Você está na página 1de 38

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Metalurgia do Pó

Prof. BRUNO GUEDES


Metalurgia do Pó
OVERVIEW

•Metalurgia do Pó pode produzir produtos de materiais que de outra forma


seriam muito difíceis de manufaturar;

•Produtos da M/P podem ser projetados para prover as propriedades


almejadas;

•Variações no tamanho do produto, taxas de produção, quantidade,


propriedades mecânicas e custos.
APLICAÇÃO INDUSTRIA
1. Introdução

•Metalurgia do pó é o nome dado ao processo pelo qual finas


partículas de materiais são misturadas, compactadas numa forma
desejada e então aquecidas para união das superfícies;

•Tipicamente utilizada quando grandes quantidades de pequenas


peças intricadas com elevadas precisões (tolerâncias
dimensionais) são requeridas;

•Desperdício de pouco material e misturas não usuais podem ser


utilizadas;
1. Introdução

• Características:
• utilização de pós metálicos e não-metálicos caro matérias-primas;
• ausência de fase líquida ou presença apenas parcial de fase líquida
durante o .processo de fabricação;
• produção de peças com formas definitivas ou praticamente
definitivas, dentro de tolerâncias muito estreitas, geralmente sem
necessidade de operações de usinagem posteriores ou de qualquer
outro tipo de acabamento;
• produção de componentes com características estruturais e físicas
impossíveis de se obter por qualquer outro processo metalúrgico;
• obtenção-de peças em grandes séries, tornando o processo
altamente competitivo em relação aos processos convencionais.
1. Introdução - aplicação

Automobilística – Engrenagem.

Projeto original:

- Chapa estampada: Estampado, cromatizado.


- Aço trefilado: Trefilado, usinado, cementado e tratado térmicamente.
As duas peças são montadas por interferência.

Conversão para o sinterizado:


Aço sinterizado MPIF FC-0205-35
Compactado e sinterizado.
1. Introdução - aplicação

Comentários:

A peça original passava por várias etapas de fabricação.

1- Material trefilado: Barras de 3 metros de comprimento com o formato dos


dentes da engrenagem. A barra era colocada em torno automático que usinavam
o furo central e o rebaixo necessário para a montagem na peça estampada.
Posteriormente passava por uma etapa de cementação e tratamento térmico.

2- Material estampado: Executado pelo cliente em prensas de estamparia e


enviado para zincagem. As peças eram posteriormente montadas em uma
prensa. O resultado era uma peça com baixa precisão dimensional que
encurtava a vida do produto final. A montagem entre as peças apresentava
falhas, não suportando o torque exigido para aplicação. A peça sinterizada é um
monocomponente cujo material possui 0,5% de carbono. Mesmo sem o
tratamento térmico a peça dobrou a vida útil do produto final.
1. Introdução

•Utilizada inicialmente no início dos anos 1900’s para a produção


de filamentos de tungstênio para lâmpadas elétricas;

•Compete com processos tais como fundição, forjamento e


usinagem para a fabricação de componentes;

•Usada na fabricação de peças para a indústria automobilística,


aproximadamente 70% da fabricação de componentes MP são de
peças de automóveis;
INTRODUÇÃO
(Continuação)
•Usada quando:

-O ponto de fusão é muito alto (W, Mo);

-Ocorrem reações na fusão (Zr);

-Materiais muito duro para utilizar operações de usinagem;

-Proporciona bom controle dimensional;

-Porosidade controlada;

-“Near net shape” (Formas próximas da final).


PORQUÊ MP ?

•Vantagens de custo

•Porquê é a única opção

•Melhores propriedades (Confere)


PORQUÊ MP ?
PORQUÊ MP ?
PORQUÊ MP ?
Vantagens
▪Componentes com elevadas resistências com metais de baixa ductilidade e
metais com elevadas temperaturas de fusão;

▪Peças com tolerâncias dimensionais elevadas e mínimo processamento;

▪Possibilidade de obtenção de ligas difíceis de processar por outro método


(Ex: Aços rápidos com elevados teores de carbono e elementos de liga),
geralmente ligas cujas composições excedem os limites de solubilidade que
invibializam o processamento convencional;
Vantagens

▪Possibilita a criação de peças com formas


complexas;

▪Reduz o desperdício de material;

▪Possibilita bom controle da microestrutura;


Desvantagens
▪O custo das ferramentas pode ser
relativamente alto quando comparado com
os processos ditos convencionais.

