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Exemplos de Metais e

Estruturas
Polimorfismo e Alotropia

Os materiais podem apresentar


mais de uma estrutura cristalina,
dependendo da temperatura e
pressão, o que se chama
polimorfismo

Alotropia  Quando na forma elementar

Implicações nas propriedades


Exemplos de polimorfismo

Implicação na Produção do aço


Exemplos de polimorfismo

Tetragonal Cúbico

Estanho
Exemplos de polimorfismo

NanoTubo
Carbono
Introdução à Ciência dos
Materiais

Imperfeições nos sólidos

Bruno Guedes.
imperfeições em sólidos

As propriedades de alguns
materiais são profundamente
influenciadas pela presença de
imperfeições.

Assim, é importante conhecer


os tipos de imperfeições e
como estas afetam o
comportamento dos materiais.
“Perfeição nunca existe”. Nos itens anteriores deu-se ênfase a regularidade dos
arranjos atômicos dos materiais.
 Neste item iremos discutir sobre alguma desordem ou pequena fração que não é
perfeita na maioria dos materiais.

Importância do estudo Os defeitos afetam:

O comportamento dos semicondutores


A ductilidade dos metais
A resistência mecânica das ligas, etc.

Desejáveis
 As impurezas nos sólidos podem ser:
Indesejáveis
Desejáveis  Por exemplo, no caso das ligas e materiais compósitos.

Ex: latão (cu + Zn) – Possui custo mais baixo.


É mais duro e menos dúctil que o cobre puro.
Possui condutividade elétrica baixa (daí o fato
de usar o cobre puro de maior custo em cabos
elétricos).

Indesejáveis  Cobre para condutor elétrico, com impurezas de zinco


ou níquel (baixa a sua condução)

Al2O3 para refratários com contaminações de SiO2 (baixa refratariedade).


O que são defeitos?

São imperfeições ou "erros" no arranjo


periódico regular dos átomos em um
cristal.

São classificados de acordo com a:


i) geometria do defeito ou
ii) dimensionalidade do defeito.
Tipos de defeitos

Pontuais  associados com uma ou duas


posições atômicas.

Lineares  unidimensionais

Interfaciais ou planares  duas dimensões

Volumétricos  três dimensões


Vacâncias, vazios ou lacunas

Defeitos Intersticiais
pontuais
Schottky

Frenkel
vacâncias, vazios ou lacunas
• Envolve a ausência de um átomo na rede cristalina.

• São formados durante a solidificação do cristal ou como resultado das


vibrações atômicas (os átomos deslocam-se de suas posições normais).
VACÂNCIAS OU VAZIOS
O número de vacâncias aumenta
exponencialmente com a temperatura

Nv= N exp (-Qv/KT)


Nv= número de vacâncias
N= número total de sítios atômicos
Qv= energia requerida para formação de vacâncias
K= constante de Boltzman = 1,38x1023J/at.K ou
8,62x10-5 eV/ at.K

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Exemplo

Bruno Guedes.
Intersticiais
• Envolve um átomo extra no interstício (pequeno espaço vazio).

• Produz uma distorção


no reticulado, já que o
átomo geralmente é
maior que o espaço do
interstício.

• Não é muito provável


e existe somente em
concentrações muito
reduzidas.
Defeito Pontual

A entrada de átomos com tamanhos diferentes provocam


deformação da rede cristalina
Bruno Guedes.
Impurezas nos sólidos

Um metal que consista em apenas


um tipo de átomo é praticamente
impossível.


Impurezas ou átomos estranhos estarão
sempre presentes, e alguns irão existir
como defeitos cristalinos pontuais.
Impurezas podem ser
adicionadas intencionalmente

A maior parte dos metais de engenharia é


combinada com outros metais ou não-metais.


Maior resistência mecânica e maior
resistência à corrosão.

LIGAS Importante!!!!
Exemplo
A prata de lei (92,5% de prata + 7,5% de
cobre) é muito mais dura e resistente do
que a prata pura.

Muitas vezes, os defeitos são introduzidos


visando a melhoria das propriedades
dos materiais.

Importante!!!!
Então, como podemos definir
uma LIGA?

 É uma mistura de dois ou mais metais ou de


um metal e um não-metal.

 Exemplos:
 Latão  70% de Cu e 30 %Zn
 Superliga de níquel Inconel 718  10 elementos
O tipo mais simples de LIGA é a
solução sólida

 Sólido constituído por dois ou mais


elementos dispersos atomicamente numa
única fase.
 Geralmente em soluções sólidas usam-se os
seguintes termos:
 solvente - elemento presente em maior
quantidade e
 soluto - elemento presente em menor
quantidade.
Soluções  São combinações de dois ou mais
metais num material e que formam uma fase
simples (A + B). Dizemos que o material forma
solução sólida, quando o elemento estranho
adicionado passa a fazer parte integral da fase
sólida (solvente).
Tipos de soluções sólidas
Solução sólida

Substitucionais Intersticiais

Os átomos do soluto Os átomos do soluto


(impurezas) podem (impurezas) ocupam
substituir os átomos do os espaços entre
solvente na rede os átomos de
cristalina. solvente.

