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UFMA

Eletrônica de Potência
Lista 2: Conversores CC/CC
Data de entrega: 23/05/2014

1) Considere todos componentes ideais num conversor buck e que a tensão de saída é mantida
constante e igual a 5 V através do controle do ciclo de trabalho D. Calcule a indutância mínima
necessária para manter o conversor trabalhando no modo de condução contínua sob todas as
condições sabendo-se que a tensão de entrada Vin varia na faixa de 10 V – 40 V, a potência de
saída é Po  5 W e fs = 50 kHz.

Solução:
Deseja-se que o conversor sempre trabalhe no modo de condução contínua. Na pior situação, deve-se
garantir que o conversor trabalhe no MCC. A pior situação ocorre quando:
 A carga for mínima (menor corrente média de entrada): 𝑃𝑜 = 5 𝑊
 Para uma dada carga e tensão de saída, a probabilidade da corrente no indutor cair a zero aumenta
a medida que o ciclo de trabalho diminui (𝑇𝑜𝑓𝑓 aumenta). O ciclo de trabalho é menor quando
𝑉𝑖𝑛 = 40𝑉. Para este caso:
𝑃𝑜 5
𝐼𝑜 = = = 1𝐴
𝑉𝑜 5
𝑉𝑜 5
𝐷= = = 0,125
𝑉𝑖𝑛 40
Para esta carga e ciclo de trabalho, deve-se calcular um L mínimo para que o conversor esteja no limite
entre as conduções contínua e descontínua. Nesta situação:
𝐷 𝐷
𝐼𝑜𝐵 = (𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑜 ) → 𝐿𝑚𝑖𝑛 = (𝑉 − 𝑉𝑜 )
2𝑓𝑠 𝐿𝑚𝑖𝑛 2𝑓𝑠 𝐼𝑜𝐵 𝑖𝑛
Sendo 𝐼𝑜𝐵 = 1 𝐴 e 𝑉𝑖𝑛 = 40 𝑉:
0,125
𝐿𝑚𝑖𝑛 = (40 − 5) → 𝐿𝑚𝑖𝑛 = 43,75𝜇𝐻
2 × 50000 × 1
Logo, para garantir a operação no MCC:
𝑳 ≥ 𝟒𝟑, 𝟕𝟓𝝁𝑯

2) Num conversor buck considere todos os componentes ideais. Assuma que 𝑽𝒐 = 𝟓 𝑽, 𝒇𝒔 = 𝟐𝟎 𝒌𝑯𝒛,
𝑳 = 𝟏 𝒎𝑯 e 𝑪 = 𝟒𝟕𝟎 𝑭. Calcule 𝑽𝒐 (pico a pico) se 𝑽𝒊𝒏 = 𝟏𝟐, 𝟔𝑽 e 𝑰𝒐 = 𝟐𝟎𝟎𝒎𝑨.

Solução:
A ondulação da tensão de saída em um conversor buck é dada por:
𝑉𝑜 1 − 𝐷
Δ𝑉𝑜 =
8𝑓𝑠 𝐿𝐶 𝑓𝑠
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Como:
𝑉𝑜 5
𝐷= = → 𝐷 = 0,3968
𝑉𝑖𝑛 12,6
Então:
5 1 − 0,3968
Δ𝑉𝑜 = × → 𝚫𝑽𝒐 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟐 𝑽
8 × 20000 × 0,001 × 0,00047 20000

3) Para o problema da questão 2, calcule o valor RMS da ondulação da corrente no indutor e,


também, no capacitor.

Solução:
iL,ripple(A)

