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O homem, por ser um animal de sangue quente, tem a necessidade de manter sua
temperatura corpórea em torno de 37ºC. Como o corpo humano troca calor constantemente
com o ar, quando a temperatura do ar está maior do que 37ºC se ganha calor do ar e quando
está menor de 37ºC perde-se calor.
Assim, quando a temperatura do ar está muito maior ou muito menor do que nossa
temperatura corpórea, ocorrem reações biológicas na tentativa de mediar o balanço de
perda e ganho de calor de nosso corpo. Estas reações são o suor, a contração e dilatação
dos poros, necessidade de beber líquidos quentes ou frios, dentre outros. Estes
mecanismos são chamados de Mecanismos termorreguladores.
Também o homem toma algumas atitudes comportamentais para manter este balanço,
como movimentar-se ou permanecer em repouso, que influencia no seu metabolismo, bem
como vestir mais ou menos peças de roupas. Estas atitudes comportamentais citadas são
chamadas de Variáveis Humanas de Conforto Térmico.
Quando visitamos um local por um breve período de tempo e são observadas certas
condições ambientais (temperatura e umidade do ar, precipitações de água, etc.), não pode
ser determinada a condição climática deste local com base nesta experiência de curto
período. O clima de um local é determinado pela tabulação de condições climáticas médias
por um prolongado espaço temporal, baseando-se num período de dez anos
aproximadamente, o que caracteriza o Ano Climático de Referência (TRY - Test Reference
Year).
Em primeiro lugar deve ser considerado o hemisfério onde será feito o projeto, pois
regiões localizadas no hemisfério norte tendem a ser mais frias e mais quentes (inverno e
verão) de outra que, mesmo tendo a mesma latitude e altitude, localizam-se no hemisfério
sul.
A latitude2 do lugar também deve ser considerada, pois regiões localizadas entre os
trópicos de câncer (23º26’ Norte) e capricórnio (23º26’ Sul) têm poucas variações nas
condições ambientais nas estações extremas (inverno e verão), sendo que quanto mais
próximo da linha do equador (latitude 0º) menor ainda estas distinções. Por sua vez, regiões
1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220/1-5: Desempenho térmico de edificações. Rio
de Janeiro, 2005.
2 Distância medida em graus de qualquer ponto da terra até a linha do equador, considerando-se a linha do equador a
latitude 0º, o polo Norte latitude 90º Norte e o polo Sul latitude 90º Sul.
localizadas em latitude altas (acima dos trópicos) possuem grandes diferenças, com
invernos com frio extremo e verões quentes.
A altitude do lugar também tem forte influência nas suas condições de clima, pois
locais a grande altura tendem a ser mais frios que outros em relação ao nível do mar. Para
cada 200 metros de altitude a temperatura média do ar decresce 1º Celsius.
Por fim, as regiões próximas a rios caudalosos e florestas tendem a ser mais úmidas
que as grandes concentrações urbanas. Consequentemente as metrópoles são mais
quentes que as áreas verdes e próximas a grandes rios.
Na condição quente e seca, por sua vez, a temperatura do ar alcança níveis elevados
(entre 40° e 45° Celsius) e a umidade relativa do ar é baixa (não superior a 20%).
Diferentemente da condição quente e úmida, aqui ocorre uma grande variação entre as
temperaturas do ar dos períodos diurno e noturno, com manhãs muito quentes e noites frias.
As vedações externas devem ser espessas (inércia térmica alta), compostas de alvenaria
ou pedra, sendo pintadas na parte externa com cores claras para atrasar a passagem do
calor da parte externa para o interior dos edifícios. De mesmo modo as edificações devem
estar agrupadas e ter pequenas aberturas nos ambientes para evitar a ventilação
abundante. Igualmente espelhos d’água e umidificadores devem ser utilizados.
O calor é a energia térmica em trânsito, sendo que se desloca de um meio mais quente
para outro mais frio. Dentre os mecanismos de trocas térmicas, serão destacadas as secas,
ou seja, quando não há uma mudança de estado físico, consistindo na convecção, a
condução e a radiação.
A convecção é a troca térmica que ocorre entre um meio líquido ou gasoso e um sólido
e, nos edifícios, ela fica explicitada quando suas vedações externas trocam calor com o ar.
