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Aumento de Resistência

Professor Thiago França


O importante para a compreensão dos mecanismos de
aumento de resistência é a relação entre o movimento
das discordâncias e o comportamento mecânico dos
metais.

A habilidade de um metal para se deformar


plasticamente depende da sua habilidade de
movimentação das discordâncias.

Dureza e resistência depende da mobilidade das


discordâncias induzida pela deformação plástica.
Restringir ou impedir o
movimento de discordâncias
Redução no Tamanho de grão
Solução Sólida
Encruamento
Propriedades Discordâncias Contorno de grão Tamanho
de grão
Para muitos materiais o e depende do tamanho de grão
segundo a relação
e = o + ked-1/2

Onde d representa o diâmetro médio do grão, enquanto


o e ke são constantes para cada material específico.
Essa expressão é conhecida por Equação de Hall-Petch.
Ela não é válida para materiais policristalinos com grãos
muito grandes ou muito finos.
Fig. A influência do tamanho do grão sobre o
limite de escoamento de uma liga de latão
com composição 70Cu-30Zn.

Contornos de macla bloqueiam o escorregamento e resistência do material.


Contornos entre fases diferentes impedem o movimento das discordâncias.
Tamanho de grão resistência e a tenacidade de muitas ligas.
Formação de ligas com átomos de impurezas através de
solução sólida substitucional ou intersticional.
Definição: é o fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais
duro e mais resistente quando ele é submetido a uma deformação
plástica.
Também pode ser chamado de endurecimento por trabalho ou
por trabalho a frio.
Encruamento ou trabalho a frio é um importante processo
industrial que é usado para endurecer ligas ou metais que não
são sensíveis a tratamento térmicos.
Grau de deformação %TF = (A0 – Ad / A0) x 100
Normalmente, a taxa de encruamento é menor para
metais H.C. do que para metais cúbicos.

O aumento da temperatura de deformação pode


também diminuir a taxa de encruamento.

O trabalho a frio produz o elongamento dos grãos na


direção principal de trabalho.
Além das mudanças das propriedades em tração, o
trabalho a frio produz também mudanças em outras
propriedades físicas.

Normalmente ocorre uma diminuição apreciável da


condutividade elétrica e um pequeno aumento do
coeficiente de expansão térmica.
Devido ao aumento da energia interna no estado de
trabalho a frio, a reatividade química é também
aumentada.

Isto leva a uma diminuição geral na resistência à


corrosão e, em certas ligas, introduz a possibilidade do
aparecimento de trincas de corrosão sob tensão.
Densidade de discordâncias com deformação ou
encruamento, devido a formação de novas discordâncias.
Na média, as interações de deformação das discordâncias-
discordâncias são repulsivas.
A deformação plástica produz alterações microestruturais
e mudanças nas propriedades dos materiais:

Alteração na forma do grão;

Aumento na densidade das discordâncias; e

Endurecimento por deformação plástica a frio.


O estado de trabalho a frio é uma condição de maior energia
interna do que o material não-deformado.

Embora a estrutura celular de discordâncias do material


trabalhado a frio seja mecanicamente estável, ela não é
termodinamicamente estável.

O recozimento é comercialmente muito importante porque


restaura a ductilidade de um metal que tenha sido
severamente encruado.
O processo de recozimento pode ser dividido em três
processos distintos:

- Recuperação;

- Recristalização; e

- Crescimento de Grão.
É normalmente definida como a restauração das
propriedades físicas do metal trabalhado a frio sem
que ocorra alguma mudança visível na microestrutura.
Liberação de uma parte da energia interna de
deformação armazenada;
Redução do número de discordâncias;
Configurações de discordâncias com baixas energias
de deformação.
Desenho esquemático indicando a recuperação, recristalização, crescimento de
grão e as mudanças importantes nas propriedades em cada região.
É o processo de formação de um novo conjunto de
grãos livres de deformação e que são equiaxiais, com
baixas densidades de discordâncias, e com
características das condições anterior ao processo de
trabalho a frio.

Nucleação crescimento do núcleo formação


do grão crescimento de grão
A energia armazenada no trabalho a frio é a força
motriz tanto para a recuperação quanto para a
recristalização.

Se os novos grãos livres de deformação forem


aquecidos a temperaturas maiores que a requerida para
causar a recristalização, ocorrerá um crescimento
gradativo no tamanho de grão.
Metais puros recristalizam a temperatura de 0,3~0,4Tf.
Em algumas ligas comerciais, ela pode alcançar 0,7Tf.
Nível crítico de deformação plástica a frio abaixo do qual a
recristalização não ocorre (normalmente entre 2 e 20% de TF)

Fig 7.23 A variação da temperatura de


recristalização em função do
percentual de trabalho a frio para o
ferro. Para deformações menores do
que a crítica (próximo de 5%TF), a
recristalização não irá ocorrer.
(Callister, 2002).
O crescimento de grão irá ocorrer lentamente em
temperaturas nas quais a recristalização ocorre
imediatamente devido à força motriz para o crescimento
de grão ser apreciavelmente mais baixa do que a força
motriz para a recristalização.

O crescimento de grão é fortemente dependente da


temperatura.
Para muitos materiais policristalinos, o diâmetro do grão d varia
em função do tempo t de acordo com a relação

dn - don = kt

Onde do representa o diâmetro inicial do grão em t = 0, e k e n são


constantes independentes do tempo (n é geralmente = ou > 2).

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