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Cadeira: Agrometeorologia
Quelimane
2022
JOÃO VASCO TOMO
Quelimane
2022
Índic
e
1.Introdução..................................................................................................................................4
2.Estacões de tempo e sua influência nas actividades agro-pecuária...........................................5
2.1.Temperatura do solo...............................................................................................................5
3.Factores determinantes da temperatura do solo.........................................................................5
4.Variação temporal da temperatura do solo................................................................................8
5.Temperatura do ar......................................................................................................................9
6.Variação temporal e espacial da temperatura do ar...................................................................9
7.Termometria............................................................................................................................11
7.1.Dilatação de líquido..............................................................................................................11
7.2.Dilatação de sólido...............................................................................................................12
8.Conclusão................................................................................................................................15
9.Referencias Bibliografias........................................................................................................16
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1. Introdução
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A variação da temperatura do solo ao longo do dia e da profundidade pode ser estudada a partir
da elaboração de perfis de variação da temperatura (tautócronas, Figura 1). Nesse exemplo,
observa-se que houve isotérmica a partir de 35 cm de profundidade, ou seja, a partir daí ocorreu
amortecimento da onda diária de calor.
Fig:1.
Factores externos
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Factores intrínsecos
Os factores intrínsecos são aqueles determinados pelo tipo de cobertura da superfície, pelo
relevo, e pela composição (tipo) do solo. O tipo de revestimento do solo é um factor
microclimático. Solos desnudos ficam sujeitos a grandes variações térmicas diárias nas camadas
mais superficiais, em dias de alta radiância. A existência de cobertura com vegetação ou com
resíduos vegetais (mulch) modifica o balanço de energia, pois a cobertura intercepta a radiação
solar antes de ela atingir o solo. Esse é um factor importante a ser considerado em cultivos em
que as plantas são dispostas em linhas bem separadas, como é o caso de pomares. É comum
deixar-se vegetação rasteira nas entrelinhas pois ela ameniza o regime térmico no solo. Porém,
em regiões sujeitas a geadas, é importante que essa vegetação rasteira seja eliminada nos períodos
críticos (inverno), pois assim o calor do Sol pode penetrar e ser armazenado no solo durante o
dia, reduzindo o resfriamento nocturno.
A Figura 1, extraída de Pezzopane et al. (1996), exemplifica o que acontece nas duas
situações, ou seja, com solo nu, e com solo coberto com palha de café (material isolante térmico).
Verifica-se que houve maior amplitude térmica no solo nu, e com a temperatura nas horas mais
quentes atingindo mais de 45 °C a 2 cm de profundidade. Nota-se que, à medida que a quantidade
de palha de café foi aumentando (maior espessura da camada isolante), a amplitude diária foi
diminuindo.
próximo ao pôr-do-sol enquanto a face E receberá mais radiação difusa do que directa. A
configuração do terreno (côncavo ou convexo) também influi na sua temperatura.
Fig.2
O tipo de solo é outro factor intrínseco e está relacionado à textura, estrutura e composição do
solo. Assim, desconsiderando-se os aspectos discutidos acima, os solos arenosos tendem a
apresentar maior amplitude térmica diária nas camadas superficiais e menor profundidade de
penetração das ondas de calor, em função de sua menor condutividade térmica. Fisicamente, a
condutividade térmica (k, J m-1 s-1 °C-1) representa a taxa de transporte de calor (G, J m-2 s-1)
através de uma área unitária (1 m2), quando o gradiente de temperatura (∆T/∆z) é igual a 1 °C/m,
ou seja, G = - k ∆T/∆z. A condutividade térmica expressa a facilidade/dificuldade com que um
corpo transporta calor. Ela é maior em solos ricos em quartzo, e menor em solos orgânicos. A
porosidade do solo também afecta sua condutividade térmica, pois quanto maior o volume total
de poros, menor o contacto entre as partículas. Logo, o teor de água também afecta a
condutividade térmica, pois ela substitui o ar dos poros, aumentando o contacto entre as
partículas. Solos barrentos a argilosos têm maior condutividade térmica, conduzindo calor a
maiores profundidades, resultando em menor amplitude térmica nas camadas superiores
(Figura3).
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Fig.3
Sendo Xm, Xo, e Xa, respectivamente, as fracções volumétricas das partículas minerais, da
matéria orgânica, e da água retida no solo. Se, para um solo, a fracção mineral é constante, e a
fracção orgânica varia muito pouco, então a capacidade térmica desse solo é uma função linear
directa de seu teor de humidade. Isso significa que quanto mais húmido estiver o solo, mais
energia será necessária para elevar sua temperatura de 1 °C. Como a capacidade térmica do ar é
várias ordens de magnitude menor que a da água, solo seco se aquece muito mais rapidamente
que solo mais húmido.
torna menor do que a 1m de profundidade (Figura 4). Em função da distância a ser percorrida
pela onda de calor, há desfasagem de um mês no ciclo das duas curvas de temperatura.