▪Resistência e rigidez pode ser inferior a


de ligas de composição química similares
processadas convencionalmente.

▪Porosidade e baixa ductilidade pode


comprometer a durabilidade.

▪Tenacidade à fratura pode ser baixa.


HISTÓRICO
6000 a.C. ––Primeiros achados de armas e ferramentas produzidas
a partir de aglomerado de partículas de ferro.de aglomerado de
3000 a.C.–Egípcios já utilizavam técnicas de metalurgia do pó para
a fabricação de ferramentas e implementos de ferro.
300 d.C.––Coluna de Delhi, Índia, pesando 6,5 toneladas, feita de
partículas de ferro reduzido.de ferro reduzido.
Sec. XVI ––Os Incas fabricaram joias usando pós de metais
preciosos.
1826/1829 –Primeiros desenvolvimentos significantes na metalurgia
do pó, na Inglaterra (Wollaston) e na Rússia (Sobolevskii), com a
produção de peças de platina maleável, pela compactação de pó de
platina reduzido.
HISTÓRICO

Século XX S––Desenvolvimento de métodos para compactação e


sinterização de peças de tungstênio e de molibdênio, para a
produção de filamentos para lâmpadas incandescentes, que
favoreceram a produção de outros tipos de peças como escovas
de carvão para motores elétricos, etc.
Após a Segunda Guerra Mundial - Grande expansão da produção,
para atender a demanda da indústria automobilística,
principalmente. atenda da indústria automobilística
HISTÓRICO

Coluna de Delhi
Emprego industrial

São os seguintes alguns do emprego industrial da metalurgia do pó:

• Fabricação de produto com metais de alto ponto de fusão,


impossível de serem fundidos.
• Obtenção de ligas com metais de pontos muito diferences.
• Fabricação de peças porosas.
• Produção econômicas de peças com formatos complicados,
difíceis de se obter por outros processos.
• Produção de compactos, constituídos de dois metais, devendo cada
um deles manter determinadas propriedades.
Emprego industrial

• Produção de estruturas formadas de um ou mais


elementos metálicos e um elemento não metálico .
• Emprego de pós metálicos aglutinados por plásticos.
• Fabricação de materiais abrasivos e de fricção.
• Produção de materiais de dureza muito elevada e de
difícil acabamento.
• Obtenção de ligas de metais insolúveis no estado
líquido ou sólido;
• Produção de peças em que as características dependem
em grande parte da pureza dos metais.
O mercado da metalurgia do pó no Brasil
Devido à restrita utilização de produtos sinterizados no Brasil, em
relação a outros países, o potencial de crescimento da metalurgia
do pó é bastante grande tanto em nível de pesquisa como em nível
industrial, principalmente pela demanda por produtos de alta
tecnologia em diversos setores como mecânica fina, indústrias de
defesa e aeroespacial.

A expectativa em relação à utilização de produtos sinterizados no


país é de que aumente consideravelmente nos próximos anos em
função dos planos de expansão das principais indústrias do setor,
movidas pela maior demanda no mercado interno, pois a cada ano
os novos projetos de automóveis, bem como as indústrias elétricas
e mecânicas, incorporam maior número de peças sinterizadas.
O MERCADO DA METALURGIA DO PÓ NO BRASIL
A produção de sinterizados no país situava-se próxima de 7 000
ton/ano (dado de 1986), sendo pequena se comparada com países
desenvolvidos, pois só em 85 a produção dos EUA foi de
269000t/ano, e a do Japão 147000t/ano. Na década de 1990, a
indústria automobilística dos EUA utilizava 20 a 30 kg de peças
sinterizadas por veículo, enquanto que o Brasil passava de 1 kg de
peças em 1984 para 3,5 kg em alguns modelos de 1986.

Em relação ao metal duro, a produção estimada do Brasil é de 400


a 450 e/ano, já nos EUA existem empresas que sozinhas
produzem 1 500 t/ano. Quanto às ligas de alumínio, enquanto em
vários países a metalurgia do pó é utilizada para obtenção de ligas
com propriedades especiais para aplicações de tecnologia de
ponta, no Brasil ainda não se fabricam produtos sinterizados
dessas ligas.
O mercado da metalurgia
do pó no Brasil

