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CONFORTO AMBIENTAL

AULA 02

Prof° Esp. Edierk Casusa de


Melo Barreto

ebarreto@modulo.edu.br
Conforto Térmico

É o estado de espírito que reflete a satisfação com o ambiente


térmico que envolve a pessoa (ASHRAE, 2005). Se o balanço de
todas as trocas de calor a que está submetido o corpo for
nula e a temperatura da pele e suor estiverem dentro de
certos limites, pode-se dizer que o ser humano sente
Conforto Térmico.
Conforto Térmico

Mas quando o balanço térmico não é estável, ou seja, quando há


diferenças entre o calor produzido pelo corpo e o calor perdido
para o ambiente, há a insatisfação com o ambiente térmico
causando desconforto, por calor ou frio.
Conforto Térmico

Fatores pelos quais os estudos de conforto térmico são importantes:

1. A satisfação do homem permitindo-lhe se sentir termicamente


confortável.
2. A performance humana: As atividades intelectuais, manuais e
perceptivas, geralmente apresentam um melhor rendimento
quando realizadas em conforto térmico.
3. A conservação de energia: Ao conhecer as condições e os
parâmetros relativos ao conforto térmico dos ocupantes do
ambiente, evitam-se desperdícios com aquecimento e
refrigeração, muitas vezes desnecessários.
Conforto Térmico

O ser humano é biologicamente parecido em todo o mundo, sendo


adaptável a diferentes condições climáticas ao se utilizar de
mecanismos como a vestimenta, arquitetura e tecnologia.

A temperatura corporal tende a permanecer constante, variando de


36º a 37º, independente das condições do clima e o metabolismo
gera calor interno no corpo.

A quantidade de calor liberado pelo organismo ocorre em função da


atividade desenvolvida. Este calor será dissipado através de
mecanismos de trocas térmicas entre o corpo e o ambiente.
Conforto Térmico
1. Trocas secas: condução, convecção, radiação. (calor
sensível)
2. Trocas úmidas: evaporação. (calor latente)
Conforto Térmico

O processo das trocas térmicas dependem de algumas variáveis de


conforto térmico.
Mecanismos Termorreguladores
São ativados quando as condições térmicas do meio ultrapassam
certas faixas.

Calor
Mecanismos Termorreguladores

Calor: Incrementar as perdas térmicas do corpo e reduzir a produção


interna de calor.
Mecanismos Termorreguladores

Mecanismos instintivos e culturais para a proteção do


calor.
Mecanismos Termorreguladores
Frio
Mecanismos Termorreguladores

Evitar perdas térmicas do corpo e aumentar a produção interna de


calor.
Mecanismos Termorreguladores

Mecanismos instintivos e culturais para a proteção do frio.


Mecanismos Termorreguladores

Zonas de respostas fisiológicas.


Variáveis de Conforto – Humanas (MET e CLO)

Através do metabolismo o organismo adquire energia a partir de


elementos combustíveis orgânicos. A quantidade de energia liberada
depende da quantidade de atividade física.

Quanto maior a atividade física, maior o metabolismo.

A arquitetura deve prever o nível de atividade realizado no seu


interior para melhorar a sensação de conforto térmico das pessoas.
Variáveis de Conforto – Humanas (MET e CLO)

MET: unidade utilizada para descrever a energia produzida por


unidade de área de uma pessoa em repouso (1 MET = 58W/m²)
Variáveis de Conforto – Humanas (MET e CLO)

Vestimenta impõe uma resistência térmica entre o corpo e o meio.


A pele troca calor por condução, convecção e radiação com a roupa,
que por sua vez troca calor com ar por convecção e com outras
superfícies por radiação.

Quanto maior a resistência térmica da roupa, menor serão as trocas


de calor com o meio.

Em climas quentes e secos se utiliza roupas longas para que o suor


evaporado permaneça entre a pele e a roupa, criando um microclima
mais ameno e diminuindo as perdas de líquido do corpo por
evaporação.
Variáveis de Conforto – Humanas (MET e CLO)

CLO: Unidade de medição da resistência térmica da roupa (1 clo =


0.155m²°C/W)

Tabela com os índices de resistência


térmica para vestimentas segundo
ISSO 7730 (2005)
Variáveis de Conforto – Ambientais

As condições do ambiente relacionadas com o conforto são:

▪ Temperatura do ar
▪ Temperatura média radiante
▪ Umidade relativa do ar
▪ Velocidade do ar

A influência dos quatro parâmetros na perda ou ganho de


energia não é igual, sendo que a temperatura do ar e
temperatura média radiante tem a maior importância, porque
o corpo humano não sente a temperatura de um ambiente,
mas sente a perda ou ganho de energia do corpo no espaço
(troca térmica).
Variáveis de Conforto – Ambientais

Temperatura do ar: Chamada de TBS (temperatura de bulbo seco)


A sensação de conforto baseia-se na perda de calor do corpo através
da diferença de temperatura entre a pele e o ar. As massas de ar são
aquecidas em virtude do contato com a pele, permitindo a perda de
energia do corpo.

