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ENGENHARIA CIVIL
PROF. ME. BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não PRODUÇÃO DE MATERIAIS
vale a pena ser vivida.”
Diagramação:
Cada um de nós tem uma grande res- Alan Michel Bariani
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Thiago Bruno Peraro
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Fernando Sachetti Bomfim
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente Marta Yumi Ando
e busca por tecnologia, informação e conheci- Simone Barbosa
mento advindos de profissionais que possuam
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Produção Audiovisual:
cia no mercado de trabalho. Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
De fato, a tecnologia e a comunicação Osmar da Conceição Calisto
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e Gestão de Produção:
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Cristiane Alves
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
CONFORTO APLICADO À ENGENHARIA CIVIL
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................................5
1. VARIÁVEIS HUMANAS PARA O CONFORTO TÉRMICO.......................................................................................6
1.1 O ORGANISMO HUMANO E O METABOLISMO...................................................................................................6
1.2 TERMORREGULAÇÃO ...........................................................................................................................................7
2. VARIÁVEIS AMBIENTAIS PARA O CONFORTO TÉRMICO...................................................................................9
3. O PAPEL DA VESTIMENTA....................................................................................................................................10
4. ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO......................................................................................................................12
4.1 O VOTO MÉDIO PREDITO (PMV E PPD) ............................................................................................................12
5. PROGRAMAS DE ANÁLISE E SIMULAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO .............................................................13
6. PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS....................................................................16
6.1 TROCAS TÉRMICAS ÚMIDAS E SECAS..............................................................................................................16
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6.2 FECHAMENTOS OPACOS E TRANSPARENTES.................................................................................................17
7. ABSORTIVIDADE, REFLETIVIDADE, TRANSMISSIVIDADE E EMISSIVIDADE..................................................19
8. CONDUTIVIDADE TÉRMICA................................................................................................................................. 20
9. RESISTÊNCIA TÉRMICA........................................................................................................................................21
9.1 RESISTÊNCIA TÉRMICA SUPERFICIAL.............................................................................................................21
9.2 RESISTÊNCIA TÉRMICA DE CÂMARAS DE AR.................................................................................................23
9.3 TRANSMITÂNCIA TÉRMICA...............................................................................................................................23
9.4 DENSIDADE DE FLUXO DE CALOR.....................................................................................................................24
9.5 TEMPERATURA SOL-AR......................................................................................................................................24
9.6 FLUXO DE CALOR................................................................................................................................................ 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................................... 26
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Devido ao fato de nós, seres humanos, sermos objeto de estudo fundamental desta
unidade, veremos a seguir algumas exigências e conceitos que nos definem quanto ao conforto
térmico.
Tabela 1 - Energia gerada por unidade de área de uma pessoa de acordo com a atividade exercida (1 MET = 58 W/
m²). Fonte: ABNT (2005a).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.2 Termorregulação
De acordo com Frota e Schiffer (2003) e Lamberts et al. (2014), o mecanismo interno do
nosso organismo, responsável pela manutenção da temperatura interna constante, recebe o nome
de mecanismo de termorregulação ou aparelho termorregulador. É por meio dele que impedimos
que as condições termohigrométricas do ambiente influenciem em perdas ou ganhos de calor em
nosso organismo.
Apesar de os mecanismos de termorregulação presentes em nosso organismo serem
ativados de maneira involuntária, eles geram, por consequência, uma perda de potencialidade de
trabalho devido ao esforço extra, necessário para o seu funcionamento. Podemos constatar que
estamos em um estado de conforto térmico quando nosso organismo perde calor para o ambiente
de maneira natural, sem a necessidade de ativação de nenhum mecanismo de termorregulação.
Quando sentimos frio, nossos mecanismos termorreguladores são ativados de maneira
a evitar a perda de calor do corpo de forma demasiada. Além de manter a temperatura interna
constante, o organismo reage de forma a aumentar a produção interna de calor. Para reduzir as
perdas de calor para o ambiente, o primeiro mecanismo a ser ativado é a vasoconstrição periférica
(Figura 1), que contrai os vasos capilares próximos à pele, o que faz com que os vasos próximos
Outros dois mecanismos ativados na presença do frio são o arrepio e o tremor dos
músculos. O arrepio tem como objetivo aumentar a espessura da camada de isolamento de nosso
corpo por meio do eriçamento dos pelos, deixando a pele mais rugosa e evitando a perda de
calor por convecção. Caso o frio seja mais intenso, é necessário que o aumento da nossa taxa
metabólica seja ativado, causando de maneira involuntária o tremor muscular. Por intermédio do
tremor, atividade física involuntária, produz-se de maneira mais eficaz o calor interno em nosso
organismo (Figura 2).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Caso somente a vasodilatação periférica não seja suficiente, ativa-se o segundo mecanismo
que auxiliará no incremento das perdas de calor de nosso organismo para o meio: o suor (Figura
4). Quando a temperatura da pele aumenta ou quando há muita umidade no ar, o suor presente
em nossos poros não consegue evaporar totalmente, o que faz com que ele transite do interior dos
poros para a superfície da pele (LAMBERTS et al., 2014).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Além da percepção do usuário, o conforto térmico pode ser influenciado pelas seguintes
variáveis climáticas: temperatura do ar (TAR = ºC), temperatura média radiante (TRM = ºC),
umidade relativa do ar (UR - %) e velocidade do ar (V = m/s) conforme ilustra a Figura 5.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Outro fator importante de influência para o conforto térmico, além das temperaturas, é a
umidade relativa do ar, isto é, a quantidade de vapor de água presente no ar em relação à máxima
que pode conter em uma situação de determinada temperatura e pressão.
