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F
iel a sua missão de interiorizar o ensino superior no estado Ceará, a UECE,
como uma instituição que participa do Sistema Universidade Aberta do
Brasil, vem ampliando a oferta de cursos de graduação e pós-graduação
na modalidade de educação a distância, e gerando experiências e possibili-
Química
Físico-Química II
dades inovadoras com uso das novas plataformas tecnológicas decorren-
tes da popularização da internet, funcionamento do cinturão digital e
massificação dos computadores pessoais.
Comprometida com a formação de professores em todos os níveis e
a qualificação dos servidores públicos para bem servir ao Estado,
os cursos da UAB/UECE atendem aos padrões de qualidade
estabelecidos pelos normativos legais do Governo Fede-
ral e se articulam com as demandas de desenvolvi-
Físico-Química II
mento das regiões do Ceará.
12
História
Educação
Física
Ciências Artes
Química Biológicas Plásticas Computação Física Matemática Pedagogia
Química
Físico-Química II
2a Edição
Fortaleza Geografia
12
2019 3
História
Educação
Física
Ciências Artes
Química Biológicas Plásticas Computação Física Matemática Pedagogia
Objetivos
•• No estado líquido, as partículas da matéria estão bem mais próximas entre
si, mas possuem liberdade de movimento. Fazendo uma conexão com a
Físico-Química I, vamos abordar o assunto matéria e energia e os estados
homogêneos ou fases da matéria.
•• Transformação de energia em matéria, desde o início do Universo;
•• Grandezas energéticas e suas relações. A substância pura. Sistema com
mais de um componente, potencial químico;
•• Diagrama de fases da substância pura. Diagrama de fases para sistema
com mais de um componente, equilíbrio entre as fases;
•• Estado líquido e seus principais parâmetros: pressão de vapor, tensão su-
perficial, viscosidade, ponto de fusão e ponto de ebulição.
Introdução
A Físico-Química surgiu da necessidade de melhor se estudar os três estados
da matéria e as soluções eletrolíticas. Com o passar do tempo, novos assun-
tos foram adicionados devido à necessidade de se realizar um estudo com
maior suporte matemático, o que não é encontrado em disciplinas como a
Química Orgânica, a Química Inorgânica ou a Química Analítica.
No manual de Físico-Química I, já estudamos o estado gasoso, a ener-
gia da matéria e a termodinâmica. No manual de Físico-Química II, vamos
estudar o estado líquido, as soluções, a eletroquímica e a cinética química.
1. Histórico
No início era tudo energia. A energia do Universo estava concentrada em
espaço pequeno. Uma expansão espontânea ocorreu, dando origem à luz.
Como já estudamos, a luz é onda e matéria (partículas chamadas fótons).
A luz de então era dirigida para todas as direções. O Universo continuou a
expandir de modo espontâneo. Com alta energia em pequeno espaço, as par-
tículas primordiais foram formadas. Por fusão, as partículas primordiais forma-
ram os prótons, os nêutrons e os elétrons que formaram os primeiros átomos.
A gravidade fez a matéria dispersa construir os corpos celestes.
2. Grandezas energéticas
Na Química Geral II, estudamos as variáveis que são utilizadas nas equações
de estado.
Vamos recordar as grandezas ligadas à energia e estudadas na
Físico-Química I:
Energia interna U é a energia das ligações químicas acrescida da energia
potencial e cinética das moléculas da matéria;
Energia E é a energia interna acrescida da energia potencial e cinética de
uma massa significativa da matéria, quando ocorre escoamento de matéria.
Sem escoamento, teremos E = U;
Entalpia H é a energia total ou conteúdo total de energia existente em uma
quantidade fixa de matéria, engloba a energia E ou U, acrescida do trabalho
representado pelo produto PV. Teremos H = E + PV.
Entropia S é o grau de desordem da matéria. Matematicamente, sua varia-
ção infinitesimal é dada pela quantidade infinitesimal de calor dividida pela
temperatura em que essa quantidade é medida. Teremos dS = (đQ)/T.
Energia disponível A é a maior quantidade de energia que podemos retirar
da matéria em um processo a volume constante, A = E – TS, chamada tam-
bém de energia livre de Helmholtz.
Energia disponível G é a maior quantidade de energia que podemos retirar
da matéria em um processo à pressão constante com variação de volume.
Tem-se, então, G = H – TS, chamada também de energia livre de Gibbs.
Relações entre as grandezas energéticas: O estudo matemático, que já foi
iniciado na Físico-Química I, vai ser complementado com as relações entre
as grandezas. Um diagrama prático pode ser utilizado para facilitar a obtenção
das principais relações dadas pela própria definição:
+PV
E H
- TS - TS
A G
+ PV
4. A matéria que estamos estudando até este momento é uma substância pura.
Vamos adotar o estado 1 como um estado padrão em que a pressão é
igual a uma atmosfera. Como convenção, fica adotado o índice zero para
o estado padrão e o expoente zero para substância pura.
Assim G 0 é a energia disponível no estado padrão de uma substância pura.
0
Figura 6 - Dispositivos para medida da pressão de vapor. Em (a), temos o líquido puro
com a pressão de vapor Po. Em (b), temos uma solução com soluto não volátil. O sol-
vente é o líquido estudado em (a), a nova pressão de vapor é P, medido como P < Po.
Figura 7 - O gráfico da esquerda tem pressão de vapor versus x2. A linha pontilhada
é a linha ideal e a linha cheia é a linha real. O gráfico da direita tem pressão de vapor
versus x2, à linha cheia agora é a linha ideal.
T2
Integrando nos limites 1 e 2 do processo: ∫ p1
dp / p = [(Hv)/(n x R)]
∫T1
dT / T ² , após a integração, fica:
ln (p2/p1) = - [(Hv)/(n x R)] [(1/T2) – (1/T1)]. (1.38).
O sinal negativo decorre da integral. Se adotarmos p1 = 1 atm, a tempe-
ratura T1 será a temperatura de ebulição.
Fazendo n = 1, a expressão (1.38), fica:
ln p = [(Hv)/(R x TE)] - [(Hv)/(R x T)]. (1.39).
A equação pode ainda ficar em termos de logaritmo decimal:
log p = [(Hv)/(2,3 x R x TE)] - [(Hv)/(2,3 x R x T)]. (1.40).
As variáveis serão log p e 1/T, a equação é do tipo: y = b + m x. Podemos
usar gráfico linear para representar a variação da pressão de vapor com a
temperatura. Observe na Figura 9, o gráfico para a água.
Devemos observar que o filme é duplo, pois o arame tem dupla face,
temos um filme na frente e outro na parte de trás.
A distância entre os dois arames é de l.
Aplicamos uma força F que faz a parte móvel deslocar da distância
dx, logo o trabalho para aumentar a área é: đW = Fdx. A variação de área é
dA = l x dx. Como o trabalho necessário é proporcional ao aumento da área,
por definição podemos fazer: đW = Υ. dA, onde o fator de proporcionalidade
Υ é chamado de o coeficiente de tensão superficial.
Figura 12 - Na gota da esquerda temos maior coesão que adesão. Na gota da direita
temos maior adesão que coesão.
6. Viscosidade
Um líquido é formado por moléculas onde os átomos estão ligados por liga-
ções primárias. Como as moléculas do líquido estão muito próximas, entre
elas surgem ligações secundárias do tipo dipolo. São as chamadas forças de
coesão, já estudadas na tensão superficial.
Essas ligações entre as moléculas dão origem a uma resistência interna
do fluido ao escoamento de uma camada sobre outra.
A resistência ou atrito interno foi chamado de viscosidade.
Por causa da viscosidade, deve-se exercer uma força para fazer uma
camada de um fluido deslizar sobre outra camada. Observe a Figura 17.
Figura 18 - Em (a), força sobre um elemento cilíndrico de fluido viscoso, p1> p2. Em
(b), a distribuição de velocidade no escoamento viscoso.
Atividades de avaliação
1. Ilustrado pelo diagrama de fases do carbono, calcule a pressão necessária
para fazer diamante a partir da grafite, tendo como temperatura inicial de
298K que será elevada até 2298K, com os seguintes dados:
C (s) grafite. C (s) diamante.
S (J/K) 5,69 2,43.
V (L) 4,41 x 10 .-3
3,41 x 10-3.
