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EXPERIMENTO IV – PÊNDULO SIMPLES: ANÁLISE DO VALOR DE

ACELERAÇÃO GRAVITACIONAL

JAMILLY VITORIA FERREIRA BARBOSA - 2022009169


MARIA LAURA URBANO CRONEMBERGER - 2022003281
MARCOS VINICIUS JANSEM OLIVEIRA - 2022011022
YASMIN MENDES FERREIRA - 2022003156

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

RESUMO

O experimento "Pêndulo Simples: Análise do Valor de Aceleração


Gravitacional" teve como objetivo determinar a aceleração gravitacional utilizando um
pêndulo simples e comparar os resultados com as acelerações gravitacionais da Terra e
de Marte. Para isso, foram realizados procedimentos que incluíram a preparação do
experimento, o ajuste dos ângulos do pêndulo e a medição do tempo de oscilação para
10 períodos. O experimento foi repetido 5 vezes para cada ângulo, garantindo a
obtenção de resultados precisos e consistentes. Os dados obtidos serão utilizados para
calcular o valor da aceleração gravitacional, contribuindo para o avanço do
conhecimento nessa área da física.

INTRODUÇÃO

A gravidade é uma das forças fundamentais da natureza que desempenha um


papel crucial na compreensão do universo e das interações entre os corpos. Seu
entendimento evoluiu ao longo do tempo, desde interpretações filosóficas até uma
compreensão científica precisa, revelando uma história fascinante que envolve diversos
pensadores e descobertas ao longo dos séculos.

Desde os tempos antigos, filósofos e cientistas tentaram entender o que fazia os


objetos caírem e permanecerem na Terra. Aristóteles, na Grécia Antiga, propôs que os
objetos tinham uma "tendência natural" de buscar seu lugar apropriado, com objetos
pesados caindo em direção ao centro da Terra. Essa visão prevaleceu por séculos e foi
aceita como verdadeira até que uma nova compreensão da gravidade foi desenvolvida.

No século XVII, Isaac Newton formulou sua teoria da gravitação universal, que
revolucionou a compreensão científica da gravidade. Newton postulou em sua obra-
prima "Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica", publicada em 1687, que a força
da gravidade existe entre todos os corpos com massa e é proporcional às massas desses
corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Essa teoria
explicava tanto o movimento dos corpos celestes quanto a queda dos objetos na Terra.
Essa formulação matemática permitiu que Newton calculasse as órbitas dos planetas
com uma precisão notável e abriu caminho para um estudo mais aprofundado da
gravidade.

Com o avanço da física, especialmente no século XX, a teoria da relatividade


geral de Albert Einstein trouxe uma nova compreensão da gravidade. Segundo Einstein,
a gravidade não é apenas uma força, mas uma curvatura do espaço-tempo causada pela
presença de massa e energia. Essa teoria explica fenômenos como a órbita dos planetas,
a deflexão da luz pela gravidade e os buracos negros. Várias técnicas foram utilizadas
ao longo da história para medição da gravidade. Um dos primeiros métodos envolveu o
uso de pêndulos, onde o período de oscilação era usado para determinar a aceleração da
gravidade local. Hoje em dia, medidas mais precisas são realizadas com o uso de
instrumentos como gravímetros, que podem detectar pequenas variações na aceleração
da gravidade.

O valor da aceleração da gravidade varia na superfície da Terra devido a fatores


como latitude, altitude e composição do solo. O valor padrão geralmente utilizado é de
aproximadamente 9,81 metros por segundo ao quadrado (m/s²). Esse valor é
amplamente aplicado em diversas áreas, como engenharia, ciências espaciais,
construção de edifícios e até mesmo em esportes, para cálculos de trajetórias de
projéteis. Além do entendimento da gravidade na Terra, é importante considerar como
ela funciona em outros corpos celestes e como a influência gravitacional desses corpos
pode afetar nosso planeta. Um exemplo notável é a relação entre a Terra.

ABORDAGEM TEÓRICA

O pêndulo simples é um sistema físico que consiste em uma massa suspensa por
um fio inextensível, de massa desprezível, e que oscila em torno de um ponto fixo. Esse
sistema é de grande importância teórica e prática, sendo amplamente utilizado em
diversos campos da física e engenharia.

A aplicação prática mais comum do pêndulo simples é na medição da aceleração


da gravidade. Por meio da fórmula do pêndulo simples, é possível relacionar o período
de oscilação do pêndulo com o comprimento do fio e a aceleração da gravidade local.

