Você está na página 1de 36

SISTEMAS DE IMAGENS

MÉDICAS
Sérgio Francisco Pichorim

Baseado no cap. 12 do Webster


Slides do prof. Hugo R. Schelin
Bertolo, L. A Física do Diagnóstico com Raios X
J.R. Cameron, J.G. Skofronick, Medical Physics
RAIOS X e RADIOGRAFIA
1. HISTÓRICO

Em 8/nov/1895, Wilhelm
Conrad Röntgen (1845-
1923) descobre os raios X.

Tubo de raios catódicos


inventado por William
Crookes (1832-1919).
Radiografa (por 15 min)
a mão da sua mulher.

Röntgen ganha o prêmio


Nobel de física em 1901.
O americano Thomas Alva Edison (1847-
1931) inventa o Fluoroscópio.
2. GERAÇÃO

Fonte de alta tensão (kVp)


Tubo de raios X  Ampola de vidro (vácuo),
catodo aquecido e anodo (giratório ou fixo)
Colimador
Grade de filtro
Tela intensificadora e
Filme fotográfico ou Sist. Digital
Figure 12.6 The x-ray tube generates x rays that are restricted by the aperture in the
collimator. The Al filter removes low-energy x rays that would not penetrate the body.
Scattered secondary radiation is trapped by the grid, whereas primary radiation strikes the
screen phosphor. The resulting light exposes the film.
FONTE DE ALTA TENSÃO:

Transformador ajustável (kVp) com


retificação
Interruptor controlado por tempo (ms)
Controle de corrente (mA) do catodo
(filamento)

Raios X médicos: 80 kVp, 300 mA e 100 ms.

A energia pode chegar a mais de 100 kW.


Retificação de 3 fases
Produção dos raios X:

 elétrons acelerados vindos do catodo


 interação com o alvo de tungstênio (anodo)
 conversão de energia cinética do elétron
(Ec) em fótons de radiação eletromagnética

Ec = Qe . V

 Qe é a carga do elétron
 V, tensão de anodo
Define-se o elétron-volt (eV) como a energia
que o elétron adquire ao atravessar 1 volt:

1 eV = 1,602.10-19 J

Luz visível de 2 a 4 eV. Raios X de 20 a 150 keV.


Os raios X são gerados de 2 maneiras:

Frenagem dos elétrons no alvo de


tungstênio  Bremsstrahlung

Colisão dos elétrons com os átomos de


tungstênio  Raio X característico

Raio X característico  tem um  exato


 variado
Apenas uma pequena parte da energia (1%)
aplicada produzirá Raios X.

Raios X de baixa energia não são interessantes


do ponto de vista médico  são absorvidos
pelo corpo (só aumentam a dose de radiação
recebida). Portanto não geram imagem!

Filtros de alumínio  absorvem e eliminam


esses raios X.
Anodo com 100 kVp. Raios X
característicos em 58 e 68 keV
(das camadas K e L) e
radiações de Bremsstrahlung.
A corrente que colide com o alvo é
de 100 a 500 mA. A potência no alvo
(P=V.I) de um tubo de raios X com
uma tensão de 100 kVp chegaria a
50 kW. Cerca de 99% desta potência
aparece como calor. Se for mantido
sobre um alvo por 1 segundo, ele
pode fundir!
a) Em 1930 foi desenvolvido por
Bouwers o tubo com ânodo
giratório. A rotação normal do
ânodo é 3.600 rpm.
b) Técnica linha-foco: ângulo do
alvo, tipicamente 10 a 20 graus,
maior área para colisão dos
elétrons e raios X mais focados.
Quando ocorre falha na rotação do anodo...
3. INTERAÇÃO COM A MATÉRIA

Em qualquer tipo de interação, os fótons de


raios X são absorvidos ou espalhados:

Efeito fotoelétrico  absorvidos, eliminados


completamente do feixe de raios X

Efeito Compton  espalhados, não mais


carregam informações úteis para a imagem
(ruído)
Observação:
Do ponto de vista da qualidade da imagem
radiológica, o efeito fotoelétrico é desejado.
Mas do ponto de vista da exposição do
paciente, ele não é benéfico. Isso porque toda a
energia do fóton incidente acaba sendo
absorvida pelo tecido do paciente, fazendo
com que a dose recebida seja muito alta.
É preciso, por isso, haver um equilíbrio entre a
qualidade da imagem e a dose recebida pelo
paciente.
(a) No efeito
fotoelétrico,
toda a energia
do fóton é dada
ao fotoelétron.
(b) No efeito
Compton, um
pouco de
energia é dado
a um elétron e
um pouco
permanece com
o fóton
espalhado.
(c) Raios X com
energia muito
alta é conver-
tido num elétron e num pósitron (e+). O e+ aniquila-se para formar dois
fótons de 511 keV cada que seguem direções opostas.
A intensidade final (Io) da radiação primária
(na saída do corpo) é função da espessura x do
tecido.
x
Io = Ii . e -

 é o coeficiente de atenuação do material,


depende dos elementos químicos (número
atônico Z) e da densidade do tecido.
Coeficiente de Atenuação ()

Ca > C > H


Diferenças na composição e na densidade dos
tecidos (ossos, músculos e fluidos) geram
diferentes intensidades de fótons, que são
vistos em uma escala de tons de cinza na
radiografia.
Camada de Meio-Valor

Half-Value Layer, HVL: para um feixe de raio X,


é a espessura de um dado material que reduz a
intensidade do feixe pela metade.

O HVL para o alumínio é 3 mm.

No chumbo o HVL é 0,1 mm.


4. GERAÇÃO DE IMAGENS

De 1% a 4% da radiação primária chega ao


detector.
Filme fotográfico  detector
Maior sensibilidade  telas intensificadoras
com elementos pesados (exemplo CaWO4)
Aumentam de 20 a 100 vezes na
sensibilidade
Portanto: diminui o tempo de exposição do
paciente.
O USO DE CONTRASTE :

(a) Um composto contendo iodo


é injetado nas artérias através
de um cateter (flecha) para
torna-lo visível.

(b) Uma mistura contendo iodo


é espalhada nos pulmões para
mostrar a linha área.

(c) O intestino grosso pode ser


estudado dando uma lavagem
intestinal com bário.

(d) Mesmo paciente, mas sem o


contraste.
5. PERIGOS

Raios X são ionizantes!

 rompem moléculas
 matam células
 podem destruir tecidos
 podem comprometer o DNA
6. PROTEÇÕES

Filtragem de alumínio reduz os raios X de


baixa energia, menos penetrantes.
Colimar o feixe de raios X para o tamanho
do filme que está sendo usado.
Blindagem da sala de raios X, dos
equipamentos, dos operadores e de outras
partes do paciente com materiais pesados
(alto Z), como por exemplo o chumbo.
RAIOS-X SIMPLES BRS-E

Equipamento de
raios X, 100 kVp /
180 mAs.
A grande maioria
dos exames de
hospitais e clínicas:
tórax, abdômen,
crânio e
extremidades.
Dados Técnicos

 Tipo: Controle microprocessado.


 Tubo de raios X: foco de 2 mm
 Distância do tubo de raios X ao cassete de filmes: 1,4 m
 Fonte de alimentação: monofásico, 220 VAC, 60 Hz, 3 kW
 Regiões de exame: Crânio, Tórax, Abdômen, Extremidade
superior e inferior.
 Tensões do tubo de raios X: 50 kVp, 80 kVp, 100 kVp
 Faixa de seleção (mAs): 0,25 ~ 180 mAs em 32 passos
 Memória: Até 7 fatores de exposição.
 Tipos de cassete: 14"x14", 14"x17"
 Mesa: opcional

Você também pode gostar