Ordenada
1. Soluções sólidas substitucionais  ocorre quando os átomos do
soluto substituem os átomos do solvente na estrutura cristalina
aleatoriamente, não modificando o modelo (arranjo) cristalino.

Exemplo: No Monel (Cu + Ni) – os átomos de Ni substituem os


átomos de Cu na rede cfc de 0% - 100%. Ni age como soluto
dissolvendo-se no solvente que é o cobre.
No caso do latão (Cu + Zn), o limite de solubilidade é definido, o
átomo substituinte mantém a estrutura cristalina. Se a diferença
entre os raios for de pelo menos 15%, raramente ocorrem
soluções substitucionais extensas.
No bronze (Cu + Sn), o estanho em excesso, ultrapassa a
quantidade máxima de solubilidade sólida, devendo formar uma
outra fase.
2. Soluções Sólidas Intersticiais  Um átomo pequeno pode se
localizar nos interstícios entre os átomos maiores.

 Exemplo: carbono dissolvido intersticialmente no -Fe (domina o


tipo de fase dos aços). Menos de 0,1% de C é solúvel no -Fe.
Abaixo de 912oC, o Fé puro tem estrutura ccc. Acima de 912oC, há
uma faixa de temperatura na qual o Fé assume uma estrutura cfc.
No reticulado da estrutura cfc, existe no centro da célula unitária um
interstício (buraco) relativamente grande. O átomo de C, sendo
extremamente pequeno, pode mover-se para o interior deste interstício
produzindo uma solução sólida de Fe-C.
Defeito Pontual
Impurezas podem penetrar na rede cristalina e formar
soluções sólidas

Ex. :Ni in Cu, steels Ex.: semicondutores: Si dopado


C in Fe

Solução Sólida Solução Sólida


Substitucional Intersticial
Bruno Guedes.
Representação esquemática de um átomo
de impureza substitucional e um átomo de
impureza intersticial

Interstício
Para se obter uma liga devemos ter em
mente algumas características dos átomos
do solvente e do soluto. São elas:

 os diâmetros atômicos;

 estrutura cristalina;

 eletronegatividade e

 valências.
Se uma ou mais das regras de Hume-Rothery são
violadas, somente uma solução sólida parcial é possível se
formar.
As soluções sólidas se formam mais facilmente quando os
átomos do solvente e soluto têm tamanhos próximos e
estruturas eletrônicas comparáveis.

Ex. Latão (cu + Zn)  Rcu = 1,278 oA, 29 elétrons, NC = 12,


arranjo cfc
RZn = 1,332 oA, 30 elétrons, NC =12, arranjo hc

 O Zn substitui o Cu até 40% aproximadamente, sem


superar o seu limite de solubilidade.
Vejamos, então, o grau de solubilidade, no
estado sólido, do níquel no cobre que formam
uma solução sólida substitucional.

1. Os raios atômicos são: Ni = 0,125nm e Cu


= 0,128nm  diferença de raios atômicos de
-2,3 %.
2. Ambos possuem estruturas cristalinas CFC.

3. As eletronegatividades são: Ni = 1,8 e Cu = 1,9.

4. As valências são: Ni = +2 e Cu = +2.

Conclusão: o Ni e o Cu são
completamente solúveis um no outro.
No caso de liga Cu-Ag
A solução sólida é favorávl ou não?

Regra 1: rCu = 0.128 nm and rAg= 0.144 nm. DR% = 9,4% Favorável √

Regra 2: Ag e Cu têm estrutura CFC Favorável √

Regra 3: ECu = 1.90 e ENi= 1.80. Assim, DE%= -5,2% Favorável √

Regra 4: Valenciao do Cu é +2 e da Ag é +1. Não Favorável

Regra Ag e Cu têm solubilidade limitada

Cu-Ag  18% de Ag em altas temperaturas

Bruno Guedes.
E o Fe com o C ? Formam soluções
sólidas ??? De que tipo ???

Sim. Formam uma solução sólida intersticial,quando o


C é adicionado ao Fe em uma concentração máxima
de aproximadamente 2%.

 Raio do C = 0,071nm
 Raio do Fe = 0,124nm

São os AÇOS!!!!!!
2. Defeitos Lineares ou Deslocações  é o tipo de
defeito mais comum no interior de um cristal
(discordância).
As deslocações são originadas:
Durante a solidificação dos sólidos cristalinos
Por deformação plástica ou permanente
Por condensação de lacunas
Por desajustamento atômicos em soluções sólidas

 O defeito linear é simbolizado por um T invertido ( ), o qual


representa a aresta de meio plano extra de átomos.

 Quantitativamente é designado pelo vetor de Burgers  é


o vetor deslocamento necessário para fechar o escalonamento
em torno do defeito.
Defeitos lineares  discordâncias

O que é uma discordância ?????