O ar mais quente torna-se mais


leve e sobe, enquanto o mais frio
desce, proporcionando uma
sensação de resfriamento do
ambiente, graças a
movimentação do ar conhecida
como convecção natural
Variáveis de Conforto –
Ambientais
Temperatura média radiante: Temperatura uniforme de um
ambiente imaginário no qual a troca de calor por radiação é igual ao
ambiente real não uniforme.

Trocas entre um ambiente real e o corpo, e


entre um ambiente imaginário e o mesmo
corpo, através da temperatura radiante média.
Variáveis de Conforto – Ambientais

Temperatura média radiante: É a temperatura da radição solar,


lembra da sensação de calor que sentimos em frente a uma lareira?
Ou aquele desconforto térmico quando sentamos próximo à uma
janela ensolarada em nosso escritório? Pois bem, estamos diante de
radiação infravermelha. Nós não a enxergamos, como a radiação de
luz visível, mas a percebemos como calor.

A temperatura radiante varia em função da exposição do indivíduo à


radiação infra-vermelha gerada pelo o sol.
Variáveis de Conforto – Ambientais

Umidade relativa do ar (UR): fornece a quantidade de vapor de


água no ar em relação à quantidade máxima que pode conter, a uma
determinada temperatura.
À medida que a temperatura do meio se eleva, dificultando as perdas
por convecção e radiação, o organismo aumenta sua eliminação por
evaporação. Quanto maior a UR, menor a eficiência da evaporação na
remoção do calor.

A UR é utilizada para determinar a


umidade absoluta (expressa em
termos de pressão parcial de vapor),
parâmetro que permite determinar
as trocas por evaporação entre o
homem e o ambiente.
Variáveis de Conforto – Ambientais

Velocidade do ar: O valor deste parâmetro modifica as trocas de


calor por convecção e evaporação de uma pessoa, retirando o ar
quente e a água em contato com a pele com mais eficiência e assim,
reduzindo a sensação de calor. (quanto maior for, maior será a
sensação de perda de calor).

Umidade do ar + velocidade do ar = Perda de calor por evaporação


Variáveis de Conforto – Ambientais

Todas as variáveis de conforto ambiental estão relacionados a


sensação térmica, este é um dos principais pontos que iremos
desenvolver durante a disciplina, este fator gera outra questão muito
importante para o conforto ambiental, a variação psicológica do
usuário.
Variáveis de Conforto – Ambientais

Equipamentos para medição das variáveis ambientais.


Variáveis de Conforto – Outras

▪ Idade
▪ Raça
▪ Hábitos alimentares
▪ Sexo
Importância do clima
Uma boa arquitetura deverá assistir o programa e a análise
climática de forma a responder simultaneamente à eficiência
energética e às necessidades de conforto, tendo como
premissa o estudo do clima de do local.
Importância do clima

Tempo: é a variação diária das condições atmosféricas;


Clima: é a condição média do tempo em uma dada região
baseada em medições em longos períodos de tempo (30 anos
ou mais).

O projeto arquitetônico deve considerar o clima local e suas


variáveis, que se alteram ao longo do ano, e que irá
influenciar no conforto do espaço construído.
Escalas de análise
Para fazer uma análise clara e organizada do clima, ela pode
ser dividida em três escalas distintas, porém indissociáveis.
Escalas de análise
Macroclima: Descreve as características gerais de uma
região em termos de sol, nuvens, temperatura, ventos,
umidade e precipitações; porem pode não ser conveniente
para descrever as condições do entorno imediato do edifício.
Escalas de análise
O clima brasileiro divide-se em seis regiões básicas.
Regiões Climáticas:
Clima Tropical: Verão quente e chuvoso e inverno quente e
seco. Temperaturas médias acima de 20 °C e amplitude
térmica anual até 7 °C. As chuvas oscilam entre 1000
mm/ano e 1500 mm/ano )

Clima Equatorial: compreende toda a Amazônia e possui


temperaturas médias entre 24 °C e 26 °C, com amplitude
térmica anual de até 3 °C. Chuva abundante e bem
distribuída (normalmente maior que 2500 mm/ano )

Clima Semi-árido: região climática mais seca do país,


caracterizada por temperaturas médias muito altas (em torno
dos 27 °C). Chuvas escassas (menos que 800 mm/ano) e
amplitude térmica anual por volta de 5°C .
Escalas de análise
Clima Subtropical: Temperaturas médias situadas
normalmente abaixo dos 20 °C e amplitude anual varia de 9
°C a 13 °C. Chuvas fartas e bem distribuidas (entre 1500
mm/ano e 2000 mm/ano). Inverno rigoroso nas áreas mais
elevadas, onde pode ocorrer neve.