Quanto maior for a quantidade de umidade relativa do ar, mais saturado de vapor de
água esse ar estará. Com isso, aumenta-se a dificuldade de perdas por convecção e radiação,
diminuindo-se a eficiência da evaporação para o resfriamento.
A velocidade do ar funciona como um parâmetro modificador das trocas térmicas por
evaporação e convecção. Quanto maior for a velocidade do ar, mais eficiente será a retirada de
ar quente e água em contato com um corpo, reduzindo, assim, a sensação de calor. Um exemplo
prático é quando aplicamos álcool sobre a pele: a velocidade de evaporação do álcool, por ser
elevada, aumenta a sensação de resfriamento do corpo. Sendo assim, quanto mais rápida for a
evaporação, maior será a sensação de perda de calor.
Além das variáveis apresentadas, outros fatores acabam influenciando na sensação
térmica dos seres humanos, tais como: idade, raça, hábitos alimentares, altura e sexo.
3. O PAPEL DA VESTIMENTA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 7 – Vestimenta adequada a climas quentes e secos. Fonte: Madzwamuse (2008). CONFORTO APLICADO À ENGENHARIA CIVIL | UNIDADE 1
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Por se tratar de um conceito tido como subjetivo (devido ao fato de possuir diversos
fatores e variáveis de influência ao homem e ao ambiente em que se encontra), inúmeros métodos
e pesquisadores buscaram desenvolver uma maneira simplificada e clara para a constatação do
conforto ou desconforto térmico de acordo com uma determinada situação. A seguir, serão
apresentados os mais atuais índices e métodos de análise do conforto térmico.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 8 - Relação entre valores PMV e PPD. Fonte: Lamberts et al. (2014).
Esse método de medição para constatação do desconforto térmico é adotado pela norma
internacional ISO 7730:2005 (ABNT, 2005a). Recomenda-se que os valores do PPD, em espaço
onde haja ocupação humana, sejam menores que 10%, correspondendo a uma faixa moderada
De acordo com a norma ISO 7730 (ABNT, 2005a), os limites do conforto térmico, de
maneira que atenda às necessidades solicitadas, devem levar em consideração a vestimenta e a
atividade desenvolvida.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 10 – Dear 2007: software para cálculo de PMV e PPD. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Por fim, temos o software PMV Tools (Figura 12), desenvolvido também pelo Square One
Group, que fornece ao pesquisador os valores para os índices de PMV e PPD. Entretanto, nesse
programa é possível visualizar os dados de influência de cada variável fornecida em um gráfico. A
vantagem do PMV Tools em relação aos outros softwares é que ele possui características de dados
parametrizados, isto é, ao determinar uma variável, é possível visualizar os demais parâmetros
e buscar valores de maneira com que seja possível atingir um índice de PMV próximo de zero,
propiciando o estado de conforto térmico (LAMBERTS et al., 2014).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
α+ρ=1
A condução térmica pode ser definida como a troca de calor entre dois corpos sólidos
que se tocam ou mesmo entre partes de um corpo que estão a temperaturas diferentes. Exemplo:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Como forma de prevenir a transferência de calor entre as duas superfícies, materiais como
a cortiça, isopor, lã de vidro e concreto celular atuam como isolantes térmicos. Tais materiais
possuem uma baixa densidade, isto é, possuem grandes quantidades de ar em seus poros. O ar,
por sua vez, possui uma baixa condutividade térmica, que pode ser entendida como a capacidade/
velocidade de se transmitir calor.
Entretanto, outra característica importante que deverá ser considerada nos fechamentos
opacos é a sua inércia térmica, isto é, a capacidade de um material ou elemento de armazenar
calor. Quanto maior for sua inércia térmica, maior será o calor retido, que, por consequência,
poderá ser transmitido para a superfície mais fria (Figura 13).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
α+ρ+τ=1
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
8. CONDUTIVIDADE TÉRMICA
A capacidade de um material conduzir com maior ou menor facilidade o calor por
unidade de tempo é chamada de condutividade térmica (λ) e está relacionada à densidade do
material em questão. A Tabela 4 apresenta alguns valores de condutividade térmica para alguns
materiais.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Observe que, quanto menor for a densidade de um material, menor será sua condutividade
térmica. Tal característica é responsável por determinar materiais com a função de isolante
térmico.
9. RESISTÊNCIA TÉRMICA
Entretanto, em materiais heterogêneos, aqueles que são compostos por mais de um tipo
de material, a resistência térmica total é calculada por meio da soma das resistências térmicas
de cada um dos elementos que os compõem. Essa somatória é representada pela equação EQ10:
EQ10 – Resistência térmica – materiais heterogêneos
Em que:
Rt = Resistência térmica do material (m²K/W)
Lx = Espessura do material “x” (m)
λx = Condutividade térmica do material “x” (W/mK)
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Como vimos, o sentido do fluxo sempre será da superfície mais quente para a mais fria;
dessa forma, supondo que a temperatura do meio exterior seja maior que a do meio interior, a
superfície externa, por meio da convecção e radiação, irá transmitir calor para o meio interno.
