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Princípios físicos da radiologia

1 - Introdução:
Descoberta do raio-x em 1895 por Wilhelm Conrad Roentgen - acidentalmente percebeu os efeitos de
luminescência em papel com platina e cianeto de bário após a exposição a tubo de raios catódicos

Os raio-x são um tipo de radiação eletromagnética com frequência superior à dos raios ultravioleta e
comprimentos de onda entre 10-11 e 10-8 m (0,01 a 10 nm - bastante pequeno).
PS: outros tipos de radiação eletromagnética sendo o rádio, micro-ondas, infravermelho, luz visível

A radiação se comporta em ondas: o campo magnético e elétrico tem direção de propagação perpendiculares
entre si - estas ondas eletromagnéticas possuem valores de comprimento de onda (λ - distância entre duas cristas
ou vales consecutivos) e frequência (f - ciclos por segundo em Hz).
PS: quanto maior o comprimento, menor a frequência

Características dos raio-x:


a - Não precisam de um meio material para se propagar;
b - Se propagam em linha reta na velocidade da luz no vácuo;
c - Interagem com a matéria (radiação ionizante): inclusive orgânica - similar a UV e Gama.
d - Não possuem carga elétrica;
f - São invisíveis ao olho humano;
g - Provocam luminescência em determinados materiais;
h - Causam enegrecimento do filme fotográfico;
i - São mais penetrantes quanto maior for sua energia e menor seu λ (comprimento de onda)
j - Obedecem a lei do quadrado do inverso da distância.
2 - Produção do Raio-X:

1ª - Inicia pela ampola (tubo ) do aparelho: esta possui catodo (polo negativo - atrai cátions) e anodo (polo
positivo - atrai elétrons) - além de vácuo no interior: a corrente elétrica é aplicada no catodo durante o disparo
(acionamento).
PS: diferença aplicada de cerca de 45 a 120 quilovolts.

2ª - Ocorre ativação de elétrons nos átomos do catodo: estes adquirem energia e ficam excitados - muitos
destes são ejetados das camadas de valência, os quais são atraídos pelo anodo devido a diferença de potencial
elétrico (catodo muito negativo e anodo muito positivo).

3ª - Elétrons atraídos se aceleram e chocam com o anodo - com a frenagem e perda de energia cinética,
parte da energia é dissipada na forma de raio-x e calor.
PS: as ligas da ampola são feitas de metais de alto ponto de fusão (liga de tungstênio).
PS2: raio-X modernos possuem anodos giratórios - recebem energia em pontos diferentes, o que diminui
o degaste e aquecimento.

Ou seja, a interação entre a chuva de eletros e átomos do anodo gera colisão de elétrons, acelerado contra
da camada de valência dos átomos, com consequente liberação de energia na forma de radiação (raio-x
característico).

(interação com átomos do anodo)

4ª - Porem a maior parte dos raios X são gerados de outra forma: a maioria dos elétrons passa direto, sem
colidir com elétrons ou núcleos - sendo assim a maior produção ocorre via radiação de frenagem (RX produzidos
pela desaceleração de elétrons que passam próximos ao núcleo).
PS: são atraídos pelo núcleo já que são positivo - a mudança de direção leva a desaceleração, com parte
da energia perdida dissipada como raio-x (maioria).

3.1 - Proteção radiológica - Colimador: a radica o gerada na ampola pode seguir em qualquer direção, o que é
desvantajoso - por este motivo existe blindagem na região do tubo de RX, permitindo saída somente na região do
colimador: funciona como uma abertura que direciona os raios para a área estudada; podendo abrir ou fechar o
campo de acordo com a área de foco.

Possíveis interações entre RX e matéria:


I. Efeito fotoelétrico: ocorre pela colisão entre os fóton do RX (pp os de baixa energia) e os elétrons dos
átomos atravessado pelo feixe de RX - ocorre transferência de energia para o elétron, que pode sair da camada de
valência ou até mesmo da eletrosfera do átomo.

Tal feixe desaparece, não alcançando o filme - não enegrece o filme, já que foi totalmente absorvido ou
atenuado.

II - Efeito Compton ou de espalhamento: transferência parcial de fóton de raio-X para o elétron na colisão,
geralmente relacionado a fótons de alta energia - nesta interação o fóton perde parte energia e muda de trajetória,
porém não é totalmente absorvido (mas também não vai para a direção primaria, inicial).

Não é um feito desejado, já que causa borramento da imagem e menor nitidez de contraste entre
estruturas.
Para diminuir tal feito se utilizam grades antidifusoras - uma série de lâmina de metal (geralmente
alumínio) alinhadas com o feixe primário de RX (em paralelo na parte central, seguindo em obliquo ao afastar do
feixe de RX): equipamento permite passagem apenas de feixes primários de RX, com a radiação dispersa gerada
sendo absorvida pelas lâminas, impedida de alcançar o filme.

A placa de potter-bucky é a mais usada, sendo colocada entre o paciente e o filme - é importante
especialmente nas áreas mais espessas do corpo animal (quanto mais espesso, maior a chance de ser dispersa).
(pp formas de interação no exame radiográfico)

3.2 - Proteção radiológica - Outros componentes: os raios secundários desviados (dispersos) podem não alcançar o
filme, alcançando pessoas e o ambiente - por este motivo é importante o uso de proteção, especialmente quando se
considera que o RX gera radiação ionizante, a qual gera danos a tecidos, especialmente no DNA (carcinogênicos e
teratogénicos - especialmente nas gônadas, glândulas tireoides e cristalino).

. Vestimentas de chumbo avental, luva, protetor de tireoide e óculos plumbífero


. Biombos de proteção
. Uso de dosímetros mensalmente pelos funcionários: mede a radicação exposta, comparando com limites
mensais e anuais cumulativos totais

. Operar com o menor número de pessoas possível


. Avisos na sala de operação
. Uso de paredes de barita ou concreto baritado
. Colimação no aparelho

PS: não protegem contra RX primários, apenas secundários (dispersos).

4 - Fatores de exposição: determinam as características da formação da imagem radiográfica - podem ser


controladas no equipamento

a. Quilovoltagem (kV) ou pico de quilovoltagem: energia dos RX produzidos no exame, relacionada a diferença
de PA aplicada entre o catodo e anodo - quanto maior for esta, maior a aceleração de elétrons contra o anodo, com
consequente maior energia (elétrons mais acelerados e RX mais energéticos) e penetração: está relacionado a
qualidade imagem, quanto ao quanto contraste entre estruturas
PS: basicamente, gera maior campo e maior atracão de elétrons.

b. Miliamperagem (mA): intensidade de corrente elétrica aplicada no catodo - combinado ao tempo de


exposição, gera o miliampere-segundo (mAs), diretamente relacionado com a quantidade de elétrons
recrutados/acelerados, e consequentemente quantidade de RX produzidos: reflete na densidade radiográfica (bons
tons de cinza e preto, de boa qualidade se adequado).
PS: se subexposta fica branca e clara demais - aumentar a mAs // quando superexposta fica muito
enegrecida (superepsosiacao - queima do filme).
c. Tempo de exposição(s): ajustar para evitar perda de nitidez devido ao movimento do paciente - importante
para alguns tipos de exames na veterinária, especialmente nos casos com animais ofegantes, taquicardíacos, etc
(com movimentação de tórax aumentada).

Nos casos de animal se movendo se deve usar tempo de exposição baixo, caso contrário a imagem registra
diferentes momentos do ciclo respiratório, ficando tremida.

Quando se usa tempo baixo se deve compensar com aumento da mA.

Exemplos de calibração:

Acima um exemplo de baixo contraste devido à baixa exposição (subexposta) - RX não penetraram no
filme de forma suficiente (não enegreceram a película).

Nos casos de mA irregular o filme fica mais cinza, muito claro - a mA está relacionada ao brilho e
enegrecimento. Nos casos de quilovoltagem inadequada não ocorre penetração do RX, resultando em menor
contraste das estruturas (contraste é gerado entre diferença de estruturas que deixam ou não o RX passar, se
baixo demais qualquer estrutura não deixa passar).
Acima um exemplo contrário, com imagem superexposta - tem bom contraste, exceto no pulmão (muito
preto): indicativo de quilovoltagem muito alta sendo aplicada.

Importante ter em mente que a regulagem de QV e mLa varia de caso a caso - tamanho do animal, tipo de
tecido, espessura da região, etc: para efeito de comparação, o RX da clínica tem potência de 45 a 125KV, sendo
que o máximo que o professor já usou foi de 85 KV para um cão de porte muito grande.

Entretanto, para equinos já se trabalha com quilovoltagem na faixa de 125 a 150QV para RX de tórax
(ou até mesmo 200QV para animais maiores). Já para mAs se trabalha na faixa de 2,5 a 4 miliamperes para
pequenos - em equinos cerca de 400.
PS: risco maior para operadores no RX de equinos - mais raios de dispersão // mais borradas também
(sempre usar grade difusora).

Um outro ponto é que animais obesos geralmente precisam de KV mais alta - tem mais tecido subcutâneo
para absorver RX.

Uma estratégia para se ter uma referência inicial dos valores de KV e mLa é o uso de formulas
KV: 2x a espessura do local + 30
mLa: varia com tipo de tecido, mas tem formulas também.
Acima um exemplo de um RX bem calibrado, com ótimo contraste - visível linfonodo external (pontas
cinzas); artéria e veias pulmonares (seta vermelha); traqueia (seta azul) e aorta (ponta azul).
PS: linfonodo external alterado - normalmente não visível

As estruturas mais escuras são radiolucentes (radiotransparente) - absorvem pouco RX, tais como o ar e
líquidos como exemplos. Já as mais claras são radiopacas, como por exemplo o osso.

Outro fator que influencia na radiopacidade e radiolucência é a espessura do tecido - quando mais espesso,
maior vai ser a absorção de RX, mesmo quando se considera materiais que possuem baixa taxa de absorção de
raios (ou seja, radiopacos)

A radiopacidade está relacionada com a composição química do tecido - os com elementos com número
atômico baixo tem menor capacidade de frear raios-x.

5 - Efeito da distância: além do controle dos fatores de exposição no painel se deve ter em mente também a
distância entre fonte emissora, animal, filme (película radiográfica) e placa.
A distância foco-filme (imagem a esquerda) se refere a distância entre a fonte emissora de RX e a película
radiográfica - quanto maior for ela, menor será a distorção na borda da imagem (área de penumbra). Sendo assim,
sempre que possível se deve priorizar uso de distancias maiores do foco para o filme.
PS: geralmente o RX é feito usando distancias padrões.

Já a distância objeto/filme (direita) se refere a distância entre a área avaliada e o filme: sempre que possível a
região avaliada deve ficar mais próxima do filme - quanto menor a distância, menor a distorção e ampliação de
imagem também (menos penumbra e mais definição).
Exp: em um animal com fratura no membro direito, o exame será feito em decúbito D.

Ainda quanto a distância, existe também a lei do inverso do quadrado da distância: uma característica da
radiação eletromagnética é que a energia o RX gero alcança o filme em quantidade inversamente proporcional a
distância (quadrado da distância), já que ocorre perda de energia no trajeto - por este motivo, ao se dobrar a
distância se deve compensar aumentando os fatores de exposição.
Formula: I = 1/r2

PS: ao se dobrar a distância a energia alcançada diminui para um quarto da original.


PS2: interfere na segurança também - quanto mais longe, mais seguro.

6 - Registro e formação da imagem (método convencional):

1ª - O primeiro passo antes do RX é identificar a imagem que será gerada: pode ser feito de diversas formas
a. Placas de chumbo no chassi: impedem a sensibilização de uma pequena área no filme - sem seguida esta
área é marcada com o identificador de raio-x (dados do animal, clinica, área, etc).
b. Com alfabeto de chumbo

2ª - Com a exposição ao RX a emulsão de sais de prata no interior do filme é sensibilizada // sensibilizada pela
luz também (igual pelicular fotográfica): os sais sensibilizados são transformados em prata metálico após a
revelação por processamento químico, enegrecendo o filme exposto revelado.

PS - Chassi: durante o RX o filme está localizado fechado dentro do chassi (veda o filme contra qualquer
luz) - uma das faces do chassi é feita de alumínio (virada para a fonte no exame), permitindo passagem de feixes
primários // a outra camada é feita de chumbo, neutralizando o RX, evitando que se espalhem pelo ambiente.
(chassis - podem varia de tamanho)

PS - Écran (tela intensificadora): presente nos 2 lados internos do chassi, envolvendo a película de RX - é
constituído por metais que emitem luminescência ao receberem energia do RX, lembrando que a película é mais
sensível a luz do que ao próprio raio x. Sendo assim o écran atua como mediador, convertendo o RX em energia, e
consequentemente diminuindo a exposição radiográfica necessária sendo usada. Com o seu uso é possível obter a
mesma densidade na imagem no filme de RX usando menos radiação, tornando o processo mais seguro para
paciente e operadores. Caso não se utilize o écran, se deveria compensar a calibração usando 3x mais radiação
(gera imagem mais detalhada, porem maior risco).
Acima a comparação de imagem com e sem o uso do écran sobre os mesmos fatores de exposição - a da
direita fica subexposta, já que o RX não tem intensidade suficiente para queimar o filme quando sem o uso do
écran (dosagem teria que ser aumentada para uma imagem adequada).

3ª - Revelação do filme: feito em uma sala escura - possui lâmpada de segurança vermelha, de até 15W - a cor
vermelha gera menor sensibilização do filme, que é mais sensível aos comprimentos de onda na luz verde (cor
oposta/complementar ao vermelho).

A sala vermelha pode ser usada para procedimentos de revelação e carregamento de chassi com filme
novo.
Atualmente o processo de revelação é feito, na maioria das vezes, por processo automático - mais seguro de
forma geral.

Abaixo está demonstrado o esquema da processadora automática para revelação:


a. Filme exposto entra na bandeja
b. Sistema de rolamento leva o filme para o primeiro tanque - tanque de revelador: este transforma sais
de prata sensibilizados em prata metálica.
c. Passa para o segundo tanque (com fixador): interrompe ação do revelador (cristais de prata não
sensibilizados são lavados e removidos depois) e endurece emulsão para preservar e aumentar resistência do filme.
d. Ultimo tanque com água: lava e remove sais de prata e produtos químicos
e. Secagem: com soprador de ar quente.

Todo o processo demora cerca de 1 minuto.

Acima mostrando a aparência do filme já exposto ao RX, mais ainda não processado.
7 - Métodos alternativos: além do método de RX tradicional, existem novas técnicas mais modernas e eficazes
para a formação de imagens radiográficas.

a. Sistema CR (radiologia computadorizada): utiliza placas a base de fosforo ao invés de sais de prata, com
leitura feita a partir de um tipo de scaner especifico, que transfere as imagens para computador.

b. Sistema DR (radiografia digital): se baseia no uso de placas eletrônicas, as quais captam os fótons de RX e
transmitem estes ao computador - processo ocorre quase em tempo real, com maior qualidade de imagem que no
convencional (e até mesmo que no computadorizado).
PS: é o método mais moderno e sensível, porém mais caro.

Ambas formas permitem processamentos extras pôs aquisição de imagem, os quais podem ajudar na clareza da
imagem e potencial diagnostico.

8 - Interpretação das imagem: o veterinário deve buscar pelos sinais de Roentgen:


. Tamanho das estruturas
. Formato
. Localização
. Número
. Contorno
. Radiopacidade
Princípios físicos da Ultrassonografia:

1 - Introdução e conceitos:

Acústica: ramo da física moderna que estuda onda sonoras e seus fenômenos associados - os sons são separados
quanto a sua frequência na escala a seguir.

PS1: ondas de ultrassom geralmente tem frequência superior a capacidade de audição do ouvido humano
(entre 20 e 20k hertz) - para diagnostico se usa ondas entre 3 a 15 mega hertz.

PS2: existem animais usando tanto infra e ultrassons no reino animal - relacionado a comunicação e
localização espacial/de presas.

Contexto:
I. Ultrassom cada vez mais acessível na veterinária: possui várias aplicações (até mesmo para análise de
carcaças).
II. Houve melhoria da resolução dos equipamentos nas últimas décadas: atualmente identificam até mesmo
fase mais inicial de lesões - possuem melhor resolução, processamento e funcionalidades.

III. Recursos adicionais: tais como doppler colorido e elastografia (avalia dureza e deformação de tecidos e
lesões) tem crescido na veterinária complementando o US convencional em modo B (mais comum).
Características:
• Método de exame não invasivo ou minimamente invasivo: varia com estratégia.
• Permite estudo não invasivo da hemodinâmica (pp com o doppler colorido).
• Permite aquisição de imagens em tempo real, geralmente sem processamento adicional.
• Obtenção de imagens em qualquer orientação espacial a partir das manobras e técnicas de varreduras
utilizadas.

Funcionamento:
1ª - Dentro do transdutor ocorre geração das ondas de US - neste existem os cristais piezoelétricos que
convertem energia elétrica em mecânica.

2ª - Os cristais sofrem vibrações que são responsáveis pelas ondas de US - tal efeito é reversível (mesmo
aparelho gera e faz recepção de ondas de US).

(geração e recepção das ondas de US)

3ª - Transdutor recebe ondas que são refletidas nos tecidos e órgãos - ao atingir os cristais geram deformações
e compressões, convertidas pelo transdutor em sinal elétrico.

4ª - O sinal elétrico passa pela unidade de processamento, gerando a imagem.

PS1: quantidade de ondas refletidas pelas estruturas é interpretada pelos tons de cinza - quanto mais ondas
captadas no ponto, mais branca é a imagem // se sem ecos, a imagem fica totalmente enegrecida.

Tipos de interação com tecidos e interfaces:


Reflexão: retorno de um eco
Refração: onda desvia trajetória inicial pela passagem pelo tecido.
Espalhamento: reflexo da onda em várias direções.
Absorção: atenuação das ondas - perda de energia ao longo do trajeto aos tecidos mais profundos.
PS: nos exames de rotinas essas interações ocorrem em diferentes tecidos e estruturas.

Velocidade de propagação: relacionada a impedância acústica - a impedância e o produto da densidade pela


velocidade - além disto se tem que quanto maior for a diferença de IA entre tecidos vizinhos, maior será a
reflexão de ondas sonoras.

PS1: material com IA homogênea não causa reflexão de ondas sonoras - imagem fica enegrecida
(anecolica/anecogenica) // se por exemplo uma estrutura estiver repleta de ar e o tecido logo após seja de tecido
mole (ou seja, grande diferença de IA) a passagem gera grande número de ondas sendo refletidas, com imagem
cinza ou esbranquiçada (ecogênica).

PS2: na preparação o gel condutor em contato com transdutor tem função de eliminar ar na interface entre o
transdutor e pele do paciente (ar gera grande reflexão de ondas) - caso não seja feito se tem diminuição de
qualidade da imagem.

PS3: cada tecido possui características de propagação de ondas de forma distinta - relacionada a densidade do
tecido e velocidade de propagação das ondas sonoras: nos tecidos densos e duros a velocidade de propagação das
ondas sonoras é maior.
Exemplo:
1ª - A Impedância acústica na interface entre B e A - no caso exibido a IA de B é maior que a de A, levando
a reflexão parcial das ondas.

2ª - Parte das ondas seguem entre B e C - caso a IA seja a mesma as ondas passam direto, sem refletir // no
caso a IA de C é bem maior que a de B, sendo assim ocorre grande reflexão e poucas ondas de US seguem.
3ª - O tempo para a onda retornar ao transdutor indica distância entre interfaces, e consequentemente a
profundidade da estrutura.

Ecogenicidade/ecotextura - Escala:

PS1: líquidos possuem IA homogênea, não refletindo ondas - caso possuam maior celularidade podem ser
hipoecoica.

PS2: hipoecoicos são representados principalmente por órgãos muito vascularizados.


PS3: órgãos com parênquima um pouco mais densos são mais ecogênicos.
PS4: hiperecoicos geralmente ocorrem em regiões de IA muito diferente de tecidos vizinhos - IA muito alta
(osso por exemplo) // muito baixa (ar por exemplo).

Equipamentos:

(a) Portátil / móvel: transdutores podem ser acoplados em diferentes tipos de equipamentos

PS1: não utiliza radiação ionizante (efeitos biológicos são mínimos) - duração e potência das ondas de US
para exame diagnostico não gera efeitos significativos // porem efeitos biológicos podem ser causados no US
terapêutico para fisioterapia (gera calor local durante aplicação).
(b) Frequência dos transdutores: podem ser de frequência alta, baixa ou multifrequênciais (os mais comuns
na veterinária, podendo atuar dentro de uma escala selecionada).

(c) Formato dos transdutores: podem ser convexos (borda curva), lineares, endocavitarios, setoriais (para
ECG por exemplo), transretais (imagem abaixo - para acompanhamento do sistema reprodutivo em grandes
animais).

PS: os de alta frequência são indicados para até 15cm - usados para US ocular, avaliação de tendão e animais
de pequeno porte.

(transdutor linear // convexo)

PS2: linear muito usado, porem tem menor área de varredura // convexo tem maior área de varredura //
microconvexo é intermediário entre os 2, com superfície menor - útil em cães de porte médio e na substituição do
convexo na ausência de equipamento.
PS3: L ou convexo >> influencia no campo de imagem - segundo tem campo de estudo (campo obliquo),
sendo melhor em animais de porte um pouco maior (em uma mesma varredura gera mensuração de comprimento
e largura, com profundidade e áreas de campo de imagem maior).

2 - Modos de US: vários modos podem utilizados no US dependendo do equipamento (gerados por software).

Modo-B - Modo brilho (bidimensional): o mais comum para avaliação geral inicial.

Modo-A - unidimensional (amplitude): representação gráfica simples (picos) a partir do trajeto do US - muito
utilizado para avaliação ocular (pp descolamento de retina), porem de forma geral é raro na vet.

