos Não hidrocarbonetos

• Parafinas • Oxigênio
• Naftênicos • Nitrogênio
• Aromáticos • Enxofre
Constituintes do Petróleo

Hidrocarbonetos Não hidrocarbonetos Sólidos

• Parafinas • Oxigênio • Asfaltenos


• Naftênicos • Nitrogênio • Wax (Parafinas – alto PM)
• Aromáticos • Enxofre • Resinas
Constituintes do Petróleo

Hidrocarbonetos Não hidrocarbonetos Sólidos

• Parafinas • Oxigênio • Asfaltenos


• Naftênicos • Nitrogênio • Wax (Parafinas – alto PM)
• Aromáticos • Enxofre • Resinas

Análise elementar do óleo típico (% em peso).


Constituintes do Petróleo

Hidrocarbonetos Não hidrocarbonetos Sólidos

• Parafinas • Oxigênio • Asfaltenos


• Naftênicos • Nitrogênio • Wax (Parafinas – alto PM)
• Aromáticos • Enxofre • Resinas

Análise elementar do óleo típico (% em peso).


Predominância de
hidrocarbonetos
Composição do Petróleo - Hidrocarbonetos Parafínicos
Hidrocarbonetos saturados – denominados alcanos ou parafínicos.

Possuem ligações simples podendo ser:

- Normais: cadeias lineares


(CnH2n+2), n-parafinas
Metano Etano Propano Propano

- Ramificados: isoparafinas
Composição do Petróleo - Hidrocarbonetos Naftênicos

Hidrocarbonetos saturados –parafínicos cíclicos;

Conhecidos na indústria do Petróleo como os naftênicos.


Composição do Petróleo - Hidrocarbonetos Aromáticos

Hidrocarbonetos com ligações simples ou duplas que se alternam em anéis de seis


carbonos.
Composição do Petróleo - Hidrocarbonetos Insaturados

Os hidrocarbonetos insaturados, dos quais os mais comuns são os alcenos.

Alcenos Alcinos

CnH2n CnH2n -2
(olefinas)

H H H H
C=C H-C-C=C H-C C-H
H H H H H

eteno propeno etino


Composição do Petróleo - Hidrocarbonetos Insaturados

Os hidrocarbonetos insaturados, dos quais os mais comuns são os alcenos.

Alcenos Alcinos

CnH2n CnH2n -2
(olefinas)

H H H H
C=C H-C-C=C H-C C-H
H H H H H

eteno propeno etino


Composição do Petróleo - Resinas e Asfaltenos
Moléculas grandes, com alta relação carbono/hidrogênio;

Presença de enxofre, oxigênio e nitrogênio (de 6,9 a 7,3%);

É constituída de 3 a 10 ou mais anéis, geralmente aromáticos, em cada molécula.

Asfaltenos Resinas Wax (parafinas)

Asfaltenos não estão dissolvidos no petróleo e sim dispersos na forma coloidal.


As resinas, ao contrário, são facilmente solúveis.
Composição do Petróleo - Não Hidrocarbonetos

• N2 < 10%

• CO2 4%

• H2S 6%

• H2, He

•Na, K, Fe, Cu, Zn,

• CaCl2,

•MgCl2 5%

• O2
Classes do Petróleo

Classe parafínica (75% ou mais de parafinas)

Classe parafínico-naftênica (50 – 70% parafinas > 20% de naftênicos)

Classe naftênica (> 70% de naftênicos)

Classe aromático-naftênica (> 35% de naftênicos)

Classe aromática intermediária (> 50% de hidrocarbonetos a aromáticos)

Classe aromático-asfáltica (> 35% de asfaltenos e resinas)


Classes do Petróleo: Parafínicos

A classificação baseada em sua composição química primária.

1- Óleos parafínicos

Óleos crus leves com alto ponto de fluidez;

Densidade inferior 0,85;

Teor de resinas e asfaltenos menor que 19% em peso;

Baixa viscosidade, exceto nos casos de elevado teor de n-parafínicos de alto PM;

Os aromáticos presentes são do tipo mono e di incluindo esteroides;

Teor de enxofre é baixo;

No Brasil: os petróleos baianos e a maioria dos petróleos nordestinos.


Classes do Petróleo: Parafínicos - Naftênicos

2- Óleos parafínicos-naftênicos

Teor de resinas e asfaltenos entre 5 e 15% em peso;

Baixo teor de enxofre ( 0 a 1% em peso);

Teor de aromáticos entre 25 a 40% em peso;

Moderado teor de benzeno e de dibenzotiofenos;

Densidade e viscosidade maiores que da classe parafínica;

A maioria dos petróleos da bacia de Campos é deste tipo;

Classificado como óleo de médio para pesado.


Classes do Petróleo: Naftênicos

3 - Óleos naftênicos

Baixo teor de enxofre;

Se originam da alteração bioquímica de óleos parafínicos e parafínicos-naftênicos;

Poucos óleos se enquadram neste tipo.


Classes do Petróleo: Aromáticos Intermediários

4 - Óleos aromáticos intermediários

Óleos pesados;

Contendo de 10% a 30% p/p de asfaltenos e resinas;

Teor de enxofre está acima de 1% p/p;

Teor de hidrocarbonetos mono aromáticos é baixo;

Alto teor de tiofeno e benzotiofenos;

Densidade e viscosidade podem ser consideradas elevadas.


Classes do Petróleo: Aromáticos-Naftênicos

5 - Óleos Aromáticos-naftênicos

Sofrem processo de biodegradação no qual foram removidos os alcanos;

Derivados dos óleos parafínicos-naftênicos;

Podem chegar a conter até mais de 25% p/p de resinas e asfaltenos;

Teor de enxofre está entre 0,4 e 1% p/p.


