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Sinterização

• Definições;
• Mecanismos;
• Tamanho de partícula;
• Temperatura e tempo;
• Estágios da sinterização;
• Fase líquida;
• Sinterabilidade;
• Sinterização

• Sinterização é um tratamento térmico realizado em


um compactado verde ou uma massa de pós visando
gerar continuidade de matéria entre as partículas.
Neste tratamento controla-se os seguintes
parâmetros:
• Velocidade de aquecimento e resfriamento;
• Tempo e temperatura;
• Atmosfera do forno.
• As condições (parâmetros) de sinterização utilizadas
em cada caso são função do material e da
especificação técnica do produto a ser sinterizado
Definição
• Sinterização é o transporte de matéria ativado
termicamente, em uma massa de pós ou um
compactado poroso, resultando na diminuição da
superfície específica livre pelo crescimento de
contatos entre as partículas, redução do volume dos
poros e alteração da geometria dos poros” (Fritz E.
Thümmler & Rainer Oberacker)
Sinterização

Normalmente, a temperatura especificada de sinterização é da ordem 2/3 a 3/4 da


temperatura de fusão da liga considerada. Por exemplo, no caso do ferro, a temperatura de
sinterização varia de 1OOOºC a 1200°C, senão, para os casos mais comuns, de 11OOº C.
Para sistemas de vários constituintes - bronze, por exemplo - a sinterização é realizada a
urna temperatura superior à do metal de menor ponto de fusão, tornando-se, nesse caso, urna
fase líquida, que favorece as condições de sinterização. No caso particular do bronze, essa
temperatura varia de 800° C a 830º.
Sinterização

A operação de sinterização deve ser levada em ambiente adequado para evitar que aconteçam
fenômenos indesejáveis durante o processo. Para isso, empregam-se as chamadas atmosferas
protetoras, cujos objetivos são, em resumo:

• evitar ou minimizar qualquer reação química entre o compactado verde, que em geral se
caracteriza pela presença de porosidade, com o meio ambiente. A oxidação é a reação mais
importante que uma atmosfera protetora evita;
• remover. impurezas presentes, principalmente películas de óxidos existentes não só na
superfície, mas no interior do compactado, devido a sua porosidade intrínseca;
• fornecer, eventualmente, um o u mais elementos químicos. Para se ligarem com o metal do
compactado.
Sinterização
• Atmosferas sugeridas são as seguintes:
 bronze, cobre, latão, ferro e ligas ferro-grafita-cobre: hidrogênio, nitrogênio, amônia
dissociada, gás endotérmico ou gás exotérmico;
 níquel: idem;
 aços inoxidáveis: hidrogênio, amônia dissociada ou vácuo;
 ímãs de Alnico: hidrogênio;
 tântalo:·vácuo, argônio ou hélio;
 carboneto de tungstênio: hidrogênio ou vácuo;
 tungstênio: hidrogênio ou vácuo.

• As atmosferas protetoras podem ainda manter uma condição de equilíbrio, de nodo a evitar que se
perca algum elemento de liga presente no compactado.
• As duas operações da consolidação dos pós podem ser realizadas simultaneamente, mediante a
aplicação da técnica relativamente recente de "compactação a quente",
Teoria da sinterizacão

Variáveis influentes no processo de sinterização:,

• a natureza do pó;
• a natureza da mistura de pós;
• as características dos compactados verdes obtidos na primeira fase de consolidação, tais cano
porosidade, densidade e resistência verde, etc .

As misturas utilizadas podem ainda ser de um único metal ou de uma liga comum (obtida a partir de
pós-preligados) ou de uma. solução sólida (pós de latão alfa ou de aço inoxidável austenítico, por
exemplo) ou de uma mistura de vários pós constituintes em porcentagens tais que permitam atingir a
composição final desejada da liga. Neste Último caso, pode ocorrer durante a sinterização, a fusão de
um componente da liga, tendo-se desta forma, uma nova variável no processo, que é a formação de
uma fase líquida .
Teoria da sinterizacão