Modo-M - Modo movimento (um tipo de Modo-A): representação gráfica das estruturas moveis no exame US
(válvulas e musculo por exemplo) - descritas na linha de tempo no eixo X.

Doppler colorido: sistema multicolorido de imagem para diferenciar estruturas em movimento, especialmente
fluxo sanguíneo (direção, intensidade, velocidade) - utilizado tanto na cardiologia quanto outras áreas.

Doppler espectral: representação gráfica do movimento em ondas - relacionado a velocidade de fluxo sanguíneo.
3 - Aspectos a serem avaliados:

. Tamanho de órgãos e estruturas.


. Forma
. Contornos
. Posição e topografia
. Número - lesões e estruturas.
. Ecogenicidade
. Ecotextura: parênquima está relacionado a textura.
. Função: peristaltismo, valvas, contrações cardíacas.
. Vascularização: doppler colorido para fluxo sanguíneo e perfusão de órgãos.

4 - Artefatos comuns no US: relacionados aos princípios físicos já discutidos

4.1 - Sombra acústica: linha enegrecida (sem eco) posterior a estruturas mineralizadas (ossos e CEs metálicos) -
ocorre pois são estruturas hiperecogênicas (costelas) e altamente reflexivas: não deixam passar ondas de US região
posterior/profunda a tal estrutura.

PS: muito utilizado no US gestacional - identifica mineralização dos fetos, a qual geralmente ocorre
principalmente no último trimestre.
PS2: pode ocorrer em cálculos urinários e biliares - são altamente ecogênico/reflexiva (resulta em IA maior e
reflexão, com a parte posterior ao cálculo sofrendo sombra acústica).

4.2 - Reforço acústico posterior: intensificação da imagem profundamente/posterior a uma interface liquida
(vesícula biliar, bexiga, cistos) - ocorre, pois, as ondas de US não sofrem atenuação e reflexão no liquido, com
intensificação da imagem posterior (mais ecogênica) em comparação com estruturas vizinhas, mesmo sendo o
mesmo órgão e parênquima (ondas mantem mais energia, já que não sofrem atenuação e reflexão).

(VB)

4.3 - Reverberação acústica: acontece também em estruturas mais reflexivas, porem com aspecto mais
heterogêneo (diferente do caso do anterior) - muito relacionado a presença de gás e alguns tipos de CEs no TGI:
levam ao aprisionamento das ondas, tornando-as altamente reflexivas no interior do lumem desses órgãos,
resultando em falsos ecos e formação mais irregular da imagem.

4.4 - Refração (sombreamento de borda): ocorre nas bordas de estruturas circulares com interface um pouco
mais reflexiva - principal exemplo sendo a vesícula biliar no interior do parênquima hepático: os feixes que
tangenciam a borda sofrem refração (angulação do ângulo, com desvio), fazendo com que a imagem tenha falha de
preenchimento (permanece com sombra enegrecida).
PS: não confundir com falha na parede do órgão (na imagem acima da bexiga a ruptura seria falso
diagnostico - neste caso se tem também efusão peritoneal também, o que também poderia levar a enganos neste
sentido).

4.5 - Artefato de imagem em espelho: muito comum também na vesícula biliar e fígado - interface altamente
reflexiva do diafragma (fígado//pulmão) resulta em grande reflexão das ondas, as quais podem ser refletidas pra
bexiga e devolvidas para o diafragma, seguindo para o equipamento: isto gera uma falsa imagem na parte mais
profunda do diafragma (fígado e VB parecem continuar também depois do limite do diafragma).

PS: o eco demora a retornar pois ricocheteia na VB e diafragma - este tempo de demora é interpretado pelo
aparelho como profundidade, o que leva a tal artefato nesta posição mais profunda.

4.6 - Artefato de lobo lateral: pode acontece em estruturas mais curvas (bexiga, colón, etc) - ocorre reflexão da
onda US lateralmente para as paredes do órgão, o que faz com que o aparelho interprete com imagem mais
ecogênica no interior do lumem do órgão (importante saber porem que esta opacidade não representa sedimentos,
celularidade, conteúdo precipitado, etc).
Aula - Tomografia e ressonância Magnética

1 - Introdução: equipamento de RM é raro na vet (muito caro também) - tomografia 800 a 100 por exame // a RM
custa cerca de 2000 reais o exame.

2 - Tomografia computadorizada: um tipo de exame radiológico (baseado em radiação ionizante).

PS: sala adaptada - com controle de umidade relativa do ar, temperatura (17 a 19º - cuidado na anestesia geral).
PS2: somente o paciente deve ficar na sala durante o exame - feito fotos de vários cortes radiográficos.

Funcionamento:
1ª - Aparelho possui emissor de raio-x e receptor digital - de 3 a 6 emissores no aro (faz giro parcial e avança).
PS: gera de 10 a 30x mais radiação que o RX.
PS2: mais rápida que a RM, porém ainda demorada.
PS3: preset usado de acordo com área do paciente avaliada //regular kilovoltagem pelo tamanho do
paciente.

2ª - Algoritmo (software) pode transformar os cortes transversais montar em seções longitudinais sagitais,
tridimensionais, etc.

PS: ao contraio da radiografia convencional não tem sobreposição de estruturas - é sensível a nuances de
tecidos vizinhos pelo software - para metástase pulmonar por exemplo (RX identifica tumores de 4 a 5mm,
enquanto a TG já visualiza nódulos de 1mm).

3ª - Se usa contraste para radiografia em praticamente toda a TGC - fígado, vasculatura, nódulos: o contraste
é aplicado IV, fazendo com que as estruturas com fluxo sanguíneo maior sejam destacadas na TGC (por exemplo
em nódulos hepáticos e tumores intracranianos).

4ª - A radiação gera respostas no aparelho de acordo com o tecido sendo analisado, o que é determinado
dentro da Escala Hounsfield (de 1000 a -1000).
PS1: não usa msm conceitos da radiologia (radiopacidade e radio transparência) para a escala de escuro a
branco, e sim os termos hiper (claro, com valores mais próximos de 1000) e hipodenso (escuro, com valores mais
próximos de -1000).

PS2: quando 1000 fica branco // quando -1000 preto (ar por exemplo) // meio termo cinza (água por
exemplo, porem nunca presente pura no organismo).

5ª - Também possui processamento pôs aquisição de imagem, feito por computador - mudar escala muda,
retirar valores de densidade da imagem, etc - ajuda a achar alterações sutis.

6ª - Lesões podem alterar os valores da escala no parênquima - ajuda em diagnóstico precoce (mais até mesmo
que do US).

Indicações: para detalhamento de parênquima e alterações vasculares // avaliação de coluna (compressão da


medula, alteração de vertebras, suspeita de hernia de disco na ausência de RM) - muito mais detalhada que o RX.
PS: geralmente requer anestesia geral (apenas sedação em alguns casos).

Processamento - Janelas: software pode ressaltar uma janela (intervalo de HU) na imagem, atribuindo a
representação de tons de cinza especificamente dentro desta janela - a valorização desta escala podendo ajudar a
análise de um tecido em especifico.

Por exemplo se pode realçar a janela óssea para ajudar a identificar osteomielites (mesmo nos casos onde a
alteração não é visível pelo RX)

Ou seja, serve para aumentar a riqueza de cores de um determinado tipo de tecido, permitindo maior nuance.
PS - WW: a largura da janela sendo realçada (demonstrado no equipamento) - calculado pelo início da janela
subtraído do final;

PS - WL (level/centro): centro da janela, sendo 0 caso se utilizar uma janela total (1000 a -1000)
a total, equivalente.

PS: janela óssea na esquerda - não valoriza detalhes tecidos moles, mas melhora dos ossos.
PS2: de tecidos moles no meio - para identificar músculos, câmaras cardíacas, parede toráxica, tecido SC
(mais bem destacados) // porem pulmão sem contraste entre estruturas (brônquios e vasos pulmonares).
PS3: janela para pulmão a direita - desvaloriza tecidos moles (sem contraste entre estruturas do TM), mas
aumenta do pulmão: para identificar para metástase pulmonar por exemplo.

Processamento - Reconstrução de imagem: software pode também usar os cortes transversais obtidos pelo
aparelho em planos medianos, sagitais, dorsais
Exemplos de casos:

Na imagem acima se tem a reconstrução medial da coluna vertebral, mostrando o canal medular (meio) e
espaço subaracnóideo - no caso foi feito via uso de Mielografia - contraste aplicado na cisterna magna, no espaço
subaracnóideo, o qual se espalha banhando região entre meninges e medula.
PS: contrate positivo aparece hiperdenso (na meninge) em relação a medula (hipodenso - escuro).

No caso de hernias a linha de contraste teria sofrido compressão (desvio dorsal e compressão da medula).

Neste caso uma mielografia com RX também seria possível, porem de sensibilidade menor - não se identifica
o lado que o material discal foi projetado para medula (para E ou D), se é de envolvimento local ou vertebras
adjacentes, etc.

Na imagem acima se tem um corte transversal mostrando formação/massa na direita, invadindo parede
lateral do corpo da vertebra, quase chegando no canal vertebral - também poderia não aparecer em um RX //
reparar também no musculo apiaxial ao redor, com densidade parecida ao tumor.

O contraste é aplicado por via IV - por ser muito vascularizado o tumor capta maior quantidade de
contraste que estruturas vizinhas.

Pode-se ainda analisar um ponto da imagem (no caso de 0,179 cm²) para analisar a média de unidade
Hounsfield na área - no caso de 63 (mínimos e máximos 35 a 83) - usado para comparar com áreas vizinhas de
forma quantitativa (avaliação objetiva da densidade do tecido - RX não tem).
Neste caso foi usado janela de tecido mole.

Imagem acima representa um rim sem alteração - foi obtida pela TGC com reconstrução tridimensional do
sistema urinário de um cão, via uso de software - poderia ser útil para identificar casos de ureter ectópico por
exemplo.

O animal foi submetido a uma urografia excretora por contraste - aplicar contraste por IV, que segue para
excreção por via urinaria - filtrado pelo rins, enchendo a pelve renal, ureter, bexiga.

Também se deve selecionar no algoritmo uma janela que valorizar região para ajudar na reconstrução pelo
equipamento.

A reconstrução também pode ser feito com os vasos do animal, via uso de contraste IV - o vaso se enche
com ele e o equipamento lê qual a densidade dentro destes, usando software para eliminar os outros valores fora
da densidade do contraste: bastante útil para identificar shunt porto sistêmico extra hepático por exemplo (mais
comum sendo o portocaval), facilitando ver a alteração e planejar cirurgia por uma TGC de rotina e US.

Casos de Shunts porto ázigus tem alterações mais difíceis para avaliação - alteração de vasos esplênicos,
trajetos dos vasos, se único ou múltiplos, etc - as reconstruções também sendo interessantes para tais casos.

Na imagem acima se tem uma angiotomografia de um cão com desvio portossistêmico - feito via aplicação
de contraste IV e realização de tomografia após alguns instantes.

Na imagem se visualiza estomago com gases em seu lumem, além dos pregueamentos da parede do
estomago (superior e esquerda) // pulmão aparece com poucos detalhes, já que a janela usada é de tecidos moles
(presente no canto superior E e D) // aorta medial e dorsal na imagem // gradil costal ao redor em vários pontos, na
periferia da circunferência // na lateral direita se tem o fígado (um pouco reduzido no caso) e algumas alças
intestinais abaixo deste.
Quanto ao fígado, é possível visualizar o trajeto vascular pelo contraste, o qual evidencia uma
comunicação anormal entre veia porta e veia cava caudal (VCCd) via vaso anômalo (VA) - esta comunicação
impede ou diminui o fluxo de nutrientes para o parênquima hepático pela porta, não passando pelos canalículos e
capilares sinusoidais para metabolização hepática.
PS: animal com quadro de shunt portossistêmico inclui encefalopatia hepática, hipoproteinemia
(albumina), etc.

O uso de US e doppler também poderia detectar tal alteração, porem com menos detalhes (especialmente
nos casos mais difíceis, pode até mesmo não ser visível no US).

Na imagem acima um cão com um nódulo hepático sendo evidenciado após uso de contraste (preenche
também a aorta e veia cava caudal - VCCd) - o parênquima hepático tende a captar mais contraste e se tornar
hiperdenso (mais claro), porem neste caso se identifica também uma área levemente mais hipodensa (pode ser
comparado numericamente entre pontos via escala de Hounsfield): esta área podendo representar alterações
diversas (pode ser necrose, nódulo menos denso, alteração do parênquimas, etc).

A identificação da área de alteração da densidade pode ser utilizada para guiar biopsia (por TGC ou US).

Comparação da TGC de crânio de cão com e sem contraste - no segundo caso é visível uma massa encefálica
no lado mais esquerdo da imagem: por ser hipercaptante o tumor fica hiperdenso (mais claro) após administração
de contraste por via IV.
PS: as massas podem ser tanto hipo quanto hiperdensas em comparação com parênquima - caso não
tenha alteração de densidade pode-se ainda lançar mão de outros exames como RM e US com elastografia
(compressão de tecidos é detectada pelas ondas de UUS - caso mais rígidos).
PS2: notar que mesmo sendo um tumor grande, ainda assim não foi evidenciado na TGC convencional.
Acima um equino com lesão de cartilagem articular em uma artrografia - exame requer equipamento
adaptado, com mesa que suporte o peso do animal (raro, porem existe).

A artografia é feita com contraste, no caso analisando articulação metacarpofalangeana - o contraste é


aplicado dentro da articulação, preenchendo o espaço entre cartilagens (que são hipodensas) e tornando o meio
hiperdenso.

Do lado esquerdo (A) se tem o membro não afetado // no direito (B) o membro acometido - no segundo é
possível visualizar o contraste entrando em contato com o osso subcondral da falange proximal, já que não existe
cartilagem para impedir tal fluxo (indica desgaste da cartilagem).

PS: nos casos de articulações e cartilagem a RM é mais sensível (não aparece tão bem na tomografia).
PS2: no uso de RM não é preciso aplicação de contraste - considerado método de eleição.

3 - Ressonância magnética: método mais complexo e mais caro (equipamento custa no mínimo 3 milhões) - ao
contrário do RX e TGC não utiliza radiação ionizante*.

Recomendações: padrão ouro pra avaliar encéfalo, musculo, cartilagem e medula óssea // tecido mole de
locomotor de forma geral, porem para tecido ósseo a tomografia é melhor.

Parênquima e lesões discretas também são bem avaliadas no RM.

Funcionamento: em resumo a RM percebe a interferência do campo magnético e pulsos de radiofrequência sobre


átomos de hidrogênio de diferentes tecidos e estruturas do organismo - animais com próteses e placas não podem
fazer RM (interfere com teste).

1ª - Bobina cria um campo magnético em torno do paciente // outra peça emite pulsos de radiofrequência
(ondas EM).

2ª - Animal deve ficar completamente imóvel (mais que na TGC) - sempre feito junto a anestesia (sedação em
humanos) - por cerca de 2 a 3m, dependendo da área // mais ruido.

3ª - Devido ao campo magnético os átomos de hidrogênio tem seus prótons alinhados a uma mesma direção.

PS: hidrogênio é o átomo mais simples e abundante no nosso organismo - possui apenas 1 próton no núcleo.

PS2: a somatória de momento magnético do hidrogênio normalmente seria zero.


4ª - Pulsos de próton radiofrequência (RF) excitam átomos de hidrogênio, fazendo que ocorra inversão de
direção destes - se alinham com o plano transversal (90º em relação com o campo magnético) ao invés do
longitudinal.
PS: pulso de radiofrequência de 90º geralmente é o mais utilizado na rotina, porem existem outros tipos -
de inversão (180º) por exemplo.

5ª - Em seguida os pulsos RF são desligados - o equipamento mensura o tempo que demora para que os
átomos de hidrogênio voltem para a posição normal (de relaxamento), guiada apenas pelo campo magnético.

(a) Em tecidos com muita água (e muito hidrogênio), demora mais para voltarem para posição normal -
tecidos com pouca água retornam mais rápido estado equilíbrio: no caso de tempo de relaxamento curto a imagem
fica mais intensa (hiperintensa) // nas mais demoradas, com mais hidrogênio, a imagem fica hipointensa.

(gordura bastante hiperintensa)

(b) Leitura também pode ser feita em diferente janelas - ponderada em T1 (tempo de relaxamento), T2
(tempo de decaimento - até voltar ao normal?).
(próton e elétron, sem vetor de momento magnético na soma dos átomos incialmente)

PS: mesmo após orientados - ainda fazem movimento (circular - de spin).

PS2: átomos sendo alinhados pelo campo da bobina // vetores retornando a posição de relaxamento após
parada do pulso RF (átomos voltam a alinhar ao eixo magnético alinhado a bobina aos poucos, com movimentos
circulares).
Modo T1 e T2 // Flair; PD e GRE:

(a) Ponderado em T1: massa branca do cérebro fica branca // massa branca fica cinza // ventrículos ficam
bastante hipointensos (escuro) devido ao liquido, assim como as meninges banhadas pelo liquido - de forma geral
os tecidos com mais água ficam menos intensos (mais escuros).
PS: demora mais a retornar (hidrogênio) >> hipointensa >> imagem escura.

(b) Ponderado em T2 (decaimento): quão rápido começa voltar ao normal (equilíbrio) após a retirada do
pulso de RF - neste caso é o contrário: tecidos ricos em hidrogênio (água) se movem mais rápido para retornar ao
equilíbrio, portanto sendo mais claros (hiperintensos).
PS: massa branca fica escura (menos intensa).

PS: a esquerda uma tomografia sem uso de contraste para comparação - nos da RM também não foi utilizado
contraste, porem com resultados infinitamente melhores.

(de crânio e encéfalo)


Exemplos práticos:

(tampem dá para fazer reconstrução a partir de cortes transversais)

Uma das principais recomendações da RM é a avaliação de lesões na coluna, o que pode ser feito sem uso de
contraste (não existe mieloressonancia, apesar da aplicação de contraste IV ser usada em alguns casos para RM).

Na imagem acima, na da esquerda se tem uma RM de uma coluna normal - linha branca da meninge sem
descontinuidades, com o disco intervertebral também bem marcado e hiperintenso (bem hidratado).

Na imagem do meio o disco está degenerado, e por tanto escurecido (quase não visível) - desidratado ou
parcialmente hidratado - o osso se mantem acinzentado, já que não possui alterações: neste caso o animal muito
provavelmente já apresenta alteração deambulatória, dor a palpação coluna e perda de propriocepção devido a
protusa o de disco intervertebral.

Na imagem mais à direita se tem um caso mais avançado, sem disco (rompeu e projetou pra medula) e com
lesão na medula - quadro neurológico mais avançado e prognostico mais reservado.

Na imagem acima (letra A) é visível várias áreas de degeneração de disco e compressão de medula, típico de
doença de Hansen tipo II (crônica) - neste caso em um RX possivelmente só seria visível no máximo o
estreitamento de espaço interververtebral (pouco sensível).
A imagem B é típica de doença de Hansen tipo I (protrusão mais grave, porem de apenas um disco,
geralmente relacionado a traumas).

Acima uma RM da articulação de um animal, sem uso de contraste (não é necessário) - nela é possível o
coxim de poso infrapatelar (hiperintensa); liquido sinovial (hipointenso - preto); tendão; patela; trabeculação;
linha epifisária; etc - se trata de um exame de auto detalhamento para tipo de estrutura.

Por fim uma imagem de RM sem contraste do crânio de um cão (esquerda), em comparação a com uso de
contraste (a direita) - apesar da RM ser padrão ouro para a região, o uso de contraste ainda pode ser útil para
algumas situações específicas: neste caso o contraste é do tipo gadolínio (não iodado, como no caso da tomografia),
que atua por ser um átomo que gera grande interferência no campo magnético gerado pela RM.

O uso de contraste realça uma área hipercaptante (hiperintensa), indicativa de alteração/lesão.


Vídeos - US membro distal equino -

Marcador na lateral (convenção) no transversal

Longitudinal: se na direita >> virar antirelogio, >> marcador na parte proximal da imagem.

(geralmente marcador fica virado pra cabeça do paciente)


Interpretação radiográfica e Ultrassonográfica do sistema Musculoesquelético

1 - Introdução - Avaliação sistema musculoesquelético: inclui ossos, articulações, músculos e tendões, cartilagem
articular, ligamentos, liquido sinovial e vasos que irrigam estruturas - diversas afecções são comuns na rotina da
clínica de pequenos animais, muitas vezes sendo causadas por traumatismos, doenças degenerativas, doenças
inflamatórias e alterações de desenvolvimento.

Exemplos: fraturas, luxações, DCF (em cães), tendinites e tendosinovites (em equinos), artroses e artrites
(doenças articulares degenerativas), neoplasias, dentre outras...

Indicações para exame de imagem do sistema musculoesquelético: diversas, sendo que variam com espécie e
predisposição racial

I. Histórico de trauma
II. Claudicação: queixa principal observação no EF.
III. Dor na manipulação ou movimentação das articulações.
IV. Aumento de volume; deformidade.
V. Anormalidade de movimento ósseo e articulares: acompanhado ou não de crepitação.
VI. Para acompanhamento de tratamento ortopédico (reavaliações).

Indicações preventivas: por exemplo, em equinos na aquisição dos animais (triagem), especialmente nos
destinados a esportivas atividades // usado antes do acasalamento antes (cães, gatos equinos) como forma de
triagem para descarte de animais com doenças ósseas e articulares hereditárias.

Disponibilidade: ocorreu avanço e disponibilidade na veterinária, porem a ênfase do uso de diagnóstico por
imagem ainda sendo por radiologia e US.