Fator de transformação de unidades:
(0,082 atm x L)/(8,314 J).
Diagrama de fases do carbono está na Figura 29.
Diamante
Liquido
Grafita
Vapor
∆H = 6.000 Joule/mol.
T1 = 273 K.
Aplicando na expressão (1.37), temos:
(599,987 x 10²) J/L/(T2 – 273)K = (6.000) J/mol/273 K x (- 2,0 x 10-3 L/mol).
(T2 – 273)K x 6.000 J/mol = (-599,987 x 10²) J/L x 273 K x (2,0 x 10-3) L/mol.
6.000 T2 – 1.638.000 = -327.592,9 x 10-1.
T2 = (1.638.000 – 32.759,29)/6.000 = 267,54 K.
4. Duas soluções de etanol em água têm densidades de 0,8 g/cm³ e 0,9 g/cm³,
respectivamente. A razão entre suas tensões superficiais é igual a 0,75.
Calcular a razão entre as alturas que elas atingem em um determinado
tubo capilar de vidro. Admitir que as soluções molham completamente a
superfície do tubo.
Solução: Seja A a solução com menor densidade e B a solução com maior
densidade.
Aplicando a expressão (1.42), temos:
h = (2Υcosθ)/(ρrg).
Usando uma forma mais adequada: 2Υ1cosθ = h1ρ1rg (A).
2Υ2cosθ = h2ρ2rg (B).
Dividindo A por B, fica:
Υ1/Υ2 = h1ρ1/h2ρ2
0,75 = (0,8 x h1)/(0,9 x h2).
(h1)/(h2) = 0,84.
5. A pressão de vapor do bromo líquido a 9,3°C é 100 mmHg. Se o calor de
vaporização é 30,91 KJ/mol, calcule o ponto de ebulição normal do bromo.
Considere a pressão atmosférica como 760 mmHg.
Solução: Vamos usar a expressão (1.38):
ln (p2/p1) = - [(Hv)/(n x R)] [(1/T2) – (1/T1)]. (1.38).
Com os dados, temos:
p1 = 760 mmHg T1 = To =?
p2 = 100 mmHg T2 = 282,3 K.
Aplicando na expressão, fica:
ln (100)/(760) = - [(30.910)/(8,314)] [ (1/ 282,3) – (1/To)].
ln 0,1316 = - 3717,83 [ 0,00354 – (1/To)].
- 2,02799 = - 13,16 + [(3717,83)/To].
Operando: To = 333,95 K; to = 60,95 ºC.
Atividades de avaliação
1. A pressão de vapor do etanol é 135,3 mmHg, a 40 °C, e 542,5 mmHg, a 70 °C.
Calcule a pressão de vapor do etanol, a 50 °C.
Resposta: H = 39.812,59 Joule/mol; p = 218,42 mmHg.
2. O calor de vaporização do éter etílico é 83,9 cal/g em seu ponto de ebuli-
ção. Admite-se seu valor constante com a temperatura. A 30 °C, sua pres-
são de vapor é de 647,3 mmHg, qual será a sua pressão de vapor a 0 °C?
Resposta: p = 185,47 mmHg.
3. A pressão de vapor do éter dietílico é 100 mmHg a t = -11,5 °C e 400 mmHg
a t = 17,9 °C. Sobre o éter dietílico, calcule:
O calor de vaporização em KJ/mol;
O ponto de ebulição normal e o ponto de ebulição numa cidade onde a
pressão barométrica seja de 620 mmHg.
Resposta: H = 28,8 KJ/mol; t = 38 ºC e t = 32,5 ºC.
4. O ângulo de contato da água com um vidro limpo é próximo de zero. Calcu-
le a tensão superficial da água a 20 ºC, sabendo que, nesta temperatura, a
altura de ascensão da água num capilar de vidro com raio interno de 0,300
mm é de 4,96 cm. A massa específica da água a 20 ºC é de 0,9982 g/cm³.
Resposta: 72,8 mN/m.
5. Calcular a diferença de pressão do etanol entre as duas faces de uma
gotícula esférica de 220 nm de raio a 20 oC. A tensão superficial do etanol
a 20 ºC é de 22,39 mN/m.
Resposta: 203,545 x 10³ Pa.
Referências
ATKINS, P. W. Físico-Química -6ª edição - volumes 1, 2 e 3. Rio de Janeiro:
Editora LTC S.A., 1999.
AZEVEDO Netto, José Martiniano de et al. Manual de Hidráulica. 8ª edição,
São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda, 1998.
BALL, David W. Físico-Química. Volume 1, São Paulo: Editora Thomson, 2005.
Objetivos
•• Neste capítulo, vamos usar alguns parâmetros da solução já conhecidos e
estudar novos parâmetros:
•• Definições iniciais sobre a mistura chamada de solução verdadeira;
•• A solução ideal, as leis de Raoult e Henry. Soluto não volátil, propriedades
coligativas da solução ideal, soluto volátil e soluto gasoso.
•• A solução real, o conceito de atividade e coeficiente de atividade, desvios
positivos e desvios negativos, propriedades coligativas da solução real.
Introdução
No capítulo 1, foi visto que a substância pura, quando se mistura com outras
substâncias puras, forma um sistema de composição fixa ou variável em que
as substâncias passam a ter potencial químico mais baixo do que tinham na
condição de substâncias puras. Vamos tratar a solução como sendo uma mis-
tura e aplicar conhecimentos já adquiridos na Química Geral, complementa-
dos com conhecimentos da Termodinâmica.
1. Definições iniciais
A solução verdadeira é uma mistura homogênea de várias substâncias. A mis-
tura homogênea consiste em uma mistura com uma única fase, sendo fase
uma porção contínua da matéria em que não se consegue enxergar sepa-
ração entre as substâncias misturadas e se pode dizer que a composição
química e as propriedades físicas são uniformes.
Para quantificar os limites a que as substâncias misturadas estão sub-
metidas, vamos atender as seguintes convenções:
1. O tamanho das moléculas ou íons das espécies químicas não deve ultra-
passar o diâmetro de 1 nm;
2. O constituinte presente em maior quantidade é chamado de solvente. Va-
mos usar o índice 1 para indicar sua presença. Os outros constituintes
serão chamados de solutos e vamos usar os índices 2, 3, 4, e outros para
indicar suas presenças, conforme tenhamos dois, três ou mais solutos;
3. O estado físico da solução é, na maioria dos casos, determinado pelo sol-
vente, podendo ser sólido, líquido ou gasoso. Nos três casos, é valido dizer
A condição de equilíbrio é que o potencial químico do soluto na solução
seja igual ao potencial químico do soluto no estado sólido, logo podemos fazer:
μ2 (T; p; x2) = μ2 (sólido) (T; p)
onde x2 é a fração molar do soluto na solução saturada; representa,
portanto o coeficiente de solubilidade do soluto na solução.
Sendo a solução ideal:
μ2o (T; p) + RT ln x2 = μ2 (sólido) (T; p)
onde μ2o (T; p) é o potencial químico do soluto como líquido puro.
Ordenando, fica:
ln x2 = - {[ μ2o (LÍQUIDO) (T; p) - μ2 (sólido) (T; p)]/(RT)}.
∫ ∫
x
1 (dx / x) = T
T0 [(∆H FUSÃO)/(RT²)] dT.
onde ∆H FUSÃO é o calor de fusão do soluto puro e a temperatura TO é a
temperatura de fusão do soluto puro na pressão constante p, quando x2 =1.
Realizando a integral, admitindo que o calor de fusão seja constante no
intervalo de temperatura, fica:
ln x2 = - [(∆H)/(R)] [ (1/T) – (1/TO)]. (2.20).
O sinal negativo deve-se à integração da função T dT. -2
O vapor está na pressão P formada pela soma das pressões parciais P1 e P2.
No equilíbrio, temos: μi (líquido) = μi (vapor), onde:
μi (líquido) é o potencial químico do componente i na solução e.
μi (vapor) é o potencial químico do componente i na fase vapor.
Aplicando a lei de Rauolt para o soluto e para o solvente, temos:
P1 = x1 P1o.
P2 = x2 P2o.
Como x1 + x2 = 1, podemos fazer: P1 = x1 P1o = (1 - x2) P1o.
