Você está na página 1de 49

Agora vamos estudar

imperfeições em sólidos

O que são defeitos?

São imperfeições ou "erros" no arranjo


periódico regular dos átomos em um
cristal.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


As propriedades de alguns
materiais são profundamente
influenciadas pela presença de
imperfeições.

Assim, é importante conhecer


os tipos de imperfeições e
como estas afetam o
comportamento dos materiais.
Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG
“Perfeição nunca existe”. Nos itens anteriores
deu-se ênfase a regularidade dos arranjos atômicos
dos materiais.

Importância do estudo Os defeitos afetam:

Melhoria da ductilidade dos metais;


Aumento da resistência mecânica .

Desejáveis
 As impurezas nos sólidos podem ser:
Indesejáveis

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Desejáveis  Por exemplo, no caso das ligas e materiais
compósitos.

Ex: latão (Cu + Zn) – Possui custo mais baixo. É mais


duro e menos dúctil que o cobre puro.

Indesejáveis  Al2O3 para refratários com


contaminações de SiO2 (baixa
refratariedade).

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Imperfeições estruturais
• As propriedades de alguns materiais são profundamente
influenciadas pela presença de imperfeição no sólido
cristalino.
• “Defeito cristalino” irregularidade na rede
cristalina.
• O tipo e o número de defeitos dependem do material, do
meio ambiente, e das circunstâncias sob as quais o cristal é
processado.
• Mesmo sendo poucos eles influenciam muito nas
propriedades dos materiais e nem sempre de forma
negativa.
Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG
DEFEITOS

São classificados de acordo com a:

i) geometria do defeito ou
ii) dimensionalidade do defeito.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Tipos de defeitos

Pontuais  associados com uma ou duas


posições atômicas.

Lineares  unidimensionais; se estendem


através de uma única fileira de átomos.
Interfaciais  duas dimensões; se estendem
através de um plano.
Volumétricos  três dimensões;

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


DEFEITOS

Vacâncias, vazios ou lacunas

Defeitos Intersticiais
pontuais
Schottky

Frenkel

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos pontuais:
1)vacâncias, vazios ou lacunas

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos pontuais:
vacâncias, vazios ou lacunas

• Envolve a ausência de um átomo na rede cristalina.

• São formados
durante a solidificação
do cristal ou como
resultado das
vibrações atômicas (os
átomos deslocam-se
de suas posições
normais).

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos pontuais:
2)Intersticiais
• Envolve um átomo extra no interstício (pequeno
espaço vazio).

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos pontuais:
2)Intersticiais

• Produz uma distorção


no reticulado, já que o
átomo geralmente é
maior que o espaço do
interstício.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


DEFEITOS PONTUAIS:
Impurezas nos sólidos

Impurezas ou átomos estranhos estarão


sempre presentes, e alguns irão existir
como defeitos cristalinos pontuais.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Impurezas são adicionadas
intencionalmente

A maior parte dos metais de engenharia é


combinada com outros metais ou não-metais.

Maior resistência mecânica (por exemplo)

LIGAS Importante!!!!

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Exemplo
A prata de lei (92,5% de prata + 7,5% de
cobre) é muito mais dura e resistente do
que a prata pura.

Muitas vezes, os defeitos são introduzidos


visando a melhoria das propriedades
dos materiais.

Importante!!!!
Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG
solução sólida

 A adição de átomos de impureza a um metal irá resultar na formação de


uma solução sólida e/ou uma nova segunda fase, dependendo do tipo
de impureza, de suas concentrações e da temperatura da liga;

 Sólido constituído por dois ou mais elementos dispersos


atomicamente numa única fase e a estrutura cristalina é
mantida.

 Geralmente em soluções sólidas usam-se os seguintes termos:


 solvente (átomos hospedeiros) - elemento presente em maior
quantidade e
 soluto - elemento presente em menor quantidade.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Tipos de soluções sólidas

Solução sólida

Substitucionais Intersticiais

Os átomos do soluto Os átomos do soluto


(impurezas) podem (impurezas) ocupam
substituir os átomos do os espaços entre
solvente na rede os átomos de
cristalina. solvente.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Representação esquemática de um átomo
de impureza substitucional e um átomo de
impureza intersticial

Interstício
Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG
REGRAS PARA A SOLUBILIDADE

 Fator do tamanho atômico; (a diferença dos raios


atômicos entre os dois tipos de átomos deve ser menor
que 15%);
 Mesma estrutura cristalina;
 Eletronegatividade (não deve ser consideravelmente
diferente) ;
 Mesma valência

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Vejamos, então, o grau de solubilidade, no
estado sólido, do níquel no cobre que formam
uma solução sólida substitucional.
Diferença de 2,4%

Regras de Hume-Rothery Cobre Níquel

1. Raio atômico [nm] 0,128 0,125

2. Estrutura cristalina CFC CFC

3. Eletronegatividade 1,9 1,8

4. Valência +1 +1

Conclusão: o Ni e o Cu são
completamente solúveis um no outro.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Quando os átomos diferem GRANDEMENTE em
tamanho, substituições de átomos pequenos no
cristal é energicamente instável. Neste caso, a
forma mais estável é formando uma solução
sólida intersticial.

EXEMPLO: Fe com o C

Formam uma solução sólida intersticial,quando o C é


adicionado ao Fe em uma concentração máxima de
aproximadamente 2%.