Classes do Petróleo: Aromáticos-Asfálticos
6 - Óleos aromáticos-asfálticos

Oriundos de um processo de biodegradação avançado, no qual ocorreu a condensação


de monociclanos e posterior oxidação;

São óleos pesados, viscosos, resultantes da alteração dos óleos aromáticos


intermediários;

Teor de asfaltenos e resinas geralmente é bem elevado nesse tipo de óleo (de 30 a 60%
em peso), igualmente distribuído;

Teor de enxofre pode variar de 1 a 9% em peso.


Classes do Petróleo

Assim, os óleos parafínicos são excelentes para a produção de querosene de aviação


(QAv), diesel, lubrificantes e parafinas.

Os óleos naftênicos produzem frações significativas de gasolina, nafta petroquímica,


QAv e lubrificantes.

Os óleos aromáticos são mais indicados para produção de gasolina, solventes e


asfalto.
Classificação em Relação a Densidade

Os diferentes tipos de petróleo são GRAU API


classificados segundo uma gradação que vai O Grau API é uma escala hidrométrica
de leves até pesados. De acordo com as idealizada pelo American Petroleum Institute
normas do American Petroleum Institute, essa (API) e utilizada para medir a densidade de
classificação é conhecida também como “grau óleo ou derivado.
API”.

d (60/60 °F);

Obs : d (60/60 °F) - amostra à 60 °F


Classificação em Relação a Densidade

Os diferentes tipos de petróleo são GRAU API


classificados segundo uma gradação que vai O Grau API é uma escala hidrométrica
de leves até pesados. De acordo com as idealizada pelo American Petroleum Institute
normas do American Petroleum Institute, essa (API) e utilizada para medir a densidade de
classificação é conhecida também como “grau óleo ou derivado.
API”.

d (60/60 °F); °API; $$$$

Obs : d (60/60 °F) - amostra à 60 °F


Classificação em Relação a Densidade
• Petróleo leve: ºAPI > que 30. • Petróleo pesado: ºAPI < que 21.
A maior parte dos petróleos produzidos no A região do Oriente Médio é rica nesse tipo
Nordeste brasileiro é classificada como de de petróleo.
base parafínica.
• Petróleo extrapesado/asfáltico: ºAPI < que
• Petróleo médio: ºAPI de 21 a 30. 10.
Alguns óleos da América do Sul, Rússia e No Brasil existem jazidas com alta
do Mar do Norte pertencem a esta classe. concentração deste combustível fóssil, a que
mais se destaca é a Bacia de Siri, localizada
no litoral do Rio de Janeiro (95 metros de
profundidade e a 80 quilômetros da costa).

Exemplo: Na plataforma P-53 foram encontradas diversas amostras de petróleo bruto cujo
objetivo era medir o °API para verificar o seu valor comercial. Em uma das amostras a densidade
do petróleo era de 0,987 g/cm³. Calcule o °API deste óleo e o classifique de acordo com o
American Petroleum Institute.
Classificação em Relação a Densidade

SOLUÇÃO:

Na plataforma P-53 foram encontradas diversas amostras de petróleo bruto cujo objetivo era
medir o °API para verificar o seu valor comercial. Em uma das amostras a densidade do petróleo
era de 0,987 g/cm³. Calcule o °API deste óleo e o classifique de acordo com o American
Petroleum Institute.

141,5
°𝐴𝑃𝐼 = − 131,5
0,987
Classificação em Relação a Densidade

SOLUÇÃO:

Na plataforma P-53 foram encontradas diversas amostras de petróleo bruto cujo objetivo era
medir o °API para verificar o seu valor comercial. Em uma das amostras a densidade do petróleo
era de 0,987 g/cm³. Calcule o °API deste óleo e o classifique de acordo com o American
Petroleum Institute.

141,5
°𝐴𝑃𝐼 = − 131,5
0,987

°𝐴𝑃𝐼 = 143,3 − 131,5


Classificação em Relação a Densidade

SOLUÇÃO:

Na plataforma P-53 foram encontradas diversas amostras de petróleo bruto cujo objetivo era
medir o °API para verificar o seu valor comercial. Em uma das amostras a densidade do petróleo
era de 0,987 g/cm³. Calcule o °API deste óleo e o classifique de acordo com o American
Petroleum Institute.

141,5 Logo, o petróleo é classificado como Pesado.


°𝐴𝑃𝐼 = − 131,5
0,987

°𝐴𝑃𝐼 = 143,3 − 131,5

°𝑨𝑷𝑰 = 𝟏𝟏, 𝟖𝟔
Classificação em Relação ao Teor de Enxofre (S)

• Contaminante de maior predominância; •Petróleo “Doce” (sweet): teor de enxofre <


0,5 %.

• Os contaminantes sulfurados (contém


•Petróleo “Ácido” (sour): teor de enxofre >
enxofre) causam problemas no manuseio,
0,5 %.
transporte e uso dos derivados que estão Estes têm seu valor comercial reduzido
presentes. devido a corrosividade e toxicidade do enxofre,
que resultam em maiores custos no processo
de refino.
Referências Bibliográficas

Thomas, J. E., Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Rio de Janeiro – RJ: Editora


Interciência: PETROBRAS:
2004.

https://www.gov.br/anp/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/historia-anp-setor

http://www.larcopetroleo.com.br/noticias/40-de-um-barril-de-petroleo-viram-diesel-e-18-
gasolina-apos-o-refino/

http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Petroleo-1256.html

https://clickpetroleoegas.com.br/se-o-brasil-e-autossuficiente-em-petroleo-por-que-ainda-
compra-o-produto/

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