Aplicando a lei de Dalton das pressões parciais em mistura gasosa:
P = P1 + P2 = (1 - x2) P1o + x2 P2o = P1o - x2 P1o + x2 P2o = P1o + (P2o - P1o) x2.
P = P1o + (P2o - P1o) x2. (2.47).
A expressão (2.47) dá a variação de P com a variação da fração molar
do soluto. Observe que é a equação de uma linha reta. Observe a represen-
tação na Figura 43.
No gráfico, pode ser verificado que o soluto é mais volátil que o solven-
te, pois, na mesma temperatura, a pressão de vapor do soluto é maior que a
do solvente.
Na fase vapor, existe vapor do solvente e do soluto misturados e su-
jeitos à lei das pressões parciais: P2 = y2 P, que pode ser escrito como y2 =
(P2)/(P).
Substituindo pelos valores já calculados:
y2 = (x2 P2o)/[P1o + (P2o - P1o) x2]. (2.48).
Operando, fica: y2 = (x2 P2o)/(P1o + P2o x2 - P1o x2).
Resolvendo em relação a x2:
y2 P1o + y2 P2o x2 - y2 P1o x2 - x2 P2o = 0.
Com x2 em evidência:
x2 (y2 P2o - y2 P1o - P2o ) = - y2 P1o.
Multiplicando por -1:
x2 [P2o + (P1o - P2o) y2 ] = y2 P1o.
Produz:
x2 = (y2 P1o)/[P2o + (P1o - P2o) y2 ]. (2.49).
Substituindo o valor de x2 na expressão (2.47):
P = P1o + (P2o - P1o) {(y2 P1o)/[P2o + (P1o - P2o) y2]}.
P = P1o + [y2 P1o P2o - y2 (P1o)²]/[P2o + (P1o - P2o) y2].
P = [P1o P2o + (P1o)² y2 – (P1o P2o) y2 + (P1o P2o) y2 - (P1o)² y2]/[P2o + (P1o - P2o) y2].
Simplificando, fica:
P = (P1oP2o)/[P2o + (P1o - P2o) y2]. (2.50).
A expressão (2.50) relaciona P com a fração molar do soluto na fase
vapor, não é uma função linear, e sim uma curva que deve ser traçada ponto a
ponto ou através de programa de computador. Observe a Figura 44.
Figura 44 - A função de P, com a▸
fração molar do soluto ou do sol-
vente na fase vapor, não é linear.
Observe que os pontos extremos
nos dois gráficos são os mesmos,
no caso, P1o e P2o. Podemos rea-
lizar um estudo do sistema total,
usando a fração molar total, repre-
sentada por X e um só gráfico.
O estudo permite calcular a composição do sistema total desde que co-
nhecida a pressão que se quer trabalhar. O sistema possui dois componentes
e duas fases, calculando o grau de liberdade F = C – P + 2 = 2 -2 +2 = 2. Re-
sulta em duas variáveis. Como a temperatura é fixada, na região de duas fa-
ses, basta fixar uma variável para descrever o sistema. Fixando x2, a pressão
está fixada e y2 também. Na região de uma fase, o grau de liberdade é maior
F = 2 – 1 + 2 = 3. Teríamos que fixar a temperatura, a pressão e a composição
para descrever o sistema. Veja na Figura 45.
Solução:
a) No caso, vamos supor o ponto inicial na fase vapor e aumentar a pressão
até atingir a curva que separa a região vapor da região L+ V. No ponto, te-
remos y2 = 0,80. Aplicando a Fórmula (2.50):
P = (P1oP2o)/[P2o + (P1o - P2o) y2] = (400)/[40 + (10 – 40) x 0,80] = 25 mmHg.
Usando o valor de P na Fórmula (2.47):
P = P1o + (P2o - P1o) x2 = 10 + (40 – 10) x2 = 25. Operando: x2 = 0,5.
b) Usando (2.51) expressão sobre a regra da alavanca, podemos fazer:
(n LIQ)/(n VAP) = (y2 – X2)/(X2 - x2).
Substituindo os valores:
(5)/(3) = (0,80 - X2)/(X2 – 0,5).
Operando: X2 = 0,6125.
Valor intermediário entre 0,50 e 0,80, compatível com o esperado.
γi
Solução diluída ideal: são soluções reais com baixa concentração do soluto.
Nesse estudo, o soluto não obedece à lei de Raoult, mas obedece à lei de Henry.
Pj = xj x Kj. (2.52).
A expressão (2.52) é conhecida como lei de Henry. O índice j é referente
aos vários solutos. No caso de um só soluto, devemos usar o índice 2.
O solvente segue a lei de Raoult; seu potencial químico é dado pela expressão:
μ1 solução (T; p) = μ1º líquido (T; p) + RTln x1. (1.27).
P1 = x1 x P . o
1
(1.29).
O estado padrão utilizado: μ1º líquido (T; p) é o potencial químico do solven-
te como líquido puro.
O soluto segue a lei de Henry; seu potencial químico é dado pela expressão:
μj (l) = μj # (l) + RT ln xj. (2.55).
Pj = xj x Kj. (2.52).
#
O estado padrão utilizado: μj (l) é o potencial químico do soluto puro
em um estado hipotético onde xj = 1.
Usando a concentração molal, a expressão do potencial fica:
μj (l) = μj # # + RT ln (Wj). (2.60).
O estado padrão utilizado: μj é o potencial químico do soluto em esta-
##
são imediata reside no fato de que, para conhecer o desvio, devemos calcular
o coeficiente de atividade.
Quando do estudo das propriedades coligativas, usamos um fator de
correção para os solutos iônicos, devido a sua dissociação em íons. Agora es-
tamos na necessidade de atender à dissociação do composto iônico e utilizar
dois tipos de concentração, uma para os íons de carga positiva e outra para os
íons de carga negativa. Não esquecer que a solução, no total, deve ser neutra.
Exercício de aplicação: Calcular a concentração para o íon positivo e para
o íon negativo de uma solução 1,0 molal de sulfato de sódio que apresentou
dissociação completa em água.
Solução: Devemos diferenciar duas concentrações: uma para o íon positivo e
outra para o íon negativo. Como a fórmula indica Na2SO4, teremos:
W Na + = 2,0 W e WSO4 2- = 1,0 W,
uma vez que, na dissociação, temos: Na2SO4 2 Na + + 1 SO4 2-.
Como primeira notação, vamos tentar individualizar as espécies iônicas.
• W+ é a concentração molal da espécie iônica positiva;
• W- é a concentração molal da espécie iônica negativa;
• W é a concentração molal do eletrólito;
• n + é o número de moles dos íons positivos;
• n – é o número de moles dos íons negativos;
• n é o número total de moles de íons;
• n = n+ + n-.
• p é o número de íons positivos em um mol de eletrólito;
• q é o número de íons negativos em um mol de eletrólito;
• s é o número total de íons produzido por um mol de eletrólito;
• s = p + q.
• z+ é a carga do íon positivo;
• z- é a carga do íon negativo;
• z é a carga total dos íons;
• z = z+ + z-;
• a é a atividade do eletrólito;
• a+ é a atividade do íon positivo;
• a- é a atividade do íon negativo;
Da expressão (2.82), podemos fazer:
a+ = W+ x Υ+;
a- = W- x Υ-;
C)²/[ 4 π x 8,854 x 10 -12 (C²/J x m) x 78,54 x 1,381 x 10 -23 (J/K) x 298K]} 3/2.
A = 0,509 W -1/2.
A unidade de A cancela com a unidade de FI. O valor calculado do
parâmetro A pode ser adotado para qualquer solução aquosa na temperatura
de 25 ºC.
Usando a lei limite de Debye–Huckel, temos:
log Υ ± = - A z+ z- F
II . (2.118).
Para o HCl: z+ = +1; z- = -1; FI = 0,001 W; A = 0,509 W -1/2.
log Υ ± = - (0,509 W -1/2) x (1) x (1) x (0,001 W) ½.
O valor da carga de -1 pode ser usado 1, pois a expressão já tem o
sinal negativo.
log Υ ± = - 0,509 x 0,0316 = - 0,0161
Υ ± = 10 -0,0161 = 1/(10 0,0161) = 1/(1,037767) = 0,963.
Υ ± = 0,963.