A Figura 15 apresenta os valores da resistência superficial de acordo com o sentido do fluxo de
calor.
Figura 16 - Resistência térmica de uma parede de tijolos maciços. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Dessa maneira, a equação da resistência térmica total poderá ser compreendida como a
EQ11:
Em que:
RT = Resistência térmica total (m²K/W)
Rse = Resistência superficial externa
Rsi = Resistência superficial interna
Lx = Espessura do material “x” (m)
λx = Condutividade térmica do material “x” (W/mK)
Tabela 5 - Resistência térmica para câmaras de ar não ventiladas. Fonte: ABNT (2005c).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Em que:
U = Transmitância térmica
Rt = Resistência térmica total (m²K/W)
q = U x Δt
Em que:
α = absortividade da superfície externa do fechamento
I = radiação solar (W/m²)
Rse = Resistência superficial externa (m²K/W)
A radiação solar é função da orientação do fechamento, da latitude do local, do dia do
ano e da hora do dia. Ela é obtida a partir do ano climático de referência (TRY), disponível no
site do INMET.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Q=qxA
Em que:
q = densidade do fluxo de calor (W/m²)
A = área do fechamento em questão (m²).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
CONFORTO APLICADO À ENGENHARIA CIVIL
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................28
1. CONCEITOS BÁSICOS DE ILUMINAÇÃO E EXIGÊNCIAS HUMANAS DA VISÃO...............................................29
1.1 CARACTERÍSTICAS DAS LÂMPADAS..................................................................................................................32
2. A LUZ NATURAL ....................................................................................................................................................34
2.1 FUNDAMENTOS DO PROJETO DE ILUMINAÇÃO ..............................................................................................35
2.2 ESTRATÉGIAS DE ILUMINAÇÃO NATURAL.......................................................................................................37
3. ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL.....................................................................................................................................42
3.1 SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO................................................................................................................................42
3.2 TIPOS DE LÂMPADAS..........................................................................................................................................43
4. CÁLCULO LUMINOTÉCNICO................................................................................................................................ 48
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................53
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para começo de conversa, temos de tratar das exigências básicas da visão humana. Do
ponto de vista fisiológico, para desenvolvermos determinadas atividades visuais, nosso olho
necessita de condições específicas, que dependem muito das atividades que o usuário realiza. Por
exemplo:
• Para ler e escrever, é necessária uma certa quantidade de luz no plano de trabalho.
• Para desenhar ou desenvolver atividades visuais de maior precisão visual (atividades mais
“finas” e com maior quantidade de detalhes), necessita-se de mais luz.
Mas quantidade de luz não é o único requisito necessário. Para essas atividades, a boa
distribuição de luz no ambiente e a ausência de contrastes excessivos (como a incidência direta
do Sol no plano de trabalho e reflexos indesejáveis) também são fatores essenciais.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Como é difícil medir-se a intensidade luminosa que provém de um corpo não radiante
(através de reflexão), pode-se recorrer à outra fórmula, a saber:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Como os objetos refletem a luz diferentemente uns dos outros, fica explicado por que a
mesma iluminância pode dar origem a luminâncias diferentes. Vale lembrar que o coeficiente
de reflexão é a relação entre o fluxo luminoso refletido e o fluxo luminoso incidente em uma
superfície. Esse coeficiente é geralmente dado em tabelas, cujos valores são função das cores e
dos materiais utilizados.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Objetos iluminados podem parecer diferentes a nós mesmo se as fontes de luz tiverem
idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes
podem ser identificadas a partir de um outro conceito – reprodução de cores – e de sua escala
qualitativa Índice de Reprodução de Cores (Ra ou IRC). O mesmo metal sólido, quando aquecido
até irradiar luz, foi utilizado como referência para se estabelecerem níveis de reprodução de cor.
Define-se que o IRC nesse caso seria um número ideal = 100. Sua função é como dar uma nota
(de 1 a 100) para o desempenho de outras fontes de luz em relação a esse padrão. Portanto, quanto
maior a diferença na aparência de cor do objeto iluminado em relação ao padrão (sob a radiação
do metal sólido), menor é seu IRC. Isso explica o fato de lâmpadas de mesma temperatura de cor
possuírem diferentes Índices de Reprodução de Cores.
Temperatura de cor (K), ou aparência de cor da luz, é a grandeza que expressa a aparência
de cor da luz, sendo Kelvin (K) a sua unidade. Quanto mais alta a temperatura de cor, mais
branca é a cor da luz.
Eficiência energética (lm/W) é a relação entre o fluxo luminoso e a potência consumida,
ou seja, quantos lúmens são gerados para cada Watt de energia consumido. Em regra, quanto
maior for a quantidade de lúmens produzidos pela menor quantidade de Watts consumidos, mais
econômica a lâmpada será. Sendo assim, com 1 Watt de consumo: uma lâmpada incandescente
standard clara produz de 10 a 15 lm/W; uma fluorescente compacta DULUX, de 50 a 80 lm/W; e
Figura 4 - Espectro luminoso de diferentes fontes de luz. Fonte: Lumicenter Lighting (2020).
