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IFBA - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA

CLARA MARCELLE DE ARAÚJO RIBEIRO DE SOUZA


MATEUS COELHO DE SOUZA
YURI TEIXEIRA CAVALCANTE DE OLIVEIRA

QUEDA LIVRE
Aceleração Gravitacional

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
2023
CLARA MARCELLE DE ARAÚJO RIBEIRO DE SOUZA
MATEUS COELHO DE SOUZA
YURI TEIXEIRA CAVALCANTE DE OLIVEIRA

QUEDA LIVRE
Aceleração da Gravitacional

Relatório apresentado ao Instituto de Educação,


Ciência e Tecnologia da Bahia, como um dos pré-
requisitos para a avaliação da disciplina de Física
Experimental I.

Professor(a): Dr. Jime Sampaio

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
2023
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4
2 OBJETIVO GERAL.................................................................................................. 6
2.1 Objetivos Específicos..................................................................................... 6
3 MATERIAIS.............................................................................................................. 7
4 MÉTODOS................................................................................................................8
5 ROTEIRO EXPERIMENTAL.....................................................................................9
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................10
6.1 Obtenção dos dados.....................................................................................10
6.2 Obtenção da média........................................................................................10
6.3 Obtenção das incertezas.............................................................................. 13
6.4 Obtenção da gravidade.................................................................................14
7 CONCLUSÃO.........................................................................................................17
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 18
1 INTRODUÇÃO

No contexto da queda livre, quando os efeitos da resistência do ar podem


ser desprezados ,todos os corpos em um determinado local independentemente dos
seus tamanhos, formas e pesos, estão propensos a uma mesma aceleração
constante, denominada aceleração gravitacional. Utilizando um modelo “ideal" que
despreza os efeitos da rotação da Terra, a resistência do ar e a variação da
aceleração com a altura do corpo, pode-se então descrever o movimento de queda
livre por meio das equações do movimento uniformemente acelerado (MRUV),
sendo que neste caso a aceleração da queda livre corresponde a aceleração da
gravidade local:

1 2
h(t)=h0 + v 0 t− g t (1)
2
v (t)=v 0−g t (2)

Onde h(t) é a posição do corpo em função do tempo, v(t) a sua


velocidade, e g a aceleração da gravidade. OBS: o eixo y foi adotado como positivo
com o sentido para cima. O valor exato da aceleração da gravidade varia de acordo
com o local da superfície da Terra em que ocorre a medição.
Quando o objeto for abandonado em uma altura h0 no instante t 0 = 0 s, a
velocidade inicial também será nula e as Equações (1) e (2) se reduziram a:

1 2
h=h0− gt (3)
2
2
v=−gt (4)

Normalmente, utiliza-se g≃9,8 m/s 2na superfície da Terra ou próximo a


ela.

4
Caso o objetivo seja avaliar o tempo de queda de uma certa altura até o
chão, h=0, pode-se reescrever a Equação (3) na forma:

1 2
h0 = gt (5)
2

O experimento previamente realizado e apresentado a seguir, consiste em


avaliar a aceleração da gravidade no local em que foram feitos os testes
apresentando equações e gráficos de queda livre determinados através de tal
experimento.
Desse modo, pode-se perceber que o conhecimento da força da
gravidade e aceleração pela qual a mesma é responsável, é de suma importância no
estudo da cinemática.

5
2 OBJETIVO GERAL

Este experimento foi realizado com o objetivo de estudar e compreender o


fenômeno da queda livre em um corpo, além de avaliar a aceleração da gravidade
de uma esfera de aço em um experimento de queda livre no laboratório.

2.1 Objetivos Específicos

 Medir os tempos de queda das esferas metálicas;


 Calcular as incertezas das medidas de tempo e queda feitas;
 Desenvolver um gráfico que relaciona o tempo com a posição dos
sensores (posição das esferas);
 Obter a aceleração gravitacional da esfera;

6
3 MATERIAIS

Os materiais necessários para o desenvolvimento do experimento são os


seguintes itens:

• Haste de sustentação (com base de apoio);


• Régua com marcadores (acoplada à haste);
• Solenóide (bobina de fio, como um eletroímã);
• 05 sensores fotoelétricos;
• Cronômetro digital;
• Corpo de prova (esfera de aço);
• Saquinho (para ‘conter’ a esfera);
• Trena milimetrada (precisão de 0,5 mm);
• Fonte de Tensão;
• Fios diversos;

