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Prof.

Sérgio Matos
Gás Natural
 Mistura de gases leves, com
predomínio de hidrocarbonetos.
 Provém da decomposição de
matéria orgânica soterrada e
submetida a elevadas pressões e
temperaturas por milhares de anos.
Gás Natural
 É encontrado em formações rochosas
subterrâneas e em jazidas de petróleo.
Gás Natural
 Componente principal:
➢ Metano (CH4) − cerca de 75%.
 Outros componentes:
➢ Etano (C2H6)
➢ Propano (C3H8)
➢ Butano (C4H10)
➢ CO2, CO, H2O, H2S, O2, N2, He etc.
Gás Natural

 Aplicações:
➢ Combustível industrial, residencial e veicular
(GNV − gás natural veicular).
➢ Fonte de energia em usinas termelétricas.
➢ Matéria-prima para muitos compostos
orgânicos.
Gás Natural
 Principais reações:
➢ Combustão completa:
CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O(l)
H = −890kJ/mol
➢ Cloração:
𝑙𝑢𝑧
CH4(g) + Cl2(g) CH3Cl(g) + HCl(g)
Gás Natural
 Vantagem:
➢ Baixo nível de poluição atmosférica por gases
de enxofre (SO2 e SO3).
 Desvantagem:
➢ Obtido a partir de
fonte não renovável
(combustível fóssil).
Biogás
 Mistura de gases produzidos pela decomposição
biológica anaeróbica de matéria orgânica.
 É produzido em biodigestores.
 Composição:
➢ 75% de CH4

➢ 25% de CO2

em média.
Carvão Mineral
 Material rochoso sedimentar, combustível fóssil,
encontrado em jazidas no subsolo.
 Classificação:
➢ Hulha, linhito, antracito e turfa.

 Destilação seca ou degradativa :


➢ Aquecimento na ausência de oxigênio, visando
à separação dos componentes.
Carvão Mineral
 Fase gasosa:
➢ CH4, H2, CO etc.
➢ Aplicação como combustível.
➢ H2 e CO são agentes redutores para metais na
indústria siderúrgica.

Fe2O3(s) + 3CO(g) 2Fe(s) + 3CO2(g)

HgO(s) + H2(g) Hg(l) + H2O(g)
Carvão Mineral
 Fase líquida:
➢ Alcatrão da hulha
▪ Mistura de hidrocarbonetos aromáticos.
▪ Aplicação como matéria-prima para a
indústria química.
➢ Águas amoniacais
▪ Solução contendo compostos nitrogenados.
▪ Aplicação na fabricação de fertilizantes.
Carvão Mineral
 Fase sólida
➢ Carvão coque.
➢ Aplicações:
▪ Combustível industrial e em termelétricas.
▪ Agente redutor na siderurgia:

Fe2O3(s) + 3C(s) 2Fe(s) + 3CO(g)

ZnO(s) + C(s) Zn(s) + CO(g)
Petróleo
 Do latim petroleum
ou “óleo de pedra”.
 Mistura inflamável, oleosa e menos densa que a
água, de coloração que varia do castanho claro
ao preto, constituída principalmente por
hidrocarbonetos.
 Tem origem nas transformações químicas
ocorridas por milhares de anos com substâncias
orgânicas procedentes da superfície da Terra.
Petróleo
 Classificação:
➢ Petróleo de base parafínica ⎯ predominam os
hidrocarbonetos parafínicos (alcanos).
➢ Petróleo de base naftênica ⎯ predominam os
hidrocarbonetos naftênicos (ciclanos ou
cicloparafinas).
➢ Petróleo de base aromática ⎯ predominam os
hidrocarbonetos aromáticos.
➢ Petróleo de base asfáltica ⎯ predominam os
hidrocarbonetos mais pesados.
Petróleo
 Destilação fracionada
Fração Composição Ebulição Aplicação
CH4 (>70%),
Gás combustível, síntese de compostos
Gás natural C 2 H6 , −162ºC a −75ºC
orgânicos.
H2S, CO2, N2, He
Gás combustível, síntese de compostos
Gás de botijão C3H8 e C4H10 −42ºC a 20ºC
orgânicos.
Éter de petróleo C 5 e C6 20ºC a 60ºC Solvente.
Benzina C 7 e C8 60ºC a 90ºC Solvente.
Nafta C 8 e C9 90ºC a 120ºC Solvente, síntese de compostos orgânicos.
Gasolina C6 a C10 40ºC a 200ºC Combustível.
Solvente, combustível para iluminação e
Querosene C10 a C16 150ºC a 300ºC
aviões.
Óleo diesel C15 a C18 250ºC a 350ºC Combustível para veículos pesados.
Óleos
C16 a C20 300ºC a 400ºC Lubrificante de motores e máquinas.
lubrificantes
(líquidos não Lubrificante, cosméticos,
Vaselina C20 ou mais
voláteis) pomadas, indústria alimentícia.
Fabricação de velas, indústria alimentícia
Parafina C20 ou mais (sólidos não voláteis)
e de cosméticos, impermeabilização.
Pavimentação, impermeabilização,
Asfalto C20 ou mais (resíduo sólido)
vedação e revestimento antioxidante.
Petróleo