A condução, por sua vez, acontece quando dois sólidos de diferentes temperaturas estão
unidos e trocando calor, sendo que, numa vedação composta de várias camadas de
materiais distintos, essas camadas trocam calor por condução. A radiação é a propagação
do calor por meio de ondas eletromagnéticas e a edificação ganha calor por radiação da
luz do sol.
Quanto mais alta a Transmitância Térmica (U), maior a quantidade de calor que passa
de uma face para a outra da vedação. Para condições climáticas quente e seco e frio
extremo o ideal é que a transmitância seja baixa (abaixo de 2,5 W/m²K) e para quente e
úmido a Transmitância Térmica (U) pode ser alta (acima de 3 W/m²K). Vale acrescentar que
a norma brasileira NBR 15220 (ABNT, 2005) divide o território brasileiro em oito regiões
bioclimáticas com recomendações sobre à Transmitância Térmica (U) mais adequada para
cada uma delas.
A absortância, por sua vez, diz respeito à cor externa da vedação, pois é a parcela da
radiação solar incidente sobre a face de uma superfície que é absorvida. Quanto mais
escura a cor maior a absortância, sendo que a cor branca absorve de 10 a 20% e o preto
absorve de 70 a 80% da radiação solar incidente.
3 A relação entre Resistência Térmica (R) e Transmitância Térmica (U) é definida pela equação R=1/U
32,7m/s (118Km/h) – Furacão.
Vale acrescentar que existem duas estratégias de uso da ventilação nos projetos de
arquitetura: ação dos ventos e efeito chaminé. A ação dos ventos é baseada no preceito de
que o vento se desloca de maneira laminar, ou seja, paralela ao plano do solo. Então nesta
estratégia deve ser otimizada a entrada e passagem do vento pelos ambientes. É
necessário observar a direção predominante do vento no local onde será implantada a
edificação e voltar as aberturas (janelas) para esta direção. Se forem previstas aberturas
em paredes opostas estará sendo aproveitado o fluxo de passagem (ventilação cruzada).
Por fim, convém citar que os dois usos da ventilação nos edifícios são a ventilação
higiênica e a ventilação de conforto. A ventilação higiênica é necessária para a renovação
do ar nos ambientes interiores. Para este caso as aberturas devem ser mínimas e
suficientes apenas para preservar a sanidade desses espaços. Em geral os códigos de
obras e edificações existentes em nosso país regulamentam a necessidade de prever
aberturas de ventilação para os cômodos atendendo à ventilação higiênica. Como exemplo
pode ser citado o Código de Obras e Edificações da Cidade de São Paulo (2017) que
delibera que a área total de aberturas nos ambientes de permanência prolongada deve
representar 15% da área do piso do ambiente. Ainda assim, apenas metade desta área é
4 EMERICK, R. H. Comfort Factors Affecting Cooling Design. PP 97-99. Progressiv Architecture, 1951.
considerada para a ventilação, pois aceita-se janelas de correr onde sempre uma das folhas
estará fechada.
Por sua vez a ventilação de conforto é adequada principalmente aos climas quentes
e úmidos. Incrementa a troca de calor por convecção do ar com o corpo humano e nesse
uso as aberturas devem ser máximas, privilegiando o fluxo de ar através dos ambientes. A
norma NBR 15220 (2005) apresenta um dimensionamento para as aberturas baseado na
ventilação de conforto. Para tal é determinado um percentual da área do piso dos ambientes
para cada zona bioclimática de acordo com as classificações do tamanho das aberturas,
sendo:
1.7. Orientações para uso da NBR 15220 - escolha de vedações verticais/cor externas
e aberturas para ventilação.
5 JOHN, Vanderley; RACINE, Tadeu Araújo Prado (coord.). Boas práticas para habitação mais sustentável.
São Paulo: Páginas & Letras - Editora e Gráfica, 2010.
Para os estudos de insolação é necessário utilizar as Cartas Solares, que são
representações gráficas da trajetória aparente do sol no céu no período de um ano
(projeções estereográficas). Nas cartas solares o círculo é a representação do céu, sendo
que a borda deste círculo é a linha do horizonte e o ponto central é o zênite. Igualmente as
linhas que aparecem nas cartas solares representam a trajetória do sol nos dias e sua
localização numa hora específica (figura 1). Vale acrescentar que para cada latitude existe
uma carta solar específica.
