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Constante Elástica de molas

Nunes, Luiz; Marques, Lucas Samuel


PT-7A – Física Experimental Básica – Mecânica
Departamento de Física, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, Brasil
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Resumo: Este relatório foi desenvolvido a fim de sintetizar os conhecimentos e
procedimentos evolvidos na prática denominada “Constante elástica de molas”. Desse modo,
o exercício partirá dos conceitos da Lei de Hooke, que diz respeito à relação linear entre força
aplicada e deformação de um objeto - isso dentro do regime elástico. Ademais, pautando no
alongamento de uma mola sujeita à força de tração, utilizaremos como referência neste estudo
a equação:
F=m∗g=k∗x , em que “ F ” é o módulo da força aplicada na mola, “m ” a massa do objeto,
“g” a aceleração gravitacional, “k ” a constante da mola e “ x ” a deformação sofrida por essa.

O procedimento experimental consiste em aplicar diferentes tipos de forças (pesos) a uma


mola em posição vertical, medindo os alongamentos resultantes. Desta maneira, a partir do
conjunto de alongamentos obtidos com as diferentes situações propostas e as suas respectivas
forças ( F ), obtém-se a regressão linear. Por fim, encontrando os valores das constantes
elásticas, concluiremos a prática com uma análise acerca dos diferentes resultados obtidos
para as diferentes associações – mola individual, em série e em paralelo.
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1. Introdução Fonte: https://www.todamateria.com.br/lei-de-


Considerando a situação de um sistema massa- hooke/
mola, vê-se que essa última estará sujeita a Com base na seguinte equação, a qual já foi
uma deformação, o que pode ser utilizado para introduzida, o procedimento experimental e de
ilustrar a Lei de Hooke - linearidade que cálculos seguirá.
expressa a relação entre força aplicada e
F=m∗g=k∗x (I)
deformação.

Tendo em vista o propósito do experimento de


determinar a constante elástica de uma mola e
de uma combinação de molas, tem-se que as
montagens do experimento podem ser
ilustradas de um modo geral a partir das
figuras abaixo:

Figura 1: Correlação entre peso "P" de um objeto


na extremidade da mola e o alongamento "x"
sofrido por esta. Figura 2: Montagem simples, com uma mola.
3.2 Procedimento Experimental
3.2.1 Objetivando a melhor visualização dos
fenômenos, recorremos à plataforma “Phet”,
da Universidade do Colorado.

3.2.2 Para conduzirmos com o experimento,


utilizamos os seguintes dados pré-
estabelecidos pela professora: Massa (m),
Figura 3: Montagem de molas em série e em
paralelo, respectivamente.
Número de objetos pendurados e alongamento
produzido, de acordo com cada tipo de
Fonte: montagem:
https://estudar.com.vc/contentfiles/uploads/13
71Resumo_Oscilac%CC%A7o%CC
%83es.original.pdf
Por fim, partindo dos resultados alcançados
por meio dos cálculos e das análises,
finalizaremos o exercício concluindo acerca do
fato de o conjunto em série apresentar-se
“mais macio” se comparado à montagem
individual e, se comparado à associação em Figura 4: Tabela para consulta de dados conforme
paralelo, mostrar-se “mais duro”. o subgrupo.

Fonte:
2. Objetivos https://ufmgbr.sharepoint.com/sites/2020_1_FEB
M_PT7A2/Shared%20Documents/Semana_4/
 Determinar a constante elástica de uma Lista_dados.pdf
mola;
 Determinar a constante elástica de uma 3.2.3 Partindo dos dados supracitados,
associação de molas. calculamos a Força (F), da equação (I):

F=m∗a
3. Metodologia
3.1 Materiais
Foi necessária a conversão da massa – de
Para a realização do experimento –
“grama” (g) para “quilograma” (kg) – e
presencialmente – seria necessário:
também da gravidade – m/s2 para cm/s2 –, já
que se utilizou os valores da compressão em
 Duas molas; centímetros.
 Objetos de massa (mi +/- Δmi);
 Suporte para molas; 3.2.4 Sob posse dos resultados encontrados
 Suporte para objetos; para a Força, calculados conforme consta na
 Régua milimetrada. seção 3.2.3, tabelamos os valores de “F”
(kg.cm/s2) e da compressão (cm) no Software
Todavia, pautando na adequação do Curso ao “SciDAVis”.
Ensino Remoto Emergencial (ERE), coube a
nós utilizar o programa “Phet”, para assim Deste modo, tendo a Força como variável
observarmos melhor os fenômenos envolvidos independente (x) e a compressão como
na prática. variável dependente (y), gerou-se as regressões
lineares e os respectivos coeficientes, para 266.4 23.68 42.18 10.73
cada tipo de montagem.
Tabela 1: Valores encontrados para a Força (F), de
acordo como citado no Ítem 4.1.
3.2.5 Tendo em vista os valores obtidos para
os coeficientes e a relação a seguir, obtida a
partir da Equação I, 4.1.1 Incerteza da força

