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INSTITUTO FEDERAL DE MINAS GERAIS – CAMPUS

CONGONHAS
Curso Técnico em Mineração

ADEMIR LEMES
ADRIANO ANDRADE DO NASCIMENTO
ANDRESSA TAMIRIS FERREIRA
ARLINDA ROSARIA JOSINO
CAROLINE RIBEIRO RODRIGUES DUTRA
CLARA LÚCIA DA SILVA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA TRATAMENTO DE MINÉRIOS II


MOAGEM

Congonhas
Junho de 2019
RESUMO

A operação de moagem foi realizada no laboratório utilizando um moinho de bolas


experimental. O objetivo da moagem é reduzir o tamanho das partículas alimentadas no
moinho. Foi realizado também experimentos para o cálculo da densidade do minério e
das esferas de aço do corpo moedor, assim como o cálculo de variáveis operacionais como
fator de enchimento, velocidade de operação, etc. Amostras da alimentação e do produto
da moagem forma peneiras para conhecer a distribuição granulométrica da alimentação.
O moinho entrou em operação durante um tempo de 11 minutos, e no final do processo
conclui-se que a moagem realizada foi eficiente.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Massa e diâmetro da esfera 1 ........................................................................... 7


Figura 2: Massa e diâmetro da esfera 2 ........................................................................... 8
Figura 3: Massa e diâmetro da esfera 3 ........................................................................... 8
Figura 4: Massa para cálculo da densidade aparente ....................................................... 9
Figura 5: Volume aparente das esferas .......................................................................... 10
Figura 6: Amostra utilizada para cálculo da densidade ................................................. 11
Figura 7: Massa da amostra ........................................................................................... 11
Figura 8: Volume de água antes da adição da amostra ................................................. 12
Figura 9: Volume após a adição da amostra .................................................................. 12
Figura 10: Massa do corpo moedor ............................................................................... 14
Figura 11: Massa de minério ......................................................................................... 14
Figura 12: Interior do moinho antes da moagem........................................................... 15
Figura 13: Quarteamento da amostra ............................................................................ 16
Figura 14: Peneiramento da amostra antes da moagem ................................................ 16
Figura 15: Peneira 8#..................................................................................................... 17
Figura 16: Peneira 18#................................................................................................... 17
Figura 17: Peneira 28#................................................................................................... 18
Figura 18: Peneira 100#................................................................................................. 18
Figura 19: Fundo - material fino ................................................................................... 19
Figura 20: Velocidade operacional ................................................................................ 20
Figura 21: Interior do moinho após o final do processo ................................................ 21
Figura 22: Amostra de produto para peneiramento ....................................................... 22
Figura 23: Massa peneira 600#...................................................................................... 22
Figura 24: Massa peneira 150#...................................................................................... 23
Figura 25: Massa peneira 75#........................................................................................ 23
Figura 26: Massa peneira 38#........................................................................................ 24
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados das esferas do corpo moedor ................................................................ 9


Tabela 2: Distribuição granulométrica do minério na alimentação ............................... 19
Tabela 3: Distribuição granulométrica do minério no produto ..................................... 24
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 7
4 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 25
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 26
1 INTRODUÇÃO