7
4 MÉTODOS

Antes da realização do experimento foi verificado se cada sensor


conectado ao cronômetro, estava em pleno funcionamento, para isso foi aferido o
infravermelho de cada sensor. Por conseguinte, constatou-se problemas no sensor 2
(dois), deste modo, o mesmo não pôde ser utilizado no experimento. Assim, quando
se obteve a certeza de que todos os outros sensores restantes estavam em pleno
funcionamento, deu-se início ao experimento.
Neste experimento foi utilizado um equipamento do laboratório de física
experimental do IFBA, para realizar uma medida da aceleração gravitacional através
do estudo do movimento de queda livre de um corpo. O equipamento consiste numa
haste de sustentação (metálica) montada verticalmente sobre uma base de apoio,
onde 5 sensores (com suportes fixadores e ajustáveis) são posicionados ao longo da
haste e atrelados a um cronômetro digital. No topo da haste se encontra um
dispositivo de lançamento, um eletroímã, e de um corpo de prova, no formato de
uma esfera de aço ‘presa’ ao eletroímã (quando este estiver ligado). Ao ser
desligada a alimentação do eletroímã, a esfera é abandonada ao longo da haste ao
mesmo tempo em que o cronometro digital é disparado. A esfera interrompe a
passagem do infravermelho de um dos sensores (que estiver sendo utilizado para
medição) atingindo o sistema de trava do cronometro na altura desejada. Desta
maneira, é possível medir o intervalo de tempo entre o instante no qual a esfera foi
abandonada até o instante na qual ela atinge a altura em estudo.

8
5 ROTEIRO EXPERIMENTAL

O roteiro experimental seguido para a realização do experimento, segue a


ordem:
i. Ligar os equipamentos;
ii. Posicionar a esfera no seu sistema de disparo (eletroímã);
iii. Alinhar o sistema de disparo da esfera com o sistema de trava do
cronometro;
iv. Testar o alinhamento efetuando um disparo da esfera e observando o
que ocorre com o cronometro;
v. Discutir sobre a partir de que ponto da esfera deve ser medida a altura
inicial h0 e avaliar qual a incerteza instrumental na medida das alturas;
vi. Posicionar a esfera no disparador e determinar a altura inicial h0 ;
vii. Medir o tempo de queda da esfera;
viii. Repetir mais 4 (quatro) vezes a medida do item anterior;
ix. Alterar a posição do sistema de trava do disparador para medir o tempo
de queda para mais 9 (nove) posições ao longo da trajetória, repetindo os
procedimentos vi, vii, vii para cada altura;

9
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados obtidos com o experimento já apresentado, são discutidos a


seguir.

6.1 Obtenção dos dados

O experimento foi realizado 5 vezes para 10 valores de alturas diferentes,


obtendo desta maneira, tempos variados. A altura foi medida em metros, e o tempo
em segundos.

Tempos (s)
h(m)
Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 Medida 5
Altura 1 0,1 0,1318 0,1319 0,1302 0,1301 0,1308
Altura 2 0,2 0,1889 0,1901 0,1896 0,1901 0,1895
Altura 3 0,3 0,2283 0,2336 0,234 0,2286 0,2342
Altura 4 0,4 0,2721 0,2724 0,2721 0,2668 0,2723
Altura 5 0,5 0,3024 0,2941 0,3025 0,2977 0,2927
Altura 6 0,6 0,3259 0,3327 0,3316 0,334 0,3342
Altura 7 0,7 0,3654 0,3578 0,3641 0,3527 0,3592
Altura 8 0,8 0,3904 0,3836 0,3907 0,3845 0,3823
Altura 9 0,9 0,4149 0,4154 0,409 0,4036 0,4094
Altura 10 1 0,4266 0,42 0,4395 0,4394 0,4269
Tabela 1 – Dados da altura, em metros, e do tempo, em segundos, do experimento

6.2 Obtenção da média

O próximo passo foi obter a média aritmética do tempo, dado por:


n

∑t
i=1
n
(1)
Sendo que:
 T – tempo
 N – número de medidas
 I - contador

10
Como foram cinco medidas para cada altura, logo, n será igual a 5. A
seguir são apresentados os dados das médias das alturas:
Alturas
Tempos (s)
Altura 1 0,13096
Altura 2 0,18964
Altura 3 0,23174
Altura 4 0,27114
Altura 5 0,29788
Altura 6 0,33168
Altura 7 0,35984
Altura 8 0,3863
Altura 9 0,41046
0,43048
Altura 10

A seguir o gráfico altura/tempo:

11
Figura 1: Gráfico altura/tempo, em que o eixo das abscissas é o tempo e as ordenadas é a altura

Percebe-se que o gráfico forma uma parábola, que é o gráfico de uma


função quadrática, provando assim, a equação da posição do movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV):
1
y= y 0+ v 0 t+ > ²
2
(2)
Sendo que:
 Y – posição em função do tempo t
 Y0 – posição inicial
 V0 – velocidade inicial
 G – gravidade

12
6.3 Obtenção das incertezas

Pelo fato de que teve apenas uma medida de altura para cinco medidas
de tempo, logo será considerada apenas a incerteza do tipo b, que é calculada em
aparelhos analógicos por:
Menor Divisão da Escala
2
(3)
Ou por aparelhos digitais pela menor divisão da escala. O aparelho para
medição era analógico e possuía a menor divisão de 0,001m, logo o σb foi de:
0,001
=0,0005 m
2