 Craqueamento, craking ou pirólise ⎯ consiste na


decomposição de frações pesadas do petróleo por
ação de temperaturas e pressões elevadas e
catalisadores.
Petróleo

 Reforma catalítica ⎯ conversão de compostos


parafínicos ou olefínicos em moléculas maiores,
acíclicas, cíclicas ou aromáticas, envolvendo
normalmente reações de desidrogenação e
polimerização.
➢ Matéria-prima: hidrocarbonetos gasosos ou
líquidos.
➢ Produtos: gasolina, solventes, polímeros etc.
Petróleo

 Octanagem da gasolina ⎯ medida da resistência


da gasolina à compressão sem detonação
prematura.
➢ Isoctano (2,2,4-trimetil-pentano): octanagem = 100
➢ Heptano: octanagem = 0
 Uma gasolina de octanagem 80 é aquela que
resiste à compressão tanto quanto a mistura
formada por 80% de isoctano e 20% de heptano.
Petróleo

 Compostos de referência para a octanagem:

Moléculas mais ramificadas ou


compactas resistem mais ao
ataque do oxigênio (O2)
Petróleo
 Antidetonantes:
Moléculas ramificadas
ou compactas

Chumbo tetraetila (TEL)

Metil-terc-butil-éter
(MTBE) Álcool etílico (etanol)
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COMBUSTÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS ➢ Exemplos:

➢ Combustão se caracteriza por ser uma reação:


• De oxirredução.
• Exotérmica.
• Que produz chama.
➢ Combustível é a substância que sofre oxidação (agente redutor).
➢ Comburente é a substância que provoca a oxidação (agente oxidante). ➢ Combustão incompleta é qualquer outro caso em que o carbono
Como exemplos, podemos citar O2, Cl2 e F2. produz substâncias nas quais o seu estado de oxidação é inferior a +4,
como no monóxido de carbono (CO), no carvão (fuligem, negro de fumo,
• Observação: C) e outras. Exemplos:
N2(g) + O2(g) → 2NO(g) H > 0 (endotérmica)
 Não é reação de combustão.

➢ Combustão completa se caracteriza pela oxidação máxima do


carbono, o qual atinge o estado de oxidação (nox) +4, formando CO2.
➢ Numa combustão completa de composto contendo C, H, O, N e/ou S:
• Carbono produz CO2.
• Hidrogênio produz H2O.
• Nitrogênio produz N2.
• Enxofre produz SO2.
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➢ Uma equação química de combustão incompleta pode admitir infinitos • Combustão completa:
balanceamentos: C3H8(g) + 5O2(g) → 3CO2(g) + 4H2O(g)
C4H10(g) + 13/2O2(g) → 4CO2(g) + 5H2O(g)
• Combustão incompleta:
C3H8(g) + m O2(g) → n CO2(g) + p CO(g) + q C(s) + r H2O(g)
C4H10(g) + x O2(g) → y CO2(g) + z CO(g) + w C(s) + t H2O(g)