Deve-se, pois prever diferenças de comportamento das misturas durante a sinterização. O caso mais
simples e no qual se baseia as teorias de sinterização é de metal puro.
Os fenômenos iniciais de ligação entre as partículas são acompanhados pelo fechamento dos poros,
cristalização e crescimento de grão. Quando o pó é pré-ligado (solução sólida ou não), pouca diferença
há em relação ao primeiro caso de pó simples, pois admite-se que o comportamento durante o
processo de aquecimento seja o mesmo. Neste caso, contudo, pode ocorrer a fusão de um dos
componentes da liga, introduzindo-se, como já foi mencionado, uma outra variável no processo. Na
hipótese de partir-se de uma mistura de pós, em porcentagens tais que levam à formação de uma
determinada liga, a homogeneização desejada é obtida porque ocorre inter-difusão entre os pós
constituintes.
Teoria da sinterização
• A sinterização é, na realidade, tipicamente um processo de
difusão no estado sólido.
• A presença de fase líquida na sinterização favorece a ligação das
partículas metálicas entre si e diminui a porosidade material.
 Na primeira fase do aquecimento de um compactado verde,
ocorro aumento do contato entre as partículas, resultando, já
nesta fase, em prováveis mudanças dimensionais e alterações de
geometria interna do compactado. Um dos efeitos iniciais é a
contração com consequente aumento de densidade.
 A contração pode acentuar-se com um posterior aumento da
temperatura ou do tempo à temperatura. O fenômeno de
contração pode também ser afetado pelo tamanho de Partícula.
Outras mudanças consistem no arredondamento e esferoidização
da estrutura porosa e na modificação da microestrutura do
material.
Teoria da sinterização
Pode-se dizer que no estágio inicial do processo de
sinterização, ocorre transporte de material. O mecanismo
mais importante de transporte de material é o fluxo de
difusão, influenciado pela existência de defeitos
cristalinos no reticulado do metal. Como resultado desse
fluxo difusional, cresce o contato entre as Partículas e
verifica-se uma ligação inicial entre elas. O compactado
começa a apresentar boa coesão entre as Partículas,
embora, nesse estágio inicial, não se verifique qualquer
alteração dimensional do compactado. É evidente que
Nessa ligação inicial, forma-se um pescoço,
quanto maior a densidade verde do compactado mais
ilustrada pela secção transversal de um modelo
eficiente será essa ligação, devido à maior área de contato
de duas esferas. O raio forma-se na
presente.
extremidade ·do pescoço, entre as duas
partículas.
Teoria da sinterização
• A Sinterização na realidade é uma transformação de
estado termodinâmico (processo do tipo irreversível,
espontâneo ou natural, com ΔG < 0)

Processo:
sinterização

ΔG =G2- G1 < 0

Estado 1: peça verde (G1) Estado 2: peça sinterizada (G2)


(após compactação) (após sinterização)
• Sinterização
ESTADO PARÂMETROS ESTADO
INICIAL
+ DE PROCESSO = FINAL

V1 S1

V2 S2

V3 S3

Vn Sn

O estado final obtido depende do estado inicial e


dos parâmetros de processamento
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• Sinterização

Força motriz
• diminuição da energia livre (∆G) do sistema. É um processo irreversível natural ou
espontâneo → ∆G < 0
• Principais parcelas;
• ∆G = ∆G1 + ∆G2 + ∆G3 + …

• ∆G1 → diminuição da superfície livre específica (crescimento de contatos entre as


partículas gerando continuidade de matéria, diminuição do volume poroso e
arredondamento dos poros);
• dG1 = γdSL→ ∆G1= γ∆SL (dSL < 0)
• γ = tensão superficial; Sl = superfície livre

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• Sinterização

• ∆G2 → eliminação dos defeitos de rede fora do equilíbrio


termodinâmico (discordâncias, defeitos de ponto, ...);

• ∆G3 → eliminação de heterogeneidades químicas em sistemas


multicomponentes (homogeneização química em sistemas
multicomponentes, ou seja, eliminação de gradientes de
potencial químico). ∆G3 = ∑∆µi = ∑(niRTlnai)
• Sistema monocomponente (monofásico) → ∆G1 + ∆G2
• Sistema multicomponente → ∆G1 + ∆G2 + ∆G3

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• Sinterização

Observações
• O excesso de energia livre em pós pode ser maior que
30 kj/mol (pós com elevada superfície livre são muito
ativos)
• Para a termodinâmica, o estado estável para T < Tm, é
o cristal homogêneo com seus defeitos de equilíbrio
(átomos estranhos intersticiais e substitucionais,
vacâncias, limites de grão, falhas de empilhamento,
discordâncias, etc.)
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• Sinterização

a) Partículas com b) Partículas com


diâmetro d diâmetro d/2
Importância do número de necks
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• Sinterização
• Movimento de átomos ou íons individuais
• Difusão Superficial
• Difusão Volumétrica Via Vacâncias
• Difusão Volumétrica Via Intersticiais
• Difusão em Contorno de Grãos
• Vaporização e Recondensação
• Movimento Coletivo
• Fluxo Plástico
• Fluxo Viscoso
• Deslizamento de Contorno de Grão
• Rotação de Partículas
• Menores energias:
• Difusão superficial
• Difusão em contorno de grãos
• (ambas predominantes no primeiro estágio)
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• Sinterização

Energia de superfície (J/m²)


Material Energia de superfície γ (J/m2)
Alumínio 1,1
Ouro 1,4
Cobre 1,75
Ferro (CCC) 2,1
Ferro (CFC) 2,2
Platina 2,1
Tungstênio 2,8
MgO (magnésia) 1,2
Al2O3 (alumina) 2,5 a 3,0

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