O LED possui uma reprodução de cores muito melhor do que lâmpadas fluorescentes,
mesmo com um IRC igual. Isso porque ele possui um espectro de cores contínuo com bons índices
de reprodução, mais parecido com a luz do Sol, e outras vantagens em termos de qualidade de
luz.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2. A LUZ NATURAL
A luz natural está disponível na maior parte das horas do dia. Contudo, não é explorada
pela maioria dos projetos, geralmente por falta de conteúdo em relação a essas estratégias e
conceitos necessários ao bom projeto de iluminação e conforto visual (LAMBERTS et al., 2014).
Em um projeto de iluminação, é importante que haja integração com as necessidades
térmicas e acústicas do edifício visto que a luz natural penetra nos ambientes internos pelas
aberturas, as quais também permitem a entrada de calor, vento, cheiros, sons e ruídos indesejáveis.
Os autores citam o exemplo da janela, que,
Assim, a iluminação natural deve ser planejada de acordo com as respostas desejadas
para cada ambiente.
Figura 5 – Os três principais tipos de céu: claro, parcialmente encoberto e encoberto. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Agora que sabemos os conceitos básicos sobre iluminação, vejamos como aplicar isso em
nossos projetos.
6) Cálculo de controle.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Estudos subjetivos afirmam que para Iluminâncias mais elevadas são requeridas
lâmpadas de Temperatura de Cor mais elevada também. Chegou-se a esta
conclusão baseando-se na própria natureza, que ao reduzir a luminosidade
(crepúsculo), reduz também sua Temperatura de Cor. A ilusão de que a
Tonalidade de Cor mais clara ilumina mais, leva ao equívoco de que com as
‘lâmpadas frias’ precisa-se de menos luz (OSRAM, 2000, p. 8).
Sobre a reprodução das cores, sabe-se que a cor de um objeto é determinada pela reflexão
de parte do espectro de luz que incide sobre ele. Isso significa que uma boa reprodução de
cores está diretamente ligada à qualidade da luz incidente, ou seja, à equilibrada distribuição
das ondas constituintes do seu espectro. É importante notar que, assim como para iluminância
média, existem normas que regulamentam o uso de fontes de luz com determinados índices,
dependendo da atividade a ser desempenhada no local.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A quantidade de luz disponível na base do átrio depende de uma série de fatores, como a
cobertura e sua transparência, as paredes internas e a refletância e geometria do espaço, ou seja,
largura e profundidade. O átrio pode ser conceituado como “[...] o espaço luminoso interno
envolvido lateralmente pelas paredes da edificação e coberto com materiais transparentes ou
translúcidos que admitem luz a ambientes internos da edificação ligados ao átrio por componentes
de passagem” (LAMBERTS et al., 2014, p. 155).
É por meio de maquetes ou simulação que se sabe a quantidade de luz que pode entrar
num átrio.
Um átrio muito pequeno para ser um espaço útil chama-se poço de luz, e os autores o
conceituam como “[...] o espaço luminoso interno que conduz a luz natural para porções internas
da edificação” (LAMBERTS et al., 2014). As superfícies internas de um poço de luz apresentam
acabamento com cores claras, que permitem uma alta refletância.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
As prateleiras de luz são outra estratégia apresentada por Lamberts et al. (2014). Elas
previnem contra o ofuscamento quando colocadas acima do nível dos olhos, e a janela posicionada
abaixo da prateleira de luz fica usada para contato visual com o exterior. Uma prateleira de luz age
da mesma maneira que os brises horizontais para essa janela, e podem-se usar persianas ou outra
prateleira de luz no interior para o ofuscamento das janelas acima da prateleira de luz por onde
a luz penetra no ambiente. As prateleiras de luz são interessantes por melhorarem a qualidade
da luz natural, além de facilitarem a entrada da luz de forma mais profunda no ambiente. “Um
“macete” para fins de pré-dimensionamento da penetração da luz natural no interior é considerar
que ela será de 1,5 vezes a altura de uma janela padrão e de 2 vezes a altura de uma janela com
uma prateleira de luz” (LAMBERTS et al., 2014, p. 156).
Sobre as cores, os autores afirmam que as cores claras refletem melhor a luz para dentro
das construções. Telhados claros, da mesma forma, podem aumentar a luz que as claraboias
transmitem e, ainda, paredes exteriores e fachadas claras irão refletir melhor a luz para o interior.
Para exemplificar, veja a Figura 10.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Agora que abordamos janelas, vamos discutir sobre sua distribuição e posicionamento.
Vamos continuar baseando-nos no trabalho de Lamberts et al. (2014), os quais afirmam que a
entrada da luz natural aumenta com a altura da janela e com a presença de prateleiras de luz.
A entrada útil de luz natural é limitada a uma distância de 1,5 vezes a altura da parte superior
da janela aproximadamente. Por isso, o teto deve ser posicionado mais alto para que as janelas
também possam ficar mais altas.
Também é interessante citar que janelas horizontais são capazes de distribuir a luz de
maneira mais uniforme do que janelas verticais. Ademais, janelas espalhadas são mais eficientes
para distribuir a luz do que janelas concentradas em uma pequena área de parede. O tamanho
da janela em relação ao piso, em porcentagem, deve ser de 20% no máximo devido à entrada do
calor do verão e às perdas de calor no inverno.
Figura 11 – Área da janela em função da área de piso. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para um projeto ter uma boa iluminação natural, além das janelas, a orientação conta
muito. A mais indicada é a norte devido à incidência mais frequente da luz solar. Apesar de essa
luz vir com o calor, é muito fácil sombrear as aberturas nesse caso.