I. Radiologia: vital em ossos e articulações.


II. Ultrassonografia: pp para avaliar o locomotor - destaque na avaliação de tecidos moles (como tendões e
ligamentos).

III. Tomografia computadorizada: pp para avaliar doenças de disco vertebral.


IV. Ressonância magnética: ótimo para avaliar cartilagem articular e ligamentos.
V. Artroscopia: exame minimamente invasivo, para avaliar cartilagem articular e outras estruturas intra-
articulares.
VI. Termografia: pode ser um exame complementar importante

2 - Interpretação Radiográfica:

Aparência normal e desenvolvimento ósseo: importante saber identificar e diferenciar - o RX permite avaliar e
acompanhar o desenvolvimento, além de também identificar desordens comuns (Osteodistrofia e não união do
processo ancôneo).
(desenvolvimento ósseo)

Importante conhecer etapas e cronologia (idade em que ocorrem transformações) do desenvolvimento para
não errar na interpretação - na imagem acima, um joelho normal de cão jovem, acompanhando as diferentes
etapas de formação e desenvolvimento ósseo: no início moldes de cartilagem radiotransparentes e alguns centros
de ossificação, que são formados na medida do desenvolvimento.

Acima também demonstrando a aparência radiográfica normal de ossos e articulações, no caso sobre a
importância de identificar diferentes regiões dos ossos.

Imagem a esquerda: projeção médiolateral de tarso de cão com LdC em destaque - a placa epifisária (de
crescimento) ainda está aberta, indicando que o animal ainda se encontra em fase final de desenvolvimento: com o
desenvolvimento remanesce apenas a cicatriz epifisária, que desaparecendo com o decorrer do tempo.

Imagem a direita: vista craniocaudal de um fêmur, destacando as epífises proximais e distais, além da
diáfise (longa) - visível também a diferença entre osso compacto (na periferia - mais radiopaco) e esponjoso (na
cavidade medular e trabéculas - de menor radiopacidade).
Detalhe das trabeculacões óssea - radiotransparentes, com suas lacunas preenchidas por medula óssea
(substituída por tecido adiposo em animais mais velhos): algumas alterações e doenças podem levar a perda
do padrão de trabeculação, com aspecto mais grosseiro (por exemplo na panosteíte canina, que afeta
principalmente animais em desenvolvimento, em especial da raça pastor alemão - geralmente entre 5 e 18 meses).

Imagem acima exemplifica como algumas estruturas de tecido mole não aparecem no RX convencional - na
imagem a esquerda uma projeção médiolateral da articulação escapulo humeral.

Na do meio um esquema com representação de tendões, ligamentos e capsula articular - importante saber a
localização de tais estruturas, de tal forma a tentar identificar alterações secundárias na radiografia: por exemplo
mineralização nos trajetos das estruturas // mobilidade anormal das articulações (indicativo de ruptura de
ligamento ou lesão de capsula articular).

Projeções neutras (membro em relaxamento): para avaliar ossos e articulação quase sempre é necessário (no
mínimo) 2 projeções radiográficas ortogonais (com ângulo de 90º entre elas);

Na imagem acima uma projeção médiolateral (a esquerda) e uma craniocaudal (no meio) da tíbia, gerando em
sua união a possibilidade de avaliação tridimensional das estruturas e seus contornos.
Em alguns casos (principalmente para cotovelos dos cães e avaliação das articulações em equinos - carpo por
exemplo) são necessárias ainda projeções complementares, como por exemplo as obliquas: combinação entre
craniolateral/caudomedial com uso de ângulo oblíquo (na imagem da direita, um ângulo obliquo do cotovelo).
PS: muito usado em equinos - principalmente para avaliar estruturas em locais com muita sobreposição
óssea (carpo e tarso por exemplo).

As projeções tangenciais (skyline) também são uteis: tangencias estruturas ósseas e articulações - diferente de
obliqua?

Para a avaliação completa de uma articulação pode ser requirido entre 2 e 6 radiografias, dependo do caso.

Posicionamento do aparelho de raio-x e chassi com filme para imagem lateromedial da distal do membro
toráxico // ilustrações projeções para carpo (complementar a dorsopalmar e lateromedial) // a direita o uso de
mais de um tipo de skyline (primeira e segunda fileiras dos ossos do carpo).

PS1: complementar vários projeções quando em alterações sutis e em locais de muita sobreposição óssea.
PS2: se avaliar diferentes estruturas com mínima mudança do posicionamento.

Projeções dinâmicas (sobre stress): demostra instabilidade articular.

Na imagem a esquerda, uma projeção médiolateral do membro direito, onde mesmo na projeção neutra já
pode se visualizar efusão articular e compressão do coxim adiposo infrapatelar, com aumento da radiopacidade no
interior da articulação do joelho direito.
Na direita é feito o teste de compressão tibial (evidencia ruptura de ligamento cruzado cranial), onde se
percebe claro avanço cranial da tíbia em relação ao fêmur - confirma suspeita (mesmo que o ligamento não
apareça na radiografia).

Na esquerda e superior mostrando o posicionamento convencional para avaliar DCF em cães - decúbito
dorsal, com membros estendidos e paralelos.

Na inferior esquerda o método distrator articular (pennhip) para diagnóstico precoce de DCF, pelo cálculo do
índice de distração (distanciamento da cabeça do fêmur do centro imaginário do acetábulo, sendo este
representativo da lassidão articular).

Na direita outras projeções dinâmicas, mediolaterais, para avaliação do carpo - feitas com torção, tração e
compressão com haste (avalia estabilidade).

Principais achados radiográficos nas afecções osteoarticulares: procurar nas radiografias do locomotor:

(a) Alterações de radiopacidade (densidade mineral das estruturas ósseas e adjacentes).


(b) Alterações de contorno (superfície articular ou óssea)
(c) Perda de continuidade óssea (tipicamente nas fraturas)
(d) Incongruência da articulação: percebidos nas sub-luxações e luxações.

Interpretação radiográfica - Alterações de radiopacidade: podem ocorrer em respostas a injurias ósseas, estas
com diferentes causas e naturezas.

Podem resultar em redução da radiopacidade, tornando a estrutura mais radiotransparentes - é classificada


ainda em osteopenia (se generalizada) ou osteólise (de focal e localizada).

Ou ainda pode ocorrer o contrário, com o aumento da radiopacidade (mais branca), o que é denominado
esclerose.
Na imagem a esquerda uma projeção médiolateral da articulação úmero-radio-ulnar em cão (cotovelo) - na
primeira imagem se nota aumento de RO (radiopacidade) na região dos côndilos umerais, próximo a articulação
entre o rádio e ulna // na segunda imagem se tem o contrário, com perda de RO na parte distal do úmero (áreas de
osteólise, com perda de RO na cortical dos ossos).

Os casos de osteopenia podem ser tão avançados/intensos a ponto de gerar reabsorção óssea completa - na
imagem acima uma projeção obliqua da face de um cão, com região rostral da maxila e mandíbula completamente
absorvidas (sem RO mineral características): no caso foi decorrente de hiperparatireoidismo secundário a doença
renal.
Notar na imagem também a fratura patológica da mandíbula (além do pino IM e fio de cerclagem).

Na esquerda uma projeção lateral da coluna lombo-sacral de um gato - visível osteólise importante no sacro,
no caso em especifico em uma gato com plasmocitoma.

Na direita uma radiografia obliqua da região metacarpo-falangiana de um equino com osteólise no


sesamoide proximal.
Acima uma projeção ML em um caso de esclerose (aumento de RO óssea) na cavidade medular do rádio, ulna
e tíbia - quadro típico de panosteíte (pode resultar em esclerose e perda de padrão de trabeculação normal dos
ossos).

Interpretação radiográfica - Avaliação do contorno e superfícies articulares: pode-se encontrar diferentes


achados, dependendo da afecção óssea e articular.

I. Erosão do osso subcondral: perda de RO na superfície óssea abaixo da cartilagem articular.

II. Osteófitos e entesófitos: pontos de mineralização próximo as articulações, superfícies ósseas e contorno de
tendões - osteofitos são pontos livres na articulação, enquanto entesófitos ocorrem como mineralização no trajeto
de tendão ou ligamento (tecido mole mineraliza após diversas agreções, de tal forma a evitar ruptura/lesão).
PS: diferenciação entre os 2 depende do conhecimento da anatomia.

III. Reação periosteal: produção de osso pelo periósteo em resposta a diferentes estímulos e injurias ósseas.
IV. Destruição óssea: perda grande dos contornos e alterações destes.

Acima um paciente com discoespondilite entre L3 e L4 - visível redução do espaço inter vertebral (EIV),
áreas de erosão e esclerose e irregularidade do contorno caudal/cranial das vértebras.
Acima uma osteocondrite dissecante (erosão do osso subcondral) em um cão - tipicamente ocorre na face
caudal da cabeça do úmero: na seta um defeito radiotransparente na superfície caudal da cabeça, indicando
desgaste do osso abaixo da cartilagem articular (apesar de não aparecer na radiografia, a cartilagem certamente
está desgastada e sendo lesada a muito tempo, visto que apresenta lesão secundaria avançada).

PS: lesão no osso é identificável no RX de semanas a meses após início do problema na cartilagem da
articulação - RX não é precoce para a situação.
PS2: disco epifisário visível na imagem (radiotransparente) - indica animal jovem.

Acima um caso de espondilose deformante (alteração de contorno bastante comum em coluna vertebral) -
perceba as neoformações ósseas na margem ventro-lateral dos copos das vertebras, mimetizando forma de bico de
papagaio // comumente também acompanhado de esclerose óssea e redução dos EIVs (menos nítido na imagem).
Na esquerda projeção crânio-proximal // crânio-distal do cabeça do úmero (skyline/tangencial?) - na seta
branca é visível mineralização no trajeto do bíceps (sulco bicipital); na seta preta um osteofito (solto); e na cabeça
de seta uma área de esclerose na região do sulco bicipital.

Na imagem da direita uma projeção ML da mesma articulação, indicando aumento de RO na região do


sulco bicipital, provavelmente indicativa de tendinite crônica do bíceps.

Na esquerda outro osteofito na seta (projeção médiolateral da articulação do ombro de cão), visto que não
ocorrem tendões ou ligamentos na região - pode ter ocorrido como fragmento de cartilagem articular que
desprendeu e sofreu mineralização, ou ainda vir de superfície óssea desprendida (por erosão avançada)

Na esquerda, projeção lateromedial de equino, na extremidade distal do membro - visível um entesófito na


seta (ponto de inserção de estruturas extensoras no membro do equino, por exemplo o ramo extensor do
ligamento suspensório): geralmente decorrente de tendões e ligamentos submetidos a stress continuo e prolongado.

Na direita projeção lateromedial da articulação metacarpofalangeana, com osteófito visível (provavelmente


fragmento da região proximal da falange proximal).
Acima um caso de lise óssea com reação periosteal (outro tipo de alteração de contorno ósseo) - no caso o
paciente canino possui osteosarcoma na epífise distal do fêmur: apresenta grande área de lise e destruição óssea
(seta preta), além de reação periostial adjacente a lesão (seta branca na face cranial do fêmur, com neoformação
óssea na superfície do osso pelo periósteo em resposta a injurias - geralmente ocorrem nos casos de neoplasias e
osteomielites).
PS: a reação periostial pode ocorrer em diversos tipos - forma de paliçada; triângulo de Codman, reação
periostial em explosão solar (grande e exuberante), etc.
PS2: no caso o animal apresentava também doença metastática pulmonar em estado avançado -
osteosarcoma fez metástase.

Acima um quadro de reação periostial, porem relacionado a osteomielite - visível esclerose óssea marcada
(tíbia com RO muito maior que o do fêmur - projeção médiolateral), em um caso de paciente com osteomielite na
tíbia // visível também alteração de contorno osso com reação periostial exuberante (gera mineralização de tecidos
moles ao redor do osso).

PS: alteração pode ocorrer tanto em afecções de benignas quanto malignas - necessário biopsia óssea para
diferenciar (osteosarcoma com osteomielite - em caso inicial não é possível diferenciar apenas com radiografia,
porem pode direcionar suspeitas).
Interpretação radiográfica - Deformidades e más-formações ósseas: alterações de contorno em relação ao
esperado para a estrutura óssea (por exemplo hemivértebras/vértebras transicionais).

Na esquerda projeção ventro-dorsal da coluna vertebral de um buldog francês - visível uma hemivértebra na
transição da coluna toráxica para lombar (T13 - com formato de cunha), geralmente sem significado clinico pra
raça.

Na direita uma má formação óssea, já com apresentação clínica (dogue alemão com síndrome de wobbler -
mielopatia cervical) - na radiografia evidenciado alteração de conformação do processo espinhoso do axis (segunda
vertebra cervical se fundindo com o processo espinhoso da terceira vertebra).

Interpretação radiográfica - Perda de continuidade óssea: tipicamente é indicativo de fraturas - saber reconhecer
estas e classificar (influência na decisão cirúrgica).

(a) Se fechada ou aberta


(b) Completa ou incompleta: completa envolve toda cortical do osso - 2 ou mais fragmentos.
(c) Simples ou cominutiva: com 1 linha de fratura e resulta em separação em 2 fragmentos ósseos // com
vários fragmentos e esquírolas ósseas).

(d) Transversal, oblíqua ou espiralada: quanto ao formato da linha de fratura.

(e) Diafisária ou epifisária (Salter Harris): região do osso acometida - segunda com classificação adicional de
Salter.

(f) Avulsiva ou impactada: primeira resulta no arrancamento de superfície óssea // segunda são compressivas,
onde compressão dos ossos resultante na fratura (muito comum em coluna vertebral e nas quedas nos ossos
longos).

(g) Patológica ou por estresse: doença de base leva a fragilidade óssea // stress relacionado a trauma/esforço
repetitivo.
Forame nutrício / centros de ossificação

Importante não confundir estruturas normais com fraturas - não confundir - por exemplo forame nutrício
com fratura incompleta (seta azul - animal jovem tem FN bem evidente, na região do rádio) // não confundir
centros de ossificação nos animais jovens e placa de crescimento normal com focos de fratura (nos 2 casos a
comparação com membro contralateral ou livros de anatomia radiográfica ajuda);
Acima uma fratura incompleta (também chamadas de fissuras - atinge apenas uma cortical) - na esquerda
uma incompleta transversal // na direita uma incompleta em galho verde (comum em animais jovens).

Acima uma projeção dorso-plantar mostrando fratura obliqua completa do terço distal da diáfise dos
metatarsos 2 e 4 (com bom alinhamento entre os fragmentos ossos) - a descrição ajuda o clínico e cirurgião a
direcionar a intervenção para tratamento.
PS: linha de fratura ocorre como uma linha radiotransparente.
Fratura transversa completa de metacarpo III em equino com desalinhamento ósseo evidente, com visão
dorso-palmar (esquerda) // a direita é possível visualizar como a LdF obliqua afeta a divisão da linha epifisária
(animal jovem - pode ser classificada como de Salter Haris tipo III).

Imagem a esquerda um RX lateral da coluna vertebral - fratura completa na ponta da seta, na região ventro-
caudal do copo da vertebra C3 (porem dependendo do tipo de fratura fica difícil visualizar pelo RX - TGC
importante nestes casos).

Na direita uma em osso navicular (sesamoide distal) de equino - é o tipo de lesão comum na síndrome do
navicular em equinos.

RX de fratura de sesamoide proximal em equino - na esquerda uma projeção lateromedial da região


metacarpo-falangenana, com linha de fratura visível // a direita uma projeção obliqua (dorsolateral/palmo-
medial) com linha de fratura evidente (cabeça de seta) e fragmentos de mineralização adjacentes (setas menores -
fragmentos da fratura ou osteófitos).
Caso de fratura múltiplas, no caso de um cão atropelado (politraumatismo) - nestes casos investigar também
quanto a integridade da bexiga (por US por exemplo).

Acima a análise de um calo ósseo (importante no acompanhamento de radiografias em tratamentos


ortopédicos) - na imagem se visualiza um calo osso evidente na tíbia (cortical mais espessa e com esclerose), o qual
se formou com cerca de 45 dias após estabilização de fratura.

PS: é indicativo de qualidade na posição dos fragmentos? - se deve analisar no pós-operatório imediato de
uma cirurgia ortopédica a estabilidade da fixação ortopédica // avaliar a consolidação óssea com o decorrer do
tempo (se pode ou não remover a fixação - se tem calo ósseo evidente, etc).

PS2: se recomenda usar radiografias seriadas no pôs e acompanhamento do tratamento.

Interpretação radiográfica - Incongruência da articulação (sub-luxações e luxações): avaliar se existe


incongruência da articulações, desde luxação (perda completa de contato das estruturas e superfícies articulares)
a subluxação (ainda com algum contato).
Na imagem acima uma luxação intervertebral (processos articulares das vértebras não tem mais contato
entre si, inclusive corpo das vertebras não tem contato entre superfícies articulares) - foi feito com mieolografia no
paciente: gera linhas de contraste na região da coluna no canal medular, sendo que interrupção da passagem do
contraste em direção ao seguimento lombar são indicativos de luxação.

Na esquerda uma luxação úmero-radio-ulnar (de cotovelo) em projeção médiolateral em cão - ocorreu perda
completa de contato entre as estruturas articulares.
Na direita uma luxação escapulo-umeral do membro de um cão - projeção caudocranial nos membros.

Importante usar o RX em luxações e reduções para acompanhar se mantem estabilidade após ataduras e
reposicionamento das articulações.

Na esquerda uma projeção ventro-dorsal da pelve - visível uma luxação coxofemoral, muito comum em
pacientes com DCF: é observável a perda de contato entre cabeça do fêmur e acetábulo (comparar com a
articulação a esquerda).
PS: cabeça do fêmur está dorsal ao acetábulo.

Na direita outro quadro típico em pequenos animais, pp os de pequeno porte (luxação medial de patela
bilateral) - normalmente ocorre sobre suco troclear do fêmur, sendo deslocada medialmente (tíbia tem
tuberosidade bastante curva, com angulação medial, o que está entre os fatores predisponentes para a situação).
PS: também sofre influência hereditária.

3 - Interpretação Ultrassonográfica: indicado principalmente para avaliar tecidos moles (em especial para avaliar
tendões e ligamentos flexores dos equinos), além de superfícies ósseas irregulares.

PS: fazer comparativo com membro contralateral sempre que possível.


PS2: exame dinâmico, em tempo real - pode se mover e testar diferentes ângulos para complementar a avalição
do locomotor.

I. Avanço tecnológico e aumento da resolução dos equipamentos permite melhor avaliação de algumas
estruturas articulares e periarticulares atualmente.

II. Geralmente são usados transdutores de alta frequência (acima de 10,0 mhz) - gera maior resolução, sendo
que as estruturas geralmente são mais superficiais.

III. Pode se usar transdutores lineares, setoriais ou microconvexo (depende da articulação avaliada).
IV. Geralmente são usados “stand-off pad”: borracha envolvendo o transdutor linear na imagem abaixo - ajuda
a melhorar o contato com superfície óssea (geralmente irregulares) e manter distanciamento da pele: com isto
melhora avaliação de estruturas muito superficiais.

V. Principal indicação para tendões e ligamentos da superfície flexora dos membros dos equinos (na região do
boleto na imagem) // abaixo a representação esquemática das estruturas: tendão flexor digital superficial, flexor
digital profundo, ligamento acessório, suspensório do boleto.
PS: alteração de ecogenicidade - aumento sugere fibrose // redução pode indicar edema ou até mesmo indícios
de ruptura.
PS2: mensurar tendões (avaliar se existe espessamento) e realizar movimentar membro (avaliar aderências no
tendões) - avaliação é importante nas suspeitas de tendinites e desmites.

VI. A direita uma das principais aplicações em pequenos (US do ombro) - limitada, porem permite avaliar
tendão do bíceps nos casos de suspeita de tendinite.
PS: outras articulações tem espaço intra-articular muito pequeno, limitando bastante a avalição;

Na parte esquerda a avaliação do tendão do bíceps , com cortes longitudinais e transversais - na parte
superior o ligamento e na inferior o tendão.

A da direita faz a comparação de um tendão normal (acima) e de paciente com tendinite de bíceps (inferior) -
na seta indicando BT pode se visualizar grande quantidade de conteúdo anecoico na bainha do tendão (indicativo
de inflamação e efusão ao redor do tendão); além de áreas hiperecoicas dentro do tendão (pode indicar edema ou
indício de ruptura de fibras).
Acima mostrando como o US pode complementar o RX (mostra radiopacidade aumentada região do sulco
bicipital) - o US evidencia espessamento do tendão, presença de distensão da bainha por liquido e até msm
entesófitos (áreas hiperecoicas na inferior direita, indicando superfície mais irregular do osso com entesófitos).

Caso não se tenha a ressonância magnética para avaliar meniscos, ligamentos e estruturas do joelho, o US
pode ser usado como alternativa - superfície óssea do menisco pode indicar indícios de lesão.
PS: porem na suspeita de ruptura de ligamento cruzado cranial o RX com compressão tibial tem maior
sensibilidade para diagnostico.

Acima é visível alterações no tendão de um equinos - tendão flexor digital superficial (seta com área
hipoecoica) pode ser indicio de ponto de edema, cisto ou hematoma (área focal de lesão).

Na imagem do meio é visualizado uma área de edema maior (área hipoecoica) no tendão flexor digital
superficial, podendo indicar lesão grave (pode estar propenso a rupturas) - útil para determinar o prognostico (se
deve manter em repouso, etc).

Na da direita está sendo realizado a mensuração do diâmetro do tendão flexor digital profundo - neste caso
espessado.

4 - Interpretação - Tomografia computadorizada: pode ser importante para avalição de alteração de coluna
vertebral e cranianas - útil para avaliar fraturas no esqueleto axial (crânio, vertebra - gera mais detalhes e remove
superposição de estruturas, podendo ser útil em alguns casos).
Na imagem acima a reconstrução tridimensional permiti identificar más-formações cranianas (várias áreas sem
formação óssea na calota craniana) // neste caso o animal apresentava também espinha bífida.