A fórmula do pêndulo simples é dada por:

Figura 1: Fórmula do pêndulo simples.


Fonte: Multiverso da física. Disponível em:
https://multiversodafisica.blogspot.com/.Acesso
em: 1º de junho de 2023.

Onde:

T: Período de oscilação do pêndulo (em segundos);

L: Comprimento do fio (em metros);

g: Aceleração da gravidade (em metro por segundo ao quadrado);

Essa fórmula é deduzida a partir da análise das forças atuantes no pêndulo.


Quando o pêndulo é deslocado de sua posição de equilíbrio e liberado, a força
gravitacional atua na massa, gerando uma força restauradora proporcional ao
deslocamento. Essa força restauradora é responsável pela oscilação periódica do
pêndulo.

Através da resolução das equações do movimento do pêndulo simples, obtém-se


a fórmula do período. Ela nos mostra que o período de oscilação é diretamente
proporcional à raiz quadrada do comprimento do fio e inversamente proporcional à raiz
quadrada da aceleração da gravidade.

A partir dessa fórmula, podemos então analisar o valor da aceleração da


gravidade. Para isso, mantendo o comprimento do fio constante, é possível medir o
período de oscilação do pêndulo. Com o período e a fórmula do pêndulo simples, pode-
se calcular o valor da aceleração da gravidade, sendo esse o foco do experimento IV.

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Para o experimento IV, da disciplina de Física Experimental I, realizado no


laboratório de física (anexo do BICT), no dia 22 de maio de 2023, foram adotados os
seguintes procedimentos:

1. Equipamentos Utilizados:

- Pêndulo físico com regulagem de ângulo em relação à superfície horizontal, com


comprimento de "fio" fixo para todo o experimento, previamente medido, igual
a 0,345 m e massa desprezível;
- Cronômetro manual;

2. Preparação do Experimento:

- Verificação da superfície horizontal onde o pêndulo está posicionado: nivelada e


livre de obstáculos;
- Verificação e ajuste do ângulo em relação à superfície horizontal. Para o
experimento, utilizou-se o ângulo de 0° (equivalente à atuação da aceleração da
gravidade à superfície terrestre) e o ângulo aproximado de 67,7° (simulando a
aceleração da gravidade relativa à superfície do planeta Marte);
- Posicionamento do cronômetro manual em uma posição conveniente e de fácil
acesso;

3. Medição do tempo referente a 10 períodos de Oscilação:

- Inicia-se o experimento com o pêndulo na posição de repouso, próximo à


superfície horizontal;
- Impulsiona-se suavemente o pêndulo;
- Inicia-se o cronômetro manual simultaneamente com o início do movimento do
pêndulo;
- Observa-se atentamente o movimento do pêndulo e conta-se o número de
oscilações completas até alcançar 10 períodos;
- Ao completar os 10 períodos, o cronômetro manual é pausado e registra-se o
tempo total medido;
- O procedimento é repetido 5 vezes para o ângulo de 0° do pêndulo em relação à
superfície horizontal e 5 vezes para o ângulo aproximado de 67,7°.
ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após a execução dos procedimentos descritos anteriormente e a medição das


variáveis necessárias, foram obtidos os seguintes resultados para o período (em
segundos), comprimento (em metros) e aceleração (em metros por segundo). Os
cálculos foram realizados considerando os ângulos de 0° e 67,7°.

Ângulo 67,7 °
Período (s) Comprimento (m) Gravidade (m/s²)
1.903 0.345 3.761
1.902 0.345 3.765
1.905 0.345 3.753
1.906 0.345 3.749
1.905 0.345 3.753
A média dos valores de gravidade foi de 3.756 m/s²

Ângulo 0 °
Período (s) Comprimento (m) Gravidade (m/s²)
1.164 0.345 10.052
1.163 0.345 10.070
1.164 0.345 10.052
1.166 0.345 10.018
1.165 0.345 10.035
A média dos valores de gravidade foi de 10.046 m/s²

Ao analisar as medidas realizadas, é possível perceber uma variação mínima,


indicando uma boa precisão dos dados. É importante ressaltar que o experimento foi
conduzido em um ambiente ideal, desconsiderando resistências e atritos. No entanto, é
importante ter em mente que fatores externos podem ter influenciado nas medições e,
consequentemente, nos resultados dos cálculos.

