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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS A.C. SIMÕES


INSTITUTO DE FÍSICA
CENTRO DE TECNOLOGIA

MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME (M.R.U.)

EMANUEL MELO SILVA


LARA DANNA MARQUES BORNE
MATEUS HENRIQUE AMANCIO SANTOS
MATHEUS NUNES ALVES
THAMIRES MARIA DA SILVA SANTOS

MACEIÓ/AL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CAMPUS A.C. SIMÕES
INSTITUTO DE FÍSICA
CENTRO DE TECNOLOGIA

MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME (M.R.U.)

Relatório do experimento de Movimento


Retilíneo Uniforme, realizado sob a orientação
do professor Noelio Oliveira Dantas como
requisito avaliativo da disciplina de
Laboratório de Física 1.

MACEIÓ/AL
1- INTRODUÇÃO TEÓRICA
Para entender o Movimento Retilíneo Uniforme é necessário estar ciente de alguns
conceitos básicos da física. Como por exemplo a definição de deslocamento, que é uma
grandeza vetorial (possui módulo, direção e sentido), e nada mais é do que uma mudança de
posição, como mostrado na equação 1, mas para calcular essa variação é importante determinar
um ponto de referência e só então é possível concluir se o deslocamento é positivo ou não, de
acordo com o movimento no eixo definido, que deve estar marcado em unidades de
comprimento (HALLIDAY, 2006).

(1)
Já a velocidade média (Vmédia) é a razão entre a distância percorrida no deslocamento e
o instante de tempo em que isso ocorreu, como mostrado na equação 2. Por fim, a aceleração
(Amédia) é a variação da velocidade em um intervalo de tempo, como mostrado na equação 3.

(2)

(3)
Entretanto, no caso do Movimento Retilíneo Uniforme, a aceleração é nula já que a
velocidade permanece constante durante o percurso, por isso, o chamamos de uniforme. Com
isso, a equação horária do espaço pode ser demonstrada conforme a equação 4.

(4)

O movimento uniforme pode ser classificado de acordo com o seu sentido, podendo ser
classificado em progressivo, que ocorre quando um corpo se move no mesmo sentido da
orientação da trajetória, e em retrógrado quando o sentido segue a orientação contrária da
trajetória, conforme exemplificado nos gráficos da figura 1 (HALLIDAY, 2006).

Figura 1 - Tipos de movimento uniforme

Como no movimento uniforme a aceleração é nula o gráfico é sempre representado


por uma reta paralela ao eixo do tempo, para V = f(T). Gráficos não representam a trajetória
apenas as funções do movimento. A figura 1 apresenta os gráficos da representação da
velocidade constate.

Figura 2 - Representação da velocidade constante

O movimento uniforme não é muito comum na natureza, sendo a luz um dos melhores
exemplos. O que impede de um objeto se continuar em velocidade constante são as forças
atuantes sobre ele, como a gravidade, atrito, resistência do ar, entre outros. Apesar da sua baixa
frequência é um movimento muito simples (HALLIDAY, 2006).
2- OBJETIVOS
Examinar o movimento descrito pelo corpo livre de aceleração através de medidas de
tempo. Além de constatar que o Movimento Retilíneo Uniforme de fato acontece quando se
tem as devidas condições de espaço e tempo.

3- MATERIAIS UTILIZADOS
A tabela 1 apresenta os materiais e suas respectivas quantidades necessárias para
execução do experimento.

Tabela 1 – Material utilizado

Material Quantidade
Trilho 120 cm 1
Cronômetro digital multifunções com fonte DC 12 V 1
Sensores fotoelétricos com suporte fixador (S1 e S2) 2
Eletroímã com bornes e haste 1
Fixador de eletroímã com manípulo 1
Chave liga-desliga 1
Y de final de curso com roldana raiada 1
Suporte para massas aferidas – 9 g 1
Massa aferida de 20 g com furo central de 2,5 mm diâmetro 2
Cabo de ligação conjugado 1
Unidade de fluxo de ar 1
Cabo de força tripolar 1,5 m 1
Mangueira aspirador 1,5 m 1
Pino para carrinho para fixa-lo no eletroímã 1
Carrinho para trilho de ar 1
Pino para carrinho interrupção de sensor 3
Porcas borboletas 7
Arruelas lisas 4
Manípulo de latão 13 mm 1
Pino para carrinho com gancho 1

4- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
• Após a separação dos materiais a serem utilizados, montou-se o trilho conforme a

Figura 3; Figura 3 – Esquema de montagem do trilho.