A outra orientação é a sul, também devido à alta qualidade da luz, branca e fria, apesar
da quantidade de luz ser baixa. Essa orientação recebe menos luz solar direta, e isso traz menos
problemas de ofuscamento, além de ser fácil projetar proteções solares para o sul.
As orientações menos indicadas são, portanto, a leste e a oeste, porque elas recebem a luz
solar direta com maior intensidade no verão e com menor intensidade no inverno, o que dificulta
o projeto de proteção solar, pois se devem considerar ângulos muito baixos de altura solar.
Da Figura 12, destacamos os domos, que são fontes de iluminação zenital, construídas
em aberturas envidraçadas no telhado. Porém, os domos têm o problema da maior incidência
de luz e calor no verão e dessa menor incidência no inverno devido à geometria solar. Por isso,
as claraboias, também presentes na Figura 12, devem ser utilizadas em detrimento dos domos
sempre que possível. A função de ambos é a mesma, mas as claraboias são mais facilmente
sombreadas e permitem uma distribuição mais homogênea da luz durante o ano já que podem
ser orientadas para aproveitar melhor a luz no inverno e evitar a alta incidência no verão. As
orientações para as claraboias são as mesmas que para as janelas: orientação sul e norte, evitando
leste e oeste.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Mais uma vantagem das claraboias é a de levar luz difusa para o ambiente visto que a
luz solar ou do céu pode ser refletida em alguma superfície interna antes de entrar. A principal
desvantagem é que se enxerga menos céu do que com os domos e, consequentemente, coleta-se
menos luz.
Os poços de luz são muito eficientes para a iluminação natural em ambientes que não
possuem contato direto com o exterior, porém, a eficiência diminui conforme aumenta a razão
entre a sua profundidade e sua largura. Além disso, conforme citado, as paredes devem ser claras
ou até mesmo espelhadas, se possível.
Já que tratamos de espelhos, mais uma técnica muito inteligente é a iluminação natural
direcionada com espelhos, em que se cria um sistema de espelhos que, manual ou até mesmo
automaticamente, se posicionam melhor para capturar a luz solar e enviá-la para o interior do
edifício, onde ela pode ser espalhada.
Agora, se o projeto pretende ter máxima eficiência, vale a pena utilizar as fibras óticas,
que, ao contrário dos sistemas que usam superfícies refletoras pra conduzir a luz ao interior,
usam uma técnica de reflexão total interna muito eficiente. Uma das principais vantagens é a
flexibilidade, pois é possível transmitir a luz por meio de cantos e dobras estruturais, e as fibras
óticas podem ser utilizadas também com sistemas de iluminação artificial.
Os pisos transparentes são usados desde o século XIX e servem para transmitir a luz
natural para ambientes inferiores, como no subsolo ou em edifícios de vários pavimentos para
levar a luz de um piso ao outro.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3. ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL
3ª. Qual é a ambientação que queremos dar, com a luz, a este espaço?
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
- Vantagens: maior economia de energia e podem ser posicionadas de tal forma a evitar
ofuscamentos, sombras indesejáveis e reflexões.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Para grandes áreas internas (como depósitos e armazéns) ou grandes áreas externas,
indica-se o uso de lâmpadas a vapor de mercúrio, pois apresentam boa eficiência luminosa e
luz branca-azulada. Essas lâmpadas funcionam de maneira similar à das fluorescentes e exigem
aparelhagem auxiliar. O vapor de mercúrio fica submetido à alta pressão dentro de um tubo que
fica dentro do bulbo revestido com pó fluorescente para melhorar a qualidade cromática da luz
emitida.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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Figura 16 – Dados para comparação e escolha de lâmpadas. Fonte: Lamberts et al. (2014).
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4. CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
1 - Definir a quantidade de lux para a tarefa de acordo com a tipologia da atividade a ser
exercida no local – NBR 5413 (ABNT, 1992a).
7 - Cálculo luminotécnico.
EXEMPLO:
Projetar o sistema de iluminação de um escritório com 5,50 m de comprimento, 6,20 m de
largura e 2,85 m de altura (pé direito), com mesas de 0,8 m de altura. Os observadores possuem
idade inferior a 40 anos, a velocidade e a precisão das luminárias são dispensáveis, e o fundo de
refletância é superior a 70%. As luminárias serão pendentes - Marca DELTA fechadas (Guarilux),
com duas lâmpadas fluorescentes T5 de 28 W cada. As luminárias estão instaladas a 2,35 m de
altura em relação ao piso. O teto está pintado de verde claro, as paredes, de creme, e o chão está
revestido com piso na cor verde escuro. O ambiente é considerado com manutenção média.
Inicialmente, devemos observar as características da tarefa e do observador. É necessário
fazer a somatória dos pesos para determinar a quantidade de iluminância necessária para o
ambiente a ser calculado. Para valores de somatória entre -3 e -2, devemos adotar o primeiro
número à esquerda da Tabela 1. Para valores entre -1, 0 e +1, devemos adotar os valores locados
ao meio. Para valores entre +2 e +3, devemos adotar os valores posicionados à direita da Tabela 1.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ÍNDICE DE REFLEXÃO
Coeficiente de reflexão
VERDE CLARO (do teto) = 50%
Coeficiente de reflexão
CREME (da parede) = 80%
Coeficiente de reflexão
VERDE ESCURO (do piso) = 10%
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
K = 1,88
Coeficiente de reflexão do teto = 50%
Coeficiente de reflexão da parede= 80%
Coeficiente de reflexão do piso= 10%
Fator de utilização da luminária = 0,56 (os valores na Tabela 3 são dispostos em função
de %. Para a aplicação na fórmula, devemos multiplicar os valores por 0,01).