N linha do horizonte
N N
22/6
21/5 e 24/7
1/5 e 13/8
16/4 e 28/8
3/4 e 11/9
W E W 13 12 11 10 9 E W 21/3 e 24/9
15 14 8 8/3 e 6/10
16 23/2 e 20/10
17 7
zênite 18 6 9/2 e 4/11
linhas das linhas dos 21/1 e 22/11
horas dias 22/12
S S S
Para uma identificação rápida nas cartas solares, os arcos extremos representam a
trajetória do sol nos solstícios, sendo o maior o de verão o menor o de inverno. Os
equinócios, por sua vez, são representados pelo arco que se inicia exatamente no Leste e
termina exatamente no Oeste, conforme demonstrado na figura 2.
Horizontal infinito
Vertical infinito
Combinado (horizontal/vertical)
Horizontal finito 5.
Vertical finito
exterior
interior
60°
60°
Céu
visível
Brise
45°
Céu
visível
Brise
20° 20°
exterior
interior
visível
20° 20°
Brise Brise
interior
visível
25° 25°
Brise Brise
exterior
interior
60°
60°
20° 20°
Céu
visível
20° 20°
exterior Brise
exterior
interior
60°
60°
Céu
visível
60° janela 60°
Brise
20° 20°
exterior
interior
20° 20°
40° 40°
projeção do brise externo
40° 40°
Céu
janela visível
Brise Brise
22.6 22.6
24.7 21.5
13.8 1.5
28.8 16.4
11 .9 3.4
21 .3
24.9
W E
22.6 22.6
13.8 1.5
22.6 22.6 16.4
28 .8
24.7 21.5
11. 9 3.4
13.8 1.5
21.3
24.9
28.8 16.4
W 0 14
13 12 11
10 8.3
E
11 .9 3.4 6.1
15 9
23
.10 .2
20 16 8
21.3
24.9
W E 4 .1
1 17 7 9.2
21
1
.1
.1
18 6
22
22
.1
.1
22
Carta solar 24°S
2
Face Norte
Céu visível com área
que deve ser sombreada
0° 10°
10°
S
PASSO 2
20°
20°
° 30
° 40
40 °
20°
°
50
adequado - 65°
30°
0°
60°
60
10° 10°
°
20°
20°
40°
° 30
30 °
70°
70°
50°
10°
° 40
40 °
60°
80°
80°
70°
20°
°
50
50
°
80°
30°
90°
90°
60
60
°
10° 20° 30° 40° 50° 60° 70° 80° 80° 70° 60° 50° 40° 30° 20° 10°
40°
70°
70°
50°
Transferidor auxiliar - Opção 1 (brise horizontal infinito)
60°
80°
80°
70°
80°
90°
90°
10° 20° 30° 40° 50° 60° 70° 80° 80° 70° 60° 50° 40° 30° 20° 10°
3 0°
°
30
angulo de corte horizontal de 65° e
10°
° 40
utilizar angulos de corte verticais 40 °
50
50
°
30°
°
60°
60
40°
70°
70°
50°
60°
80°
80°
70°
80°
90°
90°
10° 20° 30° 40° 50° 60° 70° 80° 80° 70° 60° 50° 40° 30° 20° 10°
2. CONFORTO ACÚSTICO.
2.1. O som.
A velocidade do som depende da densidade do meio. Quanto mais denso o meio mais
rápida a propagação do som. No ar a velocidade de propagação do som varia de 340 a
345m/s. O ouvinte é atingido por frentes de ondas sonoras (compressões) e, quando o som
é representado por um vetor, é chamado de Raio Sonoro.
λ=
Onde:
λ - Comprimento da onda sonora.
V - Velocidade do som no ar.
F - Frequência do som.
Efetivamente, para os sons puros (de frequência única), a frequência define se ele é
grave (20 a 200 Hz), médio (200 a 2000 Hz) ou agudo (2000 a 20000 Hz). O homem escuta,
portanto, de 20 até 20000 Hz. Abaixo de 20 Hz é chamado de infrassom e acima de 20000
Hz é ultrassom. Digno de nota que o homem é mais sensibilizado pelos sons agudos do
que pelos graves.
