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IMAGENOLOGIA (ALEXANDRE) – 8ª PERÍODO | Letícia Almeida

Princípios físicos dos exames


Dentro da área da imagem, tem-se 2 grandes áreas, que são:

Radiologia visa a anatomia Demais exames


Medicina nuclear visa a fisiologia Cintilografia e PET**

**PET CT: exame híbrido/misto, possuía as técnicas tanto da radiologia como da medicina nuclear.

RADIAÇÃO:

• É a propagação da energia no espaço em um tempo, ou seja, é a energia que se move de um local até outro
objeto, tendo ou não um meio físico entre eles, onde é absorvida.
o Ex: no raio-x não se tem meio físico entre os objetos, já no US tem o meio físico de contato (gel), que
funciona como o meio condutor daquela onda a fim de evitar que o ar fique entre o indivíduo e a onda
do exame.
• Radiações eletromagnéticas: constituídas pelos campos elétricos e magnéticos, oscilantes e perpendiculares
entre si.

Espectro eletromagnético: é dividido em radiação ionizante e não ionizante.

• Não ionizante: US, RNM.


• Ionizante: Raio-x, TC, densitometria óssea -> produzem íons na matéria com a qual
interagem, podendo provocar lesões no DNA da célula, que podem ou não ser reparadas.

• O que diferencia uma radiação e outra é a frequência da onda: quanto maior a frequência da onda, maior é sua
energia, ou seja, maior será sua capacidade de penetração na célula.

Geração de radiação:

• Explicado pelo modelo atômico de Bohr: núcleo + elétrons em órbita, sendo estes dispostos em camadas que
indicam os níveis de energia.
• Um elétron em uma órbita permitida emite um fóton de energia para ir para outra órbita menos energética. Já
para um elétron ir de uma órbita permitida para outra mais externa, ou seja, mais energética, necessita absorver
um fóton de energia que contenha a energia exata para que ele consiga mudar de órbita.

Modalidades de exames e seus princípios físicos:

§ Raio-x
§ TC
Raios-x § Mamografia
§ Densitometria óssea
§ Tomossíntese

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Ondas de radiofrequência § RNM


Ondas sonoras/mecânicas § US
Alfa/beta/gama (med nuclear) § Cintilografia

PRINCÍPIOS FÍSICOS RAIOS-X:

• Raio-x
• TC
• Mamografia
• Tomossíntese
• Densitometria óssea

Exames de raio-x:
• O fóton sai do aparelho e chega ao paciente: uma parte é absorvida e a outra vai passar pelo paciente e chegar
ao filme fotográfico, enegrecendo esse filme (o filme virgem é branco) -> uma parte da energia é liberada na
forma de fótons e a outra na forma de calor.
• A partir do momento em que os fótons de raio-x interagem com o paciente, pode-se ter a radiação espelhada
(radiação que desvia o eixo dela). Essa radiação espelhada traz 2 consequências:
1. Pode atingir pessoas/acompanhantes que estão sem a proteção adequada.
2. Pode penetrar no filme do exame, produzindo uma imagem de baixa qualidade -> Por isso devemos
controlar essa radiação espelhada.
• Um dos problemas do raio-x é a sobreposição de imagens.

Tubo de raio-x:

• O tubo contém um polo negativo (catodo) e um positivo (anodo).


• A formação da imagem ocorre quando a energia elétrica é fornecida ao filamento do tubo de raio-x, fazendo
com que os polos + e – liberem fótons de raio-x que seguem em linha reta, com o auxílio do protetor de chumbo
que evita que os fótons saiam por todos os lados. Então os fótons só saem através de uma janela, que é a região
onde não tem chumbo (mesmo assim é necessário a proteção das demais pessoas na sala, uma vez que estes
fótons podem apresentar desvios, originando a radiação espelhada).
• O chumbo possui óleo e vidro ao redor para evitar aquecimento excessivo (lembrando que parte da energia é
liberada em forma de fótons e outra parte em forma de calor) -> 1% fótons e 99% calor.
• A partir do cátodo, é liberada energia para o tubo, que começa a aquecer os filamentos de tungstênio do catodo
(-), aquecendo os elétrons. Estes elétrons vão ficando carregados de energia e formam uma nuvem de elétrons,
que vai em direção ao anodo (polo +), o que resulta na formação dos fótons de raio-x (1%) e calor (99%). No
anodo também tem outros filamentos de tungstênio, que ficam rodando a fim de evitar desgaste.