Clima Tropical de altitude: Temperaturas médias situadas


na faixa de 18 °C a 22 °C. No verão, chuvas mais intensas
(entre 1000 mm/ano e 1800 mm/ano) e no inverno pode gear
devido às massas frias que se originam da massa polar
atlântica. Estende -se entre o norte do Paraná e o sul do Mato
Grosso do Sul, nas regiões mais altas do planalto atlântico.
Escalas de análise
Clima Atlântico: Característico das regiões litorâneas do
Brasil, temperaturas médias variam entre 18 °C e 26 ° C,
chuvas abundantes (1200 mm/ano), concentrando-se no
verão para as regiões mais ao sul e no inverno e outono para
as regiões de latitudes mais baixas (próximas ao equador).
Amplitude térmica varia de região para região. Mais ao norte,
a semelhança entre as estações de inverno e de verão
(diferenciadas apenas pela presença da chuva, mais constante
no inverno) resulta em baixas amplitudes térmicas ao longo
do ano. Conforme a latitude aumenta, cresce também a
amplitude térmica anual, diferenciando bem as estações.
Escalas de análise
Mesoclima: Refere-se a áreas menores do que as
consideradas no macroclima. Aqui as condições locais de clima
são modificadas por variáveis como a vegetação, a topografia,
o tipo de solo e a presença de obstáculos naturais ou artificiais.
Escalas de análise
Microclima: É a escala mais próxima ao nível da edificação,
podendo ser concebido e alterado pelo arquiteto. As
particularidades climáticas do local podem representar
benefícios ou dificuldades adicionais, que podem não estar
sendo consideradas nas outras escalas climáticas.
Escalas de análise
É aqui que variáveis como a vegetação, topografia, solo,
obstáculos naturais ou artificiais irão influenciar nas condições
locais de clima e induzir soluções arquitetônicas mais
adequadas ao bem-estar das pessoas e à eficiência
energética.
Variáveis climáticas
Variáveis: Radiação Solar
É a principal fonte de energia para o planeta (calor) e
constitui uma importante fonte de luz (conforto visual).
Variáveis: Radiação Solar
Uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas com
diferentes comprimentos de onda. A radiação solar tem trê espectros
principais desta radiação:
• Ultravioleta - responsável pelo efeito higiênico da radiação (100
à 400 nm);
• Espectro visível - a luz (380 à 780 nm);
• Infravermelho - responsável pela sensação
de calor (760
nm à 10.000 nm);
Variáveis: Radiação Solar
No movimento de translação, a Terra percorre sua trajetória
elíptica em um plano inclinado de 23°27´ em relação ao
plano do equador (localização dos trópicos).
Variáveis: Radiação Solar
O diferencial de radiação solar recebido por cada hemisfério
da terra ao longo do ano, define as estações pelos solstícios e
equinócios (posições da terra em relação ao sol).
Variáveis: Radiação Solar
A posição do Sol na abóbada celeste pode ser definida
através dos ângulos de Altura Solar (H) e de Azimute
Solar (A), que variam de acordo com a hora do dia e período
do ano. Esses dados são obtidos através da Carta Solar.
Variáveis: Radiação Solar
É dividida em direta e difusa, porque após sua penetração na
atmosfera, a radiação começa a sofrer interferências no seu
trajeto em direção à superfície terrestre. A parcela que atinge
diretamente a Terra é chamada radiação direta
Variáveis: Radiação Solar
Uma das ferramentas disponíveis para estudá-la é a carta solar.
Nela são plotados os dois ângulos utilizados para definir a
posição do sol na abóbada celeste dependo do período do ano
(altitude solar = “ϒ” em relação ao horizonte, azimute = “α” em
relação ao norte). Iremos estudar com mais detalhes a frente.
Variáveis: Radiação Solar
Parte da radiação global incidente na atmosfera sofre
espalhamento, tendo sua direção alterada. A radiação
difusa é maior quanto mais nublado for o céu fazendo, com
que todas as fachadas de um edifício tenderão a receber a
mesma quantidade de radiação difusa.

SOL ≠ LUZ
Variáveis: Radiação Solar
Nas escalas meso e microclimáticas a radiação solar pode ser
interceptada pelos elementos vegetais e topográficos do local.