São os AÇOS!
 Raio do C = 0,071nm
 Raio do Fe = 0,124nm

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


EXEMPLO: Qual tipo de solução sólida forma-se
com o cobre

Solução sólida
intersticial
44%

Solução sólida
4,2% Substitucional com
2,5% solubilidade parcial

Solução sólida
Substituicional com
solubilidade total

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Imperfeições nas Cerâmicas

 São possíveis lacunas e intersticiais (como nos metais);


 como eles contém íons de ao menos dois tipos diferentes, podem
ocorrer defeitos para cada espécie de íon.

 Ex.:NaCl

Muito improvável
concentrações apreciáveis
de intersticiais do ânion.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos pontuais: Frenkel
• Ocorre nos materiais
cerâmicos (sólidos iônicos).

• Quando um íon sai da


sua posição normal e vai
para um interstício.

• A eletroneutralidade de
carga é mantida.

Lacuna de cátion e cátion intersticial.


Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG
Defeitos pontuais: Schottky

• Ocorre nos materiais


cerâmicos (sólidos iônicos).

• Composto por uma


lacuna de um cátion e
um de um ânion.

• A razão entre o número


de cátions e o de ânions
é mantida.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


IMPUREZAS NAS CERÂMICAS

• Átomos de impurezas podem formar soluções sólidas em materiais


cerâmicos. São possíveis soluções sólidas dos tipos substitucional e
intersticial.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Tipos de defeitos

Pontuais  associados com uma ou duas


posições atômicas.

Lineares  unidimensionais

Interfaciais  duas dimensões

Volumétricos  três dimensões

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos lineares  discordâncias

O que é uma discordância ?????

 É um defeito em torno do qual alguns


átomos estão desalinhados.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos lineares  discordâncias

Aresta ou cunha

Discordâncias Espiral ou hélice

Mista  aresta + espiral

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Discordância aresta
• Envolve um plano extra de átomos.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Discordância aresta

Nesta região, os átomos


são pressionados uns
contra os outros.
Compressão

Tração
Nesta região, os átomos
são puxados um para
longe do outro.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Discordância espiral

• Formada por uma tensão cisalhante.

• A região superior do
cristal é deslocada a
uma distância atômica
para a direita em
relação à fração inferior

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Discordância espiral

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


 São originadas durante a solidificação dos
materiais cristalinos, por deformação ou
como uma conseqüência das tensões
térmicas.

A presença deste defeito é


responsável pela deformação plástica
dos metais.

Importante!!!!
Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG
Discordâncias e a
deformação plástica

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Discordâncias aresta e
espiral

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


• A deformação plástica nos metais está relacionada com
o movimento das discordâncias.

• Em uma escala microscópica, a deformação plástica é o


resultado do movimento dos átomos devido à tensão
aplicada. Durante este processo, ligações são quebradas
e outras refeitas.

• Nos sólidos cristalinos a deformação plástica geralmente


envolve o escorregamento de planos atômicos e o
movimento de discordâncias.

• Então, as discordâncias têm influência direta na resistência


mecânica de muitos materiais. Logo, a resistência mecânica
pode ser aumentada restringindo-se o movimento das
discordâncias.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Tipos de defeitos

Pontuais  associados com uma ou duas


posições atômicas.

Lineares  unidimensionais

Interfaciais  duas dimensões

Volumétricos  três dimensões

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos interfaciais
• Envolvem fronteiras ou contornos e
normalmente separam as regiões dos
materiais que possuem diferentes
estruturas cristalinas e/ou orientações
cristalográficas diferentes.

Superfícies externas
Interfaciais Contornos de grão

Contornos de macla

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Interfaciais: superfícies externas

• É o tipo de “contorno” (defeito planar) mais óbvio, ao longo do qual


termina a estrutura da peça.

• Na superfície, os átomos não estão ligados ao número máximo de


vizinhos mais próximos, isto implica num estado energético (dos
átomos na superfície) maior que no interior do cristal.

Átomo normal

Átomo com maior energia

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


26
Interfaciais: cortornos de grão

– Corresponde à região que separa dois ou mais


cristais de orientação diferente em materiais
policristalinos

um cristal = um grão
– No interior de cada grão todos os átomos estão arranjados
segundo um único modelo e única orientação, caracterizada pela
célula unitária

Material com apenas uma orientação cristalina,


ou seja, que contém apenas um grão é chamado de

monocristal
Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG
Interfaciais: cortornos de grão

• Os átomos estão ligados de


maneira menos regular ao longo de
um contorno de grão

Existe uma energia interfacial


Contornos mais reativos

A energia interfacial é menor em grãos


grandes

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Interfaciais: cortornos de grão

Os átomos nos contornos de grãos não têm um arranjo


idêntico aos que estão dentro dos grãos.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Interfaciais: Contornos de Maclas

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Tipos de defeitos

Pontuais  associados com uma ou duas


posições atômicas.

Lineares  unidimensionais

Interfaciais  duas dimensões

Volumétricos  três dimensões

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeitos volumétricos

• Presentes em todos os tipos de materiais sólidos


e são muito maiores do que todos os já
mencionados.

• Estes incluem poros, trincas, inclusões e outras


fases.

• São normalmente introduzidos durante as


etapas de processamento e fabricação.

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Exemplo: Porosidade
• Os poros são originados devido a presença ou
formação de gases.

Pó de ferro compactado após sinterização a 1150oC


durante 120 min.
Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG
Inclusões- (impurezas
estranhas)

INCLUSÕES DE ÓXIDO DE COBRE (Cu2O) EM COBRE DE ALTA PUREZA (99,26%)

Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG


Defeito volumétrico
Luciana Amorim - DEMa/CCT/UFCG

Você também pode gostar