Combustão Combustão
Característica
completa incompleta
Cor da chama Azulada Amarelada
Presença de fuligem Não Sim
Quantidade de O2
➢ A limitação da quantidade de oxigênio disponível para a combustão consumido
Maior Menor
resulta em produtos de combustão incompleta.
Quantidade de CO2
Maior Menor
produzido
➢ O gás de cozinha ou GLP (gás liquefeito de petróleo) apresenta
Calor liberado na
uma característica durante a combustão que permite identificá-la Maior Menor
reação
como completa ou incompleta: uma chama azulada corresponde à
Temperatura da
combustão completa, enquanto uma chama amarelada indica uma Maior Menor
chama
combustão incompleta.
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➢ Por questões de segurança o gás de cozinha possui em sua ➢ Comparando-se a combustão completa de 1mol de diferentes tipos
composição mercaptanas (tioálcoois, tioéteres), os quais possuem de combustíveis, constata-se que a quantidade de calor liberado
odores característicos e servem como aviso para vazamentos. aumenta quanto maior for:
1º) O número de átomos de carbono da molécula.
➢ Quanto mais completa for a combustão, ou seja, quanto maior o 2º) O número de átomos de hidrogênio da molécula.
número de mols de CO2 produzido por mol de combustível, maior o
calor liberado na reação. ➢ Qual combustível produz mais calor por mol numa combustão
➢ Isso ocorre devido à elevada energia de ligação que possui o completa?
dióxido de carbono: ( ) Propano
( ) Butano

➢ Qual combustível produz mais calor por mol numa combustão


completa?
( ) Propano
( ) Propeno
➢ Quanto maior a quantidade de calor liberado, maior a temperatura
da chama. ➢ Qual combustível produz mais calor por mol numa combustão
completa?
( ) Gasolina
( ) Óleo diesel
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➢ Qual combustível necessita de maior quantidade em mols de


oxigênio para a combustão completa de 1mol?
( ) Gasolina
( ) Óleo diesel

➢ Qual combustível possui maior chance de sofrer uma combustão


fuliginosa (incompleta)?
( ) Gasolina
( ) Óleo diesel

• Observação: Biocombustíveis
➢ Biogás
➢ Etanol ⎯ obtido a partir de cana-de-açúcar, beterraba e
outras fontes vegetais.
➢ Biodiesel ⎯ mistura de ésteres de ácidos graxos, obtido a
partir da reação entre triglicerídeos e álcoois de cadeia curta
(metanol, etanol, propanol).
Propriedades
Físicas dos
Compostos
Orgânicos
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Polaridade das Moléculas
➢ Uma ligação covalente polar é aquela que ocorre entre átomos de eletronegatividades
diferentes.
➢ Quanto maior a diferença de eletronegatividade maior a polaridade da ligação.
➢ A cada ligação covalente polar é associado um vetor momento dipolar (𝜇).Ԧ
➢ Exemplo:
HCl

➢ Uma molécula é polar quando a soma dos momentos dipolares não é nula, caso contrário
a molécula é apolar.
➢ Exemplos:
H2 O CO2
Forças Intermoleculares
➢ Forças ou ligações intermoleculares são interações de atração que ocorrem entre as
moléculas de uma substância.
➢ As forças intermoleculares são mais intensas nos sólidos, menos nos líquidos e
praticamente nulas nos gases, devido às grandes distâncias entre as partículas gasosas.
➢ Durante a fusão de uma substância molecular, ligações intermoleculares são
enfraquecidas.
➢ Ocorre rompimento de forças intermoleculares durante a vaporização e a sublimação de
uma substância molecular.
➢ Nos processos inversos, congelamento, condensação e ressublimação, ligações
intermoleculares são fortalecidas ou formadas, aumentando a coesão entre as moléculas.
➢ Quanto mais fortes forem as ligações intermoleculares, maiores serão os pontos de fusão e
ebulição da substância.
➢ A força de uma ligação intermolecular está associada à polaridade e ao tamanho das
moléculas.
(1) Forças Dipolo-Dipolo

➢ Também chamadas de forças de dipolos permanentes.