O valor calculado é próximo do valor experimental de 0,966.
Para o CaCl2: z+ = +2; z- = -1; FI = 0,003 W; A = 0,509 W -1/2.
log Υ ± = - (0,509 W -1/2) x (2) x (1) x (0,003 W) ½.
log Υ ± = - 1,018 x 0,05477 = - 0,05576.
Υ ± = 0,879.
O valor calculado é próximo do valor experimental de 0,888. Com o au-
mento da concentração, ocorre diminuição do coeficiente médio de atividade.
Atividades de avaliação
1. Uma solução ideal é formada por hexano (1) e heptano (2). Em que propor-
ção se deve misturar as duas substâncias para que a variação da entropia
na formação da mistura seja a maior possível?
a) Quando a composição é expressa em fração molar?
b) Quando a composição é expressa em massa das substâncias?
Solução: a) Usando a expressão (2.16), temos:
[(∆S)/(nR)] = - [x1 ln x1 + (1 –x1) ln (1 – x1)] (2.16).
A proporção em massa será: como MM2 = 178 g, temos que 0,136 mol = 24g
e a proporção será de 24 g de antraceno para 1000 g de benzeno.
3. Uma solução de acetona (A) e metanol (B) apresentou as seguintes me-
didas a 57,2 ºC na pressão de 1 atm: xA = 0,400 ; yA = 0,516 ; P A = 786
0
P
0
P ) x2.
0
Como x1 = 1 - x2. Fica: P = 1 + (KH - 1
( P )²]/[y1 (KH - P ) + P ].
0
1
0
1 1
0
P K )/[y P ) + P ].
0 0 0
Simplificando os termos, fica: P= ( 1 H 1
(KH - 1 1
P
0
P1 = x1 1
= 0,635 x 289,1 = 189 mmHg;
Atividades de avaliação
1. Uma solução ideal de etanol e metanol na temperatura de 20 ºC apre-
senta os seguintes dados: pressão de vapor do etanol puro P10 = 44,5
mmHg, pressão de vapor do metanol puro P2 = 88,7 mmHg, na fase
0
Referências
ATKINS, P. W. Físico-Química. 6ª edição, Volumes 1, 2 e 3, Rio de Janeiro:
Editora LTC S.A, 1999.
BALL, David W. Físico-Química. Volume 1. São Paulo: Editora Thomson, 2005.
CASTELLAN, G. W. Físico-Química. 2ª edição, Rio de Janeiro: Livros Técni-
cos e Científicos Editores S.A, 1999.
Objetivos
•• Neste capítulo, vamos usar os conhecimentos adquiridos sobre a solução
iônica para iniciar o estudo da eletroquímica.
•• Eletroquímica e o estudo da condutividade nas soluções eletrolíticas. Revisão
de eletrostática. Lei de Coulomb. Mobilidade iônica e número de transporte.
•• A dupla camada elétrica. O potencial eletroquímico. Reações de oxidação
e redução. Pilhas e baterias. Equação de Nernst.
•• Equilíbrio iônico. Determinação da constante de equilíbrio, da atividade
média e do coeficiente médio de atividade em soluções eletrolíticas.
•• Eletrólise. Galvanoplastia. Corrosão eletrolítica.
Introdução
No capítulo 2, foram estudadas as misturas homogêneas, chamadas de solu-
ções verdadeiras. No estudo, conhecemos a solução ideal, quando utilizamos
a lei de Raoult como lei limite. Estudamos a solução diluída ideal, usando a
lei de Henry como lei limite. Estudamos a solução não ideal e os conceitos de
desvios da idealidade, calculados através de parâmetros, como atividade e
coeficiente de atividade. Estudamos a solução iônica ou eletrolítica, o concei-
to de força iônica, os parâmetros atividade iônica média e o coeficiente médio
de atividade, através da lei limite de Debye–Huckel.
Figura 57 - O campo elétrico E com sentido do positivo para o negativo faz atuar a força
elétrica Fe no mesmo sentido do campo. Temos: Fe = z e E. Em sentido contrário, temos:
F’ = 6 π η a v. Se a velocidade v é a velocidade uniforme ou terminal, temos: F’ = Fe.
2. Parâmetros da condução
As grandezas do condutor metálico são adaptadas para o condutor eletrolíti-
co. Daí vamos usar a Figura nº 04 com sua semelhança ao condutor metálico,
onde usamos: V = R x I, onde I é a corrente, R é a resistência, e V é a diferença
de potencial.
1. A resistência de um condutor é diretamente proporcional ao comprimen-
to e inversamente proporcional à área da seção transversal. Tornando
igualdade, fica:
R = ρ (l/A). (3.02),
sendo R a resistência em ohm (símbolo = Ω); ρ, a resistência específica
ou resistividade em ohm x m. Na resistividade, a área é unitária, l é o com-
primento do condutor em m, e A é a área em m².
Na Figura 59, vemos o perfil de um condutor para o caso de uma solu-
ção iônica.
Λo Λo,
Na Cl 128,1 Na (NO3) 123,0.
K Cl 149,8 K (NO3) 145,5.
Diferença 21,7 22,5.
Potencial eletroquímico
Para estabelecer a relação entre Δφ e E, vamos formar uma pilha com um metal
M e um eletrodo de Hidrogênio, onde as semi-reações de redução são:
M+ (aq) + e - M (s). (lado direito na pilha).
H+ (aq) + e - ½ H2 (g). (lado esquerdo na pilha).
A representação fica: Pt/H2(g)/H+(aq) // M+(aq)/M(s).
As energias de Gibbs das semi-reações podem ser expressas em ter-
mos de potenciais químicos µ.
Pilhas e baterias
A pilha é um sistema constituído por dois eletrodos que estão em contato atra-
vés de uma solução iônica, ou por duas soluções iônicas separadas por mem-
brana porosa ou por uma ponte salina.
Os sistemas eletroquímicos podem ser divididos em quatro tipos:
a) Pilhas ou células Galvânicas;
b) Pilhas em série, formando uma bateria de pilhas;
c) Célula eletrolítica para execução da eletrólise;
d) Sistema em corrosão.
6. Tipos de eletrodos
a) Eletrodo padrão de Hidrogênio: Já descrito na definição do estado pa-
drão.
Representação – Pt (s)/H2 (g)/H + (aq).
Reação do eletrodo - H + (aq) + 2 e- (Pt) ½ H2 (g).
Equação de Nernst para o eletrodo –
E H +/ H2 = Eo H +/ H2 - [(RT)/(F)] ln [(f ½)/(a H +)].
Como Eo H +/ H2 = zero,
fica E H +/ H2 = - [(RT)/(F)] ln [(f ½)/(a H +)]. (3.49).
b) Eletrodo gás – íon: O eletrodo padrão de Hidrogênio é um exemplo de
eletrodo gás – íon.
Vamos abordar outro exemplo, no caso, o eletrodo:
Representação – grafita (s)/Cl2 (g)/Cl –(aq).
O ânion é o mesmo nas duas soluções, neste caso é o SO4 2-. A sua difu-
são e migração é quase a mesma, desde que as concentrações estejam
próximas. O sentido é do catodo para o anodo.
No caso dos cátions, os íons cobre migram com maior velocidade que os
íons zinco, pois suas mobilidades são diferentes. O sentido é do anodo
para o catodo. Como o cobre é mais rápido, seu afastamento do zinco cria
uma dupla camada elétrica. Surgirá com isto um campo elétrico devido à
separação de cargas na região próxima à membrana. Este campo elétrico
tende a retardar os íons cobre e acelerar os íons zinco. O sistema tende a
certo equilíbrio aparente, quando os íons adquirem a mesma velocidade
de migração, sendo observada uma diferença de potencial na fronteira
entre as duas soluções.
Esta diferença de potencial é chamada de potencial de junção líquida.
Esta diferença de potencial é função do número de transporte dos íons.
Quando os valores do número de transporte dos íons forem próximos ou
iguais, o potencial de junção líquida será praticamente nulo.
Como o uso da ponte salina é indicado para tornar nulo o potencial de
junção líquida, podemos calcular este potencial usando a expressão:
E Pilha = E Pilha com ponte + E Junção líquida. (3.57).
O potencial da pilha pode ser medido bem como o potencial da pilha com
ponte salina. Com os dois valores, podemos obter o potencial de junção
líquida.