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• A formação dos fótons ocorre por meio de 3 fenômenos:


1. Radiação característica
2. Desaceleração (Bremssthalung)
3. Choque nuclear

Fenômeno de Bremsstrahlung (fretamento):

É fornecida energia ao aparelho -> a energia chega ao polo positivo -> forma a nuvem
de elétrons que vai em direção ao polo positivo. Quando chega no polo +, encontra
os átomos de tungstênio. Então o elétron chega próximo ao núcleo desse átomo e
sofre um desvio de eixo, fazendo com que perca uma parte da energia em forma de
elétrons de raio-x, os quais são emitidos em direção ao paciente.

Radiação característica:

O elétron de uma camada mais externa colide com um elétron de uma camada mais
interna, fazendo com que este elétron seja ejetado e fique uma camada livre. Diante
disso, um elétron de uma camada mais externa passa a ocupar este local e, para isso,
necessita de pular de uma camada mais externa para uma mais interna, fazendo com
que ele perca energia na forma de fótons de raio-x.

FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE E QUANTIDADE DE RAIO-X:

® Pode ser usado o tungstênio, ródio e molibdênio


® Quanto maior o nº atômico desse material, melhor serão os fótons de raio-x e,
Material do alvo
consequentemente, melhor será a qualidade da imagem, pois terá mais frenagem e
mais radiação de característica.

® Não são todos os fótons que podem ser liberados, então alguns acabam ficando
retidos por este filtro.
® Desta maneira, você faz com que chegue apenas radiação boa no paciente, além de
Filtração do feixe
reduzir a quantidade de radiação (ex: ao invés de fornecer 200 fótons de radiação ao
paciente, são fornecidas apenas 100, mas de boa qualidade que formará uma imagem
adequada).

® Quanto maior a distância, menos radiação o paciente receberá.


Distância ® O objetivo é obter uma imagem de boa qualidade, mas que use o mínimo de radiação
possível, a fim de evitar danos ao paciente.

® 2 fatores de exposição: miliamperagem (MA) e kilovoltagem (KV).


® MA: relacionada com a corrente elétrica, a qual determina a temperatura do filamento
e a liberação de elétrons, regulando a quantidade de elétrons que vai sair do polo
negativo para o positivo.
o # MA, # chuva de elétrons # quantidade/intensidade do raio-x.
® KV: relacionado com a carga elétrica.
Fatores de exposição
o Quanto maior o KV, mais energia os elétrons terão e maior será o poder de
penetração destes, ou seja, maior será sua capacidade de penetrar o paciente
e chegar até o filme.
o O KV está relacionado ao contraste da imagem.
o # KV # energia dos elétrons # poder de penetração = baixo contraste***
o $ KV $ energia dos elétrons $ poder de penetração = alto contraste

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***Contraste = capacidade do sistema de distinguir um objeto do seu plano de


fundo. Se o contraste for adequado, a imagem será visível. Tem relação direta com
o poder de penetração (energia) do rx.

® A energia do raio-x é influenciada por 3 fatores:


1. Material do anodo
2. Filtragem
3. KV

INTERAÇÃO DOS RAIOS-X COM A MATÉRIA:

• Quando o elétron chega ao paciente, ocorrem 3 fenômenos:


1) Parte do raio-x é transmitido pelo paciente e chega até o receptor.
2) Parte pode ser absorvida, podendo ionizar as células do paciente e causar danos ao DNA.
3) Parte é espelhada (radiação espelhada ou secundária), podendo permanecer dentro da sala (por isso
acompanhantes devem usar traje adequado) ou chegar ao receptor, provocando uma imagem de baixa
qualidade.