O tamanho e da distribuição do tamanho das partículas são fatores importantes e


muitas vezes pré-requisito para muitas operações de produção envolvendo sistemas de
materiais particulados. No caso de partículas esféricas seu tamanho é definido pelo seu
diâmetro. Quando as partículas tem formatos irregulares necessitam de mais de uma
medida para a quantificação do seu tamanho, mais normalmente adota-se o valor de uma
esfera equivalente.
A moagem é uma operação industrial com o objetivo de reduzi o tamanho das
partículas pela aplicação de forças de impacto, compressão e abrasão. As principais
vantagens da redução de tamanho no processamento são o aumento da relação superfície
/volume, aumentando assim a eficiência de operações posteriores, que podem sem
extração, aquecimento, resfriamento, desidratação, etc, e também a uniformidade do
tamanho das partículas do produto.
Para que na operação de moagem seja maximizada a eficiência parâmetros como a
velocidade de rotação, quantidade e distribuição dos elementos de moagem (bolas de
porcelana ou alumina e seixos de rio), quantidade de material e granulometria da matéria
prima devem sem bem estabelecidos.
Além da moagem, no processamento de diversos matérias sólidos frequente é
necessário separar materiais em relação ao seu tamanho. As técnicas de separação são
baseadas nas diferenças físicas entre as partículas como tamanho, forma ou densidade. O
peneiramento é um método de separação de partículas que leva em consideração apenas
o tamanho. No peneiramento industrial, os sólidos são colocados sobre uma superfície
com um determinado tamanho de abertura. As partículas menores, ou finas, passam
através das aberturas da peneira; as partículas maiores não.
A necessidade de separar sólidos está associada a duas finalidades que é dividir o
sólido granular em frações homogêneas e obter frações com partículas de mesmo
tamanho. No entanto é difícil se conseguir os dois objetivos simultaneamente.

5
2 OBJETIVOS

O objetivo da pratica é conhecer a técnica de moagem, comparar a granulometria de


uma amostra utilizando a operação de peneiramento antes e depois da moagem. Além de
obter alguns parâmetros operacionais para a operação realizada no laboratório.

6
3 METODOLOGIA

No moinho que foi utilizado no laboratório mediu-se a altura e o diâmetro, sendo


19,5cm e 20cm respectivamente, para que fosse possível calcular o volume útil do
moinho. Primeiro calculou-se a área da base que é um círculo, e em seguida multiplicou-
se pela altura para encontrar o volume.
𝐴𝐵 = 𝜋 𝑥 𝑅 2 = 3,14 𝑥 10000 = 31400𝑚𝑚2
𝑉 = 𝐴𝐵 𝑥 ℎ = 31400 𝑥 195 = 6123000𝑚𝑚3

Como 1000000mm3 = 1L, assim o volume útil do moinho é igual a ¨6,123L.


Em seguida foram selecionadas 3 esferas diferentes que fazem parte do corpo moedor
e foram medidos os diâmetros e os pesos para encontrar a densidade das esferas de aço.
O volume teórico foi encontrado pelo cálculo a partir do raio.

Figura 1: Massa e diâmetro da esfera 1

4 3 4 30,01𝑚𝑚 3
𝑉𝑒𝑠𝑓1 = 𝜋𝑟 = 𝑥 3,14 𝑥 ( ) = 14130𝑚𝑚3 = 14,13𝑐𝑚3
3 3 2
𝑚1 109,81𝑔
𝜌′ = = 3
= 7,77𝑔/𝑐𝑚3
𝑣1 14,13𝑐𝑚

7
Figura 2: Massa e diâmetro da esfera 2

4 3 4
𝑉𝑒𝑠𝑓2 = 𝜋𝑟 = 𝑥 3,14 𝑥 (12,77𝑚𝑚)3 = 8718,49𝑚𝑚3 = 8,72𝑐𝑚3
3 3
𝑚2 65,40𝑔
𝜌2 = = = 7,5𝑔/𝑐𝑚3
𝑣2 8,72𝑐𝑚3

Figura 3: Massa e diâmetro da esfera 3

4 3 4
𝑉𝑒𝑠𝑓3 = 𝜋𝑟 = 𝑥 3,14 𝑥 (9,99𝑚𝑚)3 = 4174,12𝑚𝑚3 = 4,17𝑐𝑚3
3 3
𝑚3 32,70𝑔
𝜌3 = = = 7,84𝑔/𝑐𝑚3
𝑣3 4,17𝑐𝑚3

8
Tabela 1: Dados das esferas do corpo moedor
Esfera 1 Esfera 2 Esfera 3
Massa 109,81g 65,40 g 32,70 g
Volume 14,13 cm3 8,72 cm3 4,17 cm3
Densidade 7,77g/cm3 7,5 g/cm3 7,84 g/cm3

A média da densidade calculada a partir do volume teórico foi de 7,7g/cm3. Ainda


para as 3 esferas de aço foi calculado a densidade pelo volume deslocado pelas esferas
em uma proveta. Como o volume deslocado foi de 20ml, podemos então calcular a
densidade.
𝑚1 + 𝑚2 + 𝑚3 109,81𝑔 + 65,40𝑔 + 32,70𝑔 10,39𝑔
𝜌= = = = 10,39g/cm3
𝑣𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑜 20𝑚𝑙 𝑚𝑙

E por fim, foi medido o volume aparente de mais esferas para encontrar a
densidade aparente.