Acima uma TGC da coluna identificando massa hipodensa na região lateral a L1, com invasão ao canal medular
(compressão gerando alteração neurológica) - neste o caso o RX poderia ser normal mesmo com a alteração.

5 - Interpretação - Ressonância magnética: o melhor método não invasivo para avaliar cartilagem articular - para
evidenciar ruptura de ligamentos, lesões em capsulas articular e lesões em tecido mole mais sutis.

(edema caracterizado por região hipointensa - edema estando associado a ruptura e lesões)
Na imagem - coxim adiposo infrapatelar hiperintenso (cranial a seta indicando região do ligamento cruzado
cranial, em uma paciente com ruptura).

6 - Termografia:

(em cães)

Observar diferença no gradiente temperatura entre carpo do membro acometido e saudável - pode ser usado
como triagem para outros métodos de imagem e exame físico.

7 - Artroscopia: permite visualização direta e até msm intervenção terapêutica em diferentes afecções articulares -
é minimamente invasivo e de amplo uso (por exemplo na osteocondrite dissecante), porem limitado quanto ao
custo e tamanho da articulação (particularmente no caso de pequenos animais // em equinos não é limitado neste
quesito).

Remoção de fragmento de cartilagem (flap que se desprendeu) - pode ser feito ainda curetagem, lavagem, etc
(várias intervenção).
Radiologia e Ultrassonografia torácica em Medicina Veterinária

1 - Introdução:

Função: reconhecimento das estruturas anatômicas e suas alterações

I. Ocorreram avanços no diagnóstico por imagem e equipamentos mais acessíveis - radiologia computadorizada
ou digital, ECG e TGC são mais comumente usadas na veterinária atualmente.
II. Os exames de imagem representam importante ferramenta auxiliar na avaliação do tórax em medicina
veterinária

Técnicas radiográficas
• Radiografia convencional
• Tomografia computadorizada

Técnicas ultrassonográficas
• Ultrassonografia convencional: avalia estruturas toráxicas como todo
• Ecodopplercardiografia: mais para a cardiologia.

Objetivos:
Geral: reconhecer as estruturas anatômicas do tórax dos animais domésticos e suas principais alterações por
meio dos métodos radiográficos e ultrassonográficos

Específicos: sumarizar as principais indicações clínicas para solicitação de exames de imagem do tórax //
demonstrar a aplicabilidade das técnicas de radiografia e ultrassonografia na rotina da medicina veterinária //
interpretar imagens radiográficas e ultrassonográficas do tórax em animais.

Aplicabilidade na Medicina Veterinária

(a) Cães e Gatos: radiologia e ecocardiografia são amplamente utilizadas na rotina de clínica médica // US tem
sido explorada para avaliar pulmão, parede toráxica e espaço pleural.

(b) Equino: limitações, porém poderia ser mais explorado na rotina - radiografia geralmente mais usada potro
(limitado pelo equipamento) // US e ECG tem sido utilizadas.

(c) Selvagens: utilização crescente em pets exóticos

Indicações para exame de imagem do tórax


- SC de tosse
- Engasgo
- Dispneia
- Indefinição de sopro cardíaco no EF
- Ruídos pulmonares na ausculta.
- Intolerância ao exercício na anamnese.
- Síncope
- Traumatismos
- Pesquisa de metástases: avaliações complementares em cadelas e gatas com tumores mamários por exemplo.
(RX e US na triagem - se complementam // outros para ara investigação adicional)

Posicionamentos radiográficos mais comuns:

(a) Projeção lateral (latero-lateral): idealmente um pouco mais da cervical (avaliar traqueia) até o limite da
linha diafragmática e cervical.

(b) Posição ortogonal (em 90º em relação a primeira): ventrodorsal com uso de calha para construção 3D da
imagem (junto a anterior) - visível a caixa toráxica, pulmão, coração.
PS: externo e coluna verte devem estar alinhados e sobrepostos (posicionamento certo), com hemitórax
simétricos - facilita avaliar contorno cardíaco.
Estruturas torácicas a serem avaliadas:
I. Traqueia: da parte cervical a terminal (na região da carina).
II. Esôfago
III. Parede torácica (costelas, esterno e limite dorsal - pela coluna vertebral).
IV. Diafragma
V. Mediastino
VII. Espaço pleural
VIII. Coração e vasos
IX. Vasos pulmonares
X. Pulmão e lobos.

(sobreposição de estruturas é uma das limitações do RX)

( https://vetmed.illinois.edu/imaging_anatomy/canine/thorax/ex01/thorax01.html )

2 - Traqueia: melhor avaliada pela radiografia que pelo US - normalmente feito em projeção lateral (ventrodorsal
bastante limitada pela sobreposição, inclusive da coluna vertebral).
PS: iniciar avaliação durante a inspiração (mais comum ocorrer colapso), podendo sem seguida complementar
com momento expiratório (colapso de traqueia na região intratoráxica) e outros tipos de radiográficas dinâmicas
(com compressão traqueal por exemplo).

PS - Projeção lateral com compressão traqueal: instrumento comprime na região cervical na entrada do tórax -
mais sensível pra detectar colapso de traqueia (comum em cães).

PS - Projeção tangencial (“skyline”): mais difíceis de serem feitas, portanto menos usadas.

Tentar identificar na TQ:


I. Desvio
II. Estreitamento
III. Corpo estranho

(cão sem alterações - região cervical)

A direita é possível visualizar a porção terminal da traqueia (deixa de ser visível ao se bifurcar nos brônquios,
na base coração) - ocorre como um tubo radiotransparente (preenchido com ar), de contraste natural com outras
estruturas.

(a) Colapso de traqueia: diâmetro traqueal reduzido na transição da região cervical para a torácica
Diferencial: hipoplasia traqueal.

Achatamento dinâmico da traqueia, sendo a alteração mais comum nos exames de cães - geralmente mais
evidente na inspiração e região cervical caudal para toráxica.

PS: em alguns casos não se observa a alteração mesmo em um animal afetado (especialmente animais com
FR muito alta) - nestes casos usar mais de um radiografia, nos casos de suspeita na clínica // pode-se ainda usar o
teste com compressão traqueal.
(compressão na parte ventral da TQ cervical - normalmente devia, mas sem redução de diâmetro)

A projeção skyline gera ótimas imagens se bem realizada (quase uma secção transversal do tubo traqueal) -
porem é difícil posicionar.

(b) Hipoplasia traqueal: diâmetro traqueal reduzido ao longo de todo o comprimento da traqueia, e em qualquer
momento respiratório (dinâmico e localizado no colapso).

(c) Corpo estranho traqueal: presença de estrutura radiopaca na região terminal da traqueia
Diferencial: corpo estranho esofágico - esôfago logo dorsal a traqueia // porem os sinais clínicos são diferentes.
(CE exatamente na região da carina - bifurcação dos brônquios - local mais comum)

3 - Esôfago: melhor forma de avaliação sendo pela radiografia (US limitada) - preferencialmente em projeção
lateral (ventrodorsal também limitada pela sobreposição) - procurar por distensão do lumem e CEs.

PS: pode ser feito de forma simples ou contrastada.

Acima um animal normal - esôfago praticamente não é visível (pode estar levemente radiotransparente
devido a certa quantidade de gás) // localizado dorsalmente a traqueia.

(a) Megaesôfago: distensão do lúmen por gás, alimento ou meio de contraste positivo (ajuda a identificar) - a
principal alteração encontrada na rotina.

Na imagem a esquerda é possível visualizar o desvio ventral da traqueia devido ao esôfago - porem por ter
radiotransparente similar à do pulmão não é possível identificar o aumento do esôfago.
Nestes casos pode se aplicar contraste positivo por via oral (sulfato de bário por exemplo) para demarcar a
região esofágica (imagem na direita) - com isto se identifica conteúdo RO ao longo do esôfago, da região cervical
até toráxica (se megaesôfago primário).

Caso de ME, porem secundário a persistência de arco aórtico direito - tecido fibroso vestigial na base do
coração - na imagem é visível o acumulo de contraste em saculação do esôfago, logo cranial ao coração // na clínica
o animal pode apresentar regurgitação crônica.

4 - Parede toráxica e costelas: podem apresentar alterações de desenvolvimento (formação), lesões traumáticas
(fraturas e desvios), enfisema subcutâneo (pneumotórax aberto em animais com lesões traqueais por exemplo) -
melhor avaliada pela radiografia (usar projeção lateral e ventrodorsal) // tecidos moles pela US.

Parede toráxica (PT) normal em uma radiografia - posicionamento correto, com simetria das costelas (paralelas
e alinhadas), o que facilita a análise dos limites da PT.
(a) Malformações de costelas (alterações de desenvolvimento): comum de ocorrer em vetebras transicionais
(entre as toráxicas e lombares) - acima na imagem direita a costela vestigial não foi formada em um dos lados
(gera alterações costais, porém sem implicação clínica).

(b) Lesões traumáticas:


Na imagem da esquerda as costelas do lado esquerdo do animal estão fraturadas (vista ventrodorsal - barriga
pra cima).

Na imagem central, um caso de traumatismo toráxico intenso, com afundamento e fratura de costelas -
apresenta tórax impactado, aumento de RO nos campos pulmonares // pode ocorrer com ruptura de diafragma.

(c) Enfisema: na da direita é possível identificar enfisema SC (conteúdo radiotransparente na parede toráxica) -
provavelmente devido a laceração do tórax com extravasamento de ar do pulmão para o SC.

5 - Diafragma: identificar linha diafragmática e integridade desta (faz a separação entre cavidades), além da
presença de órgãos abdominais dentro da cavidade toráxica (indicativo de ruptura de diafragma - hernia
diafragmática).

PS: feito com avaliação radiográfica e ultrassonográfica (complementar, na dúvida - útil para identificar órgãos
deslocados).
Presença do estomago com gás insinuando dentro da cavidade toráxica - interfere na silhueta cardíaca e limites
da linha diafragmática.

Radiopacidade aumentada em tecido mole no ápice do coração, porém sem gás (não é estomago ou alças
intestinais) - neste caso foi feito US para identificar a estrutura, onde é possível ver o fígado (L) e coração (H)
encostando, o que é sugestivo de ruptura de diafragma.

6 - Mediastino: naturalmente tem pouco contraste (área de radiopacidade ventral a traqueia pelo mediastino -
porém não é possível distinguir estruturas, caso em um animal saudável) - recomendado avaliação radiográfica em
projeções lateral e ventrodorsal, buscando principalmente quanto a massas (desviam traqueia e outas estruturas
toráxicas - suspeitar afeções mediastinais).
Acima um caso clássico - um cão com linfoma mediastinal (comum em gatos também), representado por área de
RO aumentada, cranial ao coração: silhueta cardíaca não fica visível na radiografia // reparar no desvio dorsal da
traqueia (quase encosta na coluna vertebral)

Na projeção ventrodorsal é visível uma grande massa cranial na região do tórax - sem silhueta, nem defeito do
mediastino (geralmente acompanha próximo a traqueia).

Diferenciais de massas - Liquido no mediastino: no caso de líquidos é menos provável de ocorrer desvio da
traqueia.

7 - Espaço pleural: feito com avaliação radiográfica e ultrassonográfica (ambas geram informações importantes e
complementares) - exames complementares são usados para promover radiologia intervencionistas (via
toracocentese guiada e citologia aspirativa, sendo usadas para prosseguir com exame microscópicos e de cultura e
antibiograma).

Radiografia normal: espaço pleural pouco visível // pulmão encosta na parede toráxica (limite lateral, ventral e
dorsal da CT) - alterações incluem presença de massa, efusão ou gás, liquido, que afastam o pulmão da parede
toráxica.

(a) Efusão pleural: radiopacidade de líquido no espaço pleural bilateralmente, evidenciando as fissuras
interlobares na projeção ventrodorsal e causando sinal de silhueta na projeção lateral.

Na projeção lateral é visível o sinal de silhueta - sombreamento em toda estrutura toráxica (não é possível
visualizar coração, pulmão, etc), sobre a forma de uma mancha branca (difusa, assimétrica, heterógena,
desuniforme - aspecto típico, decorrente da radiopacidade do liquido).

Perceba também que a traqueia não está deslocada dorsalmente (não é massa).
Na projeção ventrodorsal é possível verificar na seta o liquido do espaço pleural, como uma invaginação em
direção ao coração - ocupa as fissuras interlobares (preenchidas por liquido, ocupando espaço entre pulmão e
parede toráxica - gera área de maior RO).

Na projeção lateral acima outro exemplo de sinal de silhueta, dificultando identificar estruturas // na
ventrodorsal é visível a efusão e acumulo de liquido (maior RO) no espaço pleural e fissura interlobares entre lobos
pulmonares direitos cranial e médio - neste caso também é visível uma ligação entre este espaço e a base do
coração no lado direito (ocorreu tumor cardíaco, formando aderências e comunicação com parede do tórax, com
consequente infusão).

(b) Uso da ultrassonografia: complementa a radiografia

1ª Imagem: efusão pleural com liquido (anecoico - preto) - pode ser usada para guiar punção e coletar
material para diagnostico.

2ª imagem: usado para diferenciar casos de hemorragia (coágulos tem ecogenicidade aumentada) - fácil
diferenciar de líquidos, efusão, transudatos, transudatos modificado, etc (em um RX teriam mesma aparência).

3ª imagem: abcesso e sua capsula, mais ecogênica (interior anecoico/hipoecoico) - pode ser usado para guiar
punção, com esvaziamento e envio para análise de cultura e antibiograma e/ou citologia.

4ª imagem: massa com pontos ecogênicos - podem representar mineralizações de massa ou gás (nos casos de
pneumotórax).

5ª imagem: estrutura com ecogenicidade heterógena de áreas hipoecoicas - pode representar abscesso,
granuloma ou massa com vários focos de necrose.
(c) Pneumotórax: presença de gás no EP - radiolucência no espaço pleural, causando retração e aumento de
radiopacidade nos campos pulmonares (em ambas projeções) // ocorre também com afastamento da silhueta
cardíaca em relação ao esterno na projeção lateral (não encosta mais no externo).

PS: aumento de RO se na liquida/efusão?

(imagem de felino com síndrome do gato paraquedista - bate tórax no chão, na região esternal - comum causar
pneumotórax fechado)

Vista ventrodorsal de um cão (fechado em portão elétrico) - visível mancha radiotransparente ocupando do
4EIC até depois da linha diafragmática (pneumotórax traumático fechado unilateral), no lado direito da imagem
(esquerdo no animal).
O US também pode ser útil nos casos de pneumotórax, apesar de pouco usado - em animais sem a condição
pode se visualizar o deslizamento do pulmão em relação a parede do tórax na respiração (ao expandir gera sinal de
deslizamento do pulmão com interface da parede toráxica) // já no pneumotórax ocorra ocupação por gás no
espaço entre a parede e pulmão, não sendo possível observa sinal de deslizamento (B).

Além disto o US pode ser usado para guiar local de toracocentese (gera alivio da respiração/ melhoria do
padrão respiratório).

8 - Coração e vasos (grandes vasos e pulmonares): avaliação por radiografia e ecodopplercardiográfia.

Raio-X: avalia forma, posição, contorno e tamanho - complementado com doppler.

Ecodoppler (cardiograma): avaliar fluxo sanguíneo, função sistólica (função contrátil), função valvar e
tamanho das câmaras cardíacas - permite analise de forma mais sensível e individualizada.

É possível (e indicado) o uso de referências anatômicas associados a diagramas para melhor avaliar o coração
- permite identificar a posição das estruturas e se localizar // além de comunicar (em um laudo por exemplo) a
região sendo descrita: o modelo acima se baseia nas horas do relógio.
LATERAL // VENTRO-DORSAL

Mesmo modelo comentado, porem para projeção ventro-dorsal (diagrama do relógio) - permite também
inferir qual estrutura está aumentada nos casos de cardiomegalia (ECG pra confirmar, correlacionando com sinais
clínicos para noção mais clara).

Por exemplo - o arco aórtico se encontra em posição de 12horas e tronco pulmonar (junto com a saída da
artéria pulmonar) entre 1 e 2 horas.
Acima mostrando a diferença do coração de acordo com o momento do ciclo cardíaco (sístole ou diástole) -
porem a diferença na silhueta é pequena, e não interfere na avalição.

Demonstração de como a projeção dorsoventral não é indicada para coração (interfere na posição do coração
e gera muita sobreposição) - evitar se possível.

(a) Cardiomegalia - Analise quantitativa: além da analise subjetiva existem métodos de avalição quantitativos
da silhueta cardíaco, como por exemplo o VHS:

Índice Cardíaco-Vertebral (VHS): fazer a transposição do eixo longo e eixo curto do coração sobre a coluna
vertebral (a partir da extremidade cranial do corpo da vertebra T4) - contar quantas vertebras equivalem a
sombra das 2 linhas, comparando com a literatura.

Cães: 9.2-10.5 - varia com raça.


Gatos: 6.7-8.1

PS: no caso é visível a compressão dorsalmente da carina pelo AE (entre 1 e 2 horas) - comum na doença
degenerativa valvar mitral (regurgitação gera sobrecarga, aumento de pressão e dilatação atrial esquerda).
PS2: não supera avaliação por radiologista treinado, porem complementa.

Outra forma quantitativa sendo contabilizando quantos EICs o coração ocupa na projeção lateral - se mais
que 3 a 3,5, provavelmente está aumentado.

Acima uma projeção ventro-dorsal, onde se visualiza que um dos lados do coração está muito próximo do
tórax (ápice deslocado para esquerda ou direita) // possível ver também que fica muito deitado sobre o externo, no
caso da projeção lateral (ambos qualitativos).

(aumento do contato esternal na região cranial do coração - região do V e A direito - cardiomegalia direita)
(vista ventro-dorsal confirma isso - aumento da silhueta do lado direito)

(transdutor encostado no ápice do coração - lado esquerdo do tórax)

Na suspeita pode se complementar com ECG (casos de aumento de AE, suspeita de doença valvar, etc) - no
vídeo acima é possível visualizar a regurgitação (vista apical - VE na parte superior da imagem e AE na inferior):
a cada sístole ventricular o fluxo passa também para o átrio esquerdo (deveria seguir para artéria aorta).

Acima um paciente com estenose pulmonar (da válvula pulmonar, na saída do VD) - leva ao aumento da
força de contração do ventrículo, e consequente hipertrofia do VD, regurgitação e dilatação do AD.

É visível como está aumentado na projeção lateral - ocupando mais de 3EICs // deitado sobre o esterno //
deslocando traqueia dorsalmente.

Na ventrodorsal, na posição de 1 a 2 horas é perceptível um aumento de silhueta significativo (região do


tronco pulmonar), o qual ode ser confirmado no ECG: aumento de fluxo e velocidade de fluxo, gradiente de
pressão no VD e de saída do ventrículo // hipertrofia (espessura da parede do VD, normalmente menos espesso que
o esquerdo)
Acima uma cardiomegalia generalizada acompanhada de outras alterações secundarias - no caso, por edema
pulmonar (aumento de RO nos campos pulmonares dorso-caudais, na projeção lateral - sempre avaliar todas
estruturas).

Ocupando também mais de 3 EICs // acompanhado de sinal de silhueta causado pelo edema pulmonar
(margem caudal do coração tem visualização dificultada).

(b) Outros usos do ECG:

A - Cálculo do VHS.
B - Diâmetro do AE e aorta podem ser usados para cálculo da relação AE/aorta - normalmente até 1,6 e 1,7
(pode aumentar, na doença valvar mitral por exemplo).

C - Avaliar contratilidade do miocárdio - modo M do US: diâmetro da câmera na sístole e diástole são usados
no cálculo da fração de encurtamento do VE, com consequente avaliação da ejeção do sangue do coração
(contratilidade).

(c) Efusão pericárdica: silhueta cardíaca pode estar bastante aumentada, mas tomar cuidado para não
confundir casos de efusão pericárdica com cardiomegalia - imagem abaixo descreve EP significativa, confirmada
por US (conteúdo anecoico circundando camarás cardíacas) // possui aspecto mais globoso também.

PS: o US pode também ser guia para punção e esvaziamento - recomendado, especialmente se paciente com
tamponamento cardíaco e comprometimento hemodinâmico.
9 - Pulmão: pode se combinar técnicas - avaliação radiográfica e tomográfica:

Raio-X: visão ventrodorsal e lateral (se necessário pelos 2 lados, direito e esquerdo) - ainda o mais utilizado.
PS - Exemplo - Decúbito direito: lado do pulmão que fica para baixo expande menos, enquanto o livre mais
(esquerdo) infla melhor, com maior contraste e melhor avalição - para pequenos nódulos vale a pena testar nos 2
decúbitos, para descarte de doença metastáticas em cadelas e gatos com tumor de mama por exemplo.

PS2: tentar pegar pico inspiratório máximo - gera melhor contraste entre estrutura e melhor identifica o de
alterações pulmonares.

Tomografia: maior sensibilidade e menor sobreposição de estruturas - útil para nódulos pulmonares menores,
doenças metastáticas e para outras estruturas de mais difícil diagnostico.

(sem sobreposição da radiografia)

US: muito utilizada, especialmente para diagnostico de edema pulmonar (emergências // para fast torácico).

Diagramas e representações esquemáticas - ajudam na interpretação da anatômica dos lobos pulmonares na


avalição.
O uso de radiografia em equinos adultos é limitado (precisa de incidência com exposição bastante alta //
kilovoltagem de pico e miliamperagem altas - devido a espessura do tórax e tamanho das estruturas) - neste caso
feito de forma seriada, dividindo o tórax em quadrantes (imagem a esquerda).

No caso de potros pode ser feito com chassi adequados para cães de grande porte.

Classificação das alterações pulmonares - Padrões pulmonares:


(a) Alveolar
(b) Intersticial
(c) Bronquial
(d) Vascular

Misto: combinação dos anteriores.