Percebe-se que os resultados da aceleração, ao usar o ângulo de 0°, obtiveram


uma aceleração muito próxima da Terra. Isso ocorre porque o ângulo de 0° representa a
condição em que o pêndulo está alinhado verticalmente, ou seja, a força gravitacional
atua diretamente na direção do movimento do pêndulo. Com essas condições, a força
restauradora é totalmente fornecida pela componente vertical da força gravitacional.
Quando o pêndulo é deslocado da posição de equilíbrio e liberado, a força gravitacional
atua na massa do pêndulo, puxando-o para baixo. Isso resulta em uma aceleração muito
próxima da aceleração gravitacional terrestre.

A média obtida a partir dos cálculos realizados utilizando o ângulo de 0° foi de


10.046 m/s², enquanto o valor da aceleração gravitacional mencionado nas referências
bibliográficas é de 9.81 m/s². A diferença entre esses valores é de 0.236, representando
um desvio relativo percentual de 2.41%. Esse resultado indica a confiabilidade dos
dados obtidos experimentalmente, uma vez que o desvio percentual é relativamente
baixo.

Ao analisar os resultados dos cálculos utilizando o ângulo de 67,7°, obtivemos


uma média de aproximadamente 3.756 m/s² para a aceleração gravitacional. Esse valor
é muito próximo da aceleração de Marte, encontrada nas referências bibliográficas, que
é de 3.31 m/s². Isso ocorreu porque o ângulo de 67,7° modificou a relação entre o
comprimento do fio e a componente vertical da aceleração gravitacional, resultando em
uma aceleração muito próxima da de Marte.

A diferença entre esses valores é de 0.446, resultando em um desvio relativo


percentual de 13.47%. Esses resultados demonstram uma boa concordância entre a
média calculada e o valor de referência para a aceleração de Marte.

CONCLUSÃO

De antemão, é importante ressaltar que a precisão das medições realizadas pode


ter sido comprometida, uma vez que foram desconsiderados erros de medição dos
ângulos e até mesmo a resistência do ar. Dito isso, com base nos resultados obtidos,
concluiu-se que as medições realizadas se aproximaram das da literatura.

A análise feita com os dados obtidos revelou que houve bastante regularidade na
aferição dos tempos dos períodos realizados pelo pêndulo. Como já foi explicado,
mediu-se primeiro o comprimento do "fio" fixo, que é uma medida que não muda, e
depois aferiu-se o tempo dos períodos, ou seja, as alterações nos valores encontrados de
gravidade se dão por essas medições citadas por último.

Percebeu-se que, para o ângulo de 0º, a gravidade esperada era de 9,81 m/s², e a
encontrada foi 10,046 m/s², um desvio percentual de 2,41%. Além disso, para o ângulo
de 67,7°, a gravidade esperada era de 3,31 m/s², e a encontrada foi 3,756 m/s², o que
significa um desvio percentual de 13,47%.

Diante disso, com base no que foi dito, sugere-se que, para que os resultados
sejam mais precisos, deve-se analisar a medição do tempo feita no cronômetro manual,
uma vez que o valor do comprimento do "fio" é fixo, o que garante que os diferentes
valores dados para as gravidades foram por conta dos diferentes tempos encontrados.
Isso, sem contar com outros fatores que também podem ter comprometido o resultado
mencionados acima, como erro na medição dos ângulos e a própria resistência do ar.
Além disso, a utilização do pêndulo físico foi inadequada, pois o pêndulo simples seria
mais adequado para esse tipo de experimento.

Conclui-se, portanto, que o resultado obtido para a gravidade da Terra, a 0º, foi
satisfatório, uma vez que o valor encontrado foi similar ao da literatura. Em
contrapartida, o resultado obtido para a gravidade em Marte, a 67,7º, não foi tão
consistente, uma vez que o desvio percentual entre o valor esperado e o valor
encontrado foi de 13,47%, ou seja, um pouco acima da margem de erro de até 10%.
Esse resultado pode ser justificado pelos motivos mencionados acima.
REFERÊNCIAS

HAWKING, S. W. Uma breve história do tempo: do big bang aos buracos negros.
Rocco, 1988.
HALLIDAY, D., RESNICK, R., & WALKER, J. (2014). Fundamentos de Física -
Volume 1. Rio de Janeiro: LTC.

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