3. Pilha com eletrodos de mesma natureza e eletrólitos com concentração
diferentes.
Neste caso, temos as chamadas pilhas de concentração. Podemos cons-
truir a pilha com ponte salina, evitando o efeito do potencial de junção
líquida ou com membrana porosa.
a) Pilha com ponte salina – Para recordar a ponte salina, observe a Figura 70.
◂ Figura 70 - A ponte salina é
usada para reduzir ou elimi-
nar o potencial de junção lí-
quida. Como já sabemos, no
ânodo ocorre oxidação e, no
catodo, ocorre redução. Na
pilha, o sentido dos elétrons
é o do ânodo (-) para o ca-
todo (+).
Como exemplo, nossa pilha tem dois eletrodos iguais de prata imersos em
soluções de concentrações diferentes de nitrato de prata, sendo o contato
entre as duas realizadas através de ponte salina.
Representação – Ag (s)/AgNO3 (aq, a1) // AgNO3 (aq, a2)/Ag. Onde a1 ≠ a2.
As reações associadas aos eletrodos e a reação da pilha com ponte salina fica:
Ânodo – Ag (s). Ag + (aq, a1) + e -. Ocorre oxidação.
Catodo - Ag + (aq, a2) + e -. Ag (s). Ocorre redução.
Nossa proposta é de que, no ânodo, a atividade da solução é a1. A reação
da pilha:
Ag (s) + Ag + (aq, a2). Ag (s) + Ag + (aq, a1).
A reação pode ser escrita de modo simplificado:
Ag + (aq, a2). Ag + (aq, a1).
A equação de Nernst para cálculo do potencial da pilha pode ser escrito:
E = Eo – [(RT)/(F)] ln [(a1 Ag+)/(a2 Ag+)].
Como Eo = zero, fica:
E = – [(RT)/(F)] ln [(a1 Ag+)/(a2 Ag+)]. (3.58).
Para que E > 0, é necessário que (a2 Ag+) > (a1 Ag+), visto que o logaritmo de
números menor que 1 é negativo.
b) Pilha de concentração com membrana porosa – Vai usar a pilha construída
de dois eletrodos de prata – cloreto de prata em solução ácida de HCl em
duas concentrações diferentes. Observe, na Figura 71, a pilha em planta.
Figura 71 - A pilha observada em três ▸
situações para ilustrar o aparecimen-
to do potencial de junção. Em (a), a
pilha é proposta com o eletrodo infe-
rior como o ânodo e o superior como
catodo. Em (b), inicia a difusão dos
íons, sendo o H+ o de maior mobili-
dade, a difusão ocorre no sentido da
maior para a menor concentração.
Em (c), a formação de uma dupla
camada elétrica e o potencial de jun-
ção. Por escolha a1 > a2.
dupla camada estacionária, mas o íon que começou com velocidade maior
continua na frente.
A difusão da solução concentrada para a diluída constitui fato irreversível, mas
lento, de modo que o potencial de junção aparece nas medidas e podemos
ignorar o movimento da fronteira.
Representação da pilha
Ag (s)/AgCl (s)/Cl – (aq, a1 )/Cl – (aq, a2.)/AgCl (s)/Ag (s).
Usamos entre as soluções apenas uma barra, denotando a ausência da
ponte salina.
As reações da pilha são:
Ânodo – Ag (s) + Cl – (aq,a1) AgCl (s) + e -.
Catodo – AgCl (s) + e - Cl – (aq,a2.) + Ag (s).
Com as simplificações, a reação da pilha pode ser tomada como:
Cl – (aq,a1) Cl – (aq,a2.).
Uma fração t+ da carga é transportada pelo H+, e outra fração t- pelo Cl -.
Lembrar que t+ + t - = 1.
Seja um mol de carga positiva que passa através da fronteira, isto requer que
t+ moles de íons H+ migrem para cima, da solução a1 para a solução a2, e t-
moles de Cl – migrem para baixo de a2 para a1.
Logo, a transferência de carga na fronteira fica:
t+ H + (a1) t+ H + (a2.).
t – Cl – (a2.). t – Cl – (a1).
A variação total, incluindo a reação da pilha (soma das reações dos eletrodos):
t+ H + (a1) + Cl – (aq,a1) + t- Cl – (a2) t+ H + (a2.) + Cl – (aq,a2.) + t – Cl – (a1).
Como t+ + t - = 1, podemos fazer: t - = 1 - t+. Substituindo na expressão da
variação total, operando e simplificando os termos, fica:
t+ H + (a1) + t + Cl – (a1). t+ H + (a2.) + t + Cl – (a2.). (3.59).
A reação da pilha corresponde agora à transferência de t+ moles de HCl da
solução com atividade (a1) para a solução com atividade (a2.).
A variação da energia de Gibbs pode ser calculada como o somatório dos
produtos menos o somatório dos reagentes.
ΔG = t+ [µo H+ + RT ln (a ) + µo
H+ 2 Cl-
+ RT ln (a ) - µo
Cl- 2 H+
- RT ln (a )
H+ 1
- µo Cl- - RT ln (a Cl-)1].
A reação da pilha:
½ H2 + H+ H+ (?) + ½ H2.
Aplicando a equação de Nernst, fica:
E = Eo – [(RT)/(F)] 2,3 log [H+] (?)/[H+].
0,211 = - [(8,314 x 298 x 2,3)/(96500)] log [H+].
0,211 = - 0,05905 log [H+].
3,57 = - log [H+].
pH = 3,57.
Determinação da constante de equilíbrio: Para chegar à expressão de
Nernst, utilizamos uma reação química com ΔG, calculada através de:
ΔG = ΔGo + RT ln [(acM x adN)/(aaA x abB)]. (3.36).
No equilíbrio químico, temos ΔG = 0, e a expressão (3.36) fica:
ΔGo = - RT ln K. (3.64).
Como na expressão (3.38), temos:
ΔGo = - We = - zFEo.
Podemos fazer:
zFEo.= RT ln K.
Resulta: K = exp [(zFEo)/(RT)]. (3.65).
Conhecendo o potencial no estado padrão Eo, podemos conhecer a constan-
te de equilíbrio da reação.
Usando as propriedades termodinâmicas da expressão (3.64), podemos fazer:
K = exp [– (ΔGo )/(RT)] (3.66).
Podemos aplicar a expressão para calcular a constante com uma variação
de temperatura:
ΔGo = - RT ln K.
ΔGo = ΔHo – TΔSo.
Operando as duas expressões, fica:
ln K = - [(ΔHo) /(RT)] + [(ΔSo) /(R)] (3.67).
Sejam T1 e T2 as temperaturas e K1 e K2 as constantes, aplicando (3.67):
ln K1 = - [(ΔHo) /(RT1)] + [(ΔSo) /(R)] e
ln K2 = - [(ΔHo) /(RT2)] + [(ΔSo) /(R)]. Subtraindo a primeira da segunda:
ln [(K2)/(K1)] = - [(ΔHo)/(R)] [(1/T2 ) – (1/ T1)]. (3.68).
A expressão (3.68) também pode ser obtida usando (3.64):
ln K = - [(ΔGo)/(RT)], que pode ser transformada em:
1/K = - (1/R) {Δ[(ΔGo)/(T)]/(ΔT)}p [(ΔT)/(ΔK)]p,
Como 1 kwh custa R$ 0,80, 240 kwh custará 0,80 x 240 = 192,00.
O custo com energia elétrica será de R$ 192,00.
2. Eletrólise com eletrodos inertes: O eletrodo inerte mais usado é a grafita,
que é evitado quando há formação de oxigênio, pois este queima a grafita
com produção de CO2. O uso evita a concorrência de mais uma substân-
cia em oxidar ou reduzir.
Exercício de aplicação: O exemplo mais utilizado é a eletrólise de uma solu-
ção aquosa de NaCl. Para facilitar, vamos observar a Figura 78.
Figura 78 – Os eletrodos 1 e 2 são eletro- ▸
dos de grafita considerados inertes, exceto
pela possibilidade de reagir com oxigênio
produzido na eletrólise. No caso de solução
aquosa, devemos considerar a ionização
da água em H+ e OH-, íons que vão compe-
tir nos eletrodos, pela oxidação ou redução.