Focal ou disseminada: mais de um lobo pulmonar.


Isolada ou múltipla: nódulos único ou vários.
Aumento de radiopacidade ou aumento de radiolucência

(potro - visível estruturas - campos pulmonares, coração, TQ e grandes vasos)

(seriadas de quadrantes em equinos - região cranioventral - coração e região mediastinal)

(seriadas de quadrantes em equinos - região dorso caudal - campos pulmonares e veia cava caudal)
(a) Padrão alveolar: aumento de radiopacidade, principalmente nos campos pulmonares dorso caudais - ocorre
na ICCE e edema pulmonar - tipicamente acompanhada de alteração do padrão alveolar denominada de
broncograma aéreo: destaque de brônquios por ficarem preenchidos por ar (radiolucentes) enquanto circundados
por alvéolos/sacos alveolares com líquidos - representado por círculos radiotransparentes em meio a RO
aumentada (cortes trans dos brônquios).

(pode ocorrer com cardiomegalia generalizada)

O US também usado para complementar o diagnóstico - realizar avaliação toráxica com varredura pelos
diversos EICs: nos casos de edema pulmonar se observa artefatos em calda de cometa - reverberação entre
interface de liquido nos alvéolos e gás nos alvéolos /brônquios, fazendo que as linhas A (paralelas a parede do
toxico, sendo indicativa de normalidade no US) se transformem em linhas B (em calda de cometa - reverberações
com imagem mais ecogênica, sendo típico de edema pulmonar).

(calda de cometa)
Outra situação com padrão alveolar sendo a pneumonia bacteriana e aspirativa - ocorre aumento de
radiopacidade nos campos pulmonares dorso caudais, acompanhado de broncograma aéreo.

Na seta branca o padrão de broncograma aéreo sendo destacado (já comentado) - imagem em um equino
jovem. Neste caso também se classificaria como padrão misto, devido a outras alterações presentes (padrão
intersticial no caso).

(b) Padrão intersticial (estruturado): opacidade nodular difusa - diferente do alveolar (representa liquido no
interior dos alvéolos), este representa edema no espaço intersticial, parede alveolar e tecidos do parênquima
pulmonar.

Possui aspecto estruturado/nodular - com várias nodulações de RO aumentada difusamente ou localizada.


Ocorre na doença metastática pulmonar por exemplo - diferencias incluem granulomas e abscessos.

Na imagem, um quadro típico do aspecto de doença metastática pulmonar (muitas vezes secundário a
neoplasia mamaria em cadelas) - possui opacidade nodular difusa (padrão intersticial estruturado - com vários
nódulos de RO).
Outro quadro com padrão intersticial, com opacidade nodular difusa, porem decorrente de pneumonia
granulomatosa (entra no diferencial com doença metastática pulmonar) - no caso em um equino (muito comum
potros serem afetados por pneumonia granulomatosa).

Visível o aspecto de RO de tecido mole, com característica nodular difusa (padrão intersticial estruturado,
assim como nas metástases).

(b) Padrão intersticial (não estruturado): típico da pneumonia bacteriana (e algumas fúngicas - embota estas
mais comumente ocorrerem com padrão de radiopacidade miliar difusa) - observável várias marcações lineares
não vasculares (não representam vases pulmonares), as quais não geram formas geométricas bem definidas.
PS: comum na bronquite crônica - leva a edema da parede alveolar, e consequentemente as marcações
lineares.

(c) Padrão bronquial: espessamento da parede dos brônquios (sinal em “donuts”) - paredes dos brônquios ficam
espessadas, demarcando sinais de dunuts nos cortes transversais.
PS: ao contrário do broncograma aéreo o restante dos campos pulmonares não tem RO aumentada.

(gato com asma // cão com bronquite crônica)

(d) Padrão anormal e distensão de vasos (anomalia congênita): menos comum, geralmente estando associadas a
alteração de desenvolvimento, com distribuição atípica e distensão dos vãos (pulmonares e toráxicos).
PS: difícil observar - geralmente precisa utilizar angiografia // angiotomografia as vezes.

(e) Padrão misto: combinação de mais de um padrão - comum ocorrer (padrão alveolar e intersticial sendo
comum em pneumonias por exemplo).

10 - Outras alterações torácicas:

Bolha enfisematosa em EQ - estrutura circunscrita com radiotrasnparencia na região dorso-caudal dos campos
pulmonares, geralmente sem repercussão sinal clinico, porem pode romper e causar pneumotórax e outras
complicações.

(linfonodo external - gato)


Encontrado principalmente em cães jovens, na região mediastinal - em filhotes as vezes se observam na região
cranial do tórax, como uma estrutura similar a uma vela de barco: na imagem voltada para o lado esquerdo do
tórax (estrutura de radiopacidade aumentada).

11 - Considerações finais:

As diferentes técnicas de imagem disponíveis oferecem grandes possibilidades no diagnóstico e no


acompanhamento clínico em medicina veterinária.

O reconhecimento das estruturas anatômicas normais é fundamental para a adequada identificação,


interpretação e descrição das alterações encontradas
Radiografia abdominal

1 - Introdução: quanto ao posicionamento, interpretação e principais alterações em pequenos animais (em grandes técnica limitada pelo
tamanho do abdômen e espessura da região) - usar no mínimo 2 projeções (na lateral fazer com da D e E no caso de CEs não radiopacos).

PS: liquido e gás preenchendo TGI gera visualização diferente de região de fundo e antro gástrico do lado direito e esquerdo - na direita o
gás desloca pra parte superior, ocupando o fundo gástrico // na esquerda ocorre o contrário, com o liquido e conteúdo preenchendo o fundo
gástrico e o gás se deslocando pra região de antro e piloro.

PS2: posicionamento também deve incluir cavidade pélvica (região do osso peniano no macho) dependendo do caso.

Posicionamento e anatomia:

Região epigástrica: estomago (mais dorsal - geralmente preenchido com um pouco de gás) // fígado ventral.
Região mesogastrica: baço (ventral);rins (dorsal - E mais caudal); alças do ID (intermediário) e colón (mais dorsal).
Hipogástrica / pélvica: bexiga e colón (mais dorsal); útero (visível se com alteração fisio ou patológica); próstata na cavidade pélvica de
machos.

(ventrodorsal)
Baço: cranial a esquerda.
Fígado/estomago: cranial
Rim esquerdo: caudal e medial ao baço.
ID: colón quase uma interrogação (ceco // colón acedente, transverso e descendente).
(https://vetmed.illinois.edu/imaging_anatomy/canine/ab/ex02/c0312_Canvas.html )
Fígado: cranial.
Baço: na região ventral da mesogastrica.
Rins: dorsal.
ID e colón: região media - alças de ID preenchidas com gás // colón descendente e reto com fezes e um pouco de gás
(tradiotrasnparentes).

Estomago: mais cranial, com gases


2 - Estudos de casos:

Projeção lateral direita e ventrodorsal de felino constipado (RX é ótimo pra avaliar conteúdo intestinal e distensão de seguimentos) - na
imagem o ID e colón aparecem preenchido por conteúdo fecal, mais radiopaco (provavelmente indicando retenção e ressecamento) //
também visível o abdômen mais abaulado.

Felino com fecaloma: fezes no colón descendente, transverso e acedente, bastante ressecadas (mais radiopacas) // além de alças de ID e
estomago preenchidos com gás.
PS: espécie tem detalhamento de cerosas mais fácil - possível individualizar muito bem órgãos, além de que a gordura abdominal gera
contraste por ser menos radiopaca que tecidos moles.

Uma outra grande utilizada para o RX é a identificação de CEs, especialmente nos de composição metálica ou mineral (mais radiopacos) -
na foto 2 CEs no estomago ou início de intestino, de material metálico //outro CE pode ser visto tanto na projeção lateral quanto VD.
Acima outro exemplo de CE, desta vez na região de colón descendente - quando nesta região pode ser confundido com calculo vesical
(analisar e correlacionar histórico, exame físico e acompanhar o animal - caso saia nas fezes não é um cálculo).

Acima um CE não radiopaco (mais difícil de ser identificado - complementar com US, endoscopia e exames contrastados caso necessário).

Na vista lateral esquerda - visualizar como o material com radiopacidade similar as estruturas de tecido mole próximas: CE se encontra
preenchendo tanto o antro quando fundo gástrico, sendo acompanhado também de gás no estomago (conteúdo radiotransparente) - a
presença de gás ajuda aos sinais clínicos do paciente (vomito crônico, perda de apetite, etc) ajudam a direcionar o diagnóstico (caso em
jejum só apresentaria gás).
Acima a distensão por gás é evidente no RX - gera dilatação gástrica, tornando o órgão similar a um balão preenchido com conteúdo
radiotransparente - no caso especifico teve causa idiopática, em um animal com histórico de desconforto abdominal.

A distensão pode evoluir a torção gástrica, especialmente em cães de grande porte.

Acima uma vista lateral direita de um felino, feita após uso de enema para o alivio de um paciente que continha um fecaloma - o
preenchimento por gás é bem evidente (no fundo gástrico, alças de ID e colón preenchidas com gás) // paciente apresentava ainda
íleo mecânico/íleo paralitico (alças de ID sem sinais de peristaltismo, com paredes muito lisas).

A presença de padrão heterogêneo de preenchimento de alças (heterogêneas quanto ao preenchimento com liquido/gás) e distensão são
muito indicativos de obstrução, mesmo nos casos onde não se localiza o CE.
Acima exemplificando a distensão de alças por gás e padrão heterogêneo de preenchimento das alças na obstrução intestinal -
com alguns seguimentos bastante distendidos, mesmo sem ser possível identificar qualquer CE (suspeita de obstrução intestinal, devendo
ser analisado junto a exame físico e anamnese).

RX de um filhote com sobrecarga alimentar - estomago distendido com conteúdo similar a ração // na clínica paciente apresentava
dispneia.

Outra aplicação importante, a identificação dos cálculos urinários: maioria são radiopacos (RO mineral é bastante alta), sendo que alguns
são radiotransparentes (não aprece na simples RX normal, porem podem ser evidenciado com o RX contrastado).
Outro caso de cálculos, em vista lateral de um cão macho - cálculos presentes na região vesical e da uretra pélvica // além de um único
calculo região do osso peniana (localização mais comum em cães machos, podendo causar obstrução uretral).

Outro causo de cálculo, neste caso também com distensão da bexiga (obstrução uretral e repleção vesical).

Acima, um cálculo vesícula espiculado, bastante grande - além disto visível outro ponto de mineralização na região renal (provavelmente
um pequeno cálculo na pelve renal) // na imagem não é visível a uretra peniana e osso peniano (posicionamento não ideal).

Destaque de animal com vários cálculos RO na uretra peniana, próximo ao osso peniano - contabilizar os cálculos e informar cirurgião.
PS: para a análise da região pélvica é importante tracionar/estender membros pélvicos caudalmente, de tal forma a não sobrepor com o
osso peniano.

(posicionamento adequado, em animal com calculo na UP // cálculos renais, no rim esquerdo)

Acima um gato com nefromegalia - rim esquerdo (mais caudal) maior e mais globoso: usar US para complementar avaliação (se é
hidronefrose ou massa - RX não diferencia).

Importante também avaliar os órgãos do sistema urinário - avaliar contorno e tamanho da bexiga.

Outra utilidade da radiografia sendo a contagem de fetos (no terço final da gestação em pequenos animais - já ocorre mineralização do
esqueleto fetal a partir de 45 dias de gestação) - usar projeção ventro dorsal e contar crânios/colunas vertebrais.

PS: melhor que US para esta função - porém não é tão bom para avaliar viabilidade dos fetos, apesar de existirem sinais radiográficos
que indicam morte fetal.
Também útil para outas avaliações, como comparação de tamanho do crânio do feto e diâmetro da pelve (pelvemetria).

(em gestações muito numerosas fica difícil contar - uso de 2 ou mais projeções ajuda)

Acima exemplo de uma cadela com piometra - útero distendido gera efeito de massa na região mesogastrica e hipogástrica, especialmente
na parte central (deslocamento dorsal do colón // outros órgãos cranialmente).

Um diferencial para piometra sendo a ascite, que é difícil de ser diferenciada - também gera aumento generalizado de RO (US é mais
preciso para identificar tais situações).

Acima imagem lateral de cão, com o asterisco marcando identificação de massa: possui radiopacidade de tecido mole, localizado cranial a
bexiga - neste caso o US também avalia parênquima e textura melhor que o RX, porem este não deixa de ser um teste importante na
triagem.
Outra situação que pode se assemelhar a ascite e efusões abdominais (peritoneais) é a perda do contraste entre estruturas abdominais, o
que ocorre muito em cães e gatos filhotes - possuem detalhamento pobre de serosas.

Caso ocorra em animal adulto se deve desconfiar de efusão abdominal, o que é confirmado por US.

Outro caso de ascite, porem focal - projeção VD de um animal com pancreatite, causando efusão ao redor do órgão: perceba o aumento de
radiopacidade de tecido mole e perda de detalhamento de serosas focalmente, na região cranial direita do abdômen (esquerda na imagem) //
já no lado esquerdo é possível identificar o limite do baço, rim e estomago normalmente.
US Abdominal:

1 - Introdução:

Preparação do paciente: realizar tricotomia ampla da região abdominal, com uso abundante de gel condutor
(menos ar entre o transdutor e a pele) - posicionamento em decúbito dorsal, geralmente com uso de calha em V
(articulada dependendo do caso).
PS: pode ser feito com álcool ao invés de gel, porem este seca a película do transdutor a longo prazo (sempre
limpar depois do exame).

Jejum: importante no caso de exames programados - marcados após 8 a 12 horas (menor presença de alimento e
gás no TGI).

Acima (esquerda) possível visualizar o conteúdo alimentar no estomago // na da direita fezes no colón - gás e
alimento muitas vezes causam reverberação, dificultando a exploração completa no US.

Pode se ainda usar a dimeticona por via oral para diminuir presença de gás no TGI.

Técnica de varredura: via vários tipos de movimentos combinados:


I. Deslizamento: por toda superfície a ser avaliada.
II. Angulação (imagem B): para avaliar órgãos e obter diferentes cortes da imagem.
III. Rotação: para se obter sessões longitudinais e transversais do órgão.
2 - Estruturas:

(a) Parede abdominal - Padrão de camadas: segue a ordem de - epiderme (mais ecogênica), derme, SC e camadas
musculares - avaliar quanto presença de hernias e eventrações, por exemplo (descontinuidades da parede) //
também pode ser usada para guiar anestesias (infiltração de anestésico entre camadas musculares).

(b) Cavidade abdominal - Líquido livre: geralmente presente em quantidade muito discreta (quase não
perceptível no US) - pode ser usado para guiar coletar de liquido (a análise laboratorial e complementar ajudam
para diagnósticos) // para exame fast em emergências (traumatismo abdominal por exemplo).
Na imagem a esquerda se visualiza uma grande quantidade de conteúdo anecoico circundando órgãos (baço
no caso da imagem).

Na da direita uma alça intestinal em corte transversal - notar como o omento se encontra mais ecogênico, na
parte inferior da imagem.

(c) Bexiga: geralmente se inicia a avaliação pela bexiga - se encontra na cavidade pélvica ou imediatamente
cranial a pelve (depende da repleção da bexiga).

Acima representação da anatomia topográfica da bexiga - varredura feita no eixo craniocaudal e latero-
lateral - investigar quanto a alteração no lumem e parede da bexiga.
Na parte superior da imagem um corte transversal da bexiga - parte cranial da bexiga na esquerda da
imagem.

Na imagem inferior um corte transversal mostrando conteúdo anecoico no interior da vesícula (urina -
normal), além da relação intima com o colón descendente e reto (visíveis dorsalmente a bexiga - cuidado para não
confundir com cálculos vesicais).

Acima está demonstrado a variação de espessura da parede - processo fisiologicamente normal (bexiga possui
epitélio transicional, com espessura que varia com a repleção da bexiga pela urina), porem pode também indicar
processo inflamatório (cistite).

A esquerda uma bexiga com repleção media // a direita uma mais vazia, com parede mais espessa
(principalmente na região cranial).

Se deve mensurar a espessura na parte dorsal da bexiga, com o limite máximo sendo de 2mm - acima indica
edema e espessamento.
Na imagem acima a ocorrência de um artefato comum - o lobo lateral - gera falsa impressão de aumento de
ecogenicidade na parte dorsal/profunda da bexiga, o que poderia ser confundido com sedimento (regular ganho do
equipamento ou mudar posição do transdutor para confirmar).

(lobo lateral comparado com sedimento - mais denso e ecogênico, formando sombreamento acústico)

Imagem mostra um dos principais achados nos animais domésticos durante o US da bexiga, os quadros de
cálculos vesicais - ocorre como estrutura com superfície bastante ecogênica e formação de sombra acústica
posterior ao cálculo.

Na imagem da esquerda um caso com múltiplos pequenos cálculos (se precipitam e aglomeram, podendo
formar cálculos maiores no futuro caso não ocorra intervenção).

Já na da direita não se trata de um caso de cálculo (estrutura redonda na imagem é o colón com fezes - causa
reverberação no US).
Cálculos vesicais possuem aparência mais ecogênica e com sombreamento acústico (característico de estrutura
mineral) posterior ao cálculo - na imagem da esquerda pequenos cálculos (cerca de 5mm).

Na imagem da direita um US de felino com estruturas ecogênicas na bexiga, porém sem sombra acústica -
não são cálculos, mas sim coágulos sanguíneos (comum de ocorrer acompanhados aos cálculos e cistite, assim
como presença de sedimento).

Acima um animal com sedimentos - a diferenciação entre cálculos e sedimentos (debris celulares, matéria
orgânica, coágulos) é importante, sendo evidenciado por
(a) Presença ou não de sombra acústica.
(b) Teste com agitação da bexiga com pressão do transdutor contra o abdome: faz o sedimento precipitado
se movimentar, realizando movimento de turbilhonamento visível no meio do lumem.
Outra alteração importante é a presença de massas, observadas durante a avalição da parede da vesícula - a
principal causa sendo por carcinoma de células transicionais.

A esquerda é visível uma massa grande e irregular, com estruturas ecogênica que geram sombreamento
(podem representar mineralização da massa ou cálculos aderidos a massa).

Na direita também uma massa, desta vez na parede dorsal da bexiga.

(d) Rins: geralmente se inicia a avaliação com o rim esquerdo (mais caudal, sendo mais facilmente identificado
// o direito costuma ser difícil para iniciantes).

Varredura deve ser feita tanto no aspecto longitudinal quanto transversal, em toda extensão do órgão -
distinguir camadas (cortical, medular e pelve) e vasculatura renal.

(urografia excretora - também útil para avaliação)


(corte longitudinal // transversal)

O ultrassom permite distinguir regiões do rins - observar que o córtex é mais ecogênico que a região medular.

A pelve renal tambem é mais ecogênica, podendo ter pequena quantidade de conteúdo anecoico (urina).

O corte longitudinal permite mensuração renal entre polo cranial e caudal (comprimento) // já os transversais
permitem avaliar largura do rim (podem ser comparados com valores tabelados para limites fisiologicamente
normais - ver abaixo).

No caso da disponibilidade de equipamento com doppler, este pode ser utilizado para mapeamento em cores e
identificação da arquitetura vascular renal (imagem na esquerda).

Ou ainda, pode ser usado o doppler pulsado para identificação de velocidade de pico sistólico e velocidade
diastólica final (indicativos de fluxo sanguíneo renal), os quais são usados para calcular o índice resistivo: este
costuma estar alterado em doenças como DCR e obstruções.
Quanto a anatomia topográfica, o rim esquerdo (RE) geralmente se encontra próximo ao baço - o baço pode
também ser usado como parâmetro de comparação (baço geralmente é mais ecogênico que a córtex renal - caso
isoecoicos pode ser indicativo de alteração renal).

Já o rim direito (RD) fica mais próximo ao fígado, com o seu polo cranial em contato com lobos hepáticos -
também pode ser usado para comparar ecogenicidade (fígado normalmente tem ecogenicidade muito próxima a do
rim).

Alterações do parênquima renal podem ocorrer quanto a sua ecogenicidade, relação cortiço-medular e
ocorrência de sinal medular - geralmente estando relacionadas a processos generativos (como exemplos o
envelhecimento e a DRC).

Exemplificando a situação, acima se tem um rim com tamanho diminuído e córtex menos ecogênico
(isoecoico em relação ao baço) - no canto superior esquerdo é visível a perda de definição entre a córtex e medular,
impossibilitando identificar os cálices renais // visível também o aumento de ecogenicidade da região medular
renal.
Pode ocorrer também alteração de proporção entre córtex e medular (espessamento da primeira).
Acima um rim com córtex mais espessa e a medular com linha mais ecogênica (sinal medular - comum em
DRC) // também visível a perda da distinção da relação cortiço-medular.

A glomerulonefrite pode ocorrer com aumento da espessura e ecogenicidade da cortical, além do aumento do
tamanho dos rins (mais de 8cm comprimento entre polo caudal e cranial).

Já na displasia renal o rim fica diminuído bilateralmente, com perda da definição cortiço-medular e aumento
de ecogenicidade - ocorrência é mais comum em certas raças (lhasa apso por exemplo).

Na imagem identificar o rim na parte central, com comprimento reduzido (2,5cm) - comparar também a
ecogenicidade com a do baço: rim se encontra mais ecogênico e com perda completa da definição e distinção
cortiço-medular de forma bilateral.

Outra alteração muito frequente são os cistos, os quais podem ocorrer de forma única ou múltipla -
caracterizam por lesões circunscritas com conteúdo anecoico.
Na esquerda um cisto único na região dorso cranial do rim (córtex) - geralmente são subcapsulares, podendo
até mesmo ocorrer sem significado clinico.

A da direita mostra um felino com doença renal policística.