Fig.4.
5. Temperatura do ar
A temperatura do ar é um dos efeitos mais importantes da radiação solar. O aquecimento da
atmosfera próxima à superfície terrestre ocorre principalmente por transporte de calor, a partir do
aquecimento da superfície pelos raios solares. O transporte de calor sensível ocorre por dois
processos:
Condução molecular: que é processo lento de troca de calor sensível, pois se dá por
contacto directo entre “moléculas” de ar; logo, esse processo tem extensão espacial muito
limitada, ficando restrito a uma fina camada de ar próxima à superfície aquecida (camada
limite superficial);
Difusão turbulenta: que é processo mais rápido de troca de energia, pois parcelas de ar
aquecidas pela superfície entram em movimento convectivo desordenado transportando
calor, vapor d’água, partículas de poeira, etc. para as camadas superiores.
Fig.5
Fig.6
7. Termometria
A temperatura é medida com termómetros, que podem ser divididos em 5 grupos, de acordo com
o princípio físico utilizado pelo sensor de temperatura.
O termómetro de máxima (Figura 6), usa mercúrio como sensor, e tem uma constrição no capilar
próximo à base da coluna para impedir que o mercúrio retorne para o bolbo quando a temperatura
diminui. A coluna de mercúrio dilata-se quando há aumento da temperatura, até que a máxima
seja atingida, e essa posição é mantida até a leitura ser feita, geralmente nas horas mais frias do
dia seguinte. O retorno do mercúrio ao bolbo só é possível com aplicação de uma força, agitando-
se manualmente o termómetro, nas horas em que a temperatura seja mínima, para permitir que ele
seja preparado para a próxima observação. Para se evitar efeito da gravidade sobre a
movimentação da coluna, esse termómetro deve ficar disposto horizontalmente.
O termómetro de máxima (Figura 6), usa mercúrio como sensor, e tem uma constrição no
capilar próximo à base da coluna para impedir que o mercúrio retorne para o bolbo quando a
temperatura diminui. A coluna de mercúrio dilata-se quando há aumento da temperatura, até que
a máxima seja atingida, e essa posição é mantida até a leitura ser feita, geralmente nas horas mais
frias do dia seguinte. O retorno do mercúrio ao bolbo só é possível com aplicação de uma força,
agitando-se manualmente o termómetro, nas horas em que a temperatura seja mínima, para
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permitir que ele seja preparado para a próxima observação. Para se evitar efeito da gravidade
sobre a movimentação da coluna, esse termómetro deve ficar disposto horizontalmente.
O termómetro de mínima (Figura 6.), tem o álcool como líquido sensor, sendo seu bolbo
em forma de U para permitir maior contacto com a atmosfera. Dentro da coluna de álcool há um
pequeno halter de material leve, que somente se movimenta quando a coluna retrocede em
direcção ao bolbo, ou seja, em condições de diminuição da temperatura. Esse movimento só é
possível se o halter estiver colocado junto ao menisco que se forma na interface álcool – ar dentro
do termómetro. Para que o termómetro esteja apto a medir a temperatura mínima, o halter deve
ser ajustado com o menisco nas horas mais quentes do dia, após a leitura da mínima. A
temperatura mínima corresponde à extremidade do halter voltada para o menisco, que é o
indicador da temperatura em qualquer instante. Obviamente, esse termómetro também deve ficar
disposto horizontalmente para evitar movimentação indevida do halter.
Quando não se necessita de maior precisão nas medidas, pode-se utilizar um termómetro
conjugado de máxima e mínima, tipo Six (Figura 6). É um sensor de baixo custo, mas menos
preciso que os termómetros meteorológicos. Esse instrumento é colocado verticalmente, e tem
forma de U, contendo mercúrio na parte de baixo do U e álcool acima, em cada lado. Portanto, há
uma interface mercúrio-álcool em cada lado. Um lado marca a temperatura máxima, e o outro a
mínima. Como os líquidos se movimentam livremente, são necessários dois indicadores, um para
a temperatura máxima, e outro para a mínima. Os indicadores são ajustados aos capilares de tal
modo que eles não se movimentam com a acção da gravidade. A variação de temperatura só os
desloca para cima. Esses indicadores são movimentados pelas colunas de mercúrio, mas ficam
imersos no álcool, e são imantados para permitir seu deslocamento forçado após as observações,
para o preparo do termómetro para a leitura seguinte.
Fig.7
Fig.8
8. Conclusão
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9. Referencias Bibliografias
Segundo António Pereira et al. (2007). Meteorologia Agrícola, Edição: Revista e Ampliada.
Alfonsi, R.R.; Pedro Jr.; M.J., Arruda, F.B.; et al. Métodos agro-meteorológicos para o controle
da irrigação. Boletim Técnico n.133, 1990, IAC/PRONI. 62p.