Quadro 2 – Fator de depreciação de acordo com o tipo de luminária. Fonte: ABNT (1992a).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para finalizar nossa unidade, é bom lembrar algumas dicas para se ter um bom projeto
luminotécnico:
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
CONFORTO APLICADO À ENGENHARIA CIVIL
ACÚSTICA EXTERNA
PROF. ME. BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................. 55
1. CONCEITOS BÁSICOS DA ACÚSTICA....................................................................................................................57
1.1 O SOM....................................................................................................................................................................57
1.2 ONDAS SONORAS................................................................................................................................................ 58
1.3 FREQUÊNCIA SONORA....................................................................................................................................... 60
1.4 TIMBRE..................................................................................................................................................................61
1.5 AMPLITUDE E INTENSIDADE SONORA..............................................................................................................62
2. NÍVEL DE INTENSIDADE SONORA...................................................................................................................... 65
3. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA...............................................................................................................................67
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................70
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Iniciamos a Unidade 3 pela acústica externa e, na última unidade da nossa apostila, veremos
sobre a acústica interna. Basicamente, os dois projetos de acústica precisam de conhecimentos
básicos sobre som, onda sonora, frequência sonora, timbre, amplitude e intensidade sonora e
decibéis.
Também é importante estudarmos os níveis de intensidade sonora e os níveis de pressão
sonora. Para isso, apresentamos exemplos práticos, e você pode complementar seu estudo com as
Indicações de Leitura, Saiba Mais e Indicações de Vídeo presentes na unidade.
A acústica é importante para projetos, pois não é possível pensar em espaços
contemporâneos sem a preocupação com o conforto acústico ou com o isolamento do ambiente.
Inclusive, em projetos residenciais, é necessário abordar questões acústicas para que haja mais
qualidade de vida aos usuários. Com o crescimento da indústria acústica no Brasil, é possível
unir materiais acústicos e arquitetônicos de maneira funcional e criativa, pensando em espaços
usáveis integralmente. Devido às novas tecnologias e elementos, a acústica tornou-se um
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1.1 O Som
Conceito essencial para um conforto acústico bem-sucedido é a noção de que nem
sempre o profissional precisará usar produtos acústicos para controlar o som do ambiente. Ao se
conhecerem as propriedades acústicas de cada material (o que já é bastante aplicado), é possível
que se utilizem elementos já presentes no escopo de forma a atender à especificidade acústica de
cada projeto. Mas, antes de compreender de que forma os materiais se relacionam com o som,
vamos estudar sobre a natureza sonora, suas diferentes modalidades e alguns detalhes sobre o
som.
O som é fenômeno transmitido por vibrações propagadas no espaço em um meio elástico,
que pode ser sólido, líquido ou gasoso. É um fenômeno físico de ondas – vibrações – formadas
pela rarefação e compressão das moléculas no ar.
A velocidade de propagação da onda (C) é calculada com o comprimento de onda (λ) e
sua frequência de oscilação (f) de acordo com a seguinte fórmula:
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Barreira do som
Quando um avião atinge uma velocidade muito alta, surgem ondas de pressão que
se deslocam com a velocidade do som.
O som no vácuo
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ao contrário do som, a luz se propaga no vácuo, porque não é uma onda mecânica,
mas eletromagnética. O mesmo ocorre com as ondas de rádio.
Ainda no século XVII, os físicos italianos Borelli e Viviani, usando a mesma técnica,
encontraram 350 m/s, um valor bem mais próximo do real.
A velocidade do som na água foi medida pela primeira vez pelo físico suíço Daniel
Colladon, em 1826. Ao estudar a compressibilidade da água, ele encontrou o valor
de 1435 m/s.
Número de oscilações/tempo
As unidades de medida mais usadas são Hertz (Hz), que corresponde ao número de
oscilações por segundo, e rotações por minuto (rpm), que correspondem ao número de oscilações
por minuto.
A altura do som está relacionada à sua frequência. Dessa forma, o som pode ser classificado
como grave quando apresenta baixa frequência e como agudo quando há alta frequência. A voz
dos homens, por exemplo, na maioria das vezes, apresenta uma frequência menor que a voz das
mulheres; por isso, a voz masculina é classificada como grave, e a feminina, como aguda. As notas
musicais também são caracterizadas pela frequência.
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1.4 Timbre
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Dessa forma, o fator de variação de 1 bilhão de W/m² é substituído por uma variação de
apenas 120 dB para a escala de intensidades entre o limite de audição e o limiar da dor. Utiliza-se
o decibel para medir o nível de intensidade sonora e de pressão sonora (NIS e NPS).
Para calcular cada um desses dois, as fórmulas são:
a)
b)
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
É chamada máxima intensidade física, ou limiar de dor (120 dB), o maior valor da
intensidade sonora suportável pelo ouvido:
A unidade utilizada para o nível sonoro é o Bel (B), mas, como essa unidade é grande se
comparada à maioria dos valores de nível sonoro utilizados no cotidiano, seu múltiplo usual é
o decibel (dB) de maneira que 1 B = 10 dB.