Figura 79 – No ânodo, ocorre oxidação (+) e, no catodo, ocorre redução (-). Em solução,
temos os íons: H +; Cu 2+; OH- e SO4 2-. No catodo, ocorre disputa de H + e Cu 2+. No
ânodo, ocorre disputa do cobre e dos íons OH- e SO4 2-.
Amperagem = 1,50 A,
Tempo de eletrólise = 45 minutos,
Banho eletrolítico = Zn2+, NaOH, bis sulfito de sódio, aldeído aromático,
poli epóxi aminas e outros.
Não é mais usado o cianeto de sódio pelos riscos que ocasiona.
A peça, antes de ser revestida, passa por várias etapas, sendo as principais:
a) limpeza mecânica com lixa ou jato abrasivo;
b) desengraxe a quente, com detergente especial;
c) decapagem com ácido para retirada de restos de oxidação ou usinagem.
Em seguida, a peça é secada e pesada, indo para o banho eletrolítico.
Após o banho, a peça é novamente secada e pesada e, a titulo de aca-
bamento, é submetida a uma imersão rápida em solução ácida (chamada
de pré- abrilhantamento) para produzir pontos de aderência e, em seguida,
imersão em solução de cromo (chamada de abrilhantamento), onde é for-
mada uma camada de ZnCrO4 (cromato de zinco), que funciona como área
catódica protegendo a peça.
Com os dados fornecidos da eletrólise, calcule o rendimento catódico.
Solução: O rendimento é a relação entre a massa obtida e a massa
teórica, expressão (3.73).
Massa obtida = 19,786 – 19,256 = 0,53 g.
Massa teórica = m = {[(MM)/(nox)] x i x t}/96.500 =
= {[(65,37/2) x 1,5 x 45 x 60]/(96.550)} = 1,37 g.
Rendimento = [(0,53)/(1,37)] x 100 = 38,7 %.
Para facilitar, vamos observar a Figura 80 da chamada cuba eletrolítica:
Atividades de avaliação
1. Calcule a constante de equilíbrio da reação, na temperatura de 298 K.
2. Cu + (aq) Cu (s) + Cu 2+ (aq).
Solução: As duas meias reações da pilha e seus potenciais serão:
Eletrodo = Cu (s)/Cu + (aq). O cobre sólido será o eletrodo.
Reação: Cu + (aq) + e- Cu (s). Eo = 0,52 V.
Eletrodo = Pt/Cu 2+ (aq); Cu + (aq).
Atividades de avaliação
1. Uma corrente de 1,0 A foi usada na carga de uma pilha chumbo ácido
durante o tempo de 1,5 horas. Qual massa de PbSO4 foi decomposta?
R: 0,170 Kg. Metade oxidada e metade reduzida.
2. O método da fronteira móvel foi utilizado para determinar t+ para o HCl
0,01 M a 25 ºC. Uma corrente de 3,0 mA foi passada através de uma
célula que possuía uma seção transversal de 3,25 cm² por 45,0 minutos
e a fronteira observada moveu-se 2,13 cm. Usando esses dados, calcule
µ+ e µ-, sendo dado Λ = 412,0 cm² x mol -1 x Ω -1.
R: t+ = 0,825;
µ+ = 3,52 x 10 -7 m² x V -1 x s -1.
µ- = 7,47 x 10 -8 m² x V -1 x s -1.
3. Calcule o valor de E para uma pilha formada por um eletrodo de Ag/AgBr
(s)/Br – (a = 0,34) e outro eletrodo de Fe 3+ (a = 0,1)/Fe 2+ (a = 0,02). Os
potenciais padrões na tabela são Eo = 0,07 V e Eo = 0,77 V.
R: E = 0,713 V.
4. No método de Hittorf, usamos uma corrente em uma solução de KCL
0,10 M na temperatura de 25 ºC. Um coulômetro de prata em série com
a célula mostrou que 0,6136 g de Ag foram depositados durante a ele-
trólise. O compartimento catódico que pesou 117,51 g foi drenado e con-
tinha 0,56662% de KCl. O compartimento intermediário da célula conti-
nha 0,74217% de KCl. O compartimento anódico que pesou 121,45 g
foi drenado e continha 0,57217% de KCl. Utilizaram-se eletrodos inertes.
Calcule o t+ do K+.
R: t+ = 0,491.
5. Na tabela, o potencial de redução padrão para o Ag +/Ag a 25 ºC é 0,80 V.
O produto de solubilidade do AgCl é Kps = 1,56 x 10-10. Calcule o poten-
cial padrão do eletrodo Ag /AgCl (s)/Cl-.
R: Eo = 0,22 V.
6. Podemos determinar a constante de ionização de um ácido fraco pela
medida da condutividade molar e conhecidas as condutividades iônicas
das espécies. Sabendo que a condutividade molar do ácido acético (so-
lução aquosa) com concentração 0,01 M é de 1,65 mS x m² x mol -1,
Referências
ATKINS, P. W. Físico-Química. 6ª edição, Volumes 1, 2 e 3, Rio de Janeiro:
Editora LTC S.A, 1999.
BALL, David W. Físico-Química. Volume 1. São Paulo: Editora Thomson, 2005.
CASTELLAN, G. W. Físico-Química. 2ª edição, Rio de Janeiro: Livros Técni-
cos e Científicos Editores S.A, 1999.
ENGEL, Thomas; Reid, Philip. Thermodynamics. Statistical Thermodyna-
mics e Kinetics. New York: Editora Pearson, 2006.
MOORE, Walter John. Físico-Química. São Paulo: Editora Edgard Blucher
Ltda, U.S.P, 1976.
METZ, Clyde R. Físico-Química. Coleção Schaum. São Paulo: Editora Mc
Graw – Hill do Brasil, 1976.
SEARS, Francis Weston. Física. 2ª edição, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos Editora S.A, 1985.
SILBEY, Robert J.; Alberty, Robert A.; Bawendi, Moungi G. Physical Chemis-
try. 4ª edition, Índia: Editora Wiley: 2006 – ISBN 81-2650877-9.
Objetivos
•• Realizar a reação química e medir sua velocidade através de métodos quí-
micos e físicos;
•• Determinar a equação da velocidade e a ordem da reação;
•• Estudar a dependência da constante de velocidade aos fatores, como a
temperatura, a orientação das moléculas e a frequência de choques;
•• Estudar a energia de ativação para explicar a teoria das colisões, o com-
plexo ativado e o estado de transição;
•• Propor um mecanismo para a reação;
•• Usar a equação de Arrhenius para cálculo da energia de ativação;
•• Estudar a catálise homogênea. Adsorção física e química. Isotermas de
adsorção. Catálise heterogênea.
Introdução
No capítulo 3, estudamos a eletroquímica em suas três áreas de abrangência:
a iônica, a de interfaces e a eletródica.
Vamos agora estudar a reação química para obter conhecimento capaz de
tornar essa reação a peça principal de um processo químico que visa obter novas
substâncias, quase sempre não naturais e necessárias ao nosso bem-estar.
Reação química: é o conjunto de fenômenos pelos quais uma, duas, ou mais
substâncias interagem entre si, dando origem a novas substâncias, em geral
não encontradas na natureza.
Equação química é a maneira de representar a reação química onde os
reagentes aparecem no primeiro membro e os produtos no segundo membro.
As condições da reação também devem ser informadas na equação.
Equação de velocidade é a peça fundamental para conhecer os
fatores que afetam a velocidade da reação e a diminuição das massas
dos reagentes.
O químico deve conhecer dois fatores sobre a reação química: a veloci-
dade da reação e a proporção de produtos formados.
Realização da reação
◂ Figura 85 – O traçado da
tangente pode utilizar méto-
do estudado na geometria.
Na tangente, localizamos
dois pontos, no nosso caso,
os pontos (4,3; 2,0) e (0,3;
12,0). A velocidade instantâ-
nea fica: V = - d [A]/dt = - (0,3
– 4.3)/(12,0 – 2,0) = 0,40 mol
x L-1 x minuto -1. O intervalo
foi fechando e ficou mais
próximo do valor real.
Exemplo:
Fe (barra) + H2SO4 (aq) FeSO4 (aq) + H2 (g). (velocidade = v1).