• Em seguida, certificou-se das particularidades: se a roldana raiada realmente está fixada
na extremidade do trilho; se o eletroímã está ligado à fonte de tensão variável em série
com a chave liga-desliga; se uma extremidade do fio está presa a uma extremidade do
carrinho e a outra está com o suporte para as massas aferidas;
• Conferiu-se o posicionamento do eletroímã no extremo do trilho de modo que o centro
do carrinho fique rente ao pino na parte superior e seja na posição S = 0,300 m;
• Posicionou-se o sensor 1 (o que liga o cronômetro) na posição S0 = 0,400m;
• Posicionou-se o sensor 2 (o que desliga o cronômetro) na posição S = 0,500 m.
Conforme a figura 1, ΔS = S - S0. Isso equivale a ΔS = 0,500 m – 0,400 m = 0,100 m,
ou seja, a distância entre os sensores para a primeira medida.
• Estabilizou-se o carrinho no eletroímã fixando-o de maneira a deixá-lo não muito preso
para que ele possa ser liberado com mais facilidade no momento do lançamento;
• Adicionou-se ao suporte de massas aferidas 1 (uma) massa aferida de 20g;
• Analisou-se o suporte de massas aferidas toca a superfície da bancada de ensaios – ou
em outra parte qualquer antes do carrinho passar pelo sensor 1;
• Ativou-se o sistema de fluxo de ar, de modo que sua chave esteja alinhada ao último
nível;
• Ligou-se o cronômetro e o ajustou na função F1;
• Agora, para o lançamento do carrinho, desliga-se o eletroímã;

Figura 4 – Esquema de ligação de medida de tempo: cronômetro, sensores e chave liga-desliga.

• Resetou-se o cronômetro e repetiu-se os passos 6 e 11 até obter três valores de tempo;


• Deslocou-se o sensor 2 até aumentar em mais 0,100 m a distância entre ele e o sensor
1, ou seja, os sensores estiveram com uma distância de 0,200 m entre si. Repetiu-se o
procedimento por mais quatro vezes, com distancias de 0,100 m a cada repetição. A
distância equivalente a cada repetição foi de 0,200 m, 0,300 m, 0,400m e 0,500m.
• Repetiu-se o experimento anterior, mas agora com a massa na ponta do fio com 49 g (9
g do suporte + 2 massas aferidas de 20 g cada uma).

5- RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 2 apresenta os dados coletados no experimento M.R.U. com 29g de massa
aferidas cinco vezes, com as respectivas posições iniciais e finais, deslocamento, tempos t1 e
t2, tempo médio e velocidade média.
Tabela 1. Dados do experimento M.R.U. com 29g de massa.

M(Kg) Nº Xo(m) X(m) ∆X(m) t1 t2 t3 tm Vm(m/s)


1 0,3 0,1 0,25 0,248 0,247 0,248 0,403
2 0,4 0,2 0,496 0,491 0,5 0,496 0,403
29 g 3 0,2 0,5 0,3 0,747 0,74 0,749 0,745 0,403
4 0,6 0,4 0,998 1,005 0,995 0,999 0,4
5 0,7 0,5 1,237 1,232 1,235 1,235 0,405
0,403

Tabela 2. Dados do experimento M.R.U. com 49g de massa.

M(Kg) Nº Xo(m) X(m) ∆X(m) t1 t2 t3 tm Vm(m/s)


1 0,3 0,1 0,193 0,187 0,2 0,193 0,52
2 0,4 0,2 0,39 0,384 0,379 0,384 0,521
49 g 3 0,2 0,5 0,3 0,62 0,599 0,569 0,596 0,5
4 0,6 0,4 0,763 0,78 0,776 0,773 0,52
5 0,7 0,5 0,949 0,987 0,967 0,967 0,52
0,516

Os valores exibidos nas colunas tm (tempo médio) e Vm (Velocidade média), foram


obtidos a partir dos valores de tempo coletados no procedimento experimental.

Assim, observando os valores de Vm mostrados nas tabelas, percebe-se que o


movimento apresentado pelo corpo se trata de um movimento uniforme, ou seja, com
velocidade constante. Nota-se uma pequena variação da velocidade ao longo das medições
obtidas, variação essa que ocorre devido às margens de erro dos cálculos efetuados.