0,00755

ΔiL
t

-0,00755
DTs (1 – D)Ts

Ts

Sabe-se que:
𝑑𝑖𝐿
𝑣𝐿 = 𝐿
𝑑𝑡
Durante 𝑇𝑜𝑛 , tem-se:
𝑑𝑖𝐿 12,6 − 5
| = = 7600 𝐴/𝑠
𝑑𝑡 𝑇𝑜𝑛 0,001
Durante 𝑇𝑜𝑓𝑓 :
𝑑𝑖𝐿 0−5
| = = −5000 𝐴/𝑠
𝑑𝑡 𝑇𝑜𝑓𝑓 0,001
Logo, a ondulação de corrente no indutor é:
𝑑𝑖𝐿
Δ𝑖𝐿 = 𝐷𝑇𝑠 | = 0,397 × 0,00005 × 7600 = 0,151𝐴
𝑑𝑡 𝑇𝑜𝑛
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E:
−0,0755 + 7600𝑡 𝑝𝑎𝑟𝑎 0 ≤ 𝑡 ≤ 𝐷𝑇𝑠
𝑖𝐿,𝑟𝑖𝑝𝑝𝑙𝑒 = {
0,0755 − 5000𝑡 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐷𝑇𝑠 ≤ 𝑡 ≤ 𝑇𝑠
Então, o valor RMS da ondulação da corrente do indutor é:

1 𝑇𝑠 2
𝐼𝐿,𝑟𝑖𝑝𝑝𝑙𝑒(𝑅𝑀𝑆) = √ ∫ (𝑖𝐿,𝑟𝑖𝑝𝑝𝑙𝑒 ) 𝑑𝑡
𝑇𝑠 0

1 𝐷𝑇𝑠 1 𝑇𝑠
= √ ∫ (−0,0755 + 7600𝑡) 𝑑𝑡 + ∫ (0,0755 − 5000𝑡)2 𝑑𝑡
2
𝑇𝑠 0 𝑇𝑠 𝐷𝑇𝑠

1 𝐷𝑇𝑠 1 𝑇𝑠
=√ ∫ (57760000𝑡 2 − 1147,6𝑡 + 0,0057)𝑑𝑡 + ∫ (25000000𝑡 2 − 755𝑡 + 0,0057)𝑑𝑡
𝑇𝑠 0 𝑇𝑠 𝐷𝑇𝑠

1 1
=√ [19253333𝑡 3 − 573,8𝑡 2 + 0,0057𝑡]𝐷𝑇
0
𝑠 𝑇𝑠
+ [8333333𝑡 3 − 377,5𝑡 2 + 0,0057𝑡]𝐷𝑇
𝑇𝑠 𝑇𝑠 𝑠

1
=√ [3,7597 × 10−8 + 3,5335 × 10−7 ] = 𝟖𝟖, 𝟒𝒎𝑨
𝑇𝑠

4) Num conversor boost o ciclo de trabalho é ajustado para regular a tensão de saída em 48 V. A
tensão de entrada varia na faixa de 12 V a 36 V. A potência máxima de saída é 120 W. Por razões
de estabilidade é requerido que o conversor sempre opere no modo de condução descontínua. A
frequência de chaveamento é 50 kHz. Assumindo componentes ideias e um capacitor muito
grande, calcule o valor máximo de L que deve ser usado.

Solução:
Para encontrar L, deve-se supor que no pior caso, a corrente em L deve estar no limite entre as
conduções contínua e descontínua. Para uma dada tensão de saída, o ciclo de trabalho máximo ocorre
quando a tensão de entrada é a menor possível, e o ciclo de trabalho mínimo, quando a tensão é a
maior possível. Logo:
𝑉𝑖𝑛,𝑚𝑖𝑛 12
𝐷𝑚𝑎𝑥 = 1 − =1− = 0,75
𝑉𝑜 48
𝑉𝑖𝑛,𝑚𝑎𝑥 36
𝐷𝑚𝑖𝑛 = 1 − =1− = 0,25
𝑉𝑜 48
A maior probabilidade do conversor operar no MCC é quando a chave estiver mais tempo ligada. Se
for garantido que nesta condição o conversor está no limite entre os dois modos de operação, será
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garantido que para ciclos de trabalho menores ele estará no MCD. No limite entre os modos de
condução, tem-se:
1 1 𝑉𝑖𝑛 1 (1 − 𝐷)𝑉𝑜
𝐼𝐿𝐵 = 𝑖𝐿,𝑚𝑎𝑥 = 𝑇𝑜𝑛 = 𝐷𝑇𝑠
2 2 𝐿 2 𝐿
Mas:
𝐼𝑜 = (1 − 𝐷)𝐼𝑖𝑛
E:
𝐼𝑖𝑛 = 𝐼𝐿
Então:
𝐼𝑜𝐵 𝑇𝑠 𝑉𝑜 𝑇𝑠 𝑉𝑜
= 𝐷(1 − 𝐷) → 𝐼𝑜𝐵 = 𝐷(1 − 𝐷)2
1−𝐷 2𝐿 2𝐿
O conversor deve operar no limite entre os dois modos quando a corrente média de saída for máxima.
Se isso for garantido, para correntes médias de saída menores, o conversor opera no MCD. Então:
𝑃𝑜,𝑚𝑎𝑥 120
𝐼𝑜𝐵 = 𝐼𝑜,𝑚𝑎𝑥 = = = 2,5𝐴
𝑉𝑜 48
Portanto:
𝑇𝑠 𝑉𝑜 0,00002 × 48
𝐿= 𝐷(1 − 𝐷)2 = × 0,75 × (1 − 0,75)2 = 9𝜇𝐻
2𝐼𝑜𝐵 2 × 2,5
Assumindo este valor, o conversor estará no limite entre os 2 modos de condução com 𝑉𝑖𝑛 = 12𝑉 e
𝑃𝑜 = 120𝑊. Um valor um pouco menor de L garantirá que ele sempre trabalhará no MCD.

