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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE PAU DOS FERROS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

LABORATÓRIO DE
MECÂNICA CLÁSSICA
Profª. Thatyara Freire de Souza
QUEDA LIVRE

Chamamos de queda-livre ao movimento ideal de um corpo em queda, com velocidade inicial


nula, sob ação apenas da força da gravidade. Movimentos reais de queda normalmente sofrem ação de
forças de atrito (com o ar, por exemplo) e podem se afastar do caso ideal. Corpos pequenos e densos,
observados em pequenos intervalos de tempo, se comportam como o movimento de queda-livre.
Neste experimento iremos estudar o movimento em queda-livre a partir da observação do movimento
real de um corpo em queda. Embora a queda livre, a rigor, só é verificada no vácuo, quando pudermos
desprezar os efeitos da resistência do ar, temos, com uma boa aproximação, a “Queda Livre”. Assista
ao vídeo https://www.youtube.com/watch?v=E43-CfukEgs

Dentre os diversos movimentos que podemos


observar na natureza, sempre houve interesse no
estudo do movimento de queda livre dos corpos
próximo a superfície terrestre. Ao abandonarmos um
corpo de certa altura (h) podemos notar que sua
velocidade aumenta em função do tempo, a partir de
uma velocidade inicial igual a zero, sendo, portanto um
movimento acelerado.

As características desse movimento foram objeto


de estudo desde os tempos remotos. O grande filósofo
Aristóteles (384-322 a.C.) acreditava que havia uma
dependência entre o tempo de queda dos corpos com a
massa dos mesmos. Essa crença perdurou durante quase
dois mil anos, sem que houvesse uma investigação de
sua veracidade através de medidas experimentais, cujo
agravante seria a grande influência dominante do
pensamento aristotélico em várias áreas do
conhecimento.

No entanto, Galileu Galilei (1564-1642 d.C.) que é considerado o introdutor do método


experimental na Física, reforçando a idéia de que qualquer afirmativa a cerca das leis da física
deveriam estar embasada em medidas experimentais e observações cuidadosas, chegou a conclusão
de que um corpo “leve” e um “pesado”, abandonados de uma mesma altura, caem simultaneamente,
atingindo o chão ao mesmo instante. Em outras palavras, desprezando a resistência do ar, os corpos
caem com a mesma aceleração independentemente de sua massa. (http://www.facip.ufu.br/sites/facip.ufu.br).

O movimento de queda livre dos corpos próximos à superfície da Terra pode ser descrito pela
equação para um movimento uniformemente acelerado (aceleração g constante) dada por:

(Equação horária da posição)


Com este experimento é possível a validade da equação
acima e determinar aproximadamente o valor da aceleração
gravitacional (g) local. Serão estabelecidos percursos para
esferas de aço de diferentes massas e monitorado os tempos
de queda nestes percursos. Para isso usaremos a montagem
experimental mostrada na figura.

O experimento consiste na observação do movimento real de um corpo em queda. Por isto,


saber distinguir o movimento real do movimento ideal, que chamamos de queda livre, é importante
para se tomar todos os cuidados experimentais que tornarão os dois casos os mais próximos
possíveis. Antes de iniciar o experimento é importante revisar os principais conceitos envolvidos
neste fenômeno, bem como as equações de movimento de um corpo em queda e as formas de
energia envolvidas no fenômeno. Um dos objetivos é medir a aceleração da gravidade local, sendo
necessário o conhecimento sobre construção e linearização de gráficos e ajuste de curvas, bem
como conhecimento sobre avaliação estatística de erros.

Objetivos: Investigar o movimento de um corpo em queda livre, efetuando medições e


avaliando suas incertezas. Estudaremos o movimento de um objeto (uma esfera de massa m) em
queda livre caindo verticalmente de uma altura h, desprezando a resistência do ar. No caso, trata-se
de um movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV), onde temos interesse também na
produção e análise dos gráficos de suas variáveis. Além de estimar o valor da aceleração.

Em seu relatório, responda:

• Considerando as forças que atuam sobre um corpo em queda, o que distingue o movimento em
queda-livre do movimento real?
• Qual a interferência da massa do corpo em seu tempo de queda?
• Qual a função que relaciona a velocidade de um corpo em queda-livre com o tempo?
• Qual a função que relaciona o deslocamento vertical de um corpo em queda-livre com o tempo?
• Qual a função que relaciona a velocidade de um corpo em queda-livre com deslocamento?
• O que é o movimento de queda livre?
• Qual o conceito físico de aceleração?
• O que é força?
• Qual a natureza da aceleração gravitacional? É constante ou variável?
• Cite algumas situações onde não podemos desprezar a resistência do ar.
• Cite algumas situações onde não podemos considerar a aceleração da gravidade como sendo
constante.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Primeiramente observe e confira os equipamentos que serão utilizados nas medições, bem
como a precisão de cada um. Verifique a montagem e registre em suas anotações cada item
utilizado. E Caso seja possível, faça uma foto para possível utilização em seu relatório.

Observe a montagem do experimento alinhando os


sensores verticalmente. Estes devem estar ligados
ao cronômetro digital. Já eletroímã (que irá prender
a esfera) do sistema de largada deve ser fixado logo
acima do primeiro interruptor. Para utilizá-lo
encoste a esfera na bobina, ligue a chave do
interruptor e prepare o cronômetro. Para dar início
ao movimento basta soltar a chave cortando a
corrente elétrica do eletroímã. Faça um teste.