➢ Ocorrem entre moléculas polares.
➢ A molécula polar possui uma separação permanente de cargas (dipolo permanente).
➢ Exemplo:

HCl líquido (PE = −85°C)

➢ A intensidade das forças dipolo-dipolo aumenta com a polaridade das moléculas.


(2) Forças de Dispersão de London

➢ Também chamadas forças de dipolos induzidos ou instantâneos.


➢ Ocorrem entre moléculas apolares.
➢ A molécula apolar pode apresentar uma separação de cargas instantânea ou induzida
(dipolo instantâneo ou induzido), devido à movimentação da nuvem eletrônica.
➢ Exemplo:

Cl2 líquido (PE = −34°C)

➢ A intensidade das forças de dispersão aumenta com o tamanho dos átomos.


➢ No gás ideal as moléculas apolares não possuem dipolos:

➢ Mas a nuvem eletrônica pode ser deslocada (deformada).


➢ Essa dispersão da nuvem eletrônica gera os dipolos
instantâneos ou induzidos, que se atraem:

➢ Polarizabilidade de uma molécula ⎯ é a capacidade que a molécula possui para


sofrer a deformação de sua nuvem eletrônica.
➢ Quanto mais distante do núcleo atômico estiver a camada de valência, maior a
possibilidade de haver deformação da nuvem eletrônica.
➢ Assim, a polarizabilidade de uma molécula aumenta com o tamanho de seus átomos.
➢ Quanto maior a deformação da nuvem eletrônica, maior a intensidade das cargas nos
dipolos, o que aumenta a força atrativa.
➢ Conclui-se que a a intensidade das forças de dispersão aumenta com a polarizabilidade
das moléculas.
(3) Forças entre Dipolos Permanentes e Induzidos

➢ Ocorrem entre moléculas polares e apolares.


➢ Exemplo:

O2 em água
(4) Ligações de Hidrogênio

➢ São também chamadas de pontes de hidrogênio ou ligações hidrogênio.


➢ Ocorrem entre moléculas que contêm flúor (F), oxigênio (O) ou nitrogênio (N)
fortemente polarizados, além de hidrogênio (H) fortemente polarizado.
➢ Normalmente, moléculas desse tipo contêm F, O ou N ligado a H.
➢ Átomos de F, O e N são muito eletronegativos, atraindo fortemente os elétrons e
deixando a ligação muito polarizada.
➢ Isso permite que a carga positiva do hidrogênio de uma molécula interaja por atração
com a carga negativa do átomo de F, O ou N de outra.
➢ Exemplos:

a) HF líquido (PE = 20°C)


b) Água

➢ A água possui comportamento anômalo, com a densidade do sólido sendo menor


que a do líquido.
➢ Comportamento análogo ocorre também com a hidrazina (N2H4), o ferro (Fe) e o
bismuto (Bi), entre outros.

c) NH3 (PE = −33°C)


d) Acetona e água

➢ A acetona pura não possui ligações de hidrogênio, pois o H ligado a carbono (pouco
eletronegativo) não se encontra fortemente polarizado, ou seja, sua carga positiva não é
acentuada.
➢ No entanto, o oxigênio da carbonila se encontra fortemente polarizado (acentuada carga
negativa), sendo capaz de atrair o átomo de hidrogênio fortemente polarizado de outra
molécula.
• Observações:

➢ São classificadas como forças de van der Waals:


▪ Forças entre dipolos induzidos
▪ Forças entre dipolos permanentes
▪ Forças entre dipolos permanentes e induzidos

➢ Praticamente todas as moléculas são capazes de realizarem forças de dispersão de


London.
➢ Quando se classifica uma substância quanto às forças intermoleculares, é normal
indicar a força atrativa predominante.
➢ O átomo de cloro, embora seja muito eletronegativo, não forma ligações de hidrogênio.
➢ Devido ao raio atômico relativamente grande, o cloro apresenta uma densidade de
carga negativa baixa, em comparação com F, O e N.
➢ Ligações de hidrogênio intramoleculares, como o nome sugere, não são forças
intermoleculares e ocorrem dentro de moléculas ou íons. Exemplos:

Benzeno-1,2-diol HC2O4−

➢ Ligações de hidrogênio intramoleculares são mais estáveis em anéis de 5, 6 e 7 membros,


sendo a máxima estabilidade em anéis de 6 membros. Exemplo:
➢ Interações íon-dipolo ocorrem entre cátions ou ânions e moléculas polarizadas.
➢ São responsáveis pela camada de solvatação em partículas de solutos iônicos.
➢ Não são forças intermoleculares.
➢ Exemplo:

NaCl em água

Na+ Cl −

Molécula de
H2O (dipolo)
➢ As ligações químicas se classificam em:

▪ Interatômicas:
o Ligação iônica
o Ligação metálica
o Ligação covalente (normal, coordenada, tricentrada)

▪ Intermoleculares:
o Força dipolo-dipolo
o Força de dispersão de London
o Força entre dipolo permanente e dipolo induzido
o Ligação de hidrogênio

▪ Outras:
o Ligação de hidrogênio intramolecular
o Interação íon-dipolo
➢ A intensidade das ligações químicas, de um modo geral, aumenta com o aumento das
cargas nos átomos, na seguinte ordem:

▪ Força de dipolo induzido com dipolo induzido


A
U ▪ Força de dipolo induzido com dipolo permanente
M ▪ Força de dipolo permanente com dipolo permanente
E ▪ Ligação de hidrogênio
N
T ▪ Interação íon-dipolo
O ▪ Ligação iônica
▪ Ligação covalente

➢ A ligação metálica não é relacionada acima porque sua intensidade varia muito de metal
para metal. Exemplo: PF (Na) = 98°C; PF (W) = 3410°C.
➢ Em geral, a ligação metálica é mais forte nos metais de transição (grupos B) do que nos
metais representativos (grupos A). O mercúrio é uma exceção (PF = −39°C).
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• Pressão de Vapor ➢ No instante inicial, a pressão do vapor é nula, pois o recipiente


estava sob vácuo.
➢ Se um líquido é adicionado a um recipiente fechado e previamente ➢ À medida que o vapor vai sendo formado, a pressão de vapor
evacuado, de modo a não preencher o recipiente, o líquido evapora. aumenta.
➢ A evaporação ocorre porque as partículas da superfície do líquido ➢ Quando o sistema atinge o equilíbrio, a quantidade de vapor chega
possuem energia cinética suficiente para romperem as interações ao valor máximo e, assim, temos a pressão máxima de vapor ou
atrativas e escaparem para a fase gasosa. pressão de vapor saturante.
➢ Se a quantidade de líquido for suficiente teremos, no equilíbrio a
uma temperatura constante, o vapor em contato com o líquido.

➢ A partir do momento em que


a fase gasosa é formada, ocorre
também a condensação, com
➢ Pressão máxima de vapor ou pressão de vapor saturante de um
as partículas de vapor sendo
líquido é a pressão exercida pelo vapor em equilíbrio com o líquido
atraídas para a fase líquida.
a uma dada temperatura.
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➢ O aumento da temperatura aumenta a energia cinética das • Ponto de Ebulição


partículas, fazendo com que um maior número de partículas do
líquido consiga superar as interações atrativas e passar à fase gasosa. ➢ Ponto de ebulição é a temperatura na qual a pressão máxima de
➢ Assim, a pressão máxima de vapor ou pressão de vapor saturante vapor de um líquido se iguala à pressão ambiente.
aumenta quando a temperatura aumenta.
➢ Quanto maior a volatilidade de um líquido, maior a sua pressão
máxima de vapor e menor o seu ponto de ebulição.

