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O calor é gerado em nosso organismo pelo metabolismo energético e também pelo meio
ambiente através do sol, contato com objetos e meios mais quentes que nós.
Várias pesquisas foram e têm sido realizadas para entender cada vez mais as reações do
organismo ao estresse térmico e sua adaptação nas mais variadas condições. Alguns
dados revelam que os acidentes causados pelo estresse induzido pelo calor são muito
comuns e são desde lesões musculares, cãibras, fadiga intensa até parada cardíaca e
morte, podendo ser evitados somente com informações adequadas.
Temos uma temperatura central regulada em torno de 37ºC +/- 1°C, e um eficiente
sistema para mantê-la assim, é a termorregulação por perda de calor através da:
irradiação, condução, convecção e evaporação. Ao contrario de um ambiente controlado
por um termostato que liga e desliga para manter a temperatura desejada, nosso corpo
desenvolve uma série de ajustes fisiológicos para mantê-la ideal. Estes ajustes são
controlados pelo hipotálamo (na base do crânio), sendo o sistema circulatório o
principal mecanismo na manutenção do equilíbrio térmico. Podemos suportar no
máximo 5°C acima dos 37°C, depois disso literalmente assamos.
Condução - Transferência direta de calor de uma molécula para outra, no nosso corpo
ela acontece principalmente pela circulação, transferindo o calor central para superfície
e em seqüência aquecendo o ar em contato com a pele. Quanto maior a diferença de
temperatura entre a pele e o ar, maior a eficiência da condução.
Vale lembrar que não é a transpiração em si que diminui a temperatura do corpo, e sim a
evaporação da água eliminada pela mesma, sendo errado num exercício secar o suor
constantemente.
Os principais cuidados que devem ser tomados para evitar o estresse induzido pelo calor
estão relacionados a vestimenta e a reposição de líquidos (este último será abordado em
um outro texto de forma mais completa).
A vestimenta para ambientes muito quentes deve ser leve e de tecido em algodão ou as
novas tecnologias em fibras como o Supplex, Coolmax entre outros, evitando os
sintéticos do tipo nylon. Para montanha vale a regra das vestimentas em camadas, tipo
cebola, regulando a temperatura através da retirada ou colocação das mesmas, com o
detalhe de, preferencialmente, não utilizar camiseta de algodão como primeira camada,
evitando assim o efeito contrário quando a temperatura cair. Os tecidos sintéticos
especiais possuem a característica de transportar a água de junto ao corpo para fora,
existindo já no mercado uma grande variedade de vestimentas esportivas, inclusive para
montanha e neve.
A hidratação deve ser feita de forma a corrigir as perdas excessivas de líquido, que
prejudicam de forma significativa a troca de calor durante um exercício, em especial
pela circulação e transpiração. Beba 500ml de água 20 minutos antes de iniciar qualquer
atividade, e se for de longa duração e média intensidade mais 300 ml a cada 30 ou 40
minutos, como em uma caminhada por exemplo.
Ajudando o organismo a controlar a temperatura central através das dicas acima, muitos
sintomas antes atribuídos a uma suposta falta de preparo podem desaparecer,
aumentando o conforto e desempenho de sua atividade preferida.