As massas renais ocorrem como estruturas de ecogenicidade e aspecto bastante variáveis - na imagem abaixo
uma massa na região do polo caudal, com ecotextura homogênea e ecogenicidade semelhante a do córtex renal.

PS1: porem lembrar que os aspecto das massas pode variar.


PS2: principal tipo de tumor sendo o linfoma.

Outra alteração de grande importância e bastante comum é a nefrolitiase - identificado como estruturas
hiperecoicas com sombreamento acústico, geralmente na região da pelve renal.

No caso de ocorrência de nefrolitiase é importante avaliar também se não ocorreu associado a hidronefrose
(conteúdo anecoico distendendo a região de pelve renal e ureter).

(hidronefrose acometendo tanto a pelve quanto o ureter)


Acima mostrando a dilatação da pelve em corte transversal (direita) e longitudinal (esquerda) - a compressão
do parênquima leva ao aumento de ecogenicidade no córtex // possível identificar também o ureter distendido
(seta maior da direita).

Exemplo de quadro avançado - bastante redondo, praticamente se tornando uma estrutura cística (imagem
na esquerda) // na imagem da direita o ureter (normalmente não visível no exame ultrassonográfico, caso não
distendido) aparece bastante dilatado, sendo possível também visualizar um cálculo hiperecoico e SA na tela.

(e) Baço: lateralizada, porem em alguns animais atravessa para parte do lado direito (pontilhado).
Na imagem um baço normal - se trata de um dos órgãos mais ecogênicos no abdome (próstata também), com
ecotextura homogênea e sempre próximo ao rim esquerdo.

Para se avaliar a ecogenicidade se deve colocar na tela o baço e fígado (superior esquerda) - mais ecogênico se
normal // comparar também com o rim esquerdo (superior direita), quanto a região de córtex e medular.

Na inferior é possível visualizar a anatomia vascular do baço - veia esplênica em formato de gaivota (doppler
em azul).

Nos casos de esplenomegalia o baço aparece “abraçando o rim direito” (imagem abaixo) //caudalmente em
contato aumentado com a bexiga e outros órgãos - quadro comum na rotina de pequenos, especialmente cães.
Alterações de parênquima mais comuns são de neoplasias e hiperplasia - ocorrem como estruturas hipoecoicas,
circunscritas, de tamanho e distribuição variável..

Diferenciais incluem hemangiossarcoma e linfoma (neoplasias) e hiperplasia de polpa vermelha ou branca.

Abaixo, na esquerda, uma massa na região caudal do baço - possui aspecto homogêneo e hipoecoico em
relação ao parênquima.

Na direita um nódulo hipoecoico (aspecto varia).

Abaixo na esquerda uma massa grande na região cranial, de ecogenicidade mista e menor homogenia (com
áreas hiperecoicas na região cranial).

Na da direita uma massa também de aspecto heterogêneo - com áreas hipo e anecoicas, além de
septos/trabeculacões.

Hemangiossarcomas são comuns // existem também nódulos senis, sem significado clínico (benignos).
(variação da ecogenicidade de nódulos - superior hipoecoico // hiperecoico na parte inferior)

(f) Big 5 - Fígado e Vesícula biliar:

(técnica de varredura)
Pode se angular bastante o transdutor para avaliar todos lóbulos hepáticos (quase apontando em direção ao
coração, como na imagem acima).

Em alguns casos se usa janela intercostal para a avaliação (no caso de animais com tórax muito profundo).

Relembrando a anatomia vascular - veia porta hepática, artéria aorta // dorsal tem a veia cava caudal
(importante para avaliação de afecções do sistema hepatobiliar).

Quanto a topografia e varredura

No lado direito do abdome o fígado fica próximo a passagem do duodeno


No quadrante central é possível avaliar o fígado e VB
No quadrante esquerdo é possível identificar o parênquima hepático, geralmente em contato com estomago.

Fica próximo também do baço (comparar ecogenicidade - normalmente maior no baço) - imagem a direita.
O doppler colorido pode ser utilizado para avaliar vasculatura - distinguir vaso de ductos biliares.

O doppler também pode ser utilizado para identificar ocorrência de desvio (shunt) portossistêmico - uma
comunicação anormal entre veia porta e veia cava caudal ou outros ramos de vasos esplênicos: ocorrência é mais
comum em cães.

O aparelho identifica turbilhamento do sangue na região da comunicação.

A identificação também pode ser feita sem o uso do doppler (US simples).

(shunt entre porta e VCC)


Nos casos de hepatomegalia o fígado aparece “abraçando” o rim direito (normalmente só tem contato com
polo cranial) // pode também ter contato aumentado com o rim esquerdo (normalmente não entram em contato) -
o aumento do tamanho do fígado ocorrendo por afecções diversas.

Acima um caso de congestão, com distensão das veias hepáticas - pode ocorrer associado aos quadros de
hepatomegalia.

Aumentos de ecogenicidade podem ser indicativos de doença degenerativa, lipidose e linfomas - na imagem o
aumento de ecogenicidade do fígado (L) fica evidente quando comparado ao baço (normalmente o contrário):
comum na lipidose, porém pode ocorrer também em outras doenças degenerativas e neoplasias Infiltrativa.

Na imagem se visualiza também uma pequena quantidade de liquido livre (PE - efusão peritoneal), comum
em doenças hepáticas.
Outra alteração possível de ser observada pelo US são os nódulos hepáticos - múltiplas (ou focal) estruturas
circunscritas e hipoecoicas (aspecto variável): comuns em doenças metastáticas e linfomas (porem pode também
ocorrer em processos benignos).

As massas hepáticas podem acometer um único lobo ou área maior - representadas por alteração de
ecotextura, bastante heterogênea (geralmente hipoecoica em pontos de necrose // hiperecoicas em outros pontos).

O US é importante para guiar procedimentos intervencionista - punção aspirativa e biopsia guiadas por US
(importante para confirmar diagnósticos em várias das afeções mencionadas).
Abaixo demonstrando um quadro de ascite, compatível com cirrose hepática - caracterizado por redução do
tamanho do fígado, retração de lobos hepáticos, contornos irregulares e aumento de ECG (as vez com algumas
áreas hipoecoicas - em asterisco na imagem abaixo): os quadros avançados geralmente são acompanhados de
ascite (conteúdo anecoicos, indicado por PE - efusão peritoneal).

Ainda quanto ao fígado, é possível visualizar dentro da vesícula biliar a ocorrência de sedimento (lama
biliar), sendo que sua presença nem sempre indica alteração clínica (comum em gatos, podendo ocorrer em cães
fisiologicamente normais).

A vesícula normalmente é observada com seu lumem preenchido por conteúdo anecoico (e lama biliar, caso
presente) - o tamanho da vesícula varia com a alimentação, estando fisiologicamente aumentada em animais sobre
jejum prolongado (acumulam bile).

Os casos de obstrução das vias biliares também podem ser identificados pelo US - nos casos de obstrução se
deve acompanhar os ductos para identificar a fonte: animais acometidos apresentam os ductos e vesícula
distendidos.
Imagem acima localizada na região de encontro entre o ducto e duodeno (papila duodenal na cabeça de seta),
com o ducto biliar comum (CBD) distendido devido a obstrução na região da papila duodenal: pode ocorrer em
casos de enterites e pancreatites.

A vesícula biliar pode também ser acometida por cálculos biliares (também como estruturas hiperecoicas
com SA) - devem ser investigados, especialmente nos casos de obstrução biliar.

Na imagem abaixo (esquerda) um animal com vários cálculos (possuem sombra acústica) na vesícula (GB);
na da direita um único cálculo e sua sombra acústica.

Outra situação que poderia entrar no diferencial de cálculos são os pólipos na vesícula biliar - aparecem como
projeções intraluminais a partir da parede: também hiperecoicas, porém não possuem sombra acústica // posição
também ajuda diferenciar (ficam imóveis, mesmo quando contra o sentido da gravidade - na imagem uma
estrutura na parede ventral da bexiga, apontada pela seta grande).
Na imagem abaixo um animal com uma única estrutura hiperecoica, porém sem sombra acústica - pode ser
pólipo ou outra alteração (não se trata de um cálculo).

Ainda sobre a vesícula, uma outra alteração perceptível pelo US são as mucoceles - representadas como
sedimento biliar bastante ecogênico, com aspecto estrelado (de “kiwi”): preenchendo lumem, com retrações a
partir da parede da vesícula (setas), fornecendo o aspecto estrelado.

As vezes são acompanhados de distensão da VB // pode ocorrer com peritonite focal ao redor da vesícula, o
que é evidenciado como aumento de ecogenicidade no peritônio e omento.
3 - Outras aplicações US abdominal:

(a) Gastrointestinal: US do TGI permite avaliar espessura da parede, conteúdo luminal, peristaltismo, presença
de massas, distensão, etc.

A esquerda um estomago e os pregueamentos de sua mucosa // a direita cortes transversais de alças do ID.

É essencial observar o padrão de camadas da parede do estomago e intestino - abaixo demonstrando um


padrão normal de radiopacidade entre as camadas na secção longitudinal do ID (doenças intramurais alteram este
padrão), assim como os valores tabelados de limites fisiológicos de espessura.

(lumem no centro - ecogênico // mucosa, espessa e hipoecoica // SM ecogênica //muscular hipoecoica // serosa)
Na esquerda conteúdo típico por gás/conteúdo alimentar, mais ecogênico e com certa reverbação acústica.
No centro um exemplo de lúmen distendido por conteúdo anecoico (liquido - diarreia aguda por exemplo).
Já na direita um corte transversal de alvas intestinais - padrão de 5 camadas também visível.

Uma alteração importante no TGI são as intussuscepções (comumente diagnosticadas) - abaixo


demonstrando a aparência da alteração em corte transversal (em olho de boi) e longitudinal.

(transversal)

Os corpos estranhos gástricos e intestinais podem ser identificados por US - os radiopacos são mais facilmente
detectados pelo RX, porem US tem sensibilidade maior no geral.

Acima demonstrando um CE ecogênico dentro do lumem da alça intestinal , com SA posterior - outras
apresentações são possíveis: geralmente é possível observar também distensão por liquido, alteração de
peristaltismo (aumentado anterior a obstrução, diminuído posterior) nos casos de obstrução pelo CE.
O espessamento da parede também pode ser observado pelo US, sendo importante para diagnostico de doença
inflamatória e neoplasias - na imagem um corte transversal com alça central superior com espessamento da parede
(camada muscular no caso - possui diferenciais específicos); pode ocorrer com perda do padrão de camadas.

Outra utilidade do US é a identificação de linfonodos (mesentéricos, subiliacos, etc) - caso hipoecoicos podem
estar alterados: benigno com alteração de tamanho // em alterações malignas possui contorno alterado e
ecogenicidade heterogênea.

Várias doenças podem levar a alterações dos linfonodos - linfoadenomegalia, leucemia (viral felina), etc
(b) Pâncreas: quanto ao TGI, é importante avaliar também as glândulas anexas

Acima demonstrando a varredura e localização - possui relação intima com duodeno - em pacientes normais
pode não ser observável, porem fica visível com o uso de aparelhos de maio resolução ou nos casos de
alteração/jejum pelo animal.

Seu aspecto normal é hipoecoico e homogêneo, sem alteração ao redor (peritonite ou liquido livre).
Quando alterado (principalmente por pancreatite) fica maior e heterogêneo quanto a ecotextura.

(duodeno próximo, gordura e pâncreas reativo // aspecto heterogêneo e estriado na direita)

Esquerda: duodeno com aspecto corrugado, típico de pancreatite associada (junto a pâncreas edematoso).
Direita: pâncreas (próximo ao duodeno) com aspecto hipoecoico e estriado // gordura (fat) com ecogenicidade
aumentada: padrão reativo do omento e gordura sendo característico de peritonite focal, comum na pancreatite.
Esquerda: presença de estrutura cística no pâncreas (hipoecoica) - podendo ser cisto ou abscesso.
Direita: massa pancreática - insulinoma ou carcinoma pancreático.

(c) Adrenais:

Quanto a topografia, se encontra medial aos rins: próximo ao polo cranial e grandes vasos (aorta e VCC, na
junção com artéria e veia renal).

Acima demonstrando as adrenais esquerda e direita (centro da imagem), e sua relação com os vasos (ao redor)
- o doppler ajuda a diferenciar adrenal de vasos.

(sem doppler / com doppler)

Durante a avaliação é importante mensurar a espessura do polo caudal - usado como referência, no geral
estando inferior a 7mm em um cão sadio.
Acima demonstrando as 2 adrenais de um mesmo cão, aumentada de tamanho (com mais de 10mm de largura
no polo caudal e cranial) - caso ocorra bilateralmente muito provavelmente se trata de uma hiperplasia adrenal
bilateral secundaria a quadro de microadenoma hipofisário (hiperadrenocorticismo pituitário dependente, o que
pode ser confirmado com complementares).

Acima uma massa adrenal no polo cranial, bastante aumentada e arredondada - se unilateral, a contralateral
tende a estar diminuída ou não visível (tumor primário de glândula - HAC primário).

Outros exemplos de massas adrenais - na esquerda evidenciado a relação com rim esquerdo muito aumentada
// na direita uma massa com mais de 3cm, típico de tumor adrenal (geralmente unilaterais).

(d) Reprodutor feminino: importante na reprodução e manejo reprodutivo de grandes // nos pequenos
importante também, além do uso de diagnóstico de afecções.
Ovário fica localizado caudal aos rins // cérvix dorsal a bexiga.

Esquerda: ovário em fase reprodutiva (estro - peri-ovulatorio) - próximo ao polo caudal do RE.
Direita: bexiga no centro da imagem - dorsalmente o corpo do útero e cérvix (cão normal).

Uma alteração frequente em cadelas não castradas - os cistos ovarianos.

Na imagem acima da esquerda um quadro de ovário policístico.


Na da direita pelo menos 2 cistos - se deve sempre avaliar o quadro levando em conta o contexto do ciclo
reprodutivo (além do tamanho das estruturas e conteúdo anecoico): se com até 6 a 8mm pode ser folículo
ovulatório ou corpo lúteo (normal e fisiológico), porem caso maior e persistindo vários dias pode representar
estrutura cística ovariana.

Outra alteração uterina muito comum é a hiperplasia endometrial cística e a piometra - acima um quadro com
espessamento do endométrio (parede uterina) e presença de estruturas císticas de aspecto anecoico.
Acima demonstrando a evolução do paciente: hiperplasia endometrial >> se torna cística e com certa
quantidade de conteúdo anecoico no interior do útero >> conteúdo aumenta à medida que glândulas produzem
liquido, até avançar a quadro de hidro ou mucometra >> pode evoluir para piometra.

US útil no diagnóstico e avaliação da condição.

Acima quadro de cadela com corrimento vulvar mucopurulento: no US foi observado


Esquerda: corte transversal do útero - diâmetro maior que 2cm e com conteúdo anecoico no interior.
Direita: corte longitudinal.

O US verifica aumento de tamanho e tipo de conteúdo presente - de anecoico a hipoecoico (varia com a
celularidade e debris, com viscosidade maior nas secreções mucopurulentas).

Nos casos de cadelas previamente castradas que passam a apresentar corrimento o US é importante
para diagnostico de piometra de coto uterino - na imagem mostrando a localização do coto (C), sempre dorsal a
bexiga.
Em situação fisiológicas o US também é importante, sendo o principal método de diagnóstico de gestação em
cadelas e gatas

Na imagem da esquerda é visível a vesícula embrionária com pouco mais de 12mm de diâmetro - o
diagnóstico da gestação é possível a partir de 17 a 19 dias (pela identificação da vesículas embrionária), porem
tipicamente utilizada a partir de 25 dias (possível avaliar batimento cardíacos fetais com maior clareza).

Na direita animal com 2 vesículas embrionárias.

PS: para contagem de número de fetos/vesículas é limitado e sujeito a erros - melhor no RX a partir de 54D.

Com o US é possível acompanhar todo o desenvolvimento das vesículas embrionárias - incluindo fases de
alongamento da VE, polarização do feto (identificação de cabeça e cauda), visualização de órgãos e esqueleto,
movimentação do feto e batimentos cardíacos.

Na imagem inferior a direita se tem um feto sendo formado, porém sem sombra acústica nas vertebras e
costela - sem mineralização do esqueleto fetal, portanto anterior a 45 dias.
Exemplo de tórax fetal com mais de 45 dias, com costelas de ECG aumentada e presença de SA - coração em
posição central, com aspecto hipoecoico (o batimento cardíaco pode ser avaliado em tempo real com ou sem
doppler).

Algumas medidas e mensurações podem ser feitas para estimar idade fetal, a mais comum sendo a do
diâmetro biparietal (a partir de 45 dias de gestação) - identificar crânio (com linha mais ecogênica) e mensurar
distância entre as têmporas, usando em formula para cálculo da idade (indica data aproximada do parto).

Outras medidas e formulas para cálculo da idade gestacional sendo de diâmetro do saco gestacional, distância
ente cabeça e cauda, diâmetro do tronco do feto.
Com o US é possível ainda avaliar a FC dos fetos, o que é muito importante da obstetrícia (principalmente
nos quadro de distocia - FC mais baixa nos fetos pode indicar sofrimento e agonia fetal, sendo importante para
tomada de decisão).

Na imagem o doppler pulsado gera gráfico da velocidade de fluxo de sangue no coração, com formula do
próprio software que converte em FC - no caso de 250bpm (normalmente no mínimo o dobro da frequência da
mãe).

(e) Sistema reprodutor masculino: também importante de ser avaliado, principalmente quanto a próstata -
localizada caudal a bexiga, abraçando a uretra.

Observar próstata como estrutura ovalada, bilateral, arredondada e de ecogenicidade mais alta (similar à do Comentado [EOF1]:
baço) - na imagem cortes longitudinais e transversais, mensurando em toda extensão.

Uma das principais alterações em cães sendo a hiperplasia prostática benigna.


Acima secções longitudinais (E) e transversais (D) de uma próstata normal - bilobulada, com ecotextura mais
ecogênica de forma homogênea // contornos bem definidos e regulares.

Cão com hiperplasia prostática benigna - tamanho aumentado e com pequenas estruturas císticas anecoicas
(comum).

Acima uma próstata aumentada (compatível com HPB) - contorno e formato ainda estão regulares, mas
ecotextura não homogênea (com várias pequenas estruturas císticas).

Na esquerda um cisto bem grande, achado comum em cães mais velhos - porem ficar atento quanto a
possibilidade de se tratar de um abscesso (verificar sintomatológica clínica e se necessário realizar punção
aspirativa para avaliar).

Na da direita um quadro de prostatite (possível evolução de hiperplasia prostática, principalmente no caso da


prostatite bacteriana: quando tem infecção acedente por bactérias): parênquima mais heterogênico, com áreas
mais ecogênicas e outras hipoecoicas // até mesmo com alguns pontos de mineralização com SA;
Acima um animal com próstata bastante alterada e ecotextura heterogenia - grandes área hipoecoicas,
septos, área mais ecogênicas, contorno irregular, tamanho aumentado: pode ser compatível com adenocarcinoma
prostático ou prostatite grave com abscessos (citologia aspirativa ajuda a diferenciar).

Outras alteração são os cistos paraprostáticos - geralmente bem grandes.


Ultrassonografia Intervencionista e na Emergência veterinária

1 - Introdução: o ultrassom tem contribuído para a triagem de pacientes apresentados em serviços de emergência,
sendo considerado por alguns como extensão do semiológico - útil em atropelamentos, quedas, traumatismos, cólicas
em equinos (urgência/emergência).

FAST (para pequenos): Focused Assessment with Sonography for Trauma (e outras situações além de traumas) -
dividida em abdominal e toráxica (global FAST em sua junção).

(principais janelas de avaliação do FAST toráxico e abdominal)

Toráxico - 3 janelas:
(a) No oitavo EIC: geralmente onde seria o ponto de inserção de tubo toráxico - para avaliar pulmão e
espaço pleural.
(b) Janela hepato-diafragmatica: próximo a região tifoide - fígado e presença de hernias diafragmática.
(c) Próximo ao ápice do coração - para avaliar efusão pericárdica.

Abdominal - 4 Janelas: geralmente em sequência horaria


1ª - Janela hepato-diafragmatica
2ª - Janela/ recesso esplenorenal (baço e rim E)
3ª - Janela cistocolica (CC): avalia principalmente lesões de bexiga e algumas lesões de colón.
4ª - Janela hepatorenal (parte dos lobos hepáticos e rim D).

FLASH (equines): Fast Localised Abdominal Sonography of Horses.

Ambos auxiliam na triagem de pacientes em urgência - guia na conduta e tomada de decisão (clinica ou cirúrgica),
sendo feita de forma rápida e objetiva: as vezes sem preparo tradicional para US (só se molha e passa o gel - feito sem
tricotomia dependendo do caso).

O que procurar: liquido livre nas cavidades , relacionar posição e estrutura acometida (levando a alteração),
identificar distensão de segmentos do TGI (em equinos) - tudo feito de forma objetiva, com janelas especificas para
cada região.
Tentar identificar em quantas e quais janelas tem liquido livre na cavidade abdominal - gera escore de fluido
abdominal (de 1 a 4, dependendo no número de janelas):
Imagem superior: pequenos volumes de sangramento, com 1 ou 2 janelas afetadas.
Imagem inferior: superior a 3 janelas - sinal de grandes volumes de sangramento (por exemplo em trauma
abdominal)

2.1 - Janela Hepato-diafragmatica: abaixo com grande quantidade de conteúdo anecoico (FF - liquido livre
significativo) próximo aos lobos hepáticos (LL) // visível também a linha diafragmática (D - normal).
????

Ainda em uma janela hepato-diafragmatica - a esquerda se angulando o transdutor em direção ao coração,


permitindo visualizar ápice cardíaco e existência de efusão pericárdica // a direita visível o lobo hepático na parte
superior da imagem, além de fluido livre ao redor do coração (PCE - efusão pericárdica).