 É um defeito em torno do qual alguns


átomos estão desalinhados.
Aresta ou cunha

Discordâncias Espiral ou hélice

Mista  aresta + espiral


Discordância aresta
• Envolve um plano extra de átomos.
Discordância aresta

Nesta região, os átomos


são pressionados uns
contra os outros.
Compressão
Linha de discordância
Tração
Nesta região, os átomos
são puxados um para
longe do outro.

 - quando o semiplano adicional está localizado na fração superior do cristal.


T - quando o semiplano adicional está localizado na fração inferior do cristal.
Discordância espiral
• Formada por uma tensão cisalhante.

• A região da esquerda
do cristal é deslocada a
uma distância atômica
para cima em relação à
fração da direita.
Vetor de Burgers
• Expressa a magnitude e a direção da distorção da rede cristalina.

Discordância aresta Discordância espiral

• É perpendicular à discordância. • É paralelo à direção da linha de


discordância.

Vetor de Burgers
 São originadas durante a solidificação dos
materiais cristalinos, por deformação ou
como uma consequência das tensões
térmicas que resultam de um resfriamento
rápido .

 A presença deste defeito é responsável


pela deformação plástica dos metais.

Importante!!!!
 As deslocações são responsáveis pela deformação plástica
(permanente) nos sólidos cristalinos.
O escorregamento é mais fácil em planos e direções de alta densidade
atômica.
A combinação de famílias de planos e direções cristalográficas
responsáveis pelo movimento das deslocações é conhecido por
SISTEMA DE DESLIZAMENTO.
 Características entre o alumínio e o magnésio baseia-se
nos planos de escorregamento ou deslizamento.

Alumínio (Al)  cfc – Al e suas ligas são dúcteis


(deformáveis) devido ao grande número de combinações
de direções e planos de alta densidade (12)

Magnésio (Mg)  hcp – Mg e suas ligas são tipicamente


frágeis (fratura com pouca deformação) devido ao
pequeno número de combinações de direções e planos
de alta densidade (3)
Defeitos interfaciais
• Envolvem fronteiras ou contornos e normalmente
separam as regiões dos materiais que possuem
diferentes estruturas cristalinas.

Superfícies externas
Contornos de grão

Interfaciais Contornos de macla

Falhas de empilhamento
Contornos de fases
Interfaciais: superfícies externas
• É a superfície na qual a estrutura do cristal termina.

• Os átomos nesta superfície estão em um maior


estado de energia. Assim, os materiais tendem a
minimizar essa energia através da redução da área
total da superfície.

• Exemplo: líquidos  gotículas esféricas.

• Com os sólidos não é possível, pois estes são


mecanicamente rígidos.
Superfície  é a fronteira mais óbvia. Os átomos na superfície não
são completamente comparáveis aos do interior do cristal, pois os
átomos superficiais possuem vizinhos apenas de um lado, portanto,
apresentam energia mais alta que os átomos do interior.

Contorno de Grão  são defeitos interfaciais, em materiais


policristalino, que separam grãos (cristais) com diferentes
orientações. A forma do contorno de grão é determinada
pelas restrições impostas pelo crescimento dos grãos
vizinhos.
Interfaciais: cortornos de grão
• Estão presentes em materiais policristalinos e
corresponde à região (ou contorno) que separa
dois ou mais cristais de orientações diferentes.
Nos materiais metálicos...
... formam-se durante a solidificação, quando os cristais,
gerados a partir de diferentes núcleos, crescem
simultaneamente e se encontram.
A forma dos
limites de grão
é determinada
pelas restrições
impostas pelo
crescimento
dos grãos
vizinhos.

Limitam a
deformação
plástica.
Cortonos de grão
O limite do grão propriamente dito é uma região de
desajustamento atômico entre grãos adjacentes, com uma largura
de dois a cinco diâmetros atômicos.
A capacidade atômica nos contornos de grãos é mais baixa do
que no interior dos grãos, devido ao desajustamento dos átomos.

Os contornos de grãos têm também alguns átomos em


posições distorcidas, o que faz aumentar a energia no contorno de
grão.
Tamanho de grão  é importante, já que a área de contorno de grão tem um
efeito importante em muitas propriedades.
Grão  É definido como sendo cristais individuais com várias orientações
dentro da estrutura cristalina.
Contorno de Pequeno Ângulo É descrito por arranjos convenientes de
deslocações. Um contorno inclinado “tilt” de pequeno ângulo, é composto de
deslocações em aresta umas sobre as outras. Um contorno torcido “twist” de
pequeno ângulo pode ser descrito em termos de no mínimo dois conjuntos de
deslocações paralelas em hélice, situadas no contorno.
Defeitos volumétricos

• Presentes em todos os tipos de materiais sólidos


e são muito maiores do que todos os já
mencionados.

• Estes incluem poros, trincas e outras fases.

• São normalmente introduzidos durante as


etapas de processamento e fabricação.
Exemplo: Porosidade
• Os poros são originados devido a presença ou
formação de gases.

Pó de ferro compactado após sinterização a 1150oC


durante 120 min.

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