Fe (limalha) + H2SO4 (aq) FeSO4 (aq) + H2 (g). (velocidade =
v2).
A observação indica que v2 > v1, o que permite afirmar ser a velocidade
diretamente proporcional à área de contato.
b) A concentração dos reagentes é um fator já citado como diretamente pro-
porcional à velocidade. Ele consta na função da velocidade, ou seja, a velo-
cidade é função da concentração e vai constar na equação da velocidade.
Exemplo: Seja a reação A + 2 B 3 C + 4 D.
A velocidade é proporcional à [A] x [B] y. Os expoentes x e y não são
iguais aos coeficientes estequiométricos, salvo em reações elementares.
Os expoentes definem a ordem da reação em relação a cada reagente e
a ordem total da reação.
O termo ordem vem da matemática, sendo utilizado na classificação das
equações diferenciais. Como as leis da velocidade são equações diferen-
ciais, elas são classificadas de acordo com sua ordem. A ordem total é a
soma das potências das concentrações, podendo ser zero, número intei-
ro ou fracionário. A ordem é obtida a partir de resultados experimentais e
ajuda na proposta de mecanismo da reação.
c) A frequência das colisões é um fator que depende da temperatura. A fre-
quência é proporcional à velocidade média quadrática das moléculas. Ela
é representada pela letra Z. Usada em conjunto com a teoria das colisões
das moléculas dos reagentes, ela se ajusta melhor aos reagentes gasosos.
Exemplo: A2 (g) + B2 (g) 2 AB (g).
Podemos dizer que:
V ≅ Z;
Z ≅ [A2];
Z ≅ [B2];
Podemos fazer: Z ≅ [A2] [B2];
Para tornar igual: Z = Zo [A2] [B2],
onde Zo representa a frequência quando [A2] = 1 e [B2] = 1. Final-
mente, temos:
V ≅ Zo [A2] x [B2] y; (4.4).
No caso (b), da Figura 86, onde o choque acontece com energia menor
que a energia mínima, para que a reação ocorra, a solução é aumentar a tem-
peratura, pois assim vamos aumentar o número de moléculas com energia
maior que a energia mínima. Observe a Figura 88.
O traçado das retas no gráfico deve utilizar o método dos mínimos qua-
drados, que será estudado a seguir.
Em nosso exemplo, os coeficientes angulares das retas ou declividade
fornecem a ordem do iodo atômico que é igual a dois. A vantagem do uso de
três retas é a confirmação do resultado.
∫
[ A ]o
d [ A] = -K ∫
to
dt
[A] - [A]o = - K (t – to), fazendo to = zero, teremos:
[A] = [A]o – Kt. (4.9).
A expressão (4.9) é a equação da linha reta do tipo: y = b + mx.
Como primeira conclusão, se a reação for de ordem zero, o gráfico de
concentração versus tempo é uma linha reta. Por comparação da expressão
(4.9) e a equação da linha reta, temos: m = -K.
Um tempo muito útil é o tempo de meia vida assim chamado por ser o
tempo que o número de mols ou a massa do reagente gasta para ser reduzida
a metade do valor inicial. Vamos usar t 1/2.
Substituindo em (4.9) a concentração [A] pelo valor [A]o/2, fica:
t ½ = [A]o/(2K). (4.10).
2. Reação de primeira ordem – A equação da velocidade é do tipo:
v = K [A]. Agora teremos: - [(d[A])/(dt)] = K [A], arrumando os termos para
integração, fica:
(d[A])/([A]) = - K dt.
Integrando entre os limites [A] e [A]o, teremos:
ln {[A]/[A]o} = - K(t – to), fazendo to = zero, teremos:
ln [A] = ln [A]o – Kt. (4.11).
A expressão (4.11) é a equação da linha reta do tipo: y = b + mx.
Como conclusão tem que m = -K e o tempo de meia vida fazendo a
concentração metade da concentração inicial terão;
t ½ = 0,693/K. (4.12).
O gráfico linear agora é de logaritmo natural versus tempo indicando
uma reação de primeira ordem.
3. Reação de segunda ordem – A equação da velocidade é do tipo: v = K [A]2.
Com o mesmo procedimento, temos: - d[A]/[A]2 = K dt.
Integrando entre os limites de [A] e [A]o fica:
[[A[AA
]]] t
∫∫∫
[[A[AA
ddd[[[AAA]]]///[[[AAA]]2]22 = - K
]]o]oo ∫
to
dt , como integral de ∫ [A] -2 d[A] é igual a
[A] -2+1/-2+1, onde -2 é o um número n, da fórmula de integração, o que resulta
[A] -1/-1.
Calculando b, temos:
b = {30,5 – (1/4)[(10)(10)]/[(30) – (1/4)(10)²] = [(5,5)/(5)] = 1,1.
Calculando a, temos:
a = (1/ 4) [(10) – 1,1(10)] = - 0,25.
Na equação da reta ajustada vamos chamar o y de y’, então fica:
y’ = - 0,25 + 1,1 x.
Qualidade do ajuste: Como vamos realizar três gráficos e testar a função
linha reta nos três, devemos recorrer ao coeficiente de determinação R² que
informa em qual dos gráficos a reta obtida mais responde pelos resultados
experimentais. Quanto mais próximo da unidade R² estiver, melhor é o ajuste.
O campo de variação do R² é de 0 a 1.
Cálculo do coeficiente de determinação R².
R² = (variação explicada pela reta ajustada)/(variação total).
Como nosso estudo adotou como limite até segunda ordem, existe uma in-
dicação forte de a reação ser de segunda ordem. Observe o gráfico da Figura 99.
5ª etapa: O etano formado pela adição dos átomos de hidrogênio tem pou-
ca afinidade pelo sítio ativo, sendo liberado da superfície do catalisador. A
afinidade do sítio ativo era com a ligação dupla do etileno.
6ª etapa: Os sítios ativos estão prontos para novos adsorções e o ciclo continua.
A escolha do catalisador é outro ponto que deve ser estudado, princi-
palmente em cursos industriais. Como exemplo, vamos utilizar a reação de
decomposição do HI. Temos: 2 HI I2 + H2.
Sem catalisador, sua energia de ativação é 164 KJ/mol.
Com catalisador de ouro, sua energia de ativação é 105 KJ/mol.
Com catalisador de platina, sua energia de ativação é 59 KJ/mol.
Nos automóveis, onde a combustão incompleta produz CO, hidrocar-
bonetos, NOx e SO2, não podemos lançar esses gases no meio ambiente por
serem gases nocivos à saúde. Essa mistura de gases é chamada de “smog”,
assim chamada por ser a união de fumaça (smoke) e neblina (fog).
Algumas substâncias devem ser oxidadas e outras devem ser reduzidas. Em
primeiro lugar, usamos catalisador para redução e, em seguida, para oxidação.
Redução: NO + NO2 N2 + O2.
SO2 + H2O H2S + O2.
O catalisador indicado pelos fabricantes são óxidos de metais de transi-
ção e metais nobres. A redução produz oxigênio, que é utilizado na oxidação.
Oxidação: CO + CxHy + O2 + H2 CO2 + H2O.
O catalisador indicado pelos fabricantes são CuO, Cr2O3 ou metais nobres.
Devemos lembrar que catalisadores eficientes para um tipo de reação
podem ser pouco eficientes em outro tipo de reação. A eficiência é fator im-
portante, pois basta não esquecer que os gases estarão em contato com o
catalisador por apenas 100 a 400 ms.
O custo do catalisador é alto, responde por 35% do consumo de platina,
65% do consumo do paládio e 95% do consumo de ródio. Metais que consti-
tuem fonte de renda para a Rússia e África do Sul.
Para melhor entendimento da catálise heterogênea, vamos realizar um
breve estudo do fenômeno da adsorção.
Adsorção
Vamos iniciar com algumas definições e conceitos.
Definições: Seja a adsorção representada como uma reação por sua equação
na forma que segue: A + B A.B.
Isotermas de adsorção
O gás livre de adsorção e o gás adsorvido estão em equilíbrio dinâmico e o
recobrimento relativo da superfície depende da pressão do gás em equilíbrio.