2.2 - Janela espleno renal: tipicamente são visíveis na mesma imagem o baço e o RE - nos casos de derrame em algum
desses, fica visível acumulo de liquido livre na região.

Na imagem acima demonstrando conteúdo anecoico (FF) // na abaixo é possível identificar diferentes graus de
acumulo de liquido livre (no caso com grande quantidade de conteúdo anecoico, deslocando órgãos).
Caso for jeito punção guiada pelo US é possível identificar tipo de material - neste caso de hemorragia.

2.3 - Janela cistocolica: a principal alteração encontrada em pequenos sendo de ruptura de bexiga (especialmente em
atropelamentos, geralmente acompanhados de fraturas de pelve).

Acima visível a vesícula urinaria (UB) e liquido livre (FF) - pode ou não ser urina, o que pode ser confirmado por
punção guiada por US, seguida de análise do aspecto/dosagem de creatinina no liquido // ou cateterização urinaria
(tentar encher bexiga com soro estéril, avaliando se vasa ou não liquido pro abdômen, assim como se a bexiga se
distende ou não pela infusão de liquido).

2.4 - Janela hepatorenal: na maioria das vezes o rim direito fica em contato com o fígado - na imagem abaixo se tem
conteúdo anecoico entre polo cranial do rim e lobo hepático (quantidade moderada de liquido livre).
3 - Método VET blue: uma alternativa além do FAST-T para avaliar tórax nas emergências - se trata da avaliação
ultrassonográfica pulmonar feita ao leito (ao lado do leito) // quanto aos pontos de avaliação, feita sempre usando
janelas intercostais.

Permite avaliar tanto lobos pulmonares dorso caudais e lobos pulmonares cranioventrais.

(T-FAST anima // VET blue abaxial)

No seu uso é importante diferenciar o que são artefatos de reverberação normais (produzidos pela interface
pleuro-pulmonar, denominadas de linhas - aparecem como uma serie de linhas ecogênicas paralelas a parede do tórax,
que vão diminuindo de intensidade a medida que se aprofundam/afastam em relação a parede toráxica) das linhas B
(artefatos em calda de cometa).

As linhas B representam alterações - tipicamente representam presença de liquido nos alvéolos (por exemplo nos
casos de edema pulmonar e até msm pneumonia): aparecem como linhas hiperecoicas dispostas de maneira radial a
partir da parede toráxica.
Outro aspecto normal no US toráxico é o deslizamento entre pleura parietal e visceral: o pulmão deslisando em
relação a PT nos movimentos inspiratórios e expiratórios é visto em tempo real no US,

Na imagem também a sombra acústica produzida pelas costelas (esperada na avaliação pela janela intercostal).

Acima exemplificando as linhas B - linhas ecogênicas radialmente a partir da parede toráxica (calda de cometa) -
as quais podem ocorrer em edemas pulmonares (cardiogênico por exemplo).

Quanto mais linhas B por janelas e mais janelas afetadas com linhas B, mais significativa é a alteração pulmonar.
acontece pp em edema pulmonar (cardiogênico pe),
A ocorrência de pneumotórax também é perceptível no FAST-T: ocorre perda de deslizamento normal entre
pleura parietal e visceral, as quais ficam afastadas pela presença de ar.

Caso sem deslizamento em várias janelas e vários EICs - indicativo de pneumotórax e significativo.

Acima é possível perceber efusão (FF), costelas com sombreamento acústico; conteúdo anecoico entre PT e
pulmão; além de outras alterações da parede (hematomas e outros sinais secundários a trauma da parede toráxica são
visíveis pelo FAST-T // massas internamente).

4 - FLASH: feito com várias janelas - algumas nos EICs, outra na fossas para lombares e na região ventral do corpo -
no total são 3 do lado esquerdo; 3 no direito; uma na linha ventral.
Cada janela tentar identificar órgãos e estruturas pela topografia, registrando alterações - feito rapidamente, em
no máximo 3m (colica gera desconforto e dor na realização do exame).

Exemplo de ficha para registro de alterações:


Anotar quanto a presença de liquido livre; dilatação de estomago e seguimentos do TGI; redução ou ausência de
motilidade; / hiperperistitaltimos (pode ocorrer na enterite); espessura da parede das alças intestinais; outras
estruturaras visíveis (RE e baço - alteração topográfica pode indicam alterações intestinais).

Parte superior da imagem - Acesso intercostal: visível estomago, porção cranial baço, parte do fígado.
Parte inferior - Fossa paralombar esquerda: visível baço e RE.

PS: estruturas mais profundas no abdome não são visíveis.


PS2: priorizar transdutores convexos e de baixa frequência.

Acima demonstrando a topografia normal em equino em janela da fossa paralombar esquerda (imediatamente
caudal a última costela, na parte dorsal do abdome): intestino é pouco visível na região (caso o colón dorsal e alças
intestinais estejam visíveis é sinal de alteração, com distensão de seguimentos).
Já janela 4 é possível observar a parte mais caudal do baço e o colón dorsal e ventral esquerdos - possível também
mensurar espessura da parede; avaliar distensão por gás ou líquido; avaliar motilidade; identificar padrão de
saculação típico do IG de equinos (se mantido ou não).

Já no flanco direito é possível avaliar o ceco - observar saculações, motilidade, distensão // avaliações
quantitativas (espessura da parede).
Imagem representativa de causa comum de colica em equinos, o encarceramento nefroesplenico de alça intestinal -
avaliado em janela esplenorenal (do lado esquerdo - 3).

Visível o baço com desvio de posição - parte mais dorsal do baço deslocada medialmente, se dobrando // na região
dorsal da imagem alça com gás (conteúdo mais ecogênico com reverberação) // presenca de conteúdo anecoico entre
baço e alça intestinal.

Acima também um encarceramento (uma das principais indicações do FLAHS - pela janela 3)

Na esquerda - na parte dorsal a alça distendida com gás.


Na direita - baço com mudança de topografia e liquido livre entre ele e parede da cavidade abdominal.

Acima uma representação da mensuração da parede do TGI - da serosa ate o lumem (representado pela interface
entre mucosa e gás): deve ser avaliado com padrões de referência, verificando se espessada (em doença inflamatória
por exemplo).
Acima alças intestinais distendidas por liquido, podendo ocorrer no potro com colica ou adulto - pode ser
identificado no flanco direito ou esquerdo (porem no lado direito fica dificultado pela presença do ceco).

Acima alças com distensão por líquidos - avaliar em conjunto distensão por liquido, espessura da parede,
motilidade (ajuda a identificar possível causa da alteração).

Video1: avaliação da motilidade - peristaltismo aumentada e distensão por conteúdo alimentar - pode indicar
enterite ou obstrução distal a este seguimento.

Video2: contrário - várias alças ID distendidas por liquido com hipomotilidade.


Aula 2 - Exames contrastados e meios de contraste

1 - Introdução:

Objetivo dos estudos contrastados: realçar o contorno entre órgãos ou estruturas e tecidos adjacentes -
possibilitam determinar tamanho, formato, posição, localização e função.

PS: em alguns casos na rotina veterinária já existe contraste natural entre estruturas // porem em outros as vezes
não se consegue distinguir estruturas vizinhas.

Felino com íleo paralítico secundário a fecaloma - gera contraste natural entre alças preenchidas com gás, órgãos
abdominais e gordura abdominal (detalhamento de serosas).

Acima um cão com ascite em projeção lateral do abdômen, com pobre detalhamento de serosas - nessas situações
pode ser necessário uso de contrastes.

Estudo contrastado: complementa ou confirma as informações obtidas por meio dos exames simples de imagem
(ou combinação de diversos métodos simples).
Abaixo animal com corpo estranho pilórico, em projeção lateral esquerda - estrutura com radiopacidade
semelhante à dos tecidos moles, no interior da região pilórica/antro pilorico (provavelmente um CE).

US também é possível de ser utilizado e bastante sensível para identificação de alguns tipos de CEs
gastrointestinais - lembrando que os exames de contraste nunca devem substituir os exames convencionais.

Exames contrastados em Medicina Veterinária:


- Radiografia (foco da aula - porem também importante nos outros).
- Tomografia Computadorizada
- Fluoroscopia
- Ressonância Magnética
- Ultrassonografia

2 - Radiografia contrastada:

PS: é de vital importância a obtenção de radiografias simples antes do estudo contrastado - útil para estabelecer a
técnica adequada de exposição (regulagem de kilovoltagem, miliamperagem e tempo de exposição) // avaliar a
preparação e posicionamento do paciente // pode revelar o diagnostico e evitar uso desnecessário do contraste.

(a) Contrastes positivos: aparecem radiopacos na imagem - geralmente são elementos químicos com elevado
número atômico, eficientes em atenuar ou absorver raios X (principais sendo os a base de iodo e bário).

(sulfato de bário em TGI de cão)


(b) Contrastes negativos: aparecem radiolucentes/radiotransparentes na imagem - abaixo um cão submetido a
pneumocistografia (injeção de ar no interior da VU - o ar sendo radiotransparente): geralmente feito com gases de
baixa densidade, por exemplo com ar atmosférico e dióxido de carbono.

PS: dióxido traz menos risco de embolia que o ar atmosférico.


PS2: se retira todo o ar depois do exame da bexiga.

(c) Duplo contraste: utilização conjunta de meio de contraste positivo e negativo - usado para avaliação de alguns
órgãos cavitários (estomago, colón, vesícula urinaria, etc) // interessante para avaliar mucosas.

Uso de DC em gastrografia de cão - o sulfato de bário aparece revestindo pregueamentos da mucosa e no fundo
gástrico (imagem radiopaca) // interior do estomago como todo com aspecto radiotransparente (preenchido por ar).

Tipos de contraste positivo: divididos em insolúveis e hidrossolúveis (iônicos e N.i)


PS: insolúveis são mais usados para avaliar o TGI - por ser insolúvel não é absorvido, preenchendo bem
todos seguimentos intestinais // pode ser usado por via oral ou enema // não usar em suspeita de perfuração (causa
peritonite química, que pode ser grave).

PS2: são seguros, se usados corretamente - porem existem relatos de injuria renal aguda pelo uso IV dos
hidrossolúveis iônicos em humanos.

Aplicabilidades do contraste:

(a) Estudos de contraste do TGI: indicado em disfagia; CEs; massas; lesões da parede; obstruções/estenoses;
vômitos/regurgitação; diarreia - principalmente em casos não esclarecidos por outros formas de diagnóstico (RX
simples com US por exemplo).

PS: para disfagia e alteração esofágicas quase sempre é indicado a avaliação contrastada - RX ou
fluoroscopia

(principais orientações)
(tempo de trânsito gastrointestinal)

PS: os iodados passam e são absorvidos mais rápido (por serem hidrossolúveis) - isto resulta em pobre
delimitação do colón.

PS2: esvaziamento é mais rápido em felinos - de 2 a 3 horas para esvaziar no cão // de 1,5 a 2 nos gatos
(trânsito mais rápido no geral).

PS3: usar projeções radiográficas seriadas até que todo o meio de contraste alcance colón (bário é
eliminado nas fezes).

(via oral // nasal)


(ME primário)

Acima um caso de ME secundário a persistência do 4ª arco aórtico direito em filhote de cão - nas setas as
saculações no esôfago.

Acima um caso onde o contraste não preenche ID e colón, mas permanece no estomago - no caso o animal
tinha ingerido flanela, absorveu e retou o baio por muito tempo no estomago.

É importante fazer radiografias seriadas registrando até a chegada no colón.


Nestes casos a endoscopia também ajudaria, porem nem sempre está disponível e necessita do uso de
anestesia geral.

Acima um cão com quadro de vomito, sem alteração visível no RX simples e US, além de palpação
dificultada pelo porte e sensibilidade - no RX contrastado foi evidenciado retardo no esvaziamento gástrico com
preenchimento de estrutura na região do piloro (caroço de manga).

Quadro com cão idoso com diarreia crônica, vomito, emagrecimento, apetite diminuído - US inconclusiva,
com pequena quantidade de liquido livre // RX simples (esquerda) mostrando apenas quadro de ascite com pobre
detalhamento de serosas, principalmente na região epigástrica direita.

Já no uso de contraste (sulfato de bário - a direita) evidenciado padrão em impressão digital (impressão
pelo polegar) em todo o seguimento de alças do ID - representando neoplasia intestinal Infiltrativa e difusa por todo
seguimento intestinal.
Na necessidade de avaliar o colón especificamente, pode ser feito com enema de bário (por via retal) -
resulta em melhor preenchimento do colón e avaliação

Pode ser utilizado também duplo contraste, com soluções iodadas nos casos de suspeita de perfuração.
Nestes casos feito com anestesia geral ou sedação devido ao reflexo de defecação.

Acima um cão com desvio retal, o qual foi evidenciado como uso de enema de bário (apresentava tenesmo
crônico na clínica) - importância do uso de 2 projeções ortogonais para identificar algumas alterações.
(estenose retal identificada por enema de bário)

(b) Estudos de contraste do trato urinário: indicado nos casos de


I. Suspeita de ruptura e lesões de parede; disúria e obstruções; cálculos (especialmente os
radiotransparentes na uretra).
II. Nos casos de hematúria e presença de massas.
III. Para avaliação do tamanho, posição e formato dos órgãos: identifica anormalidades funcionais, como
ureter ectópico por exemplo.

(principais orientações)

Pode ser feito com pneumocistografia ou com contraste a base de iodo (positivo - hidrossolúvel) - no caso
de uso de contraste duplo, rolar o animal para difusão dos contrastes.
Acima uma demonstração de um possível artefato na cistografia, as bolhas de ar - podem ser confundidas
com cálculos radiolucentes, porem as bolhas tendem a ficar mais na margem da vesícula urinaria (cálculos por sua vez
tendem a ser centrais).

Precauções incluem evitar bolhas na seringa de uso dos contrastes positivos // no caso do uso de duplo
contraste aplicar o ar primeiro.

Acima um uso importante da cistografia - para descartar ruptura de bexiga em casos de fratura de fêmur
e pelve - caso integra se mantem preenchida e uniforme (assim como na imagem).

Neste caso feito com positivos hidrossolúveis, de preferência com não iônicos (risco de peritonite).
Acima demostrando um cão com massa vesical, onde foi feito uma uretrografia retrograda - leva ao
preenchimento da uretra e bexiga - no caso possui defeito de preenchimento (no colón vesical - seta azul) com
radiotrasnparencia, causado por uma massa.

Também seria visível por ultrassom.

Acima um cão com herniação perineal de bexiga - na uretrografia retrograda foi evidenciado alteração
de posição da vesícula urinaria // na clínica apresentava tenesmo vesical constante.

(calculo uretral radiolucente)

Acima demonstrando o uso da uretrografia retrograda para a identificação de cálculos radiotransparentes


- o defeito de preenchimento na uretra fica visível em relação ao contraste positivo.
Já na imagem demonstrada, se tem um exemplo de urografia excretora em uma cadela - o contraste
hidrossolúvel é administrado por via IV, levando ao preenchimento da pelve renal e ureteres: evidencia obstruções e
dilatações da pelve e ureter, além de alterações de posição (ureter ectópico por exemplo).

No caso o rim direito se apresenta normal // o ureter esquerdo dilatado, mas sem preenchido pelo
contraste ( setas brancas curtas) // dilatação pelve renal e obstrução (setas longas).

(c) Mielografia: indicado em suspeita de compressão medular , seja por doença de disco intervertebral;
traumatismo de coluna vertebral; instabilidade vertebral e neoplasias.

PS: seu uso tem diminuído com o aumento do uso da TCG e da mielo tomografia na veterinária - similar a
mielo, porem com tomografia ao invés do raio-x.

(principais orientações)
Cisterna magna fica localizada entre o occipital e a primeira vertebra cervical // outro possível ponto para
mielografia sendo entre L5 e L3.

Recomendado elevar o pescoço do animal para distribuir o contraste, percorrendo as meninges e ME.
Em alguns casos para a análise da cervical, pode ser feito com projeções dinâmicas - com pescoço
flexionado ou estendido.

Local de punção da CM - estruturas anatômicas de referência sendo (a) asas do atlas e (b) protuberância
occipital.

A inserção pela cisterna magma é a mais comum par Mielografia, porem em casos de suspeita de lesão nas
regiões mais caudais da medula espinhal pode ser feito na região lombar, entre l5 e l6: a técnica é mais difícil e
geralmente ocorrer extravasamento do contraste para a epidural, dificultando interpretação // porem ainda é
importante para identificação definitiva de lesão medula toráxica na ausência da tomografia.
Acima uma mielografia de um cão com região cervical normal - na projeção lateral é possível ver as linhas
dorsais e ventrais do contraste pelo canal vertebral

É importante que a projeção seja estreita - se pegando muitas vertebras numa mesma imagem pode
ocorrer com muitos artefatos de distorção.

Abaixo demonstrando o uso de posições dinâmicas: com flexão ou extensão da região da coluna vertebral
sendo avaliada - deve ser cuidadosa para não agravar eventuais traumas e lesão na CV/medula espinhal.

Acima demonstrando como a aplicação da mielografia na identificação de lesões medulares


Na imagem superior: compressão extradural entre C6 e C7, evidenciado pelo desvio dorsal da linha
ventral de contraste (seta preta), típica da doença do disco intervertebral com hernia de disco.

Na inferior: lesão intradural, com afastamento das linhas de contraste dorsal e ventral e com defeito de
preenchimento (seta branca) - pode ser encontrada, por exemplo, em cistos ou neoplasias intramedulares.
É possível ainda usar a TGC para avaliar canal medular (A e B), compressões, massas, localização das
lesões - possui ótima sensibilidade.

A ressonância magnética (c) é menos acessível, porem com excelente imagem para avaliar SN, inclusive
da medula espinhal (asterisco) - cabeça de seta com local de compressão medular.
PS: neste caso não precisa de aplicação de contaste no espaço subaracnóideo.

Acima um cão com luxação intervertebral após atropelamento demonstrado em mielografia - visível a
interrupção completa da passagem do contraste pela luxação.

(d) Angiografia - angiotomografia: indicado para identificação de:


I. Shunts/anomalias vasculares: pp as não detectáveis por US.
II. Doenças cardíacas: a fluoroscopia com contraste sendo muito utilizada - tanto para diagnostico
quanto para guiar procedimentos terapêuticos minimamente invasivos.
III. Massas/neoplasias
(principais orientações)

Tipicamente é feito sobre anestesia geral ou sedação - com administração IV de soluções hidrossolúveis de
contraste // técnica e localização de aplicação varia com região analisada.

No caso do uso de raio-X são feitas administrações seriadas logo após ingestão // se com fluoroscopia pode
se avaliar em tempo real após a administração.

(equino - cabeça // extremidade, útil em laminite por exemplo)

Acima demonstrando o uso em um cão com desvio portossistêmico (portografia?) - identifica o desvio do
contraste (e consequentemente fluxo sanguíneo ) da veia porta para veia cava caudal.
Também pode ser feito com tomografia, também com administração IV do contraste - acima o vaso
anômalo (VA) é indicado fazendo comunicação dos 2 vasos.

Praticamente todo exame tomográfico é feito com administração IV de contraste - este realça lesões em
órgãos parenquimatosos (fígado, encéfalo): algumas lesões são hipercaptante de contraste e aparecem hiperdensas
/intensas na tomografia e RM; outras são menos e aparecem hipodensas/intensas.

Acima um cão com nódulo hepático - a área de metástase no fígado fica hipodensa em relação ao
parênquima e aos grandes vasos (dorsal), já que o contraste preenche os capilares sinusoides e vasos gerando maior
realce nas demais áreas (áreas de necrose e lesões ficam menos vascularizadas) // a vesícula biliar também é
hipocaptante).
Crânio de um cão - comparativo de com e sem contraste - no uso de contraste IV (iodado hidrossolúvel)
fica visível uma massa encefálica (hipodensa).

(d) Artografias contrastadas: abaixo demonstrando uma artrografia - pela administração intrarticular de
contraste

Tomografia de equino com lesão de cartilagem articular - fica visível o contato do contraste com o osso
subcondral (cartilagem articular lesionada).

Nestes casos a RM e artroscopia seriam mais sensíveis, porem nem toda articulação permite o uso da
segunda nos domésticos (espaço suficiente para artroscopia).

(artografia de duplo contraste // contraste positivo na articulação escapulo humeral)

No caso da ressonância magnética o princípio do contraste é diferente dos radiológicos - feito pp com
gadolineo (um metal) por via IV - abaixo um crânio de cão sem contraste comparado com uso de contraste,
evidenciando massa encefálica (hipercaptante/hiperintensa).
3 - Contrastes ultrassonográficos: feito à base de micro ou nano bolhas - uso tem crescido na veterinária - a
distribuição das bolhas nos vasos gera realce das estruturas pelo aumento da refletividade do sangue nos órgãos
avaliados // útil para diagnóstico precoce não invasivo de diversas alterações em diferentes órgãos.

(fases de preenchimento no rim)

Ultrassonografia intervencionista
1 - Introdução:

Utilidade: tanto para diagnostico quanto terapêutica

Procedimentos guiados por US (ultrassonografia intervencionista): coleta de material (citologia aspirativa por
agulha fina), drenagem de cistos e abcessos, biopsia minimamente invasiva (com agulha tru-cut); punção
(cistocentese, toracocentese, pericardiocentese e abdominocentese); delimitação de área para cirurgias minimamente
invasivas, colocação de stents/dilatação por balões (em estenoses).

PS: linfonodos e estruturas superficiais podem ter material coletado apenas com palpação.
PS2: o uso de tomografia e RM intervencionista também possível, porém menos comum na vet - nestes casos
o animal deve ficar completamente imóvel.
PS3: agulha tru-cut possui modelos de acordo com cada tipo de tecido - tecido mole, medula óssea, biopsia
óssea, etc.