Figura 4: Massa para cálculo da densidade aparente

9
Figura 5: Volume aparente das esferas

1854,05𝑔 3,71𝑔
𝜌𝑎𝑝 = = = 3,71𝑔/𝑐𝑚3
500𝑚𝑙 𝑚𝑙

Assim temos que a densidade encontrada a partir do volume teórico é igual a


7,84g/cm3, pelo volume deslocado igual a 10,39 g/cm3, e pelo volume aparente é igual a
3,71g/cm3. Como o volume aparente leva em consideração os vazios preenchidos com ar
entre as esferas de corpo moedor, temos que a densidade aparente é a menor densidade
encontrada.
Para o minério utilizado no experimento medido o peso e o volume deslocado de
uma amostra para calcular a densidade aparente.

10
Figura 6: Amostra utilizada para cálculo da densidade

Figura 7: Massa da amostra

11
Figura 8: Volume de água antes da adição da amostra

Figura 9: Volume após a adição da amostra

12
787,46𝑔 2,62𝑔
𝜌𝑚𝑖𝑛 = = = 2,62𝑔/𝑐𝑚3
300𝑚𝑙 𝑚𝑙

O minério utilizado tem densidade igual a 2,65 𝑔/𝑐𝑚3 , assim encontrou-se um erro
de estimativa da densidade igual a 0,03 𝑔/𝑐𝑚3 , que corresponde a uma erro pequeno o
que pode se concluir que a técnica utilizada para estimativa de densidade é confiável.
Para a operação de moagem que ocorreu no laboratório tem-se as variáveis fator de
enchimento do moinho, 30%, e enchimento de minério, 20%, que são calculados a partir
do volume útil, assim temos a quantidade de corpo moedor e minério que serão colocados
para a operação.
Volume de esferas:
𝑉𝑒𝑠𝑓 = 6,123𝑙 ∗ 0,35 = 2,14𝑙 𝑜𝑢 2143𝑐𝑚3

Massa utilizando a densidade encontrada pelo volume deslocado:

10,39𝑔
𝑚= ∗ 2143 = 22265𝑔 = 22𝑘𝑔
𝑐𝑚3

Massa utilizando a densidade encontrada pelo volume aparente:

3,71𝑔
𝑚= ∗ 2143 = 7950𝑔 = 7,95𝑘𝑔
𝑐𝑚3
Volume de minério:

𝑉𝑚𝑖𝑛 = 6,123𝑙 ∗ 0,2 = 1,224𝑙 𝑜𝑢 1224𝑐𝑚3

Massa de minério:

2,62𝑔
𝑚= ∗ 1224𝑐𝑚3 = 3206𝑔 = 3,2206𝑘𝑔
𝑐𝑚3

Realizado os cálculos foram pesadas as massas de corpo moedor e minério. O corpo


moedor foi pesado até atingir uma massa igual a 7947,66g, e o minério até 3206,28g.

13
Figura 10: Massa do corpo moedor

Figura 11: Massa de minério

14
Finalizada a pesagem as massas do corpo moedor e de minério foram inseridas dentro
do moinho.

Figura 12: Interior do moinho antes da moagem

Antes da moagem uma amostra de minério foi homogeneizada e quarteada e depois


levada para o peneiramento durante 3 minutos, para assim se conhecer a distribuição
granulométrica antes da moagem.

15
Figura 13: Quarteamento da amostra

Figura 14: Peneiramento da amostra antes da moagem

Foram utilizadas 4 peneiras mais o fundo para o peneiramento, e o resultado


apresentado abaixo.