5) Num conversor boost considere todos os componentes ideais. Considere que 𝑽𝒊𝒏 varie na faixa de
8 V – 16 V, 𝑽𝒐 = 𝟐𝟒𝑽, 𝒇𝒔 = 𝟐𝟎𝒌𝑯𝒛 e 𝑪 = 𝟒𝟕𝟎𝑭. Calcule a indutância mínima que manterá o
conversor sempre operando no modo de condução contínua considerando que a potência de saída
é Po  5 W.

Solução:
A maior probabilidade do conversor boost entrar no MCD ocorre quando o ciclo de trabalho for
menor, e a potência de saída também for menor. Se for garantido que nesta condição o conversor
trabalha no MCC, então ele sempre trabalhará neste modo para as condições do exemplo. Então:
𝑃𝑜,𝑚𝑖𝑛 5
𝐼𝑜,𝑚𝑖𝑛 = = = 0,2083𝐴
𝑉𝑜 24
Para 𝑉𝑖𝑛 = 8𝑉:
𝑉𝑖𝑛 8 2
𝐷 =1− =1− =
𝑉𝑜 24 3
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Para 𝑉𝑖𝑛 = 16𝑉:
𝑉𝑖𝑛 16 1
𝐷 =1− =1− =
𝑉𝑜 24 3
1
Logo, 𝐷 = 3 será usado. A indutância mínima é calculada para 𝐼𝑜𝐵 = 𝐼𝑜,𝑚𝑖𝑛 :

𝑇𝑠 𝑉𝑜 0,00005 × 24 1 1 2
𝐿𝑚𝑖𝑛 = 𝐷(1 − 𝐷)2 = × × (1 − ) = 0,427𝑚𝐻
2𝐼𝑜𝐵 2 × 0,2083 3 3
Portanto:
𝑳 ≥ 𝟎, 𝟒𝟐𝟕𝒎𝑯

6) Num conversor boost, tem-se que: 𝑽𝒊𝒏 = 𝟏𝟐𝑽, 𝑽𝒐 = 𝟐𝟒𝑽, 𝑰𝒐 = 𝟎, 𝟓𝑨, 𝑳 = 𝟏𝟓𝟎𝑯, 𝒇𝒔 = 𝟐𝟎𝒌𝑯𝒛 e
𝑪 = 𝟒𝟕𝟎𝑭. Calcule 𝑽𝒐 .

Solução:
A ondulação da tensão de saída em um conversor boost é dada por:
𝑉𝑜 𝐷𝑇𝑠
Δ𝑉𝑜 =
𝑅𝐶
A carga equivalente de saída pode ser calculada como:
𝑉𝑜 24
𝑅= = = 48 Ω
𝐼𝑜 0,5
O ciclo de trabalho é calculado como:
𝑉𝑖𝑛 12
𝐷 =1− =1− = 0,5
𝑉𝑜 24
Então:
24 × 0,5 × 0,00005
Δ𝑉𝑜 = → 𝚫𝑽𝒐 = 𝟎, 𝟎𝟐𝟕𝑽
48 × 0,00047

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