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EXEMPLOS:
EXERCÍCIO 1 - Qual o nível sonoro de uma máquina que gera um som de intensidade
igual a 10–2 W/m²?
EXERCÍCIO 2 - Qual o valor da potência dessa máquina, que é percebida por uma pessoa
localizada a 30 m de distância?
Temos os seguintes dados:
π= 3,14.
NIS = 100 dB
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P= I. 4πR²
Em que:
P é a pressão no ponto medido.
Po é a pressão de referência.
EXEMPLO:
Qual o NPS, em dB, para a pressão sonora de 1 Pa?
Aplicando a fórmula NPS = 20 log P + 94, teremos:
NPS = 20 log 1 + 94
NPS = 20 x 0 + 94
NPS = 94 dB
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Pressão sonora de 1 Pa = 94 dB
Pressão sonora de 2 Pa = 100 dB
Dessa maneira, observamos que tanto o NIS quanto o NPS possuem valores em relação
de decibéis. A partir desse valor, é possível encontrar os valores equivalentes em relação à
Intensidade Sonora (W/m2) ou Pressão Sonora (N/m2).
No Quadro 1, podemos observar alguns exemplos de ruídos e seus respectivos valores em
relação ao nível de intensidade sonora/pressão sonora.
SPL Som
190 dB Armas pesadas (10 m atrás da arma)
180 dB Arma de brinquedo (disparada perto do ouvido)
170 dB Tapa no ouvido
160 dB Golpe de martelo em chapa de aço ou tubo de latão (1 m de distância)
150 dB Golpe de martelo em uma forja (5 m de distância)
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A qualidade acústica externa de edificações é influenciada pelo ruído gerado por inúmeras
fontes sonoras. Principalmente no meio urbano, as edificações estão sujeitas a interferências e
efeitos dos ruídos ambientais. Para solucionar as agressões da poluição sonora, corriqueiramente
faz-se o isolamento acústico das fachadas, com janelas de alta qualidade acústica e vedação de
frestas.
No universo coletivo atual, é muito comum que as ruas tenham intenso fluxo de veículos
e que as cidades apresentem falta de planejamento urbano. Por isso, o isolamento acústico é o
artifício mais indicado para que o ruído dos ambientes não ultrapasse os limites de conforto para
os usuários dos imóveis. Esse isolamento pode ser com as janelas e vedações, mas também pode
ser feito com reforço de parede, vidros duplos e outros artifícios.
No Brasil, em geral, essas intervenções são raras e custosas, pela cultura de considerar
que o conforto acústico é um requinte presente apenas em edifícios e residências de luxo. Porém,
aos poucos, os benefícios estão aparecendo mais, e os profissionais da construção civil estão se
preocupando mais com esses estudos e novas tecnologias. Partindo do pressuposto de que é
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
CONFORTO APLICADO À ENGENHARIA CIVIL
ACÚSTICA INTERNA
PROF. ME. BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................72
1. CONCEITOS BÁSICOS............................................................................................................................................73
1.1 ABSORÇÃO SONORA.............................................................................................................................................73
1.1.1 COEFICIENTE DE ABSORÇÃO α........................................................................................................................73
1.2 REFLEXÃO SONORA.............................................................................................................................................74
1.3 REVERBERAÇÃO...................................................................................................................................................75
1.3.1 TEMPO DE REVERBERAÇÃO.............................................................................................................................75
1.3.2 TEMPO ÓTIMO DE REVERBERAÇÃO...............................................................................................................75
2. ÍNDICE DE REDUÇÃO SONORA APARENTE........................................................................................................77
3. CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS...................................................................................................................78
3.1 MATERIAIS DENSOS............................................................................................................................................78
3.2 MATERIAIS POROSOS.........................................................................................................................................78
4. TRATAMENTO ACÚSTICO.....................................................................................................................................79
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................................................... 86
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, iremos abordar o tratamento acústico interno. Uma vez que o som é
gerado dentro de um ambiente fechado, é essencial que esse ambiente possua um tempo ótimo de
reverberação, o que possibilitará uma maior audibilidade (ouvir bem) e uma boa inteligibilidade
(entender bem). Para tanto, é fundamental compreendermos conceitos como absorção sonora
e reflexão sonora, conceitos esses responsáveis por trazer uma melhor qualidade e distribuição
acústica ao ambiente.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. CONCEITOS BÁSICOS
O coeficiente de absorção é o que indica a capacidade de absorção dos materiais. Por isso,
ele depende: do tipo de material, sua densidade e estrutura interna; da frequência da onda sonora
incidente; do ângulo de incidência da onda sonora; e das condições de montagem do material
(como modo de fixação e espessura).
O cálculo do coeficiente de absorção sonora é feito com a fórmula:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.3 Reverberação
Quando o obstáculo está um pouco mais afastado da fonte do som e do ouvinte, de modo
que o som emitido e o som refletido apresentam-se com um intervalo de tempo menor que 0,1
segundo, ocorre o fenômeno da reverberação. Nessa situação, ao receber dois estímulos de som
do mesmo tipo em menos de 0,1 segundo, o ouvinte tem a sensação de que o som ainda não
acabou. A reverberação é importante em locais como os auditórios para que o ouvinte se sinta
mais seguro quanto àquilo que ouviu.
Dessa forma, podemos alterar esse tempo com a mudança da geometria do espaço, além
das características acústicas dos materiais empregados nele.