Com base nos dados obtidos para as duas massas, construíram-se os gráficos de Posição
VS. Tempo, exibidos a seguir:

A partir da equação abaixo (Eq.7), conhecida como equação da reta, é possível calcular
o coeficiente angular do gráfico Posição VS. Tempo:
(𝑦 − 𝑦o) = 𝑚 (𝑥 − 𝑥o) (Eq.7)
Simplificando a equação, temos:

∆𝑌
𝑚=
∆𝑡
Onde “m”, que representa o coeficiente angular, é dado pela razão entre a variação da
posição e a variação do tempo. Assim, tomando como referência os dados relativos à massa de
29 g, temos:

0,7 − 0,3
𝑚=
1,25 − 0,25
0,4
𝑚=
1
𝑚 = 0,4
Comparando-se o valor obtido para o coeficiente angular com a velocidade média do
corpo em estudo, vemos que os valores são equivalentes (considerando-se a margem de erro),
ou seja, o coeficiente angular do gráfico representa a velocidade média do móvel:

O coeficiente linear do gráfico, também pode ser determinado a partir da equação da


reta. Logo, conhecendo-se o coeficiente angular e adotando as coordenadas de um ponto
genérico do gráfico tomado como referência, temos:

(𝑦 − 0,7) = 0,4 (𝑥 − 1,25)


𝑦 = 0,4𝑥 − 0,5 + 0,7
𝑦 = 0,4𝑥 + 0,2
A equação acima obtida trata-se da chamada equação reduzida da reta (Eq.8),
representada da seguinte forma:

𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑏 (Eq.8)
Onde m é o coeficiente angular, já conhecido, e b o coeficiente linear. Ao comparar as
duas equações, vemos que o coeficiente linear procurado é 𝑏 = 0,2.

Ao se fazer outra comparação, desta vez com a equação horária do espaço (Eq.2),
percebe-se que o coeficiente encontrado representa a posição inicial do móvel (levando-se em
conta a margem de erro):

𝑋 = 𝑋o + 𝑉𝑡 (Eq.2)
𝑦 = 0,2 + 0,4𝑥
Onde: 𝑋o = 0,2 𝑚.

Seguindo logo abaixo, temos os gráficos de Velocidade VS. Tempo, cada um


correspondendo a uma das massas utilizadas no experimento:

Observando os gráficos, vemos que a velocidade apresentada pelo corpo analisado é


praticamente constante ao longo do tempo, o que caracteriza o movimento uniforme. As
pequenas variações que ocorrem, são decorrentes da margem de erro. A área abaixo da curva
representa o deslocamento do corpo ao longo de todo o movimento, considerando-se novamente
a margem de erro dos cálculos realizados.

A equação horária do espaço do MRU (Eq.2), já mencionada antes, é dada por:

𝑋 = 𝑋o + 𝑉𝑡 (Eq.2)
Assim, já se conhecendo os coeficientes angular (𝑚) e linear (𝑏) do (Gráfico 1), e
sabendo que 𝑚 = 𝑣 e 𝑏 = 𝑋o, foi possível determinar as equações horárias do espaço do
carrinho. Logo:

Para a massa de 29 g:

𝑋 = 0,2 + 0,4𝑡
E para a massa de 49 g, utilizando cálculos semelhantes aos utilizados para a massa de
29 g, temos:

𝑋 = 0,2 + 0,5𝑡

6- CONCLUSÕES
Deste modo, as equações exibidas acima, representam as equações horárias do espaço
dos corpos analisados. Como se tratam de equações lineares, os gráficos POSIÇÃO VS.
TEMPO correspondentes (Gráfico 1 e Gráfico 2), têm a forma característica de reta.
Comparando tais equações com os gráficos (PxT) das massas correspondentes, vemos que a
velocidade corresponde ao coeficiente angular ou a inclinação do gráfico e a posição inicial,
equivale ao coeficiente linear do gráfico.

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. DIAS, W. Movimento Retilíneo Uniforme (M.R.U.). Maceió: Instituto de Física,


2010.
2. DANTAS, N. Roteiro para Experimento de Movimento Retilíneo Uniforme
(M.R.U.) - Física Experimental 1. Maceió: Instituto de Física, 2021.
3. HALLIDAY, D. Fundamentos de Física: Mecânica. vol1. 7 ed. LTC, 2006.

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