Líquido
mais volátil

Maior pressão
de vapor

➢ Cada ponto da curva representa um equilíbrio entre líquido e Menor ponto


vapor, caracterizado por uma pressão e uma temperatura. de ebulição
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➢ Fatores que elevam o ponto de ebulição: ➢ Entre as substâncias moleculares podemos citar como exemplo de
aumento do ponto de ebulição:
(1) Aumento da intensidade das atrações
a) Propano, metoximetano e etanol
➢ Os compostos iônicos têm maiores pontos de fusão e ebulição que
as substâncias moleculares, pois as ligações iônicas são mais fortes
que as ligações intermoleculares.
➢ Exemplo:
H2O NaCl

➢ Substâncias covalentes (macromoleculares), no entanto, possuem


pontos de fusão maiores que as substâncias iônicas, pois as ligações b) Xilenos
covalentes são mais fortes que as ligações iônicas.
➢ Exemplo:
NaCl C(diamante)

➢ São substâncias covalentes: diamante (C), grafite (C), sílica (SiO2)


e carborundum (SiC), por exemplo.
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(2) Aumento da massa molecular e do tamanho da molécula c) Halogenidretos

➢ Uma maior massa molecular resulta em maior dificuldade para a


molécula ascender à fase vapor.
➢ Quanto maior o tamanho dos átomos, maior a dispersão
(deformação) da nuvem eletrônica, o que aumenta a contribuição das
forças de London.
➢ Exemplos:
d) Hidretos dos calcogênios
a) Halogênios

b) Alcanos
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e) Hidretos da família do nitrogênio • Observação:

➢ De um modo geral, o ponto de fusão aumenta na mesma ordem do


ponto de ebulição.
➢ Em alguns casos, no entanto, o efeito da compactação
(empacotamento) das moléculas no estado sólido pode ser mais
significativo que o efeito da massa molecular, invertendo a ordem
esperada para o ponto de fusão. Exemplo:

f) Metano e derivados clorados ▪ Etano, propano e butano

g) Metano e derivados halogenados


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(3) Aumento da superfície de contato • Observação:

➢ Quanto maior a área de contato entre as moléculas, menor a ➢ De um modo geral, o ponto de fusão aumenta na mesma ordem do
distância entre elas, o que aumenta a intensidade das forças ponto de ebulição.
coulômbicas atrativas. ➢ Em alguns casos, no entanto, o empacotamento das moléculas no
➢ O aumento da superfície de contato pode ocorrer por: estado sólido, devido a sua maior esfericidade, pode ser mais
significativo que o efeito da dispersão da nuvem eletrônica,
a) Diminuição do número de ramificações: invertendo a ordem esperada para o ponto de fusão. A esfericidade
é o grau de semelhança da molécula com a forma esférica. Exemplo:
▪ Pentano e seus isômeros
▪ Pentano e seus isômeros

▪ Butanol
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b) Diminuição do grau de insaturação: ➢ No caso de longas cadeias com mesmo número de carbonos, o
ponto de fusão varia assim:
➢ Insaturações são regiões de elevada densidade eletrônica que,
portanto, provocam repulsões entre as moléculas e causam insaturado cis insaturado trans saturado
desagregação.
➢ Além disso, ligações duplas não permitem a livre rotação da
cadeia atômica, impedindo o entrelaçamento de moléculas que
geraria maior agregação.
➢ Exemplos:

▪ Hexano e hexeno

▪ Ácido carboxílico saturado e insaturado


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• Observação: c) Aumento da simetria molecular:


No caso de moléculas pequenas o efeito da polaridade pode ser
mais significativo. Exemplo: ➢ O aumento da simetria melhora o grau de agregação, contribuindo
para o aumento de intensidade das forças atrativas.
▪ 1,2-dicloroeteno ➢ Exemplo:

▪ Diclorobenzenos
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(4) Aumento da quantidade de ligações de hidrogênio

➢ Exemplos:

a) Amônia, fluoreto de hidrogênio e água


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b) Ácido carboxílico e amida (5) Ausência de ligação de hidrogênio intramolecular

➢ Quando há ligação de hidrogênio intramolecular a quantidade de


ligações intermoleculares (aquelas rompidas durante a ebulição) se
torna menor, diminuindo o ponto de ebulição.
➢ Exemplos:

a) Benzenodióis
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b) Ácidos maleico e fumárico


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• Supercongelamento e Superaquecimento ➢ Superaquecimento é o estado em que o líquido se encontra, em


equilíbrio instável, acima de seu ponto de ebulição.
➢ Supercongelamento, subresfriamento ou sobrefusão é o estado
em que o líquido se encontra, em equilíbrio instável, abaixo de seu
ponto de congelamento.