Bandas de oitava são faixas de frequências audíveis pelo homem que vão do grave
ao agudo dobrado o valor de uma para outra. Assim podemos definir como “uma oitava”:
Lp=20.Log( )
Onde:
Lp – Nível de pressão sonora em decibel
I – Nível de pressão sonora em Pascal a ser transformado em decibel
Io – Nível de pressão sonora de referência em Pascal (0,00002 Pa)
Vale acrescentar que o homem não escuta por igual as diferentes frequências, como
já informado. Foram criadas, então, ponderações que relacionam o decibel com a
sensibilidade auditiva do ser humano. Estas ponderações representam esta sensibilidade
num número único, das quais aqui destacamos a ponderação “A” – dB(A), utilizada para
avaliações de níveis de pressão sonora moderados, ou seja, do cotidiano.
No Brasil as normas que indicam os níveis sonoros adequados são a NBR 10151
(ABNT, 2003) para espaços externos e a NBR 10152 (ABNT, 1992) para os ambientes
interiores dos edifícios.
𝐿1 + 𝐿2 + ⋯ 𝐿𝑛 = 10. 𝐿𝑜𝑔(10 + 10 + ⋯ 10 )
onde:
L1, L2 e Ln – Níveis de pressão sonora em decibel que serão somados (dB)
Para facilitar as análises, no entanto, pode ser citada a tabela seguinte, porém só deve
ser usada para a soma de até oito níveis de pressão sonora.
Autoestradas – 80 dB(A)
Estradas secundárias ou vicinais – 75 dB(A)
Vias férreas – picos de até 70 dB(A)
Grandes avenidas radiais – 70 dB(A)
Aeroportos – picos de até 90 dB(A)
Bares, escolas e ambientes de acúmulo de pessoas – até 70 dB(A)
Sendo verificada a existência de alguma das fontes citadas, a primeira medida a ser
tomada é prever as janelas dos ambientes da edificação de permanência prolongada
(dormitórios, salas de aula, etc.) nas fachadas opostas à direção das fontes.
O som perde energia, quanto mais distante da fonte o receptor está. Isto é devido ao
fato de que quanto mais distante da fonte maior será a área que a frente de onda atingirá,
decaindo a energia sonora. A magnitude desta perda de energia pode ser calculada pela
equação a seguir:
6
Fontes sonoras pontuais – ponto emitindo energia sonora constante em todas as direções como uma sirene de fábrica.
Fontes sonoras lineares – segmento de reta com fontes sonoras pontuais muito próximas entre si emitindo sons em todas
as direções resultando numa onda sonora cilíndrica, como uma autoestrada, por exemplo.
L1 – Nível de pressão a uma distância D1 da fonte sonora (dBA)
L2 – Nível de pressão a uma distância D2 da fonte sonora (dBA)
Nas esquadrias o isolamento de ruídos aéreos deve-se evitar que as janelas tenham
frestas, colocando-se borrachas nas bordas e escovinhas de feltro nas partes móveis.
Também os mecanismos de fechamento devem propiciar uma ligeira pressão para que a
esquadria não se movimente quando fechada.
O isolamento acústico de ruídos aéreos diz respeito a uma propriedade intrínseca dos
materiais que compõe uma vedação. Para que um material seja considerado isolante
acústico deve ter como característica principal ser pesado.
Porém, para se avaliar o desempenho acústico de uma divisória entre ambientes deve
ser levada em conta, além do peso como citado anteriormente, sua espessura. Nesse
sentido é importante destacar a chamada “Lei das massas”, pois quanto maior a espessura
da lâmina de um material, maior sua capacidade de isolamento acústico de ruídos aéreos.
Quando duplicada a espessura de uma divisória acrescenta-se 6 dB no isolamento de
ruídos aéreos.
A norma brasileira NBR 15575 (ABNT, 2013) apresenta três níveis de desempenho
para o isolamento de ruídos aéreos em vedações para habitações, sendo esses níveis o
mínimo, o médio ou o superior. Como exemplo pode ser citado que o nível mínimo de
desempenho para vedações verticais que dividem unidades habitacionais distintas é Rw de
45 dB (Dnt,w de 40 dB).