O tempo possui duas incertezas, a do tipo a e do b. A incerteza do tipo a é


calculada por:

√ 1
n ( n−1 )
(x−x )2
(4)
Sendo que:
 x - valor do tempo
 N - número de medidas do tempo
 x̅ - média do tempo

Entretanto, o Microsoft Excel possui um comando de desvio padrão, o


“DESVPAD”, precisando apenas dividi-lo pela raiz de 5.
Para o cálculo do σb foi considerado apenas a menor divisão da escala,
pois utilizou-se um cronometro digital, em que sua menor divisão é de 0,0001.
A incerteza total (σc) nesse caso é dado por:
2 2 2
σ c =σ a + σ b

13
(5)
A seguir a tabela com todos os dados das incertezas:

σb em h(m)σa(s) σb(s) σc(s) Resultado de t


Altura 1 0,0005 0,000382884 0,0001 0,000396 (0,13±0,0004)
Altura 2 0,0005 0,000222711 0,0001 0,000244 (0,19±0,00024)
Altura 3 0,0005 0,001347442 0,0001 0,001351 (0,23±0,00135)
Altura 4 0,0005 0,001086554 0,0001 0,001091 (0,27±0,00109)
Altura 5 0,0005 0,002036271 0,0001 0,002039 (0,29±0,00203)
Altura 6 0,0005 0,001519671 0,0001 0,001523 (0,33±0,00152)
Altura 7 0,0005 0,002287051 0,0001 0,002289 (0,35±0,00228)
Altura 8 0,0005 0,001770593 0,0001 0,001773 (0,38±0,00177)
Altura 9 0,0005 0,002172924 0,0001 0,002175 (0,41±0,00217)
Altura 10 0,0005 0,003864117 0,0001 0,003865 (0,42±0,00386)

6.4 Obtenção da gravidade

Partindo da equação (2), considerando que saiu do repouso (v 0=0) e que


o eixo x está no chão (h=0), temos a seguinte equação:
−1 2
h0 = gt
2
(6)
Para calcular a incerteza do tempo ao quadrado, multiplicaremos o
desvio padrão com a derivada de t²
2
σ t =2 t σ t
(7)

t²(s²) σt²(s) Resultado de t


0,017150522 0,000103649 (0,0172±0,0001)
0,03596333 9,2594E-05 (0,03596±0,00009)
0,053703428 0,00062623 (0,0537±0,0006)
0,0735169 0,000591707 (0,0735±0,0006)
0,088732494 0,001214591 (0,08873±0,00012)
0,110011622 0,001010269 (0,1100±0,0001)
0,129484826 0,001647517 (0,12948±0,00016)
0,14922769 0,00137014 (0,14923±0,00014)
0,168477412 0,001785685 (0,16848±0,00018)
0,18531303 0,003327964 (0,18531±0,00033)

14
Considerando t² como x, h0 como y e –g/2 como a, obteremos de (6) uma
equação linear:
y=ax
(8)
Partindo da equação (8), obteremos um gráfico:

Figura 2: Gráfico de t e t².

Os pontos de a até k são pertencentes ao gráfico h/t², enquanto que os


pontos k até u são pertencentes ao gráfico h/t. Percebe-se que temos uma linha reta
do ponto k até o j, e do ponto k até o u, obtemos uma curva. Isso se dá porque a reta
JK é uma função linear.

Pelos valores de t² e h0 obteremos a gravidade para cada valor dos


mesmos
Alturas
Gravidade
Altura 1 11,66145291
Altura 2 11,12244068
Altura 3 11,17247123
Altura 4 10,88185172
Altura 5 11,26982856
Altura 6 10,9079384
Altura 7 10,81207774
Altura 8 10,72187072
Altura 9 10,68392482
Altura 10 10,79254921
11,0026406
Média

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Para calcular o erro relativo percentual, é necessário realizar o cálculo
abaixo:

Er=
| gref |
gexp−g ref
∗100

(9)
Sendo que:
 gexp – gravidade do experimento
 gref – gravidade referencial (9,81 m/s²)

A seguir a tabela com os valores da gravidade e do erro:


Gravidade (m/s²) Erro (%)
11,0026406 -12,1917059

16
7 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos no experimento, pôde-se concluir que a


teoria da queda livre está de acordo com os dados encontrados durante a
experimentação, os quais demonstraram uma aceleração constante, próxima do
valor esperado, tal qual o gráfico dos resultados, que foram bastante semelhantes.
Apesar de terem sidos identificados algumas fontes de erros, como imprecisão na
medida da altura, resistência do ar ou até mesmo variações locais, os resultados
obtidos foram satisfatórios para validar a teoria da queda livre, assim como a
equação para medi-la, apesar da gravidade gravitacional medida, ser mais alta que
a convencional, o que deu um erro significativo.

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REFERÊNCIAS

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. 8.


ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, c2009 vol 4;

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1: mecânica.


Livros Técnicos e Científicos, 1996, 330 p.

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