A variação de θ com a pressão a uma temperatura constante é a isoterma de
adsorção. Vamos abordar dois tipos de isotermas.
a) Isoterma de Langmuir: é a isoterma mais simples para adsorção de gases
em sólido, onde devem ser observadas as seguintes regras:
•• A adsorção não pode ir além do recobrimento com uma única camada ou
recobrimento monocamada;
•• Todos os sítios de adsorção são equivalentes uns aos outros e a superfície
é uniforme (plana em escala microscópica).
•• A capacidade de uma molécula ser adsorvida em certo sítio é independen-
te da ocupação dos sítios vizinhos.
O equilíbrio dinâmico é representado por:
A (g) + B (superfície) A. B (superfície).
Com as constantes de velocidade Ka para adsorção e Kd para dessorção.
com grande área superficial. A tabela abaixo fornece o volume em cm³ do ni-
trogênio, reduzido às condições de 0 ºC e 1 atmosfera (CNTP), adsorvido por
grama de carvão ativado a 0 ºC nas pressões medidas em mmHg.
P(mmHg) 3,93 12,98 22,94 34,01 56,23
V (cm³/g) 0,987 3,04 5,08 7,04 10,31
Elabore e calcule:
a) O gráfico linear da isoterma de Langmuir e calcule os valores de b e K.
b) Calcule a fração da área do carvão coberta pelo nitrogênio na pressão de
56,23 mmHg.
Solução: Como passo inicial, transforme os dados em seus inversos, pois a
equação da linha reta é de 1 /V versus 1/P.
Calculando, temos a tabela a seguir:
1 /P 0,254 0,077 0,044 0,029 0,018
1/V 1,013 0,329 0,197 0,142 0,097
a) Com os dados e usando o programa Excel, realizamos o gráfico da Figura 105
Figura 105 – O gráfico linear,, traçado pelo programa Excel, fornece a equação:
y = 3,8784 x + 0,0283.
O coeficiente de determinação é igual a 1, supondo que a linha reta responde por
todos os resultados experimentais. Calculando, temos:
1/b = 0,0283.
b = 35,34 cm³/g.
1/(bK) = 3,8784.
bK = 0,25784 que resulta em
K = 7,2959 x !0 -3 mmHg -1.
Tabela 1
Atividades de avaliação
1. A velocidade de uma reação aumenta por um fator 1.000 na presença de
um catalisador a 25 ºC. A energia de ativação do caminho original é de 98
KJ/mol. Qual a energia de ativação do novo mecanismo, sendo todos os
outros fatores mantidos constantes?
Solução: Os fatores fixados são: T = 298 K; Concentração.
Os fatores variáveis são: K e Ea.
Seja: K2 = A e-Ea2/RT (expressão 1);
K1 = A e-Ea1/RT (expressão 2).
Dividindo a expressão 1 pela expressão 2 temos a relação entre as duas
constantes K2/K1, que é dada como 1000. Aplicando, fica:
e-39,554 x 1000 = e
- Ea /2477,6
2
. Aplicando logaritmo natural, fica:
-39,554 + ln 1000 = - Ea2/2477,6. Calculando, resulta: Ea2 = 80,9 KJ/mol.
2. Para a reação 2 O3 3 O2, a equação da velocidade foi determinada
como sendo: - d [O3]/dt = K [O3]². [O2] -1.
Faça uma proposta de mecanismo para a reação.
Solução: A ocorrência de produto na equação é probabilidade de etapa
reversível. Vamos fazer a seguinte proposta:
1ª etapa – rápida:
O3 O2 + O.
2ª etapa – lenta: O3 + O 2 O2.
A equação da velocidade é retirada da etapa lenta, logo:
V = K [O3] [O].
A equação está em desacordo com a equação experimental, mas temos a
possibilidade de achar [O] usando a 1ª etapa com a constante de equilíbrio.
KE = {[O2] [O]/[O3]},
Figura 106 – O gráfico triangular mostra que, no início, tinha 100% de A. A reação teve
início e foi achado o ponto P (0,5; 0,41; 0,09) no tempo de 1,15 horas. O ponto M (0,25;
0,51; 0,24) é o ponto onde a concentração de B é máxima. O ponto K (0,12; 0,46;
0,42) tem que Xc = (7/2) Xa. Como informação adicional, considere como solução da
equação: x= 0,6 x e(2,3 x -1,38), o valor x = 0,3.
Atividades de avaliação
1. A reação do tipo A produtos foi realizada em quatro experiências
e os resultados são:
Experiência [A] inicial Velocidade inicial, em mol. L-¹. min-¹.
01 1,30 4,78 x 10-²
02 2,60 9,56 x 10-²
03 3,90 1,43 x 10-¹
04 0,891 3,28 x 10-²
Calcule a equação da velocidade e expresse a constante da velocidade
com suas unidades.
R: A reação é de 1ª ordem: v = K [A], com K = 3,68 x 10 -2 minutos -1.
2. Se a velocidade de uma reação aproximadamente duplica quando a tempe-
ratura é aumentada de 10 ºC, qual deve ser a energia de ativação de uma
reação no caso da temperatura ser inicialmente:
a) 25 ºC?
b) 500 ºC?
R: (a) 53 KJ x mol -1;
(b) 350 KJ x mol -1.
3. A reação não muito lenta é representada por sua equação química:
2 NO (g) + Cl2 (g) 2 NOCl (g).
A reação teve sua lei de velocidade determinada como: v = K [NO]² [Cl2].
a) Qual o provável mecanismo da reação?
b) Calcule o valor de K com suas unidades, quando a concentração inicial de
[NO] é 0,8, a de [Cl2] é 0,4 e a velocidade inicial é igual a 0,04 mols/L x s.
R: a) 1ª etapa rápida: NO (g) + Cl2 (g) NOCl2 (g).
2ª etapa lenta: NOCl2 (g) + NO (g) 2 NOCl (g).
Referências
ATKINS, P. W. Físico-Química. 6ª edição, Volumes 1, 2 e 3, Rio de Janeiro:
Editora LTC S.A, 1999.
BALL, David W. Físico-Química. Volume 1. São Paulo: Editora Thomson, 2005.
CASTELLAN, G. W. Físico-Química. 2ª edição, Rio de Janeiro: Livros Técni-
cos e Científicos Editores S.A, 1999.
DI BERNARDO, Luiz. Métodos e Técnicas de Tratamento de Água, Vol 1.
Rio de Janeiro: ABES, 1993.
ENGEL, Thomas; REID, Philip. Thermodynamics. Statistical Thermody-
namics e Kinetics. New York: Editora Pearson, 2006.
MOORE, Walter John. Físico-Química. São Paulo: Editora Edgard Blucher
Ltda, U.S.P, 1976.
METZ, Clyde R. Físico-Química. Coleção Schaum. São Paulo: Editora Mc
Graw – Hill do Brasil,1976.
SILBEY, Robert J.; Alberty, Robert A.; Bawendi, Moungi G. Physical Chemis-
try. 4ª edition, Índia: Editora Wiley, 2006 – ISBN 81-2650877-9.
Sobre o autor
Fernando Nobre Furtado: Possui graduação em Engenharia Civil na Escola
Politecnica de Pernambuco (1969), graduação em Engenharia Quimica pelo
Instituto Militar de Engenharia (1972) e mestrado em Engenharia Civil (Recur-
sos Hídricos) pela Universidade Federal do Ceará (2002). Atualmente é pro-
fessor adjunto da Universidade Estadual do Ceará. Tem experiência na área
de Química, com ênfase em Química Ambiental, atuando principalmente nos
seguintes temas: salinidade, água, erva sal e impacto ambiental.
F
iel a sua missão de interiorizar o ensino superior no estado Ceará, a UECE,
como uma instituição que participa do Sistema Universidade Aberta do
Brasil, vem ampliando a oferta de cursos de graduação e pós-graduação
na modalidade de educação a distância, e gerando experiências e possibili-
Química
Físico-Química II
dades inovadoras com uso das novas plataformas tecnológicas decorren-
tes da popularização da internet, funcionamento do cinturão digital e
massificação dos computadores pessoais.
Comprometida com a formação de professores em todos os níveis e
a qualificação dos servidores públicos para bem servir ao Estado,
os cursos da UAB/UECE atendem aos padrões de qualidade
estabelecidos pelos normativos legais do Governo Fede-
ral e se articulam com as demandas de desenvolvi-
Físico-Química II
mento das regiões do Ceará.
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