Alvenaria de tijolo baiano de oito furos com reboco em ambas as faces e espessura final
de 15cm – Rw de 45 dB
Alvenaria de tijolo de barro maciço com reboco em ambas as faces e espessura final de
15cm (meio tijolo) – Rw de 48 dB
Alvenaria de tijolo de barro maciço com reboco em ambas as faces e espessura final de
25cm (tijolo inteiro) – Rw de 52 dB
Alvenaria de bloco de concreto (14x19x39cm) revestido em ambas as faces por camada
de gesso comum de 0,5cm – Rw de 45 dB
A norma brasileira NBR 15575 (ABNT, 2013) apresenta para o nível obrigatório
(mínimo) um Lnt,w de 80 dB. Este valor corresponde ao desempenho de uma laje maciça
de concreto armado com 10cm de espessura.
Para minorar os efeitos dos ruídos de impacto inicialmente pode ser citado o aumento
da espessura da vedação horizontal (laje) entre pavimentos. Em lajes de concreto armado
maciças, para cada centímetro de acréscimo na sua espessura ocorre uma diminuição de
1 dB no valor de Lnt,w.
2.10. Reverberação
Existem algumas equações utilizadas para o cálculo de TR, sendo a mais consagrada
a desenvolvida por Wallace Sabine, apresentada a seguir:
0,161. 𝑉
𝑇𝑅 =
∑(𝛼. 𝐴)
Onde:
TR – Tempo de Reverberação (segundos)
V – Volume do recinto (m³)
A – Área da superfície onde é aplicado o material (m²)
α – Coeficiente de absorção do som para a frequência calculada.
Digno de nota que o cálculo de TR deve ser feito por frequência. Para os materiais
considerados bons absorventes acústicos, os fabricantes fornecem tabelas com
coeficientes de absorção (α) de seus produtos para diversas frequências. Porém, seguem,
na tabela a seguir, os coeficientes de absorção de acabamentos usuais.
Definida a largura da sala e tendo como premissa uma proporção ideal, obtém-se o
seu comprimento através da equação:
O pé-direito mínimo no ponto mais alto da Figura 15 – Finalização dos degraus nas paredes
laterais.
sala deve ser de 4,00m (quando o teto é reto).
Observar que no fundo da sala (último degrau) o pé-direito não pode ser inferior a 2,30m.
Se existirem mezaninos, devem ser adotadas as seguintes dimensões:
3. LUMINOTÉCNICA.
3.1. A luz.
Toda radiação eletromagnética que é percebida pelo olho humano. A luz visível é
geralmente definida como tendo comprimentos de onda na faixa de 400 até 700
Nanômetros7. Quando o comprimento de onda desta radiação é menor de 400 Nanômetros
ela é chamada de Ultravioleta e quando é superior a 700 Nanômetros é chamado de
Infravermelho.
Para as fontes luminosas o que quantifica a luz emitida é o fluxo luminoso. Tendo
como unidade o Lumen (Lm) é definido como a potência de radiação total emitida por uma
fonte de luz para todos os lados. Para as lâmpadas este dado pode ser obtido nos catálogos
dos fabricantes.
Já a luz que incide sobre um plano é quantificada em Iluminância e tem como unidade
o Lux (Lx). Vale acrescentar que as normas e Leis que fixam níveis de iluminamento
adequado para ambientes, sejam eles externos ou internos, o fazem em Lux.
Tendo como unidade o Kelvin (K) a Temperatura de Cor define se a luz emitida pela
fonte é amarela (quente), branca (intermediária) ou branca azulada (fria), sendo:
Por fim, a eficiência energética das fontes artificiais de luz. Trata-se da relação entre
o fluxo luminoso (lumen) que a fonte artificial de luz emite e a quantidade de energia elétrica
consumida no seu funcionamento (Lumen/Watt). Como exemplo uma lâmpada fluorescente
compacta que consome 23 Watts emite 1.400 Lumens (60,86 Lm/W), sendo muito mais
eficiente do que uma lâmpada incandescente comum que consome 40 Watts e emite 516
Lumens (12,90 Lm/W).
3.3. Luminárias.
Trata-se de um sistema ótico que tem como funções conectar a lâmpada na energia
elétrica e distribuir ou modificar a luz emitida pelas lâmpadas. Também as luminárias podem
controlar ofuscamento, tendo como função secundária os aspectos simbólicos e estéticos
na sua escolha.
No que diz respeito ao controle de ofuscamento, a norma brasileira NBR ISO/CIE 8995
adota o indicador de UGR (Unified Glare Ration – Razão de Ofuscamento Unificado).