➢ Exemplo: água aquecida em forno de micro-ondas por tempo


suficiente.

➢ Exemplo: bebidas gaseificadas deixadas no congelador por tempo


suficiente.
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• Solubilidade c) Mistura de água, tetracloreto de carbono e clorofórmio

➢ “Semelhante dissolve semelhante” ⎯ substâncias de polaridades


semelhantes tendem a ser mais miscíveis.
➢ Exemplos:

a) Em água:
O O
CH3CH2Cl CH3C CH3C
H OH

b) Em água:

CH3OH CH3CH2OH CH3(CH2)2OH CH3(CH2)3OH

➢ O aumento da cadeia carbônica aumenta o caráter apolar,


diminuindo a solubilidade em água.
➢ Os álcoois até 3 átomos de carbono são completamente miscíveis
com a água.
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• Viscosidade • Tensão Superficial

➢ Define-se como a resistência ao escoamento. ➢ Os líquidos tendem a assumir a forma que minimiza a sua área
➢ De um modo geral, a viscosidade aumenta com o aumento: superficial.
▪ Da intensidade das forças atrativas. ➢ A forma esférica é a que possui menor área superficial para um
▪ Do tamanho da molécula. mesmo volume.
➢ Exemplos: ➢ Essa característica comum a todos os líquidos é devida à
propriedade chamada tensão superficial.
a) Glicerol e água ➢ Quanto maior a tensão superficial, maior a tendência de um
líquido se ajustar a uma superfície esférica.
➢ A tensão superficial é responsável por uma película imaginária na
superfície dos líquidos, que se deforma por ação de uma pressão
moderada, mas que se rompe com uma pressão maior.
➢ Essa película é originada pelo fato de as moléculas da superfície
b) Óleo e água do líquido se atraírem mais fortemente que as moléculas que estão
no interior do líquido.
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➢ Como as moléculas superficiais não possuem mais nenhuma ➢ O líquido exibe um menisco (superfície curva no interior do tubo),
acima delas, podem então concentrar mais suas forças de atração o qual possui um ângulo de contato  e sobe até uma altura h.
umas sobre as outras, resultando na tal película.

➢ Devido à tensão superficial, os líquidos exibem o fenômeno da


capilaridade, que consiste na formação de uma coluna de líquido
que aparece acima da sua superfície, quando em contato com um
objeto parcialmente imerso.
➢ A capilaridade é fenômeno importante na cromatografia em papel. ➢ Para a maioria dos líquidos a concavidade do menisco é voltada
➢ Ocorre capilaridade, por exemplo, quando colocamos tubos de para cima.
vidro parcialmente imersos em líquidos. ➢ O mercúrio forma um menisco de concavidade para baixo, pois
➢ As moléculas da superfície do líquido aderem à superfície do tubo, as forças coesivas são muito mais fortes que a forças adesivas.
se elevando e arrastando consigo outras moléculas, devido às
atrações intermoleculares.
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➢ Tensão superficial de alguns líquidos em contato com o ar a 20ºC: ➢ Materiais tensoativos ou surfactantes são aqueles que diminuem
a tensão superficial de líquidos.
Líquido , mN/m ➢ É comum que um tensoativo seja formado por partículas
Água 72,8 anfifílicas ou anfipáticas, que são aquelas que possuem parte polar
Benzeno 28,9 e parte apolar, como os sabões e detergentes:
Glicerina 63,0
Hexano 18,4 O
Mercúrio 484 CH3 (CH2)16 C
Metanol 22,6
Octano 21,8
O Na
Óleo lubrificante 25 a 35
Querosene 26,8 O
Tetracloreto de carbono 27,0
H25C12 S O Na
Etanol 22,8
Metanol 22,6 O

CH3
CH3 (CH2)15 N CH3 Cl
CH3

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