Neste experimento estaremos analisando de que maneira varia a velocidade dos corpos em
queda livre, obtendo uma estimativa do valor da gravidade local. No procedimento será registrado o
tempo de queda de esferas de aço com diferentes massas, através de sensores responsáveis por
acionar os cronômetros. Antecipadamente, os sensores são posicionados com o auxílio de uma
régua milimetrada que fica presa à haste que comporta o experimento. A contagem do tempo de
queda tem início quando o solenoide onde a esfera está presa (na parte superior do aparato) é
desligado manualmente através de uma chave. Quando a esfera em queda livre passa pelo sensor, a
contagem do tempo é interrompida e teremos o intervalo de tempo transcorrido desde o início do
movimento
Note que para marcarmos o tempo de queda das esferas, serão usados sensores
fotoelétricos, os quais são responsáveis por acionar e desligar os cronômetros. A localização inicial
da esfera, bem como a posição dos sensores será ajustada através de uma régua milimetrada presa
na haste do aparato experimental. A monitoração do tempo de queda terá início quando o eletroímã
o qual prende a esfera for desligado através da chave liga-desliga. Para isso seleciona-se a função
MRUV do cronômetro. Quando do preparo do sistema para iniciar o experimento, se algum objeto
passar por um dos sensores e disparar o contador (cronômetro) antes de o experimento ter sido
iniciado, aborte a contagem apertando no botão reset. Evite manter o eletroímã ligado
desnecessariamente (por mais de 30 segundos).
O arranjo experimental garante um sincronismo entre a liberação da esfera, e a partida do
cronômetro, bem como a passagem pelo sensor e a parada do cronômetro. Quanto ao solenoide,
deve-se evitar mantê-lo ligado desnecessariamente por mais de 10 segundos!
Lembre-se: Antes de dar início as medidas, verifique a montagem experimental observando
todas as partes constituintes. E anote o erro referente a todas as medidas.

Para o seu relatório:


• Anote o material utilizado.

• Responda: Em função do que foi exposto na introdução desta atividade, o planejamento da


experiência deve levar em conta a necessidade de se determinar o valor do tempo de queda para
uma massa m de uma altura h. Qual a influência do valor da massa nesse processo? Para a
situação que estamos propondo, quem chegaria primeiro: uma esfera de massa m ou uma esfera
de massa 4m?
Para efeito de comparação e análise, neste roteiro propomos que sejam realizadas medidas do
tempo de queda para quatro alturas diferentes. Sugerimos h1=20 cm, h2=40 cm , h3=60 cm e h4=80 cm.

Com os sensores ligados, teste o cronômetro passando o algum objeto (o próprio dedo) através do
sensor e verifique se os marcadores de tempo estão sendo acionados corretamente. Em seguida, ligue
o eletroímã e prenda a esfera de aço e faça o ajuste da distância ao sensor em relação ao centro da
esfera. Em seguida, desligue o eletroímã até o momento de iniciar o experimento. Após conferir tudo e
preparar o material para fazer suas anotações, prenda novamente sua esfera ao eletroimã para dar
início às medidas. Monte uma tabela com os dados experimentais do tempo de queda para cada
altura, realizando dez medidas para cada uma delas.

 Registre na coluna correspondente, todos os valores de tempo medidos pelo seu grupo.

h (m) = 0,20 h (m) = 0,40


t (s) t (s)

h (m) = 0,60 h (m) = 0,80


t (s) t (s)
h = 0,20m h = 0,40m h = 0,60m h = 0,80m

Escreva na tabela a seguir os valores da aceleração da gravidade para cada conjunto de medidas na
forma g = g ± σg.

Altura h

h = 0,20m

h = 0,40m

h = 0,60m

h = 0,80m
Continuando seu relatório:

• Construa um gráfico h x t em papel milimetrado. Discuta o gráfico obtido: ele está de acordo
com sua expectativa? A partir do gráfico, determine o valor experimental da aceleração da
gravidade, com incerteza.

• Linearize a equação h = 5t2.

• Avalie quais as principais causas de erros no experimento. Que melhorias você poderia sugerir
para o procedimento de medida?

• Analise e compare os quatro valores de g (um para cada altura) determinados nos itens
anteriores. Qual deles é o mais confiável?

• Você pode afirmar que houve variação de g com a altura? Por quê?

• Considerando os dez valores de g obtidos para uma dada altura, você considera que o erro na
medida de h pode ser considerado um erro sistemático? Justifique.

• O erro sistemático, uma vez identificado, pode ser corrigido. Se você considerar que o valor
médio de g que você calculou não está correto devido a um erro sistemático na medida da
altura h, qual deveria ser o valor correto de h para cada uma das alturas? (analise como h
entra no cálculo da medida e observe que g depende linearmente de h).

• Você considera estes erros aceitáveis?

• Quais as formas de energia presentes no movimento de um corpo em queda? Quais delas são
energias mecânicas?

• Quais as equações para cada energia mecânica na queda livre?

• O que é uma força conservativa?

• Qual é o princípio de conservação de energia mecânica? Em que condições ele é valido?

• O movimento de queda livre é conservativo?

• Que possíveis perdas de energia existem no sistema a ser estudado?

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