Em relação ao metal duro, a


produção estimada do Brasil é de
400 a 450 e/ano, já nos EUA
existem empresas que sozinhas
produzem 1 500 t/ano. Quanto às
ligas de alumínio, enquanto em
vários países a metalurgia do pó
é utilizada para obtenção de ligas
com propriedades especiais para
aplicações de tecnologia de
ponta, no Brasil ainda não se
fabricam produtos sinterizados
dessas ligas.
Brasil
Processos de produção dos pós metálicos

Processos de produção dos pós metálicos

De um modo geral, as matérias-primas empregadas podem ser classificadas


quatro grandes grupos:

a) Metais, seus compostos, suas ligas e elementos não metálicos;


b) Metais sólidos - fragmentação, usinagem, moagem, turbilhamento e
eletrodecomposição;
e) Metais líquidos - temperatura acima do ponto de fusão - granulagem,
atomização. evaporação e condensação;
d) Ligas - fragmentação, usinagem, moagem, turbilhamento. desintegração,
corrosão intergranular e eletrodecomposição térmica;
e) Compostos - redução no estado sólido, precipitação, deslocamento químico,
decomposição e decomposição térmica.

Dentre esses métodos, a eletrodecomposição e a redução dos óxidos e de


outros compostos no estado sólido são os mais empregados.
PROCESSOS DE PRODUÇÃO DOS PÓS METÁLICOS
• A partir dos pós obtidos através de várias técnicas de
fabricação, são duas as etapas fundamentais do processo:
• moldagem ou compactação pela aplicação de pressão nos pós, à
temperatura ambiente, no interior de matrizes, cujas cavidades
correspondem normalmente à forma e dimensões das peças
finais;
• aquecimento ou sinterização a uma temperatura abaixo da
temperatura de fusão do metal ou liga metálica considerada, sob
condições controladas de temperatura, tempo e ambiente.

•OBS: Outras operações típicas da metalurgia do pó consistem na


mistura dos pós, antes da compactação, quando se trata vários
componentes, e na calibração ou calibragem, após a sinterização.
Além dessas, podem ser realizadas outras operações, tais como,,
tratamentos térmicos, superficiais, além da usinagem já
mencionada.
Processos de produção dos pós
metálicos
Tratamento dos pós

Uma vez terminada a fase de fabricação, antes de serem


empregados, os pós são submetidos a determinados
tratamentos, que constam, em geral, de lavagem e secagem
em atmosfera controlada. A seguir são estocados, livres do
contato com o ar e a umidade. Quando empregados na
fabricação de ligas ou de estruturas compostas, são
misturados previamente em determinadas proporções,
metais entre si, metais com aditivos, para facilitar a
prensagem ou metais com elementos não metálicos.
Teste dos pós
As principais características físicas dos pós, que, aliadas à pureza e à
composição química, concorrem de modo decisivo para que peças fabricadas
satisfaçam às especificações exigidas pelo uso, são:

• Tamanho da partícula;
• Forma da partícula;
• Porosidade da partícula;
• Microestrutura da partícula.

Além dessas, existem outras. quais sejam, densidade aparente, densidade do


cone, fator de escoamento, superfície específica, compressibilidade,
deformação plástica.
encruamento, que dependem inteiramente das primeiras e também têm grande
influência nas propriedades das peças. Essas características são todas
determinadas por meio de testes.
Processo de produção dos
compactos
O processo de compactação consiste em transformar os pós metálicos em
peças acabadas ou semiacabadas, com determinadas características físicas e
mecânica pela ação da pressão e do calor, utilizando: matéria-prima (pós),
máquinas, fonte de calor, ferramentas.

Poderão ser realizados uma ou mais das operações seguintes:

1. Prensagem seguida de aquecimento (sinterização);


2. Prensagem e aquecimento simultâneos;
3. Prensagem, aquecimento seguido de nova prensagem e aquecimento;
4. Operações intermediárias;
5. Deformações plásticas (laminação, extrusão, trefilação, forjamento etc.);
6. Tratamentos térmicos;
7. Acabamento das peças.
Figura 1.1 - Esquema geral do processo da metalurgia do pó.
Fonte: CHIAVERINI, V. Metalurgia do pó: técnica e produtos. São Paulo: ABM, 2004.
Sequência de produção (Passos
básicos na Metalurgia do Pó)

•Produção de pós

•Mistura dos pós

•Compactação

•Sinterização

•Acabamento
Fabricando peças via Metalurgia do Pó
(MP)
Fabricando peças via Metalurgia do Pó
(MP)
Fabricando peças via Metalurgia do Pó (MP)

Você também pode gostar