Dizendo respeito às dimensões e o uso do ambiente, o UGR trata-se de um número que
vai de 13 até 28 pulando de três em três. Quanto Maior o UGR menor a necessidade de
controle de ofuscamento, sendo:
No entanto, alguns catálogos de luminárias apresentam o UGR que serve para aquela
luminária, normalmente trazendo o UGR global para Transversal e Longitudinal.
As luminárias podem ser classificadas em difusa (luz emitida para todos os lados),
diretas (luz emitida para baixo), mistas (luz emitida para baixo e para cima) e indiretas (luz
emitida para cima).
Por fim, convém citar que, com a evolução dos módulos LED (Diodo Emissor de Luz),
cada vez mais as luminárias já têm a integração da fonte luminosa com a luminária.
3.4. Lâmpadas.
Primeiramente convêm citar que as lâmpadas, pela sua emissão de luz, podem ser
separadas em lâmpadas refletoras e difusas. As lâmpadas refletoras direcionam a luz
emitida numa direção e são as PAR (Parabolic Aluminized Reflector), AR (Alumínio Refletor)
e dicroica. Esse tipo de lâmpada é escolhida em função do ângulo de abertura de foco e a
quantidade de luz emitida é quantificada em Candelas. Já as lâmpadas difusas emitem luz
em todas as direções e a quantidade de luz que elas emitem são quantificadas em Lumens.
A classificação das lâmpadas ocorre pelo seu funcionamento. Nesse sentido, podem
ser divididas entre as incandescentes, as de descarga e as lâmpadas LED.
LED é a sigla de Lighting Emited Diode, ou Diodo Emissor de Luz. A luz emitida por
essa fonte é resultante de uma pequena descarga elétrica em chip de silício ou germânio
que emitem luz. São compostos de módulos que adquirem inúmeras formas podendo
substituir todos os tipos de lâmpadas, sendo ideais para retrofit, ou seja, atualização
tecnológica do sistema luminotécnico. Possuem altíssima vida média (acima de 15.000
horas) e uma excelente eficiência energética, também podendo ser amarelas, brancas ou
brancas azuladas.
teto
3.5.1. Iluminação local ou de destaque
1.50
CORTE
O primeiro critério é pela área a ser iluminada. Neste caso
0.50
𝐼
𝐸=
𝑑²
Onde:
E – Iluminância no centro do círculo (Lux)
I – Intensidade Luminosa da lâmpada (Candela)
d – Distância da lâmpada ao plano iluminado
(metro)
Onde:
RCR – Razão de Cavidade Zonal
PDU – Pé Direito Útil, ou seja, distância da luminária ao ponto iluminado (metro)
L – Largura do ambiente (metro)
C – Comprimento do ambiente (metro)
A – Área do ambiente (m²)
Refletância do piso
Segue uma tabela com refletâncias de diversas cores.
Vale acrescentar que existe uma tabela de Fator de Utilização (FU) específico de cada
luminária. Alguns fabricantes apresentam esta tabela nos catálogos de suas
luminárias. Para os catálogos de fabricantes que não apresentam estas tabelas,
podem ser utilizadas as tabelas genéricas constantes no anexo. Basta escolher a
tabela da luminária com aparência e descrição mais próxima da apresentada nas
tabelas genéricas.
5
𝑅𝐶𝑅 =
𝐾
𝐸. 𝐹𝐷. 𝐴
𝑁=
𝐹𝑈. [𝑛. 𝛹]
Onde:
N – Número de luminárias
E – Iluminância a ser alcançada (lux)
FD – Fator de Depreciação (1,25 para boa manutenção ou 1,67 para má manutenção)
A – Área do ambiente (m²)
FU – Fator de Utilização
n – Número de lâmpadas existentes em uma luminária.
Ψ – Fluxo luminoso de uma lâmpada (Lumen)
Definir um valor cheio para o número de luminárias (N). Não pode ser um número primo.
Verificar a Iluminância resultante com o valor N adotado.
Onde:
N – Número de luminárias
E – Iluminância a ser alcançada (lux)
FD – Fator de Depreciação (1,25 para boa manutenção ou 1,67 para má manutenção)
A – Área do ambiente (m²)
FU – Fator de Utilização
n – Número de lâmpadas existentes em uma luminária.
Ψ – Fluxo luminoso de uma lâmpada (Lumen)