• Existem 2 fenômenos:

- Efeito fotoelétrico: um fóton transfere toda a sua energia, desaparecendo e fazendo surgir um
elétron. Predomina quando a energia do fóton é baixa. Maior contribuinte para a formação do
contraste.

- Efeito Compton: elétron carregado com muita energia transmite uma parte da energia as
células e a outra parte é desviada, formando a radiação secundária.

• Tipos de radiação:

® Definida pelos fótons de raio-x emitidos do anodo que atravessam a janela


Primária
radiotransparente do tubo e se direcionam ao paciente.

® Radiação emitida a partir da interação da radiação primária com o paciente.


Secundária ® Deteriora o contraste da imagem. A maior parte da radiação que deixa o corpo do
paciente é devido à radiação espelhada.

• Controle da radiação espelhada: ler resumo Geovanna.

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RECEPTORES RADIOGRÁFICOS:

RADIOGRAFIA CONVENCIONAL RADIOGRAFIA DIGITAL


§ Detecta, gera e armazena a imagem § São usados detectores digitais, que geram a
§ Pode ser contrastado com iodo ou bário. imagem, a qual é armazenada digitalmente.
§ Utiliza química:
1 filme + 2 telas intensificadoras (écrans) § Não utiliza química.
OBS: tela intensificadora = folhas plásticas contendo Tem menos radiação.
material fluorescente diminuem a exposição do
paciente.
§ O filme é mais sensível a luz do que os raios-x § Consegue mexer no contraste e brilho da imagem.

• RADIOGRAFIA COMPUTADORIZADA:
§ Mesmo aparelho da radiologia convencional.
§ Utilizam um chassi similar ao écran-filme.
§ Dentro do chassi, o detector utilizado é a placa de imagem (placa de fósforo).
§ No chassi: fósforo é ionizado e armazena os elétrons de alta energia. O chassi é introduzido na leitora
CR e é realizada uma leitura com laser.
® Laser: elétrons liberam energia na forma de luz.
® Luz: captada e transformada em uma escala de cinza, representando a energia dos raios-x.
® Uma luz branca fornece energia para os elétrons, que retornam ao estado funcional.
§ Vantagem: hipo/hiper densa: diferencia a densidade dos tecidos. Permite mexer no contraste/cor da
imagem. Evita a superposição de imagem, melhor qualidade.
§ Desvantagem: possui muita radiação.

• TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA:
§ Utilizada para distinguir estruturas de órgãos e tecidos com pequenas diferenças de densidade, em
especial entre os tecidos moles.
§ Imagem de um corte sem a superposição de imagens das estruturas.
§ Imagem de um corte sem a superposição de imagens das estruturas não pertencentes à secção em
estudo.
§ As imagens das estruturas anatômicas conservam as mesmas proporções, sem distorções.
§ Imagens digitais permitem medições quantitativas das densidades dos tecidos e dos tamanhos das
estruturas.
§ Admite formatações e manipulações pós-reconstrução, tais como:
® Ampliação
® Suavização
® Reformatação em outros planos (2D)
® Reconstrução tridimensional (3D)

• MAMOGRAFIA:
§ Raio-x da mama.
§ Paciente pode sentir dor e incômodo.
§ Exame de detecção precoce de CA de mama.

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§ Pacientes com silicone, mamas pequenas e homens também podem realizar o exame.
§ Sempre devemos classificar o achado de acordo com a classificação de Bi-RADS a fim de padronizar a
comunicação.

• TOMOSSÍNTESE:
§ Exame que faz vários cortes das mamas, não havendo superposição entre as estruturas.
§ Indicações:
® Pacientes reconvocadas do rastreamento
® Reavaliação de achados não calcificados
® Mamas operadas
® Achados palpatórios
§ Vantagens: redução da superposição dentro da mama, permitindo:
® Aumento da acurácia diagnóstica (melhor caracterização das lesões).
® Redução da reconvocação para incidências adicionais.
® Redução dos resultados falso positivos.
® Aumento da sensibilidade e especificidade.
§ Limitações:
® Alta dose de radiação.
® Alto custo.
® Tempo de interpretação dos exames.

RESUMO DA AULA:

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