Em locais arborizados a
vegetação pode interceptar
entre 60% e 90% da radiação
solar, causando uma redução
substancial da temperatura do
solo. Isto acontece porque o
vegetal absorve parte da
radiação solar para seu
metabolismo (fotossíntese).
Além disso, o movimento do ar
entre as folhas retira grande
parte do calor absorvido do sol.
Variáveis: Radiação Solar
Transferência de calor por radiação nas edificações
Variáveis: Radiação Solar - Transferência de calor
por radiação nas edificações
A radiação solar (onda curta) que entra por uma abertura no
edifício incide nos corpos, que se aquecem e emitem radiação de
onda longa. O vidro sendo praticamente opaco à radiação de
onda longa, não permite que o calor encontre passagem para o
exterior, superaquecendo o ambiente interno (efeito estufa)
Variáveis: Temperatura
É a variável climática mais conhecida e de mais fácil medição.
A variação de temperatura na superfície da Terra resulta
basicamente dos fluxos das grandes massas de ar e da
diferente recepção da radiação do sol de local para local.
Variáveis: Temperatura
Velocidade dos fluxos de ar pequena: A temperatura vem dos
ganhos térmicos solares do local onde a radiação recebida é
diferente de acordo com o tipo de solo, vegetação, topografia e
altitude.

Velocidade dos fluxos de ar alta: temperatura sofre pouca


influência dos fatores locais. Através dos dados climáticos pode-se
conhecer o comportamento da temperatura do ar ao longo do ano
proporcionando ao arquiteto dos dados necessários para a
identificação dos períodos de desconforto e, consequentemente,
tomada de decisão melhor no projeto
Variáveis: Temperatura
Inércia térmica: ganho ou perda lenta de calor da terra
submetida a temperaturas mais altas ou mais baixas
respectivamente.
Amplitude térmica: diferença entre as temperaturas
máximas e mínimas de um local.
Variáveis: Ventos
Em uma região pode haver variações significativas de
direção e de velocidade do movimento do ar causados
principalmente pelas diferenças de temperaturas entre as
massas de ar, gerando o seu deslocamento da área de maior
pressão (ar mais frio e pesado) para a área de menor pressão
(ar quente e leve).

A direção e velocidade do
vento são geralmente
medidas a 10m de altura
nas estações meteorológicas,
em regiões abertas, para
não sofrer influência da
rugosidade da superfície.
Variáveis: Ventos
O diagrama do tipo “rosa-dos-ventos” é um instrumento
importante para o arquiteto conhecer as probabilidades de
ocorrência de vento e auxiliar na colocação de aberturas, na
condução da brisa de verão ou barreiras para os ventos
fortes, etc.
Variáveis: Ventos
As condições do vento local podem ser alteradas com a
presença de vegetação, edificações e outros anteparos naturais
ou artificiais; permitindo tirar partido deles para canalizar os
ventos desviando-os ou trazendo-os para a edificação
Variáveis: Umidade
Resulta da evaporação da água contida nos mares, rios, lagos
e na terra, bem como a evapotranspiração dos vegetais.
Locais com alta umidade reduzem a transmissão da radiação
solar, pela absorção e redistribuição na atmosfera.
Variáveis: Umidade
Pode ser modificada em escalas mais próximas a
edificação na presença de água ou de vegetação.
Aplicação
Conhecer os dados climáticos de um local permitirá identificar
os períodos de maior probabilidade de desconforto, e
consequentemente definir as estratégias que devem ser
incluídas no desenho para compensar essas condições.
As Cartas Solares
A carta solar projeta as trajetórias que o Sol faz na abóboda
celeste para o plano do horizonte, que se transforma no plano
de projeção do sistema.

Na projeção estereográfica, os arcos de circunferência


desenhados na abóboda projetam-se, também, sob a forma
de arcos de circunferência decorrendo evidente simplicidade
gráfica, motivo principal da escolha deste tipo de projeção.
Zênite, Nadir, Azimute(A) e Altura Solar (h)

Representação da abóboda celeste


Solstício e Equinócios e a posição solar
A carta solar é a representação gráfica da posição do sol
Movimento da terra e os períodos solares
Movimento da terra e os períodos solares
Partes da Carta Solar
As Cartas Solares
Na carta solar, além das três
trajetórias notáveis,
aparecem mais outras
quatro referentes a datas
intermediárias, assim
como as linhas
determinantes da variação
horária do Sol e os círculos
concêntricos que identificam,
em projeção, as alturas
angulares da posição do
Sol na abóboda celeste.
O desenho ao lado mostra a
carta solar para 16º Sul, que
foi mostrado antes de forma
simplificada, e que se utiliza
para Goiânia.
As Cartas Solares
Identificando a posição solar
LAMBERTS, Roberto: Eficiência Energética
Arquitetura/ Roberto
na Lamberts, Luciano
Dutra/Fernando Oscar Ruttkay Pereira. São Paulo: PW,
1997, 192p.il

ISO 7730: Ergonomics of the thermal environment –


Analytical determination and interpretation of
thermal comfort using calculation of the PMV and PPD
indices and local thermal comfort criteria.

ISO 7726: Ambientes Térmicos - Instrumentos e


Métodos para medições das quantidades físicas.

www.modulo.edu.br

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