k=
F
x
.∆ F=F
√( m )
∆m 2 ∆ g
+(
g

realizou-se os cálculos parar determinar a


constante elástica (k) de uma mola e de uma
.∆ F=38.062
√( 0.0388 )
0.0001 2
+(
1
981

combinação de molas. .∆ F=0.105

4. Resultados 4.2 Gráfico F versus x


A partir da Tabela 1 supracitada, geramos o
4.1 Tabela do gráfico F versus x seguinte gráfico, cuja variável dependente
Seguindo os dados das medições fornecidos corresponde ao alongamento (x) e a independe
pela professora, fizemos as alterações à Força (F).
necessárias para realizar o gráfico. Na tabela,
colocamos uma coluna com o número de pesos
que tinham aproximadamente a mesma massa,
e então geramos uma coluna a partir da
fórmula:
col=massa∗número de pesos∗gravidade

( Dados : gravidade=981 cm/ s ² ;


massa=0.0388 kg ).

Tendo isso, encontramos a força, como


exibido na tabela a seguir: Figura 5: Gráfico F versus x acerca das três
montagens de molas – simples, em série e em
paralelo.

Força¿ Alongam Alonga Alongam


kg∗cm ento mento ento
2
¿ mola molas molas em
s
simples¿ em paralelo¿
cm) série¿ cm)
cm)
0 0 0 0
38.1 3.36 5.96 1.16
76.1 6.56 12.36 2.76
114.2 9.81 18.01 4.11
152.2 13.75 24.05 6.15
190.3 17.2 30.5 7.2
228.4 20.53 36.33 9.08
Comparando as fórmulas citadas
anteriormente, conclui-se que:
1
k=
A

4.4.3 Valor de “k” – Sistema simples


1
Seguindo a conclusão acima (k = ¿, verifica-
A
se que, no sistema simples:
kg∗cm
2
s
k =11.1± 0.2
cm
substituindo a incógnita “A” pelo seu
Figura 6: Coeficientes relativos ao gráfico da respectivo valor, citado na seção 4.3.1.
Figura 5.
Incerteza:
4.3 Coeficientes e suas incertezas
Então, fizemos o ajuste linear para cada
sistema e achamos os seguintes valores:
.∆ k=k
√( x )
∆x 2 ∆F
+(
F

4.3.1 Sistema de mola simples


B=−0.1± 0.1 e A=0.0899 ± 0.0009
.∆ k=11.12∗
√( 3.36)
0.05 2 0.1
+(
38.1

kg∗cm
4.3.2 Sistema de mola em série . s
2
∆ k=0.2
B=0 ± 0.1 e A=0.1587 ± 0.0007 cm
kg∗cm
4.3.3 Sistema de mola em paralelo 2
. s
k =11.1± 0.2
B=−0.3± 0.1 e A=0.0406 ± 0.0009 cm

4.4 Encontrando os valores das 4.4.4 Valor de “k” – Sistema em série


constantes elásticas (k) Já no sistema de molas em série:
4.4.1 Análise dos coeficientes kg∗cm
2
Comparando a equação do tipo: Y =B+ Ax , s
k =6.3 ± 0.05
referente a uma função afim, com a fórmula: cm
F substituindo a incógnita “A” pelo seu
x= , obtida a partir da Equação I,
k respectivo valor, citado na seção 4.3.2, porém,
concluímos que: para calcular a constante elástica para esta
B ≅ 0, pois as linhas do gráfico iniciam todas situação, deve-se utilizar a fórmula:
no 0. Caso essas começassem no Y =1 e X =0, 1 1 1
o valor de B seria aproximadamente 1. = +
k k1 k2
4.4.2 Valores atribuídos a (K) Sendo assim, a partir da equação acima e se as
molas possuírem a mesma constante elástica,
√(
verifica-se que o valor de “k” de cada mola
será: .∆ k=24.58∗
1.16)
0.05 2 0.1
+(
38.1

kg∗cm kg∗cm
2
s . s
2
k =12.55 ∆ k=1
cm cm
Incerteza: kg∗cm
2
.