16
Figura 15: Peneira 8#

Figura 16: Peneira 18#

17
Figura 17: Peneira 28#

Figura 18: Peneira 100#

18
Figura 19: Fundo - material fino

Tabela 2: Distribuição granulométrica do minério na alimentação


Acumulado Passante
Massa Retido
Peneira Abertura Retido Acumulado
(g) (%)
(%) (%)
8# 2,33mm 25,11 25% 25% 75%
18# 1mm 22,43 22% 47% 53%
28# 600µm 8,66 9% 56% 44%
100# 150µm 16,49 16% 73% 27%
Fundo 27,41 27% 100% 0%
TOTAL 100,1

Para iniciar a operação é necessário descobrir a velocidade critica do moinho que


´encontrada a partir de formula matemática.

42,2
𝑣𝑐 = [𝑟𝑝𝑚]
√𝐷𝑖â𝑚𝑡𝑟𝑜 𝑚𝑜𝑖𝑛ℎ𝑜 − 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎
42,2
𝑣𝑐 = = 102,43𝑟𝑝𝑚
√0,2 − 0,0255

19
A velocidade de operacional é dada em função da velocidade crática aplicado um
fator de segurança que nesse caso será de 60. Assim a velocidade operacional do moinho
é de 61,45rpm.
Para que a operação aconteça na velocidade correta foi medido primeiro quantas
rotações resultavam quando a velocidade na tela do equipamento era igual a 100rpm. O
valor encontrado foi de 17 rotações, assim para uma velocidade de 61rpm que é a
velocidade operacional medida no moinho seria necessário a velocidade de 360 medida
no eixo.

Figura 20: Velocidade operacional

Assim, finalizados os cálculos para encontrar todas a variáveis necessárias foi


realizada a operação durante o tempo de 11 minutos.

20
Figura 21: Interior do moinho após o final do processo

O produto da moagem também foi submetido ao peneiramento para conhecer a


distribuição granulométrica com o objetivo de se comparar com a alimentação e assim
verificar a eficiência da moagem. Foi retirada uma amostra de 150,37g do produto para
realizar o peneiramento.

21
Figura 22: Amostra de produto para peneiramento

Figura 23: Massa peneira 600#

22
Figura 24: Massa peneira 150#

Figura 25: Massa peneira 75#

23
Figura 26: Massa peneira 38#

Tabela 3: Distribuição granulométrica do minério no produto


Passante
Massa Retido Acumulado
Peneira Abertura Acumulado
(g) (%) Retido (%)
(%)
28# 600 µm 83,66 56% 56% 44%
48# 300 µm 26,7 18% 74% 26%
100# 150 µm 23,76 16% 90% 10%
200# 75 µm 12,9 9% 99% 1%
400# 38 µm 2,16 1% 100% 0%
TOTAL 149,18

Comparando a distribuição granulométrica da alimentação e do produto, podemos


concluir que a moagem foi eficiente.

24
4 CONCLUSÕES

A moagem é uma etapa importante na diminuição de granulometria. Em relação ao


moinho de bolas, que é largamente muito utilizado na indústria, pode-se observar que é
um equipamento que pode ser utilizada para operar uma grande quantidade de massa e é
de fácil manutenção, sendo assim o experimento foi importante para conhecer a operação.
Foi possível também entender os métodos para encontrar a densidade e concluir que
são maneiras seguras de se encontrar a densidade em casos em que a mesma não seja
conhecida.
E em relação ao processo foi possível entender como as variáveis operacionais
interferem no processo, e concluir que a operação de moagem realizada foi eficiente.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. LUZ, Adão Benvindo da. Tratamento de Minérios. 4ª Edição. Rio de Janeiro:


CETEM/MCT, 2004. 867p.

2. Granulometria. Disponível em:


http://docente.ifrn.edu.br/marciovarela/disciplinas/materiais-de-
construcao/granulometria-1/granulometria. Acesso em: 11 de junho de 2019.

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