O tempo ótimo de reverberação tem como base a tabela contida na NBR 12179 -
Tratamento acústico em recintos fechados (ABNT, 1992b). Há algumas considerações que você
deve saber. Seguem.
Se o tempo de reverberação for muito longo, ocorre a sobreposição dos sons, e dificulta-
se a inteligibilidade.
Se o tempo de reverberação for muito curto, o som desaparece imediatamente após sua
emissão, e a percepção fica mais difícil nos pontos afastados da fonte produtora do som.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
O índice de redução sonora aparente pode ser definido como a capacidade de um elemento
NR = 10 log A2/A1
Em que: A2 = Absorção final
A1 = Absorção inicial
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Podemos observar a eficiência desses tipos de materiais de acordo com sua densidade e
porosidade em relação à faixa de frequência e eficiência de absorção conforme a Tabela 2. Nela,
fica clara a eficiência dos materiais mais porosos em absorver ondas sonoras de alta frequência e
dos materiais mais densos em absorver ondas sonoras de baixa frequência.
4. TRATAMENTO ACÚSTICO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Com base nos valores obtidos, podemos classificar o espaço conforme a Figura 8.
De acordo com o valor obtido, iremos variar a formulação utilizada para o cálculo de
absorção conforme o exemplo que apresentaremos em seguida.
Para valores α < 0,3, devemos utilizar a fórmula de Sabine para o cálculo do tempo de
reverberação.
Para valores α > 0,3, devemos utilizar a fórmula de Eyring para o cálculo do tempo de
reverberação.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EXEMPLO:
Para auxiliar na compreensão do processo de cálculo do tempo de reverberação,
observemos a resolução do seguinte exemplo.
Calcule o tempo de reverberação (a 500 Hz) para a sala sem tratamento acústico, com 1/3
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ou seja, aplicando mais 20,30 m² de sonex nas paredes posteriores (ao fundo da sala), será
possível atingir o tempo de reverberação ótimo para atividades de conferência na sala estudada.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, vimos os conceitos básicos da acústica para que possamos aplicá-los nos
projetos de interiores. Para os projetos, tanto de residências quanto comerciais e de escritórios,
a acústica serve para dois objetivos principais: isolamento contra o ruído e controle dos sons no
interior do ambiente.
Na primeira situação, o projetista deve preocupar-se com o isolamento dos ruídos
externos e dos que são produzidos no próprio interior, como o que pode ocorrer em teatros,
igrejas, salas de aulas, bibliotecas etc. A outra preocupação é evitar que os ruídos internos saiam e
perturbem, por exemplo, os moradores próximos, como em boates ou salões de festa. Nesse caso,
existem leis em cada cidade ou região, que devem ser sempre consultadas.
É importante lembrar que o isolamento deve prevalecer nas superfícies que compõem o
ambiente, ou seja, em paredes, lajes, portas, visores e janelas, sistemas de ventilação e todos os
outros, pois o isolamento a sons externos fica sem valor se existirem fontes de ruído internas no
ambiente. É por isso que a parte interna deve ser tratada e isolada, principalmente em relação a
ventiladores e ares-condicionados, pois são máquinas geradoras de muito ruído.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ISO 5413:1992. Iluminância de interiores.
1992a.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. ISO 7730:2005. Ergonomics of the thermal
environment -- Analytical determination and interpretation of thermal comfort using calculation of
the PMV and PPD indices and local thermal comfort criteria. 2005a.
ANDUGAR, T. Acústica e decoração. In: Revista Áudio & Vídeo. 2017. Disponível em: https://
revistaaudioevideo.com.br/acustica-e-decoracao/. Acesso em: 22 out. 2020.
BISTAFA, S. R. Acústica Aplicada ao Controle de Ruídos. São Paulo: Edgar Blucher, 2011.
DIEGPL. Ondas Sonoras: Refração do Som, Reflexão, Difração, Interferência. In: Cultura Livre.
2018. Disponível em: http://culturalivre.com/ondas_sonoras_refracao_do_som_reflexao_
difracao_inte
rferencia/. Acesso em: 22 out. 2020.
FROTA, A.; SCHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico. 7. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
LAMBERTS, R. et al. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. São Paulo: PW Editores, 2014.
LOPES, S. G. Avaliação dos níveis de pressão sonora em salas de operação de um centro
cirúrgico geral. São José dos Campos: UniVap, 2005.
MADZWAMUSE, M. A way of life is feeling the heat. In: BBC News. 2008. Disponível em: http://
news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/7456973.stm. Acesso em: 21 out. 2020.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
MULLER, C. M. Acústica: fundamentos e critérios de projeto. Londrina: CEAL, 2013. Disponível
em: https://pt.scribd.com/document/316555760/13-04-23-CEAL-Acustica-Cecilia-Mueller-
Color-Para-CD. Acesso em: 22 out. 2020.
RODRIGUES, L. G. R. Ondas Sonoras. In: Info Escola. 2020. Disponível em: https://www.
infoescola.com/fisica/ondas-sonoras/. Acesso em: 22 out. 2020.
SLIDE SHARE. Conforto Térmico nos Ambientes de Trabalhos. 2016. Disponível em: https://
www.slideshare.net/alexmarquesdasilvamarques/conforto-trmico-nos-ambientes-de-trabalho. Acesso em: 21
out. 2020.
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