√(
s
)
∆x 2 ∆F k =25 ±1
.∆ k=k +( )² cm
x F
5. Discussão de Resultado
(√ 0.05
5.96 ) 38.1
2
0.1 Com os resultados encontrados, podemos
.∆ k=6.3∗ +( )²
perceber a diferença que a forma como
kg∗cm fazemos a associação de molas interfere no
. s
2 resultado.
∆ k=0.05
cm N
Tendo em vista conceito de , que no caso é
kg∗cm m
. 2 kg∗cm
s N
k =6.3 ± 0.05 s
2
, pode ser definido como a força
cm m
cm
necessária para mover um objeto por uma
4.4.5 Valor de “k” – Sistema em paralelo 1N
unidade x de comprimento. Logo, “ ”
Já no sistema de molas em paralelo: m
significa que é necessário 1N para mover um
kg∗cm objeto por 1”. No caso da constante elástica, o
2
s comprimento será quanto a mola
k =25 ±1
cm alonga/comprime.
substituindo a incógnita “A” pelo seu Partindo desse princípio e os resultados
respectivo valor, citado na seção 4.3.3, porém, obtidos para as constantes, vê-se que o valor
para calcular a constante elástica para esta constante “k” no sistema em série é menor se
situação, deve-se utilizar a fórmula: comparado ao valor da do sistema em paralelo.
k =k 1+k 2 5.1 Explicação -´Sistema em série
Sendo assim, a partir da equação acima e se as Neste caso, constante k irá ser menor, pois a
molas possuírem a mesma constante elástica, força que irá agir sobre as duas molas, fazendo
verifica-se que o valor de “k” de cada mola com que essas se alonguem, provoca um
será: alongamento duas vezes maior, se comparado
kg∗cm ao modelo simples com apenas uma mola.
2
s Por exemplo: Se o sistema tivesse 3 molas em
k =12.5
cm série, a constante k seria 3 vezes menor, pois a
Incerteza: mesma força iria causar um alongamento 3

√(
vezes maior do que se houvesse apenas uma
.∆ k=k
x )
∆x 2 ∆F
+(
F
)² mola.
5.2 Explicação - Sistema em paralelo
Percebe-se o contrário da situação anterior no É importante aportar também que, em um
sistema em paralelo. Para tal associação, a sistema de molas em paralelo, a constante
força irá se dividir nas duas molas, fazendo elástica do sistema é tida pelo produto:
com que cada mola sofra a deformação de
contante elástica de umadas molas∗número de molas do sis
apenas metade da força. Logo, o alongamento
produzido será apenas metade, o que implica Relação que se aplica somente caso as
em uma constante “k” duas vezes maior constantes elásticas das molas sejam iguais.
(comparada à constante de apenas uma mola).
Por fim, com o experimento e seus resultados,
5.3 Discussões gerais pode-se compreender melhor o papel da física
e sua gama de aplicação, dado que, partindo de
Conclui-se que tal diferença, como apontado
um procedimento como esse, podemos usar
anteriormente, se teve apenas pela organização
seus conhecimentos (na prática) para
do sistema - Série ou em paralelo.
aprimorar recursos muito necessários à
Desta maneira, vê-se que o experimento humanidade.
aborda a interpretação de um sistema físico,
7. Referências
nos mostrando que mesmo com os mesmos
1- FÍSICA E VESTIBULAR. Associação de
pesos e as mesmas molas, o tipo de associação
molas. Disponível em: <
dessas ocasionou resultados nitidamente
http://fisicaevestibular.com.br/novo/mecanica/
diferentes.
dinamica/mhs/associacao-de-molas/>. Acesso
Ademais, pode-se utilizar desses princípios em: 01 de setembro de 2020.
para atender necessidades humanas do
cotidiano. Por exemplo: um amortecedor de 2- MYCURVEFIT. Online Curve Fitting.
carro utiliza um sistema de molas, todavia, Disponível em: <https://mycurvefit.com/>.
considerando que quanto menor a compressão Acesso em: 31 de agosto de 2020.
mais confortável será aos passageiros, conclui-
se que um sistema em paralelo é o mais 3- PHET. Densidad. Disponível em:
indicado. <https://phet.colorado.edu/es/simulation/densit
y>. Acesso em: 31 de agosto de 2020.
6. Conclusão
A conclusão que podemos tirar do
4- SÓ FÍSICA. Força elástica. Disponível em:
experimento tange aos aspectos da diferença
<https://www.sofisica.com.br/conteudos/Meca
de resultados obtidos para as associações
nica/Dinamica/fe.php>. Acesso em: 01 de
dadas, tendo em vista a diferença apontada na
setembro de 2020.
seção “5” deste trabalho.
Ademais, podemos concluir que a constante 5- TODA MATÉRIA. Lei de Hooke.
elástica de um sistema de molas em série pode Disponível em:
ser dada pela relação: <https://www.todamateria.com.br/lei-de-
constante elásticade umadas molas hooke/>. Acesso em: 31 de agosto de 2020.
número de molas no sistema
Entretanto, isso pode ser aplicado somente em
situações que todas as molas tiverem a mesma
constante elástica.

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