PS4: em cadelas e gatos a cistocentese é mais simples do que a sondagem - no caso de machos caninos a coleta
por sonda flexível é mais fácil.
PS5: a fluoroscopia pode ser usada para guiar implantação de stents e balões - procedimento endovasculares
minimamente invasivos guiados por fluoroscopia (similar a um RX, porem em tempo real praticamente - útil para
oclusão de PDA; implantação de stents traqueal em colapso de traqueia, dilatação por balão em estenose de válvula
cardíaca, etc).

2.1 - Citologia aspirativa por agulha fina guiada por US: ajuda a localizar alterações - por exemplo, evidencia local
onde tem mais conteúdo anecoico nos abcessos (útil até mesmo nos superficiais).

Alguns aparelhos geram guias para o trajeto da agulha (marcado no software) - pode ser interessante para uso em
órgãos com risco de sangramento (fígado e baço por exemplo).

A punção é feita após tricotomia, antissepsia e desinfecção do transdutor (com álcool 70%).

(punção livre punção em linfonodo superficial // guiada)


Acima exemplificando o ângulo de inserção da agulha para punção aspirativa e coleta de materiais - quanto mais
aberto for o ângulo, maior será a refletividade da agulha no US // caso for inserida muito paralelo em relação ao
transdutor a visualização da agulha fica dificultada.

Se recomenda usar um ângulo de 45º ou maior.

Observações:
. Alguns aparelhos possuem função para realce da agulha de biopsia (software).
. Aparelho mostra a profundidade da estrutura: ajuda bastante - na escolha de uma agulha com profundidade
adequada por exemplo (25x7 por 7 inteira se na profundidade de 2,5 cm // com cateter 18 e 20 se mais profundo).

. O ultrassom pode ser utilizado também após o procedimento de punição para verificar quanto ao derrame de
liquido e indícios de sangramentos ativos - caso presente deve ser feito uma laparotomia para hemostasia cirúrgica,
porém é raro de ocorrer (geralmente quando ocorre seria pela enfermidade inicial, e não pela punção).

. Dependendo do local de punção se recomenda fazer um coagulo grama dependendo do local (para punção
hepática e esplênica por exemplo) - recomendado também já estar preparado para complicações, realizando o
procedimento já em bloco cirúrgico dependendo do caso (porem de forma geral é considerado um procedimento
simples e seguro).

. Pode ser feito com leve sedação apenas - no caso de punção no fígado, rins e biopsia de massas toráxicas é
importante que o animal fique imóvel, podendo ser utilizado anestesia geral (especialmente no caso de nódulos muito
pequenos).

Aspecto dos abcessos no US: geralmente possuem região hipoecoica (menos ecogênica), representativo de líquidos -
no caso de neoplasias pode representar áreas de necrose, neste caso sendo um lugar inadequado para coleta de amostra
(pouco representativo, podendo não ter a melhor qualidade de diagnostico).
Para nódulos se recomenda procurar nódulos maciços, mais ecogênicos // ou ainda fazer a coleta próximo ao
nódulo e suas áreas hipoecoicas.

PS - Aspiração folicular ovariana: também pode ser feita com o uso de US, tendo princípio similar ao da PA:
1ª - Utilizado para fertilização in vitro e maturação de ovócitos.
2ª - Inserir a probe intravaginal até a região da fórnix da parte cranial da vagina.
3ª - Realizar palpação retal, trazendo os ovário para prox. do transdutor.
4ª - Com guia de agulhamento: puncionar e aspirar folículos com sistema a vácuo - colher ovócitos de dentro
dos folículos.
2.2 - Biopsia: feita com agulha especifica, podendo esta ser automática ou semiautomática - usado para analise
histopatológica via procedimento minimamente invasivo: geralmente gera amostras representativas para órgãos
parenquimatosos.

PS: a agulha é graduada em centímetros.


PS2: geralmente feito com anestesia geral - iniciado com incisão de pele (ao perfurar com agulha perde um pouco
do corte), de menos de 1cm.

PS3: com maior assepsia possível - até transdutor coberto com capa estéril ou luva cirúrgica // com uso de campo
operatório.

PS4: pode ser feito em bloco cirúrgico ou ambulatorialmente.

2.3 - Punçoes de cavidades - Toracocentese e abdominocentese: pode ser feito sem o US, porem ajuda bastante em
alguns casos -
PS: em pneumotórax ou efusão pleural grave - pode ser feito a toracocentese sem esperar pelo US.
(toracocentese com escalpe e válvula de 3 vias)

Acima um caso de animal com tumor mamário, no qual após 6 meses da cirurgia o animal apresentava dispneia e
RX com aumento de radiopacidade, causando sobreposição com sombreamento acústico de pulmão e coração.

Na imagem apenas os campos caudais visíveis, sem silhueta cardíaca bem delimitada - não parece massa (sem
desvio dorsal evidente da traqueia) // lobos craniais e médio direito com aumento de RO, representando provável dos
lobos pulmonares.

Por ser um caso com risco de metástase em recidiva do rumor mamário, foi feito um US do tórax - foi identificado
região de liquido e lobo pulmonar consolidado, próximo ao 4 e 3EIC.

Região foi puncionada e direcionada ao diagnostico - cultura e antibiograma (negativo) e citologia (sugestivo de
mesotelioma ou carcinoma, indicando recidiva ou metástase).
Animal foi colocado em decúbito external para punção (longitudinal nos EICs), sem sedação no caso (mantido
apenas no oxigênio, já que o animal apresentava dispneia e a sedação poderia aumentar o risco).

Se deve trazer a área que se deseja realizar a punção para próximo da marca do transdutor - agulha entra
próximo a marca (M no monitor), ajudando na identificação.

Considerado um procedimento minimamente invasivo.

Para abdominocentese, a punção ocorre de forma similar - o US pode ser usado para identificar local de maior
coleção de liquido: se só na janela hepatorenal no FAST pode ser usado para verificar se é sangue por exemplo // na
janela cistocolica para verificar se é urina.

2.5 - Pericardiocentese: usada para confirmar a ocorrência de efusão e para guiar a profundidade da punção - pode ser
feita também guiada apenas pelo choque cardíaco, porém menos precisa.

PS: choque cardíaco - no lado esquerdo, próximo do 5EIC - área onde o coração fica mais próximo do tórax,
podendo ser sentida palpando o frenulo ou pela auscultação.

PS2: feita com cateter - ao ser espetado não tem risco de afetar a parede do coração devido a expansão pelo
liquido // após o contato se deve retirar o mandril do cateter, deixando apenas a haste flexível (não cortante).
2.6 - Cistocentese: método bastante utilizado na veterinária - feito com contenção apenas ou com sedação, dependendo
do caso.

PS: evitar realizar do lado esquerdo (presença do colón).


PS2: com seringa de 5 a 10ml - de acordo com tamanho do animal.
PS3: punção feita com agulha em 45 graus - de 30 ou 25/7 (com agulha fina pra não vazar depois) // ou cateter 20
(14 seria muito grosso - pode gotejar após procedimento).
PS4: esvaziar a bexiga pode até ajudar a ver nódulos no US
Endoscopia e laparoscopia diagnostica

1 - Introdução: possuem aplicações tanto no diagnóstico quanto na intervenção (tratamentos e cirurgias) - na aula
será focado seu uso diagnostico:

São métodos minimamente invasivos - usando cavidades naturais (endoscopia) ou pequenas incisões
(laparoscopia, toracoscopia, artroscopia).

Permitem também união com outros métodos diagnósticos complementares - coletar material de biopsia por
laparoscopia por exemplo.

Nomenclatura: a endoscopia varia em nome de acordo com a via de acesso.


Digestiva: esofagogastroduodenooscopia (endoscopia alta) e colonoscopia
Urinaria: cistoscopia e ureteroscopia - começando a ser usada amplamente.
Respiratória: rinoscopia e traqueobroncoscopia - a rino permite analise da região caudal da nasofaringe (pode
ser retrograda);
Reprodutiva: vaginoscopia e histeroscopia - usada em pequenos e grandes (pp nas femeas de equinos).
Artroscopia: pp em equinos.

Tipos:
(F) Flexível: possui controle na ponta -> pode ser orientada em várias direções: ótima para explorar órgãos
cavitários (estomago, vias respiratórias, etc)
PS: pode ter até 1m (pequenos) // de 1,5 a 2m para equinos.

(R) Fibroscopio rígidos: muito usados para laparoscopias, articulações, tórax, seios frontais, cavidade nasal -

2.1 - Endoscopia rígida:


Tipos de ótica: a lente pode possuir angulações de lente, alterando o ângulo da imagem - em ângulo, 12º, 30º, 120º,
etc (varia com a aplicação e serviço sendo feito).

Instrumentos:
I. Inserção para fonte de luz: conecta-se a cabo da fibra ótica e fonte de luz -
II. Inserção para vídeo: pode ser olhar direto pelo aparelho ou acoplado a televisão.

III. Camisa do endoscopia: peça autolavável a qual veste a ótica e tem canais de acesso (um ou mais) - os
canais de acesso podem ser acoplados a equipamentos diversos, para insuflar com ar; passar pinça de biopsia, punção
aspirativa; rede parar coletar material ou remover CE; pinças traumática/atraumática; etc.
PS: existem diversos instrumentos de endoscópio.

Exp - Pode se usar uma sonda uretral adaptado na camisa de endoscopia para IA
intrauterina em cadelas (sêmen congelado): se passa uma sonda uretral dentro do canal de acesso, que sai na ponta da
camisa do endoscopia (visível pela câmera).

IV. Trocater: para perfurar parede toráxica ou abdominal para inserir ótica.
V. Monitor e impressora.

ótica e pinça de biopsia sendo passada passando pelos canais de acesso

2.2 - Endoscopia flexível:

Instrumentos:
I. Controles para insuflar ar, aspirar, manivelas para girar para lados.
II. Fonte de luz.
III. Canais de acesso: equipamento deve ser bem comprido.

PS: possuem marcações seriadas de tamanho.


PS2: os mais finos (pediátrico - até 5mm) podem ser usados para rinoscopia e endoscopias em animais
pequenos e silvestres.
Tipos de pontas: são diversas - variam com a função da operação.
a. Fórceps: arrancam fragmentos - histopatológica com coleta minimamente invasiva.
PS - Gatilhos automáticos: a pinça* é exposta, colhe amostra e retorna para a bainha do equipamento ao
gatilho ser acionado - remove amostra sem contaminação.

b. Jacaré, pinças, laços, redes, pinças duplas, triplas: para remoção de corpos estranhos.

c. Escova: para citologia - avaliar próstata, endométrio, bexiga.


d. Eletrodos: para coagulação - ulceras com sangramento ativo por exemplo.
e. Agulha para punção aspirativa.
f. Tesouras.

Acima um pequeno tecido coletado com endoscópio: fragmento é pequeno e representativo, sendo indicado para
casos de gastrites crônicas e colites ulcerativas, porém não é possível coletar material de espessura total - a coleta com
endoscópio é mais indicada para superfícies internas de órgãos, e não para coleta de camadas muscular, SM, serosa e
adventícia: nesses casos se precisa do uso de biopsia de espessura total (cirúrgica).

3.1 - Endoscopia digestiva:

Colonoscópio rígido pode ser usado para avaliar parte terminal do colón e reto - bastante limitado, por isso
geralmente se dá preferência aos flexíveis.

Equipamento possui canais de insuflação, aspiração e movimento das manivelas - quando acionado move ponta
do endoscópio, permitindo retroflexão de até 180 em um dos lados, útil para avaliar cárdia do estomago e
nasofaringe na endoscopia respiratória alta por exemplo // nos outros 3 lados se movimenta 90º.

Para uso no digestivo usado sempre acoplado em sistema de sucção (bomba de vácuo) - mesmo com preparação de
enema e jejum, pode ocorrer conteúdo: nesses casos lavar injetando liquido o e aspirando, melhorando assim a
clareza de imagem.

Endoscópios flexível com equipamento de laço pode ser usado - abre e fechar com os gatilhos semiautomáticos,
abraçando estruturas para fazer remoção.
No uso da endoscopia digestiva alta se deve usar estrutura protetiva para endoscópio - caso acorde protege o
endoscópio contra mastigação - na inserção se avalia desde a cavidade oral e orofaringe até o esôfago, estomago e
parte do duodeno (por isso chamada de esofagogastroduodenooscopia).

Acima, na esquerda - lumem e mucosa normais // no meio foto de mucosa de esôfago irregular, com áreas
avermelhadas, lesões proliferativas e eritema // na direita remoção de CE (geralmente possível).

Acima demonstrando hemorragia petequiais, eritema e ulcerações da mucosa // na direita uma


estenose de transição entre o seguimento (de pilorico por exemplo), impedindo a visualização do próximo seguimento.

Acima mostrando a entrada do cárdia - pode apresentar má fechamento nos casos de refluxo.
Na esquerda a vista da incisura menor do estomago o, fundo gástrico e antro pilorico - no meio mostrando como
se pode fazer a retroflexão do endoscópio para visualizar o cárdia (parte do endoscópio também visível).

Para preparar o animal e melhorar a imagem: esvaziar o estomago (jejum de 12 horas) e pode-se também insuflar
com ar // na colonoscopia pode-se usar enema também.

Acima exemplo de alterações, com ulceras gástricas e mucosa avermelhada - lesão proliferativa com hemorragia
ativa.

Na direita com massa na mucosa gástrica - pode ser retirada, se com cauterizador estiver disponível (nas ulceras
gástricas ativas pode-se cauterizar usando eletrocautério).

Nos casos com muito conteúdo se perde a definição da imagem - acima um sangramento ativo como exemplo.
Na direita mostrando o local onde foi feito coleta de fragmento - defeito na mucosa por arrancamento - observar
por sangramento após a retirada, similar à como feito no US intervencionista (porem este raramente gera
sangramentos).

Ao passar pelo estomago pode se observar a mucosa duodenal - abaixo um exemplo de gastroduodenite, com
pontos de eritema e ulcerações na mucosa, além de alterações proliferativas gerando estenose.

Enquanto na região verificar também as papilas duodenais (onde desembocam o ducto pancreático e biliar - em
casos de quadro crônico avaliar se existe relação e alteração de outros órgãos, tais como o pâncreas).

Avaliar a mucosa do duodeno - acima uma lesão e sangue em aspecto digerido: lesão pode evoluir de ativa a
crônico e sutil (no segundo caso pelas enzimas digestivas, apresentando sangue digerido).

Na direita uma foto de lesão proliferativa, a qual pode causar obstrução - nestes casos não é possível ver
sequência do lumem - pode ser parcial ou total // pode ser avaliado com biópsia (se inflamatório, proliferativo
hiperplásico ou neoplásico).

3.2 - Endoscopia respiratória: para análise do trato respiratório inferior geralmente se passa o endoscópio por dentro
do tubo traqueal via o uso de acessórios - o procedimento é feito junto a anestesia geral e ventilação.
para traqueia não precisa de tubo traqueal, proem para brônquio ou mais profundo precisa.
PS: canal de acesso pode ser usado para tubo de oxigênio.

Acima a visualização rostral da cavidade nasal - usada principalmente em cães de grande porte // difícil em gatos
e pequeno porte, porem pode ser possível via retroflexão no acesso pela nasofaringe usando sondas de menor calibre.

a. Lesões proliferativa da mucosa, pólipos, inflamação e espessamento de mucosa


b. Corpo estranho: espirros crônico pode ocorrer pelo fragmento - podem ser removidos pelo endoscópio.
c. Pólipos

Acima demonstrando aplicação de um tubo guia na ponta do endoscópio, o qual guia o aparelho e mostra trajeto
- no caso uma foto da laringe (E) e traqueia (D)

A endoscopia respiratória é muito usada para avaliar cães com síndrome braquicefalica (geralmente bulldog inglês
e francês) e cavalos com “ronqueira” (hemiplegia da laringe).
Acima demonstrando a aparência dos anéis cartilaginosos da traqueia - possuem parte dorsal muscular e restante
em anéis. Na direita mostrando também a bifurcação de brônquios (principais, acessórios - com o endoscópio mais
fino é possível chegar até aos brônquios principais).

A entrada nos brônquios pode ser usada para aplicar soro e aspirar os alvéolos para coleta de lavado
brônquio-alveolar: ajuda no diagnóstico da asma e da bronquite alérgica - pode ser coletado as cegas também, porém
mais difícil e exclui menos diferenciais (CEs por exemplo).

Na esquerda está demonstrado um caso de colapso de traqueia - grau de colabamento pode ser avaliado com mais
precisão que no raio-x e levemente melhor que na fluoroscopia // permite também colocação de stent traqueal.

Acima demonstrando animal com edema e inflamação - endoscópio pode ser usado com escova citológica para
coleta de material para exames de cultura.
Nos casos de CEs, as bifurcações são mais comumente afetadas - CEs causam quadros de tosse crônica.

3.3 - Cistoscopia e ureteroscopia (exame da bexiga e uretra): mais raro na veterinária - se disponível endoscópio
flexível e fino pode ser acessado a uretra, dependendo também do tamanho do animal // os rígidos podem ser usados
em femeas caninas, por exemplo (acesso ao ostio uretral com uso de especulo vaginal).

A cistoscopia pode ser feita também via laparoscopia (cistoscopia percutânea) - útil para uso de canais de acesso
(nos endoscópio mais finos pode não ter canais de acesso), para retirada de tecido e coleta de material por exemplo.

Nos casos de endoscópios com canal de acesso pode ser também acoplar um laser - pode ser usado para fragmentar
cálculos.

Abaixo exemplos de uretroscopia: são visíveis alterações da mucosa, que se encontra bastante irregular e com
processos - geralmente relacionado a neoplasias
PS1: o principal tipo de tumor sendo o carcinoma de células transicionais (comum na bexiga e colón vesical)
- a endoscopia permite também coletar material para diagnostico permite.

PS2: nos casos de tumores ureterais não é recomendado uso de punção percutânea aspirativa guiada por US,
já que pode causar implantação do tumor no trajeto da agulha - a endoscopia ou a coleta por sonda uretral são
ideais para tais casos.

PS3: endoscopia gera diagnostico mais precoce que no US - fica espessada e irregular, porem podendo indicar
cistite e cálculos.

Acima demonstrando áreas hemorrágicas em um caso de uretrite

Outra aplicação seria para identificar casos de ureter ectópico - implantado na uretra ou colón vesical - nesses
casos se pode até mesmo cauterizar por laser (correção minimamente invasiva).

O laser pode ser usado também para fragmentar calculo - fragmentos sendo retirados com endoscópio usando
redes ou pinças.

3.4 - Histeroscopia: mais comum em éguas, para transferência de embrião // usado também para IA intrauterina de
cadelas (deposição no colón uterino de sêmen congelado).
3.5 - Laparoscopia diagnostica:

Iniciado com a preparação de campo cirúrgico - são feitas com 2 ou mais portas, de acordo com o número de
canais de acesso necessários: geralmente com um para ótica e outro para instrumentais de acesso // em alguns casos se
usa também mais uma porta para equipamento de insuflação do abdômen

PS - Insuflação: equipamento para procedimentos laparoscópicos - órgãos da região abdominal são muito
próximos, sendo assim o insuflador de CO₂ serve para expandir a cavidade do paciente, abrindo um campo de visão
para que o cirurgião possa operar utilizando os instrumentais e a microcâmera.
PS - Agulha de veress: atravessa o abdômen antes dos acesos da laparotomia - fica ligada a um cilindro CO2
para a insuflação.

O acesso do laparoscopio através da cavidade é feito via trocater com canais de acesso - sua ponta perfurante
permite passagem do endoscópio, com remoção do trocater após inserção.

É importante preparar o ambiente para cirurgia, já que a laparoscopia pode virar uma, especialmente nos casos
de emergência.

(geralmente as janelas ficam trianguladas - o cirurgião manipula os 2 instrumentais // auxiliar com ótica)

Utilidades:
. Avaliar profundida e consistência das estruturas
. Mover estruturas
. Coleta de material: monitorar por sangramentos dps
PS: fígado geralmente sangra - eletrocoagulação ou laparotomia se excessiva
. Aspiração de liquido livre - mais fácil que na US com paracentese.
. Aspirar cistos.
. Remover tumores
PS: pode se usar cestos com trituradores para diminuir e passar o material pelo portal com facilidade.

. Orquiectomia de criptorquidicos
. Punção de VB para diagnostico: importante na tríade felina - uma condição que abrange três doenças
inflamatórias de forma simultânea, envolvendo o fígado, o pâncreas e o intestino delgado.

3.6 - Toracoscopia diagnostica:


Locais de acesso:
I. Hemitórax
II. Hemitórax ventral
III. Esternal: em lesões bilaterais.

Exemplos de utilidade:
Abaixo mostrando remoção de amostra de tecido do pulmão e de serosas (E) e abertura do pericárdio
(pericardiotomia/ectomia) para remoção de efusão e neoplasias (D).

3.7 - Artroscopia:

É limitada pelo tamanho do animal e a articulacao que se deseja inspecionar - algumas são mais dificieis de serem
avaliadas - a ressonancia magnetica tambem é util nas articulacoes, porem bem mais cara.

Coomo vantagens a endoscopia tem recuperação mais rápida que intervencoes cirurgicas, sendoo minimamente
invasiva, porem é contraindicada em artrites sépticas.

Abaixo um exemplo no uso para remocao de flap cartilalgnoso (curretagem) na osteocondrite dissecante de cabeça
do humero por exemplo.
Também útil para avaliar erosões de cartilagem (raio-x identifica alteração só quando no osso subcondral) - a
cartilagem não cicatriza bem, com recuperação demorada ou impossível dependendo do caso, porem quanto mais
rápido o diagnóstico melhor.

Abaixo mostrando erosão de cartilagem avançada, que já apareceria no RX.

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